Ensaio
Alto de Pinheiros
Alto de Pinheiros 1. Introdução
nos comércios que abriam nas ruas do
cado de que utilizássemos o espaço pú-
entorno. Monitores cuidavam das ruas
blico. Era uma atitude pedagógica que
Moro há quase vinte anos na mesma re-
que delimitavam o perímetro até onde
eu, em meus doze anos de idade, não
sidência no bairro de Alto de Pinheiros,
podíamos ir, afinal, estávamos ainda sob
percebia ser tão ou mais educativa do
bairro tranquilo que se orgulha e se gaba
cuidados da escola, que não podia correr
que as aulas proferidas dentro das salas
de suas áreas verdes. Aqui também es-
o risco frente a nossos pais de que esti-
fechadas.
tudei quase a vida inteira. Lembro-me
véssemos em algum perigo.
de minha escola, que ficava a menos de um quarteirão de minha casa, abrir seus portões para a praça em frente, onde eu e meus amigos, com aproximadamente doze anos de idade, podíamos sair no intervalo, ir à banca, à padaria, tomar um açaí ou comer um cachorro quente
Aprendi a romper as barreiras que deli-
Abrir a escola no intervalo sempre foi
mitavam meu olhar ao mundo fora do
uma escolha realizada por ela, que em
meu campo de visão. Rompi as barreiras
realidade podia optar por manter seus
do Alto de Pinheiros e as barreiras de São
portões fechados, fazendo-nos interagir
Paulo, conheci espaços e comunidades
em seus pátios e quadras. Mas tanto ela,
diferentes, com suas propostas parecidas
quanto a comunidade escolar como um
ou não àquela de abrir a escola à praça.
todo, entendiam a importância e signifi-
Então, volto meu olhar ao Alto de Pinhei-
1
ros. De fato, é um bairro tranquilo e com
Mas é um perigo se deixar levar pela res-
durante o dia, cachorros brincando nos
muitas áreas verdes; infraestrutura urba-
posta simples e míope do isolamento,
gramados e crianças nos brinquedos
na adequada; bem localizado e com to-
como boa parte dos moradores faz. Da
nos finais de semana. Vejo uma ciclovia
das as qualidades que o fazem ser o que
instalação de câmeras, contratação de
sendo instalada numa grande avenida e
é. Mas minha história aqui foi totalmente
segurança particular, agigantamento dos
cada vez mais pessoas a utilizando. Vejo
distinta daquela de amigos brincando
muros e das cercas elétricas. Não gostaria
moradores tomando conta de algumas
nas ruas, jogando futebol no campinho
de ver meu bairro não fazer jus às pos-
praças, buscando manter o que a prefei-
precário, mas público, onde outros ti-
sibilidades de experiências de vida que
tura tem alguma dificuldade de realizar.
mes se formavam para gerar esponta-
pode oferecer tanto a seus moradores,
Vejo minha escola permanecer abrindo
neamente um campeonato, as pipas
quanto a todos aqueles que possam vir
seus portões para as crianças utilizarem
empinadas, as festas nas áreas públicas,
a aproveitar estes espaços. Não é a cida-
a praça em frente.
os vizinhos nas calçadas conversando o
de inteira que tem estas possibilidades,
dia todo, as casas pequenas, mas abertas
na realidade é uma parte muito pequena
umas às outras, experiências que podia
dela. Minha intenção não é de reforçar
ver em outras regiões da cidade, inclusi-
a desigualdade desta situação urbana.
ve na casa de meus avós, em Osasco.
Quero que o Alto de Pinheiros seja parte
Nunca conheci de fato meus vizinhos apenas por serem meus vizinhos. Nunca soube quem eram as pessoas que moravam a algumas casas da minha, se eram jovens, velhos, se tinham filhos, se gostavam de futebol, de empinar pipa ou tocar violão. Meus espaços de interação,
da cidade, seja digno da qualidade que o identifica e que possa acolher a todos, sem muros, grades ou câmeras. Meu sonho é literalmente ver os muros baixarem. Barreiras físicas sendo demolidas, residências se voltando às ruas e vizinhos se conhecendo.
Mas continuo sem ver meus vizinhos. Evidentemente, como morador, poderia tocar suas campainhas, me apresentar e perguntar quem são. Mas será que isso é suficiente? Será que sou o único a me sentir isolado? Será que todos aqui se conhecem, que existe uma comunidade, da qual muitos efetivamente se sentem parte? Será que as pessoas que moram, trabalham, estudam ou que apenas utilizam o bairro se sentem vivendo o que gostariam de viver nestes espaços? Será
mesmo que muitos e variados, estiveram
Ao mesmo tempo, não posso negar aqui-
que a desigualdade social, tão constan-
mais confinados em muros e grades do
lo que ocorre nos espaços públicos. Pra-
temente explorada sobre a situação de
que hoje percebo que gostaria. Pois eles
ticamente todos os dias a Praça do Pôr
Alto de Pinheiros frente ao resto da ci-
não foram suficientes. Aqueles que mo-
do Sol está tomada por pessoas de todos
dade, reflete-se em ser um bairro onde
ram no bairro não se sentem seguros e
os lugares, seja assistindo ao sol baixar,
ocorrem experiências de vida? Será que
cada vez se ouve mais histórias surgindo
seja assistindo a lua, tocando violão ou
sua característica exclusivamente resi-
de violência, assaltos a casas e roubos de
fazendo o que for. Todo dia passo por ou-
dencial significa uma qualidade a mais,
todo tipo de coisa.
tra praça, onde há pessoas caminhando
como querem entender parte dos mora-
2
2. Aproximação
Outra consideração sobre o perímetro
Estes questionamentos me movem a ini-
Sensibilização
área que compreende o bairro City Boa-
ciar o trabalho com o bairro, procurando
O bairro de Alto de Pinheiros realmente
antes de tudo responder a estas pergun-
Vila Leopoldina. Contudo, derivando no
é muito arborizado. Não apenas por suas
tas e a buscar uma comunidade que não
bairro, mesmo sendo também um bairro
praças, mas também por suas calçadas,
apenas lute unida pela manutenção de
jardim, percebe-se claramente que pos-
que comportam grandes e maduras
suas potencialidades, mas que de fato
sui uma personalidade própria. Carros de
árvores, e pelos jardins das casas, cuja
transforme tais potenciais em experiên-
segurança privada são presenças perma-
maior parte hoje é escondida por muros
cias e que se sinta parte integrante de
nentes; câmeras da mesma companhia,
altos. Mesmo morando há já bastante
uma grande comunidade urbana na qual
instaladas em pequenos postes nas cal-
tempo aqui, nunca havia percorrido di-
pode ajudar outros bairros a lutarem por
çadas de boa parte das ruas, vigiam os
versas ruas que conheci durante a deriva.
seus direitos e por suas experiências. Não
espaços públicos permanentemente; e
Ruas ainda mais tranquilas do que aque-
sei se o Alto de Pinheiros tem esta voca-
placas da associação de moradores são
las que já conhecia e outras tantas com
ção de apoio, mas pretendo descobrir.
vistas nas áreas verdes, principalmente
personalidades muito distintas entre si.
na praça principal do bairro, a Barão de
Desenvolvo o presente ensaio de inter-
O perímetro de aproximação que tracei
venção de forma parcialmente teórica,
dizia respeito a contiguidades que sabia
mostrando como os movimentos da
existir entre espaços e principalmente a
estratégia poderiam ter transcorrido. A
algumas grandes avenidas que dividem
indefinição dos cronogramas e a neces-
o bairro dos vizinhos: a sul a marginal do
sidade de concluir tal apresentação em
O Alto de Pinheiros faz jus a sua tradi-
Rio Pinheiros; a oeste o Parque Villa Lo-
data definida me impediram de realizar
ção urbanística, sendo majoritariamente
bos; a norte a Avenida Cerro Corá; e a les-
uma intervenção completa a ser narrada.
uma zona exclusivamente residencial.
te a Rua Natingui. A definição leste não
Contudo, espero descortinar algumas
Passamos por uma série de quadras
configura exatamente uma barreira ur-
possibilidades do VII e demonstrar sua
encontrando apenas residências e, na
bana, apenas um eixo mais marcado en-
aplicação.
maior parte das vezes, ruas vazias. Per-
tre dois bairros, mas percorrendo as ruas
sonagem invariavelmente presente é o
percebe-se que Alto de Pinheiros, Vila
vigia, figura dos mais diversos perfis e
Beatriz e Vila Madalena se misturam, não
personalidades, dos mais comunicativos,
sendo tão simples definir seus limites.
aos mais tímidos, dos mais curiosos, aos
dores, ou, na verdade, uma qualidade a menos?
de aproximação é que de início incluí a çava, deixando o limite na divisa com a
Pinto Lima. Por estes motivos, mudei o perímetro para o Movimento de Contato, deixando a Avenida Pereira de Andrade como limite oeste.
mais relutantes, dos mais cultos, aos mais
3
simples, dos mais atuantes, aos mais
vezes nos vemos obrigados a andar pelo
ba se deslocando a bairros como a Vila
inexpressivos. Vigias jogando cartas,
asfalto, o que por vezes não é um risco,
Madalena. Contudo, em algumas praças
concertando carros ou bicicletas, assis-
pois há pouco movimento de veículos.
principais podemos ver usos diversos e,
tindo televisão, dormindo, cuidando do
Em outras vias, entretanto, o movimento
de forma geral, tranquilos, atividades for-
cachorro, ou mesmo simplesmente assis-
é intenso, mas nelas as calçadas costu-
mal ou informalmente organizadas. Um
tindo ao movimento, sentados em seus
mam ser mais largas.
dos pontos onde mais se desenvolve tais
bancos e com os pés apoiados em caixas de madeira formam quase uma comunidade própria.
É uma pena que um bairro jardim como este tenha se tornado um bairro de muros. Cada residência parece mostrar uma
atividades é a Praça do Pôr do Sol, destino clássico de moradores de toda São Paulo, que curiosamente está voltada mais para o sul do que para o oeste, fa-
Muitas vezes, conversando com eles, não
personalidade distinta, o que a prin-
fica claro se sabem exatamente o porquê
cípio colabora para a deriva ser muito
de estarem ali ou tem ideia de quem es-
agradável. A vegetação cobre as ruas e
tão vigiando. Apenas as ruas onde a se-
a iluminação é alta, deixando-as muitas
Nesta praça, como em algumas outras,
gurança particular é realizada por uma
vezes excessivamente escuras à noite.
encontramos atividades pontuais muito
empresa maior, como é feito no Boaçava,
Mas as árvores ajudam a manter um cli-
interessantes sendo desenvolvidas. Ao
é que os seguranças tem mais clareza de
ma ameno e vemos pessoas passeando
se deixar levar pelo Alto de Pinheiros é
seus deveres. No mais, o máximo é vê-los
no final da tarde em grupos e com seus
inevitável encontrar suas praças, que na
abrindo os protões para alguns mora-
cachorros. É difícil andar um pouco sem
maior parte das vezes são cuidadas e
dores ou conversando com pessoas que
encontrar um espaço verde no caminho,
com algum tipo de equipamento, geral-
se aproximam da rua. No fundo, são os
seja uma praça ou canteiros viários. Estes
mente brinquedos para crianças. Contu-
“olhos” que os muros escondem da rua.
muitas vezes não possuem qualquer per-
do, não parece haver muita atenção aos
sonalidade, são apenas canteiros, mas de
idosos. Os espaços não são acessíveis –
forma geral são bem mantidos.
nisto, a Pôr do Sol tem um grande agravo
As calçadas do bairro são muito variadas, seguindo o padrão do município e sendo diferentes de lote a lote, de responsabili-
A tranquilidade do bairro, por vezes mui-
dade do morador da casa em frente. En-
to bem vinda, pode se tornar apática.
quanto a circulação perpendicular à rua
Os espaços estão disponíveis, mas não
é desimpedida, facilitando a saída dos
necessariamente são utilizados e não há
veículos de suas garagens, na longitu-
muitas propostas de atividades neles. Há
dinal encontramos as mais diversas bar-
poucos restaurantes, bares ou comércios
reiras, de degraus a guaritas. Por várias
que atraiam a população local, que aca-
4
zendo com que pouco se veja do Sol ao se pôr durante o inverno.
por sua topografia – e não parece haver atividades voltadas à terceira idade além de equipamentos para exercício, instalados pela prefeitura e aparentemente pouco utilizados.
Visรฃo Seriada (Mapa 2)
1 Praรงa Waldir Azevedo. Casinha a direita foto: acervo pessoal
2 Vista da Praรงa Waldir Azevedo foto: acervo pessoal
3 Praรงa Waldir Azevedo foto: acervo pessoal
5
4 Banca na Cerro Corá foto: acervo pessoal
5 Equipamentos para exercício na Praça Waldir Azevedo foto: acervo pessoal
6 Praça Provincia de Saitama foto: acervo pessoal
6
7 Praça Província de Saitama foto: acervo pessoal
Praça Província de Saitama foto: acervo pessoal
8 Praça Provincia de Saitama foto: acervo pessoal
7
9 Rua Cerro Corá foto: acervo pessoal
10 Chegada à Praça Amadeu Decome foto: acervo pessoal
11 Praça Carlos Monteiro Brisola foto: acervo pessoal
8
12 Banca na Praça Waldir Azevedo. foto: acervo pessoal
13 Rua Nazaré Paulista foto: acervo pessoal
14 Praça Emília Barbosa Lima foto: acervo pessoal
9
15 Praça Com. Manuel de Melo Pimenta. foto: acervo pessoal
Reunião de moradores na Praça Melo Pimenta foto: página da Vila Jataí no Facebook
16 Praça Vicentina de Carvalho foto: acervo pessoal
10
17 Praรงa Vicentina de Carvalho foto: acervo pessoal
11 Horta das Corujas foto: http://hortadascorujas.wordpress.com/
11 Horta das Corujas foto: http://hortadascorujas.wordpress.com/
11
18 Praça do Pôr do Sol. foto: acervo pessoal
13 Praça do Pôr do Sol foto: Renato Spinola Flikr
19 Praça Ernani Braga foto: acervo pessoal
12
20 Cruzamento da Av. Pedroso de Moraes “Feito pelo povo”
foto: acervo pessoal
21 Praça Vicentina de Carvalho foto: acervo pessoal
22 Vista da Av. Pedroso de Moraes foto: acervo pessoal
13
16 Praรงa Panamericana foto: acervo pessoal
16 Praรงa Panamericana foto: acervo pessoal
16 Praรงa Panamericana foto: acervo pessoal
14
23 Cruzamento da Av. Pedroso de Moraes foto: acervo pessoal
24 Rua dos Semaneiros foto: acervo pessoal
25 Guarita na calรงada foto: acervo pessoal
15
26 Canteiros na Rua Prof. Moniz foto: acervo pessoal
27 Praรงa Silveira Santos foto: acervo pessoal
28 Praรงa Conde de Barcelos foto: acervo pessoal
16
29 Praรงa Conde de Barcelos foto: acervo pessoal
30 Rua Capepuxis foto: acervo pessoal
31 Cruzamento na frente do Parque Vila Lobos foto: acervo pessoal
17
Calçada típica da área central do bairro foto: acervo pessoal
Calçada típica da porção noroeste do perímetro de aproximação foto: acervo pessoal
Rua típica Vila Beatriz foto: Google
18
Leitura técnica1
Pirâmide etária
O Alto de Pinheiros é um bairro loteado
A distribuição etária do bairro nos mos-
os índices de deficiência abaixo da média
pela Cia City na margem norte do Rio Pi-
tra um conjunto social mais velho do que
da cidade, exceto o de dificuldade de lo-
nheiros e ocupado a partir da década de
a média da população de São Paulo, com
comoção. 2,3% das pessoas tem grande
30. Assim como os bairros Jardim Europa
predominância variando na faixa dos 40
dificuldade para se locomover, contra
e Jardim América, foi concebido como
aos 50 de idade, quando Alto de Pinhei-
1,8% da cidade. A relação com o grande
bairro jardim, com lotes grandes, ruas
ros passa a ter proporcionalmente mais
número de pessoas de mais idade é clara.
arborizadas e uso exclusivamente resi-
pessoas que a média da cidade.
Uma consideração interessante diz respeito à deficiências. O bairro tem todos
dencial, a exceção de alguns poucos e selecionados pontos, como a Praça Panamericana. Hoje, os moradores do bairro são predominantemente de classes altas e lutam para mantê-lo com suas características originais.
Número de moradores 43.117 Número de domicílios 15.408 Área de aproximação 5.9 km² Densidade demográfica 6395,48 hab/km2
Alto de pinheiros
1. Dados do Censo IBGE 2010
São Paulo
Sinopse por setores e por área de ponderação
19
Zoneamento Importante notarmos o zoneamento do
Legenda LEGENDA
perímetro de aproximação. A área com-
Limites das Subprefeituras
preendida pelo loteamento original da
Sistema Viário Estrutural
Cia City permanece como exclusivamen-
Ferrovia
te residencial, característica que os mora-
Hidrografia
dores tentam preservar a todo custo.
Estação CPTM
Contudo, outras áreas próximas pos-
Estação Metrô
suem outros parâmetros de uso e ocupação do solo. A variedade deste entorno
SISTEMA DE ÁREAS VERDES DO MUNICÍPIO
pode nos possibilitar experiências diversificadas. Outra questão importante de notarmos
Parques e áreas municipais
PI EI-06
Cemitério
MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA ZER-1
Zona Exclusivamente Residencial Baixa Densidade
ZER-2
Zona Exclusivamente Residencial Média Densidade
ZM-1
pouco o zoneamento para alguns tipos
Zona Mista de Baixa Densidade
ZM-2
Zona Mista de Média Densidade
de uso, mas não chegam a colocar a ex-
ZM-3a
Zona Mista de Alta Densidade - a
ZM-3b
Zona Mista de Alta Densidade - b
é a grande presença de zonas de centralidade linear em ZER. Estas flexibilizam um
clusividade residencial em risco.
ZOE
Zona de Ocupação Especial Zona Especial de Interesse Social - 1
TRECHOS DE LOGRADOUROS PÚBLICOS ENQUADRADOS EM ZONAS DE CENTRALIDADES LINEARES Zona de Centralidade Linear - b (ZCL-b) Zona de Centralidade Linear I em ZER (ZCLz-I) Zona de Centralidade Linear II em ZER (ZCLz-II) Trechos de Logradouros Públicos Enquadrados em ZER-3 Zona de Centralidade Linear de Proteção Ambiental (ZCLp) Atividades estabelecidas no LIVRO VIII - Artigo 24
0
20
0
1km 500
N
21
Domicílios Alguns números que podemos comparar entre o bairro e a cidade de São Paulo,
São Paulo
Alto de Pinheiros
no que diz respeito a características dos
61,8%
domicílios ressaltam algumas desigualdades sociais marcantes. A enorme maioria dos domicílios parti-
23,3%
culares possuem mais de 8 cômodos, característica coerente com sua origem de
17,8%
14,1% 0,6% 0,0%
5,3%
1
bairro jardim loteado pela Cia City para
4,3%
1,6%
1,0%
2
3
4
13,7% 10,0%
5
8,6%
6
17,0%
13,3%
7
8 ou mais
Domicílios particulares permanentes
classes altas e médias altas. Total
De forma semelhante, dois números ao
7,9%
São Paulo
menos nos chamam a atenção quanto
Média por áreas
aos bens duráveis: em primeiro lugar, a
Alto de Pinheiros
Número de cômodos 1
2
3
4
5
6
7
8 ou mais
3 573 509
12 050
186 865
505 427
636 622
831 919
488 157
305 865
606 604
11 527
64
607
1 630
2 054
2 684
1 575
987
1 957
0,6%
5,3%
14,1%
17,8%
23,3%
13,7%
8,6%
17,0%
15 408
enorme maioria das residências conta
-
158
242
656
1 222
1 544
2 056
9 529
0,0%
1,0%
1,6%
4,3%
7,9%
10,0%
13,3%
61,8%
com microcomputadores com internet, o que nos possibilita pensarmos em estratégias que envolvam comunicação virtual.
Domicílios particulares permanentes Com bens duráveis
Em segundo lugar, quase a totalidade
Total
uso particular. Em um bairro bem loca-
Médias por áreas
Total
Com acesso à Internet
3 573 509
3 134 237
3 522 317
2 865 461
3 525 877
2 158 185
1 920 312
314 715
11 527
10 110
11 362
9 243
11 374
6 962
6 195
1 015
6 153
87,7%
98,6%
80,2%
98,7%
60,4%
89,0%
8,8%
53,4%
14 369
15 380
14 957
15 369
13 692
13 238
1 299
13 159
93,3%
99,8%
97,1%
99,7%
88,9%
96,7%
8,4%
85,4%
lizado, com infraestrutura de transporte, próximo a estações de metrô e trens intermunicipais, este dado nos dá indícios de como o morador do bairro tende a se deslocar pela cidade.
22
Motocicleta Automóvel para uso para uso particular particular
Televisão
dos domicílios possui automóvel para São Paulo
Microcomputador
Rádio
Máquina de lavar roupa
15 408 Área 167 - Alto de Pinheiros
Geladeira
1 907 367
Renda
São Paulo
Alto de Pinheiros 32,0%
A questão do perfil socioeconômico dos moradores do bairro fica mais clara quan-
24,9%
23,6%
do analisamos sua renda e ainda mais explícita se cruzamos a renda por pessoa
15,8% 12,7%
com a renda domiciliar per capita. A distribuição da população do bairro
11,2%
9,6%
8,8% 9,4%
7,4%
Até 1
3,6%
1 a 2 sm
2 a 3 sm
3 a 5 sm
10 a 20 sm
Mais de 20
Sem rendimento
Pessoas de 10 anos ou mais de idade Total
grandes concentrações nas classes que
número domiciliar, vemos que per capi-
5 a 10 sm
2,4%
Classes de rendimento nominal mensal (salário mínimo) (1)
tra grande contraste com a cidade, com
nimos por mês. Contudo, observando o
13,4%
7,7%
3,9%
por classes de rendimento já nos mos-
vão de rendimentos de 5 a 20 salários mí-
14,0%
São Paulo Média por área Alto de Pinheiros
1 a 2 sm
2 a 3 sm
3 a 5 sm
9 783 868 1 238 070 2 311 909 31 561 39 507
Até 1
5 a 10 sm 10 a 20 sm Mais de 20
Sem rendimento
942 491
859 752
753 744
344 225
207 246
3 126 431
3 994
7 458
3 040
2 773
2 431
1 136
748
10 085
12,7%
23,6%
9,6%
8,8%
7,7%
3,6%
2,4%
32,0%
1 522
4 430
2 935
3 704
6 235
5 535
5 306
9 840
3,9%
11,2%
7,4%
9,4%
15,8%
14,0%
13,4%
24,9%
ta a concentração de renda é ainda mais
São Paulo
Alto de Pinheiros
gritante.
58,7%
O IBGE não recolhe dados por classes de rendimento domiciliar acima de 5 salá-
25,5%
20,5%
rios mínimos, o que nos impede de veri-
8,0%
ficar mais precisamente as distribuições
2,2% 0,1%
com maior rendimento. Contudo, com os
Até 1/4
1,3% Mais de 1/4 a 1/2
8,9%
4,1% Mais de 1/2 a 1
Mais de 1 a2
11,2%
7,9%
Mais de 2 a3
13,5% 10,2%
15,6% 6,9% 5,5%
Mais de 3 a5
Mais de 5
Sem rendimento (2)
dados disponibilizados, podemos perceDomicílios particulares permanentes
ber que há poucas pessoas com rendi-
Classes de rendimento nominal mensal domiciliar per capita (salário mínimo) (1)
mentos muito elevados.
Até 1/4
Mais de 1/4 a 1/2
Mais de 1/2 a 1
Mais de 1a2
Mais de 2a3
Mais de 3a5
Mais de 5
Sem rendimento (2)
3 573 509
77 258
284 726
732 148
912 229
399 211
365 846
555 659
246 434
11 527
253
918
2 362
2 943
1 288
1 180
1 798
795
2,2%
8,0%
20,5%
25,5%
11,2%
10,2%
15,6%
6,9%
Total
São Paulo Médias por área Alto de Pinheiros
15 408
20
200
636
1 369
1 211
2 080
9 048
845
0,1%
1,3%
4,1%
8,9%
7,9%
13,5%
58,7%
5,5%
23
Ocupação
serem confirmadas no contato mais pró-
Este número nos diz aproximadamen-
ximo com a comunidade.
te o “público” que pode se envolver em
O dado anterior pode ser refletido nas principais ocupações dos moradores em
Interessante observar, também, o local
condição econômica ativa. Quase 60%
de trabalho desta população. 39% traba-
desta população no bairro é de gestores
lham no próprio domicílio, o equivalente
ou profissionais das ciências e intelectu-
a mais de 20% da totalidade dos mora-
ais.
dores. Este número com certeza nos será
atividades propostas para determinados horários do dia.
muito importante, pois com ele podeEsta informação pode nos ser útil para
mos ver que boa parte das pessoas que
traçar o perfil da cultura do bairro. Por
moram no bairro não pendulam durante
mais que não possamos realizar uma
o dia, o que pode ser muito importante
análise preliminar precisa, podemos es-
para as experiências que vamos desen-
pecular sobre algumas características a
volver. Pessoas de 10 anos ou mais de idade Condição de atividade na semana de referência Economicamente ativas Condição de ocupação na semana de referência
Total
São Paulo Média por áreas Alto de Pinheiros
Desocupadas
Não economicamente ativas
888 304
448 953
3 785 129
2 865
1 448
12 210
6,1%
16,0%
7,5%
38,7%
23 415
4338
9376
942
15 150
96,1%
18,5%
40,0%
3,9%
38,3%
Ocupações principais Total
Ocupadas Total
9 783 868
5 998 740
31 561
19 351
39 507
Diretores e gerentes
Profissionais das ciências e intelectuais
5 549 787
336 825
17 903
1 087
61,3%
92,5%
24 357 61,7%
Pessoas ocupadas na semana de referência Local de exercício do trabalho principal Município de residência
Total
São Paulo Média por áreas Alto de Pinheiros
24
Fora do domicílio Outro município de residência
País estrangeiro
Mais de um município ou país 20 720
Total
Domicílio de residência
5 549 787
5 345 394
1 609 856
3 735 537
182 352
1 322
17 903
17 243
5 193
12 050
590
27
77
96,3%
30,1%
69,9%
3,3%
0,2%
0,4%
22 246
8 685
13 560
857
-
312
95,0%
39,0%
61,0%
3,7%
0,0%
1,3%
23 415
Tempo e deslocamento
São Paulo
Vemos que a maior parte da comunida-
Alto de Pinheiros 51,6%
49,0%
de trabalha mais de 40 horas semanais. Comparando com os números anteriores, mesmo que boa parte das pessoas trabalhe em casa, está constantemente
11,0%
12,6%
Até 14 horas
40 a 44 horas
18,8%
7,2%
45 a 48 horas
49 horas ou mais
Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência Grupos de horas habitualmente trabalhadas por semana no trabalho principal
Contudo, interessante verificar que a
Total Até 14 horas
15 a 39 horas
40 a 44 horas
45 a 48 horas
49 horas ou mais
5 549 787
610 164
701 984
2 717 596
703 136
816 907
17 903
1 968
2 264
8 766
2 268
2 635
11,0%
12,6%
49,0%
12,7%
14,7%
1 424
3 827
12 074
1 684
4 406
6,1%
16,3%
51,6%
7,2%
18,8%
comunidade gasta muito menos tempo São Paulo Média por áreas
peito ao deslocamento para o trabalho. A grande maioria das pessoas ocupadas-
14,7%
12,7%
15 a 39 horas
ocupada.
que a média da cidade no que diz res-
16,3%
6,1%
Alto de Pinheiros
23 415
São Paulo
fora de casa demora menos de meia hora para chegar ao trabalho, o que talvez nos
Alto de Pinheiros
50,7%
diga um pouco tanto da formas como se 35,4% 36,8%
locomovem quanto onde estão localiza28,4%
dos seus empregos.
25,2%
Estas informações, que poderemos levantar posteriormente, podem ser interessantes para o V Movimento, quando
5,2%
6,7%
4,8%
0,9%
Até 5 minutos
formos buscar envolvimento com bairros
5,9%
De 6 minutos até meia Mais de meia hora até Mais de uma hora até hora uma hora duas horas
Mais de duas horas
próximos e vizinhos. Pessoas ocupadas na semana de referência, que trabalhavam fora do domicílio e retornavam para seu domicílio diariamente Tempo habitual de deslocamento para o trabalho Total São Paulo Média por áreas Alto de Pinheiros
De 6 minutos até Mais de meia hora Mais de uma hora Mais de duas Até 5 minutos meia hora até uma hora até duas horas horas
3 806 276
196 239
1 082 545
1 346 375
957 585
12 278
633
3 492
4 343
3 089
723
5,2%
28,4%
35,4%
25,2%
5,9%
13 909
223 533
672
7 058
5 117
936
126
4,8%
50,7%
36,8%
6,7%
0,9%
25
Educação Quanto a parte da comunidade que es-
Alto de Pinheiros
tuda, um primeiro dado é notório e sem-
São Paulo
77,5%
70,2%
71,9% 60,8%
pre discutido sobre o perfil do bairro: a enorme maioria das crianças estuda em colégios particulares da região.
29,8%
22,5%
2,3%
Outro dado importante é a enorme
Pública
Particular
Não frequentavam, mas já frequentaram
6,5%
Nunca frequentaram
maioria de pessoas com ensino superior Frequência a escola ou creche Frequentavam Não frequentavam, Rede de ensino que mas já frequentavam frequentaram Pública Particular
completo. Mais da metade da população Total
do Alto de Pinheiros concluiu ao menos
Total
a faculdade, número muito discrepante com o resto da cidade de São Paulo. Podemos observar também que mais de
São Paulo Média por áreas Alto de Pinheiros
11 253 503
3 672 968
2 577 922
1 095 047
6 847 010
733 525
36 302
11 848
8 316
3 532
22 087
2 366
32,6%
70,2%
29,8%
60,8%
6,5%
11 120
2 507
8 613
30 991
1 005
77,5%
71,9%
2,3%
43 117
25,8%
40% da população do bairro estuda, com
22,5% Alto de Pinheiros
São Paulo
aproximadamente 20% cursando curso
50,8%
superior e 25% no ensino fundamental. Procuraremos ter muita relação com as
37,6%
de, quase um quarto dela, estudar nestas
26,7% 16,1%
10,8%
0,5% Sem instrução e Fundamental completo e fundamental incompleto médio incompleto
escolas, o que nos abre grandes oportunidades de experiências articulando mo-
Total
radores e educadores. São Paulo Média por áreas Alto de Pinheiros
26
21,7%
18,4%
16,2%
escolas do bairro. Vemos aqui grande possibilidade de boa parte da comunida-
Nunca frequentaram
Médio completo e superior incompleto
Superior completo
Pessoas de 10 anos ou mais de idade Nível de instrução Fundamental Sem instrução e Médio completo completo e fundamental e superior médio incompleto incompleto incompleto
1,2%
Não determinado
Superior completo
Não determinado 119 765
9 783 868
3 683 120
1 798 580
2 610 334
1 572 070
31 561
11 881
5 802
8 420
5 071
386
37,6%
18,4%
26,7%
16,1%
1,2%
39 507
6 402
4 271
8 579
20 064
191
16,2%
10,8%
21,7%
50,8%
0,5%
3. Contato (mapa 3)
A SAAP diz que este foi o período de
net. A partir disso, pude ter algum conta-
maior articulação de moradores, quan-
to com eles.
Muitos moradores do Alto de Pinheiros
do havia uma causa clara em pauta. Nos
são atuantes. Vemos uma série de praças
últimos três anos, contudo, outra articu-
com vizinhos se mobilizando para man-
lação com a comunidade pôde ser vista.
tê-las conservadas, alguns movimentos
Um grupo de moradores, desconfortável
por usos diversificados e uma associação
com a insegurança crescente no bairro,
de moradores ativa. Esta, a SAAP (Socie-
com cada vez mais assaltos a residências
dade dos Amigos do Alto de Pinheiros),
e roubo de carros, começou a ser orga-
é uma associação de mais de trinta anos
nizar pela Internet para discutir sobre o
de idade. Nela, encontrei tanto morado-
tema. O grupo no Facebook juntou mais
res mais tradicionais do bairro, lutando
de mil pessoas. As pautas foram se am-
principalmente por manter seu padrão
pliando e uma série de ações foram fei-
urbanístico e pela segurança, quanto
tas. Um grupo começou a tomar frente
mais jovens e com outras tantas frentes
em debates e gradualmente se aproxi-
de ação.
mou da SAAP. Vimos algumas interven-
Interessante observar a relação que a SAAP teve com a comunidade em alguns períodos de sua história. Na década de 90, foi realizada uma mobilização do
ções interessantes sendo desenvolvidas
Interessante observar alguns padrões de posicionamento. Alguns pilares são mobilizados para pautas específicas, mas com relação ao bairro todo, como é o caso de boa parte da diretoria da SAAP frente à questão urbanística e de segurança; outros têm foco espacial, como é o caso de grupos de moradores que se organizam para cuidar de suas praças e ruas; outros ainda têm ação difusa, atuando em projetos diversos de ocupação dos espaços públicos; e outros se organizam a partir de vínculos com escolas do bairro.
por este grupo, como a exibição de um
Os interesses e intenções de cada pilar
filme em uma praça do bairro, juntando
são diversos, mas há sinergia entre boa
quase duzentas pessoas.
parte deles. Não há, de forma geral, con-
bairro para lutar contra o tráfego intenso
Este conjunto autônomo de morado-
de veículos que começava a ocupar as
res agregados no Facebook, não neces-
vias locais. A associação tomou a frente
sariamente vinculado à associação de
na organização deste movimento, divi-
moradores, é formado por uma série de
dindo seu perímetro em bolsões, mobi-
grupos e pessoas que atuam em áreas di-
lizando os moradores e procurando defi-
ferentes. Alguns, inclusive, são represen-
nir um projeto que por vezes se fazia de
tantes em conselhos como o CONSEG, de
muito isolamento. O resultado final foi de
segurança. Posso dizer, então, que estas
algumas intervenções pontuais de traffic
foram minhas duas fontes principais de
calming e transformação de algumas
contato com pilares e com as ações que
ruas em sem saída para veículos.
desenvolvem: a SAAP e a página na inter-
flitos profundos entre vontades, por mais que possamos ver confrontos ferrenhos entre pontos de vista sobre como alcançar os mesmos objetivos. Por exemplo, enquanto alguns defendem a segurança privada, outros defendem a pública; ou enquanto uns defendem a qualidade e tranquilidade dos espaços a partir de seu isolamento parcial, outros defendem seu uso com suporte melhor, como é o caso da instalação de banheiros químicos em
27
eventos na Praça do Pôr do Sol.
Avaliação Não chegamos ainda a de fato definir indicadores de verificação da situação do bairro. Mas já podemos levantar alguns que seriam interessantes dadas as suas características. Todos dizem respeito a avaliações que podemos realizar agora, mas ao mesmo tempo devem ser acom-
em as pessoas? Caso vejam uma ativi-
comunitária? São sempre as mesmas
dade acontecendo numa praça ou algo
pessoas que aparecem?
errado na rua, por exemplo, elas vão ver do que se trata ou não param para olhar? Podemos observar estes tipos de comportamento em experiências que já existem; em experiências teste; em conversas com pessoas que estão sempre nas
Como atuam e quem participa efetivamente dos grupos de manutenção de praças e afins? São apenas poucos moradores que atuam mais como pilares ou há grande e ativa mobilização?
ruas, como os vigias; e eventualmente na
Os moradores se envolvem em causas
subprefeitura e com os próprios pilares.
pelo bairro, articulando-se com outros
panhadas constantemente para verifi-
Quantas pessoas comparecem em ativi-
carmos transformações.
dades que não dependem de participa-
moradores, mesmo que seja para projetos não em frente a suas residências?
ção ativa, mas que são voltadas a comu-
Quantas e quais experiências diferentes
nidade como um todo, como o filme que
são propostas por moradores diferentes,
Tomamos as quatro características da
foi exibido na praça? Podemos realizar
ou são sempre os mesmos pilares e expe-
experiência – o Meio, a Ação, a Cultura
contagens e cruzar com o número de
riências muito semelhantes?
e a Visão – e buscamos verificar como a
pessoas a quem sabemos que a infor-
comunidade se envolve em cada uma
mação do evento atingiu. Podemos tam-
delas.
bém fazer entrevistas rápidas durante
Causas e pautas que identificam o bairro
experiências.
fazem os moradores participarem de dis-
1. Envolvimento.
• Meio Quanto, quando e quantas pessoas
• Ação
• Cultura
cussões mais do que em outras atividades? Podemos ver isso em experiências
usam os espaços do bairro? Elas andam
As pessoas tomam atitude se veem algo
teste e na presença de moradores em
a pé, usam as praças, andam de bicicle-
errado no bairro, como um assalto, uma
eventos como o debate sobre seguran-
ta e passeiam com seus cachorros? Para
calçada quebrada ou uma árvore caída?
ça com a polícia militar ou sobre o plano
verificar, podemos fazer contagens em
Podemos tentar verificar isso com a polí-
diretor, onde se debate os termos da ma-
pontos estratégicos, fazer entrevistas rá-
cia local e com a subprefeitura.
nutenção da exclusividade residencial.
Quantas e como as pessoas participam
Vemos muitas propostas de experiência
de experiências que dependem de sua
e debate surgindo com pautas tradicio-
participação, como os picnics e a horta
nais do bairro? Quais são essas pautas?
pidas e questionários simples no grupo na internet. As coisas que acontecem no bairro atra-
28
Como elas são discutidas? Como e quais
toda comunidade e para que saiba-
• Quantas pessoas são associadas
são os padrões de recorrência destas dis-
mos quem está informado das expe-
à SAAP?
cussões? Quão frequentes são?
riências que estão sendo desenvolvi-
• Quantos votos os conselheiros
das, precisamos destas informações.
locais tiveram? Seja do CONSEG, do
Sem tomarem conhecimento míni-
Conselho Participativo Municipal, ou
mo da existência das experiências,
de outros.
• Visão Os debates sobre a exclusividade residencial e sobre a segurança caminham em qual direção? Conseguem dar encaminhamento a propostas? As propostas de solução são frequentemente as mesmas ou variam, mostrando abertura da comunidade a opções diferentes?
não há como as pessoas entrem em contato com elas, a não ser por acaso. • Quantos e-mails há o mailing da SAAP? Quantas pessoas efetivamente abrem os e-mails enviados?
• Quantas associações e movimentos específicos há no bairro, além da SAAP? Quantas pessoas são vinculadas a elas? • Qual a opinião e qual a abrangência de organizações como estas? A
Debates sobre outros temas, distintos
• Quantas pessoas há no grupo de
dos que identificam o bairro, encontram
comunidade sabe de sua existência?
moradores do Facebook? Quantas
muitos obstáculos na própria comunida-
Podemos fazer entrevistas ou aplicar
pessoas participam das discussões?
de? Conseguem dar encaminhamento?
questionários em redes diferentes.
Quantas pessoas ao menos leem os
Quão variadas e frequentes são as pro-
Por exemplo, perguntar nas escolas
posts e veem os eventos? Quantos
postas? Elas chegam a ser executadas e
se conhecem a associação e pergun-
posts e eventos são realizados? Com
se transformam em intervenções? Po-
tar aos associados se conhecem ou-
que frequência?
demos fazer um levantamento com os
tras ações.
• Quantos grupos específicos há
pilares das propostas que foram realizadas e avaliar quantas foram realizadas e quantas não foram, procurando mapear os obstáculos encontrados no caminho. 2. Canais de comunicação. • Quais canais já existem, qual a abrangência e rotatividade deles? Atingem quantas pessoas, transmitem quais informações, quem os opera, etc. Para que cheguemos a
sobre pontos do bairro e quantas
4. Coesão da comunidade.
pessoas há neles?
• Os vizinhos se conhecem?
• Há jornais locais? Qual a tiragem?
• Há algum tipo de atividade que já
3. Representatividade
ocorra que coloque a comunidade em contato? As diversas redes e os
• Há instituições ou vozes que se
diversos grupos que formam a co-
colocam como representativas dos
munidade interagem entre si, ou há
interesses da comunidade, como lí-
isolamento entre eles?
deres comunitários, conselhos, associações de moradores, fundações ou entidades sem fins lucrativos?
5. Vínculo e transformação. • A comunidade é antiga ou há
29
grande rotatividade, com moradores
Experiências existentes
se mudando frequentemente e tra-
res se reuniram para intervir no espaço e manter sua limpeza. Mobilização se-
balhadores permanecendo pouco
Já podemos verificar que há uma série
melhante a da Praça Conde de Barcelos,
tempo em seus empregos?
de experiências sendo desenvolvidas no
onde a associação de moradores perma-
bairro, com maior ou menor intenção de
nece com ação direta. Sempre se vê fa-
envolvimento da comunidade. Uma das
mílias nesta praça, utilizando-a das mais
que está em pauta e que gera polêmica
diversas formas. Interessante notar que
é a passagem da responsabilidade sobre
durante a visão seriada, encontrei um
a Praça do Pôr do Sol da subprefeitura à
pai com um filho aprendendo a andar de
secretaria do verde e do meio ambiente
bicicleta, contudo, estavam na rua e não
do município, que a tornaria um parque.
na própria praça. Ao ser questionado do
• Sensação de proteção: contra
Com esta transformação, a tendência é
motivo, nos disse que não havia um local
tráfego e acidentes; contra crimes e
de que a praça seja cercada e fechada à
não gramado nela e que na grama seu
violência; contra sensações senso-
noite, como é feito com os outros par-
filho estava tendo de fazer muita força
riais desagradáveis.
ques da cidade. Este isolamento tende a
para pedalar.
• As pessoas que moram, trabalham e usam o bairro ou realizam suas atividades em outros bairros? Quais são estes outros bairros? São próximos ou distantes? 6. Qualidade dos espaços públicos.
• Sensação de conforto: oportunidades para andar; oportunidades para permanecer; oportunidades para sentar; oportunidades para ver;
reduzir as possibilidades de experiências futuras utilizando o espaço à noite, como
Outras duas praças interessantes de se-
a meditação da lua cheia, realizada todo
rem ressaltadas são as da porção leste,
mês naquele local.
onde é realizado já há algum tempo um picnic comunitário organizado pelo Mo-
oportunidades para falar e ouvir;
Contudo, outras tantas possibilidades
oportunidades de se exercitar.
vimento Boa Praça e em outra a Horta
podem ser desenvolvidas, como a ins-
• Sensação de prazer: se constru-
Comunitária da Praça das Corujas. O Boa
talação de quiosques e finalmente a
ções e espaços estão de acordo com
Praça realiza também outras atividades
construção dos banheiros públicos que a
a escala humana; oportunidades de
na Praça Amadeu Decome, na divisa com
comunidade tanto exige. Para além des-
apreciar as características do clima;
a subprefeitura Lapa, a norte.
ta discussão, a Pôr do Sol recebe muitas
experiências sensoriais positivas.
pessoas para os mais diversos usos, de
Encontramos dois pontos do Bike Sampa
exibição de filmes, realização de festas à
no bairro, ao longo da Avenida Pedroso
simples picnics.
de Moraes, um ao lado da biblioteca municipal, outro perto da Praça Panamerica-
Outra experiência notável é a da Praça Província de Saitama, onde os morado-
30
na.
Descritivos
uma série de intervenções e eventos
praça e se articulou com a prefeitura
no bairro. Vem se organizando com
para intervir nas calçadas lindeiras.
1. SAAP: Associação dos Amigos de Alto
comerciantes da área e se articulando
Hoje, todos os dias muitas pessoas ca-
dos Pinheiros. Associação de Morado-
para realizar seu plano de bairro, com
minham nestas calçadas e se vê pes-
res existente desde 1977. É uma das
acessoria da Urbanista Raquel Rolnik.
soas com seus cachorros e com seus
mais atuantes associações da Zona Oeste, bem articulada com outras associações de bairros jardim.
6. Escola Vera Cruz, vizinha à praça, re-
filhos.
alizou com a comunidade e com os
10. A Praça das Corujas teve uma grande
alunos o projeto de reforma da praça.
intervenção realizada pela prefeitura,
2. Movimento “Ocupa Casa da Praça Wal-
É utilizada para festas e já foi utilizada
com tratamento de seu córrego, que
dir Azevedo”. Vem promovendo ativi-
para exibição de filmes. A escola tam-
é o único aberto do bairro, bem como
dades e intervenções na casa, procu-
bém abre seus portões todos os dias
outras intervenções nos gramados. A
rando um uso e uma nova identidade
no intervalo das aulas para os alunos
comunidade utiliza muito a praça e
para ela. Se organiza no Facebook.
utilizarem a praça.
uma atividade que vem sendo realizada é a construção de uma horta co-
3. Moradores do entorno da Praça Pro-
7. Movimento Boa Praça não é uma en-
víncia de Saitama se organizaram
tidade formal, mas realiza uma série
para realizar uma intervenção na pra-
de atividades próximas à Praça Ama-
ça, que era mal iluminada e não tinha
deu Decome. Nesta, realiza todo mês
uso dos vizinhos diretos. Reformaram
um picnic comunitário, já fez eventos
o parquinho, a quadra e cuidam da
articulando atores locais, como uma
11. A Praça do Pôr do Sol é palco de mui-
manutenção.
farmácia para fazer vacinação gratúita
tas e diversas atividades espontâneas
contra a gripe.
do bairro. Sua posição e topografia
4. Moradores da Vila Jataí e o Colégio Rainha da Paz realizam atividades na
8. O Boa Praça também realiza na Fran-
praça, como festas juninas. Foram ins-
çois Belanger os picnics e outros even-
talados pela prefeitura equipamentos
tos diveros, como a venda direta de
de exercício para a terceira idade. Há
produtos por pequenos produtores
um centro privado para terceira idade
agricolas.
vizinho à praça.
munitária, que já se transformou em referência na cidade. Utilizam práticas de permacultura e captam sua própria água.
privilegiada para o pôr do sol faz com que seja sempre tomada por muitas pessoas. Já foram realizadas festas, exibições de filmes, espetáculos musicais, grupos de meditação, entre muitas outras experiências. Os moradores
9. Os moradores vizinhos da praça se
vizinhos se organizaram em uma as-
5. Associação de Moradores da Vila Jataí.
mobilizaram para reformar o parqui-
sociação para lidar com a falta de es-
Foi formado no final de 2013. Realiza
nho, modificar o espaço central da
trutura para tais acontecimentos.
31
4. Difusão e Integração
12. Pontos do Bike Sampa, sistema im-
plantou no bairro um sistema de vi-
plantado pela prefeitura em parceria
gilância privada, com seguranças em
com a iniciativa privada de bicicletas
carros e motocicletas, câmeras espa-
(Mapa 4)
compartilhadas.
lhadas pelas calçadas e um posto de
Os movimentos do segundo ato não
segurança na praça central do bairro.
chegaram a ser desenvolvidos na prática.
13. Ciclovia implantada pela prefeitura, contudo sem a estrutura adequada
17. A avenida, por onde segue a linha de
Uma vez que sua natureza é especifica-
até o momento. Desta forma, ainda é
alta tensão, é muito central no bairro.
mente participativa, o que vamos expor
tratada como “passeio”. A comunida-
Foi realizado um projeto viário de tra-
aqui são possibilidades, tanto para a Di-
de, na estrutura da SAAP, se mobilizou
ffic calming, reduzindo a velocidade
fusão quanto para a Integração. Contudo,
para que seja realizada a finalização
dos veículos que por ali passam. Hoje,
uma vez que dependemos plenamente
do projeto, que conta com as inter-
vê-se muitos jovens andando de skate
da autonomia e atuação da comunidade,
venções necessárias para a utilização
na rua.
não podemos especular o que ocorreria
como ciclovia. Da mesma forma, a
no Desenvolvimento.
mobilização gerou pressão para que o
O distrito de Alto de Pinheiros tem 43.117
projeto completo, que é mais extenso,
moradores. Nosso perímetro de difusão
seja executado, indo da Hélio Pelegri-
conta com quase a totalidade deste nú-
no até a Gastão Vidigal.
mero, excetuando-se apenas a popula-
14. A Praça Conde de Barcelos é já há muito tempo um cartão de visita da SAAP. Os moradores se organizaram com a associação para que a praça fosse melhor mantida.
ção da área do City Boaçava. Deste total, os meios de comunicação que conhecemos atingem parte muito pequena. As páginas online chegam a menos de 10% da população, considerando-se as páginas que, somadas, atingem aproxi-
15. A praça Beethoven é palco da venda
madamente quatro mil pessoas. A SAAP
de animais de estimação todos os fi-
possui um mailing e uma lista de ende-
nais de semana.
reços postais de razoável tamanho, mas
16. A Associação de Moradores do City Boaçava (SAB) é uma associação com muita força. Realizou grandes intervenções na Praça Barão Lima e im-
32
sua comunicação também não é muito eficiente, lembrando que seu perímetro não comporta toda a área onde estamos atuando.
A página do bairro na internet, que hoje
As ações e os debates ainda são muito
Os pilares nos abrem os contatos das as-
possui mais de mil e quinhentas pessoas
focados em nichos específicos, como
sociações e movimentos de moradores,
inscritas, teve crescimento significativo
associações de praças ou ruas, de forma
com os quais já temos algum vínculo.
no período em que as questões estavam
que a comunicação se faz muitas vezes
Boa parte deles já pode nos apresentar
mais em pauta e as ações sendo tomadas
pouco articulada. É preciso reforçar esta
às escolas do bairro, que são muitas e
com maior ênfase. Talvez seja interes-
articulação, como alguns grupos já fa-
principalmente privadas. Já as empre-
sante voltarmos a divulgar não apenas
zem, buscando fazerem-se visíveis a ou-
sas estão localizadas principalmente nas
as ações que ocorrem no bairro, mas
tros grupos. Um movimento novo, que
bordas do perímetro de intervenção, de
procurarmos fazer as pessoas se unirem
vem sendo muito atuante e buscando
forma segregada de boa parte central
em meios de comunicação abrangente
difundir sua atuação, é o grupo de mora-
do bairro. Podemos estabelecer contato
como esse.
dores da Vila Jataí. Bairro pequeno den-
com elas, buscando avaliar o quanto se
tro do distrito do Alto de Pinheiros, reali-
sentem parte de uma mesma comunida-
zou uma série de encontros no primeiro
de, ou se há outro tipo de identidade.
De acordo com o CENSO 2010, quase 90% dos domicílios no Alto de Pinheiros possui computador com internet, o equivalente a mais de treze mil domicílios. Podemos usar este recurso para reforçar nossa coesão nos congregando em espaços virtuais para debate e procurando
semestre de 2014 e vem divulgando em várias páginas online suas ações, inclusive as reuniões para discussão e execução de sua festa junina comunitária na praça Manuel de Melo Pimenta.
(possíveis) Experiências A Praça Panamericana é uma das maiores praças do bairro e não possui qualquer uso, configurando-se apenas como uma
atuar com ferramentas de mapeamento
Contudo, considerando a distribuição
rotatória viária. Seus bancos raramente
de ideias e demandas. Algumas destas
etária da comunidade, podemos especu-
são utilizados e não há qualquer ativida-
outras plataformas:
lar que boa parte dela não é usuária cor-
de que seja realizada em seus extensos
riqueira da internet, o que nos faz pensar
gramados. É interessante que, dada a
em outras formas complementares de
definição de uso realizada no momento
comunicação. Aqui, talvez seja interes-
do loteamento do bairro pela Cia City, a
sante entrar em contato com as rótulas
Panamericana não possui moradores vi-
sociais do bairro, como o Clube Alto de
zinhos diretos, apenas comércios e servi-
• www.ondefuiroubado.com.br/
Pinheiros, o Clube Anhembi e as escolas
ços. Disto decorre um potencial incrível
• maps.mootiro.org/
presentes no perímetro e procurar di-
para atividades que normalmente inco-
• myfuncity.uol.com.br/
vulgar ações através de contatos nestas
modam os vizinhos da Pôr do Sol, por
instituições.
exemplo.
• www.cidadedemocrática.com • colab.com.br/ • www.sampacriativa.com • www.mapadaparticipacao.org.br/
• cuidando.org.br/
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A comunidade pode utilizar a praça para
Pedroso de Moraes. Não há qualquer tipo
Outros pontos do bairro que podem
realizar grandes eventos comunitários,
de ponto de apoio aos ciclistas na exten-
contribuir como centros de aprendiza-
como exibição de filmes, saraus e festas.
são da ciclovia – que em realidade ainda
gem , evidentemente caso haja interes-
É interessante observar que a estratégica
não é oficialmente uma ciclovia, mas um
se mútuo com as escolas, é a Embratel,
posição da Panamericana faz com que
“passeio”. Um ponto de parada na praça
que pode falar sobre tecnologia comu-
a visibilidade da atividade seja muito
central do Alto de Pinheiros pode ser
nicação; a clínica de diagnóstico Fleury,
favorável a sua maior apropriação. Uma
uma situação interessante.
que pode falar sobre saúde; a agência de
ressalva pode ser feita quanto ao movimento de veículos, mas este não é permanente e intenso durante todo o dia, principalmente não à noite. Pode-se utilizar este potencial noturno e, eventualmente, até se pensar em fechar a Avenida Pedroso de Moraes no trecho que corta as duas metades da praça, ampliando sua área útil e criando-se novas oportunidades de experiências. As possibilidades deste espaço são mais amplas do que a realização de atividades ao ar livre. Podemos também pensar em algum tipo de uso permanente, ou intervenção mais duradoura. Muitas pessoas atravessam a praça durante o dia para
Uma experiência necessária de ser realizada e que está em vias de se tornar realidade é a execução da sinalização adequada para esta ciclovia. Moradores já se mobilizam para que o projeto saia
publicidade Ogilvy, que pode falar sobre criatividade; e o Instituto Tomie Othake, que mesmo não ficando dentro de nosso perímetro de contato, pode falar sobre cultura.
do papel. Enquanto isso, outros realizam
Mas as escolas não precisam ir muito lon-
intervenções por conta própria, pintan-
ge de seus portões. A exemplo da Escola
do faixas no asfalto.
Vera Cruz, que realizou intervenção, fes-
Com as escolas, podemos desenvolver projetos educativos diversos, como o mapeamento do bairro, voltas ciclísticas e estudo da vegetação das praças. O Alto de Pinheiros tem muitos espaços que podem acolher aulas fora da escola. Uma ideia que pode ser muito interessante é
tas e utiliza corriqueiramente a praça em frente a uma de suas unidades, o Colégio Rainha da Paz pode se articular com mais proximidade à comunidade dos moradores da Vila Jataí, que vem atuando com bastante energia, para realizarem juntos as atividades na praça em frente a escola.
desenvolver uma atividade que agregue
Outra ideia que pode ser desenvolvida
alunos e a horta comunitária da Praça
com escolas é realizarem, junto com os
das Corujas. Lá, podem investigar muitas
moradores da do entorno, picnics e cam-
coisas, desde as características do córre-
peonatos de futebol na Praça Província
go – único veio d’agua aberto e natural
de Saitama. Há de se discutir bem possi-
Outra intervenção que é contígua à Pa-
do bairro – até as técnicas que os vizi-
bilidades como estas, para se verificar se
namericana e que poderia se apoiar mu-
nhos têm utilizado na horta.
os vizinhos aceitam logo de inicio ativi-
chegar aos pontos de ônibus que ficam na rua central. Pode-se pensar em criar algum comércio que valorize a permanência das pessoas no espaço.
tuamente a ela é a ciclovia da Avenida
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dades de muito movimento. Talvez seja
de interesse sugerir experiências mais
estruturas – outros pontos da cidade são
mento pode se tornar uma experiência
tranquilas em um primeiro momento.
mais carentes do que aqui. Muitas praças
integrada entre praças, realizando como
podem ser usadas como polos culturais,
que um festival cultural com eventos em
realizando-se pequenas alterações ou ar-
vários espaços simultaneamente, e ainda
ticulando-se com vizinhos. Algumas são
como diretriz para o Projeto Político-Pe-
muito extensas e muito pouco utilizadas,
dagógico, procurando estabelecer inter-
como é o caso da Praça Silveira Santos,
venções maiores para manter a persona-
vizinha à Marginal Pinheiros. Muito pou-
lidade cultural das praças.
Seguindo as discussões que já vêm ocorrendo na Praça Waldir de Azevedo, os moradores de seu entorno podem se envolver mais na busca por uma nova identidade à casinha ali presente. Cada vez mais se vê pessoas deixando suas mensagens e discutindo sobre aquele espaço cheio de possibilidades. Ideias podem caminhar no sentido de que seja criado
co ocorre na nela e um dos poucos pontos culturais do bairro lhe é adjacente, o Ateliê Ely Bueno.
Uma experiência fundamental para o bairro é a intervenção de suas calçadas. As dificuldades de passeio fazem com
um ponto de cultura. O Alto de Pinheiros
As praças podem ser usadas como cen-
que muitas pessoas andem pelo asfalto.
é carente de equipamentos culturais, por
tros culturais com personalidades es-
Talvez seja interessante se pensar em
incrível que possa parecer. Há apenas o
pecíficas, de acordo com sua inserção,
uma padronização dos passeios em seu
teatro do Colégio Santa Cruz e uma bi-
contatos diretos e potenciais. Uma pode
eixo longitudinal, bem como na valo-
blioteca municipal.
ser voltada às artes plásticas, outra ao ci-
rização de ruas e cruzamentos para pe-
nema, outra às artes performáticas, outra
destres e ciclistas. A ciclovia presente na
às artes gráficas, etc. Assim como as pra-
avenida central do bairro possui poucas
ças, as escolas também podem abrir seus
saídas para as ruas laterais, fazendo difícil
espaços para receber outras tantas expe-
e até perigosa sua travessia.
O Alto de Pinheiros é um bairro que valoriza a cultura, mas possui muito poucas experiências culturais. A personalidade calma do bairro, diferente de sua vizinha Vila Madalena, não significa que deva permanecer sem estimar sua potencialidade. Há de se pensar em como aproveitar este potencial tanto para a comunidade, quanto para a população da cidade como um todo. Podemos pensar em muitas intervenções neste sentido, sem ser necessário investir dinheiro público em novas infra-
riências culturais. Sendo assim, uma das possibilidades que se configura é criar uma rede cultural que articule diversos espaços, podendo-se pensar inclusive nos percursos entre eles, como trilhas educativas.
Neste sentido, outra experiência que poderia ser desenvolvida com a comunidade é a implantação de totens informativos nas calçadas ou, pelo menos, em pontos estratégicos como a Praça do Pôr do Sol. Estes mecanismos de comunica-
O que em um primeiro momento podem
ção podem nos ser muito importantes
ser experiências pontuais em cada praça,
tanto para difundir as intervenções que
como exibição de um filme em uma, um
são feitas e as experiências que são pro-
show em outra, etc, em um segundo mo-
postas, como uma eventual rede de pra-
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ças culturais, quanto para simplesmente informar a localização da pessoa e o que há no entorno. Quanto à porção noroeste de nosso perímetro de contato, poderíamos inclusive identificar um bairro distinto do Alto de Pinheiros, por seu padrão de uso e traçado urbano diferente, daquele realizado na área compreendida pelo loteamento da Cia City. Se este fosse o caso, a se verificar em um contato mais próximo com aquela comunidade, seria um bairro me-
5. Resenha crítica
de novas sugestões de experiências que
Este ensaio, diferentemente do que o VII
vimento, também não parece inviável
indica, foi realizado na passagem do pri-
imaginar o relacionamento de redes di-
meiro ao segundo ato e não ao final do VI
ferentes, principalmente os moradores
Movimento. Talvez seu maior trunfo seja
com as escolas, observando que mais de
mostrar o quanto os últimos movimen-
70% das crianças do bairro estudam nas
tos são essencialmente participativos,
escolas particulares do entorno.
não sendo possível especularmos muito sobre quais possibilidades de experiência a comunidade estaria de fato interessada em realizar.
poderíamos realizar. Já quanto ao V Mo-
De qualquer forma, este ensaio procurou principalmente levantar as possibilidades que o VII pode trazer, e não exatamente demonstrar sua atuação. A
nor e isolado dos vizinhos por grandes
Contudo, já levantando aquelas que co-
estratégia integral, na prática, apenas se
barreiras como a Rua Cerro Corá e a Av.
nhecemos durante o Contato, podemos
poderá observar em períodos maiores de
Pereira de Andrade. A única contiguida-
ver que a calma e tranquilidade do bairro
intervenção, com experiências e projetos
de espacial que há é com o interior do
não o impede de se envolver nas mais
extensos sendo realizados pelos media-
distrito do Alto de Pinheiros. Sua perso-
diversas experiências. O filme exibido
dores com as comunidades. Esperamos,
nalidade e seu isolamento parcial aca-
na Praça Emília Barbosa Lima, mesmo
contudo, que este ensaio tenha contribu-
bam fazendo com que o tráfego no inte-
em um dia muito frio, reuniu aproxima-
ído para os movimentos que ainda estão
rior desta área seja muito local e as ruas
damente 25% das pessoas a quem sabe-
por vir tanto no próprio Alto de Pinheiros
sejam, de forma geral, tranquilas. Contu-
mos que a comunicação do evento atin-
quanto em novos bairros que venham a
do, não há espaços verdes ou ocupação
giu, sendo um grande sucesso.
desenvolver suas estratégias.
como no resto do Alto de Pinheiros.
Intervenções pontuais, como a da Província de Saitama e da Praça das Corujas também nos chamam a atenção para uma grande coerência e continuidade a novas atividades. Assim, discutindo sobre experiências pontuais em um eventual IV Movimento, não seria surpresa alguma para o bairro assistir uma série
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Ensaio desenvolvido como exemplo das possibilidades de aplicação da estratégia do VII Movimento Luis Fernando Meyer