projeto de luísa capalbo ilustrado por Guilherme Lira
quintais da cidade um convite para brincar
redescobrir a cidade Se sentir em casa é uma das melhores sensações que existem, não é verdade? Às vezes, quando percebemos que conhecemos cada cantinho de um lugar, como o quarto com um bom esconderijo, ou cada cheiro, como o do feijão, que avisa que o almoço está chegando, conseguimos nos sentir assim até mesmo em outras casas que não as nossas. Você já parou pra pensar que existem outros espaços do seu dia-a-dia, na sua rua, no seu quarteirão e na sua cidade, em que você poderia se sentir dessa forma mas não o faz porque ainda não os descobriu?
Assim como os cantinhos de casa, você tem lugares preferidos no seu bairro bairro?
você se lembra de tudo o que tem no quarteirão da sua casa? casa
será que existem espaços na cidade como os quintais quintais, onde nos sentimos em casa, mesmo estando do lado de fora? fora
Quando conhecemos um lugar de verdade e nos sentimos parte dele, a liberdade de ser quem realmente somos cresce e o espaço para expressar nossas opiniões aparece! E assim, faz sentido não apenas vivenciá-los no dia-a-dia, como também, encontrar formas melhores para se estar em cada um deles!
Então te convido a redescobrir sua cidade, para que nela, você também se sinta como em casa.
sua missão é: é Redescobrir os espaços ao seu redor e tentar se reconhecer em cada um deles! Faça das atividades um pontapé para descobrir e criar seu próprio universo!
DICA:: DICA Você não precisa ir longe, muitas vezes encontramos nos lugares mais próximos as coisas mais interessantes!
Cuidado! Chame sempre um responsável para te acompanhar, nossas cidades são cheias de mistérios!
Para ser explorador(a): explorador(a): • seja sempre curioso(a); • observe os lugares pelos quais você passa como se você nunca os tivesse visto antes; • registre o que te chama atenção.
você vai precisar de ferramentas que podem te ajudar nas explorações!
trajeto dos sentidos Pense em um caminho que você sempre faça a pé, pode ser pelo quarteirão de casa, no caminho a escola, ou por outros espaços em que você circule. Pensou? O desafio é fazê-lo de olhos vendados, mas com os ouvidos e as narinas bem abertos! Desenhe esse trajeto juntando todas as suas sensações!
você reconheceu partes do caminho mesmo sem enxergá-lo? enxergá-lo
os sons e os cheiros da sua rua são diferentes dos que você sente na sua casa casa?
Por mais que muitas vezes não prestemos atenção no percuso, são nos meios de caminho que encontramos as melhores surpresas!
coleções escondidas Quase todo mundo coleciona alguma coisa, não é mesmo? Seja um álbum de figurinhas ou uma geladeira cheia de imãs. E como se a cidade fosse gente, ela também guarda várias coleções pelos seus cantos, como as formas geométricas que estão por todas as partes! A brincadeira então é montar suas próprias coleções com o que você descobrir pelos seus caminhos! Faça um álbum com seus desenhos, colagens e fotos!
você conseguiu montar uma coleção para o seu quarteirão quarteirão? e PARA a rua da sua escola? escola em um mesmo caminho dá pra montar mais de uma coleção?
Cada um percebe a cidade de um jeito único, mas de vez em quando, nossos olhares podem se tornar parecidos. Trocar essas “figurinhas” pode ser muito legal também!
cidade imaginária Se a cidade ideal existe eu não sei, mas você pode começar imaginando a sua! Comece pelo seu bairro, pense nas coisas que você gosta nele e também nas que não gosta, nos lugares que ficam perto e nos que ficam longe. Converse com seus famliares e vizinhos, eles podem te ajudar! Misture tudo isso com a sua imaginação e desenhe essa cidade!
essa cidade se parece com a cidade em que você vive vive?
como é sua cidade cidade? o que tem nela? e o que não tem?
As nossas opiniões são muito importantes para que as mudanças que aconteçam ao nosso redor, no nosso bairro e na nossa cidade, sejam sempre para o melhor!
aos familiares, educadores e mediadores de leitura As atividades aqui propostas têm como intuito aproximar as esferas da brincadeira e da aprendizagem, que tanto permeiam o desenvolvimento das crianças, ao contexto em que vivem, de forma integral e constante. É no brincar, muitas vezes considerado um mero passa-tempo infantil, que as crianças tem a oportunidade de viver uma situação espontânea e encontrar sentido no que é resultado de sua imaginação. Através da brincadeira, elas são impulsionadas à descoberta, à curiosidade e à criatividade, sempre a partir de seus próprios pontos de vista. Partindo de um lugar de autenticidade e de reconhecimento do que lhes é subjetivo, o brincar possibilita a apropriação do que está fora, do mundo externo, se tornando, portanto, um exercício de autonomia e liberdade. Reconhecer a importância do brincar ao que concerne o desenvolvimento das crianças como seres ativos e protagonistas de suas próprias experiências, e como esfera do próprio aprendizado, propicia outros parâmetros para além do considerado como “ensino tradicional”. A relação do ensino-aprendizagem, por sua vez, alcança outros lugares para acontecer que não apenas em sala de aula, como nas experiências cotidianas e nas vivências dentro de casa, na escola e na cidade. As atividades surgem como ponto de partida para eventuais conversas sobre a relação da criança com o meio urbano, sobre possibilidades de aberturas e apropriações, como uma brincadeira na praça ou na rua, assim como sobre os cuidados e limites que devem ser explicados e reiterados, dependendo de cada cidade em que forem realizadas.
A simbologia do quintal adentra uma vez que, em uma casa, é o espaço que nos aproxima do lado de fora, ao mesmo tempo que nos aconchega na intimidade de dentro. Assim, a tentativa é de extrapolar os muros de casa, fazendo com que a cidade possa ser lida como um grande quintal. Mais do que proporcionar a retomada das crianças ao meio urbano, o objetivo é colocá-las em lugar de protagonismo, fazendo com que reconheçam a importância de sua autenticidade, e permitindo que as noções de autonomia e liberdade se construam, para que então, elas comecem a pensar em seus quintais, seus entornos e, enfim, na cidade em que querem morar.