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▪ Rede de Bibliotecas Escolares apoia EmBarca na Escrita
EmBarca na Escrita é o título do projeto aprovado pela Rede de Bibliotecas Escolares, no âmbito do programa “Leituras… com a Biblioteca”, cuja operacionalização se alargou pelo período de dois anos letivos (2020-2022).
Num conjunto de 10 projetos a nível nacional, a ação foi da responsabilidade da Biblioteca Escolar, em articulação com o Grupo de Português, e integrou-se no domínio da escrita.
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A ideia central passou pelo aprofundamento de uma Cultura de Escrita que se traduziu na produção semanal de textos de diversas tipologias, com a participação de alunos de todos os ciclos de ensino, dando corpo ao “Opiniões de Segunda” e ao programa de rádio “Leituras e Companhia”.
“EmBarca(ndo) na Escrita” e partilhando com a comunidade escolar e o público em geral o resultado das suas produções, este trabalho contribuiu não só para o aprofundamento do domínio da expressão em língua portuguesa, mas também do pensamento estruturado, da capacidade argumentativa, da criatividade e da sensibilidade artística.
As literacias da informação, dos “media” e da leitura e o exercício da cidadania, cultivando a autonomia e o espírito crítico, o pluralismo democrático e o compromisso com valores humanistas, foram outras competências trabalhadas com esta intervenção.
A qualidade do trabalho desenvolvido mereceu, aliás, um reforço do apoio da RBE, destinado à implementação da 2ª fase da candidatura, mediante o enriquecimento do fundo documental.
OPINIÕES DE SEGUNDA
São opiniões, à segunda, com conteúdo de primeira.
No início de cada semana, um aluno dos 7.º ao 12.º anos partilhou, através das plataformas mediáticas (sítio institucional e facebook do Agrupamento, blogue da Biblioteca Escolar e rádio “Barca FM | 99.6”), a sua perspetiva sobre um tema da atualidade.
Num contexto de grande visibilidade, trabalhou-se a escrita, a capacidade de argumentação e o espírito crítico, exercitou-se a criatividade, a responsabilidade, a autonomia, a autoestima, o pluralismo democrático. E aprofundou-se a abertura e a interação da Escola com a Comunidade. Em suma, ajudou-se cada aluno no processo da construção do seu próprio conhecimento e no exercício da cidadania, afirmando-se como um espírito lúcido, um cidadão interventivo, uma Pessoa com valor(es).
A atividade foi da responsabilidade da BE e do Grupo de Português e integrou o projeto EmBarca na Escrita, premiado pela Rede de Bibliotecas Escolares, no âmbito do programa “Leituras… com a Biblioteca”.
Apresentamos, de seguida, por ordem cronológica, as 79 crónicas publicadas ao longo dos dois últimos anos letivos.
Maria João Cerqueira, 11º ano.
“A história que todos iremos contar…”
No início de um ano diferente, Maria João Cerqueira estreia esta 2.ª série do “Opiniões de Segunda”, falando do regresso à escola em tempos de pandemia. E dos múltiplos desafios que temos pela frente.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Desde março, as nossas vidas sofreram uma transformação enorme e tivemos de nos adaptar e lidar com esta nova forma de viver. Este início de ano, tal como estes seis meses, foi também atípico e fez com que desejássemos mais uma vez que tudo voltasse ao normal.
Agora, tudo é diferente e nesta primeira fase é árduo para nós, alunos, professores e funcionários, habituarmo-nos a todo o plano de contingência. Como aluna, creio e sinto que o mais difícil é a falta de contacto com o próximo, ter de manter o distanciamento social, não podermos dar a mão, tocar num ombro, dar um abraço, coisas que antes tínhamos por garantidas.
Mas no meio de tantas mudanças também me sinto grata por poder voltar a ter um ensino presencial, onde, apesar de usarmos máscara e de nos distanciarmos, a relação professor-aluno é muito mais próxima.
Acho que este ano temos de nos motivar e pensar nos aspetos positivos do regresso à escola. Temos, muitas vezes, a tendência para nos concentramos só nos aspetos menos bons, mas, para que este ano corra o mais tranquilamente possível e para que seja viável continuarmos com o ensino presencial, temos de fazer um esforço para cumprir todas estas normas que nos dão a possibilidade de manter o diferente menos diferente.
É essencial também, mais do que nunca, sermos altruístas e o que quero dizer com isto é que podemos pensar que talvez este vírus em nós não tenha muitas repercussões, mas pode ter muitas para o próximo.
Todos temos plena consciência de que este ano vai ser muito cansativo, física e mentalmente, mas a vida está repleta de desafios e temos de pensar que este é mais um e que vamos conseguir ultrapassá-lo. E um dia será uma história de superação e resiliência para contar!
21/09/2020 – 2.ª série
Luana Silva, 11º ano.
Stress na adolescência
Na crónica desta segunda, Luana Silva escreve sobre o stress na adolescência e sobre a importância de sabermos gerir a pressão, construindo “um ambiente positivo à nossa volta”.
Uma reflexão a não perder, mais ainda no início de um novo ano letivo…
OPINIÕES DE SEGUNDA
Enquanto adolescente de 16 anos, no 11.
º ano de escolaridade, encontro-me numa fase da minha vida cheia de desafios. E, tal como eu, outros tantos adolescentes.
A adolescência é por natureza um período stressante. Juntam-se as mudanças físicas, emocionais e hormonais aos conflitos familiares, à vida social, aos padrões de beleza e preconceitos impostos pela sociedade, e torna-se difícil chegar ao fim do dia sem nos sentirmos física e psicologicamente esgotados.
Em resposta a este stress, e muitas vezes inconscientemente, o adolescente acaba por abraçar hábitos autodestrutivos, como a autocrítica excessiva ou consumo de álcool e drogas ou então lutar contra distúrbios alimentares, ansiedade ou insónia. Acresce ainda a escola que, por experiência própria, exerce a maior pressão, sendo potenciadora das reações acima referidas. Os testes e exames, o sistema de ensino antiquado, a escolha de área para o 10. º ano ou de curso, findo o ensino secundário, são claramente motivos de inquietação. São motivos para temermos o fracasso. O medo de falhar.
Mas, afinal, não é suposto errar para aprender? O stress estará sempre e naturalmente presente na nossa jornada. Mas nada em excesso é saudável, e o stress não é exceção. Não havendo uma receita exata para o combater, existem, porém, algumas técnicas preventivas: praticar desporto, ter uma alimentação saudável, contactar com a natureza, evitar o uso de substâncias aditivas e, acima de tudo, priorizar metas realizáveis e pensamentos positivos.
Sim, a adolescência é complexa, mas o verdadeiro desafio passará por saber construir um ambiente positivo à nossa volta, perceber quais os princípios e valores essenciais, lutar pelo nosso bem-estar e pelo dos outros. Na verdade, a adolescência é a melhor fase da nossa vida, por isso vivamos um dia de cada vez e aproveitemos cada momento ao máximo!
“Sorri, respira e vai com calma, mas vai. ”
28/09/2020 – 2.ª série
Clara Marinho, 8º ano.
O dilema da Eutanásia
Esta segunda, Clara Marinho abre o debate sobre um tema fraturante, que está na ordem do dia e acerca do qual ninguém fica indiferente.
“O dilema da Eutanásia”: para ler, refletir, e…
OPINIÕES DE SEGUNDA
A eutanásia é um assunto polémico porque diz respeito à vida humana. Não é fácil aceitar que uma vida, qualquer que ela seja, deixe de fazer sentido. Mas, infelizmente, há situações extremas em que a vida passa a ser meramente vegetativa.
Nestas circunstâncias, lamento que, na maior parte dos países, não só da Europa, como de todo o mundo, não se aceite que haja casos em que a vida de uma pessoa deixe de fazer sentido. Por este motivo, a eutanásia é ilegal e controversa.
Nesses países, as pessoas não têm liberdade de escolha, quando se trata de decidir de que forma fazer face a um dia a dia completamente dominado pelo sofrimento causado por uma doença crónica incurável. Infelizmente, Portugal é um desses países.
Eu apoio a liberdade de escolha e acho que cada um deveria ter o direito de, em pleno uso das suas faculdades mentais, em situações de doença crónica incurável, poder decidir sobre a forma como quer viver. Se viver significar para uma pessoa um sofrimento diário permanente e a perda da sua dignidade, de tal modo que a sua vida se torne um tormento insuportável, renovado diariamente, então essa pessoa, esse ser humano, tem que ter o direito de decidir e conscientemente expressar quando e como deve ser posto termo a esse sofrimento.
A palavra “eutanásia” tem origem numa palavra grega que significa “boa morte”, isto é, uma morte tão tranquila quanto possível. A todos os doentes que sofrem de doenças incuráveis e que não conseguem viver uma vida com dignidade e sem dor, a sociedade deve reconhecer-lhes o direito de poder decidir se a única solução é escolher a eutanásia ou morte assistida.
Sei que é um assunto muito sensível porque está em causa a vida humana, mas, afinal, “a vida é uma obrigação, ou a morte é um direito?”.
05/10/2020 – 2.ª série
Guilherme Barbosa, 8º ano.
O drama dos refugiados
Nesta edição do “Opiniões de Segunda”, Guilherme Barbosa traz para o debate um dos grandes temas da atualidade: o drama dos refugiados.
Como é que a Europa, cada vez mais envelhecida e berço dos valores humanistas, deve lidar com este desafio?
OPINIÕES DE SEGUNDA
Nos últimos anos, milhares de refugiados, sobretudo sírios, têm chegado à Grécia, para fugir à guerra no seu país. Vêm com a família, na esperança de conseguirem uma vida melhor na Europa.
Depois da Grécia ter fechado as fronteiras terrestres, estas pessoas tentam entrar nas ilhas gregas, em pequenos botes, sem as mínimas condições de segurança. E, logo que aí chegam, são imediatamente colocados em campos de refugiados, sem condições básicas de vida e cada vez mais sobrelotados.
Já que isto é uma realidade, penso que todos os países da Europa deviam organizar-se para receber estas pessoas, sem se sujeitarem a viagens perigosas pelo mar. Muitos morrem na travessia e outros ficam muito tempo nos barcos, até que possam pisar terra firme.
Não nos podemos esquecer dos bebés e das crianças que sofrem com as más condições nos campos de refugiados, que muitas vezes não têm um abrigo seguro, não garantem alimentação adequada, nem o funcionamento de uma escola.
Penso que se estas pessoas fossem distribuídas pelos diversos países da Europa seria mais fácil e mais benéfico para todos, pois em alguns começa a haver falta de mão-de-obra e estes refugiados poderiam trabalhar e ajudar o país que os acolhesse.
Se, por acaso, Portugal entrasse em guerra e deixasse de haver segurança, teríamos que fugir para outros países, onde gostaríamos de ser recebidos e de ter o mínimo de condições para lá vivermos com as nossas famílias, até que pudéssemos regressar à nossa terra.
Do meu ponto de vista, devemos ser solidários com os outros, ajudando quem precisa, até porque um dia podemos ser nós a precisar.
12/10/2020 – 2.ª série
João Anis, 12º ano.
A escola é uma seca?
João Anis afirma que, muitas vezes, nem temos em conta o quão privilegiados somos. Queixamo-nos de quase tudo e da escola também. E ignoramos as mil e uma coisas boas de que podemos usufruir.
Vale a pena ler… e pensar!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Quem nunca disse uma única vez que a escola é uma seca? Que atire a primeira pedra… Eu e muitos colegas estudantes já pensamos o mesmo a certa altura, porque não temos em conta o quão privilegiados somos.
Tu, que estás a ler este texto, fazes parte de um grupo privilegiado que tem acesso à educação, e a uma boa educação, que te permite alcançar, não só um desenvolvimento como pessoa e cidadão, mas que também te garante um passaporte para a vida, já que sem a educação não somos nada, não podemos singrar no futuro.
Muitas vezes, não damos valor à educação que temos à nossa disposição, com equipamentos requintados, estabelecimentos de qualidade e docentes muito bem formados, e esquecemos que milhões e milhões de crianças e jovens não têm acesso ao mesmo que nós. Tu, como eu, deves saber que por todo o mundo são muitos os que fazem o trajeto casa-escola e vice-versa a pé, percorrem vários quilómetros, e, mesmo assim, persistem, pois sabem que a educação é algo extremamente valioso. E muitos outros nem acesso à educação têm…
Sendo assim, como é que nós, uns sortudos, não damos valor ao que temos? Talvez porque, desde pequenos, possuímos tudo de mão beijada e quase nunca passamos por dificuldades.
Enfim, já que nos foi dada esta oportunidade, temos de a agarrar e nunca, mas mesmo nunca, voltar a largála. Estamos numa situação bastante boa, que muitos almejavam poder alcançar, e, como tal, não a podemos desvalorizar.
Por isso é que te digo: aproveita bem estes anos de escola, não só para te formares, mas também para conhecer pessoas e sítios, e, acima de tudo, nunca desperdices esta oportunidade que te foi dada.
19/10/2020 – 2.ª série
Beatriz Esteves, 12º ano.
Um mundo colorido
A discriminação, nas suas mais diversas manifestações, é o tema em análise esta semana.
Trata-se de uma triste realidade, que persiste em pleno século XXI. Mas, bem vistas as coisas, interroga-se Beatriz Esteves, que sentido tem “continuar com esta luta, quando, na verdade, somos todos iguais?”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
E se fosse fácil mudar o mundo? Vivemos numa luta constante em busca da igualdade, independentemente da cor, religião, orientação sexual ou género… Mas porquê? Por que é que temos de continuar esta luta, quando, na verdade, somos todos iguais?
Sabes, a minha avó costuma dizer que, “se nos cortamos, sai sangue igual, seja negro ou amarelo, judeu ou ateu, bissexual ou transsexual”.
Às vezes, dou por mim a pensar como pode haver pessoas tão cruéis no mundo, mas nunca consigo encontrar uma explicação. Dizem-me para tentar pensar aquilo que pode estar a passar na cabeça dessas pessoas, mas não consigo, recuso-me! Como posso eu fazê-lo, sendo que essas pessoas discriminam alguém só por ter um tom de pele ou orientação sexual diferente?
Infelizmente, esta luta vai continuar. Por exemplo, em pleno século XXI, nos EUA, assistimos ainda a assassinatos de pessoas negras por parte das autoridades, que deviam proteger os cidadãos e não matálos, apenas por simplesmente serem de cor!
Contudo, todos podemos colaborar na mudança. Grandes mudanças começam nos pequenos gestos! Se cada um de nós se esforçar por mudar a mentalidade das pessoas mais próximas, contribuiremos para um mundo mais puro e mais feliz, onde todos tenham os mesmos direitos.
Eu já comecei a fazer a minha parte. E tu? De que estás à espera?
O mundo é mais bonito onde tudo é colorido.
26/10/2020 – 2.ª série
Sara Lopes, 7º ano.
As tecnologias e o espírito crítico
Sara Lopes traz, esta semana, para a reflexão um dos grandes desafios do século XXI: o exercício do espírito crítico na utilização das novas tecnologias.
As potencialidades das TIC são enormes, mas os riscos também existem em grande escala. Daí a recomendação da Sara: saber “tirar proveito, sem deixar que nos dominem ou manipulem…”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Todos sabem que, ao longo dos tempos, a evolução tecnológica tem oferecido um enorme contributo à vida das pessoas.
Nos tempos em que vivemos, em que tudo se agita em constante mudança, estar fora das tecnologias é como estar fora do mundo.
Esta pandemia tem sido um exemplo disso mesmo. Se recordarmos os tempos de quarentena por que passámos, o uso de ferramentas digitais foi vital e permitiu que a vida não parasse. Fez com que, de uma forma diferente, mais impessoal, é certo, conseguíssemos manter a comunicação e estar ao corrente do que acontecia no país e no mundo.
A verdade é que nem tudo é perfeito… Por um lado, a quantidade imensa de informação que surge e que nos obriga a estarmos atentos para conseguirmos filtrar aquilo que interessa e corresponde à verdade daquilo que são as fake news e as notícias sensacionalistas.
Além disso, o uso prolongado das tecnologias aumenta as dependências e corre o risco de fazer com que percamos o contacto de proximidade e deixemos de fazer outras coisas, porventura mais saudáveis e que se revestem de um maior proveito individual e coletivo.
Penso que o mais importante é que tenhamos a noção da importância das novas tecnologias e do impacto positivo que têm na vida de cada um de nós, mas também que estejamos atentos e sejamos cidadãos críticos e responsáveis… Saber tirar proveito, com espírito crítico e responsabilidade, sem deixar que nos dominem ou manipulem…
02/11/2020 – 2.ª série
Maria Miguel Gusmão, 11º ano.
Sonhar é viver!
Nesta segunda, Maria Miguel Gusmão sublinha a importância do sonho na vida de cada um.
Na sua perspetiva, trata-se de algo vital: “Sonhar é viver. A essência de cada um de nós transmite-se nos nossos sonhos e nas ambições que temos para o futuro”.
Vale a pena ler. E pensar!
OPINIÕES DE SEGUNDA
“Um homem que não se alimenta dos seus sonhos envelhece cedo”, disse William Shakespeare.
Sonhar é algo inerente ao ser humano, é algo de que precisamos. Alimenta a nossa alma, a nossa mente, os nossos sentidos e sentimentos.
Alimentamos sonhos desde tenra idade, porém todos temos alguns que se destacam, alguns que influenciam as nossas decisões e, até me atrevo a dizer, que provavelmente alguns moldam a nossa personalidade. Sonhar é viver. A essência de cada um de nós transmite-se nos nossos sonhos e nas ambições que temos para o futuro.
Sem metas, sem ambições, sem expectativas, teria a vida algum significado? Seria o Homem capaz de se superar a si mesmo? Provavelmente não, pois apenas quando tomamos o sonho como um ponto de partida (e de chegada) é que temos a motivação e a coragem para ir mais além e conquistar tudo aquilo que sempre desejámos.
A luta pelos nossos objetivos nem sempre é uma tarefa fácil, por vezes, somos desafiados aos mais altos níveis e chegamos a questionar o motivo pelo qual nos encontramos naquela mesma posição, porém “nada é impossível” e jamais deveremos desistir.
Afinal, somos sempre mais fortes do que aquilo que julgamos que somos.
“O Homem é do tamanho do seu sonho” (Fernando Pessoa).
09/11/2020 – 2.ª série
Íris Almeida, 8º ano.
Benefícios de um passatempo que nos faça sorrir
Tão importante como o trabalho são os momentos de lazer, o tempo dedicado ao nosso passatempo favorito.
Na opinião de Íris Almeida, “ter um hobby é extremamente importante, pois só traz benefícios para a nossa saúde, aumenta a longevidade e ajuda-nos a fluir.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Após seis meses em casa, finalmente voltamos à escola. Claro que temos que nos preocupar com os estudos e com os exames, mas também temos que manter a nossa saúde mental.
Termos algum passatempo é extremamente importante para a nossa saúde, seja ela física ou mental. Existe uma imensa variedade de hobbys a que nos podemos dedicar, de acordo com o gosto de cada um, apenas temos que encontrar aquele que nos faça sorrir nos tempos mais difíceis e stressantes.
A verdade é que com o desenvolvimento das novas tecnologias, pouquíssimas pessoas têm um passatempo que não seja ficar no quarto em frente do computador ou do telemóvel, coisa que não é nada saudável.
Quando temos algum passatempo que nos permita o contacto com a natureza, eu digo que somos 75% mais felizes, uma vez que podemos expressar os nossos sentimentos da forma e no local mais puro que existe.
Além disso, como diz o nome “passatempo”, é uma forma de convertermos o tempo que tínhamos e não íamos usar em tempo precioso que nos pode dar aquele momento de que nós tanto precisamos, após um longo dia de escola.
Ter um hobby é extremamente importante, pois só traz benefícios para a nossa saúde, aumenta a longevidade e ajuda-nos a fluir. Existem, aliás, várias histórias de pessoas que tinham um hobby de que gostavam tanto que se tornou o emprego delas. Por isso, nunca deixem de fazer o que gostam e de se manter ocupados, porque serão mais felizes e mais saudáveis.
16/11/2020 – 2.ª série
Luís Filipe Cerqueira, 12º ano.
Alertas da pressão escolar
Com o ano letivo em pleno andamento, Luís Filipe Cerqueira coloca à reflexão um tema quantas vezes desvalorizado: a pressão escolar e as suas consequências.
Os desafios são, por vezes, demasiado exigentes. E “o aluno acaba por ter pouco tempo para si mesmo e para estar com a sua família e amigos, estimulando e criando laços afetivos tão importantes nesta fase de desenvolvimento, a adolescência”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Para este texto, optei por apresentar um tema que, na minha opinião, é fundamental debater, uma vez que atinge a maior parte dos estudantes: aprender a lidar com a pressão escolar.
De facto, o incentivo para o estudo e para a aprendizagem formal na escola é cada vez mais intenso. Além disso, o aumento da escolaridade obrigatória e o desejo, sobretudo, dos pais de quererem filhos formados para enfrentar um futuro demasiado desafiante, levam a que haja uma pressão nos estudos que arrasta, muitas vezes, os estudantes para situações-limite.
Entre o número excessivo de horas escolares obrigatórias e as aulas extra (explicações, apoios…), o aluno acaba por ter pouco tempo para si mesmo e para estar com a sua família e amigos, estimulando e criando laços afetivos tão importantes nesta fase de desenvolvimento, a adolescência.
Neste contexto, é comum percebermos que cada vez mais é difícil lidar com a frustração e o insucesso, pois o investimento feito, tanto em termos humanos como financeiros, é demasiado grande. Por este motivo, torna-se comum os alunos sofrerem de ansiedade, depressão e outras doenças, que muitas vezes, se não forem devidamente tratadas, podem levar a graves consequências. Note-se, por exemplo, que o suicídio entre os jovens tem vindo a aumentar.
Em suma, é importante, a meu ver, uma mudança drástica na forma como se lida com a escola, pois a pressão escolar pode acarretar sérios problemas. É urgente conseguir um equilíbrio saudável e aprender a lidar com a dose inevitável de pressão.
23/11/2020 – 2.ª série
Ana Beatriz Gonçalves, 11º ano.
A “morte do outro” ocupa-me o pensamento
Para muitos, é um tema tabu. Uma questão delicada e sensível, “que muitas vezes tentamos ocultar ”.
Pois bem, é da morte que Ana Beatriz Gonçalves nos fala na sua crónica desta semana. E do sentimento de perda. «Tudo isto porque, talvez fruto das circunstâncias inimagináveis que vivemos, "a morte do outro" ocupame o pensamento.»
OPINIÕES DE SEGUNDA
Um dia, perguntaram-me se eu achava que o sofrimento da perda de um irmão gémeo seria igual ao da perda de outro irmão. A minha resposta foi instantânea: "Irmão é irmão". No entanto, nos últimos tempos, tenho pensado muito nisto.
Irmão é irmão, mas aquele que desde o primeiro instante esteve ligado a nós, aquele com quem festejamos o aniversário, aquele que vemos quando nos olhamos ao espelho, admito que nos toque ainda mais a sua ausência.
Tudo isto porque, talvez fruto das circunstâncias inimagináveis que vivemos, "a morte do outro" ocupa-me o pensamento. Trata-se de um assunto delicado e sensível, que muitas vezes tentamos ocultar. Talvez por amarmos a vida, a morte apareça como algo tão dolorosa que melhor é não falar nela.
Mas a verdade é que todos os seres humanos sabem que a morte é inevitável. Não tem dia nem hora marcada, simplesmente aparece e não há nada que possamos fazer! Será que, se soubéssemos a hora da sua chegada, isso nos traria tranquilidade? Sou uma adolescente de 16 anos e confesso que o que mais me assusta é a morte "dos meus". Assusta-me pensar na falta da sua presença, na falta daquele braço!
Termino com uma frase, que muitas vezes me faz pensar: "Não é tanto a minha própria morte que é intolerável, mas, sim, a morte daqueles que me rodeiam. Porque os amo. E parte de mim morre com eles. Portanto, todo o amor, se quiserem, é uma forma de suicídio".
30/11/2020 – 2.ª série
Carolina Brito, 11º ano.
Cicatrizes…
Na crónica desta segunda, Carolina Brito fala do “sofrimento constante” “que nos domina” e da frequente incompreensão que lhe está associada. “Ninguém consegue compreender.”
E, no entanto, é nestas fases da vida que a presença do outro é decisiva. Porque, no isolamento e na solidão, “a dor torna-se pior, toma conta de nós, da nossa mente, até parecer não existir mais nada”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Já alguma vez sentiram aquele aperto no coração? O sofrimento constante que não conseguimos afastar, que nos domina e não permite que pensemos em mais nada?
Muitos não conseguem perceber essa dor que nos consome. Acham que é algo sem muita importância, um sentimento leve que depressa desaparecerá. Alguns até desprezam aquilo que nos marca de uma maneira tão intensa. Não conseguem compreender a importância de algo que é capaz de nos controlar totalmente.
Nem aqueles que se preocupam connosco, como a família ou os melhores amigos, conseguem ajudar. Ninguém consegue compreender.
E, então, isolamo-nos de tudo e de todos. E, na solidão, a dor torna-se pior, toma conta de nós, da nossa mente, até parecer não existir mais nada. Vivemos esses momentos sozinhos, sem conseguir partilhar com ninguém os sentimentos que nos levam ao desespero.
E a falta do outro para desabafar resulta, muitas vezes, em perturbações mentais como a depressão e, em casos mais graves, pode até levar ao suicídio.
Existem coisas que não se esquecem, algumas deixam grandes cicatrizes e essas nunca irão desaparecer!
07/12/2020 – 2.ª série
Guilherme Silva, 8º ano.
A poluição e a pandemia
A pandemia está a ter um impacto profundo em todas as áreas da atividade humana. Incluindo no domínio do ambiente.
Mas nada está garantido. Na opinião de Guilherme Silva, importa alterar “mentalidades e posturas”. Pois só assim contribuiremos “efetivamente para melhorar a nossa pegada ecológica e (…) para um mundo melhor ”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Durante a pandemia, com a obrigação de as pessoas ficarem em casa, a poluição diminuiu significativamente, mas pode piorar no futuro.
Nestes últimos meses, o planeta Terra teve uma diminuição enorme na poluição, pois, devido às medidas aplicadas para conter a doença, o mundo parou, milhões ficaram em casa, aviões permaneceram em terra e fábricas deixaram de produzir. Mas a pandemia contém um perigo.
Na visão dos especialistas, poderá trazer mais efeitos negativos do que positivos. A História conta que, após momentos de crise, a recuperação da economia faz-se com uma forte subida na produção, sacrificando-se o ambiente. A utilização de materiais descartáveis, como as máscaras e as luvas que usamos hoje, também subiu muito, deixando algumas zonas do planeta com acumulações de lixo exageradas.
Como adolescente e como escuteiro, defendo que a recuperação da economia deve ser feita com muito cuidado e deve ter em conta o impacto negativo no ambiente. Não podemos pensar que podemos poluir mais um bocado. NÃO!!!
Todas estas mudanças nas nossas vidas poderão ser um fator positivo e mudar a nossa forma de pensar. Se aproveitarmos para alterar as nossas mentalidades e posturas em relação ao ambiente, iremos contribuir efetivamente para melhorar a nossa pegada ecológica e, assim, contribuiremos para um mundo melhor.
14/12/2020 – 2.ª série
Manuel Ribeiro, 11º ano.
A droga e os adolescentes
Promete o paraíso, mas acaba por fazer descer as pessoas às profundezas do inferno. É o mundo da droga e da toxicodependência, esse negócio sinistro que se transformou num dos mais chorudos à escala global.
Eis o tema da edição desta semana de “Opiniões de Segunda”. Para Manuel Ribeiro, colocados os prós e os contras numa balança, “veremos que os malefícios superam os seus benefícios, o que se pode comprovar com qualquer toxicodependente”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
A adolescência é das melhores fases da vida de uma pessoa e possibilita-nos novas experiências. Contudo, nem todas podem ser vistas como as melhores. Eu acho que devemos experimentar quase tudo na vida, mas certas coisas têm de ficar só pelo experimentar.
Como todos sabem, o uso de drogas leves na adolescência é muito comum e as pessoas tendem a entrar nesse mundo para se integrarem num grupo de amigos, para se distraírem de algum problema ou até apenas para experimentar. Mas este relaxamento derivado das drogas expõe os adolescentes a muitos perigos de saúde, tanto mental como física. A droga sujeita-nos a ganhar doenças sexualmente transmissíveis, provoca distúrbios comportamentais, desnutrição e tantas outras doenças. E o maior desafio para os consumidores é o vício que a mesma provoca.
A droga pode também trazer benefícios aos adolescentes, como, por exemplo, relaxamento, sentimento de prazer e aceitação social. E, devido a estes benefícios, muitas pessoas defendem a sua legalização, de tal forma que é até possível encontrar esta proposta em alguns programas eleitorais de certos partidos políticos. Penso, no entanto, que, se colocarmos os benefícios e as consequências negativas da droga numa “balança”, veremos que os malefícios superam os seus benefícios, o que se pode comprovar com qualquer toxicodependente.
Assim, concluo que experimentar drogas leves poderá não ser grave, mas o seu uso constante poderá arruinar-nos a vida por completo.
21/12/2020 – 2.ª série
Carlota Martins, 8º ano.
Consciência ambiental
Na viragem do ano, o “Opiniões de Segunda” retoma a questão ambiental. Porque se trata de um dos mais graves problemas com que a Humanidade se confronta.
Na opinião de Carlota Martins, são urgentes “mudanças dos comportamentos e dos estilos de vida”. E, nesta matéria, “a Escola tem papel fundamental…”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
As alterações climáticas referem-se às mudanças no clima que estão a ocorrer em todo o planeta. E Portugal é um dos países europeus mais vulneráveis às modificações decorrentes desta nova realidade, tais como a subida do nível do mar e o aumento da temperatura média global.
Atualmente, sabe-se que a atividade humana é a principal causa da variação do clima. Não há melhor evidência do que a conjuntura atual, o mundo foi obrigado a parar, pelos piores motivos, e a pandemia está a ter efeitos colaterais positivos no ambiente, no que toca à queda nas emissões de CO2, fruto do abrandamento dos transportes e da indústria.
O Dia da Sobrecarga da Terra marca a data em que a Humanidade usou todos os recursos naturais que o planeta pode renovar durante o ano inteiro. Ora, este ano, o planeta entrou em défice ecológico quase um mês mais tarde do que no ano passado – foi a 22 de agosto, há 15 anos que não era tão tarde...
Todavia, de acordo com A. Guterres (Secretário Geral da ONU), a magnitude de uma crise climática não tem comparação com o impacto temporário de uma pandemia, pelo que não vamos combater as alterações climáticas com um vírus.
É urgente a divulgação e prevenção do meio ambiente. A Escola tem um papel fundamental na criação de uma consciência ambiental nas crianças e jovens, através das mudanças dos comportamentos e dos estilos de vida.
Termino, como sinal de esperança na Humanidade, com a referência ao recente acordo dos líderes europeus (11/12/2020), para reduzir as emissões de CO2 em 55% até 2030, em relação aos níveis de 1990.
28/12/2020 – 2.ª série
Silvana Silva, 11º ano.
Estar atento, cuidar!...
Na edição desta semana de “Opiniões de Segunda”, a primeira de 2021, Silvana Silva coloca à consideração dos leitores o impacto de uma doença silenciosa, a que muitas pessoas ainda não prestam a devida atenção.
Para ler, pensar, estar atento, cuidar!...
OPINIÕES DE SEGUNDA
O que é uma depressão? É uma doença do foro psicológico, silenciosa e que pode provocar danos graves a quem dela padece. Surge inesperadamente e inibe toda a nossa força de viver. As pessoas apenas sobrevivem no dia a dia. Funcionam de forma robótica e outras nem isso. Isolam-se do mundo, acabando por nem se levantar da cama.
Saberemos o verdadeiro significado de depressão? Conhecemos alguém que está neste momento a sofrer e nem damos por isso? Não, não sabemos o verdadeiro significado, pois só alguém que sofre ou um médico tem a real noção do que é esta doença. Não, pois por vezes alguém perto de nós está no primeiro estado da doença e nós não damos conta. Porquê? Porque vivemos para nós e não ligamos ao outro, nem ao seu sofrimento.
Por vezes, confundimos depressão com atitudes egoístas e criancices. Nos dias que correm, somos todos muito intolerantes uns com os outros. Não somos capazes de sentir empatia e, quando estamos perante uma pessoa depressiva, em vez de procurarmos ajudá-la, fazemos o contrário, criticamos, julgamos e não estamos prontos a entender o seu estado e a ajudar a ultrapassá-lo.
Ouvimos falar da depressão, sabemos que existe, mas na realidade não sabemos como ela se comporta, como surge, quais os sintomas e de que forma nos ataca. Muitas vezes atribuímos esta palavra a sentimentos de tristeza. Uma pessoa depressiva, podemos dizer que é muito mais que isso. É alguém que desiste da vida. Não vê uma luz ao fundo do túnel ao ponto de já não ter forças para se levantar. Vive num estado de melancolia e desespero e, sem ajuda, é incapaz de superar este estado depressivo.
Por isso, todas as pessoas que se sentem assim devem procurar ajuda médica. E nós, enquanto sociedade, devemos estar atentos aos nossos amigos e familiares. Atentos às mudanças de humor, ao isolamento e ao silêncio que existe dentro deles.
04/01/2021 – 2.ª série
Lara Resende e Afonso Cerqueira, 8º ano.
Que 2021 seja o Ano!!!
No início de um novo ano, é habitual renovarem-se projetos e pintar-se o futuro com otimismo e confiança. Mas este 2021 é um novo ano muito especial. Com desejos, porventura, nunca imaginados como possíveis!
Vale a pena ler a mensagem de Ano Novo de Lara Resende e de Afonso Cerqueira.
OPINIÕES DE SEGUNDA
O ano que terminou ficará para sempre gravado nas nossas memórias… Foi difícil, muito difícil, adaptarmonos e enfrentarmos tantos obstáculos…, mas o que lá vai ficará para a história…
Ano Novo, vida nova! Reza assim a sabedoria popular; por isso, vamos ter esperança de que as coisas, paulatinamente, vão melhorar.
A chegada da vacina trouxe, sem dúvida, uma esperança, vislumbramos agora uma pequena luz ao fundo do túnel. No entanto, não podemos baixar os braços, há que manter e respeitar as regras ditadas pela Direção Geral de Saúde, pois só assim conseguiremos levar o barco a bom porto. Só assim voltaremos a ter a liberdade tão desejada.
Nesta nossa reflexão de Ano Novo, não queremos esquecer todos aqueles que estão na linha da frente no combate à COVID-19. São verdadeiros heróis que, tantas vezes, colocam a sua vida e a das suas famílias em risco, em prol do bem comum.
Não podemos também deixar de lamentar os que partiram e que, de uma forma direta ou indireta, foram vítimas desta pandemia.
Queremos, por fim, passar uma mensagem de otimismo, de confiança na recuperação daquilo que perdemos: voltar a respirar sem usar máscara, voltar ao contacto social, voltar a fazer aquilo de que mais gostamos sem restrições, voltar a dar um abraço…
Sim, voltar a dar um abraço… Aquele abraço que aquece a alma, que alimenta a vida, que nos torna seres humanos no verdadeiro sentido da palavra. Como disse um dia Anne Frank no seu diário, “os abraços foram feitos para expressar o que as palavras deixam a desejar. ”
Que 2021 não seja mais um ano, mas que seja o Ano!!!
11/01/2021 – 2.ª série
Carolina Rodrigues, 11º ano.
A força do Sonho
“Pelo sonho é que vamos”, diz o poeta Sebastião da Gama.
Aqui está uma ideia inspiradora que Carolina Rodrigues partilha na sua crónica desta semana. Uma ideia a que nenhum leitor pode ficar indiferente, porque, “quando completares o teu sonho, garanto-te que outros virão, novas batalhas aparecerão e todos esses momentos únicos formam uma vida, a tua”.
Vamos a isso – Bons Sonhos!
OPINIÕES DE SEGUNDA
“O sonho comanda a vida” é a frase que faz mais sentido na minha cabeça. Será que para ti também o é?
O sonho é algo que está connosco desde que idealizamos qualquer propósito na nossa vida, seja ele pessoal ou profissional, e o seu fim só pode ser única e exclusivamente alcançá-lo. Por isso, são os sonhos que nos movem para levantar cedo, dia após dia, ter uma força que nem nós próprios imaginamos ter e cujo motivo é acreditar que somos capazes de conquistá-lo.
Na minha opinião, os sonhos formam a nossa identidade, na medida em que somos orientados para os concretizar. É impossível alguém sonhar por ti porque, se assim o fosse, era sinal de que tu não existias. Consequentemente, o sonho embarca-nos para outra dimensão, a racionalidade. Se temos um objetivo específico, isso irá fazer com que organizemos um caminho. Ao efetuarmos o caminho que tencionamos percorrer, estamos a colecionar experiências e só tu poderás dizer “eu passei por isto até chegar onde cheguei… ” . As escolhas que irás fazer mudarão o rumo da tua vida e, até chegar à sua concretização, o sonho transforma-se numa luta onde impera uma outra dimensão, a vontade.
Todas as pessoas podem ter os seus próprios sonhos, mas a capacidade de ter vontade é que determina o sucesso ou o insucesso da sua concretização. Mentaliza-te que os sonhos são criados e feitos por ti e, se ainda não sabes o que é chegar à totalidade de um sonho…, acredita, é um orgulho próprio e uma satisfação que não há palavras para descrever. Mas, também, não precisas de o descrever, simplesmente, desfruta o momento e o sabor de missão cumprida! Quando completares o teu sonho, garanto-te que outos virão, novas batalhas aparecerão e todos esses momentos únicos formam uma vida, a tua.
“ Tenho em mim todos os sonhos do mundo” (Álvaro de Campos).
18/01/2021 – 2.ª série
Matilde Baptista Machado, 10º ano.
Valorizar todos os momentos
O processo do crescimento e da maturidade coloca inúmeros desafios aos adolescentes e aos jovens.
Trata-se de uma aprendizagem permanente, em que, nas palavras da Matilde Baptista Machado, importa “aprender com os erros, fazer aquilo de que gostamos, enfrentar os nossos medos, expandir as nossas barreiras e sentirmo-nos livres de agarrar a nossa personalidade.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Crescer… Pois é! Já pararam para pensar em como nós, adolescentes, nos tornámos pessoas completamente diferentes do que éramos há dois ou três anos? O quão crescemos física e psicologicamente, a forma como vemos as pessoas e coisas ou como olhamos para uma foto/ vídeo nosso antigo e pensamos “Onde é que eu tinha a cabeça para me vestir e agir assim?”.
Tudo isto faz parte do crescer e sabemos que não é fácil porque temos muitas preocupações, como a obtenção de bons resultados escolares ou a fácil integração nos grupos de amigos. Para além disso, somos nós quem tem de escolher aquele que é o caminho certo, mesmo com toda a pressão que nos é imposta pela sociedade e, muitas vezes, pelos nossos familiares.
No nosso dia a dia, as coisas que dizemos ou fazemos vão certamente influenciar o nosso futuro “EU”. Mas nem tudo isto deve ser tomado como uma desvantagem, pois, enquanto crescemos, conquistamos mais liberdade dos nossos pais, que nos permitem saídas mais frequentes com amigos, experimentar e descobrir e partilhar coisas novas. Isto também mostra que estamos mais maturos e mais próximos do mundo adulto e, por isso, temos que viver estes tempos da melhor forma possível, valorizando todos os momentos.
Crescer não se resume a stressar sobre um teste de Matemática, preocuparmo-nos com a nossa imagem, ter medo de não ser aceite pelos outros, mas, sim, aprender com os erros, fazer aquilo de que gostamos, enfrentar os nossos medos, expandir as nossas barreiras e sentirmo-nos livres de agarrar a nossa personalidade.
25/01/2021 – 2.ª série
Carolina Tira-Picos, 11º ano.
Encontra a tua voz no feminino!
Apesar dos avanços, a questão continua a estar na ordem do dia e a merecer toda a atenção. Porque –escreve Carolina Tira-Picos – «“a teoria” está muito distante da “realidade”».
Daí o seu apelo: «Tu tens uma voz! Usa-a! Fala! Levanta as mãos! Grita as tuas respostas! Faz com que sejas ouvida!».
OPINIÕES DE SEGUNDA
Feminismo – Penso que este é o tema ideal para o “Opiniões de Segunda”, porque sinto que, ainda hoje, as mulheres são discriminadas pelo simples facto de “serem mulheres”.
Como é óbvio, “a teoria” está muito distante “da realidade”: não podemos negar que existe um problema específico de género. E o problema de género não é sobre o “ser humano”, mas sobre o “ser uma mulher”!
O feminismo não agride, nem pretende igualar a mulher ao homem (porque biológica e anatomicamente somos diferentes e isso não implica sermos melhores ou piores que o género oposto!). Aliás, os homens podem ser feministas, sem pôr em causa a sua masculinidade!
Uma mulher feminista não deve ser vista como aquela que odeia os homens e que não possui qualquer tipo de feminilidade, mas como aquela que odeia o machismo. A mulher deve, sim, ser vista como um ser humano que tem direito a ter as mesmas oportunidades; que não deve receber um salário inferior por exercer as mesmas funções; que não deve ser preterida na escolha de um emprego por poder engravidar e precisar de tempo para se recobrar e estar com o seu rebento (afinal, aquela criança é fruto do amor entre dois seres, de géneros diferentes).
Num mundo onde os homens são mais fortes, mais rápidos… (esta é a teoria da evolução da espécie humana…, mas convém não esquecer que já não somos “macacos” – somos “seres humanos”!), se tu, mulher, não estiveres pronta para discutir, argumentar…, o silêncio vai matar-te!
Tu tens uma voz! Usa-a! Fala! Levanta as mãos! Grita as tuas respostas! Faz com que sejas ouvida! Encontra a tua voz e, quando o fizeres, preenche o maldito silêncio!
01/02/2021 – 2.ª série
Madalena Silva, 9º ano.
Cuidar a saúde mental
Num período em que o país está, novamente, em confinamento e em que o impacto da pandemia atinge dimensões extremas, Madalena Silva traz para reflexão a temática da saúde mental.
E chama a atenção para a importância do papel dos pais e dos professores, “para que os adolescentes consigam lidar com as situações de conflito e adversidades, promovendo o seu bem-estar.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Há dias, assisti a um documentário televisivo cujo tema era a saúde mental, situação que despertou em mim curiosidade sobre a importância da saúde mental dos adolescentes.
A adolescência é um período essencial para o desenvolvimento de bons hábitos sociais e emocionais. Não tratar da saúde mental na adolescência causa sérias consequências para a vida adulta, pois existem várias mudanças nesta fase, como, por exemplo, a mudança de escola, de casa, início de uma vida académica e, sem dúvida, situações inerentes ao crescimento.
Acontece, porém, que esta passagem pode ser de perfeita normalidade e feliz, como pode criar ansiedade, stress ou até depressão, provocando uma grande pressão sobre os adolescentes. Muitas das doenças mentais surgem pela adolescência, mas nem sempre são detetadas, nem tratadas, condicionando a saúde física, mental e até oportunidades de vida.
São vários os fatores de risco com que os adolescentes e jovens se deparam no seu dia a dia, entre os quais se incluem o desejo de autonomia, utilização das tecnologias, discriminação, estigma, afastamento social, violência verbal ou física e dificuldades socioeconómicas.
Os pais e os professores assumem um papel fundamental para que os adolescentes consigam lidar com as situações de conflito e adversidades, promovendo o seu bem-estar. Consciencializar e intervir serve, sobretudo, para criar alternativas e diminuir comportamentos de risco, permitindo aos adolescentes e jovens tornarem-se adultos saudáveis e felizes, contribuindo todos para um harmonioso desenvolvimento familiar, comunitário e social.
08/02/2021 – 2.ª série
Filipa Magalhães, 12º ano.
Violência doméstica
A violência doméstica é um problema antigo e o confinamento tende a agravá-lo.
Na crónica desta semana, Filipa Magalhães coloca este crime à consideração dos leitores, porque “todos podemos e devemos dizer NÃO à violência e ultrapassar a sociedade arcaica com que, muitas vezes, nos deparamos.”
Em suma, só uma atitude tem de ser posta de lado –a indiferença!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Como é possível alguém magoar a quem diz amar? Segundo dados divulgados pela comunicação social, perto de metade dos homicídios, em Portugal, ocorre em contexto de violência doméstica.
Todos os anos, chovem notícias como esta, dizendo que mais uma mulher foi abusada ou violentada pelo marido ou companheiro, quebrando o seu direito à vida. E a verdade é que, de acordo com os especialistas, a situação de confinamento por causa da pandemia tende a agravar este problema dramático, havendo um receio fundado de que, no isolamento de muitas casas, possa estar a viver-se um sem número de verdadeiras tragédias humanas.
Por vezes, até somos testemunhas de acontecimentos de violência doméstica e, frequentemente, mostramo-nos indiferentes. E tu, serias capaz de passar indiferente? Já paraste para ouvir a voz de quem mais precisa de ser ouvido? Ou será que o problema está no facto de a nossa sociedade ter normalizado estes comportamentos?
Há alguns anos atrás, quando uma mulher levava “porrada”, “era porque merecia”, e era esta atitude por parte da sociedade que levava a uma retração do elo mais fraco, deixando-a num silêncio que ficava esculpido no rosto, com a marca de uma mão, minimizando-a a uma simples propriedade, cuja liberdade de expressão (direito inato) era quase inexistente.
Atualmente, em pleno séc. XXI, o crime de violência doméstica é um crime público e, por isso, todos podemos e devemos dizer NÃO à violência e ultrapassar a sociedade arcaica com que, muitas vezes, nos deparamos.
Mulher, não tens que “fazer das tripas coração!”
15/02/2021 – 2.ª série
Ana Rita Zamith, 11º ano.
Saber dizer Obrigado!
Damos tudo como adquirido e cultivamos "A arte de só estar bem onde não se está". Quer dizer, “ambicionámos muito e agradecemos pouco”.
Na crónica desta segunda, Ana Rita Zamith sublinha que “as situações adversas que hoje enfrentamos ensinam-nos a dar valor àquilo que tínhamos como garantido”. E que é muito importante saber dizer Obrigado!.
Para ler… e pensar.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Se alimentarmos um cão com comida e amor, ele atinge, automaticamente, o auge da sua felicidade, sendo capaz de proporcionar alegria ao outro, ainda que esteja condenado a viver apenas cerca de dezassete anos de idade.
Nós, por outro lado, somos teimosa e irremediavelmente ingratos. Ambicionámos muito e agradecemos pouco. Seria de esperar que uma espécie tão evoluída tecnologicamente fosse capaz de protagonizar simples atos de valorização e agradecimento. Contudo, feliz ou infelizmente, dizer um mero “obrigado” parece-nos tão complicado como atingir todos os nossos sonhos e ambições.
Estou longe de insinuar que a ambição se assemelha a um composto tóxico que nos destruirá, não me interpretem mal: sonhar alto assemelha-se mais a oxigénio – é necessário, crucial até para que trabalhemos pelos nossos objetivos e para que, de facto, os alcancemos. A meu ver, o problema do ser humano está em não se contentar apenas com o oxigénio: não precisa, mas quer também o flúor, o cloro e todos os outros elementos da Tabela Periódica.
Sejamos ambiciosos, mas também gratos pelo que temos. Valorizemos os pequenos atos. As situações adversas que hoje enfrentamos ensinam-nos a dar valor àquilo que tínhamos como garantido.
Porque ontem discutiste com a tua amiga, discussão que consideraste essencial e recusaste-te a deixar o orgulho de lado; hoje só queres poder abraçá-la. Ontem queixaste-te da ansiedade que a escola te provocava; hoje desejas desalmadamente lá estar. Ontem estiveste no telemóvel o dia todo; hoje suspiras por sair à rua. Ontem querias umas sapatilhas novas; hoje queres que a tua avó tenha saúde. Ontem não gostavas do teu corpo; hoje ambicionas que ele não deixe o vírus entrar. Ontem desvalorizaste as quatro estações do ano; hoje, que só há duas, sonhas em voltar a cheirar uma flor ou a comer uma castanha. Ontem mal sorriste; hoje anseias por ver todos os sorrisos que se escondem por detrás de uma mera (mas impactante) máscara.
Confesso que o dilema do “só estou bem aonde não estou” irrita-me profundamente, porque as pessoas só valorizam quando perdem, só agradecem quando já é tarde, só se apercebem que tomaram o amanhã por garantido, quando, inesperadamente, o Amanhã nos mostra que a vida é efémera e que nada nos garante.
22/02/2021 – 2.ª série
Matilde Silva, 9º ano.
A solidão também mata
Em tempos de pandemia, de confinamento e de distanciamento físico, a solidão torna-se ainda mais difícil de suportar.
Trata-se de um problema com graves implicações, tanto a nível psicológico como físico, pelo que, na opinião de Matilde Silva, exige-se uma intervenção urgente, “de forma a potenciar o bem-estar da população”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Atualmente, observando tudo ao meu redor, apercebo-me que muitas pessoas estão a experienciar períodos de solidão, mostrando-se urgente intervir nesta problemática.
Em primeiro lugar, a solidão assume-se como um problema em que a intervenção é importante, pois, por vezes, altera não só o estado psicológico das pessoas, mas também o físico, o que, em casos de gravidade severa e sem atuação antecipada, pode levar ao início de várias situações complexas como, por exemplo, a depressão ou, no limite, o suicídio. Importa ainda referir que temos de ter em conta vários fatores inerentes ao ser humano, já que somos dotados de diferentes formas de pensar e agir e, por isso, reagimos às situações de forma diferente.
Em segundo lugar, a solidão é um problema que afeta em grande número os idosos, por diversas razões que passo a explicitar: o isolamento após a viuvez; o abandono de idosos pela família; a solidão após a reforma e, acima de tudo, devido à pandemia que estamos a atravessar, que se mostra mais perigosa para a população idosa, de tal modo que, como forma de proteção e prevenção, se apela ao seu isolamento nas habitações. No entanto, na minha opinião, considero que este problema da solidão pode ser igualmente trágico e, por isso, devemos tentar encontrar um meio termo, conseguindo proteger aqueles de que mais gostamos, mas, ao mesmo tempo, não deixando ninguém completamente sozinho, mas, sim, ajudando-o, de maneira a que se sinta melhor.
Em suma, apercebo-me que a pandemia nos alertou para o problema que é a solidão e para as implicações que esta pode ter, tanto a nível psicológico como físico. Desta forma, considero urgente intervir nesta problemática, de forma a potenciar o bem-estar da população.
01/03/2021 – 2.ª série
Joana da Silva Gonçalves, 8º ano.
Obrigada aos meus pais!
A Escola, a Comunidade e a Família desempenham um papel central na formação de uma pessoa. Mas, na opinião de Joana Gonçalves, é em casa que tudo começa. Porque – escreve – “os pais são o nosso porto de abrigo e desempenham um papel fundamental na orientação do nosso percurso, quer educativo, quer profissional, quer pessoal.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Os pais desempenham um papel fundamental na educação dos seus filhos e também ao nível do seu percurso escolar e profissional. São os grandes pilares e neles está a enorme responsabilidade de formar pessoas para o futuro…
Educar é promover a educação, transmitir o conhecimento dos processos sociais e culturais e proporcionar meios que permitam aos filhos viver numa determinada sociedade. Mas educar é também compreender, acarinhar, repreender, enfim…, ensinar.
Neste processo complexo de formar cidadãos com valores e com princípios, entram também a escola, os professores, toda a comunidade. É desta conjugação de fatores que surge o sucesso ou o insucesso das gerações atuais e futuras.
Mas, na minha opinião, é em casa que tudo começa, desde o momento em que nos é cortado o cordão umbilical. Cada dia é uma nova aprendizagem que aumenta progressivamente com o passar dos anos, ganhando formas diferentes, implicando responsabilidades acrescidas, até que sejamos capazes de trilhar cada um o nosso próprio caminho.
E os anos sucedem-se, até que chega a altura de tomar decisões, assumir compromissos, arcar com as responsabilidades. Também nesta fase, os pais têm um papel fundamental. É importante saber ouvir, esclarecer, dar opinião, aconselhar sem interferir…
Concluindo, o papel dos pais é muito vasto e sobre ele haveria muito para dizer e escrever. Basicamente, os pais são o nosso porto de abrigo e desempenham um papel fundamental na orientação do nosso percurso, quer educativo, quer profissional, quer pessoal… São parte daquilo em que nos tornamos!
“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência” (Augusto Cury).
Obrigada aos meus pais!
08/03/2021 – 2.ª série
Ana Rita Garrido, 12º ano.
A arte de simplificar
Nesta edição do “Opiniões de Segunda”, Ana Rita Garrido fala do minimalismo e do combate à “sociedade consumista em que vivemos”.
Na sua perspetiva, trata-se de uma questão de qualidade de vida individual e de proteção do presente e do futuro do planeta. É que, “se toda a gente mudasse, só um bocadinho, os seus hábitos consumistas, conseguiríamos alcançar um mundo muito mais sustentável.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
O minimalismo e a arte de simplificar referem-se, primeiramente, a uma corrente estética e a uma série de movimentos culturais que percorreram diversos momentos do século XX. Mas não é essa a razão pela qual eu me refiro a ele nesta crónica...
O minimalismo aparece como uma expressão comportamental da sociedade e, na minha opinião, é muito mais do que um estilo de vida ou preferência estética. O minimalismo é uma forma de combater a sociedade consumista em que vivemos.
Uma das vantagens da cultura minimalista é que com essa atitude ganhamos mais tempo e deixamos de viver períodos tão stressantes, uma vez que temos menos coisas com que nos preocupar e focamo-nos naquilo que realmente importa. Por exemplo, aquele tempo todo que perdemos de manhã à procura de um casaco no meio dos vinte que não usamos, quando podíamos ter apenas os cinco a que realmente damos utilidade.
A vantagem que, a meu ver, é a mais relevante prende-se com o combate ao consumismo e, como consequência, tornar a sociedade e o mundo algo mais sustentável. Quando consumimos de forma compulsiva e sem necessidade, estamos a prejudicar gravemente o planeta, que é a nossa Casa Comum, ao contrário do consumismo qualitativo, em que se consome menos, logo produz-se menos lixo. Comprar coisas com uma qualidade mais elevada e que sabemos que vão durar muito tempo é melhor do que comprar algo com uma qualidade questionável só porque sabemos que é mais barato e que por um curto espaço de tempo vai servir o seu propósito.
Em síntese, o minimalismo tem estas e muitas mais vantagens, no que diz respeito a mudar a sociedade consumista. Se toda a gente mudasse, só um bocadinho, os seus hábitos consumistas, conseguiríamos alcançar um mundo muito mais sustentável.
15/03/2021 – 2.ª série
Rita Vilela, 11º ano.
Tempos de confinamento
Neste tempo estranho, marcado por tantas perdas e pela saudade de tantas experiências felizes, há também muitas descobertas a valorizar.
Ao fim de um ano de pandemia, Rita Vilela esboça um balanço deste tempo “que parece não ter fim”. Fala do lado sombrio e de realidades novas, porque “a verdade é que passamos a dar valor às pequenas coisas que antes nos pareciam tão insignificantes.”
Para ler e (re)pensar!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Saudade! O que melhor descreveria esta fase, que já se prolonga há mais de um ano? Uma fase em que a solidão e o isolamento se apoderam de nós e nos deixam um vazio na alma…
Este ano, que parece não ter fim, tem muito que se lhe diga. Desespero e aflição da classe médica que luta com todas as suas forças, a tristeza de quem perde pessoas especiais e a angústia daqueles cuja vida parou e os deixou desamparados, sem nada. Um ano caótico, deveras, mas deu que pensar, isso deu.
A verdade é que passamos a dar valor às pequenas coisas que antes nos pareciam tão insignificantes. O toque, os abraços, uma boa conversa, os sorrisos contagiantes, as tão queridas festas populares, o convívio com os amigos e tantas outras coisas. Esta solidão que nos atormenta deixa-nos a pensar como a vida era tão bonita, tão simples, mas tão bonita. Percebemos que tudo isto – os afetos, a união, o convívio e a proximidade – nos faz tanta falta.
E estes momentos desafiantes e agonizantes em que vivemos, a ausência de toda a convivência e contacto físico, servem-nos de reflexão. Ausência esta que nos deixa um vazio melancólico que só as lembranças e a esperança preenchem.
Por fim, fica a saudade, a saudade de tudo, dos momentos, das pessoas, das mais pequenas coisas que não valorizamos, inclusive daquilo que nos foi impedido de viver.
22/03/2021 – 2.ª série
Inês Rêgo, 11º ano.
Saber fazer uma filtragem crítica da informação
Na sociedade mediática em que vivemos, somos inundados com informação como nunca se imaginou ser possível.
No meio deste imenso oceano, Inês Rêgo chama a atenção para a necessidade de sabermos filtrar os conteúdos, sob pena de corrermos o risco de sermos cidadãos muito mal informados e facilmente manipulados. Porque muito dessa alegada informação mais não é do que desinformação.
É uma questão de literacia mediática…
OPINIÕES DE SEGUNDA
Com a globalização e o crescimento das redes sociais, é cada vez mais fácil ter acesso a informação, inclusivamente, em tempo real. Contudo, com esta abundância de recursos e informação de todos os tipos, somos também expostos a uma enorme quantidade de informação pouco fidedigna ou mesmo falsa – as chamadas fake news.
Lamentavelmente, as fake news podem mesmo chegar-nos por intermédio de figuras possuidoras de autoridade e a quem atribuímos credibilidade, à escala nacional ou internacional, cujo papel deveria ser, entre outros aspetos, manter-nos devidamente informados.
Para evitar que caiamos no erro ou permaneçamos na ignorância, torna-se crucial, nos dias de hoje, fazer uso de espírito crítico e saber filtrar a informação que nos chega, rejeitando aquela que não é fiável.
Contudo, tem-se tornado cada vez mais difícil fazer esta seleção, pelo que, na minha opinião, não compete apenas ao cidadão comum procurar fontes seguras de conteúdo de caráter informativo, mas cabe também às entidades que regulam a comunicação social, as redes sociais e a própria World Wide Web criar normas e sanções (apropriadas à situação em causa), que combatam aquilo que se está a tornar numa pandemia.
Assim, do meu ponto de vista, é fundamental a adoção de medidas a nível individual (como a procura da certificação da informação, evitar utilizar fontes não credíveis ou fazer uma filtragem crítica da informação a que somos expostos), mas é, também, essencial que as entidades responsáveis adotem medidas de outro caráter, para proteger quem navega na Internet contra a desinformação manipuladora.
29/03/2021 – 2.ª série
João Leal, 12º ano.
Abrir “asas” para o Mundo
Em tempos de pandemia e de confinamento, ainda apetece mais viajar. Nem que seja “sem sair do lugar ”… Porque se trata de uma experiência única que – nas palavras de João Leal – nos conduz ao “encontro de tantas maravilhas e a maior radica naquela que nos leva a saber quem somos, para onde queremos ir e o que é possível esperar de nós!...”
É caso para dizer: “Boa Viagem!”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Ao viajar, “abrimo-nos” para o Mundo, à procura de satisfazer tantos sonhos, dilatar imaginários, crescer, o mesmo é dizer, autoconhecermo-nos, desvendando o ser mágico que habita em cada um de nós. Por isso, eis-nos a viajar, especialmente, sem sair do lugar, ou então a abrir “asas” para o Mundo e a aprender a gostar do que somos, do que fazemos e para onde queremos ir.
A propósito, facilmente percebemos que, ao abrirmos a imaginação para uma viagem, estamos, de antemão, a optar por um destino relacionado com as nossas expetativas, que queremos comprovar ser ou não o nosso caminho, a nossa paixão, o que perfaz os nossos sonhos. É nesta linha que vejo as viagens, nomeadamente, a magia que oferecem de nos encontrarmos, preferindo lugares exóticos a marítimos, esta àquela cultura, este àquele prato típico, entre tantas outras mundividências.
Nas viagens, é nítida a nossa realização maior, pois que através delas sentimo-nos a enriquecer, desafiando as nossas convicções, vocações e caminhos a trilhar. A quem não aconteceu um dia, uma vez regressado de uma viagem, dar consigo a refletir sobre o quanto ela foi um meio de despertar para o poder da reflexão que, aplicada às nossas vidas, resultará numa orquestra de harmonia, onde todas as vivências e desafios falam a uma só voz e nos elevam à felicidade? Mais, não são também as viagens aquele meio de despertarmos para as maravilhas da Natureza/ Universo e, consequentemente, reconhecermo-nos como amigos dele, com quem unimos as mãos e vivemos a sonhar?
O que move tantos a fugir do quotidiano, melhor dizendo, a viajar? A resposta é simples – partir em busca do seu bem-estar e, enquanto tal, esclarecer-se e encontrar-se na relação com os outros e consigo próprios. Portanto, não se esqueçam de viajar, das mais variadas formas, ao encontro de tantas maravilhas e a maior radica naquela que nos leva a saber quem somos, para onde queremos ir e o que é possível esperar de nós!...
05/04/2021 – 2.ª série
Lourenço dos Santos Pena, 9º ano.
A leitura, um património!
Falemos da leitura. E acompanhemos Lourenço Pena na reflexão que nos propõe…
Escreve este adolescente que não compreende “o desdém a que tantos votam a leitura”. Porque “a leitura me enriquece, cultivando-me, fazendo-me crescer como pessoa, enriquecendo os meus conhecimentos. No fundo, faz-me voar e ser tão feliz! Vou, por isso, sempre que conseguir, incentivar muitos a ler.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
“Ler é crescer ” é a frase que, no meu entender, melhor traduz o quanto a leitura nos enriquece, contribuindo para a nossa formação integral, isto é, pessoal e social, fazendo de nós seres mais realizados e, naturalmente, felizes. Porém, são tantos aqueles que tendem a relativizar o ato de ler, ignorando-o e até criticando quem o pratica, por hábito ou por prazer.
No meu entender, em tudo que proporciona, a leitura faz-nos voar, desenvolver competências, isto é, cultivanos. Por exemplo, quando leio, sinto-me a viajar, curiosamente, sem sair do lugar. De facto, através da leitura, acabo por conhecer novos países, novas mentalidades, novas culturas. Muitas vezes, coloco-me no lugar das personagens que movimentam a ação e eis-me a reprovar ou a apoiar os seus comportamentos, o que me torna melhor pessoa e até pequeno/ grande cidadão. Mais, tenho notado o muito que a leitura tem contribuído para aperfeiçoar as minhas competências ao nível da língua portuguesa, dando comigo a, espontaneamente, interpretar e compreender com mais perfeição e, consequentemente, a escrever com marcas de muita imaginação e criatividade.
Deste modo, e falando de algo que me entristece, não compreendo o desdém a que tantos votam a leitura, criticando até aqueles que são médios e excelentes leitores, como eu. Acredito que a culpa até nem será sua, se pensarmos que o hábito de ler cria-se desde o ventre da mãe e na continuidade da Vida.
Concluindo, hoje adolescente e um bom, melhor, excelente leitor, já que apaixonado pela leitura, vou continuar este caminho. E faço-o convencido de que a leitura me enriquece, cultivando-me, fazendo-me crescer como pessoa, enriquecendo os meus conhecimentos. No fundo, faz-me voar e ser tão feliz! Vou, por isso, sempre que conseguir, incentivar muitos a ler. De mãos dadas com o livro, eu cresço!
12/04/2021 – 2.ª série
Maria Gonçalves, 12º ano.
Fazer a diferença pelo Voluntariado
Na crónica desta semana, Maria Gonçalves chama a atenção para um aspeto diferenciador de fulcral importância na nossa sociedade, o voluntariado. E sublinha como é importante, em termos curriculares. Para já não falar na vertente do “crescimento espiritual e pessoal dos voluntários”. Porque “saber que causamos um impacto positivo em alguém é uma experiência muito gratificante.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
O voluntariado é importante por vários motivos que beneficiam tanto a comunidade quanto os próprios voluntários. Quando alguém doa o seu tempo, faz a diferença e isso muda uma comunidade para melhor, enquanto a experiência em si já melhora a pessoa que doou o tempo.
Mais pessoas a trabalhar é igual a menos trabalho para cada pessoa e menos tempo para o projeto. Portanto, quanto mais pessoas, melhor.
O voluntário também beneficia em termos pessoais, porque consegue ver como a sua contribuição faz a diferença. Essa experiência contribui para o desenvolvimento pessoal, principalmente em áreas como as da autorrealização, autoconfiança e autoestima. O ato altruísta de fazer voluntariado também proporciona um aprimoramento espiritual. Saber que causamos um impacto positivo em alguém é uma experiência muito gratificante.
Doar tempo também nos ajudará no futuro. O voluntariado dá-nos competências, como habilidades de comunicação, capacidade de trabalhar com e de liderar outras pessoas, dedicação e gestão do tempo. Quando os empregadores veem um trabalho voluntário no currículo, é mais provável que contratem essa pessoa, pois estão cientes de que a maioria das pessoas que oferece o seu tempo é altruísta, honesta e trabalhadora.
Durante esta pandemia, apesar das enormes necessidades, as oportunidades de voluntariado passaram a ser raras, por motivos de saúde, obviamente. Mas, assim que a situação pandémica estabilizar, vai ser extremamente importante o trabalho voluntário, para impedir que a situação de comunidades que vivem com problemas piore.
Estas são apenas algumas razões pelas quais o voluntariado é importante. Não apenas pela esperança e felicidade que dá às pessoas ajudadas, mas também porque leva ao crescimento espiritual e pessoal dos voluntários.
19/04/2021 – 2.ª série
Ana Catarina Gomes, 11º ano.
Decidir quem queremos ser
Nos tempos que correm, são inúmeras as pressões que os jovens sentem. Nas palavras de Ana Catarina Gomes, parece que “só os melhores é que serão gente, só os melhores é que terão o mundo na mão…” E, no entanto, há muitos outros caminhos, igualmente válidos. Daí o seu alerta: “é necessário que haja margem para decidirmos quem queremos ser, que mundo queremos ter na mão.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Ser jovem nos dias de hoje não é tarefa fácil, contrariamente ao que os adultos teimam em afirmar.
É verdade que temos mais do que é essencial; é verdade que nos encontramos na era digital que abre as gavetas, as janelas e as portas de todos os saberes. E, por isto, os adultos que têm a nossa educação nas mãos, pais e professores, sentem-se no direito de nos exigir mais e melhor, a excelência é a meta a atingir. Na verdade, só os melhores é que serão gente, só os melhores é que terão o mundo na mão…
Para não frustrarmos estas expectativas, incutidas desde muito cedo, perdemos o tempo de ser criança e ganhamos umas quantas preocupações. E se não formos essas pessoas bem-sucedidas? Que futuro é que nos aguarda? Lançam-nos estas inquietações sob o pretexto de que querem o melhor para nós. Não duvidamos. Só que, ilustres adultos, os tempos são outros, mas as apoquentações inerentes ao processo de crescimento são as mesmas. Como podem ter esquecido? Todos vós já calçastes estes sapatos!
É decisiva a vossa presença nesta passagem de jovem para adulto, mas também é necessário que haja margem para decidirmos quem queremos ser, que mundo queremos ter na mão.
Se a nossa escolha não é a vossa, não significa que seja um erro, é apenas um caminho diferente que todos vós, adultos, estais convidados a pisar, a iluminar.
Por isso, caros adultos, deixem-nos voar, como jovens, ainda que sob o vosso olhar/ presença amiga, protetora, acalentadora…
26/04/2021 – 2.ª série
Sarah Cerqueira, 8º ano.
Entre Londres e Ponte da Barca: o importante é ser feliz!
A frequentar o 8.º ano, Sarah Cerqueira tem já o privilégio de conhecer “dois países, duas culturas, dois tipos de ensino”, dois ambientes completamente distintos: Londres e Ponte da Barca.
O importante, porém, “é ser feliz!”. E a felicidade –afirma a Sarah – não tem a ver com o lugar onde estamos, porque ela “está dentro de cada um de nós e só temos que a procurar no mais íntimo de nós mesmos”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Sou aluna do 8. º ano de escolaridade e passei a minha vida escolar entre Londres e Ponte da Barca. Daí ter podido vivenciar realidades completamente distintas: dois países, duas culturas, dois tipos de ensino.
Em Londres, as oportunidades eram imensas. A oferta cultural faz parte do dia a dia e há um conjunto de solicitações constantes, que nos permitem estar sempre em atividade e envolvidos em múltiplas experiências.
Temos um conjunto de privilégios de que em Ponte da Barca não podemos desfrutar, é verdade, mas aqui temos mais tranquilidade e temos sol…
Em termos escolares, também é tudo muito diferente. Para além do método de ensino com uma vertente mais prática, do trabalho em grupo, valorizando-se a entreajuda, e das condições físicas das instalações, que são muito superiores, há uma coisa de que eu gostava muito, era de usar uniforme, assim éramos todos iguais. E recordo ainda o rigor e a disciplina…
Apesar das imensas saudades que tenho de Londres, consegui integrar-me perfeitamente nesta nova realidade, tenho imensos amigos e amigas e tento aproveitar tudo o que de bom a vida me dá.
Acho que podemos ser felizes independentemente do lugar onde estamos, porque a felicidade está dentro de cada um de nós e só temos que a procurar no mais íntimo de nós mesmos.
As boas recordações também nos ajudam a olhar o futuro com otimismo. E, em relação ao meu futuro, por onde passará? Ninguém me pode responder neste momento porque tudo é imprevisível e volátil… Mas o importante é ser feliz! Se for em Londres, melhor ainda…
03/05/2021 – 2.ª série
Ivo Antunes, 12º ano.
Violência no desporto
A paixão clubística leva a que, frequentemente, os exageros se manifestem sem qualquer controlo. E, então, surge a violência!
Trata-se de uma situação lamentável, pelo que –segundo Ivo Antunes – “o bom senso, o respeito e o civismo devem ser valores a preservar em qualquer evento desportivo, para que situações menos dignas não aconteçam”.
Para ler e (re)pensar!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Neste texto, vou expressar a minha perspetiva em relação à violência, hoje em dia, no desporto.
Antes de mais, a violência é um instinto natural do ser humano que causa intencionalmente danos morais ou físicos noutro indivíduo. Atualmente, nem sempre o desporto é visto como um modo de entretenimento e promoção de uma vida saudável, sendo muitas vezes encarado como um modo excessivo de competição, em que o importante apenas é ganhar.
Na minha opinião, o bom senso, o respeito e o civismo devem ser valores a preservar em qualquer evento desportivo, para que situações menos dignas não aconteçam. Para as evitar, é, aliás, importante que as pessoas tomem consciência de que devem controlar as suas emoções, principalmente as de raiva/ ódio.
A verdade é que a violência no desporto acontece várias vezes. E, apesar de os principais causadores serem os adeptos em geral por causa da rivalidade que têm pelas outras equipas, estes ambientes de conflito são muitas vezes desencadeados pelos mais altos responsáveis, que têm comportamentos e usam um discurso “incendiário”. Por exemplo, no dia 15 de maio de 2018, o clube leonino viveu um dos dias mais negros da sua história, quando membros da claque, cerca de 40 pessoas, entraram na Academia, todos encapuzados, e agrediram elementos da equipa.
À guisa de conclusão, a violência desportiva é um crime que sempre existiu e que não é agora com a sociedade que temos que vai acalmar. No entanto, se todos os agentes praticassem o simples “fair play”, melhoraria imenso o estatuto e o prestígio do desporto e erradicar-se-ia, em boa medida, a violência, promovendo-se um ambiente de paz e de divertimento. E o desporto transformar-se-ia no que deve ser de verdade – uma Festa!
10/05/2021 – 2.ª série
Eduarda Dias, 10º ano.
A Barca é casa
Nesta edição do “Opiniões de Segunda”, Eduarda Dias faz apelo à nossa identidade. E não hesita em afirmar: “Como orgulhosa Barquense, não escolheria outro lugar no mundo para viver, muito menos tenho palavras suficientes para descrever o que sinto pela minha terra.”
É assim mesmo. Tal como escreveu o avô da Eduarda, o poeta Manuel Parada, Ponte da Barca, “sempre formosa e contente!”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Às vezes, penso em como a minha vida poderia ser diferente se vivesse numa grande cidade, tanto pelas boas razões como pelas más.
Mesmo ciente das diversas oportunidades profissionais e culturais que uma cidade pode oferecer, tive a sorte de nascer e crescer nesta pequena vila do Alto Minho, a Barca, onde a qualidade de vida é superior a qualquer oferta citadina. Desde pequena que estou habituada a sair com os meus amigos, passar a tarde a brincar na rua e voltar à hora de jantar sem quaisquer receios ou inseguranças. Viver a saber quem vive na porta do lado, quem toma café na esplanada do Central ou que o Zé é neto do Chico são privilégios que não existem nos grandes meios.
A Barca é casa, aquela que acolhe os seus e os de fora como se fossem da terra, aquela que é rica pelas suas paisagens, tradições, gastronomia, mas não só, a Barca é feita de pessoas, pessoas humildes, bondosas, dinâmicas, que fazem de tudo para esta vila não ser esquecida, tal como dizia o meu querido avô, Manuel Parada, “Ponte da Barca é do Minho/ Deste Minho encantador!/ Onde há flores, pão e vinho/ P`ra todos seja quem for!”
Assim como as suas gentes, a Barca é feita de tradição, não fosse o nosso querido São Bartolomeu o culminar de muitas delas. Eu, tu e todos os Barquenses esperamos ansiosamente 365 dias do ano por aquela semana, a semana mais feliz do ano, onde as ruas estão cheias de luz, música e em cada esquina se ouve a nossa “Marcha”.
Como orgulhosa Barquense, não escolheria outro lugar no mundo para viver, muito menos tenho palavras suficientes para descrever o que sinto pela minha terra. Em uníssono, gritamos, Ponte da Barca será “sempre formosa e contente!”
17/05/2021 – 2.ª série
Matias Gonçalves, 11º ano.
O gosto do dinheiro
Há quem lhe chame “vil metal”, mas, para Matias Gonçalves, é uma prioridade. Até porque, na sua opinião, “os nossos sonhos não são alcançados apenas por talento, esforço e/ou dedicação pura, mas também pela influência do dinheiro”.
Deixa, no entanto, uma chamada de atenção: “o dinheiro é muito importante na nossa vida, mas deve ser valorizado com cautela, para que não se torne uma fonte de problemas”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Já alguma vez tentaram encontrar o nome que se dá a uma “pessoa que gosta de dinheiro”? Possivelmente, diriam: avarento, mesquinho, usurário, poupador, vigarista ou sovina. Mas, no meio de tantos nomes, fiquei a pensar, por um momento, e surgiu-me esta questão. Será que todas as pessoas que gostam de dinheiro são egoístas e forretas?
Sinceramente, acho que não, pois eu sou uma dessas pessoas e, considerando que ainda tenho alguma autoestima e amor a mim mesmo, não me encaixo nesse perfil. Eu gosto de dinheiro, pois acredito que pode tomar o lugar de quase tudo e é muito precioso. Mas fará isto de mim uma pessoa “má”?
Faz parte do senso comum saber que o dinheiro faz o mundo andar e acredito que todas as pessoas o reconhecem como objeto de valor. Basta olhar para as suas roupas para o comprovar, embora inúmeras pessoas assumam perspetivas diferentes sobre o mesmo. Com isto quero dizer que devemos aceitar que os nossos sonhos não são alcançados apenas por talento, esforço e/ou dedicação pura, mas também pela influência do dinheiro.
“Ninguém dá nada a ninguém” foi uma das frases que meu pai me disse quando era pequeno e, ao longo dos poucos anos que já vivi, aprendi que isto é, de facto, bastante real na sociedade atual. Acredito, pois, que ninguém faz nada de graça e, assim como pessoas que praticam boas ações podem saciar o seu coração de bons feitos, eu preencho a minha conta bancária com dinheiro. Agora, pergunto-me se existe alguma diferença de verdade? As suas atividades podem fazer alguém feliz, mas o mesmo vale para mim, quando pego no dinheiro que ganhei e o uso para lubrificar as engrenagens do capitalismo.
Acontece que o dinheiro é uma bênção, mas também um néctar viciante: quanto mais se tem mais se quer. E é preciso saber controlar-se. O dinheiro pode levar uma pessoa à falência, à depressão, à solidão e, possivelmente, a conflitos com pessoas que consideramos insubstituíveis.
Concluindo, o dinheiro é muito importante na nossa vida, mas deve ser valorizado com cautela, para que não se torne uma fonte de problemas.
31/05/2021 – 2.ª série
Maria Lima e Safira Pontes, 8º ano.
Dançar para o bem-estar!
Na crónica desta semana, Maria Lima e Safira Pontes fazem o elogio da música e da dança.
São manifestações artísticas que nos trazem “alegria e bem-estar ”, de tal modo que – afirmam – “Quando dançamos, colocamos à prova as nossas competências artísticas, demonstramos a nossa criatividade, expressamos sentimentos, sentimo-nos livres, num mundo que tantas vezes limita os nossos direitos e impõe regras...”.
É caso para dizer: – Vai uma dança?!
OPINIÕES DE SEGUNDA
"Dançar é desenhar com o corpo o poema que habita na alma.
" Somos colegas, amigas, e a dança consolidou laços de uma amizade profunda. Desde muito cedo, encantou-nos esta forma de manifestação artística que nos permite sair de dentro de nós mesmos e entrarmos numa dimensão que nos traz alegria e bem-estar.
Ao longo da nossa vida, a música e, mais propriamente, a dança têm feito parte do nosso quotidiano e, através delas, contactamos com outras culturas e com novos estilos rítmicos. Tudo isto aumenta o nosso conhecimento e torna-nos cidadãs mais atentas, ativas e participativas no mundo que nos rodeia.
É também uma excelente maneira de nos mantermos física e psicologicamente ativas, o que contribui muito para o nosso bem-estar emocional. Exercitando o corpo, acabamos por ter um dia mais proveitoso, porque nos sentimos mais saudáveis, mais leves.
Trata-se de uma forma de integrar num só momento a mente, o corpo e o espírito e esta integração que a dança traz à alma é fundamental para a vida! Quando dançamos, a única coisa que pretendemos é superar-nos e surpreender-nos... Em cada passo de dança, tornamo-nos mais livres.
Terminamos com uma citação de Paulo Coelho: "A dança é uma das formas mais perfeitas de comunicação com a inteligência infinita.
07/06//2021 – 2.ª série
Guilherme Afonso, 10º ano.
A guerra é sempre lamentável por todos os horrores que traz consigo. E, se há um conflito que parece eternizar-se no tempo, esse é o israelo-palestiniano.
É para esta situação que Guilherme Afonso chama a atenção. Porque, na sua opinião, o ambiente vivido na região “faz com que a vida dos habitantes destes territórios se torne, lamentavelmente, impossível.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Nas últimas semanas de maio, um conflito antigo ganhou destaque no mundo. Trata-se da guerra entre Israel e a Palestina e esse destaque, como não podia deixar de ser, deveu-se a maus motivos.
Em primeiro lugar, o conflito entre os dois povos em questão, nesta zona do globo, é um problema antigo e que se tem prolongado, sem se vislumbrar uma solução. Apesar desta longevidade, esta é uma guerra da qual ainda não saiu qualquer vencedor, sendo os únicos derrotados os povos de ambos os lados, que são obrigados a lidar com um conflito armado à porta de suas casas.
Ao longo desta guerra, temos assistido de ambos os lados a atitudes lamentáveis por parte dos respetivos governos. No caso de Israel, podemos ver o bombardeamento de escolas, hospitais ou fábricas como exemplos desta vergonha. Já do lado palestiniano, governado pelo movimento terrorista Hamas, temos visto, por exemplo, a utilização de crianças como “homens-bomba”, algo que corresponde a uma violação dos direitos humanos e a uma atrocidade.
Por último, não existe qualquer povo que goste de viver num local em guerra. Sendo assim, esta guerra tem criado nos últimos anos milhares de refugiados cujo único objetivo é viver num local em paz. Para que se perceba a magnitude desta situação, um em cada três refugiados no mundo é palestiniano e a estimativa atual é de que 7,2 milhões de palestinianos sejam refugiados.
Concluindo, uma guerra não é benéfica para povo algum, mas, no caso israelo-palestiniano, um conflito de tantos, tantos anos, torna-se mais prejudicial ainda e faz com que a vida dos habitantes destes territórios se torne, lamentavelmente, impossível.
A Paz é fulcral!
14/06/2021 – 2.ª série
Sofia Bastos, 12º ano.
Um tema que nos toca a todos!
A violência doméstica é um crime público que a pandemia e os períodos de confinamento ajudaram a agravar.
Face a este problema, o exercício da cidadania responsável exige o contributo de todos. Daí que Sofia Bastos lance um apelo: “Estejamos atentos às pessoas que nos rodeiam!”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Estejamos atentos! Em Portugal, são mortas três mulheres por mês, vítimas de violência doméstica.
A violência doméstica é todo um padrão de comportamentos (violência ou outro tipo de abuso) que ocorre num contexto doméstico, entre os casais ou contra crianças e idosos.
Dados recentes demonstram que a violência doméstica continua a atingir sobretudo as mulheres (83% das queixas). Em 2020, ano marcado pela pandemia, foram registados, em Portugal, 683 casos de violência doméstica durante o isolamento, período de tempo em que as vítimas ficaram mais expostas aos seus agressores.
O Código Penal Português prevê e pune o crime de violência doméstica. Esta assume a natureza de crime público, o que significa que o procedimento criminal não está dependente de queixa por parte da vítima, bastando uma denúncia numa Esquadra da PSP, num Posto da GNR, ou diretamente no Ministério Público.
Estejamos atentos às pessoas que nos rodeiam!
Linha de apoio – 800 202 148.
Nas palavras de Jean-Paul Sartre, filósofo, escritor e crítico francês, “A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. ”
21/06/2021 – 2.ª série
Ana Carolina Amorim, 11º ano.
Parar enquanto há tempo
Os problemas são globais, mas as opções começam por ser pessoais, seja perante a fome, a pobreza e o consumismo, seja face ao desperdício e à poluição.
É uma questão de cidadania, de responsabilidade social. Porque, afirma Ana Carolina Amorim, “se não fizermos algo de imediato, quando tentarmos será tarde demais”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Parar enquanto há tempo! Vivemos num mundo repleto de grandes problemas com os quais todos nos devemos preocupar. Na verdade, não devemos ter apenas preocupação e sensibilidade para com eles, devemos até fazer algo para os resolver. “A mim o que me rodeia é o que me preocupa" (Cesário Verde).
No meu ponto de vista, um dos problemas mais assustadores é a fome e a pobreza de tantas famílias. Um bilião de pessoas não tem acesso a recursos fundamentais como comida e água. Não serão essas pessoas merecedoras da nossa atenção? Nós, como seres humanos empáticos, temos o dever não só de nos preocuparmos com elas como também de tentar ajudá-las, começando por consumir menos, por exemplo.
São necessários 2.1 hectares para cada ser humano. Logo, a terra não tem capacidade para alimentar os sete biliões de pessoas que nela habitam. Então a resposta a este problema passa por cada um de nós. Passa pela diminuição do consumismo.
Outro problema é a poluição e o desperdício. Temos apenas um planeta para habitar. No entanto, esse planeta está a ser destruído por cada um de nós. Seja através da desflorestação, do uso exagerado do plástico, do consumismo ou do excesso de água utilizada, a verdade é que o nosso planeta está a ficar sem recursos para sustentar a nossa vida e a dos vindouros. A vontade de ter sempre mais e mais a qualquer custo está a levar à destruição de florestas, à poluição de mares e rios e à extinção de espécies e, consequentemente, da biodiversidade.
Em suma, nós, seres humanos, devemos deixar de olhar apenas para o nosso umbigo e começar a olhar para os problemas que nos rodeiam. Devemos estar orgulhosos da evolução que conquistamos até agora, mas devemos também saber quando parar. Se não fizermos algo de imediato, quando tentarmos será tarde demais, pois não será apenas um bilião de pessoas com fome, mas, sim, todos nós.
28/06/2021 – 2.ª série
Christian Ventura, 11º ano.
O amor de ontem e de hoje
No início de um novo ano letivo, o “Opiniões de Segunda” regressa ao convívio do leitor, começando por refletir sobre um tema intemporal – o amor.
Mudam-se os tempos, mudam as mentalidades, mas – nas palavras de Christian Ventura – “o amor é e será sempre um sentimento bonito.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
O amor hoje não é o mesmo amor de antigamente. Às vezes, olhamos para os nossos avós e perguntamonos como é que eles fizerem para estarem eternamente juntos. Como conseguiram estar unidos durante quarenta, cinquenta, sessenta anos, até ao fim das suas vidas, sem se terem violentado um a outro. Ninguém, hoje em dia, consegue este feito – o de estarem juntos para sempre.
Antigamente, o amor era mais fácil, mais simples de ser vivido. Um simples olhar era o suficiente para atrair o sexo aposto e, muitas vezes, o compromisso para a vida era assumido pouco depois dos primeiros encontros. Nesse tempo, o amor era vivido mais como um compromisso do que como um sentimento.
Nos dias de hoje, o amor é um sentimento que é vivido de modo diferente. Muitas vezes, associámo-lo a relações que duram pouco tempo ou que não são assumidas como um compromisso sério. Hoje, as redes sociais trouxeram significados diferentes de alguns sentimentos, e o amor é um deles. O amor virtual ocupa, com frequência, o lugar do amor real, com todas as vivências que lhe são atribuídas. Vivem-se relacionamentos virtuais à distância que, quantas vezes, “estragam” relacionamentos sérios que já existiam.
Apesar da necessidade de, cada vez mais, adaptarmos a nossa mentalidade aos tempos modernos, a verdade é que o amor é e será sempre um sentimento bonito.
20/09/2021 – 2.ª série
Daniela Costa, 12º ano.
Fazer a diferença!
No dia a dia, há pequenos gestos que podem fazer a diferença e marcar, pela positiva, a nossa vida em sociedade.
Nas palavras de Daniela Costa, são “pequenos passos para a Mudança”, que beneficiam “a nossa paz de espírito e a daqueles que nos rodeiam.”
Uma crónica para ler e…!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Pequenos passos para a Mudança – Considero que um simples “Bom dia!”, um sorriso ou um aceno podem mudar por completo o dia de alguém. Existem, de facto, pequenas atitudes diárias que fazem a diferença.
Felizmente, vivemos num meio que disponibiliza diversas maneiras de contribuir positivamente para a sociedade. Um simples sorriso, pequenas doações de bens essenciais que já não são utilizados, compras em mercados locais e ecológicos, reciclagem e muito mais. São ações simples que fazem a diferença para imensas pessoas e com consciência ambiental.
No início deste ano letivo, um professor disse: “Coloquem-se no lugar dos refugiados, daqueles que sofrem com o aquecimento global, daqueles que não têm um livro para ler ou nem sequer sabem ler. Temos tudo, porém, reclamamos muitas vezes por coisas fúteis. ” Esta frase sensibilizou-me e fez-me refletir sobre o que cada indivíduo pode fazer para contribuir positivamente na sociedade.
Apesar do meu otimismo, estou ciente de que o ser humano é egocêntrico, é invejoso. Se recorrermos à História, confirmamos que muitas das crises mundiais ocorreram devido a este egocentrismo. Mas a globalização e as TIC, apesar do perigo da desinformação, oferecem informação e, por isso, a possibilidade de conhecimento, sensibilizando mais o mundo para mudanças necessárias.
Na minha opinião, devemos dar o melhor de nós todos os dias, demonstrar compaixão pelos outros e ajudar no que for possível, com verdade e lógica, e isso beneficiará a nossa paz de espírito e a daqueles que nos rodeiam.
27/09/2021 – 2.ª série
Maria Beatriz Beito, 12º ano.
Um ombro amigo
Sempre, mas sobretudo nos momentos difíceis da vida, é fundamental ter um ombro amigo que nos ajude a combater o stress e a ansiedade e a vencer a solidão.
Nas palavras de Maria Beatriz Beito, esse ombro mora num amigo, reside na nossa família. É aqui que está “a melhor coisa que pode existir na vida, pois oferecem-nos um ambiente favorável à partilha de sentimentos.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
A Amizade e a Família – Sempre ouvi dizer que “é preciso ter coragem para viver ”. E sempre me perguntei porquê?
Todos nós passamos por tanto ao longo dos anos, coisas inacreditáveis e realmente dolorosas, que só quem tem coragem é que consegue sobreviver.
Não é fácil ter de passar por momentos complicados, se não tivermos alguém, mesmo que seja só para dizer “vai ficar tudo bem… ” Perante situações difíceis, mantermo-nos calados é o pior que podemos fazer a nós próprios, porque, muitas das vezes, quando deixamos algo guardado, entramos logo em stress e, ainda pior, em ansiedade. Depois, andamos sempre zangados e irritados, acabando também por descarregar em toda a gente, parece que nada nos corre bem. A solidão é, de facto, uma situação existencial muito grave, que pode deixar sequelas e trazer, no futuro, grandes problemas psicológicos.
Para mim, a amizade e a família são suportes verdadeiramente importantes nestas circunstâncias. Seja em que idade for, é fundamental ter alguém com quem contar, um ombro amigo, alguém realmente verdadeiro que esteja ao nosso lado para nos apoiar, sempre e incondicionalmente.
Quanto à família, é o mais importante de tudo, o nosso pilar. Ter um bom relacionamento com a família é do melhor que há, pela segurança e confiança que nos transmite e pela certeza que nos dá de que temos alguém com quem podemos desabafar.
Concluindo, a meu ver, a amizade verdadeira e a família são a melhor coisa que pode existir na vida, pois oferecem-nos um ambiente favorável à partilha de sentimentos.
04/10/2021 – 2.ª série
Rita Ribeiro, 12º ano.
Na crónica desta semana, Rita Ribeiro reflete sobre a idiossincrasia da alma nacional, sobre alguns dos traços que nos tornam únicos no mundo. E conclui: “Ser português é um orgulho. Ser português é um privilégio. Ser português é tanto.”
E é mesmo!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Ser português é tanto. Pensei que seria fácil enumerar tudo o que nos torna tão nossos, mas é complicado passar para o papel tudo o que sentimos quando, no silêncio, o nosso hino soa e todas as vozes se unem ao som d’“A Portuguesa”.
Ser português é sentirmo-nos grandes num país tão pequeno. É um orgulho imenso na nossa cultura, nas nossas tradições e gastronomia. É vibrar com os nossos atletas. É ter o coração apertado sempre que a seleção joga e gritar a plenos pulmões quando, no último minuto, um de nós faz a diferença.
Ser português é ser consumido por um patriotismo desmedido e um bairrismo, muitas vezes, irracional. É criticar um país no quotidiano, mas jamais admitir que algum estrangeiro o faça. É a incessante luta entre regiões para decidir qual a palavra certa a usar e como é correto pronunciá-la.
No entanto, ser português também é errar. É viver num país onde roubar comida, por necessidade, é crime, mas roubar milhões é permitido; ou viver, grande parte do tempo, numa realidade paralela, onde os Descobrimentos representam apenas o apogeu do povo português e não uma época de tortura e opressão dos povos que colonizamos. É acabar tudo em cima do prazo de entrega. É deixar tudo para o dia seguinte.
Ser português é tudo isto e muito mais. Ser português é um orgulho. Ser português é um privilégio. Ser português é tanto.
11/10/2021 – 2.ª série
Sara Lopes, 8º ano.
O elogio da amizade
Na crónica desta semana, Sara Lopes fala da “importância e do impacto que as relações entre amigos podem ter na vida e na saúde de todos nós”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Estar com os amigos faz bem à saúde – O tema deste texto é a importância da amizade e nele será vertida a minha opinião acerca da importância e do impacto que as relações entre amigos podem ter na vida e na saúde de todos nós.
Na minha perspetiva, divertirmo-nos com os nossos amigos é muito importante, porque faz com que relaxemos e, deste modo, os níveis de stress ficam mais baixos. Ao mesmo tempo, ficamos mais felizes, o que melhora a nossa saúde mental. Podemos contar com os amigos nas mais diversas situações da nossa vida, pois, além de fazerem parte do nosso cotidiano, são também um grande apoio emocional.
Quando saímos de casa para passarmos tempo com eles, estamos também a melhorar a nossa saúde física, já que caminhamos e andamos ao ar livre. Caso não o fizéssemos, estaríamos em casa, sentados a ver televisão ou a jogar, o que induziria ao sedentarismo e poderia provocar obesidade.
Por outro lado, também pode haver alguns aspetos negativos. Por vezes, ao passarmos muito tempo com os nossos amigos, descuramos o tempo que deveria ser dedicado aos trabalhos escolares e ao estudo necessário para termos bons desempenhos.
Assim, apesar do lado negativo, considero que estar com amigos é muito importante, uma vez que os pontos positivos suplantam significativamente os negativos.
18/10/2021 – 2.ª série
Ana Rita Almeida, 12º ano.
Saber viver em sociedade
A vida em sociedade implica um sábio equilíbrio entre direitos e deveres.
Na opinião de Ana Rita Almeida, “devemos estar gratos pela liberdade que conquistamos”, mas temos “de saber usá-la para conseguirmos viver todos em harmonia.” Porque, acrescenta, “A partir do momento em que a liberdade de cada ser humano interfere com a do seu semelhante, tornase necessário respeitar alguns limites.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
O mundo atual é, sem dúvida, um mundo de problemas e com muitas preocupações e até contradições.
Vivendo nós numa sociedade que privilegia a liberdade, a maior preocupação atual é, a meu ver, a questão da convivência, pois o ser humano ainda não aprendeu o verdadeiro significado de estar em sociedade e de respeitar os direitos de cada um.
A partir do momento em que a liberdade de cada ser humano interfere com a do seu semelhante, tornase necessário respeitar alguns limites. De facto, é essencial perceber que se vive em sociedade e não sozinho, pelo que devemos respeitar os direitos daqueles que nos rodeiam.
Atualmente, atravessamos uma realidade paralela àquela a que estávamos habituados. No contexto da pandemia, é frequente ver e ouvir pessoas a manifestarem-se contra as restrições impostas. Contudo, é necessário pensar que, se não as cumprirem, estarão a colocar em risco a saúde e a segurança dos outros, interferindo, assim, na sua liberdade.
Na minha perspetiva, organizar grandes manifestações com ilustres cartazes não é suficiente enquanto nós, como seres humanos, não soubermos também colocar em prática aquilo que tanto apregoamos.
Para concluir, penso que devemos estar gratos pela liberdade que conquistamos, ao longo dos anos. Temos, porém, de saber usá-la para conseguirmos viver todos em harmonia, em sociedade.
25/10/2021 – 2.ª série
Manuel Ribeiro, 12º ano.
No devido tempo e na “quantidade” certa
Há temas que dividem opiniões e a sua abordagem está longe de reunir consensos. Daí que Manuel Ribeiro não hesite em afirmar que “devem ser ensinados às crianças e aos jovens, mas no devido tempo e na ‘quantidade’ certa para que as consequências não se tornem indesejáveis.
Uma crónica para ler e pensar…
OPINIÕES DE SEGUNDA
Hoje em dia, a liberdade e a igualdade de direitos tendem a ser a base da educação, não só na escola como na sociedade. Por isso, coloca-se a questão, será que os alunos, especialmente os mais novos, terão de tomar conhecimento de atrocidades cometidas no passado, como a escravatura, a perseguição de homossexuais e a perseguição de certas religiões? Ou terão de tomar conhecimento das diferentes formas de orientação sexual?
Na minha opinião, a resposta não pode ser, de todo, linear. Pessoas diferentes e opiniões diversas fazem parte do mundo em que vivemos; contudo, a abordagem de certos temas deverá ser feita com cuidado. Por exemplo, na minha perspetiva, o racismo não se combate com manifestações, raiva ou revolta, mas, sim, com convívio, amizade e, essencialmente, integração, não forçada, mas natural.
Por outro lado, será que é essencial ensinar aos miúdos mais novos a existência de todas as orientações sexuais? Eu penso que não, porque uma criança de dez anos não tem maturidade suficiente para saber qual a sua orientação sexual ou com que género se identifica. Atenção, não defendo que a educação sexual e as orientações sexuais não façam parte do ensino, apenas o comento porque já vi muita gente a defender essa prática dirigida a estudantes mais novos.
Relativamente ao racismo, considero que, atualmente, a nossa educação aborda-o na “dose” certa. Muita gente acha que o racismo tem de ser mais falado na escola e que devia estar ainda mais presente no ensino dos alunos. Não sou dessa opinião, porque nos deparamos com manifestações antirracismo todos os dias, tanto na televisão como nas redes sociais e até em alguns partidos políticos. O antirracismo começou também a ser usado como forma de publicidade e de criação de boa imagem, mas este excesso de manifestação pode causar o efeito contrário daquilo que originalmente era pretendido, podendo fazer com que as pessoas fiquem saturadas de tais temas e comecem a desenvolver raiva contra eles, de tal modo que a tentativa de solução acaba por aumentar o problema.
Assim sendo, concluo que os mais diversos temas devem ser ensinados às crianças e aos jovens, mas no devido tempo e na “quantidade” certa, para que as consequências não se tornem indesejáveis.
01/11/2021 – 2.ª série
Carolina da Silva, 12º ano.
Algo “pintado” na pele
Cada vez mais generalizada, a tatuagem “traduz um estilo próprio” ou não passa de um sinal de puro exibicionismo?
Para Carolina da Silva, não há espaço para qualquer dúvida no que diz respeito às pessoas que se tatuam. E mais: “não é por terem algo “pintado” na pele que devem ser discriminados. Nem por isso, nem por outro motivo qualquer…”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Modo de vida ou exibicionismo…? Muitas pessoas acreditam que o ato de realizar uma tatuagem é puramente com uma finalidade exibicionista, sem qualquer significado ou propósito específico. Na minha opinião, não é disso que se trata.
Eu vejo a tatuagem como um modo de vida. Traduz um estilo próprio, um conjunto de valores, uma visão do mundo única e uma forma de cada um se expressar. De facto, penso que a maioria das pessoas que realiza uma tatuagem tem uma visão diferente de todas as outras.
Existe uma crença errada de que as pessoas se tatuam por pura exibição ou para impressionar os outros, mas, em geral, não é bem assim. Os que se tatuam sem significado algum por trás são exceções à regra.
É também errado pensar que quem é dono de uma ou de várias tatuagens poderá ser um(a) marginal e/ou má pessoa. A maioria dos que se tatuam são pessoas interessantes e as suas personalidades muito diferentes das demais. Frequentemente, possuem uma profunda consciência do valor da vida, da liberdade individual, da harmonia com a natureza, bem como dos direitos dos animais, para só referir algumas situações.
Reforço, por isso, a ideia de que as pessoas que possuem tatuagens são, nada mais, nada menos, seres humanos como todos os outros e não é por terem algo “pintado” na pele que devem ser discriminados. Nem por isso, nem por outro motivo qualquer…
08/11/2021 – 2.ª série
Maria Miranda, 10º ano.
Hino à “força desmedida da Mulher afegã”
Na crónica desta semana, Maria Miranda resgata do esquecimento uma tragédia e escreve um verdadeiro hino à “força desmedida da Mulher afegã”.
Deixa ainda uma pergunta: Como é possível “a Humanidade, impávida e serena, silenciar e pactuar com os talibãs e outros fanáticos/ fanatismos?!..., aniquiladores da liberdade, melhor dizendo, da Dignidade do ser humano, em geral, e da mulher/ Mulher, em particular?
OPINIÕES DE SEGUNDA
Um Mundo Novo… Nascerá!...
– Mullah Noruddin Turabi, um dos fundadores do movimento talibã e um dos membros mais conservadores do grupo, surge, enquanto líder, determinado a ativar punições/ atrocidades extremas.
Este alto responsável talibã deixa um aviso à comunidade Internacional: –" Ninguém nos vai dizer quais devem ser as nossas leis, seguiremos o Islão e faremos as nossas leis sobre o Alcorão", palavras desafiadoras, dignas de combate arrojado, congregador de mãos unidas, a falar numa só Voz – a da condenação e combate prementes…
Na verdade, como pode a Humanidade, impávida e serena, silenciar e pactuar com os talibãs e outros fanáticos/ fanatismos?!..., aniquiladores da liberdade, melhor dizendo, da Dignidade do ser humano, em geral, e da mulher/ Mulher, em particular, impondo-lhe códigos de vestuário obrigatório e, mais grave, ainda, negando-lhe, titanicamente, o acesso ao emprego e à educação. Assim, privada dos muitos direitos que lhe estão consignados, incluindo o do trabalho, condicionador da sua autonomia financeira, vê-se afastada da vida pública, privada da educação, do emprego, da saúde, melhor dizendo, da Vida Pessoal e Social. Consequentemente, ei-la dependente de membros da família do sexo masculino e, o mais grave, condenada ao sofrimento silencioso e devorador, entre outras circunstâncias, o de “uso” e abuso doméstico.
Enaltecedor aos olhos dos que se dignam cidadãos, é a capacidade enérgica com que, não muitas, contudo, algumas delas, ávidas de inverter a marcha da anulação e adulação feminina, elevam a voz do protesto, ecoando, bem alto, a defesa dos seus direitos e, o mais curioso, depois de os talibãs assumirem o controlo de Cabul e de grande parte do país, numa postura de titãs. Grave, grave… é que, enquanto isso, caminha o Mundo, sem ação de combate, parece-me, a lamentar, quase só, adiando a urgência de atuar…
Prometiam os americanos, juntamente, com os seus comparsas, um Afeganistão renovado e emancipado, mais justo, enfim, Novo!!! Tudo foi eclipsado. A própria chama da redenção apocalíptica, augurada, ofuscou-se. Por isso, vivamos a acreditar no seu esplendor, a acontecer com a força desmedida da Mulher afegã e de tantas outras que, Humanidade-fora, acendem o facho da esperança de um Mundo Melhor, antes de tudo, digno de Ser e do seu Ser, a acontecer, quando o Homem quiser, Ontem, Hoje, Amanhã. Tudo adiado?!... Mesmo assim, fico à espera, negando a sombra, mas, inversamente, de olhos postos na Luz que, acredito, reinará. Aliem-se à Luta!... Eu já estou a caminho!!!
15/11/2021 – 2.ª série
Rita Zamith, 12º ano.
Viajar a nossa alma
Na crónica desta semana, Rita Zamith propõe uma viagem. Uma viagem pelo universo do “eu” e à descoberta do mundo do “outro”.
Então, boa viagem!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Viajar não é tão simples quanto parece. Não é uma questão de fazer as malas e visitar novos locais. Vai muito além disso. Deixamos para trás parte do nosso antigo “eu” e construímos uma nova peça que faltava para nos conhecermos com a ajuda daquilo que nos rodeia “para além daquilo que está dentro de nós”, como as pessoas com quem lidamos.
O mundo é demasiado grande para o conhecermos na íntegra. Portanto, penso que cada um de nós o perceciona da forma que lhe foi apresentado, conforme a cultura onde nasceu e tudo o que construímos, de acordo com a nossa personalidade. Quando viajamos, é-nos mostrado outro mundo, novas facetas que nunca antes tínhamos visto, cheirado, ouvido,… sentido. Assim, creio que, a partir desse momento, as nossas imagens mentais mudam. Descobrimos outras pessoas, outros tipos de seres, aos quais não estávamos acostumados e, quando fazemos uma autoanálise acerca do nosso próprio ser, apercebemo-nos de que está diferente, está mudado. Mas o mais relevante é que, enquanto fazemos esta autorreflexão, concluímos que nos estamos a encontrar, também, a nós mesmos. Não totalmente. Acredito que estamos num processo de autodescobrimento até ao fim dos nossos dias. Porém, encontramos mais um bocadinho de nós.
Concluo que viajar não é viajar o corpo, a vida e a mala. Acho que viajar é viajar o “eu”, a nossa alma, que descobre o outro à medida que se autodescobre.
22/11/2021 – 2.ª série
Ana Gonçalves, 10º ano.
Ilusões do mundo virtual
São muitos os que passam grande parte do seu tempo presos à cor e ao movimento que as redes sociais oferecem. Tudo sugere um mundo fantástico, “mas a verdade é que, por trás de um rosto sorridente, é muito provável que esteja uma alma a sofrer.”
Por isso é que Ana Gonçalves não hesita em afirmar que “deveríamos dar um intervalo ao mundo virtual e aproveitar mais os momentos presentes, reais, preservando, ao máximo, a nossa privacidade.”
Fica o convite!
OPINIÕES DE SEGUNDA
E tu, vives no mundo real? – Assistimos a uma crescente preocupação em estar ligado ao mundo virtual através da internet. Todo esse tempo despendido leva à negligência das próprias vidas.
Nas redes sociais, vemos, todos os dias, uma felicidade aparente, mas a verdade é que, por trás de um rosto sorridente, é muito provável que esteja uma alma a sofrer. Somos inundados por rostos felizes, aparentemente bem-sucedidos, porventura numa tentativa desesperada de aliviar frustrações ou de procurar afirmação perante o mundo. Vidas expostas, quase ao minuto, através de fotos, vídeos, “stories”, numa busca frenética da aparência de felicidade plena...
Com frequência, encontramos pessoas que, apesar de acompanhadas, mantêm diálogos digitais, em vez de conversarem com quem se encontra a seu lado. Grupos de amigos que, em vez de comunicarem entre si verbalmente, prestam mais atenção às redes sociais. Pais que não acompanham o crescimento dos filhos, jovens e adultos que não procuram realizar-se profissionalmente, por esperarem que a vida perfeita que almejam lhes surgirá sem empenho e dedicação.
Canalizar todos os esforços para a publicação da foto ideal, sob o ângulo mais perfeito, pode traduzir a derradeira tentativa de transformar momentos “imperfeitos” na vida de sonho. E, quantas vezes, o querer, constantemente, parecer feliz e realizado nas redes sociais mais não é do que uma tentativa de camuflar uma angústia ou frustração permanente…
Acredito que devemos partilhar o que nos traz felicidade, mas, quando passamos demasiado tempo a fazê-lo nas redes sociais, resta-nos menos tempo para o vivenciar, em pleno, na vida real.
O medo de partilhar as nossas angústias e sofrimento leva a este refúgio. Acontece que a partilha do menos bom nas nossas vidas também é importante. Para isso precisamos da confiança que um ombro amigo e uma boa conversa nos podem oferecer.
Não digo que sou contra as redes sociais, pois facilitam-me imenso, ao poder falar com o meu pai e a minha família distante, mas, às vezes, deveríamos dar um intervalo ao mundo virtual e aproveitar mais os momentos presentes, reais, preservando, ao máximo, a nossa privacidade.
29/11/2021 – 2.ª série
Maria João Araújo, 11º ano.
Arrepiar caminho
Em plena quadra natalícia, Maria João Araújo fala do “crescente consumismo” e do menosprezo de valores morais.
Face a esta “alteração perigosa”, deixa um apelo muito direto: importa “arrepiar caminho e pugnar pelos exemplos morais que os nossos avós nos transmitiram – a honestidade, a lealdade, o altruísmo, a empatia e a tolerância.”
Vamos a isso…
OPINIÕES DE SEGUNDA
(Falta de) Princípios e Valores – Na sociedade atual, os valores morais pelos quais o ser humano lutou parecem ter sofrido alterações significativas. Onde outrora se priorizava o amor, a amizade, a solidariedade, agora prevalecem a ganância, o egoísmo e o materialismo.
Uma das mais evidentes transformações a nível dos princípios pessoais é o evidente crescimento da importância atribuída aos bens materiais. A posse de artigos caros e luxuosos tornou-se não só um alvo a atingir, como também passou a ser uma prioridade, enquanto a falta dos mesmos é vigorosamente desprezada e sancionada. A mais notória prova disso é o crescente consumismo que comanda a economia de hoje.
Na minha opinião, não é apenas a sobrevalorização dos bens materiais que corrompe os valores morais do mundo contemporâneo, o menosprezo da importância atribuída à amizade e à solidariedade desempenha um papel igualmente importante. Frequentemente, estes princípios são postos em segundo plano ou subrepticiamente desvirtuados e aproveitados para ascender socialmente. Esta alteração de prioridades é transmitida às crianças, que seguem o exemplo dos mais crescidos, o que se traduz, por exemplo, na falta de empatia pelo outro, no desprezo pelos mais vulneráveis e até no bullying, que tão frequentemente se verifica nos espaços escolares.
Em suma, considero que se opera, de facto, uma alteração perigosa nos princípios e valores da sociedade contemporânea, o que influencia negativamente o comportamento de cada indivíduo. Penso que devemos, por isso, arrepiar caminho e pugnar pelos exemplos morais que os nossos avós nos transmitiram – a honestidade, a lealdade, o altruísmo, a empatia e a tolerância.
06/12/2021 – 2.ª série
Maria Rego, 7º ano.
Respeito pela diferença
Na crónica desta semana, Maria Rego fala da “diferença”, salientando casos como “a homofobia, a transfobia, o machismo, o racismo, a xenofobia, entre outros.”
Na sua opinião, estamos perante atitudes inadmissíveis, pois “não é obrigatório gostar da diferença, nem glorificá-la, mas, sim, tratá-la com a dignidade e o respeito que merece e precisa.”
Sempre, mas ainda mais nesta quadra natalícia, um tema a refletir…
OPINIÕES DE SEGUNDA
Na sociedade em que vivemos, temos reparado, ultimamente, em alguns estragos na mentalidade das pessoas. Já não há direitos, respeito, dignidade. Muitos problemas estão a surgir e poucos ou nenhum a se resolver. No meu ponto de vista, temos de começar a abordar e transformar alguns problemas ou a diferença permanecerá no nosso mundo e acabará o respeito.
Por um lado, temos vários tipos de diferença e muitos outros contras e incompreensões destes mesmos. Alguns casos são a homofobia, a transfobia, o machismo, o racismo, a xenofobia, entre outros. Acho que isto é inadmissível. Agora, liga-se o jornal e só vemos mortes e tragédia de múltiplas pessoas por não serem aceites na sociedade, por qualquer que seja a sua diferença! Devemos parar! Ora pensem comigo, se continuarmos com isto, o que vamos obter?! Posso dar um exemplo: a guerra no Afeganistão. Mortes de mulheres e crianças, desalojamentos, abusos, agressões, falta de dignidade, um total machismo, para quê?! Os homens terem poder para só pensarem em si próprios e não olhar em redor?!
Por outro lado, devemos começar, desde agora, a abordar e tratar destes problemas. Vamos parar e começar a respeitar e praticar, porque, só pelas palavras, não chegamos a lugar nenhum, pois encontramos diferença em todos os pequenos e grandes lugares, numa escola, numa família, num país… Não é obrigatório gostar da diferença, nem glorificá-la, mas, sim, tratá-la com a dignidade e o respeito que merece e precisa.
Em suma, ninguém é perfeito nem nunca vai ser, a sociedade não espera isso. Todos somos diferentes e ainda bem que sim. Imagina teres 10 livros todos iguais e, agora, imagina teres 10 livros totalmente diferentes, vais apreciar mais os diferentes, porque dos outros tu já sabes a história. Como seria o mundo se assim fosse? “Chato”, sem nenhum destaque, totalmente sem graça.
Agora, pensa nisto! 13/12/2021 – 2.ª série
Índia Lage Couto, 8º ano.
Aprendemos muito mais do que pensamos
Em tempo de interrupção das atividades letivas, Índia Lage Couto propõe-nos uma reflexão sobre a importância da escola.
Apesar de, por vezes, parecer “cansativa e irritante”, há, no entanto, uma pergunta que se impõe: “o que seria da nossa vida se não fosse a escola?”
OPINIÕES DE SEGUNDA
A importância da escola – Na minha opinião, ir à escola é muito importante para a nossa vida.
Com a escola aprendemos muito mais do que pensamos, aprendemos a matéria das diferentes disciplinas, claro, mas também aprendemos a ser boas pessoas, porque a escola não serve só para aprender Português, Francês ou Matemática, ensina-nos a socializar e a respeitar os outros colegas e os professores.
Para alguns de nós, a escola é cansativa e irritante, por vezes não nos apetece levantar cedo, fazer os trabalhos de casa ou estudar para os testes, mas o que seria da nossa vida se não fosse a escola?
Para outros, a escola não serve para nada, é só para perder tempo, porque era muito melhor ficar em casa a preguiçar ou a navegar nas redes sociais.
Eu acho que andar na escola é muito importante para preparar o nosso caminho pessoal e profissional, para fazer novas amizades e para aprender a conviver com todo o tipo de pessoa.
A escola prepara-nos para o futuro que nos espera.
20/12/2021 – 2.ª série
Carolina Rodrigues, 12º ano.
Ao comando da sua própria vida
Em plena quadra natalícia, Carolina Rodrigues fala dos diferentes papéis que a Mulher foi assumindo (ou cumprindo), ao longo do tempo. E assinala os progressos, lentos, na conquista plena dos seus direitos.
“Felizmente, a situação alterou-se”. Na sua opinião, hoje, as mulheres são “livres para conduzirem o seu próprio destino”. “Contudo –sublinha – “continuam a sofrer pressões”…
OPINIÕES DE SEGUNDA
Os papéis da Mulher – Ao observar as mulheres que me rodeiam, constato que, dependendo da geração a que pertencem, desempenham papéis muito diferentes e, à medida que se aproximam da minha geração, sinto que o seu lugar na sociedade se vai tornando mais relevante.
A Constituição de 1933 estabeleceu o princípio da igualdade entre cidadãos perante a lei, com exceção da mulher. Esta era considerada diferente e a lei refere as “diferenças resultantes da sua natureza e do bem da família”. Era vista como mais frágil, física e emocionalmente, mas, na verdade, o papel secundário que lhe era reservado era bastante exigente: tinha de ser mãe, dona de casa, esposa. Era, assim, relegada para segundo plano, na família e na sociedade, em geral, o que, de resto, ainda acontece atualmente, mais frequentemente do que seria desejável.
Julgo que a mulher só começou a comandar um pouco a sua própria vida, embora de forma muito subtil, quando acedeu a medidas anticoncecionais; talvez a pílula tenha sido a chave para abrir algumas portas para uma liberdade que se foi conquistando muito lentamente. Pior do que esse cativeiro era ainda o daquelas que tinham de suportar violência doméstica sem acesso a ajuda médica ou judicial. A educação e a escola também lhes eram vedadas.
É neste contexto de opressão e de limitação das suas liberdades que algumas mulheres vão desempenhar um papel muito importante: vão contribuir para a denúncia das desigualdades entre homens e mulheres e, sobretudo, para a necessidade de lutar por mudanças que possam atribuir à mulher plenos direitos.
Felizmente, a situação alterou-se: hoje, as mulheres ocupam os mesmos lugares profissionais que antes eram apenas permitidos aos homens; estudam, são donas do seu corpo, livres para conduzirem o seu próprio destino; hoje, as mulheres divorciam-se, partilham as tarefas domésticas, partilham a guarda dos filhos… Contudo, continuam a sofrer pressões: a beleza, a profissão, a obrigação de ser dona de casa, mulher, mãe…
27/12/2021 – 2.ª série
Elsa Peixoto, 12º ano.
Aborto – sim ou não?
É da interrupção voluntária da gravidez que Elsa Peixoto fala na crónica desta segunda, a primeira de 2022.
Na sua perspetiva, em Portugal “a mulher permanece refém dos papéis que lhe são tradicionalmente atribuídos e a emancipação desses costumes continua a exigir um constante confronto com estruturas mentais e culturais profundamente enraizadas.”
Para ler e tomar posição…
OPINIÕES DE SEGUNDA
O que é o aborto? “Aborto” é o termo utilizado para designar a interrupção da gravidez, quando ainda não há viabilidade do feto. Realizado precocemente, em serviços de saúde legais e autorizados, é um ato médico seguro e com reduzidos riscos.
E quais são os motivos que levam uma mulher a abortar? As razões mais frequentes são o risco para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, uma grave doença ou malformação do feto, uma gravidez resultante de violação, sendo que, nestes casos, a interrupção voluntária da gravidez está contemplada na lei. Contudo, são muito mais as causas.
Na minha opinião, o aborto é um ato que deve continuar a ser legalizado mundialmente, porque considero ser um direito das mulheres, para que consigamos ter controlo para decidir o que é melhor para cada uma de nós, tanto a nível físico como psicológico.
A meu ver, a ilegalidade da interrupção da gravidez não desencadeia nada de benéfico, porque só por o aborto ser ilegal não significa que deixe de acontecer. Muitas mulheres recorrem a outras opções, como as clínicas clandestinas e os medicamentos abortivos sem orientação médica ou sem eficácia comprovada. Estes procedimentos realizados de modo não seguro podem comprometer a saúde da mulher. Ou seja, o aborto legal protege a vida da mulher, e o aborto mal feito pode ter severas consequências. Já para não falar de que o aborto é a consequência de um problema maior, a violência sexual. Estima-se que 94% das mulheres que procuram ajuda foram vítimas de violação, e 29% destas tinham entre 12 e 19 anos.
Posto isto, acho que a luta pela legalização do aborto é uma luta pelos Direitos Humanos. Os Direitos Sexuais e os Direitos Reprodutivos permitem acesso a informações, educação, métodos contracetivos e serviços médicos oportunos. Assim, estes Direitos deveriam ser universais.
Num país ainda marcado pela herança da ditadura salazarista e pelo peso da Igreja Católica, aquilo que deveria ser um direito inquestionável – a soberania da mulher sobre o seu próprio corpo, a sua sexualidade – continua a não ser consensual. Do mesmo modo, a perceção sobre a mulher continua marcada pela maternidade, como se essa fosse, à partida e por defeito, a sua “condição natural”. A mulher permanece refém dos papéis que lhe são tradicionalmente atribuídos e a emancipação desses costumes continua a exigir um constante confronto com estruturas mentais e culturais profundamente enraizadas, que invisibilizam modos de repressão naturalizados.
03/01/2022 – 2.ª série
Ana Carolina Amorim, 12º ano.
Mazelas da Escola do século XXI
No início das atividades letivas do segundo período, Ana Carolina Amorim fala do ensino e dos desafios da Escola do século XXI.
Para ler, refletir e atuar…
OPINIÕES DE SEGUNDA
O atual sistema de ensino mata a criatividade. Vivemos numa sociedade onde o ensino passou a ser obrigatório, algo que, para ser atingido, implicou uma luta imensa. No entanto, será o sistema de ensino o mais correto? Ou não será ele o assassino da criatividade dos jovens?
Bem, apesar de estarmos no século XXI, o sistema ficou preso no século XX. Basta pensar na maneira como os jovens, desde crianças, são obrigados a decorar uma certa quantidade de matéria, para aplicar num teste, sem dar uso à sua criatividade, deixando, assim, adormecida essa parte do nosso cérebro. O pior é que, ao longo da nossa vida, grande parte dessa matéria que somos obrigados a decorar durante os 12 anos da escolaridade obrigatória é deveras inútil, enquanto a criatividade descurada nos ajuda a ultrapassar todos os problemas do nosso dia a dia.
Por outro lado, a pressão que o corrente sistema de ensino coloca nos alunos provoca também problemas psicológicos em grande parte deles – situações como a ansiedade e a depressão –, ao não conseguirem os resultados esperados, apesar de muito estudo.
Além disso, a quantidade de matérias para estudar e a quantidade de trabalhos que levamos para casa limitam em muito o tempo que temos para passar com os amigos e família.
10/01/2022 – 2.ª série
Maria Barreira, 12º ano.
Doze anos marcantes
A escola, para além da família e do meio envolvente, representa um papel central no processo educativo e na formação da personalidade de cada pessoa.
Quase a terminar o Secundário, Maria Barreira analisa como a escola pode moldar “o nosso crescimento enquanto pessoas.” E conclui que muito daquilo que é hoje “se deve a estes doze anos e às pessoas que fizeram parte deles.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Com o aproximar do fim do ensino secundário, tenho vindo a pensar em como a escola pode influenciar o nosso crescimento enquanto pessoas. Ou seja, como é que a escola pode influenciar a nossa maneira de pensar, de agir e até alguns comportamentos que temos no nosso dia a dia.
A educação é o ato de educar, de instruir, de disciplinar, de ajudar a descobrir. No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de geração em geração.
Por outro lado, a personalidade pode ser definida como as características estáveis de uma pessoa incluindo as capacidades, talentos, hábitos, preferências, fraquezas e outras qualidades que variam de indivíduo para indivíduo. Na formação da personalidade, vários fatores exercem influência como conhecimentos, valores, experiências, crenças, modos de agir, costumes e hábitos.
Na minha opinião, estes dois conceitos estão interligados e complementam-se, no sentido em que a educação (a educação escolar e a educação familiar) influencia bastante a construção da nossa personalidade. Esta construção tem início logo na infância, quando estabelecemos contacto com a nossa família. Nesse momento, somos influenciados pelas relações às quais somos submetidos com os nossos familiares, pelos processos educativos dos nossos pais, pela região em que moramos, entre outros. A partir daí, os diversos grupos com os quais interagimos no decorrer dos anos também moldam a nossa personalidade como, por exemplo, a escola, o grupo de amigos, os nossos vizinhos, os locais em que nos divertimos, etc. Seguindo esta linha de pensamento, é possível dizer que nós não nos mantemos os mesmos durante toda a nossa vida. Ou seja, quando entramos em contacto com diferentes grupos, a nossa trajetória é marcada por mudanças na forma de agir, de pensar, de encarar as situações, de socializar, enfim, somos seres mutáveis.
No meu caso pessoal, considero que a infância foi a etapa mais marcante no meu crescimento. É verdade que muito daquilo que sou hoje se deve a estes doze anos e às pessoas que fizeram parte deles, desde funcionários, professores, colegas, amigos. Todos foram e são importantes para o meu crescimento enquanto pessoa. A infância foi, sem dúvida, a idade mais bonita, mais feliz e aquela que me dá mais saudade. Também foi decisiva, pois é nesta fase que nós estamos mais “disponíveis” para ouvir, para descobrir, para adquirir valores como o respeito, a empatia, a solidariedade, valores esses essenciais na formação do ser humano.
17/01/2022 – 2.ª série
Maria João Cerqueira, 12º ano.
O sonho como condição da vida humana
Na crónica desta semana, Maria João Cerqueira fala do sonho e da sua centralidade na vida de todas as pessoas.
Então, bons sonhos!
OPINIÕES DE SEGUNDA
O sonho é a forma que o ser humano encontrou para expressar os seus desejos, anseios e motivações. É o nosso parceiro em diversos momentos da nossa vida, desde os mais felizes até aos mais tristes.
Quando éramos pequenos, e abríamos as prendas de Natal, e nos deparávamos com aquela boneca de cabelos louros, com o vestido cor de rosa e o biberão a condizer, que já queríamos há tanto tempo, pensávamos imediatamente em todos os momentos que iríamos passar a brincar com ela. Isto é sonhar.
Antes de dormir, quando fechamos os olhos e imaginamos o nosso casamento, a nossa futura casa, as viagens que queremos fazer, os pratos que vamos provar…, estamos a sonhar.
Mas os sonhos são aqueles amigos fiéis e verdadeiros e, como tal, também estão presentes nos momentos menos bons da vida. Todos nós reagimos de forma diferente quando somos invadidos por pensamentos perturbadores e negativistas, mas, no fim de chorarmos e de nos lamentarmos, há sempre uma voz na nossa cabeça que nos diz: “Foca-te nas coisas boas da tua vida, pensa em todos os momentos fantásticos que ainda vais viver. ” E, mais uma vez, o nosso amigo sonho aparece para nos ajudar e, com ele, somos capazes de imaginar todos os momentos maravilhosos que ainda queremos vivenciar.
O sonho é, portanto, o nosso grande amigo, e, tal como toda a gente precisa de um grande amigo, também todos precisamos do sonho.
Mas ainda há outra vertente do sonho que acho fundamental abordar. A progressão e a evolução do mundo está diretamente ligada ao sonho. É ele que permite que o mundo evolua e se construa diariamente. Se refletirmos um pouco no assunto, constatamos que para existir água canalizada, para termos aquecimento, para existirem carros, para vivermos num mundo globalizado..., foi necessário alguém sonhar.
O sonho é, portanto, o impulsionador do mundo, pois é devido a ele que a humanidade se desenvolveu, se desenvolve e se edifica todos os dias.
Em suma, na minha opinião, o sonho tem duas vertentes: a de amigo e a de impulsionador. É uma condição essencial da vida humana e é indispensável para o progresso da humanidade.
24/01/2022 – 2.ª série
Nélson Fernandes, 12º ano.
Violência e “fairplay” no desporto
É da violência e da falta de “fairplay” no desporto que Nélson Fernandes fala na crónica destra segunda-feira.
Na sua opinião, “é uma pena que muitas pessoas que se julgam adeptos do desporto promovam a violência.” Porque “o desporto é totalmente o oposto disso. O desporto é desafio, equipa, talento, companheirismo, dedicação, saúde.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
A violência no desporto é algo que faz parte dos nossos dias. Trata-se de comportamentos que causam, intencionalmente, danos ou intimidação e que são cada vez mais visíveis no mundo desportivo, apesar dos esforços para os eliminar.
Mas, afinal, quais são os motivos que levam à violência? Em primeiro lugar, há fatores sociais. Numa sociedade como a atual, caracterizada por stress constante, não se pode excluir este aspeto como um possível motivo para a prática da violência. Para além disso, pode também ser um ato influenciado pelos nossos familiares, amigos ou até pelo que vemos e ouvimos na televisão, que tem um papel cada vez mais importante nas nossas escolhas. Os fatores económicos assumem, igualmente, um grande papel, podendo a falta de dinheiro levar a atos de violência. Há ainda a considerar os fatores genéticos, com casos de pessoas que já nascem com tendências para a prática de violência, como por exemplo os “Serial Killers” .
É uma pena que muitas pessoas que se julgam adeptos do desporto promovam a violência. O desporto é totalmente o oposto disso. O desporto é desafio, equipa, talento, companheirismo, dedicação, saúde. Penso que todos deveríamos ser gratos pela prática desportiva, tanto coletiva como individual, e manter uma competição saudável e com fairplay e não uma partilha de ódio constante entre dois rivais.
E esta violência vai muito para além de estádios, ginásios, pavilhões ou qualquer tipo de estrutura desportiva. A violência começa muito antes disso. Começa na internet, nos bares, no trânsito, nas ruas, no quotidiano. Esta hostilidade existe de todas as maneiras e formas, seja verbal ou física. O bullying e o racismo tomaram proporções gigantescas no desporto, apesar das muitas campanhas de sensibilização do público. Para além disto, também podemos falar do vandalismo, que se aplica a quase todas as situações de violência no desporto. São destruídas propriedades públicas e privadas, sem qualquer motivo, e as consequências são dramáticas.
Já pensaram que tudo isto são motivos que têm vindo a influenciar famílias a não assistirem ao vivo à sua equipa ou jogador preferido? Infelizmente, hoje em dia, é perfeitamente banal irmos a um estádio e ficarmos assustados com a possibilidade de sermos engolidos por adeptos furiosos, se é que assim lhes podemos chamar, que acham que estão a fazer um favor à sua equipa.
Considero que, nos dias de hoje, ganhar ou perder não importa mais. O que importa é bater no peito e berrar aos quatro ventos o quão orgulhoso eu sou do meu clube e visto as cores da sua camisola.
31/01/2022 – 2.ª série
Hélder Baptista, 12º ano.
Deixem-me seguir o meu caminho
Os desafios são imensos e a pressão é uma constante, nomeadamente na vida escolar. “E se não formos essas pessoas bem sucedidas?”.
Daí o apelo de Hélder Baptista: “queridos adultos, (…) deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre sonhamos, não nos obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois para vocês pode ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos nós no futuro.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Ser jovem nos dias de hoje não é tarefa fácil, contrariamente ao que os adultos teimam em afirmar.
É verdade que temos mais do que é essencial, é verdade que nos encontramos na era digital que abre as gavetas, as janelas e as portas de todos os saberes. E, por isto, os adultos que têm a nossa educação nas mãos, pais e professores, sentem-se no direito de nos exigir mais e melhor, sabendo que por vezes não o conseguimos.
Para não frustrarmos estas expectativas, incutidas desde muito cedo, perdemos o tempo de ser criança e ganhamos umas quantas preocupações. E se não formos essas pessoas bem sucedidas? Que futuro é que nos aguarda? Lançam-nos estas inquietações sob o pretexto de que querem o melhor para nós. Não duvidamos. Mas, ilustres adultos, os tempos são outros, contudo as apoquentações inerentes ao processo de crescimento são as mesmas. Como podem ter esquecido?
É decisiva a vossa presença nesta passagem de jovem para adulto, mas também é necessário que haja margem para decidirmos quem queremos ser, o que queremos ser e que mundo queremos ter na mão. Mesmo assim, não resisto a dizer o quanto os adultos, principalmente os nossos pais, se esmeram a querer decidir por nós, a atrofiar a nossa autonomia em relação a quase tudo.
Se a nossa escolha não é a vossa, não significa que seja um erro. É apenas um caminho diferente que todos vós, adultos, estais convidados a pisar e a ajudar-nos, mas, para isso, é necessário que nos respeitem e que nos deixem tomar decisões que são nossas.
Por isso, queridos adultos, deixem-nos, como jovens, ainda que sob a vossa presença amiga e protetora; deixem-nos voar, alcançar o céu, alcançar objetivos que traçamos desde pequenos com o sonho de sermos isto ou aquilo, deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre sonhamos, não nos obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois para vocês pode ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos nós no futuro.
Concluindo, enquanto jovens temos a tarefa árdua de decidir o que queremos fazer da vida. É verdade que o devemos fazer com determinação, responsabilidade e empenho, condições imprescindíveis ao nosso sucesso, que começa a ser o progresso do mundo, e à felicidade que, no fundo, é a de todos nós!
07/02/2022 – 2.ª série
Silvana Silva, 12º ano.
A tirania da imagem
Numa sociedade eminentemente preocupada com a imagem, Silvana Silva chama a atenção para o impacto desta “tirania”, sobretudo entre os jovens.
Na sua opinião, devemos cultivar, isso sim, uma “sociedade inclusiva. (…) Devemos ser a melhor versão de nós mesmos e não o que é tido como modelo pela sociedade em que vivemos.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Cada sociedade cria padrões corporais de acordo com a sua cultura, valores, costumes e época, dando origem a padrões de beleza, de sensualidade, de saúde e até mesmo de postura. Estes padrões são difundidos pelos media, que têm um grande impacto nos jovens, que, consequentemente, vão idealizar os seus corpos, de acordo com as imagens exibidas. Programas de TV, filmes, séries, redes sociais, etc., apresentam modelos perfeitos: mulher branca, magra, com cabelos alisados, com roupas de alta-costura, e homem forte, com corpo esculpido por dietas e muita atividade física.
Quando entramos nas redes sociais, deparamo-nos, com frequência, com publicações de jovens a tentar atingir a tal perfeição corporal. Para isso, recorrem a inúmeras dietas, praticam desporto e modelam o corpo. Ao vermos as fotos de corpos perfeitos, nem nos apercebemos dos problemas que estes jovens podem estar a passar como resultado de todas estas dietas e do desporto excessivo.
As tentativas de atingir a imagem corporal perfeita podem ter sérias consequências, como o desenvolvimento de depressões, ansiedade, stress e distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia, que, nos casos mais graves, podem até levar à morte.
E o responsável por tudo isto é a sociedade em que vivemos, ou seja, somos todos nós. Podemos afirmar que todos os corpos são perfeitos e que não valorizamos a adesão aos padrões de beleza, podemos dizer o que quisermos, mas todos nós, enquanto sociedade, não agimos de acordo com as nossas palavras. Temos, por vezes, atitudes que podem parecer inofensivas, mas que têm um enorme impacto na forma de agir do outro. Um comentário menos correto sobre a aparência do outro pode criar inseguranças e colocar o seu bem-estar em perigo.
É por isso que defendo uma sociedade inclusiva, que aceita as diferenças e a diversidade. Devemos ser a melhor versão de nós mesmos e não o que é tido como modelo pela sociedade em que vivemos.
14/02/2022 – 2.ª série
Lucília Pereira, 12º ano.
A educação e a saúde mental
Para além da saúde física, são crescentes as preocupações com a saúde mental e o equilíbrio emocional das crianças e dos jovens.
Face à alegada “ditadura da felicidade”, Lucília Pereira fala de múltiplas pressões e sublinha que é “imprescindível que a escola faça uma reflexão e tome uma posição responsável sobre a saúde mental.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Recentemente, em Portugal, o governo limitou a venda, nas escolas públicas, de produtos considerados prejudiciais à saúde dos alunos. Discorde-se ou concorde-se com estas restrições, o certo é que existe aqui uma tentativa de entender melhor a saúde física dos jovens e crianças e os modos de a promover. No entanto, venho introduzir uma outra dimensão nesta discussão: e a saúde mental?
Não pretendo desvalorizar as medidas instituídas pelo governo, mas, sim, trazer ao debate a saúde mental e a sua relação com a educação. Isto porque, num mundo que desejamos ser mais informado, a escola não pode fugir à responsabilidade que é compreender as vivências e representações dos seus estudantes. Ou melhor, deve assumir um lugar de destaque na implementação de ações que protejam e promovam a saúde mental, não só dos alunos como também do pessoal docente, pois, infelizmente, a saúde mental ainda é um tabu na nossa sociedade.
Há quem defenda que encontramos hoje nas escolas a “ditadura da felicidade”. Estudos sobre o estado psíquico dos alunos revelam a existência de elevados níveis de ansiedade nas crianças e nos jovens de hoje. Problemas mentais mais sérios são cada vez mais e têm preocupado professores e famílias.
Procuradas as causas, a sociedade, a entidade vaga que usamos regularmente para justificar os nossos problemas, é considerada a culpada. Mas a escola também parece ter responsabilidades: é a pressão de atingir objetivos, ter boas notas, boas médias, entrar no curso superior pretendido.
Perante esta situação, e mais importante que apurar “culpados”, a prioridade deverá ser trabalhar para aligeirar a manifestação desses transtornos. A pandemia e o ensino@distância fizeram os jovens passar mais tempo em casa, agarraram-nos mais aos dispositivos digitais, deixando de conviver com os outros. Torna-se, pois, imprescindível que a escola faça uma reflexão e tome uma posição responsável sobre a saúde mental.
Apesar de serem vários os estudos e as informações relativas a este tema, apelo a uma acrescida consciencialização e valorização desta ligação entre a educação e a saúde mental, para que se identifiquem as situações nas suas fases iniciais e se promovam os tratamentos de forma atempada.
21/02/2022 – 2.ª série
Bruna Mesquita, 12º ano.
Uma questão de ambição
Nesta segunda-feira, em que o mundo vive uma turbulência trágica nunca vista desde a II Guerra Mundial, Bruna Mesquita fala da ambição humana. E afirma que “devemos ser ambiciosos, mas na medida certa, pois uma ambição, quando positiva, gera sucesso, tanto pessoal como profissional. Já a ambição descontrolada leva o ser humano para o fracasso e a destruir o seu mundo e o que o rodeia.”
Para ler e reler!
OPINIÕES DE SEGUNDA
A meu ver, a ambição humana é um tema como qualquer outro. Nada mais é do que um desejo movido por uma vontade enorme de querer conquistar algo. E assim, como qualquer coisa na vida, tem o seu lado bom e o seu lado mau, tudo dependendo do ponto de vista de cada um.
Por um lado, há pessoas que são ambiciosas, mas de uma maneira saudável. Ou seja, há pessoas que lutam para alcançar os seus objetivos, que sonham alto, que não se contentam com pouco, muito menos com a mediocridade. É neste sentido que Fernando Pessoa nos interpela na sua obra Mensagem, nomeadamente no poema “D. Sebastião, Rei de Portugal”, com a seguinte pergunta: “Sem a loucura que é o homem/ Mais que a besta sadia,/ Cadáver adiado que procria?” (vv. 8-10).
Sob outra perspetiva, quando a ambição se torna uma obsessão, é muito prejudicial. Por exemplo, aos níveis escolar e profissional, uma pessoa com uma ambição desmedida, sem restrições, nunca reconhece o trabalho bem feito dos seus colegas, não partilha informações, age de forma irracional, desonesta, e considera-se superior. Pessoas assim, geralmente, acabam desmascaradas, despedidas ou isoladas.
À guisa de conclusão, penso que devemos ser ambiciosos, mas na medida certa, pois uma ambição, quando positiva, gera sucesso, tanto pessoal como profissional. Já a ambição descontrolada leva o ser humano para o fracasso e a destruir o seu mundo e o que o rodeia.
28/02/2022 – 2.ª série
Mariana Moreira, 9º ano.
Aceitar as Diferenças
Não falta quem diga que a beleza da vida está nas suas múltiplas cores e na riqueza da diversidade. A Mariana Moreira partilha desta opinião e vai mais longe. Diz ela que devemos aceitar e respeitar as diferenças, em vez de passarmos o tempo a julgá-las: “Por favor, acabem com este tipo de sociedade que só sabe julgar o livro pela capa!”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
As diferenças existem, sim, mas não as podemos julgar, devemos, isso sim, aceitá-las e respeitá-las.
Temos de ter empatia para nos colocarmos no lugar do outro, temos de nos respeitar a nós mesmos e, acima de tudo, respeitar os outros.
Na minha cabeça, sempre me questionei sobre o bullying. Para quê? Porquê?
Somos todos iguais com os nossos pequenos detalhes e diferenças, somos todos bonitos à nossa maneira. Não devemos julgar ninguém pela sua aparência, por ser branco ou negro, magro ou gordo, loiro ou moreno, com ou sem problemas motores ou até de outra ordem. Cada um é como é e só temos de aceitar e respeitar, pois, como diz o ditado, “com o mal dos outros ninguém vive”.
Eu, até hoje, ainda não consegui entender o porquê de fazer bullying, ou até mesmo de desprezar e maltratar as pessoas. Isso, na minha cabeça, não faz o menor sentido.
Hoje em dia, até há netos a baterem nos avós! Mas isto cabe na cabeça de alguém? Maltratar quem sempre cuidou de nós, quem sempre nos deu amor, quem nunca nos deixou faltar nada, quem sempre fez tudo por nós, sem pedir nada em troca?
Por favor, acabem com este tipo de sociedade que só sabe julgar o livro pela capa! Acabem com as desigualdades! Vamos ser felizes!
07/03/2022 – 2.ª série
Maria Miguel Gusmão, 12º ano.
Combater a solidão!
A solidão é dos grandes males de que enferma a nossa sociedade. E a pandemia e os confinamentos ainda vieram agravá-lo.
Para Maria Miguel Gusmão, se este problema, muitas vezes, é “inevitável, temos de ter a consciência de que não é irremediável.” Importa, isso sim, ter a força para “procurar ajuda psicológica, pois a solidão não é benéfica, em qualquer circunstância.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Na minha opinião, a solidão é, atualmente, um dos problemas que acompanham grande parte da população mundial.
Trata-se de um sentimento que se encontra bastante presente na sociedade dos nossos dias, sendo responsável por gerar inúmeras doenças psicológicas, como é o caso da ansiedade e da depressão.
Todos nós, em algum momento das nossas vidas, fomos invadidos por um profundo sentimento de solidão, mesmo estando rodeados por várias pessoas que estão dispostas a ouvir-nos. No entanto, a solidão é comum quando, na nossa perspetiva, não existe ninguém que nos compreenda, que nos conheça verdadeiramente e que nos auxilie em momentos desesperantes.
A solidão, curiosamente, é mais frequente em ambientes que agregam um grande número de pessoas. Por exemplo, quem mora em cidades com uma grande densidade populacional tem tendência a sentir-se mais solitário, não obstante estar rodeado de pessoas. Esta situação acontece porque, ainda que acompanhados, se as pessoas não nos compreenderem emocionalmente, estamos sós.
Posto isto, se a solidão é, infelizmente, um sentimento tão frequente, que afeta, mesmo que seja de formas e intensidades diferentes, todos nós, penso que deveria ter um maior espaço para discussão, de modo a tentar evitar-se esta situação ou, pelo menos, diluir-se o seu impacto. E mesmo que este sentimento seja, em algum momento da nossa vida, inevitável, temos de ter a consciência de que não é irremediável. Devemos sempre, sob qualquer situação, procurar ajuda psicológica, pois a solidão não é benéfica, em qualquer circunstância.
14/03/2022 – 2.ª série
Bruno Cunha, 12º ano.
O horror da guerra
Com a guerra na Ucrânia na quarta semana, Bruno Cunha dá a sua opinião sobre o assunto. Diz ele que “se trata de um comportamento bárbaro e desumano”, uma “uma opção inaceitável, pela destruição, sofrimento e morte que causa.”
E a pergunta que coloca parece muito simples: “Será que não existem outras formas de resolver as diferenças?”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
O tema que escolhi para dar a minha opinião é a guerra, um comportamento bárbaro e desumano. Tal como todos sabemos, guerra é um confronto entre dois ou mais grupos distintos que usam armas para aniquilar o inimigo e, por isso, guerra é sinónimo de destruição e de morte.
Na minha perspetiva, a guerra é algo desnecessário porque se trata de um comportamento bárbaro e desumano, que provoca não só destruição, mas, sobretudo, um sofrimento infinito, com mortes sem conta e o luto dos que perdem familiares e amigos.
Nas últimas semanas, a guerra entrou no nosso dia a dia e estamos a acompanhar vários países com a sua população a viver aterrorizada com o fantasma da guerra e a comunidade internacional a não conseguir esconder a sua preocupação face ao que se está a passar na Ucrânia.
O simples facto de alguém não acreditar nas mesmas crenças que eu ou não ter a mesma ideologia ou visão da sociedade tornou-se um motivo para começar uma guerra. A minha pergunta é: Será que não existem outras formas de resolver as diferenças?
O mundo viveu os piores anos da sua História durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Em apenas oito anos, estas duas tragédias vitimaram dezenas e dezenas de milhões de pessoas inocentes, números que deveriam ser suficientes para que nunca mais isto voltasse a acontecer, mas, a cada dia que passa, percebemos que podemos estar cada vez mais perto de uma terceira guerra mundial.
Resumindo e concluindo, a guerra é uma opção inaceitável, pela destruição, sofrimento e morte que causa. Com outras soluções, resolver-se-iam os problemas, de uma forma mais eficaz e sem ninguém sofrer.
21/03/2022 – 2.ª série
Alexandre Rodrigues, 12º ano.
Armadilhas das redes sociais
As oportunidades que este mundo nos oferece são enormes, mas os riscos e até as armadilhas também existem.
Na opinião de Alexandre Rodrigues, impõe-se “evitar os extremos e as dependências”. E “conseguir o equilíbrio na sua utilização, sem nunca nos tornarmos escravos do sistema”.
Até parece fácil! Mas o desafio não tem fim…
OPINIÕES DE SEGUNDA
A internet mudou consideravelmente a maneira como comunicamos e percebemos o mundo.
Graças a ela, a distância desapareceu, a comunicação tornou-se instantânea e não faltam histórias de pessoas que, através das redes sociais, comunicam com quem se encontra distante ou até histórias de reencontros. No entanto, regista-se também uma diminuição acentuada do contacto social, cara a cara. De facto, é mais fácil investir na imagem que projetamos virtualmente do que na nossa verdadeira imagem, investir mais em relações virtuais do que nas reais, que implicam ir ao encontro do outro.
De uma forma estranha, nunca estivemos tão ligados entre nós e nunca nos sentimos tão sozinhos e com tanta necessidade de falar. Parece que as redes sociais não passam de esconderijos emocionais que em quase nada favorecem o conhecimento e a comunicação.
Pior ainda. Assiste-se a uma explosão de sentimentos discriminatórios e preconceituosos, com as redes sociais a serem um campo fértil onde prolifera a agressividade, o ódio, os juízos de valor sobre tudo e sobre nada.
Na minha opinião, devemos preocupar-nos com o uso excessivo das redes sociais, pois podem baixar em muito a nossa autoestima, quando a gratificação não é imediata e em número significativo, para além de poderem provocar um grande isolamento social.
A fronteira entre a sua utilização saudável e o uso excessivo é definida pelo bom senso de cada um. As redes sociais são uma ferramenta muito útil e não lhes dar a devida atenção seria não aceitar que vivemos na era da informação e do conhecimento. Mas é necessário evitar os extremos e as dependências, tanto na vida real como na virtual.
Cabe a cada um de nós conseguir o equilíbrio na sua utilização, sem nunca nos tornarmos escravos do sistema.
28/03/2022 – 2.ª série
João Sousa, 12º ano.
Uma nova globalização
O mundo tornou-se uma “aldeia global” e a problemática da globalização é um dos temas incontornáveis dos nossos tempos, com muitas vantagens, mas também com inúmeros perigos.
Na opinião de João Sousa, “poderia e deveria funcionar de outra maneira, mais igualitária, de tal forma que todos, a nível planetário, pudessem usufruir das suas vantagens.”
Eis um nobre desafio, “ainda mais agora, por causa dos efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
O tema da globalização é frequentemente discutido e levanta opiniões divergentes, ainda mais agora, por causa dos efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia.
Com o aparecimento de novas tecnologias de transporte e de comunicação, as relações entre os países/ povos estão cada vez mais interativas, tendo-se reduzido o tempo e a distância. Daí dizer-se que a globalização é a integração global da sociedade, da política, da economia e da tecnologia.
Como qualquer outro tema, a globalização tem vantagens, mas também perigos. Por um lado, promove, por exemplo, a inovação tecnológica e, favorecendo a competitividade, contribui para a diminuição dos preços e para o reforço da qualidade. Por outro, pode também aumentar as desigualdades e a destruição do meio ambiente.
Na minha perspetiva, a globalização tem grande importância nos dias de hoje e é uma realidade inevitável. É verdade que que tem os seus pontos negativos, por vezes geram-se dependências excessivas e perigosas, muitas pessoas são excluídas deste mundo e outras vivem tão fascinadas com as novas tecnologias que até se esquecem que devem dar um tempo a elas próprias e às pessoas das suas relações. Mas o segredo está no equilíbrio e num apurado sentido de justiça.
Concluo afirmando que, apesar de favorecer muitas desigualdades, a globalização possui, realmente, muitos benefícios. Mesmo tendo o privilégio de participar e beneficiar deste mundo, acredito que poderia e deveria funcionar de outra maneira, mais igualitária, de tal forma que todos, a nível planetário, pudessem usufruir das suas vantagens.
04/04/2022 – 2.ª série
Íris Almeida, 9º ano.
Uma questão de confiança
Numa sociedade que, muitas vezes, gosta de cultivar a aparência, multiplicam-se os enganos e a confiança teima em escassear. O que é uma pena, pois, para Íris Almeida, “todos os enganos são maus”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Os enganos, sejam eles quais forem, são um dos principais motivos para não termos uma sociedade 100% de confiança. Na minha opinião, todos os enganos são maus.
De facto, para mim, ser enganada ou traída pelas pessoas de quem gostamos e em quem confiamos é uma das piores situações que podem acontecer. Apesar da culpa não ser da vítima, a mesma sente-se culpada por não ser "boa" o suficiente e isso é algo que pode afetar a integridade humana da pessoa, fazendo-a duvidar de si mesma.
Já o engano do dinheiro faz as pessoas serem gananciosas e acreditarem que apenas precisam do dinheiro para viver, descartando completamente toda a empatia pelo próximo e levando-as a danificar as relações interpessoais ou até mesmo maltratar, roubar e humilhar alguém apenas por causa do dinheiro que, no fundo, não passa de papel e metal. De facto, a Humanidade dá muito valor aos bens materiais e acha que, tendo a maior quantia de dinheiro, mais poderoso é; por isso é que quanto mais temos mais queremos.
Para terminar, vou abordar um engano que abrange muito os(as) adolescentes da sociedade atual, nomeadamente o engano dos "padrões" da internet. O facto de as redes sociais se terem espalhado pelo mundo inteiro criou uma febre nos adolescentes, mas a pura verdade é que quase nada do que vemos lá é real. Muitos famosos que nós achamos que têm a vida e o corpo perfeitos não passam de uma farsa, pois utilizam aplicações para editar as suas fotos e, assim, passar a imagem do estereótipo perfeito, influenciando os adolescentes a entrarem em dietas malucas para ficarem com o corpo perfeito, o que os faz desenvolver diversas doenças.
Concluindo, os enganos que sofremos todos os dias podem fazer-nos pensar e desejar a "vida perfeita", mas isso não passa de uma ilusão que influencia a sociedade em pleno século XXI.
11/04/2022 – 2.ª série
Sara Parente, 12º ano.
Nascer para conviver
Os problemas da solidão e o seu impacto na estabilidade emocional continuam na ordem do dia. Mais ainda agora, na sequência da pandemia…
Nesta segunda-feira pascal, Sara Parente retoma o tema, sublinhando que a solidão “é um problema muito sério que deve ser cada vez mais falado e valorizado, pois o ser humano não nasceu para se sentir sozinho, nasceu para conviver e para amar e ser amado.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Nos dias que correm, a solidão tem vindo a assumir novas formas que merecem uma reflexão especial, até porque, cada vez mais, as pessoas sentem-se sós, em diversas circunstâncias.
Em primeiro lugar, é importante distinguir o “sentir-se só” de “estar ou viver sozinho”. Estas expressões não têm o mesmo significado, pois o “sentir-se só” é quando a pessoa sente que não pertence a um lugar, é quando, mesmo estando com alguém, nos sentimos perdidos e isolados, sem qualquer tipo de comunicação, partilha e cumplicidade.
Por sua vez, “estar sozinho” é quando nós mesmos optamos por viver assim, seja pelo motivo que for, já que eu posso estar ou viver sozinha, mas não me sentir só, se é esta situação que eu pretendo para mim e que me preenche, em determinado momento da minha vida.
Por outro lado, a solidão é subjetiva e é assim que ela tem de ser compreendida. Quantas vezes, uma pessoa pode estar rodeada por outras pessoas e, mesmo assim, sentir-se só, porque a solidão é algo que se vive quando não estamos bem a nível psicológico e quando sentimos um vazio que nada nem ninguém consegue preencher. E, quando alguém entra neste estado, é frequente tentar aliviar a sua dor e problemas refugiando-se em substâncias prejudiciais para a saúde, tais como o álcool, o tabaco, as drogas.
É muito importante reconhecer os perigos da solidão, uma vez que não é nada bom uma pessoa sentir-se só, sentir que não pertence a um lugar, sentir que não é útil ou querido. A solidão não tem estatuto, pode afetar qualquer um e, por isso, é um problema muito sério que deve ser cada vez mais falado e valorizado, pois o ser humano não nasceu para se sentir sozinho, nasceu para conviver e para amar e ser amado.
18/04/2022 – 2.ª série
Rita Vilela, 12º ano.
Celebrar Abril!
No dia em que se assinala o 48º aniversário da Revolução dos Cravos, Rita Vilela evoca a “opressão e a pobreza extrema” dos tempos do Estado Novo e canta a “Revolução que deu asas a Portugal para reconquistar a dignidade e a liberdade perdidas.”
Eis o canto de uma jovem à “Revolução que reclamou a dignidade, a saúde, a educação, o tomar nas mãos o destino das nossas vidas. (…) O 25 de abril!”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Felizmente, nasci muito depois do Estado Novo, muito depois do país salazarista sufocado pela opressão e pobreza extrema. Tempos marcados pela clausura, mais tarde derrotada pela Revolução que deu asas a Portugal para reconquistar a dignidade e a liberdade perdidas.
Antes do que viria a ser o 25 de abril de 1974, viviam-se momentos de terror e angústia testemunhados por aqueles que resistiram ao caos de um país censurado e acorrentado ao fascismo e à ditadura. Desde os testemunhos das crianças e adolescentes que viram a PIDE matar e espancar inocentes, aos testemunhos das mulheres, mães e esposas obedientes que aprenderam a ler às escondidas e rezavam oprimidas e aos testemunhos dos homens, jovens, maridos e pais ausentes, obrigados a ir para a guerra sofrer e ver os companheiros morrer.
Corações atropelados pela tormenta de um país em ruínas, onde os dias demoravam a passar e eram invadidos pelo negrume de uma vida de submissão e guerra. Era viver do pouco que a vida dava e do único prato cheio do dia, a esperança que aquecia as almas cansadas, mesmo sem certezas do que estaria por vir. A esperança de dias melhores.
Aquela que viria a ser a ressuscitação chegou com um cravo vermelho ao peito. Levantaram-se as vozes recalcadas, cantou-se a liberdade e viu-se renascer das cinzas o país. A Revolução que reclamou a dignidade, a saúde, a educação, o tomar nas mãos o destino das nossas vidas. A libertação do povo escravizado, exaurido e torturado.
O mudar de vida dos Portugueses…
O 25 de abril!
25/04/2022 – 2.ª série
Ricardo Reis, Gonçalo Gonçalves e Simão Calheiros, 11º ano.
Agradecer aos Bombeiros
Estão sempre alerta para partir em socorro de uma emergência.
Na opinião de Gonçalo Gonçalves, Ricardo Reis e Simão Calheiros, são verdadeiros heróis do Voluntariado e do serviço altruísta, a quem a sociedade muitas vezes não dá o devido valor. O que não deixa de ser lamentável. Porque –afirmam – “os bombeiros merecem todo o nosso respeito e a nossa profunda gratidão.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Com a chegada do tempo quente, os bombeiros voltam a estar na ordem do dia, apesar de terem um trabalho extraordinário que se desenvolve ao longo de todo o ano e que nem sempre é devidamente valorizado.
Poucas são as pessoas que se dedicam ao seu ofício de corpo e alma. Poucas são as que apostam a sua vida pela do outro, pelo bem comum. Mas podemos identificar estas características nos nossos soldados da paz, nos nossos bombeiros.
Bombeiros são para nós sinónimo de generosidade, abnegação e sacrifício. Numa sociedade atravessada por numerosos fenómenos de egoísmo e de crueldade contra o homem, o voluntariado no serviço próximo constitui uma força de primeira ordem, um autêntico valor. Estas corporações são, aliás, de interesse público, visto que desempenham tarefas de extrema importância para a nossa segurança, o nosso bem-estar, e para a preservação do nosso património.
Lamentavelmente, este reconhecimento não é, de todo, evidenciado por grande parte da nossa sociedade. Ainda existem, infelizmente, bastantes pessoas que têm uma imagem desvalorativa dos nossos soldados da paz.
A verdade é que os bombeiros merecem todo o nosso respeito e a nossa profunda gratidão. Porque não há maior generosidade do que estar sempre pronto para dar a “Vida por Vida”. Voluntariamente!
02/05/2022 – 2.ª série
Raquel Neiva, 10º ano.
Ensinam-nos tudo!
Diz-se que são pais duas vezes e, de facto, a intensidade da presença dos avós deixa uma marca profunda na vida da maioria das pessoas.
Na crónica desta semana, Raquel Neiva celebra a sua grandeza e presta uma homenagem sentida à sua avó materna, a quem deve quase tudo o que sabe: “ensinou-me a ser feliz, apesar de todas as circunstâncias, (…) ajudou-me a perceber que as dificuldades também nos ajudam a crescer.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Os avós ensinam-nos tudo, exceto a viver sem eles. Desde que nascemos, estão prontos para nos amar, ajudar e, sobretudo, ensinar.
Conforme vamos crescendo, vamos criando maior ligação com um deles, no meu caso é a minha avó materna. Eu passei a maior parte da minha vida com ela e, com o passar do tempo, foi ela que me ensinou a maioria do que sei hoje.
Ensinou-me a falar, a andar e, quando tive dificuldades em aprender a tabuada, ela ajudou-me. Mais importante do que tudo, ensinou-me a ser feliz, apesar de todas as circunstâncias.
A minha avó ajudou-me a perceber que as dificuldades também nos ajudam a crescer. Como nasci numa época de sofrimento para ela, tornei-me na esperança de um futuro melhor. Talvez por isso é que eu e ela temos esta conexão tão especial.
A primeira vez que li "Os avós ensinam-nos tudo, exceto a viver sem eles", deu-me que pensar. Como vai ser, um dia, estar em casa sem a ouvir a rir ou a resmungar comigo, porque deixei a luz do corredor acesa? Como vou viver o resto da minha vida sem ela para me acalmar e fazer rir? Assustame a simples ideia da vida sem ela ao meu lado…
Se é verdade que os avós nos ensinam tudo, exceto a viver sem eles, resta-nos a consolação de saber que os que amamos nunca partem. Ficam sempre connosco, no nosso mundo.
09/05/2022 – 2.ª série
Clara Marinho, 9º ano.
Pertinência da energia nuclear
Faz parte do quotidiano da vida dos Portugueses e, nos últimos tempos, ganhou redobrada atualidade. É a crise, a crise financeira, a crise económica, a crise energética, a crise social, a crise humanitária.
Na sua crónica desta segunda, Clara Marinho fala destas fragilidades de Portugal e chama a atenção para o problema energético, colocando a questão: “Deve o país avançar para esta fonte de energia mais barata?”
A ler… e pensar!
OPINIÕES DE SEGUNDA
Não é novidade que Portugal é um dos países mais pobres da Europa e este facto tem efeitos negativos na população portuguesa.
Nós, enquanto povo, sofremos com o estado debilitado da nossa economia, mas será que poderíamos ter feito alguma coisa para mudar a nossa situação atual?
Na minha opinião, o facto de sermos muito dependentes de outros países é um fator negativo. Uma das maiores crises financeiras que se fez sentir em todo o mundo foi a de 2008, e começou nos Estados Unidos da América. Portugal já se debatia com a estagnação do crescimento económico e com a queda de emprego desde o início do século, mas, quando a crise do subprime atingiu Portugal, a atividade económica do nosso país diminuiu drasticamente e Portugal foi afetado nas suas exportações e no crédito bancário.
Todos nós estamos a par do que se passa na Ucrânia e sabemos das sanções que estão a ser impostas à Rússia por diversos países, incluindo Portugal. Os impactos negativos que estas sanções estão a ter em Portugal já fazem parte do nosso quotidiano. Exemplo disso é o aumento dos custos energéticos, como os combustíveis, o gás, a energia elétrica, assim como de outros produtos. Estas são algumas das consequências diretas desta guerra de poder.
Portugal encontra-se numa situação difícil, tem uma dívida externa acentuada, e uma dependência do exterior muito elevada, talvez consequência de políticas erradas e de falta de visão. Se adicionarmos a esta crise económica a corrupção, estamos perante uma combinação perigosa.
A questão energética é muito sensível, pois é um dos mais importantes fatores produtivos. Aqui chegados, devemos refletir sobre a pertinência da energia nuclear. Deve o país avançar para esta fonte de energia mais barata? Qual o seu impacto económico? Que riscos lhe estão associados? Deve Portugal ter uma palavra a dizer na central nuclear espanhola que se encontra junto à fronteira portuguesa?
Em conclusão, Portugal é um país frágil, em termos económicos, e uma má gestão da nossa economia agrava o problema. É importante que os jovens tenham conhecimento da situação económica e política nacional, pois isso tem um profundo impacto no nosso futuro, enquanto cidadãos e profissionais do nosso país.
16/05/2022 – 2.ª série
Sara Rodrigues, 12º ano.
Sobre a eutanásia
Nesta segunda, retomamos um tema considerado fraturante, tendo em conta as múltiplas dimensões que envolve.
Sara Rodrigues reconhece que “o assunto é delicado”, mas, apesar do desespero que estas situações-limite acarretam, diz “não querer acreditar que a solução está na opção pela eutanásia.” Prefere “continuar a acreditar no amor e na ciência e encontrar neles a força para viver em dias difíceis.”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Sei quanto o assunto é delicado. Falo da eutanásia, que, de uma forma simples, pode ser apresentada como a ação deliberada para apressar a morte de um doente.
Todos nós conhecemos casos de desespero, de dor inexplicável, mas continuo a não querer acreditar que a solução está na opção pela eutanásia. Não quero aceitar que, em momento algum, tenha de ser eu ou algum dos meus a fazer esta escolha.
Concordar com esta alegada solução é desistirmos de alguém que amamos, pelo que temos de lutar para que o Estado não legalize um “homicídio premeditado”. Em vez disso, os responsáveis devem é criar cada vez mais condições para que não se chegue a este caso extremo.
Admito que esta minha posição possa incomodar quem já, por alguma vez, desejou que a eutanásia fosse legal. Mas o grande problema é que esta opção, profundamente angustiante, é uma decisão irreversível.
Termino com a esperança de que não se desista da vida humana. Prefiro continuar a acreditar no amor e na ciência e encontrar neles a força para viver em dias difíceis.
23/05/2022 – 2.ª série
Owen Chippendale, 12º ano.
O oxigénio da tirania
Na crónica desta segunda, Owen Chippendale fala da(s) tirania(s) ou, se preferirmos, do desejo do poder.
Na sua perspetiva, o problema surge quando essa busca se torna “algo imprescindível, (…) incontrolável, como uma pequena fogueira que rapidamente destrói o bosque inteiro.”
Os exemplos abundam. “Infelizmente!”
OPINIÕES DE SEGUNDA
Desde o início da história que o homem procura o poder, que existe a oposição entre quem tem poder e quem não o tem, entre quem tudo quer e quem nada pode.
Toda a gente deseja o poder, mas alguns encaram-no como uma necessidade, como se fosse o oxigénio da vida, algo imprescindível. O poder torna-se, então, algo perigoso, incontrolável, como uma pequena fogueira que rapidamente destrói o bosque inteiro. É a tirania!
A história da humanidade está cheia de exemplos, desde os faraós no Egito clássico até Putin, nos dias de hoje. Pelo meio, lembro uma das maiores tiranias do mundo, o império romano, há dois milénios atrás, e a loucura de Hitler, há menos de um século. Outro exemplo da atualidade é o de Putin, que, por razões que, admito, não entendo, está, neste momento em guerra, invadindo e destruindo a Ucrânia.
Ditadores como estes, a que posso acrescentar Salazar no nosso próprio país, ou Mussolini em Itália, ou Franco em Espanha, são pessoas que procuram o poder total a vida toda, tudo sacrificando sem quaisquer reservas, para que os seus objetivos sejam alcançados. São homens polémicos e determinados, movidos por crenças imorais que os levam a cometer atos desumanos e a espalhar o medo por toda a parte…
Concluindo, posso afirmar que foram muitos os tiranos, ao longo dos séculos. Mas acredito que o futuro nos vai oferecer muitos mais. Incompreendida por muitos, a tirania é a razão de viver para outros. Infelizmente!
30/05/2022 – 2.ª série
Guilherme Silva, 9º ano.
Relaxar e recompor
Na semana que marca o final das atividades letivas para muitos alunos e também a conclusão de mais um ano de “Opiniões de Segunda”, Guilherme Silva fala de férias de verão e da “semana mais animada e mais alegre do ano”, em “que podemos ver o verdadeiro espírito barquense.”
Está a chegar o tempo para “descontrair e relaxar ao máximo” e para recompor energias “para mais uma etapa dura”.
OPINIÕES DE SEGUNDA
Depois de mais um ano letivo, estamos quase a entrar num dos períodos mais aguardados pelos estudantes – as férias de verão!
É a altura do ano em que nós, jovens, desfrutamos o máximo do que a vida nos pode dar. Não temos de nos preocupar com nada, podemos sair com os amigos com mais frequência, no fundo, sentimo-nos mais livres para fazer aquilo que nos apetece. É no verão, também, que aparecem os dias mais quentes, os dias em que a vontade de dar um mergulho no rio é enorme e vai aumentando à medida que o tempo avança.
É por esta época que estamos menos frequentemente com todos os nossos colegas e amigos de escola, mas, por outro lado, temos mais disponibilidade porque não há a preocupação com as responsabilidades escolares ou as atividades de enriquecimento curricular. Ao estarmos menos tempo com os amigos, podemos dedicar esse tempo a conviver com entes queridos com quem estamos menos durante o ano, como os avós.
Também no verão, do 19 ao 24 de agosto, temos as Festas do Concelho, a Romaria do São Bartolomeu. É nesta semana que podemos ver o verdadeiro espírito barquense, tão apreciado por inúmeras pessoas que nos visitam por esta altura e que vêm de fora só para aproveitar esta semana espetacular.
Na minha opinião, esta é a semana mais animada e mais alegre do ano, devido ao entusiasmo, à alegria e à amizade entre todas as pessoas que nela participam, apenas por um motivo, aproveitar a Romaria.
No fundo, o verão é a época do ano em que os jovens podem descontrair e relaxar ao máximo, sem se preocuparem com nada. Mas, sobretudo, é a época em que nos recompomos para mais uma etapa dura que teremos pela frente…
Boas férias para todos e bom São Bartolomeu!!!
06/06/2022 – 2.ª série
Lara Nogueira e Vanessa Oliveira, 8º ano.
O “Opiniões de Segunda” apresenta um posfácio.
Apesar de, na última semana, termos anunciado a conclusão de mais um ano de publicações, regressamos com uma mensagem final, assinada por Lara Nogueira e Vanessa Oliveira.
Falam da Escola, que preenche “os momentos maiores das nossas pequenas/ grandes vidas” e “é tida como a nossa segunda casa.”
E falam de “viver ” e de “crescer ”. E do “quanto é belo viver!”…
OPINIÕES DE SEGUNDA
Viver?!... é Crescer. Como adolescentes, envolvemo-nos nas mais variadas situações/ vivências, ora frustrantes ora hilariantes, as primeiras a exigirem de nós toda a dedicação e resiliência, até, e as segundas a revelar-nos o quanto é belo viver!
Assim, enquanto adolescentes que somos, a Escola preenche, aquilo a que podemos chamar, os momentos maiores das nossas pequenas/ grandes vidas. Na verdade, assim é. Nela aprendemos, realizamos avaliações, com sucesso ou insucesso, ou as duas, ao mesmo tempo; tendemos a comportar-nos adequada ou inadequadamente; desenvolvemos atitudes de simpatia/ antipatia pelos professores; despertamos para as primeiras paixões e tantas outras vivências…
Inegável é o quanto muitas dessas vivências nos acompanham para além da Escola, melhor, no regresso a casa. A propósito, pensamos no sucesso por que tanto lutamos e não conseguimos ou, contrariamente, na magia dos bons resultados; nas inimizades, às vezes, sem razão de ser ou amizades que criamos; nos comportamentos na sala de aula, se ajustados, algo louvável, se desajustados, reprováveis, e tudo o mais decorrente das vivências daquela que é tida como a nossa segunda casa – a Escola.
Afinal, a vida é um palco de aprendizagens. Saibamos, por isso, desfrutar dos momentos mágicos que a mesma nos oferece e elevarmo-nos com os erros, corrigindo-os, algo que se impõe, pois que, hoje adolescente, homens e mulheres, amanhã.
13/06/2022 – 2.ª série