É impressão minha? (primeiro capítulo)

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Adriano Gregory João Luis Liberal Ribeiro Ramos Maranhão


“É Impressão Minha ?”© Copyrights Editoração e Paginação Luis André Maranhão Pesquisa e Coordenação João Victor Ramos Produção Gráfica e Edição de Arte Adriano Santos Liberal Revisão Gráfica e Ortográfica Gregory Filipe Ribeiro

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) É Impressão Minha? © Copyrights São Paulo - SP 2016 ISBN 13262903

000-000000 CDD-000.1

Todos os direitos de reservados a Editora HUMI Ltda. Av. Roque Petroni Júnior, 630 - Morumbi, São Paulo - SP Tel.: (11) 4007-1192 Cel.: (11) 963939130 email: contato@editorahumi.com www.editorahumi.com.br



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Autor : João Victor Ramos

1.1 Tampografia 1.1.1 A Tampografia na História Existem algumas versões acerca do surgimento da tampografia. Na primeira, a tampografia teria surgido no século XIX, na Inglaterra, com o objetivo de decorar as peças e os utensílios de cozinha da Rainha Vitória de forma rudimentar e manual com uso de tampões de gelatina que duravam em média 100 impressões. Há também a versão em que, a tampografia tenha sido inventada por volta dos anos de 1950 para decorar os finos e delicados relógios suíços, principalmente os femininos, e em 1970 ela tenha sido aperfeiçoada na Alemanha que hoje é tida como o berço da tampografia. Consta que as primeiras máquinas a funcionar na Alemanha começaram a ser comercializadas em 1978 e 1979. A tampografia, apesar de bastante acessível e desenvolvida para clientes de médio e grande porte, ainda é deixada muito de lado, como coadjuvante da impressão gráfica. Porém vem se desenvolvendo em escala industrial e modificando o Transferência da tinta (grafismo) para o tampão e para a peça.

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1.1.2 Nos Dias Atuais A Tampografia é um processo de impressão indireta e encavográfica (baixo-relevo) que consiste na transferência de tinta do clichê (matriz) para a peça a ser decorada através do tampão. Primeiramente a tampografia era vista como uma arte de simples decoração e hoje se tornou um sistema de impressão capaz de imprimir em superfícies irregulares, côncavas, convexas, planas, etc., como a casca de uma noz, por exemplo. Sua grande vocação é para as impressões de pequenas áreas, mas com os avanços tecnológicos da tampografia e de seu desenvolvimento a nível industrial, é possível a impressão em áreas de até 300 x 300 mm. A Tampografia está em ascensão no mercado brasileiro, devido à necessidade pensamento de vários clientes com sua variedade de trabalhos. das empresas em melhorar seus produtos nos parâmetros visuais. Como a Tampografia é um processo muito antigo, há diversas empresas que ainda utilizam em suas produções um sistema ultrapassado de gravação, como máquinas de tinteiro aberto que sujam o ambiente e são prejudiciais à saúde do operador, clichês que são produzidos com químicos que agridem o meio ambiente, processos lentos ou manuais que fazem com que se perca muito tempo em limpeza ou setup. Hoje a evolução já é uma realidade no setor Tampográfico, já é possível encontrar sistemas totalmente clean, ecológicos ou até mesmo robotizados. E a tendência é que nos próximos anos essa seja a única realidade da Tampografia, pois a visão mundial está voltada para a conscientização global da ecologia. Atualmente utiliza-se em concorrência com a serigrafia no campo da estamparia de objetos tridimensionais.

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1.1.3 Como ocorre o processo A Tampografia é um processo de impressão indireto em que uma Máquina Tampográfica, transfere tinta de uma imagem gravada em um clichê, a um objeto ou produto, utilizando-se de um tampão de silicone, o qual se molda conforme a forma do objeto, sendo ele plano ou com curvatura.

Esquema básico do processo de impressão tampográfica (sistema Fechado).

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1.2 Serigrafia 1.2.1 Serigrafia na História Desde os tempos mais remotos,existe, no Oriente, o.estêncil.(pl.estênceis, em.inglês.stencil).para a aplicação de padrões (modelos,..espaços..sequenciais).em.tecidos, móveis e paredes. Na China os recortes em..papel..(cut-papers).. não.eram.só.usados.. como uma forma independente..de..artefato, mas também como máscaras para estampa, principalmente em tecidos. No Japão o processo com estêncil alcançou grande notabilidade no período Kamamura..quando..as armaduras dos samurais, as cobertas de cavalos e os estandartes tinham emblemas aplicados por esse processo. Durante os séculos XVII e XVIII ainda se usava esse tipo de impressão na estam-

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paria de tecidos. Aos japoneses é atribuída a solução das “pontes” das máscaras: diz-se que usavam fios de cabelo para segurar uma parte na outra. No Ocidente registra-se no século passado, em Lyon, França, o processo (de máscaras, recortes) sendo usado em indústrias têxteis (impressão a la lyonnaise ou pochoir) onde a imagem era impressa através dos vazados, a pincel. No início do século registravam-se as primeiras patentes: 1907 na Inglaterra e 1915 nos Estados Unidos, e o números de impressos comerciais cresceu muito. Na América, os móveis, paredes e outras superfícies eram decorados dessa maneira.


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MoMA - The Museum of Modern Art. 11 W 53rd St, New York, NY 10019, EUA

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Foram raros os artistas que utilizaram o processo como ferramenta para a execução de gravuras, ou de trabalhos gráficos. Theóphile Steinlein, um artista suíço que vivia em Paris no início do século (morreu em 1923) é um dos poucos exemplos do uso da técnica. Neste período da grande..depressão de 1930, nos EU..os esforços do WPA - Federal Art Projects, estimularam um

grupo de artistas encabeçados por Anthony Velonis a experimentar a técnica com propósitos artísticos. Os materiais e equipamentos baratos, facilmente encontrados sem grandes investimentos foram algumas das razões que estimularam os artistas a experimentar o processo. Entre eles, citamos Bem Shahn, Robert Gwathmey, Harry Stenberg. Tais artistas iniciaram um importante trabalho de transformar um meio mecânico, cujas qualidades gráficas se limitavam às impressões comerciais, numa importante

ferramenta para desenvolver seus estilos pessoais. O sentido desse esforço inicial estendeu-se aos artistas dos anos 1950, incluindo os expressionistas abstratos e os action painters, como Jackson Pollock. Até Marcel Duchamp, que não era exatamente um artista-gravador, nos deixou um auto-retrato de 1959, uma serigrafia colorida que está no MoMa (Museum of Modern Art, Nova York).


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Anthony Velonis, artist who introduced screen printing (serigraphy) to the WPAWorks Progress Administration.

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No fim da segunda guerra mundial, quando os aviões americanos aterrizaram em Colônia(Alemanha), com suas fuselagens decoradas com emblemas e comics em serigrafia, surgiu o interesse europeu pela técnica. As barreiras e definições estabelecidas que tratavam a serigrafia como “manifestação gráfica menor” só foram eliminadas no fim dos anos 1950, início dos 1960. O grande responsável por isso foi o processo fotográfico utilizado através da serigrafia e novos conceitos e movimentos artísticos, além do avanço tecnológico (ver Pop art, Op art, Hard-edge, Stripe, Color-field, Minimal Art). Os primeiros artistas que se utilizaram do processo procuravam tornar mais naturais e menos frias as impressões. Foram ressaltados, entre outros, dois pontos básicos da técnica: (1) sua extrema adaptabilidade que permite a aplicação sobre qualquer superfície inclusive tridimensional, muito conveniente para certas tendências artísticas (2) e suas especificidades gráficas próprias, ou seja características gráficas que apenas a serigrafia pode proporcionar.


Cyan: Impressão do Tempos O termo serigrafia (serigraph, em inglês) é creditado a Anthony Velonis, que influenciado por Carl Zigrosser, crítico, editor e nos anos 1940, curador de gravuras do Philadelphia Museum of Art, propôs a palavra serigraph (em inglês), do grego sericos (seda), e graphos (escrever), para modificar os aspectos comerciais associados ao processo, distinguindo o trabalho de criação realizado por um artista dos trabalhos destinadas ao uso comercial, industrial ou puramente reprodutivo processo e técnica de impressão Velonis também escreveu um livro em 1939, intitulado Silk Screen Technique (New York: Creative Crafts Press, 1939) que foi usado como “how-to” manual de outras divisões de posteres. Ele viajou extensivamente orientando os artistas da FAP sobre a técnica da serigrafia.

1.2.2 Nos dias atuais A serigrafia evoluiu muito nos últimos anos, e por incrível que pareça não surgiu nenhuma técnica para substituí-la a altura até o momento. No ramo da impressão em tecidos e malhas, a impressão digital vem há anos tentando alcançar a serigrafia, porém sem sucesso até o momento. Os principais países que utilizam a técnica de silk-screen são os Estados Unidos, o México e a India, de acordo com o site americano Serigraph. Recursos técnicos, assim como químicos e capacitação profissional como especialistas e engenheiros de tinta, são especialmente importantes para apoiar e assegurar que as especificações exigidas para o projeto sejam cumpridas.

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1.2.3 Como Funciona a Serigrafia Serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela preparada. A tela (Matriz serigráfica), normalmente de poliéster ou nylon, é esticada em um bastidor (quadro) de madeira, alumínio ou aço. A “gravação” da tela se dá pelo processo de fotossensibilidade, onde a matriz preparada com uma emulsão fotossensível é colocada sobre um fotolito, sendo este conjunto matriz+fotolito colocados por sua vez sobre uma mesa de luz. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados na tela, permitindo a passagem da tinta pela trama do tecido, e os pontos claros (onde a luz passará pelo fotolito atingindo a emulsão) são impermeabilizados pelo endurecimento da emulsão fotossensível que foi exposta a luz.

O uso de tintas ecológicas na serigrafia atual, você faz o seu trabalho e ainda ajuda o planeta.

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É utilizada na impressão em variados tipos de materiais (papel, plástico, borracha, madeira, vidro, tecido, etc.), superfícies (cilíndrica, esférica, irregular, clara, escura, opaca, brilhante, etc.), espessuras ou tamanhos, com diversos tipos de tintas ou cores. Pode ser feita de forma mecânica (por pessoas) ou automática (por máquinas). A serigrafia caracteriza-se como um dos processos da gravura, determinado de gravura planográfica. A palavra planográfica, pretende enfatizar que não há realização de sulcos e cortes com retirada de matéria da matriz. O processo se dá no plano, ou seja na superfície da tela serigráfica, que é sensibilizada por processos foto-sensibilizantes e químicos. O princípio básico da serigrafia é relacionado freqüentemente ao mesmo princípio do estêncil, uma espécie de máscara que veda áreas onde a tinta não deve atingir o substrato (suporte). Impressos serigráficos são obras originais e não podem ser considerados reprodução. Embora existam máquinas serigráficas automatizadas, o processo manual ainda é muito utilizado, principalmente por empresas de pequeno é médio porte. Por este motivo, os profissionais gráficos, assim como artistas plásticos que utilizam esta técnica para impressão de projetos, a consideram como uma técnica que não permite reprodução, e sim a impressão de cópias sempre originais.

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1.3 Flexografia 1.3.1 Flexografia na História O sistema de impressão flexográfica pode ser considerado um avanço do sistema de impressão tipográfico, ou podemos dizer que a impressão flexográfica se inspirou na tipografia (que por sua vez se inspirou na xiligravura).No início do século o sistema já era utilizado, porém em pequena escala, por volta de 1920 o processo de impressão começou a ser utilizado em grande escala. A princípio o nome do sistema de impressão era anilina, pois utilizava tinta à base de corantes de alquitrán ( da mesma família dos óleos de anilina). Como o termo anilina (derivado de alquitrán – substância tóxica) dava a impressão que produtos impressos pelo sistema poderiam causar algum mal para quem os utiliza-se, então fornecedores, vendedores, preocupados com esse impacto negativo resolveram lançar a proposta para a escolha de um novo nome. (nesta fase já utilizava pigmentos com características iguais aos outros processos de impressão).

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Foi lançado em uma revista da área a proposta para a escolha de um novo nome, de onde se escolheu o nome Flexografia dentre muitos nomes enviados para a redação da revista. Durante muito tempo as impressoras flexográficas não receberam a devida atenção de fabricantes de máquinas gráficas, no início eram máquinas grandes e desengonçadas, apresentavam muitas variações durante o processo de impressão, eram difíceis de ser operadas e perigosas. Muitas vezes eram fabricadas na própria gráfica. Após a 2ª guerra a flexografia deu grandes passos em termos de evolução e utilização. O sistema de impressão flexográfica tem como características principais a utilização de uma forma flexível em alto relevo, utilização de tinta líquida (à base de água ou solvente), sistema de impressão direto.

“Carimbo“ para impressão em flexografia.

1.3.2 A flexografia hoje A flexografia pode imprimir praticamente qualquer tipo suporte, e atua em diversos segmentos, desde a impressão em banda larga (embalagens) até a banda estreita (etiquetas e rótulos). Apesar de ter sido estigmatizada durante muitos anos como um processo de impressão de pequena ou baixa qualidade, quando comparada à rotogravura, o avanço tecnológico da flexografia levou-a a um novo patamar de qualidade, tão boa quanto a impressão rotogravura ou offset, desde que sejam observados os inúmeros controles e monitoramento das variáveis durante o processo.

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1. Editorial (periódicos); 2. Promocional (embalagens e peças de apoio) - o maior crescimento da flexografia encontra-se no ramo das embalagens flexíveis (celofane, polietileno, polipropileno, nylon, poliéster, alumínio, papel etc.), etiquetas e rótulos auto-adesivos e as embalagens de papelão ondulado. Pode-se também imprimir materiais decorativos, a exemplo dos papéis para presente, móbiles, crepom, papel tissue, TNT (tecido não-tecido) dentre outros. Imprime-se também a cerâmica, tecidos, fórmica e bens duráveis. Uma das vantagens da flexografia é a capacidade para imprimir sobre uma ampla gama de substratos, desde ásperos e grossos até suaves e lisos, desde papel absorvente até suportes brilhantes e de alumínio. As tintas líquidas são de rápida secagem, podendo-se imprimir sobre substratos não absorventes, necessitando geralmente de um sistema de secagem composto por aquecedores, ventiladores e exaustores, para uma perfeita secagem da tinta sobre o substrato.Tintas à base de água, diminuindo a poluição e o forte cheiro dos solventes. Possibilidade de mudar o diâmetro do cilindro porta-formas, resultando isto em um melhor aproveitamento do substrato como da forma. Pode-se preparar a montagem do próximo trabalho (colagem da forma no porta-formas) enquanto a impressora ainda está imprimindo outro trabalho.

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1.3.3 Como opera a flexografia Flexografia é um processo de impressão gráfica em que a fôrma, um clichê de borracha ou fotopolímero, é relevográfica. O sistema pode ser considerado como um “bisneto” do carimbo. Usa-se tintas líquidas altamente secativas, a base de água, solvente ou curadas por luz UV ou feixe de elétrons. Uma de suas virtudes é a flexibilidade para imprimir os mais variados suportes, de durezas e superfícies diferentes. A flexografia é um processo de impressão direta, caracterizado pelo emprego de uma forma relevográfica (isto significa que seus grafismos ou áreas de impressão estão em relevo) e resiliente, produzida na forma de chapas planas ou camisas (tubulares, para máquinas impressoras dotadas de mandris e sistema de ar comprimido, indicadas para Com o desenvolvimento do fotopolímero pela multinacional Dupont, a flexografia passou por uma mudança revolucionária: chapas com maior durabilidade, precisão e qualidade, aptas a serem gravadas com lineaturas superiores a 42 l/cm. O nome comercial do fotopolímero da Dupont – o “Cyrel” tornou-se sinônimo de chapas flexográficas. O fotopolímero, inicialmente gravado pelo processo de exposição com lâmpadas UV especiais também evoluiu bastante. A primeira geração constituía-se num processo analógico, com a exposição de um filme (fotolito) matte para a geração de uma imagem latente e a posterior revelação com solvente (existem várias marcas e tipos fabricados no Brasil, inclusive com apelo ambiental) e escovação. Aprimoramentos para aumentar a produtividade dos equipamentos (em especial, as processadoras) e tornar o processo mais amigável ao meio-ambiente levaram a Dupont ao desenvolvimento do processo térmico - o Cyrel Fast, que substitui os químicos e a escovação por uma manta especial e aquecida.

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Para entendermos melhor o princípio da forma flexográfica podemos pensar em um carimbo, onde sverá entintada somente as áreas que estão em alto relevo (característica vinda da xilogravura). Esta forma será fixada no cilindro porta-formas na impressora, onde através de sistemas apropriados de entintagem, será realizada a aplicação da tinta na superfície da imagem em alto relevo.Existem diversos tipos de formas que podem ser utilizados em flexografia, dependendo das características do impresso a se reproduzir, máquina à ser utilizada, substrato que será utilizado na impressão etc. (veremos melhor sobre formas no item Fomas). A tinta utilizada em flexografia é uma tinta líquida, podendo ser usado como agente de cor corante ou pigmento.Essa tinta pode ser à base de água ou solvente, ou seja, a resina é solúvel em água ou solvente (dependendo das características e utilização do impresso a se obter). Devido a característica de utilizar tinta líquida (e forma em alto relevo), o sistema de impressão flexográfica é um dos sistemas mais versáteis que existe, podendo fazer a impressão em diversos substratos, como papel, plásticos, sacos de ráfia, papelão ondulado, cerâmica, etc (com a utilização de máquinas especialmente fabricadas para cada utilização). A impressão em substratos impermeáveis pode ser obtida devido ao fato da tinta ser líquida e de secagem extremamente rápida (com auxílio de aquecedores e ventiladores instalados no percurso do substrato após a impressão. A última tecnologia na gravação de formas flexográficas são os sistemas de gravação direta a laser em camisas tubulares confeccionadas de fotopolímero (Cyrel Round) e diversos tipos de borrachas (elastômeros) especiais. Existe também a gravação direta DLE “Direct Laser Engraving”, onde a imagem é gravada diretamente na camisa (cilindro emborrachado), dispensando o uso de produtos químicos em seu processo e possibilitando a impressão contínua (sem emenda).

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No Brasil a única fábrica de fotopolímero da America Latina, a Polyhex química, está localizada em Tubarão, Santa Catarina. Desde 2001 a fábrica produz fotopolímero líquido para confecções de carimbos e placas cyrel. A Finetech em Itupeva, São Paulo, faz a gravação direta na camisa (borracha). Há também outras empresas atuantes neste mercado como Vibelplast, Lamipack, Inflex, entre outras.

1.4 Rotogravura 1.4.1 A rotografia pelo tempo O primeiro projeto de uma máquina com matriz de impressão apresentando o grafismo gravado, foi patenteada em 1784 por Thomas Bell. Porém, o primeiro projeto de um equipamento rotativo de impressão a utilizar deste tipo de processo data de 1860, e deve-se a Karl Klic, que é considerado pai da Rotogravura.

1.4.2 A rotogravura hoje Hoje a Rotogravura atua em três campos definidos que são: 1. Editorial; 2. Embalagens; 3. Diversos;

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Editorial: A Rotogravura trabalha neste campo mais especificamente no ramo de periódicos (revistas), já que neste tem de cumprir prazos bem restritos. Embalagens: A grande utilização nas embalagens flexíveis, são compostas de substratos, como por exemplo: celofane, plásticos (polietileno, polipropileno, nylon, poliéster…). Neste caso é preciso avaliar que tipo de trabalho será feito, a tiragem, a qualidade do impresso, o tipo do suporte, já que é possível se utilizar de outros processos como por exemplo Flexografia. Diversos: Neste campo está engajada numa série de trabalhos tais como: papéis de valores, papéis de parede, papéis de presente. A alta tiragem é obtida pelo fato do cilindro de 6 a 10 milhões de impressão contra 1 milhão de fotopolímeros da Flexografia e 500 mil da Offset. A Rotogravura tem mantido sua cota de mercado (10%), sendo especialmente mais forte nos Estados Unidos e na Alemanha por serem muitos vastos, possuírem muitos consumidores e terem especial necessidade de utilizar embalagens. No Brasil a Rotogravura é representada por exemplo pela Editora Abril, Incoplast Embalagens (empresa do Grupo Copobras S/A), Empax, Zaraplast, Inapel, Diadema entre outros. Impressão de alta qualidade e alta tiragem em branco, preto e colorido; • Qualidade uniforme em toda tiragem; • Pretos mais ricos e gama mais ampla de tonalidades em relação a todos os outros processos de impressão; • Mais econômicas nas altas tiragens e altas velocidades. No entanto, com preparação cuidadosa e atenção para os detalhes, as pequenas tiragens podem ser feitas a um custo competitivo; • As chapas e cilindros, embora durem mais, custam mais que os tipográficos ou em offset.

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1.4.3 Como chegar a rotogravura

Rolos de impressão de rotogravura.

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Rotogravura é um processo de impressão direta, cujo nome deriva da forma cilíndrica e do princípio rotativo das impressoras utilizadas. Difere-se dos outros métodos pela necessidade de que todo o original tenha de passar por um processo de reticulagem, incluindo o texto. A impressão é rotativa e se dá em diversos tipos de superfície. Na Rotogravura, a impressão aplica quantidade de tintas em diferentes partes do impresso. Isso é possível graças à gravação de células em um cilindro revestido com cobre e cromo. A gradação das tonalidades da imagem é determinada pela profundidade das células: as profundas contêm mais tinta, assim imprimem tons mais escuros; as rasas, com menos tinta, resultam em tons mais claros. Depois de ser gravada no cilindro revestido com cobre, a imagem é recoberta com cromo para dar maior durabilidade. O sistema de pré-impressão consiste nas etapas necessárias para confecção dos cilindros de Rotogravura. O cilindro é a unidade básica de impressão, isto é, para cada cor de impressão corresponde um cilindro de Rotogravura. O processo final da pré-impressão é a gravação de cilindros. Este tipo de impressão é feito em máquinas rotativas, que podem ser alimentadas por folhas ou por bobinas. A alimentação por folhas é utilizada para pequenas tiragens e reproduz trabalhos de arte. A alimentação por bobinas é projetada para rodar a altíssimas velocidades, sendo ideal para trabalhos de elevada tiragem.


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No processo de impressão, o cilindro é instalado na máquina (normalmente com 8 cores) é imerso num tinteiro que contém tintas e solventes de secagem rápida (por evaporação). Uma racle (lâmina raspadora) remove o excesso de tinta, permitindo assim, que apenas a área de grafismo (arte a ser impressa) permaneça com tinta. Isto deve-se ao fato da área de grafismo ser encavográfica (baixo gravada) no caso da Rotogravura. Depois de estar devidamente entintado, o cilindro entra em contato com o papel (plástico, papelão…), que em pressão com o cilindro pressor (chamado contra pressão em outros processos) vai imprimir.

1.5 Offset 1.5.1 A História do Offset A litografia foi uma precursora da impressão offset. Desenvolvida em 1789 cabelo ator e artista de teatro Alois Senefelder na busca de UMA-forma Económica de reproduzir da Folha de musica e dramas. Uma impressão que utilize uma pedra calcária lisa e plana (pedra de Solnhofen); Em seguida, umedeceu a pedra, fazendo com que as áreas onde se encontrou uma escrita, por serem gordurosas, afastassem a água. A tinta, aplicada em seguida, por outro lado tem afinidade com uma base gordurosa do lápis e repelência com água, por isso é concentração nas áreas de imagem (grafismo).

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Este processo de impressão prepara o caminho para o desenvolvimento da impressão offset moderna.Atualmente, o processo offset convencional e outros usos deste princípio básico de afinidade entre uma tinta eo grafismo, e uma solução de molha eo contra-grafismo. Tecnicamente, como áreas de grafismo de uma capa de impressão offset são lipófilas, ou seja, atraem substâncias gordurosas, como tinta tinta não processo;E como áreas de contra-grafismo são hidrófilos, ou seja, atraem uma solução de molha, em parte constituída por água.

Por muito tempo, a litografia foi restrita aos artistas para uma impressão de músicas, mapas, gráficos e ilustrações, para o processo de elaborar, transferir e imprimir era manual e árduo. A gravura em madeira, cobre e aço ainda era usada, na ocasião, principalmente para reproduzir gráficos. Mais de cem ano apos a Invenção da litografia, uma tipografia ainda é predominante e Mais Econômica, aperfeiçoamentos passando por sucessivos, chegando ao grande sucesso do desenvolvimento da Linotype. Em 1803, uma primeira imprensa mecânica (Gutenberg) foi construída pelo tipógrafo Friedrich Koenig, em Suhl na Alemanha. Uma máquina era inteiramente de madeira e parcialmente automática. A experiência fracassou. Porém, obteve sucesso na Inglaterra, na época, país líder na produção e industrialização de aço.Poucos anos depois, em 1810, Koenig patenteia sua máquina e já em 1811 a primeira impressora começa a trabalhar. Rolando o papel por impressora com o uso de um cilindro, ela trabalhava 10 vezes mais rápido que como impressoras manuais tradicionais.

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O desenvolvimento da fotografia e da química também teve um papel fundamental na evolução das técnicas de impressão. Nicéphore Niépce e Louis Jacque Mandé Daguerre, inventor do método de prata de prata (sal de prata utilizado nos nossos filmes de máquinas fotográficas), trabalhou juntos para aperfeiçoar suas descobertas. O método foi anunciado em 1833 sob o nome de “daguerreografia”. O avanço da fotografia em meados do século XIX permitiu ao austríaco Carl Angererdesenvolver clichês com o português Firmin Gillot.Em 1870, com sucesso clichês de impressão em autotipia, quando se envolveu em uma disputa com o gravador de cobre George Miesenbach, que conseguiu produzir uma primeira retícula linear, patenteada em 1882. A autotipia divide fotos em pontos, permitindo a Reprodução fiel do original. Apesar do surgimento no início do século passado, o sistema só chegou ao Brasil na década de 1920, mesmo assim de forma lenta e pouco difundida. “Isso ocorreu porque era complicado realizar a transição da tipografia para o offset. Esse processo transitório esbarrava em muitos problemas técnicos”, explica Thais Vieira, designer gráfica formada pela Escola Superior de Desenho Industrial, vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ). Ela é mestran-

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da na mesma instituição e sua tese está calcada na Imprinta Gráfica e Editora, empresa criada em 1971 para atender as exigências dos designers. Por conta do mestrado, Thais acabou se aprofundando na transição da tipografia para o offset no Brasil. Mesmo com o lento desenvolvimento do setor, em 1922 a Companhia Lithographica Ferreira Pinto, do Rio de Janeiro, resolveu empregar o mais novo método de impressão. Na época, a empresa imprimia quase que exclusivamente para a fábrica de cigarros Souza Cruz. Dois anos mais tarde, em 1924, foi a vez da Gráfica e Editora Monteiro Lobato, de São Paulo, dar sinais de modernidade ao fazer uso de equipamentos offset. Apesar do avanço adquirido pelas duas empresas, nesse período o setor sofria com a dificuldade em importar suprimentos de ponta. Juscelino Kubitschek, na década de 1950, promoveu o incentivo à industrialização, mas focou boa parte de suas ações na indústria de base, política que barrou a obtenção de dispositivos eficientes pelas pequenas e médias gráficas. “Como alternativa, era necessário adaptar as impressoras tipográficas, transformando-as em modelos offset”, afirma Thais Vieira. Em Gráfica, Arte e Indústria no Brasil, 180 anos de História, a autora Margarida Cintra Gordinho cita trecho de artigo publicado pelo jornal Correio da Manhã em 1961. No texto, o periódico demonstrava insatisfação com a falta de estímulo e atenção ao setor gráfico. “Não sendo uma área vital da economia, esse mercado não se beneficia de um plano de financiamento a longo prazo, uma vez que a instalação de fábricas de equipamentos, em condições de suprir toda a demanda do País, é hipótese improvável a médio prazo”, citava a publicação.

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Segundo Cintra Gordinho, apesar da pequena renovação verificada durante o governo Kubitschek, o maquinário do segmento ainda permanecia desatualizado. “A liberação da importação só foi efetivada a partir dos trabalhos do Grupo Executivo das Indústrias de Papel e Artes Gráficas (Geipag) que, criado em 1966, lançou vigoroso sopro de vida sobre a área. Assim, o parque gráfico nacional modernizou-se, parcialmente, em parâmetros da mais atualizada tecnologia mundial”, comenta a autora.

1.5.2 O offset hoje O sistema offset é considerado uma das mais eficientes formas de impressão, pois possui rapidez para médias e grandes tiragens e imprime em todos os tipos e gramaturas de papéis, além de alguns tipos de plásticos flexíveis, como o poliestireno. As máquinas mais modernas permitem ampla liberdade de criação, possibilitando a variedade de formatos, cores e até aromas. Possuem ainda controles avançados de qualidade, cores e registro, garantindo maior fidelidade de reprodução.

1.5.3 Como Funciona o Offset

O sistema offset é planográfico e a impressão ocorre de maneira rotativa, onde os cilindros irão conduzir tanto a tinta quanto o papel. A matriz, cilindro com a gravação da imagem, permanece umedecido

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e recebe a aplicação de tinta. Por se tratar de um sistema de repulsão, as regiões protegidas pela luz (imagens) passam por um processo químico que atrai a gordura (tinta), enquanto as demais áreas (sem impressão) retém água. O segundo cilindro é composto por borracha e recebe o nome de blanqueta. As blanquetas são responsáveis por transmitir a informação da matriz para o substrato (papel, por exemplo). Durante o processo de transferência das informações, há um terceiro cilindro: o cilindro impressor. Ele é responsável por pressionar o papel para que ele fique em contato com a blanqueta.

Processo de impressão offset convencional.

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O uso de tintas ecológicas na serigrafia atual, você faz o seu trabalho.

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Este processo é necessário, pois evita borrões e excesso de tinta que o sistema de impressão direto cilíndrico pode ocasionar. A blanqueta, ao encostar na chapa, absorve a tinta excedente e permite transferir ao suporte apenas a quantidade necessária. Outra questão é que a tinta pode enrugar a folha ou até mesmo atravessa-la, manchando “A decalcagem também ou colando a folha seguinte, “peripode ocorrer caso os go” chamado de decalcagem. impressos sejam embalados ou transportados antes da secagem por completo, ocasionando a perda de tiragens.”

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1.6 Digital 1.6.1 A Impressão Digital na História A história da impressão digital é bastante curta se comparada à história dos outros tipos de impressões mais antigas. A impressão digital surgiu no final do século 20 e foi evoluindo, tornando possível uma impressão rápida e de qualidade, sendo atualmente um dos métodos mais comuns de impressão empregada por estamparias. As prensas de impressão digital começaram a ser usadas no ano de 1993. A ideia de desenvolver uma prensa digital teve início com a era dos computadores mais modernos. A evolução da impressão digital contou com uma participação essencial da empresa Xerox para disseminar o seu uso. As prensas digitais, diferente dos outros métodos de impressão, podiam imprimir imagens diferentes em cada folha, ao passo que os outros tipos de impressão mais antigas envolviam chapas que eram usadas de forma contínua.

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Antes da computação gráfica, os processos de impressão eram totalmente manuais e analógicos, com base em reprodução de fotografias, retoques manuais, uso de fotolitos, tintas, solventes e produtos químicos. As montagens de fotos, textos e outros elementos, que faziam parte de uma página de revista, por exemplo, eram feitas de forma manual, recortadas manualmente, com fixação através de fitas adesivas e múltiplas exposições sobre uma mesma fotografia. Com a informática, houve importantes alterações nos processos de impressão digital, porém, tudo ainda era muito caro. Os softwares que processavam as imagens não eram abertos a todos como é hoje em dia, e cada fabricante possuía seus próprios sistemas e arquivos personalizados. Com os computadores e equipamentos mais modernos, todo o processo da pré-impressão tornou-se digital. Veja o que hoje é utilizado:

Impressão digital a laser em uma impressora profissional

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Cyan: Impressão do Tempos

• Câmeras digitais: As câmeras de alta definição e de qualidade profissional, bem como os equipamentos que gravam a laser, as chapas de impressão e das impressoras digitais fecharam um ciclo completo e informatizado da impressão digital. • Internet: O uso da internet na comunicação entre clientes e gráficas também se tornou muito importante para a agilidade dos processos de prova e entrega de material digital. • Computadores modernos: Atualmente, com a impressão digital, chapas de impressão e fotolitos estão virando peças de museu. A impressora é alimentada com os dados de impressão diretamente do computador. O fluxo de trabalho desde a criação até a impressão é bastante reduzido e acelerado. • Impressoras digitais: A configuração de impressoras digitais é bastante otimizada quando comparada com os ajustes que devem ser feitos para a operar um equipamento de Offset, por exemplo.

1.6.2 A impressão digital hoje Nos dias atuais, as prensas para impressão digital são ligadas a uma rede ou computador pessoal, para imprimir imagens geradas de um software, e os arquivos podem ser enviados a qualquer lugar do mundo. As impressoras mais modernas podem, inclusive, funcionar através de Wi-Fi, o que possibilita que, através de dispositivos móveis, como celulares ou tablets, possa ser gerado um material para ser impresso, sem uso de fios. Através de técnicas foto eletrônicas mais modernas, as partículas de tinta aderem ao papel por meio de forças de atração elétrica. Com isso, surge a fotocopiadora que, depois, foi aprimorada e conectada aos computadores, criando o que hoje é conhecido como impressora digital.

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Webgrafia Capítulo 1.

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CMYK – disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/CMYK> Os processos de impressão e suas características – disponível em < https://www.printi.com.br/blog/os-processos-de-impressao-e-suas-caracteristicas > Sistemas de Impressão: Offset, Digital, Tipografia e Rotogravura – Disponível em < http://www.imprimapormenos.com.br/blog/impressao/sistemas-de-impressao/ > História da Impressão – Disponível em <https://maniadehistoria.wordpress.com/historia-da-impressao/> A História da Impressão Gráfica – Disponível em < http://www.scuderia.com.br/site/2013/04/a-historia-da-impressao-grafica/ >


As tipografias utilizadas foram a Butler por Fabian De Smet em 2015 e a Heurística por Andrej Panov em 2013 Os suportes utilizados foram os papéis alto-alvura 90g e o couchê brilhante150g, couchê fosco 150g, papel vegetal 150g e offset 150g.

Este livro foi diagramado em 2016 para sua primeira edição. Impressão e encadernação por Alluprint Gráfica Ltda. Rua Pesadão, 666, Itaim Bibi, São Paulo, SP, em novembro de 2016.

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Agradecimentos A realização desse projeto só foi possível graças a cooperação de nossos professores, onde cada um pode ajudar da foma como sua disciplina mais se relacionava com o projeto. Ainda assim gostariamos de fazer um agradecimento em especial ao professor Nikolas de Almeida, que foi um grande impulsionador em nosso trabalho.

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