Colégio Estadual João de Oliveira Botas Curso: Sociologia – 2o ano –O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa
Tema: O que é cidadania ? Livro didático: p. 206-‐214 •
Objetivo geral: Levar os alunos a compreenderem a cidadania como um processo histórico e fruto das conquistas sociais.
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Objetivo específico: Refletir se a cidadania é um processo concluso; se todos os brasileiros são cidadãos.
DADOS ESSENCIAIS Correção
TEMPO
do 10 m
PROCEDIMENTO RECURSOS Diálogo
Quadro
o que é cidadania ? 10m
Exposição,
Quadro
Etimologia
diálogo
trabalho de casa da
palavra e construção histórica Leitura interpretação
e 20m de
poemas e músicas
Leitura reflexão
e Navio Negreiro (Castro Alves), em Todo camburão tem um pouco de
conjunto
Navio Negreiro (Rappa)
Atividade -‐ Reflexão 10m
Trabalho
Papel e lápis. Livro p. 214
coletiva
individual: o que
sobre direitos dos negros.
mudou? A aula •
O que é cidadania?
Quadro (livro p. 210): “Ser cidadão é estar dentro de algum processo, usufruir de um conjunto de benefícios, participar dos ganhos que uma sociedade produziu, sejam eles políticos, sociais ou econômicos. “
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Colégio Estadual João de Oliveira Botas Curso: Sociologia – 2o ano –O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa
A palavra ‘cidadania’ vem do latim civitas que quer dizer ‘cidade’, e da qual também resultaram os termos ‘civilização’ ‘ civilidade’. A cidade foi o ambiente que mais favoreceu o crescimento da ideia de cidadania. Mais do que o campo, ela veio exigir dos indivíduos uma convivência próxima e contínua; nela tornou-‐se necessário saber respeitar os direitos dos outros e cumprir os seus deveres, senão a vida se tornaria insuportável (...)” . BOMENY, Helena. MEDEIROS, Bianca Freire (coord.). Tempos Modernos, tempos de Sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2010. Pagina 210. •
Cidadania como processo histórico A cidadania é um conceito construído social e historicamente por isso seu significado é diferente nas diferentes épocas e contextos sociais. Dessa forma, se hoje, no século XXI, com dezesseis ou dezessete anos, você se considera um cidadão brasileiro, certamente isso não aconteceria se você estivesse vivendo na Grécia Antiga. Diferente de hoje, que todos nós temos o direito a ter direitos, na Grécia Antiga nem todos eram considerados cidadãos, a mulher não era cidadã Os escravos, as mulheres, os estrangeiros e seus filhos bem com aqueles que trabalhavam para se sustentar também não eram considerados cidadãos e por isso não tinham direitos ou podiam participar da vida social e política da sua cidade. Somente depois de várias transformações e lutas, hoje a maior parte da população, ao menos formalmente, tem direitos da cidadania, incluindo mulheres e homens de todas as profissões, crianças, adolescentes e estrangeiros naturalizados e seus filhos.
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Leitura coletiva e interpretação: Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (O Rappa) e Navio Negreiro (Castro Alves)
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Atividade O que mudou? A cidadania é igual para todos?
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Colégio Estadual João de Oliveira Botas Curso: Sociologia – 2o ano –O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro – O Rappa Tudo começou quando a gente conversava Naquela esquina alí De frente àquela praça Veio os homens E nos pararam Documento por favor Então a gente apresentou Mas eles não paravam Qual é negão? qual é negão? O que que tá pegando? Qual é negão? qual é negão? É mole de ver Que em qualquer dura O tempo passa mais lento pro negão Quem segurava com força a chibata Agora usa farda Engatilha a macaca Escolhe sempre o primeiro Negro pra passar na revista Pra passar na revista Todo camburão tem um pouco de navio negreiro Todo camburão tem um pouco de navio negreiro É mole de ver Que para o negro Mesmo a aids possui hierarquia Na áfrica a doença corre solta E a imprensa mundial Dispensa poucas linhas Comparado, comparado Ao que faz com qualquer Figurinha do cinema Comparado, comparado Ao que faz com qualquer Figurinha do cinema Ou das colunas sociais
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Colégio Estadual João de Oliveira Botas Curso: Sociologia – 2o ano –O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa Trecho da poesia Navio Negreiro -‐ Castro Alves Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-‐se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-‐se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece,
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Colégio Estadual João de Oliveira Botas Curso: Sociologia – 2o ano –O que é cidadania Professora: Luisa Barbosa Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-‐os mais dançar!..." E ri-‐se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-‐se Satanás!...
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