TFG - Arquitetura Modular e Sustentabilidade - 2017

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ARQUITETURA MODULAR E SUSTENTABILIDADE: UMA PROPOSTA PARA A CARÊNCIA DE EQUIPAMENTOS DE SAÚDE NO BRASIL UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO LUIZA CAMARGO BIGNARDI | 8010656 ORIENTADORA: LARA LEITE BARBOSA DE SENNE SÃO PAULO | 2017 3


“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira e que vale a pena tentar.� Zaha Hadid


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A G R AD ECI M EN T O S Aos meus pais e meu irmão, que são a base de tudo que sou e meus maiores incentivadores. Certamente não teria chegado tão longe sem tudo o que sempre fizeram por mim. Aos meus grandes amigos da FAU, especialmente Gustavo e Marina, que foram comigo até o final e, sem saber, me ajudaram a ter esperanças até o fim. A todos os amigos que choraram e sofreram, mas também riram comigo durante esses 6 anos de jornada fauana. Ao meu namorado Vitor, que me deu broncas quando eu precisei e nunca duvidou da minha capacidade, acreditando em mim mais do que eu mesma, sempre me colocando pra cima. À querida professora Lara, que nunca hava me visto até este ano, mas me ajudou a transformar um bolo disforme de ideias neste trabalho com começo, meio e fim. Uma professora jovem, que me trouxe esperanças para a continuidade da qualidade de ensino da FAU, com ideias inovadoras, tratando os alunos com carinho, mas com seriedade. À toda minha família e a todos os amigos que contribuíram para eu me tornar quem sou hoje. 7


r esumo No presente Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo será abordada a deficiência na oferta de equipamentos de saúde pública, especialmente naqueles de pequeno porte, que representam a porta de entrada no SUS, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e como é possível aumentar a oferta desses equipamentos, através da arquitetura modular e soluções sustentáveis. Será abordado o caso da cidade de São Paulo, contendo dados quantitativos e qualitativos da saúde e da situação dos usuários da saúde pública, desenvolvendo um programa de um equipamento que se equipara a uma AMA/UBS Integrada com foco na construção pré-fabricada. palavras-chave: unidade básica de saúde - arquitetura modular - pré fabricado - sustentável - madeira


a b st r act This final thesis of the Architecture and Urbanism course will approach the lack of offering for public health buildings, specially those that are smaller in size, which represent the gateway to the SUS program, the Basic Health Units and how to increase their offering by using modular architecture and sustainable solutions. This work will present the case of Sao Paulo, giving quantitative and qualitative data about public health and its users and developing a program for a “AMA/UBS Integrada�, focusing on pre-fabrication. Keywords: Basic Health Unit - modular architecture - pre fabrication - sustainable - wood

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sumár io 1. INTRODUÇÃO

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2. OS ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS DO BRASIL E SEU REFLEXO NA SAÚDE 2.1 ASPECTOS GERAIS 2.2 ASPECTOS DA SAÚDE EM SÃO PAULO

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3. O CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE 3.1 SUSTENTABILIDADE E CONSTRUÇÃO CIVIL 3.2 O PROJETO SUSTENTÁVEL E ADAPTAÇÃO AO CLIMA

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4. ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE 4.1 OS PROGRAMAS DE ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE 4.2 REFERÊNCIAS DE ARQUITETURA MODULAR COM FOCO NA SAÚDE

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5. o modelo de projeto 5.1 a escolha do material 5.2 o projeto

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6. conclusĂŁo

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Bibliografia

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1. introdução

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Vivemos em um país que sofre e que só vê agravar a desigualdade social. São direitos sociais, ou seja, fundamentais, o acesso à moradia, à saúde, à educação, à segurança e outros que, infelizmente, não são oferecidos à sociedade nem em quantidade, menos ainda em qualidade suficiente para atender a todos. As populações mais pobres são aquelas que mais sofrem, pois são as que mais dependem do serviço público. O cenário de pobreza em que vivem muitas pessoas no país tem como consequência a criminalidade, a corrupção, o analfabetismo, loteamentos clandestinos e favelas e um sistema de saúde precário, entre tantas outras situações. Entre todos esses problemas, este trabalho procurará abordar a questão da precariedade do sistema de saúde, especialmente na questão das unidades de saúde de atendimento médico básico à população – que será o programa para desenvolvimento de um projeto. No ano de 2017, temos passado por uma crise política e econômica que faz com que esse cenário de precariedade piore a cada mês. No que diz respeito ao sistema de saúde, o problema é ainda mais grave. Segundo um levantamento do CFM (Conselho Federal de Medicina), 24 mil leitos de internação foram desativados na rede pública desde o fim de 2010 (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2016)¹ . Desde 2015, hospitais federais no Rio de Janeiro² e em São Paulo³ , por exemplo, ameaçam fechar suas portas, deixando a população mais carente sem vários tipos 1 Em cinco anos, Brasil perde 23,6 mil leitos de internação no SUS. Conselho Federal de Medicina, 2016. Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=26171:2016-05-17-12-26-58&catid=3:portal>. Acesso em 21 mai. 2017. 2 Hospitais universitários do Rio correm o risco de fechar, diz Conselho de Medicina. Agência Brasil, 2015. Disponível em <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-11/hospitais-universitarios-do-rio-correm-risco-de-fechar-diz-conselho-de>. Acesso em 21 mai. 2017.

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de atendimento médico, desde tratamentos mais simples, até os mais graves. Neste sentido, as unidades básicas de saúde se tornam ainda mais fundamentais, uma vez que têm por objetivo atender cerca de 80% dos problemas de saúde da população, para que não seja necessário encaminhá-la para outros serviços, como Emergências e Hospitais. Segundo dados do portal Mais Médicos4 , existem atualmente cerca de 41 mil UBS em todo o país, mas que, pelos dados, se mostram ineficientes em atender todos os usuários, não só na qualidade do serviço ofertado, mas também pelo tamanho e qualidade das estruturas oferecidas5. Quais propostas poderiam auxiliar a população neste sentido? Este trabalho pretende levar algumas alternativas. Em condições de insuficiência de recursos e urgência na construção de novas unidades para poder atender o maior número de pessoas, a arquitetura modular aparece como uma proposta viável para atender essa demanda de forma rápida, econômica e sustentável, possibilitando uma infraestrutura com maior qualidade, e que pode ser replicada de acordo com a necessidade, a partir de um único projeto, em qualquer lugar do país. No que se refere a arquitetura modular, muitos arquitetos desenvolveram projetos e soluções de caráter emergencial – estruturas portáteis que são montadas rapidamente, se necessário. O potencial dessas estruturas, que diferentemente de estruturas fixas e estáticas 3 Hospital São Paulo pode reduzir atendimento em mais serviços por falta de dinheiro. G1 São Paulo, 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/ hospital-sao-paulo-pode-reduzir-atendimento-em-mais-servicos-por-falta-de-dinheiro.ghtml>. Acesso em 21 mai. 2017. 4 Portal do Programa Mais Médicos. Disponível em: <http://maismedicos.gov. br/o-que-tem-na-ubs>. Acesso em 21 mai 2017.

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podem ser empregadas rapidamente, se destaca como um caminho para ser perseguido, quando o objetivo é atender a população carente o mais rápido possível. Mas pouco tem sido feito nesse sentido para equipamentos de saúde no Brasil, que muitas vezes têm seus projetos e construções interrompidos, ou nem chegam a tornar-se realidade, por problemas com a administração, licitação, falta de verba, entre tantos outros que fazem com que a falta de equipamentos só se agrave. No entanto, para buscar a solução mais adequada possível, não podemos considerar apenas o caráter econômico (no que diz respeito à construção da unidade de saúde) e logístico (sua forma de transporte e armazenamento), mas também os aspectos de conforto ambiental, materiais disponíveis e identificação da região (condições climáticas, quantidade de pessoas que a unidade visa atender, os atendimentos médicos que ocorrem com maior frequência na região, etc.) para a qual se pretende construir as unidades. Geralmente, esses aspectos são deixados de lado, em função de uma economia que só prejudica ainda mais os usuários e funcionários do local. Após essas constatações, podemos pontuar o objetivo principal desse trabalho, que será propor um projeto na linha da arquitetura préfabricada e utilizar-se de princípios de sustentabilidade para atender a necessidade de construção de unidades básicas de saúde em qualquer lugar do Brasil, recorrendo a exemplos nacionais e internacionais e estudos de dados com base na cidade de São Paulo. 5 Levantamento do CFM aponta sucateamento de unidades básicas de saúde. Wareline, 2015. Disponível em: <http://www.wareline.com.br/wareline/noticia/levantamento-do-cfm-aponta-sucateamento-de-unidades-basicas-de-saude>. Acessado em 21 mai 2017.

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Assim sendo, o trabalho está dividido em quatro partes.

Primeiramente, faremos um breve panorama sócioeconômico do país e de índices apontados pelo Ministério da Saúde para todo o país e para a cidade de São Paulo. Investigaremos as condições das unidades de atendimento médico que existem e as atuais demandas. O levantamento se fará por meio de revisão bibliográfica e levantamento de campo, em visitas e entrevistas com funcionários e usuários de algumas unidades de AMA, UBS, UPA e outras. Em seguida, definiremos o programa da unidade de atendimento que iremos adotar a partir da análise anterior. Nessa fase, também estudaremos os tipos de unidades de saúde que existem definidas pelo SUS, como UPA, AMAs, UBS, e outros. As unidades de saúde brasileiras já têm um programa pré-definido que poderá ser usado como referência ao novo programa do projeto a ser elaborado. Concomitantemente, faremos uma breve pesquisa sobre soluções nacionais e internacionais de projetos modulares e construções temporárias e emergenciais, utilizando como referência alguns desses projetos. Na terceira parte, faremos uma busca sobre materiais sustentáveis e que melhor se encaixem na proposta de projeto. Por último, chegaremos à conclusão de todo o trabalho: o desenvolvimento de um projeto de uma unidade de saúde de rápida construção modular, com baixo custo e que se baseie em princípios de sustentabilidade (materiais, conforto ambiental, etc.), que possa ser uma resposta à carência desses equipamentos.

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2. os aspectos sócioe conômi cos d o b rasi l e seu reflexo na saúde

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2.1 aspec tos gera is O Brasil é hoje a sétima maior economia do mundo. Sua riqueza, porém, não reflete na qualidade de vida de sua população, principalmente no que diz respeito ao acesso à saúde. Segundo estudos da PNS¹ realizados em 2013 em domicílios particulares permanentes (ver Gráfico 1), 47,9% da população indica a Unidade Básica de Saúde (UBS) como local onde busca atendimento de saúde, além de 11,3% que buscam Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou emergência em hospitais públicos e 1,8% busca atendimento em pontos de especialidade públicos, como AME. Isso representa 71,1% da população, que em 2013, era de aproximadamente 201 milhões de pessoas. Isso significa que quase 143 milhões de pessoas no Brasil buscam pronto atendimento de saúde na rede pública. Até setembro de 2011, o nosso país contava com 38 mil UBS² , o que significa uma estimativa média de aproximadamente 2.500 pessoas atendidas por unidade apenas em UBS. Porém, sabemos que a distribuição dessas UBS se dá de forma desigual, o que naturalmente ocorre devido à maior concentração da população em algumas regiões do Brasil, como Sul e Sudeste, em comparação com outras, como Norte e Nordeste. É importante destacar que 25,8% da população possui algum tipo de plano de saúde, e que exatamente essa população é a que busca atendimento em clínicas e/ou hospitais particulares, ou seja, menos de um terço do total da população brasileira.

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1 IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. 2 Portal Brasileiro de Dados Abertos – Unidades de Saúde – UBS. Disponível em: <http://dados.gov.br/ dataset/unidades-basicas-de-saude-ubs>. Acesso em: 25 mai 2017.

Gráfico 1.1 – Distribuição percentual de pessoas que procuram o mesmo lugar, médico ou serviço de saúde quando precisam de atendimento de saúde


Além dessa distribuição desigual, é sabido que as condições de oferta de serviços de saúde também são deficientes. Um levantamento do CFM (Conselho Federal de Medicina)³ apontou a precariedade das unidades básicas de saúde, tendo avaliado a estrutura física das unidades, a existência de itens básicos para funcionamento das unidades e condições higiênicas. De acordo com esse levantamento, 37% das unidades não tinham banheiros adaptados para deficientes, 22% não tinham sala de espera com bancos apropriados e 6% não possuíam pia para higienização do médico após consulta. Na época em que foi realizado o levantamento, em 2015, o Ministério da Saúde já tinha lançado há 4 anos o projeto “Requalifica UBS”, com foco na construção de novas unidades, e requalificação das existentes. Em 2015, foram quase 17 mil projetos aprovados para reforma ou ampliação de UBS4, com um total de R$ 1.278.312.350,17 repassados até aquele ano. Como vemos, o investimento é altíssimo, mas pouco se vê em resultados. 2.2

aspec tos da s a ú de e m s ão pa u l o

Em 2016, segundo dados do IBGE, a população do estado de São Paulo passou de 44 milhões de habitantes, mantendo a posição de estado mais populoso do Brasil. A Região Metropolitana de São Paulo, a maior do país, com 39 municípios, atingiu 21,2 milhões de habitantes5. O município de São Paulo, que ocupa apenas 0,6% da área territorial do estado, contém aproximadamente 27,5% da população total do estado, aproximadamente 12 milhões de habitantes. Além disso, São Paulo é 3 CFM apresenta dados que revelam o sucateamento dos postos de saúde da rede pública no País. Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/>. Acesso em 28 mai 2017. 4 Plataforma de Indicadores do Governo Federal | UBS – Unidade Básica de Saúde 5 Estimativas Populacionais 2016. IBGE 2016.

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uma cidade que cresce de forma desigual, sendo que as periferias, onde os preços de moradia são mais baratos, são mais populosos que as áreas mais próximas do centro. O distrito do Grajaú, na Zona Sul, é o mais populoso, com mais de 440 mil habitantes, enquanto distritos centrais como Sé, Brás e Bom Retiro, por exemplo, somam juntos menos de 80 mil habitantes6. O acelerado processo de urbanização e crescimento da população em São Paulo não foi acompanhado pela oferta de infraestrutura, especialmente no que diz respeito à oferta de serviços de saúde. Em São Paulo, há um total de 540 estabelecimentos de saúde, sendo 482 municipais, 52 estaduais e 6 federais7. Usaremos o distrito do Grajaú neste caso como exemplo, por ser o mais populoso da cidade e um dos mais pobres, ou seja, que mais tem carência de serviços públicos de saúde. Neste distrito de 92 km², com boa parte da população ocupando área de mananciais e quase 50 mil pessoas morando em favelas, encontramos apenas 19 estabelecimentos de saúde municipais, sendo 15 deles UBS ou UBS/AMA integrado8. Neste distrito há também o Hospital Estadual do Grajaú, mas a sua superlotação fez com que o poder público investisse mais em equipamentos como UBS e AMA para diminuir a demanda e as filas do hospital, mas que claramente ainda não é o suficiente para atender as quase 440 mil pessoas que ali vivem. A fim de realizar uma comparação, nos distritos citados da Sé, Bom Retiro e Brás, há um total de 14 estabelecimentos de saúde, sendo 6 deles UBS ou UBS/AMA integrado, além de centros de diagnóstico por imagem e de testagem e aconselhamento em DST (CTA), unidades que não existem no distrito do Grajaú. 6 Dados Demográficos dos Distritos Pertencentes às Prefeituras Regionais. Acesso em 28 mai 2017. 7 IBGE, Assistência Médica Sanitária 2009. Rio de Janeiro: IBGE 2010. 8 Relação das Unidades da Secretaria Municipal de Saúde por Zona e Distrito Administrativo. Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEInfo). Janeiro 2017.

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Esses dados nos mostram, como já era esperado, como a distribuição de estabelecimentos de saúde em São Paulo é desigual não apenas regionalmente, mas também em relação à necessidade dos usuários. Para aprofundar a pesquisa, houve tentativas de contato oficial com UBS e AMAs em diferentes regiões de São Paulo, para que se pudesse entrevistar usuários e funcionários e conhecer a dinâmica e o espaço que envolve o funcionamento dessas unidades, mas todos os pedidos foram negados, sem justificativas. Mesmo assim, houve visitas informais para observação e conversa com usuários. Em uma dessas visitas, na UBS Santa Lúcia, em Jardim Ângela, conversando com moradores da região, alguns reclamam da demora para o atendimento tanto nas UBS como nas AMAs. Muitos se queixam de ficar horas aguardando consultas agendadas e não há lugar para todos esperarem sua vez com um mínimo de conforto – a maioria dos usuários é composta por crianças pequenas e idosos. Os pacientes não entendem por que não há mais unidades em uma região tão grande e populosa, culpando o descaso das autoridades e a burocracia que provavelmente seria necessária para a construção de novas unidades. Daí uma justificativa para que a proposta deste projeto seja de agilizar o processo de construção. Infelizmente, não foi possível o contato com funcionários, e qualquer tentativa de registro fotográfico foi instantaneamente reprimida.

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3. o cami nho da sust e n tabi l i dade

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3.1 sustentabi lida de e c on s tru ç ão c ivil O crescimento das cidades e seu funcionamento são grandes responsáveis pelo consumo de materiais, água, energia e outros recursos, produzindo impactos negativos no meio ambiente. O conceito de desenvolvimento sustentável¹ é definido como o tipo de desenvolvimento que atende necessidades do presente, sem prejudicar as necessidades de futuras gerações. Previsto no Relatório “Nosso Futuro Comum”, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), também conhecida como ECO-92, foi realizada de 3 a 14 de junho de 1992. A cidade do Rio de Janeiro foi a sede do encontro que reuniu representantes de 175 países e de Organizações - 18 - Não-Governamentais (ONGs). Considerado o evento ambiental mais importante do século XX, a ECO-92 foi a primeira grande reunião internacional realizada após o fim da Guerra Fria. A Conferência aprovou documentos com objetivos mais abrangentes e de natureza mais política: a Declaração do Rio e a Agenda 21. Ambos endossam o conceito fundamental de desenvolvimento sustentável, que combina o progresso econômico e material com a necessidade de uma consciência ecológica. O “Agenda 21” é um programa de ação que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional. Ele concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. 1 The Brundtland Report: Our Common Future. Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Oxford University Press, 1987

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Desde a conferência, as relações entre países ricos e pobres têm sido conduzidas por um novo conjunto de princípios inovadores, como os de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas entre os países”, de “o poluidor paga” e de “padrões sustentáveis de produção e consumo”, como veremos a seguir. Além disso, com a adoção da Agenda 21, a Conferência estabeleceu objetivos concretos de sustentabilidade em diversas áreas, explicitando a necessidade de se buscar novos recursos financeiros para a complementação em nível global do desenvolvimento sustentável. Partindo da definição de desenvolvimento sustentável dada no início, devemos destacar um ponto essencial: a sustentabilidade deve ser um objetivo a ser atingido, e não um caminho a ser tomado(MANZINI; VEZZOLI, 2008 p.28)² . Considerando os atuais padrões de consumo de recursos das sociedades contemporâneas, é possível afirmar que estamos muito distantes desse desenvolvimento. Ele exige uma total reformulação dos padrões de consumo em uma escala global, como o “Agenda 21” propõe, buscando uma transformação profunda nos nossos modos de vida. Dessa forma, Manzini e Vezzoli propõem o que chamam de “desmaterialização da demanda social de bem-estar” (MANZINI; VEZZOLI, 2008 p.36):

(...)Sob esse termo entendemos uma drástica redução do número (e da intensidade material) dos produtos e dos serviços necessários para atingir um bem-estar socialmente aceitável. E, consequentemente, uma redução paralela de todo o fluxo que perpassa o sistema produtivo.

2 MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis. Edusp. São Paulo, 2008.

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Para que a “desmaterialização da demanda social de bem-estar” seja possível, é necessário que novas soluções sejam propostas. Mas, para que elas se tornem realidade, precisam oferecer um meio de vida melhor, uma vez que, se um indivíduo decide mudar seu modo de vida, não seria para uma situação pior. Nesse sentido, o papel da construção civil é fundamental para que alcancemos os objetivos mundiais de desenvolvimento sustentável. Atualmente na contramão desse desenvolvimento, O CIB – Conselho Internacional da Construção³ mostra a indústria de construção civil como a atividade humana que mais consome recursos naturais e uma das que mais consome energia, o que gera impactos ambientais consideráveis. Assim, os desafios para o setor de construção civil são muitos, mas, em suma, consistem na redução e otimização do consumo de materiais de energia, na melhor gestão e aproveitamento de resíduos gerados, na conservação do meio ambiente e na melhoria da qualidade do ambiente construído. Portanto, podemos dizer que deve ocorrer uma mudança nos conceitos da arquitetura convencional, estática, tomando um rumo diferente, pensando, por exemplo, em projetos flexíveis e passíveis de transformação e readequação ao longo de sua vida útil. Isso faz com que o número de demolições seja reduzido, e, portanto, diminuímos a quantidade de resíduos gerados.

3.2 o pr ojeto sus te n táve l e a da p taç ão ao c l im a A crescente preocupação com os impactos ambientais dos edifícios e a qualidade de seus espaços internos vêm levantando debates sobre o 3 Construção Sustentável. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em<http://w w w.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/urbanismo-sustentavel/ constru%C3%A7%C3%A3o-sustent%C3%A1vel>. Acesso em 5 jun 2017.

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papel dos arquitetos no sentido da construção sustentável. O projeto de edifícios “verdes” faz com que a relação do meio-ambiente com o edifício seja de importância primordial. Ezio e Manzini citam como objetivos de um projeto a otimização do uso de recursos não renováveis, priorizar o uso de recursos renováveis, não acumular resíduos que a natureza não consiga reabsorver, e, especialmente, “democratizar” o uso do meioambiente, ou seja, que ricos respeitem os limites de se espaço ambiental e pobres usufruam do espaço ao qual têm direito (MANZINI; VEZZOLI, 2008 p.28). Quando pensamos no princípio de priorizar o uso de recursos renováveis, associamo-los à redução do consumo de energia e/ou uso de fontes renováveis de energia, que causem baixo quase nenhum impacto ao meio-ambiente. Quando associamos isso ao projeto de edifícios, concluímos que o papel do arquiteto é projetar espaços de qualidade, aproveitando-se de soluções passivas de conforto ambiental, especialmente no que diz respeito ao conforto térmico e lumínico de um espaço. Nesse caso, o arquiteto deve considerar os aspectos fundamentais do contexto climático em que será construído um edifício para poder tomar partidos de projeto que realmente funcionem. O clima, por definição, é a relação das condições atmosféricas de temperatura, umidade, vegetação e radiação solar específicos de uma localização geográfica. São três níveis os níveis de condição climática: primeiro, a escala global dominante da região geográfica do local; segundo, as condições locais relacionadas à agua, topografia e vegetação e ambiente construído; e terceiro, o contexto

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pontual da relação climática com o local de construção e seu entorno imediato (HYDE, 2000, p.15) Esses estudos em escala macro e micro, como umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento, amplitude térmica, índice de radiação solar, são conhecimentos básicos que o arquiteto deve adquirir para incorporar no projeto as melhores soluções passivas possíveis para um edifício. Em um clima quente, por exemplo, onde a temperatura externa é alta, um ambiente interno pode absorver excesso de calor, dependendo de fatores como materiais empregados no ambiente, aberturas, orientação solar, etc. Se a temperatura noturna deste local é mais baixa, podemos ventila-lo à noite para dissipar esse calor (FORDAM, 1996, p.4). É de extrema importância assinalar que as soluções “ativas”, como o uso do ar condicionado para o resfriamento de ambientes, por exemplo, não são vistas como “vilãs” do design sustentável. O problema é, de fato, o abuso dessas tecnologias, que aumentam vertiginosamente o consumo energético de uma edificação, em detrimento de soluções passivas.

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4. at e n ção bási ca de saúde

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4.1 Os pr ogr amas de ate n ç ão b á s ic a de s a ú de A política nacional de atenção básica, segundo Portaria publicada em 2011¹ é a principal porta de entrada do SUS. Trata-se de um grupo de medidas de saúde que se estendem desde o desenvolvimento e proteção da saúde até o diagnóstico, tratamento e preservação da saúde de modo a oferecer atenção completa que cause impacto na situação da saúde individual e da sociedade como um todo.

UBS (Unidade Básica de Saúde)

Para isso, o governo federal estabeleceu as Unidades Básicas de Saúde (UBS) como principal estabelecimento para cumprir os objetivos da política nacional. As UBS são o centro de comunicação com a Rede de Atenção de Saúde. Instaladas em lugares estratégicos próximos às casas e locais de trabalho das pessoas, exerce papel fundamental na garantia de acesso à saúde pela população. Os serviços oferecidos pelas UBS abrangem Clínica Geral, Pediatria, Ginecologia, Enfermagem e até Odontologia, além de vacinação, inalação, coletas de exames laboratoriais e encaminhamento para especialidades, além de dispensação de medicamentos. São quatro os portes de UBS:

•UBS I abriga uma Equipe de Saúde da Família (ESF) •UBS II abriga duas ESF •UBS III abriga três ESF •UBS IV abriga pelo menos quatro ESF

Cada ESF é formada por uma equipe multiprofissional, composta

1 Coordenadoria de Atenção Básica – CAB. Disponível em: <http://www.prefeitura. sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/atencao_basica/index.php?p=1936>. Acesso em 4 ago 2017.

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por, no mínimo, um médico clínico-geral ou especialista, um enfermeiro generalista ou especialista, um auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS)². Pode-se incluir nesta equipe um profissional de saúde bucal e um auxiliar o técnico em saúde bucal. Cada equipe de saúde é responsável por, no máximo, 4 mil pessoas de uma determinada área. As UBS têm diretrizes técnicas construtivas a serem seguidas de acordo com seu porte, como número de ambientes, suas funções e dimensões mínimas de espaços internos (Tabela da Portaria). Ou seja, todas as UBS têm um programa específico que deve ser seguido, para oferecer o mínimo de conforto para funcionários e usuários. A tabela a seguir está na Portaria nº 340, de 4 de março de 2013, e estabelece claramente as dimensões mínimas a seguir. Essa tabela é válida também para outros estabelecimentos de atendimento básico à saúde.

TABELA 1: Programa de UBS com sugestões de salas extras conforme tamanho e necessidade. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0340_04_03_2013. html>. Acesso em 4 ago 2017.

2 Equipe de Saúde da Família. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/ portaldab/smp_como_funciona.php?conteudo =esf>. Acesso em 4 ago 2017.

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Continuação da Tabela 1.

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Continuação da Tabela 1.

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UPA (Unidade de Pronto Atendimento):

A UPA³ está incluída na Política Nacional de Urgência e Emergência, ajudando a diminuir filas nos prontos-socorros de hospitais. Esta unidade funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, e tem a intenção de resolver uma boa parte das urgências, como pressão e febre altas, fraturas e cortes, infartos e derrames. A estrutura é simples, com raio-X, eletrocardiografia, laboratório para exames e leitos de observação. O socorro é imediato, e os médicos avaliam se há necessidade de o paciente ser levado para um hospital ou ser mantido em observação. A UPA está classificada em três portes: •Porte I: mínimo de 7 leitos de observação, e atendimento médio de 150 pacientes por dia. Abrange áreas com 50 a 100 mil habitantes. •Porte II: mínimo de 11 leitos de observação, e atendimento médio de 250 pacientes por dia. Abrange áreas com 100 a 200 mil habitantes. •Porte III: mínimo de 15 leitos de observação, e atendimento médio de 350 pacientes por dia. Abrange áreas de 200 a 300 mil habitantes.

AMA (Assistência Médica Ambulatorial):

Em 2005, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo introduziu ao âmbito da Atenção Básica de Saúde as unidades de AMA4 na cidade, que visam atender demandas de baixa e média complexidade, possibilitando a ampliação de atendimentos de urgência e emergência, podendo até funcionar 24 horas por dia, com gestão compartilhada entre poder público e entidades da sociedade civil. Implantada em conjunto com as UBS, as AMA visam ampliar e dar continuidade à promoção, prevenção 3 UPA – Unidade de Pronto Atendimento – São Paulo. Disponível em: <http:// www.pac.gov.br/infraestrutura-social-e-urbana/upa-unidade-de-pronto-atendimento/ sp>. Acesso em 4 ago 2017. 4 Coordenaria de Atenção Básica. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov. br/cidade/secretarias/saude/ atencao_basica/index.php?p=1936>. Acesso em 5 ago 2017

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e assistência de saúde oferecidas nas UBS. A AMA oferece serviços que flutuam entre a UBS e UPA, como consultas de Clínica Geral e atendimento de enfermagem, vacinação e inalação, dispensação de medicamentos, mas também oferece serviços de atendimento imediato, em caso de necessidade de suturas simples, febre e pressão altas. A tendência da Prefeitura de São Paulo é criar as AMA/UBS integrada5 , visando a ampliação do atendimento e da área de abrangência, oferecendo serviços por mais horas no dia e mais dias da semana, evitando que os pacientes tenham que se deslocar de um local ao outro conforme a necessidade, atendendo tanto consultas marcadas quanto demandas espontâneas no mesmo espaço físico. Considerando a tendência da criação de AMA/UBS integradas, e sabendo de seus resultados positivos6 e de suas demandas, o programa dessas unidades parece ser o mais útil a usar como exemplo para o desenvolvimento do projeto que será a conclusão deste trabalho, uma vez que essas unidades visam aumentar a área de abrangência, bem como o número de usuários atendidos, além de diminuir o deslocamento de pacientes, o que aumenta o conforto e a segurança dos mesmos. Desta forma, foi desenvolvido um programa para nortear o projeto a ser desenvolvido. O quadro de áreas se baseou nas dimensões mínimas estipuladas pela Portaria nº340 e no material a ser utilizado para a elaboração do projeto (a definir no próximo capítulo).

5 AMA/UBS Integradas. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/saude/atencao_basica/index.php?p=185266> Acesso em 5 ago 2017. 6 Primeira UBS Integral da cidade completa dois anos. Usuários aprovam. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/ noticias/?p=200721>. Acesso em 18 set 2017.

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4.2 r ef er ên c ia s da a rqu ite tu ra modu l a r c om foc o n a saúd e Em busca de maiores informações sobre projetos modulares para a área da saúde, encontramos alguns projetos que serviram de inspiração para o produto final deste trabalho. Mobile Hospital – Hord Coplan Macht e Spevco7 Hord Coplan Macht é um escritório de arquitetura americano que desenvolveu um projeto de um hospital móvel. São 58 trailers completos e com funcionamento autônomo que abrigam 48 leitos de hospital. Esses trailers incluem desde lojas de presentes até salas de cirurgia com UTI, além de farmácias e laboratórios. A premissa é de um hospital que leva o atendimento até o paciente.

Imagem 1: Caminhão-Trailer

7 Mobile Hospital / Hord Coplan Macht + Spevco. Disponível em: <https://www. archdaily.com/54890/mobile-hospital-hord-coplan-macht-spevco> Acesso em 3 out 2017.

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Imagem 2: Planta Esquemática do Hospital

Imagem 3: Pesrpectiva do Hospital, mostrando as áreas cobertas.

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Imagem 4: Pesrpectiva do Hospital completo, mostrando as interligações entre as unidades.


Cada trailer consiste em uma unidade autônoma de atendimento, como atendimento à saúde da mulher, sala de raio-X, ultrassonografia, etc. O complexo de trailers foi pensado de forma que possa ser desmontado e realocado em apenas duas semanas. É um complexo com um total de 440 m², incluindo refeitórios, vestiários e circulação. Todos os trailers têm autonomia energética através de painéis fotovoltaicos instalados na cobertura.

Mobile Hospital – Kukil Han8

Kukil Han é um designer sul coreano que desenvolveu este projeto para um hospital móvel para atender rapidamente as vítimas de desastres naturais como enchentes, terremotos e tsunamis. A estrutura pode ser levada para qualquer lugar do mundo, inclusive em situações de difícil acesso via helicópteros, ou pode ser transportado em larga escala por navios.

Imagem 5: Vista da Unidade Hospitalar por fora.

Imagem 6: Vista interna das unidades interligadas

8 Mobile Hospital / Kukil Han. Disponível em: <https://www.archdaily. com/153047/mobile-hospital-kukil-han> Acesso em 3 out 2017.

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44


5. O model o de projeto

45


5.1 a esc olha do m ate ria l Após a realização de pesquisa e análise de materiais que mais se adequariam ao objetivo da sustentabilidade e da modularidade do edifício a ser planejado, conclui-se que o sistema de construção seca se apresenta como uma inspiração neste sentido. O sistema de construção seca já é um sistema amplamente empregado em países desenvolvidos, inclusive países sujeitos a terremotos e furacões, como os Estados Unidos. Este sistema tem o objetivo de diminuir a quantidade de água utilizada na obra, além de reduzir consideravelmente o volume de resíduos, cerca de 60% comparado a um sistema de construção tradicional, além de diminuir o tempo de realização da obra. No lugar de argamassa e tijolos, utiliza-se uma vedação leve, como gesso acartonado ou chapas de OSB, estruturados por perfis metálicos, sistema denominado de light steel frame. O piso é suportado por um sistema elevado, feito de suportes metálicos ajustáveis. Tendo em mente a construção seca, e através de pesquisas de materiais que seguem por esse caminho, um novo sistema e material se mostrou ainda mais adequado. O CLT (Cross Laminated Timber)¹ é um laminado estrutural de madeira cruzada, criado na Alemanha e na Áustria, que consiste de algumas camadas de madeira maciça coladas em sentido oposto e alternado, permeadas por um adesivo estrutural à prova d’água e submetidas a grande pressão. A laminação alternada faz com que o painel de CLT distribua melhor as forças ao longo de suas fibras, permitindo o suporte de grandes cargas horizontais e verticais e leveza, tornando-se uma alternativa que pode competir com materiais estruturais tradicionais

1 Sobre o CLT. Disponível em: <http://www.crosslam.com.br/ home/?q=content/produto>. Acesso em 5 ago 2017.

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no Brasil. A madeira mais utilizada é de Pinus Taeda e pode tanto ser utilizada como acabamento final, sem revestimento, como também pode receber revestimento final. Podem ser tratadas para oferecer até 120 minutos de resistência ao fogo sem comprometer estruturalmente o edificício. A madeira é um material renovável, que quando produzida e manipulada com responsabilidade, torna-se uma alternativa com resultados muito satisfatórios para o uso na construção civil. Os avanços tecnológicos fazem da madeira um material resistente ao tempo e a grandes cargas, o que a torna uma solução ainda mais atrativa. Além disso, a madeira é um material de baixa condutividade térmica, o que torna as construções menos suscetíveis ao uso de soluções ativas para isolamento térmico, sendo um material de alta eficiência energética.

Imagem 7: Chapa de CLT sendo manuseada na fábrica.

Imagem 8: Estrutura quase completa de uma cafeteria, montada já na fábrica.

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Os painés de CLT têm largura máxima de 3 metros por 12 metros de comprimento, com espessuras que variam entre 57 e 250mm². O transporte dos painéis é feito por caminhões e a montagem é realizada com o auxílio de pequenos guindastes, que elevam as peças e as movimentam até a posição desejada. Apesar de ser feito de madeira, os painéis de CLT têm grande estabilidade dimensional e rigidez, e podem ser tratados para suportarem até 120 minutos de fogo. Além disso, podem receber acabamentos convencionais na parte interna e externa, como pintura, porcelanatos, alumínio, etc., mas também podem receber tratamento para que a peça seja utilizada sem acabamento, aproveitando a aparência rústica da madeira. As formas de encaixe e montagem dos painéis de CLT são muitas, mas, essencialmente, são feitas através do uso de encaixes, parafusos e chapas metálicas. As chapas permitem conexões de painéis ortogonalmente ou a 45°, conforme necessidade do projeto.

48

Imagem 9: Conexão dos painéis por chapas metálicas

Imagem 10: Conexão dos painéis apenas por parafusos


Imagem 11: Conexão dos painéis a 45° por chapas metálicas

Imagem 12: Painéis de CLT sendo içados do caminhão para o canteiro de obras.

1 Informacões sobre os painéis de CLT. Disponível em: < http://www.crosslam. com.br/home/?q=downloads>. Acesso em 14 nov 2017

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5.2 o pr ojeto Observando as referências e pensando no material escolhido, o modelo de projeto foi pensado de forma que cada ambiente fosse individual, ou seja, quase independente um do outro, podendo assim acrescentar ou diminuir ambientes conforme necessidade e tamanho do terreno disponível. Os ambientes, ou módulos, como vamos chamá-los a partir de agora, foram pensados de forma que se encaixassem, ocupando o mínimo de espaço possível, mas sempre pensando no conforto e nas regras de acessibilidade. As esquadrias idealizadas foram as mais simples possível, podendo encontrá-las facilmente no mercado. Há também a possibilidade da colocação de brises conforme a localização do terreno. A ideia é que os módulos já saiam prontos da fábricas (conforme imagem 8), mas também podem ser transportados apenas os painéis de laje e paredes, de modo que se sejam montados in loco. Em todos os casos, foi pensada uma abertura zenital, para que se pudesse aproveitar ainda mais a luz natural e a ventilação cruzada.Em locais com alto índice pluviométrico, ma espécie de cobertura pode ser acoplada à cobertura, de modo a conseguir manter o aproveitamente dessa cobertura. Muitos módulos foram feitos usando os mesmo tamanhos de painéis, com as aberturas para portas e janelas exatamente no mesmo lugar, podendo haver uma produção em série do mesmo painel. Além disso, foi projetado um módulo de circulação, por onde todos os outros módulos se conectam. Pensando no transporte e nas áreas mínimas, os painéis utilizados têm tamanhhos de 2,5 metros, 3 metros, 4 metros, 5 metros e 6 metros, alem de variarem de altura entre 2,90 metros, 2,95 metros e 3 metros, para obterem um caimento mínimo de 0,5% para escoamento de águas pluviais.

50


A espessura dos painéis foram escolhidas sem um critério específico, apenas à partir da observação de projetos existentes², mostrando ser possível ter estruturas não muito pesadas, que possam ser manuseadas de formas simples, que sejam compactas, e que sejam de fácil transporte para qualquer lugar. Como fundação, as sapatas isoladas de concreto armado atendem bem o nosso programa. Apesar de não ser a alternativa mais sustentável, são facilmente construídas e suportam bem a carga para esse tipo de uso, inclusive para uma construção térrea. Para a parte elétrica e hidráulica, a ideia é que fiquem aparentes e que toda a fiação seja conduzida por canaletas. A seguir, apresentaremos o projeto dos módulos, cada um com sua função. No final, apresentaremos uma sugestão de planta e de um terreno que seja compatível com o projeto na cidade de São Paulo, mostrando que mesmo em cidades densamente povoadas é possível encontrar um local onde o projeto possa ser implantado. Observaremos como vários painéis se repetem e que podem ser utilizados em vários módulos diferentes, como por exemplo o consultório geral e a sala da diretoria: são módulos com funções diferentes, porém podem ser fabricados de forma muito semelhante.

2 Módulo Autônomo. Inhotim Box. Disponíveis em < http://www.crosslam. com.br/home/?q=content/módulo-autônomo> e < http://www.crosslam.com.br/ home/?q=content/inhotim-box>. Acesso em 3 out 2017

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1

2

6

3

5

4

R e c e p ç ão 0

2

4

52

c or t e - r e c e pção

8


pa i ne l 2

2.95

2.95

paine l 1

5.00

5.00

2.95

2.90

2.95

pa i ne l 4

2.90

paine l 3

5.00

2.90

2.90

5.00

5.00

paine l 5 53

5.00

pa i ne l 6


pain e is d e c o b e r t ur a

54

pain e is d e l aj e


1

4

2

3

Far m รกc ia 0

55

2

c o r t e - far m รกc ia

4


2.95

2.90

pa i ne l 2

2.90

painel 1

3.00

5.00

2.95 5.00

56

2.95

pa i ne l 4

2.90

painel 3


pain e l d e co b e r tu r a

pain e l d e la j e

57


1

4

2

3

co r te - la ncho ne te

lanc honete 0

58

2

4


painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4

59


painel de laj e

60

pa i ne l d e co b e r tu r a


1

6

2

7

8

co r te - ca f e te r i a s a ni tá r i o s púb lic o s

5

3

4 61

s an itár ios p úb l ic o s - f e m i ni no, m a s cu li no e P NE 0

2

4


62

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


63

paine l 5

pa i ne l 6

paine l 7

pa i ne l 8


pain ĂŠ is d e l aj e

64

pa i nĂŠ i s d e co b e r tu r a


1

4

2

3

S al a d e im u ni z ação 0

2

65

C o r t e - s al a d e imu ni z ação

4


66

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Painel d e l aj e

67

Pa i ne l d e co b e r tu r a


1

4

2

3

S al a d e r e id r atação o r a l 0

2

68

C o r t e - s al a d e r e id ratação o r a l

4


69

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e co b e r tu r a

Pain e l d e la j e

70


1

4

2

3

Sal a d e c u r ati vo s 0

2

71

C o r t e - s al a d e c u r ati vo s

4


72

pain e l 1

pa i ne l 2

pain e l 3

pa i ne l 4


Painel d e l aj e

73

Pa i ne l d e co b e r tu r a


1

2

4

3

Sal a d e in al aç ão 0

2

74

C ort e - sal a d e in al aç ão

4


75

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e c o b e r tu r a

Pain e l d e l aj e

76


1

2

4

3

S al a d e ge ss o 0

2

77

C or t e - s al a d e ge ss o

4


78

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e c o b e r tu r a

Pain e l d e l aj e

79


1

4

2

3

C o n sult รณ r io g e r a l 0

2

80

C o r t e - c o n sult รณr io g e r a l

4


81

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Painel d e l aj e

82

Pa i ne l d e co b e r tu r a


1

2

4

3

C on sult รณ r io d e U r o l o g i a / g i ne co l o g i a 0

2

83

C or t e - s al a d e u r o l o g i a / g i ne co l o g i a

4


84

pain e l 1

pa i ne l 2

pain e l 3

pa i ne l 4


Pain e l d e co b e r tu r a

Pain e l d e la j e

85


1

2

4

3

C on sult รณ r io d e o f ta l m o l o g i a 0

2

86

C or t e - c o n sult รณ r i o d e o f ta lm o l o g i a

4


87

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e c ob e r tu r a

Pain e l d e l aj e

88


1

4

2

3

C o n sult รณ r io co le ti vo d e o d o nto lo g i a 0

89

2

4

C o r t e - c o ns u ltรณ r i o co le ti vo d e o d o nto lo g i a


90

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e c o b e rtu r a

Pain e l d e l aj e

91


1

4

2

3

c o pa 0

92

C o r t e - c o pa

2

4


93

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Painel d e l aj e

94

Pa i ne l d e co b e r tu r a


1

4

2

3

D M L (d e p รณs it o d e m ate r i a i s d e l i m pe z a ) 0

95

Corte - DML

2

4


96

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Painel d e l aj e

97

Pa i ne l d e co b e r tu r a


1

4

2

3

ve st iรกr io s 0

2

98

c orte - v e s t iรกr io s

4


pain ĂŠ is 1 e 3

99


pa i ne l 2

pa i ne l 4

100


pain e l d e l aj e

pain e l d e c ob e r t ur a

101


1

4

2

3

Sal a d e c ol e ta 0

2

102

C o r t e - s al a d e c ol e ta

4


103

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Painel d e l aj e

104

Pa i ne l d e co b e r tu r a


1

2

4

3

Sal a d e c ol e ta g i ne co l รณ g i ca 0

2

105

C or t e - s al a d e co l e ta g i ne co lรณ g i ca

4


106

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e c o b e r tu r a

Pain e l d e l aj e

107


1

2

4

3

M am o gr af ia 0

108

C or t e - m am o gr af ia

2

4


109

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e c o b e r tu r a

Pain e l d e l aj e

110


1

2

4

3

E sp e r a /p o s to d e e nf e r m ag e m

111

C or t e - e s pe r a / po s to d e e nf e r m ag e m


112

painel 1

pa i ne l 2

painel 3

pa i ne l 4


Pain e l d e c o b e r tu r a

Pain e l d e l aj e

113


1

2

4

3

e n f e r m ar ia ( 3 l e it os + 1 e s paรงo pa r a m aca )

114

C or t e - e n f e r m ar ia


pain e l 1

pain e l 2

115


pain e l 1

pain e l 2

116


pain e l d e l aj e pain e l d e c o b e r t ur a

117


1

4

2

3

se c r e tar ia/ar q uivo 0

2

118

C o r t e - s e c r e tar ia/ar q ui vo

4


pain ĂŠ is 1 e 3

pa i ne l 2

119


pain e l 3

pa i ne l 4

120


pain e l d e l aj e

pain e l d e c ob e r t ur a

121


1

4

2

3

d ir e t or ia 00

2 2

122

c o r t e - d ir e t o r i a

4 4


123

paine l 1

pa i ne l 2

paine l 3

pa i ne l 4


Paine l d e l aj e

124

Pa i ne l d e co b e r tu r a


1

4

2

3

s al a d e e st e r il izaç ão 0

2

125

c or t e - s al a de e s te r i li z ação

4


pain e l 1

paine l 2

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pain e l 3

pain e l 4

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pain e l d e c o b e r t ur a

pain e l d e l aj e

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sa la de esteril izaç ão 0

2

4

c orte - s al a d e e st e r il izaç ão

129


paine is 1 e 2

pa i ne i s 3 e 6

paine is 4 e 5

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pa inel d e laje

pa inel d e c ober t ur a

131


132


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Como já foi dito anteriormente, pudemos notar que muitos painéis se repetem. Não apenas os painéis, mas também módulos inteiros. Isso faz com que a produção em série seja possível, além de acelerar o processo de fabricação desses painéis. Os tamanhos produzidos foram pensados para serem manuseados sem grandes esforços, e de modo a poder ser construído com ajuda da comunidade. A planta geral anterior, bem como a representação da maquete eletrônica são apenas ilustrativos, para mostrar como esses módulos podem se dispor em um terreno e o espaço que ocupam. A existência de módulos de circulação possibilita a expansão do projeto, de acordo com a necessidade. A produção em série de painéis iguais possibilita também que outros módulos possam ser construídos, como uma ala de pronto-socorro, por exemplo.

134


135


136


6. concl usĂŁo

137


Como vimos, o atendimento na saúde pública no Brasil pode ser considerado deficiente, tendo em vista não apenas o número de pessoas que atende, mas também o número de pessoas que deveria atender. A qualidade do que existe atualmente, em geral, não corresponde à demanda, e deixa muitas pessoas, especialmente a população mais carente em todo o país, sem os cuidados básicos de saúde. A cidade de São Paulo, apesar de todas as modernidades, apesar da riqueza que é produzida aqui, continua mantendo muitos indivíduos sem o básico em todos os sentidos: sem habitação, sem educação, sem segurança e também, sem saúde. Sabemos que os distritos mais carentes são os menos favorecidos por todo tipo de infraestrutura, mas constatamos com dados concretos que, de fato, o âmbito da saúde não é suficiente para atender toda a população. Tendo em mente as poucas referências encontradas, porém muito ricas em ideias; a gama de materiais sustentáveis disponíveis e o programa já existente do governo federal para o atendimento à saúde básica, conseguimos chegar a uma concepção do que seria uma resposta que a arquitetura pode oferecer para essa questão. Apesar de não aplicados à risca, os conceitos de sustentabilidade serviram como base para que o projeto, pensando sempre em como melhorar a qualidade de vida do ser humano, com baixo impacto ao meio ambiente e aplicando ideias da arquitetura passiva para atingir o conforto ambiental. Essa proposta de projeto se coloca dessa forma: apenas como uma proposta, dentro do âmbito de um trabalho final de graduação. A ideia tem muito a ser desenvolvida e trabalhada, o que, naturalmente, faz parte do ofício do arquiteto: criar ideias e trabalhá-las, para que possam atingir um propósito, tentando trazer um pouco de conforto à humanidade dentro do seu domínio. 138


139


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