A Cor no Design de Interiores

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A COR

NO DESIGN DE INTERIORES



LARISSA AUGUSTO CASSANO E LUÍSA ELENA COUTO CRUZ

A COR NO DESIGN DE INTERIORES

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo como parte dos requisitos necessários à obtenção do diploma de graduação em Design de Interiores Orientador: Sandro Rogério Magalhães Ferraz

SÃO PAULO 2018



sobre nรณs



lARISSA CASSANO DESIGNER DE INTERIORES | 30 ANOS

Iniciar um depoimento de conclusão de curso, agradecendo é extremamente clichê. Mas essa é a palavra, que mais resume esses 3 anos. Primeiramente Agradecer a Deus, minha fonte de força e fê, que nessa vida me deu meus maiores presentes Meus Pais. Ha eles eu agradeço por tudo, pela oportunidade de estudar novamente, por terem acreditado em meu sonho, por investirem em meus objetivos, por me apoiarem sempre, em todos os momentos da minha vida, por vibrarem por todas minhas conquistas. Agradeço ao meu noivo, o primeiro a embarcar comigo nessa “loucura”, com mistura de muita coragem, para recomeçar. Ele que me deu o primeiro livro de design de interiores, e desde o inicio ja sabia o quanto realizada e feliz eu seria, me aguento nos surtos de estress e cansaço, nos longos domingos de trabalhos, ele que sempre tem uma palavra de incentivo, e me lembra de tudo que conquistei nesses 3 anos, ele que torce por mim, como se fosse por ele. Agradecer as minhas amadas amigas, elas sempre foram minha força, minha energia, minha alegrias das longas noites de aula, vivemos momentos intensos, mas com toda a certeza, momentos que jamais vou esquecer, sempre levareis todas em meu coração. Agradecer a vida, por tudo que me proporciona, e por concluir mais uma grande etapa, e que venha novos desafios e conquistas.



luísa couto DESIGNER DE INTERIORES | 23 ANOS

Dedico este trabalho à minha família que tanto amo, que me apoiou desde o início quando desisti de cursar Medicina para ir atrás de meu sonho, sempre acreditando em meu potencial. Agradeço em especial aos meus pais por todas as noites de apoio as quais não podiam falar comigo por eu estar concentrada nos trabalhos. À todo esforço para poder dar meus estudos, por me incentivarem a correr atrás do que eu realmente quero e por todas conversas que me guiaram e me transformaram na designer que sou hoje. Ao meu pai pelo seu jeito que sempre serviu de inspiração. À minha mãe que tanto me orgulho e o real motivo pelo qual decidi escolher este curso. À minha irmã que sempre esteve ao meu lado sendo minha base, incentivo e força em todos meus dias. Agradeço ao meu namorado por sempre torcer por mim, vibrar por minhas conquistas e por todos elogios e adimiração que me fazem ter vontade de ser cada dia melhor. Agradeço à ele por todas as noites e madrugadas que ficou sem dormir para estar ao meu lado realizando este projeto, por todas as vezes que precisei de sua ajuda e sem exitar esteve comigo sendo minha razão para tudo isso. Agradeço minha querida sogra por me ouvir por inúmeros dias, por todas as conversas, abraços e conselhos que me tranquilizaram e deram forças para eu seguir meu sonho. À minha amiga e chefe por todo apoio e incentivo para que eu concluisse em paz este projeto. À todas minhas amigas que sempre me deram energia, alegria, torcida e que sempre me disseram que eu tinha o dom para o que eu fazia. Sem todos vocês eu não seria o que sou hoje e não concluiria esta etapa de minha vida de maneira tão realizada e feliz.



“Tantas pessoas parecem evitar o uso da cor em suas casas por receio de não acertarem a mão. Na busca pelo bom gosto, elas tomam o caminho covarde de evitar riscos, aceitando matizes pálidos e burocráticos em padronagens tímidas. Ignorância e timidez não são motivos para se viver preso em uma caixa sem graça. Fa l t a de cor é falta de coragem! Cores fortes alegram a vida, cor faz uma casa ser memorável e da sentimento e emoção como nenhum outro elemento de decoração.” Jonathan Adler

“O lar deve ser o tesouro da vida.” Le Corbusier


ÍNDICE I. I N T R O D U Ç Ã O II. O III. A

QUE É A COR ?

PÁG. 4

HISTÓRIA DA COR E A PRODUÇÃO DE CORES

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01 A R T E E A L Q U I M I A

PÁG. 7

02 C O R , C U L T U R A E C R I A T I V I D A D E

IV.

PÁG. 2

A TEORIA DA COR

01 A T E O R I A T R I C O M Á T I C A

V. O R G A N I Z A Ç Ã O vI. C A R A C T E R Í S T I C A S viI. O S

SISTEMAS DE COR

01 R G B

02 C M Y K

03 P A N T O N E

VIII. C O M O

PÁG. 9 PÁG. 12 PÁG. 13 PÁG. 15 PÁG. 16 PÁG. 18 PÁG. 19 PÁG. 20 PÁG. 22

COMBINAR CORES

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01 C O M P L E M E N T A R E S

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02 A N Á L O G A S 03 T R Í A D E 04 F E N D A

PÁG. 30 PÁG. 34 PÁG. 38


05 Q U A D R A D O

IX. A

PÁG. 42

PSICOLOGIA DAS CORES

01 B R A N C O

PÁG. 46 PÁG. 48

02 C I N Z A

PÁG. 50

03 P R E T O

PÁG. 52

04 A M A R E L O

PÁG. 54

05 V E R D E

PÁG. 56

06 A Z U L

PÁG. 58

07 R O S A

PÁG. 60

08 V I O L E T A

PÁG. 62

09 V E R M E L H O

PÁG. 64

10 L A R A N J A

PÁG. 66

MARROM

PÁG. 68

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X. P R O J E T O

QUARTO

01 M A R R O M

PÁG. 71

02 V E R D E Á G U A 03 R O S A

PÁG. 83

05 V E R M E L H O

PÁG. 87

06 A M A R E L O

XII. B I B L I O G R A F I A

PÁG. 75 PÁG. 79

04 A Z U L

XI. C O N S I D E R A Ç Õ E S

PÁG. 70

PÁG. 91 FINAIS

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I. introdução Desde a pré-história a cor é utilizada pelo homem na pintura das cavernas. Entretanto, não é possível rastrear a história da cor na humanidade. O que se sabe é que as cores integram a vida humana e sua percepção desde o início, em suas versões naturais criadas pela intervenção do homem junto ao barro, ao carvão e outros materiais do tipo, até as atuais versões fabricadas, vindas de corantes e tintas padronizadas. A partir do final do séc. XIX, ensaios experimentais serviram de base para pesquisas sobre as cores, originando diferentes teorias como princípios determinantes de distintos sistemas cromáticos. Hoje, possuímos inúmeros estudos psicológicos e neurológicos para as cores. É indiscutível que a presença da cor no mundo visual desperta sensações, interesse e deslumbramento. A cor é uma ferramenta poderosa para transmissão de ideias e emoções além de possuir o poder de captar a atenção do público de forma forte e direta, sutil ou progressiva. Refletindo estilos diversificados, elas atraem as energias certas dependendo de como são escolhidas e utilizadas. Oferecem estímulos visuais e emocionais e seus efeitos não são somente decorativos mas sim possuem papel fundamental na maneira que nós nos sentimos e como reagimos ao ambiente que nos cerca. Desta forma, a escolha certa da paleta de cores para o ambiente é uma das partes mais importantes para a criação.

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Foto por Siemens

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II. o que é a cor? A cor não é uma matéria, algo tangível, mas é algo que nosso cérebro interpreta de um certo efeito de radiação eletromagnética, ou luz, que é recebido pelos nossos olhos. Uma onda, que é por onde a luz se propaga, é a distância entre dois picos, de maneira em que o comprimento de uma onda influencia nos diferentes tipos de cor. Porém a cor não é somente algo físico. A sua interpretação vai além de física e química, ela é também uma percepção visual associada aos sentidos, a psicologia e as ciências cognitivas. Por meio das cores, conseguimos compreender melhor a dimensão das coisas e do universo ao nosso redor. As cores expressam sentimentos e transmitem emoções, além de influenciar em nosso comportamento, de maneira que o significado das cores faça este tipo de compreensão. A cor pode ser luz como também pigmento. Além de ser um elemento individual e instranferível a qual para cada pessoa possuirá uma definição e uma percepção.

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III. a história da cor e A prod

Estamos circundados pela cor no mundo natural, tanto em termos de animais como de plantas, mas produzi-las sob encomenda é um grande desafio. Por meio da história, não só o rumo da arte foi guiado pela disponibilidade de pigmentos, mas a demanda por cores raras, elegantes ou simbólicas provocou significativos progressos políticos, técnicos e comerciais. Os pigmentos existem em forma de pó seco, combinado com um aglutinante como água, cera ou óleo, para fazer com que possa aderir a uma superfície ou ao chão. O aglutinante tanto pode endurecer como evaporar. A impressão de cor depende tanto do pigmento como da superfície. Mesmo as pinturas mais antigas que conhecemos demonstram técnicas de produção de pigmentos. A arte rupestre do tardio período paleolítico foi criada principalmente usando cores da terra como ocres vermelhos e amarelos (óxidos de ferro e hidróxidos). Mas a preparação de alguns pigmentos pode ter sido muito complexa. Segundo um relatório da New Scientist, um pigmento

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ução de cores

branco encontrando nas famosas cavernas de Lascaux, na França, parece ter sido feito pelo aquecimento de ossos de animais a 400ºC para produzir apatita, que foi então misturada com calcita e aquecida a 1000º C para formar fosfato de tetracalcita. O simbolismo da cor era parte integrante da arte egípcia antiga. A pele verde de Osiris representava seu renascimento depois da morte. O vermelho também era uma cor importante, usado em invocações. O azul egípcio, datado de 2.500 a.C., era adicionado a uma mistura precisa de cal, oxido de cobre e quartzo, aquecido até cerca de 900ºC e depois moído até se tornar um pó fino. As pinturas chinesas sobre seda, que datam de 770-256 a.C., são dominadas por tintas vermelhas e pretas. O vermelho vinha do cinabrio (sulfeto de mercúrio), que naquela época era um pigmento muito cobiçado. Quando os arqueólogos escavaram o palácio de Herodes, o grande, em Jerico, que data do século 1 a.C, muitos pigmentos em pó foram encontrados, incluindo cinabrio, que teria sido importado a altos preços.

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01 arte e alquimia Na época medieval, os artistas europeus tinham grande quantidade de pigmentos a disposição, não só extraídos de plantas e minerais, mas também manufaturados. O vermelhão, por exemplo, era sintetizado do enxofre e mercúrio. Entretanto, aplicar os pigmentos ainda apresentava muitas dificuldades para os artistas. Os aglutinantes aquosos, como a tempera a ovo, eram trabalhosos de misturar, provocavam reações imprevisíveis entre os ingredientes e secavam rápido demais. O pintor italiano Cennino Cennini (1370-1440), em um tratado sobre artes e ofícios, descreveu os pigmentos e técnicas dos velhos mestres. Seu trabalho incrivelmente detalhado não so inclui receitas químicas e alquímicas para cores especificas, mas também ensina os métodos “corretos” de representar objetos como a carne e o drapejamento. Como a perspectiva e a proporção do período, o uso da cor seguia regras rígidas e não realísticas, e a escolha de pigmentos era ditada principalmente pelo orçamento do cliente. Durante o renascimento, os óleos tornaram-se o aglutinante preferido, melhorando a forma de usar as tintas, mas também modificando o caráter dos pigmentos. O ultramarino (azul profundo) se tornou escuro demais e tinha de ser clareado com branco. O vermelhão não parecia mais tao vivo, e os castanhos avermelhados, de extratos animais e vegetais, voltaram a ser favorecidos. O envernizamento se tornou parte integral do processo de pintar, com a aplicação de muitas camadas de óleos diluídos para modificar e enriquecer as cores básicas. A variedade de materiais disponíveis estimulou considerável experimentação no século XV, com o surgimento de dois tipos de coloristas: os venezianos, como Ticianos, que lutou para controlar e equilibrar cores fortes, e os florentinos, como Leonardo, que usavam uma paleta mais moderada para criar uma impressão de luz e tons mais tênue, mais luminosa.

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O Século XVII assistiu a uma retirada das cores fortes para uma paleta mais amarronzada, que se tornara possível pela introdução de novos pigmentos outonais e pela propriedade das tintas a óleo permanecerem estáveis quando muitos pigmentos diferentes eram misturados. As tintas saturadas usadas por artistas como Rembrandt fazem dramático contraste com a ênfase medieval sobre a pureza, o que valorizava os pigmentos mais finos por suas qualidades inerentes, e não por sua contribuição para um efeito global. Quando a pintura explodiu em cores vibrantes, no século XIX, foi principalmente graças a disponibilidade de novos verdes vividos baseados em arsênico foram adotados tanto pelos pré-rafaelitas como pelos impressionistas e, infelizmente, também por fabricantes de papel de parede: Napoleão Bonaparte pode ter estado entre as vítimas dos gases tóxicos emitidos quando aqueles produtos ficavam úmidos. Menos perigosos eram os verde-esmeralda baseados em cromo- também fonte de novos amarelos e laranja – enquanto o cobalto fornecia os azuis. O fabricante de tintas inglês George Field inventou um vermelhão nvo e até mais vibrante, de sulfeto de mercúrio. O século XX trouxe brancos vivos feitos de dióxido de titânio. Nos anos 1950, foram apresentados os pigmentos quinacridone, compostos orgânicos que são mais transparentes do que seus precursores baseados em minerais e podem ser misturados para produzir cores altamente saturadas, e não foscas. Com um polímero aglutinante, estes e outros pigmentos orgânicos – incluindo ftalocianinas, ou ftalos – foram a categoria das tintas modernas de acrílico. Durante a segunda metade do século XX, um número crescente de artistas de projeção começou a trabalhar com tintas que originalmente se destinavam ao uso doméstico e industrial. O pigmento, que por tanto tempo fora uma raridade entesourada e importuna, se tornou uma comodidade banal.

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02 cor,cultura e criatividade No curso da história, as pessoas desenvolveram muitas diferentes tradições de representação das cores durante todos os seus anos de utilização até hoje. Estilos de construção de imagem variam segundo a cultura, tecnologia e localização, e os tipos de imagens que os designers e os ilustradores criam são controlados por suas próprias ideias, crenças e percepções. Na história da arte ocidental, o simbolismo cristão foi uma influência primaria para o uso das cores. A igreja tem suas próprias tradições de usar cores para representar aspectos da fé. Já no século IV as cores eram relacionadas a períodos litúrgicos e, por volta de 1200, sistematizadas em uma paleta de preto, branco, vermelho, verde e roxo pelo papa Inocêncio III. Tais cores, usadas até hoje, são referidas oficialmente com nomes latinos. O branco é usado no Natal, na Pascoa e nos dias santos. O vermelho, simbolizando o sangue, em datas associadas a martírio. O verde representa a vida e é usado rotineiramente, e o roxo é usado durante o advento e a quaresma, tempos de reflexão e penitencia. O preto é reservado para certas missas funerárias e na Sexta-feira Santa. Na tradição islâmica, as cores são concebidas em um nível metafisico, derivando da ideia de que a luz e a escuridão são duas eternas possibilidades que penetram o universo. O islã confere um significado particular ao número sete, que determina a construção da paleta de cores convencional islâmica. Ela se compõe de três níveis, com dois arranjos das sete cores básicas e mais um conjunto de 28.

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No primeiro nível, por exemplo, as cores fluem para diante do mundo. O preto, ocultação, deriva da noção de Deus se escondendo dentro de seu próprio esplendor. O pau-sândalo pode ser visto como uma base neutra para todas as cores da natureza. O grupo de quatro compreende o verde, o amarelo, o azul, e o vermelho. Cada um deles é associado com um elemento: verde é agua, amarelo é ar, azul é terra e vermelho é fogo. A maior parte destes pares difere das tradições que informam o simbolismo comercial de hoje: a água normalmente é azul (note o logo da empresa de água), uma cor também associada com o ar – enquanto a terra é ligada a laranja e verde. No cinema e na televisão a cor pode ser profundamente simbólica, referindo e enfatizando determinados temas ou personagens e – como em publicidade – tentando provocar ou reforçar respostas emocionais. A audiência pode omitir muitas referências simbólicas a cor – daí o número de guias, disponíveis na internet e em livros, explicando como “ler” certas cenas de filmes. Alguns diretores afirmam que as audiências inconscientemente registram o significado das cores em seu trabalho. Mesmo sem aceitar que as associações de cor são fixas, podemos argumentar que ligar repetidamente uma cor a um personagem ou a um tipo de evento numa narrativa criara conexões na mente do espectador. O vermelho é muito mais usado do que qualquer outra cor e com frequência se relaciona a temas de paixão, obsessão e desejo. O verde, cor raramente usada em marcas, é muitas vezes usado em filmes para representar inveja, o embaraço ou o desconforto.

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IV.

a teoria da cor Para usar a cor de maneira eficaz, precisamos compreender o que ela é e como funciona. Depois de desenvolver a lei da gravidade universal. Isaac Newton (16422-1727), se interessou por teorias da luz e da cor. Naquela época, muitas pessoas acreditavam que a escala de cores ia de um vermelho vivo, que propunha ser luz pura, ao azul e depois ao preto. Newton conjeturou que isso estaria errado, pois uma página branca escrita em preto não parecia colorida quando era vista a distância. Ao contrário, o preto e o branco se misturavam e pareciam cinza. Durante a segunda metade do século XVII, muitos cientistas faziam experiências com prismas. A opinião geral era de que o prisma “coloria” a luz, o que explicava o arco-íris que se via quando a luz era projetada através dele, sobre uma superfície. Em 1665, Newton realizou seus próprios experimentos, os resultados confirmaram que, em lugar de colorir a luz, o prisma a estava dividindo nas cores do arco-íris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Em 1666, Newton criou um gráfico circular com as sete cores distribuídas na circunferência. Como ferramenta para compreender e selecionar uma cor, a circunferência cromática permanece essencialmente a mesma até hoje. Newton presumiu que a luz era feita de partículas ou “corpúsculos”. Enquanto isso, entretanto, o físico holandês Christiaan Huygens (1629-1695) estava desenvolvendo a ideia de que a luz existe em ondas. A teoria de Newton explica a reflexão e refração da luz e o aparecimento da sombra, mas a teoria das ondas explicava por que as bordas da sombra não eram definidas. Em 1864, o físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879) sugeriu que a luz era de natureza eletromagnética, propagando-se como uma onda, da fonte ao receptor. No final do século, depois que Heinrich Hertz (1857-1894) descobriu as ondas de rádio e Wihelm Rontgen (1845-1923) descobriu os raios x, os pensamentos científicos sobre a luz foi revolucionado. A luz visível está em um espectro que também inclui ondas de rádio (comprimento de ondas mais curto), com as cores do espectro aparecendo na ordem de comprimento de onda decrescente. Albert Einstein (1879-1955) sugeriu mais tarde que a luz poderia consistir de partículas, afinal de contas, na realidade criando um quebra-cabeça para os físicos, que ainda tem de resolvê-lo. .

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01 a teoria tricomática .No início do século XIX, o físico inglês Thomas Young (1773-1829), postulou que o olho devia conter receptores feitos de partículas que “oscilavam” com determinados comprimentos de ondas de luz. Um infinito número de partículas seria necessário para cobrir totalmente o espectro, mas isto era claramente impossível, por isso os receptores deviam, ao contrário, ser sensíveis a apenas um número limitado de cores. Todas as outras que “vemos” seriam, então, criadas pelas combinações daquelas. A teoria Tricromática de Young inicialmente identificou as três cores como vermelho, amarelo e azul, mas ele mais tarde mudou o amarelo para verde. A teoria foi além, desenvolvida pelo cientista alemão Hermann von Helmholtz (1821-1894), o pioneiro da fisiologia sensorial. Nos anos 1960, os cientistas confirmaram a existência dos receptores que Young e Von Helmholtz tinham descrito, divididos em três tipos sensíveis a comprimentos de onda específicos que correspondem a vermelho (570nm), verde (535nm) e azul (425nm). A luz de cada cor primaria é adicionada para produzir progressivamente tons mais leves, variando a proporção para criar cores diferentes. Misturando igual quantidade de cada uma das cores primarias obtém-se luz “branca”. Podemos ver essa mistura aditiva em ação na televisão, na tela do computador ou do cinema e na iluminação teatral. Embora a teoria Tricromatica de Young e Von Helmholtz explicasse muitas observações sobre a cor, algumas outras questões ficaram pendentes. Nos anos 1870, Ewald Hering (1834-1918), um contemporâneo de Von Helmholtz, estudou a impressão subjetiva da cor. Ele ressaltou que o amarelo, que, supõe-se, seja produzido por uma combinação de vermelho e verde, é, de fato, percebido como uma

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cor elementar, não um verde avermelhado ou um vermelho esverdeado: não temos condições físicas de visualizar tais combinações. Isso o levou a rejeitar o modelo tricromático em favor de um sistema de sensações de quatro cores: amarelo, vermelho, azul e verde, mais preto e branco, que geram cores por um “processo complementar”. Pesquisas subsequentes mostraram que tanto a teoria Tricrommática como a teoria do processo complementar estão corretas. Elas se ocupam com o que acontece em estágios diferentes do processo visual no olho e no cérebro. Assim, os sistemas de cor baseados nos dois modelos ainda são usados por cientistas, artistas, ilustradores e designers, cada um usado para diferentes propósitos. A luz entra no olho através da pupila e é focada pela lente na retina, onde estimula os bastonetes e os cones. A informação sobre o que estamos vendo é transmitida ao cérebro por meio do nervo ótico.

Imagem retirada do endereço “Anatomia do Corpo”

Dentro da retina, um arranjo complexo de células especializadas processa as informações dos fotorreceptores (bastonetes e cones). O sinal que vem deles é, de alguma forma, estimulado para exercer um papel aproximadamente igual a visão da cor mas o mecanismo exato é desconhecido.

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v. organização cores primárias

As cores primárias são assim chamadas por não serem provenientes da mistura de nenhuma outra cor. tando em tons de cinza.

cores secundárias

As cores secundárias são o resultado da mistura entre duas cores primárias.

cores terciárias

As cores terciárias são a mistura entre uma cor primária e uma cor secundária.

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vI. características

MATIZ DEFINE AS TONALIDADES DAS CORES

TOM QUANTIDADE DE LUZ PRESENTE NA COR

INTENSIDADE BRILHO FORTE OU FRACO NA COR

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VII. OS SISTEMAS DE COR Compreender a física e a fisiologia da cor é uma coisa, saber usar cores é outra. Para selecionar e combinar cores, criar paletas agradáveis e predizer interações cromáticas, você precisará de uma referência visual. Vários sistemas de cor foram concebidos para fornecer isso, incluindo círculos, triângulos e diagramas mais complexos. A tentativa de formalizar o relacionamento das cores data pelo menos do tempo de Aristóteles, mas foi iniciado seriamente pelo Leonardo da Vinci e progrediu regularmente do século XVII em diante. Quando Newton curvou o espectro visível transformando-o num círculo, notou que, misturando duas cores de posições opostas no círculo, produzia uma cor neutra, ou “anônima”. Como o de Newton, a maior parte dos círculos cromáticos mostra apenas matizes puros, mas alguns acrescentam variações com brilho e/ou saturação diferente. Para mostrar os três aspectos ao mesmo tempo, é necessário um diagrama tridimensional, que torna tais sistemas difíceis de manejar. Outros sistemas cromáticos se ocupam em definir exatamente como produzir cores específicas. Para entender um pouco mais sobre cor precisa-se entender a diferença entre os principais sistemas de cores disponíveis no mercado. Eles são três: CMYK, RGB e Pantone.

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01 rgb O RGB é uma abreviação do sistema formado pelas cores Red (vermelho), Green (verde) e Blue (blue). O RGB é uma cor luz, portanto é uma sistema de síntese aditiva, ou seja, se projetarmos o azul, verde e vermelho (RGB) a sobreposição, duas a duas, dessas cores, irão resultar em cores primárias (magenta, amarelo, azul ciano), e a sobreposição das três juntas resulta o branco. Isso acontece porque, como as cores são a luz propriamente dita, ao juntar todas elas iremos emitir mais luz, e a junção de todas as cores de luz resulta na luz branca, assim como as cores do arco-íris são resultantes da separação da luz branca. Este padrão é considerado ideal para visualização em formatos digitais, pois a luz quando decomposta apresenta estas 3 cores, e com isso conseguimos enxergar todas as outras milhares de cores na tela. O sistema RGB é usado nos objetos que emitem luz, como por exemplo em televisões, câmeras, monitores, entre outros. As cores são obtidas neste sistema através de uma escala que vai de 0 a 255, quando todas estão no máximo (255, 255, 255) o resultado é a cor branca (máxima presença de luz), e quando todos estão no menor valor (0,0,0) o resultado é a cor preta (máxima ausência de luz).

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02 cmyk O CMYK é uma abreviação do sistema formado pelas cores Ciano, Magenta, Amarelo (Yellow) e Preto (Black). Ela é uma cor subtrativa, ou seja, ela é uma cor pigmento. As cores pigmento, como o nome sugere, são formadas de pigmentos sólidos que quando sobrepostos tendem a ficar cada vez mais escuros. Isso acontece porque a cor que vemos é apenas um reflexo da luz que incide sobre o pigmento, e uma vez sobrepostos esses pigmentos refletem menos luz, até haver uma ausência total dela, que é o preto. Ele é essencial para definir os detalhes da imagem e o tom das outras cores, ou seja: para conseguir um amarelo mais escuro, adiciona-se o preto, por exemplo. Este sistema é o principal sistema de cores utilizado pelas indústrias gráficas para material impresso. Inclusive na hora de revelar fotos, isso porque quatro cores de tinta geram uma qualidade final superior do que se utilizado somente três. Nem todas as cores podem sem impressas através deste sistema, algumas só serão possíveis com a adição de uma cor pantone.

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2 1 Imagem por Pantone


03 pantone A Pantone Inc., é uma empresa americana sediada em New Jersey, considerada hoje uma autoridade quando a questão é cor. O seu sistema de cores é amplamente conhecido, possui uma infinidade de cores e por isso é utilizado por diversos segmentos da indústria gráfica, além da têxtil, tintas e plástico. As cores produzidas por ela, são cores exatas, prontas e possuem uma alta fidelidade de cor. Elas devem ser usadas a parte e são escolhidas através de uma numeração em seu catálogo, como por exemplo a coca cola: o vermelho usado na marca é o Pantone 185, com essa numeração ela garante que o vermelho de sua embalagem seja o mesmo, não importando aonde ela seja impresso. O criador do sistema de cor “Pantone Matching System”, dono fundador da companhia acreditava que as cores são interpretadas de formas diferentes por cada pessoa. As cores Pantone, então, auxiliam no processo de impressão de materiais, de maneira que seja criada uma uniformidade entre as cores do monitor e impressão. A escala também permite realizar impressões em cores metalizadas ou fluorescentes, cores especiais que a escala CMYK não abrange e até mesmo em uma marca que necessite ter, obrigatoriamente, a mesma uniformidade de cores.

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Foto por Laurent Baheux

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viii.como combinar cores Encontrar a combinação correta para as cores é um dos desafios mais importantes que um criativo pode enfrentar. É através da combinação de cores que seu trabalho terá ou não harmonia. São elas que dizem se a obra possui energia, se é mais serena, um pouco mais pesada ou voltada para o modo “clean”. Um grande aliado para ajudar na combinaçäo de cores é o círculo cromático, também conhecido como roda de cores ou círculo de cores. Existem diversos tipos de círculo cromático. Tradicionalmente, o mais usado tem 12 matizes puros, sendo que o mais correto inclui os primários magenta, ciano e amarelo. Com ele, também é possível descobrir combinações diferentes para colorir o ambiente sem exagerar. Para entender como são feitas as combinações de cores ideais, é preciso entender as “leis de harmonização”, isto é, a relaçäo entre as cores do círculo, que são divididas em complementaridade, como cores análogas, triádicas, tetrádicas, complementares, monocromáticas.

“Saber combinar cores é como criar uma música. Há infinitas possibilidades e depende muito da sensibilidade do criador.” Paula Csillag

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01 complementares Cores complementares são tons que estão em lados opostos uns aos outros no círculo cromático. Esse esquema de combinações demonstra um grande contraste. Elas funcionam muito bem para criar um efeito de vida, energia, ousadia e de um ambiente moderno. O ideal é que uma cor domine o ambiente e depois detalhes na cor oposta apareçam no espaço.

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exemplos

Foto por Anissa Sofa Gallery

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Foto por Archiproducts

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02 análogas Cores análogas são cores que estão são adjacentes umas as outras, isto é, lado a lado. Utilizando esse esquema pode-se combinar de duas até cinco cores. Porém, o ideal é utlizar apenas de duas até três. Esse esquema de combinações cria uma impressão de calma e simpatia. Apesar de serem pouco contrastantes entre si, elas criam uma combinação interessante, alegre e jovial. O ideal é usar uma cor como a dominante e as outras duas para complementar os detalhes. É possível adotar tonalidades semelhantes para criar uma unidade ou intercalar com tons neutros, como bege, branco e preto.

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exemplos

Foto por Alina Vagapova

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Foto por Heidelberg Prepress

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03 tríade Está é uma combinação de três cores que estão equidistantes uma das outras dentro do círculo, produzindo um efeito de alto contraste sem perder a harmonia. Esse tipo de composição cria uma sensação “vibrante” mesmo quando utilizado cores claras e sem saturação. É uma combinação que poucos arriscam mas se bem feita criam ambientes marcantes. O ideal é sempre apostar em uma tonalidade dominante e as outras duas mescladas em objetos ou móveis para não errar.

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exemplos

Imagem por Jennifer Bachdim

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Foto por House & Garden

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04 fenda Está é uma variação da combinação de cores complementares em que se escolhe uma cor primária e duas cores complementares, isto é, tons que se encontram os dois diametralmente opostos a cor primária. O efeito criado por esse esquema tem mais contraste, porém serve para causar um efeito menos intenso que a tríade.

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exemplos

Foto por Reproduçäo Casa Vogue

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Projeto por Paula Neder

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05 quadrado Está é uma variação da combinação de quatro cores equidistantes uma das outras. Neste caso os tons diferem uma das outras, mas também são complementares. Isso cria um efeito de dinâmica, vividez e diversão.

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exemplos

Foto por Gabriel Castro

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Foto por Homesecurity.press

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IX. a PSICOLOGIA DAS CORES Não existe cor destituída de significado. A impressão causada por cada cor é determinada por seu contexto, ou seja, pelo entrelaçamento de significados em que a percebemos. A psicologia das cores é uma atividade que vem se desenvolvendo por muitos anos e que auxilia em diversos processos de desempenho em todas as áreas de atuação. Ela contribui para que possamos interpretar como as cores afetam emoções e aguçam os sentidos de quem as percebe. Tem a capacidade de agir biológica, psicológica, emocional e culturalmente em favor positivo ou negativo durante a apresentação de marcas, produtos, serviços e principalmente nos espaços que nos encontramos no dia a dia. Consequentemente, é importante aprender a usar o significado de tal elemento favoravelmente para a transmissão de informações. Os resultados das pesquisas demonstram que cores e sentimentos não se combinam ao acaso nem são uma questão de gosto individual, são vivências comuns que, desde a infância ficaram profundamente enraizadas em nossa linguagem e em nosso pensamento. Um terço da criatividade consiste de talento, um terço de influências ambientais que estimulam dons especiais e um terço de conhecimentos aprendidos a respeito do setor criativo em que se trabalha. Quem não souber nada a respeito dos efeitos gerais e da simbologia das cores, quem quiser confiar apenas em seus talentos naturais, será sempre ultrapassado por aqueles que possuem, além disso, esses conhecimentos.

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01 braNCO Uma das cores mais neutras da paleta, o branco é denominado como “cor pura”, sendo capaz de transmitir a sensação de tranquilidade, limpeza e organização. Além disso, essa cor é capaz de ressaltar a luz das outras cores, quando combinadas. É uma das cores mais fáceis de ser combinada e desperta a sensação de harmonia e equilíbrio quando posta junto com cores mais intensas. A cor branca é harmônica, expressa paz, luz, pureza, amor, respeito, mesura, simplicidade, humildade, precisão, inocência, juventude, nascimento, esterilidade e sensação de frio. Ótimo

para

ser

usada

em

consultórios

e

laboratórios.

Pontos negativos: a utilização de ambientes predominantes brancos podem trazer apatia e sensação de falta de “vida” para o local.

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Imagem por Toppoint

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02 CINZA A junção das duas cores mais neutras da paleta, preto e branco, resultam no cinza, uma cor considerada neutra. Ela tende a ser utilizada para ressaltar outras cores, pois sua neutralidade auxilia no destaque de outros tons e transmite a sensação de harmonia e equilíbrio. O cinza passa uma ideia de elegância, diferença, naturalidade, liso, suave, macio, tecnológico, além de remeter a responsabilidade, conhecimento, profissionalismo, tecnologia e inovação. Tende a ser utilizado em design corporativo, empresas do segmento de tecnologia e casas elegantes, uma vez que transmite a sensação de solidez, formalidade e modernidade, além, claro, de ser um tom agradável. Pontos negativos: utilizado esta cor como predominante pode trazer desanimo, sensação de hibernação e falta de energia.

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Imagem por Tinnaphop Chawatin

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03 preto O preto é a cor mais poderosa e neutra. Tende a ser associada à elegância, força, mistério, sofisticação, glamour, nobreza, superioridade, poder, profissionalismo, segurança emocional e eficiência. Além disso, é considerado um tom impessoal. Por ser uma cor neutra, acaba transformando a combinação com outras cores uma coisa bem simples, capaz de refletir diferentes simbologias. Tende a ser utilizado em empresas de engenharia, escritórios de advocacia, cosméticos e produtos de luxo. Além de residências com um forte tom de poder. Pontos negativos: utilizado esta cor em demasia, pode trazer ideia de morte, opressão, frieza, sensação de ameaça e angústia.

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Imagem por MH-Deco

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04 amarelo A cor amarela é uma cor acolhedora, incentiva a criação e a comunicação, desperta alegria, auto-estima, simpatia, extroversão, animação, criatividade, entretenimento e otimismo. Pode influenciar em atividades que exijam dedicação e memorização, ajuda na concentração de quem está dentro de um determinado ambiente, além de estimular o intelectual e sugerir animação. Por ser uma cor viva, mantém a mente alerta e trabalhando ativamente na construção de novos conhecimentos. Tende a ser utilizado em ambientes corporativos criativos, de produção, em vitrines de lojas, casas alegres e em restaurantes por ser um forte estimulante de apetite. Pontos negativos: utilizado esta cor como predominante pode trazer ideia irracionalidade, fragilidade emocional, depressão e ansiedade.

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Imagem Autoria Desconhecida

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05 verde O verde, como já imaginado, tem grande referência quando o assunto é natureza e meio ambiente. No entanto, também é capaz de trazer sensações de equilíbrio,calma, tenacidade, orgulho, renovação, tranquilidade, liberdade, harmonia, saúde, natureza, vida, e frescor ao ambiente. Grandes pesquisas trazem hoje também que o verde reflete forte ligação com a cura. Também pode remeter à consciência de preservação e compreensão sobre as questões referentes à natureza. Geralmente é utilizado em hospitais, loja, centros de saúde e estética para passar sensação de relaxamento e calma aos visitantes e pacientes, áreas de ciência, medicina, ecologia, turismo e empresas de alimentos orgânicos. Além, claro, de ambientes ligados a natureza, paisagismo e jardinagem. Pontos te verde

negativos: podem trazer

ambientes predominantementédio, estagnação, e desinteresse.

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Imagem Joanna Szmerdt

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06 azul O azul claro assim como o verde, traz a sensação de higiene, diminui a ansiedade, angústias e medos, trás frescor para o espectador. Além disso, é uma cor capaz de estimular a criatividade e transmitir a sensação de sucesso e conquista. O significado da cor azul é associado principalmente a sensação de paz. Lembra limpeza, água, tecnologia, espiritualidade, calma, segurança, ordem, serenidade e produtividade. Em tons escuros transmite segurança, tranquilidade, confiança, sucesso e poder. Muito utilizado em empresas de tecnologia, ambientes corporativos onde a sensação de poder e confiança são reforçadas pela sobriedade da cor, ambientes de criatividade para o azul mais escuro e ambientes tranquilos para o azul mais claro. Muitas pesquisas realizadas afirmam, inclusive, que a cor é capaz de reforçar confiança na empresa. Pessoas de mais idade enchergam o azul muito mais que pessoas mais novas e são atraídas por ele. De modo geral, a cor é associada a paz, é capaz de reduzir o apetite e estimular o pensamento criativo. Pontos negativos: ambientes com dominantes podem trazer frieza,

a cor azul prealtivez e antipatia.

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Imagem por Made In Design

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07 ROSA O rosa, assim como o azul, é dividido entre tons mais suaves e mais fortes. O rosa suave tende a indicar delicadeza, inocência, romantismo, saúde, felicidade, satisfação, charme, leveza e proteção. Já os tons mais intensos estão diretamente relacionados à modernidade e são comumente utilizados para despertar a atenção do público, inspirar desejo, afeto e feminilidade. A cor transmite a sensação de inovação e diferenciação, despertando o desejo e a atenção por conhecer algo novo e diferenciado. Ambos os tons podem ser encontrados em locais ligados a feminilidade, a delicadeza, em áreas infantis, jovens e que comercializam doces. Pontos nância

negativos: ambientes com a cor rosa em predomipodem trazer ideia de inocência e inferioridade.

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Imagem por Casacor

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08 violeta O violeta, historicamente conhecido como cor da realeza e nobreza, pode ser associado a calma, espiritualidade, sensibilidade, respeito e sabedoria. Ele influencia na área do cérebro que é capaz de lidar com a solução de problemas nos mais variados graus de dificuldade. Também é uma cor capaz de estimular a imaginação e criatividade, e de transmitir a sensação de mistério e sensatez. Recomenda-se utilizar o violeta como uma forma de fazer menção à espiritualidade. Em locais de referência a sabedoria, produtos de beleza e estabelecimentos que visam o bem-estar, como SPAs e clínicas de estética. Pontos negativos: predominância da ta pode trazer introversão, supressão, interioridade

cor violee arrogância.

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Imagem por Eli Home

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09 vermelho O vermelho é uma das cores mais simbólicas. Pode significar cor da paixão, do amor, poder, da excitação, do prazer, da urgência. Percebemos que essa cor tende a estimular a ação, destacar o ambiente, trás a sensação de energia, proteção e confiança. Muito utilizada em ambientes de estimulação criativa, de movimentação, rápida estadia, lojas em liquidação e em muitos restaurantes como o amarelo, por despertar a fome. Pontos negativos: te vermelhos podem

ambientes trazer raiva, fúria,

predominantemenira e violência.

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Imagem por Hardecor

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10 laranja Sendo uma cor derivada do vermelho, o laranja tem características muito alegres e estimulantes, acabando por despertar o desejo de ação do usuário. Em relação ao vermelho, o laranja acaba tendo a vantagem de ser mais agradável aos olhos, menos agressivo. A cor laranja representa uma cor enérgica, estimulante, jovem. Incentiva a expansão, criatividade, entusiasmo, otimismo, mudança e dinamismo. Trás humor, energia, equilíbrio, extravagância. Muito usada no segmento alimentício, esportivo e de lazer. Chama atenção do consumidor. Também é aplicado em áreas criativas, alegres, que retratam espírito jovem. Pontos negativos: ambientes predominantemente laranjas podem trazer ansiedade, sensação de exagero e irritabilidade;

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Imagem por The Nassim

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11 marrom Quando pensamos em sofisticação e seriedade, confiança e elegância, o marrom é a cor mais recomendada. Ele é capaz de transmitir conceitos que se associam à natureza, segurança, casa, confiabilidade, conforto, estabilidade, conservadorismo e solidez. Podemos notar o uso da cor em empresas dos segmentos de interiores, pisos, móveis, empórios, lojas com produtos exclusivos, orgânicos e relacionados à natureza. Para empresas do universo corporativo, a cor tende a reforçar a sensação de comprometimento, organização e seriedade empresarial. E nos lares para trazer a seriedade e sofisticação. Pontos negativos: rom pode trazer

ambientes falta de

com predominância em marhumor, angústia e sofisticação.

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X. PROJETO suíte Baseado nos estudos da cor, em como ela funciona e o que ela nos trás, elaboramos o projeto de uma suíte com exatamente o mesmo mobiliário alterando somente a cor utilizada no ambiente. Assim, ao olhar para cada projeto fica clara a particularidade que podemos dar a cada cor, sua importäncia em nossas vidas e como ela nos afeta diretamente sem que talvez tenhamos percebido.

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01 marrom

PLANTA BAIXA

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ELEVAÇÃO

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01 marrom

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IMAGEM RENDERIZADA


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02 verde รกgua

PLANTA BAIXA

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ELEVAÇÃO

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02 verde รกgua

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IMAGEM RENDERIZADA


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03 ROSA

PLANTA BAIXA

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ELEVAÇÃO

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03 ROSA

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IMAGEM RENDERIZADA


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04 AZUL

PLANTA BAIXA

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ELEVAÇÃO

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04 AZUL

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IMAGEM RENDERIZADA


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05 vermelho

PLANTA BAIXA

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ELEVAÇÃO

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05 vermelho

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IMAGEM RENDERIZADA


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06 AMARELO

PLANTA BAIXA

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ELEVAÇÃO

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06 AMARELO

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IMAGEM RENDERIZADA


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xI. considerações finais Nota-se que um mesmo ambiente pode mudar totalmente seu visual alterando somente suas cores. Portanto, é de suma importância o entendimento e a compreensão do designer de interiores e de todos profissionais da área de criação e comunicação, para saberem utilizar com excelência a aplicação das cores. A cor é capaz de alterar visualmente as dimensões e formas do espaço. Ela é capaz de passar uma mensagem sobre um ambiente sem dizer uma palavra. Assim, ao utilizá-las, é necessário planejamento, conhecimento e estudo, a fim de se alcançar eficiência, conforto visual e maior aproveitamento de sua funcionalidade para transmitir sua mensagem e assim se diferenciar em seus projetos. Ambientes humanizados e coloridos dão vida ao espaço e isso é uma arte tanto quanto uma técnica. A cor não deve ter um fim em si mesma, ela deve fazer relações com o ambiente a sua volta e poder ser aproveitada de todo seu potencial e função. Muitas vezes, não é necessário fazer uma grande reforma, apenas um pouco de cor pode mudar tudo.

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xIi. bibliografia FRASER, TOM; BANKS, ADAM. O guia pleto da cor: 2. ed. São Paulo: Senac,

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HELLER, EVA. Psicologia das cores: Como as cores afetam a emoção o e a razão: edição padrao. São Paulo: GG, 2012. TOM FRASER; ADAM BANKS. O cor no design: ed. São Paulo:

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ISRAEL. Rio de

O univerJaneiro: Senac, 2006.

GUIMARÃES, LUCIANO. A cor como informação: a construção biofísica, lingüística e cultural da simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2000. PEREZ, CLOTILDE; BASTOS, DORINHO. Psicodinâmica das cores em comunicação. 5. ed. ver. e ampl. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. DANGER, ção. Rio

ERIC de

P. A Janeiro:

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LARISSA CASSANO LUÍSA COUTO

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