RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 1
editorial
RABISCANDO Comuns em jornais, revistas e livros, a ilustração é uma imagem pictórica (representativa significativa) utilizada para acompanhar, explicar, interpretar, acrescentar informação, sintetizar ou até simplesmente decorar um texto. A RABISCO aborda todo o cenário da ilustração no Recife, desde processo criativo até materiais e objetivos dos ilustradores da região. Nesta edição, temos como destaque o ilustrador e designer Pedro Melo (reportagem de capa) com suas ilustrações uniformes e chapadas, falando sobre o seu projeto, troca por um quadro. Porém não paramos por ai, mostraremos o mundo de ideais ilustradas do Imarginal, desenvolvido por Fernando Moraes e Raone Ferreira, e o mundo ilustrado de Julio Klenker. Então, seja bem-vindo mais uma vez ao lugar onde você pode coletar sua melhores referencias. Pegue seu sketchbook, um lápis ou canta e vamos rabiscar!
Diretores-Presidente Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Fotografia Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Vice-Presidente Executivo Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Gerente Comercial Bruno Delmiro
Diretor Geral/Editor Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Gerente de Marketing Luiz Azevedo
Redação Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Executivos de Negócios Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Colunistas Colaboradores Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Assistente Comercial Bruno Delmiro Gerentes de Distribuição Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Editor de Arte Luiz Azevedo Subeditor de Arte Bruno Delmiro
Projeto Gráfico Laboratório de Impressos – AESO Barros Melo
Equipe de Arte Luiz Azevedo Bruno Delmiro
Impressão Laboratório de Impressos – AESO Barros Melo
Editor de Novas Mídias Bruno Delmiro Distribuição Laboratório de Impressos – Editor de Fotografia AESO Barros Melo Luiz Azevedo Subeditor de Fotografia Bruno Delmiro
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 2
SUMÁRIO
4 9
o mundo lírico do
IMARGINAL
PEDRO MELO
e o troca por um quadro
15
o mundo ilustrado de
julio klenker RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 3
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 4
DE S E N H O CO LABO RAT I VO
O M U N DO LÍ R I C O D O I M A R GI NA L
o mundo lírico do
IMARGINAL
Nos encontramos com Fernando Moraes e Raone Ferreira, artistas e criadores do projeto, para uma entrevista, e vocês conferem abaixo o resultado da conversa. Com quase dois anos de vida, o coletivo criativo evolui e mostra novas possibilidades para este ano.
Imarginal é o projeto de Fernando Moraes e Raone Ferreira, dois estudantes de design gráfico de Recife. Segundo os artistas, os trabalhos investem no tom crítico, pesando contra o sistema da Igreja e da religião e contra a política norte-americana, culpada por construir um sonho falso. Como influências, eles gostam de ouvir muita música, estilos que vão desde o afrobeat e rap, passando pelo hardcore até o jazz. No mundo da arte gráfica, o artista Geoff Darrow serve como referência. Os trabalhos são feitos pelos dois desenhistas em grandes quadros. Se um começa um esboço, o outro continua o traço e amadurece a ideia, até toda a imagem tomar a forma final. À base de café, eles criam durante horas por dia e já demoraram até um mês para terminar um dos quadros.
Evolução Sem deixar o automatismo de lado, característica da dupla, ele confessam que hoje em dia possuem uma base de estudos relacionados ao desenho muito maior do que há um tempo atrás. A procura de ambos pela melhoria e entendimento da técnica empregada nas ilustrações se reflete claramente nos trabalhos mais recentes do Imarginal. Diferente de antes, quando sentavam e começavam a desenhar sem nenhuma preocupação, eles hoje sabem onde querem chegar e definem um tema antes de partir pro papel, resultando numa ilustração com muito mais detalhes e um primor técnico mais apurado.
Segundo Fernando, “Todas as pessoas que trabalham com arte e design, precisam conhecer primeiramente o seu trabalho, enxergar suas necessidades, e só depois ir atrás de aperfeiçoar o que realmente precisa. Foi exatamente este o processo que o Imarginal passou de um ano pra cá.” Geoffrey Paul Barrow (nascido em 09 de dezembro de 1971) é um Inglês produtor musical , compositor , disco jockey , e é o instrumentista da banda Portishead . Foi nomeado após a pequena cidade perto de Bristol , onde Barrow cresceu.Em suas intenções na formação de Portishead, ele declarou: “Eu só queria fazer música interessante, músicas próprias com uma vida útil adequada e um lugar decente em coleções de discos das pessoas “. Nascido em Walton em Gordano , Somerset , Geoff e sua mãe se mudaram para a cidade Portishead quando tinha onze anos depois que seus pais se divorciaram. Depois de ser envolvido em muitas bandas de rock locais, tocando tambores e discotecar em grupos de hiphop, Barrow conseguiu seu primeiro emprego no The Coach House Studios como um operador de fita logo após a sua abertura, em 1989. Em 1991, enquanto ele estava auxiliando em Massive Attack primeiro álbum de sucesso ‘s Azul Linhas , a banda permitiu-lhe tempo de estúdio de reposição para obter suas próprias idéias em fita. Alguns anos mais tarde, quando o projeto Portishead tinha sido montado, o grupo voltou a gravar “ Sour Times “, no mesmo estúdio. Além disso, Barrow havia produzido uma faixa para Tricky e canções escritas para Neneh Cherry .
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 5
DE S E N H O CO LABO RAT I VO
O M U N DO LÍ R I C O D O I M A R GI NA L
Processo Criativo Fernando conta que, no começo, eles acabaram criando uma linguagem própria de trabalho se dedicando ao projeto todos os dias da semana, durante um ano. Toda a simbologia e minúcia que o trabalho necessita só é possível pela junção dos dois. Hoje, o processo flui de forma orgânica, com intervenções e troca de ideias durante todo o processo de desenvolvimento da arte. Eles concordam que desenhar a dois é uma experiência que só traz benefício para ambos. Além da quantidade de ideias, que quadruplicam, a execução acaba sendo bem mais rápida e o entendimento sobre a arte também aumenta. A humildade se faz presente quando eles procuram encarar na boa as críticas que vão surgindo no decorrer da ilustração, tornando o trabalho mutável, com a possibilidade de um interferir no que o outro está fazendo Mesmo com um estilo considerado por muitos como não comercial, hoje nós vemos as ilustrações do Imarginal aplicadas em camisas, cadernos e quadros. Vocês esperavam a aceitação do público pela arte que desenvolvem? Dizer que uma coisa não é comercial é muito pesado e ideológico, tudo entre o ser humano funciona na base da troca. Para nós, foi normal começarmos a vender o que estamos produzindo, afinal se limitarmos nosso trabalho de alguma forma, ele se torna muito segregador. Queremos continuar fazendo arte, mas sem nos afastar de ninguém. Como influências, eles gostam de ouvir muita música, estilos que vão desde o afrobeat e rap, passando pelo hardcore até o jazz. Se um começa um esboço, o outro continua o traço e amadurece a ideia, até toda a imagem tomar a forma final.
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 6
DE S E N H O CO LABO RAT I VO
O M U N DO LÍ R I C O D O I M A R GI NA L
Imarginal nas ruas
Após passarem por experiências que os levaram a ilustrar em outras superfícies - exposição em parede na Galeria Santa Rosa, intervenção em letras gigantes na Fliporto e ilustrações em madeira no Recifusion - eles estudam a possibilidade de levarem a arte do Imarginal para as ruas. “Transferir nossos desenhos para outras plataformas foi algo que gostamos muito de fazer, mas tem que ser tudo bem pensado e estudado. Já faz um ano que tivemos nossa primeira experiência e as ruas não nos dá muito tempo de execução para um projeto.” afirma Raone. A influência musical sempre foi muito presente nas ilustrações de vocês. Seja para inspiração ou até mesmo pelo produto final, com a produção de capas de CD, cartazes e etc. Como surgiu a oportunidade de participarem do Festival Abril pro Rock? A referência da música já é algo que está no subconsciente do nosso trabalho, durante todo o processo de criação ela está lá no fundo, pronta para dar ritmo aos traços que vão surgindo. Não é algo que a gente pensa, colocamos uma música para rolar e vamos desenhando. Com relação ao Abril pro Rock, somos fãs do festival desde criança, e já fomos em várias edições do evento. Este ano, fomos convidados para desenhar ao vivo e expor nossas camisetas num stand próprio do Imarginal. Nós mandamos produzir 10 estampas que estarão disponíveis para venda no local. Além disso, também vamos ministrar uma oficina de desenho colaborativo, nos dias 16 e 17 desse mês. Será uma experiência única. MARGIN Dentro do planejamento deles para este ano, está o lançamento da loja virtual intitulada de MARGIN. Apesar de já ter estampas desenvolvidas em parceria com outras marcas, a loja será totalmente independente, tendo as camisas do Abril pro Rock como as primeiras peças a serem lançadas. Ela vai compor a fanpage do Imarginal, funcionando inicialmente de forma online.
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 7
DE S E N H O CO LABO RAT I VO
O M U N DO LÍ R I C O D O I M A R GI NA L
Noya: o impressionante quadro do Imarginal
Foram 320 horas de trabalho distribuídas em 6 meses. Tudo isso para realizar o quadro chamado Noya, um painel extremamente detalhado feito com auxilio de lupa, utilizando tinta nanquim, pincel e caneta nanquim recarregável – trabalho realizado a 4 mãos pela dupla pernambucana Imarginal, formada por Raone Ferreira e Fernando Moraes. O trabalho do Imarginal é assim, feito sempre a 4 mãos – ou seja, duas mentes pensantes e cheias de referências que vão desde música a filmes e eventos do cotidiano. Noya foi finalizado há 15 dias e seu processo criativo impressiona pelo tempo gasto e, principalmente, pela riqueza de detalhes – uma arte quase que megalomaníaca. Segundo Fernando Moraes, a criação do quadro foi planejada: “ele é o único quadro do Imarginal com simetria, ele foi todo feito planejado. “Fomos inserindo figuras proporcionalmente, sempre 3 imagens em cada parte, formando num geral 12 imagens que formam o quadro Noya”, afirmou. O nome também acaba sendo um retrato do próprio trabalho do Imarginal – “Noya são coisas doidas, sem sentido e explicação. As vezes há um sentido na arte, por outras vezes só precisamos desenhar como um pixador coloca seu nome na rua”, completou.
Depois de terem sido notícia em sites como Zupi, Juxtapoz e Colossal, a carreira da dupla começou a deslanchar – dando origem à exposição Animal x Deus.
Apesar de hoje a tatuagem ser a principal atividade, o Imarginal também continua fazendo quadros e ilustrações. Alguns trabalhos saíram em sites e
em revistas especializadas em arte e design, fomos convidados a fazer a nossa primeira exposição, a Animal vs Deus, em março.
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 8
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 9
P E DRO M E LO
E
O
T RO C A P OR UM QUA D R O
PEDRO MELO e o troca por um quadro
As fantásticas ilustrações do designer e ilustrador Recifense Pedro Melo, e seu projeto “Troca por um quadro“ “Sabe aquelas figuras que você encontra por ai, como quem não quer nada e o sujeito parece ser seu melhor amigo de infância que você nunca conheceu? Pedro além de ser um cara massa, que tem referências fantásticas, é um designer e ilustrador dos bons. Mas não ilustra por ilustrar. É o tipo de cara que tem ideias e senta a mão na caneta colocando no papel ideias boas. Ilustras cheias de personalidade, com uma veia autoral de impressionar qualquer um. Não é à toa que o cara já foi parar até na Computer Arts.” Se tem alguma coisa que a gente gosta, é de gente talentosa. Daquelas que descobrem uma paixão e fazem dela um projeto de vida. O designer e ilustrador recifense Pedro Melo Monteiro é uma dessas pessoas. Depois de um término de noivado, pedido de demissão, com a alma leve para seguir em frente, Pedro encarou um mochilão para a Europa e acabou criando um projeto super legal que já é sucesso pela web: o Troca por um Quadro. Tudo pode ser trocado por um pedaço de madeira rabiscado. Acompanhado de Caio Alencastro, do Estúdio Clicka, ele foi documentando tudo. Hoje então o apresentamos no Follow, com direito a uma entrevista exclusiva sobre sua ideia super colorida! O Troca por um Quadro consiste em trocar uma obra de arte por qualquer coisa que as pessoas possam dar. Em sua viagem que durou 23 dias pela Europa, Pedro recebeu latas de tinta, hambúrguer com batatas, bebidas, passeio turístico e até hospedagem. Na mochila: estilete, 10 canetas coloridas, alguns quadros de madeira e a vontade de fazer diferente. De volta ao Brasil, ele continua com a sua ideia e espalhando suas cores.
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 10
P E DRO M E LO
E
O
T RO C A P OR UM QUA D R O
“Incrível como a gente muda e tenta mudar o mundo, quando conhece uma pessoa especial e ficamos completamente apaixonados, né? Eu ia me casar em outubro, trabalhava, estudava, era sedentário, nunca viajei, nem nunca fiz nada pensando SÓ em mim. De repente eu conheço uma pessoa que me abre os olhos e diz com os olhos “ei, o mundo é gigante, e a vida é maior ainda. Assim que pedi demissão, decidi fazer um mochilão, e foi aí que tudo começou”. Como surgiu a ideia de trocar quadro por coisas em viagens? Eu fui fazer o mochilão com meu brother Caio, e pensamos, “vamos viajar e não levar projeto nenhum?” Que tal a gente dar arte pros outros? e pensamos, melhor ainda, vamos trocar! Com isso a gente vai conhecer gente, com o pretexto sendo arte. Qual sentimento que você tem ao trocar sua arte, suas cores, por algo? Poxa, é a mais satisfatória possível. Geralmente fico uns 30 minutos fazendo o quadro, e a outra pessoa fica fazendo a comida, ou pensando no que me “dar”. Nao importa no que eu consiga trocar, o que vale é CONSEGUIR trocar, fazer com que a pessoa entenda o projeto, colocar um sorriso no rosto e, putz, como isso deixa a gente feliz! Como que as cores influenciam sua vida e seu trabalho? Pedro: Poxa, influencia em tudo. Os meus trabalhos por exemplo, sempre são MUITO coloridos. Mas muito mesmo. Então, tudo com muita cor passa muita energia. De fato me instiga. RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 11
P E DRO M E LO
E
O
T RO C A P OR UM QUA D R O
Com o que você se inspira no dia a dia? Eu trabalho com publicidade, e o tempo todo a gente tá procurando referências e vendo coisas legais. Tenho o prazer de trabalhar com profissionais incríveis que tem trabalhos tão incríveis quanto, que me ensinam e abrem minha cabeça. O mochilão foi algo incrivel também, vi muita coisa, aprendi muita coisa, muitas cores, muitos sabores. E quando estava em Istambul, pensei, “agora, por obrigação, tenho que colocar isso tudo que tô vivendo nos meus trabalhos”. Pedro, o que você acha que homens e mulheres tem de diferente ao pensar em algo? Caramba, num casal (no caso do ele/ela) acho que as diferenças são as coisas que mais me deixam apaixonado. A vida é movida por surpresas, por ânimos, e as diferenças causam isso, o imprevisto.”ELA” em questão, tem muitas coisas diferentes DELE, mas também, muitas coisas em comum. E cada dia é uma surpresa diferente. =) Qual foi a sua ideia ao criar a página que expõe justamente os opostos de um casal? A ideia veio quando me disseram “Pedro, tu tem a cabeça nas nuvens, e ela os pés no chão”. Passei o dia pensando nisso, e como isso é incrível. De como essa diferença faz tudo dar certo. Daí pensei, vou falar de todas as nossas diferenças…e fiz uns 30! As poucas pessoas que viam me falavam, faz uma página, compartilha isso. E foi o que eu fiz. O melhor de tudo, sem sombra de dúvidas, é que o comentário das pessoas nos posts sao marcações de casal. Um marcando o outro, e você para pra refletir “caramba, nós dois estamos conseguindo fazer pessoas notarem coisas lindas neles, e isso é muito lindo”. Acredita que os opostos se atraem? Claro que sim, mas é muito melhor, quando os opostos sabem conviver com as diferenças, e olhar tudo de uma maneira feliz e engraçada. Isso é irado! Em resumo, só queria dizer que o mais legal de ter criado esses 2 projetos, foi perceber, que quando o coração tá transbordando, nossa mente fica borbulhando e dá vontade de expor isso pra todo mundo, pra que todos sintam o que vc sente.
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 12
P E DRO M E LO
E
O
T RO C A P OR UM QUA D R O
troca por um quadro
PElo mundo
As experiências de Pedro Melo mundo a fora com o troca por um quadro
Bob e a namorada ganharam uma nova parede em seu apartamento em Lisboa. Em troca, Pedro recebeu um belo jantar de comida brasileira e 2 latas de spray fluorescente.
Troca com o pessoal do Hotel Areias Belas em Maragogi/ BR. Foram dois Painés de 2,20m trocados por algumas diárias e MUITAS regalias.
Um quadro por um prato do peixe Beijupirá acompanhado de arroz com brócolis e banana em Olinda/BR.
Em Barcelona, no Oviso Restaurant, Pedro trocou seu quadro por café e suco de laranja.
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 13
P E DRO M E LO
E
O
T RO C A P OR UM QUA D R O
Em Lisboa, Hagna ganhou um skate ilustrado e fez para Pedro, um hambúrguer com batatas.
Em Berlim, no Generator Bar, Pedro ilustrou um urso e ganhou Tequila e Chopp Berlina.
Qual é sua especialidade? Sou designer grafico e no momento estou me dedicando a ilustração. Podemos ver seu portfólio online? http://www.flickr.com/photos/meuamigopedro/ O que você acha interessante no design? O poder da alfabetização visual. Principalmente em cores e tipografia, é o que eu sou apaixonado. Sua trajetória profissional? estágio em publicidade na MV2 e no escritório de design mooz ambas em recife. Hoje trabalho como diagramador/ ilustrador no diario de pernambuco e sou freelancer do meu studio, o DOKA. Qual é sua motivação? O que faz você acordar com entusiasmo de manhã? saber que eu tenho 21 anos e ainda tem muito tempo pela frente...pra ensinar e aprender. Como você define seu estilo em design? tento ser o mais sintetico possivel tratando-se de design grafico. Na ilustração...depende, posso ser muito detalhado como extremamente sintetico. Como você promove e vende seu trabalho? Principalmente no networking que foi feito com o passar dos anos. Em segundo lugar, vem o fator super importante atualmente, que é distribuir ,na cara de pau, meu portifolio para os sites mais ‘’badalados” de design. Formas, cor, conceito, por onde você costuma conceber um design? formas....as mais parecidas com as formas basicas. Cores, as mais fortes...e conceito LIMPEZA.
Qual é seu tipo favorito de cliente? o que sabe o porque de ter vindo me procurar, afinal de que adianta tanto estudo? pra ele ficar dando paupites inconseguentes. Você acha que as novas gerações são melhores fazendo design? Nunca, apesar de ter apenas 1 ano de mercado, a cada dia que passa eu me espelho nos designers mais antigo, nos que amam a profissao. O poder de revolução e o conteudo de historia que eles carregam é imcomparavel ao de um garoto que sabe mexer no photoshop e lê uma computerarts. Que profissionais de seu setor -contemporâneos ou históricos- são os que você mais admira? o maior de todos pra mim, o mestre Saul Bass. alem do ncriveis ilustradores que trabalham comigo e são conhecidos nacionalmente na area, que são Jarbas Domingos e Mascaro. Que aplicações de software são as que você mais usa para seu trabalho? Tudo que eu faço sai do lapis e papel, e programas..uso illustrator,photoshop e no trabalho diagramo com o quarck ou in design Se não fosse designer, o que você estaria fazendo? com certeza numa locadora de filmes! Que trabalho ou projeto seria seu sonho neste momento?
algum trabalho que envolvesse lettering, ilustração e toyart. hoje, muitas empresas estão trabalhando com essas categorias juntas, no brasil é suuper dificil até onde eu vi. RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 14
JUlio Klenker RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 15
O M U N DO I LU S T RADO
DE
J UL I O KL E NKE R
o mundo ilustrado de
julio klenker
“Viajamos pelo incrível mundo ilustrado do designer e ilustrador Recifense Julio Klenker. Você é nosso convidado para embarcar nessa viagem.” Julio Klenker é um designer e ilustrador Recifense. Estuda na Faculdades Integradas AESO Barros Melos e possui uma vasta carreira na área do design na região metropolitana do Recife. Ilustração é uma imagem pictórica utilizada para acompanhar, explicar, interpretar, acrescentar informação, sintetizar ou até simplesmente decorar um texto. Embora o termo seja usado frequentemente para se referir a desenhos, pinturas ou colagens, uma fotografia também é uma ilustração. Além disso, a ilustração é um dos elementos mais importantes do design gráfico. São comuns em jornais, revistas e livros, especialmente na literatura infanto-juvenil (assumindo, muitas vezes, um papel mais importante que o texto), sendo também utilizadas na publicidade e na propaganda. Existem também ilustrações independentes de texto, onde a própria ilustração é a informação principal. Um exemplo seria um livro sem texto, não incomum em quadrinhos ou livros infantis. Em princípio, o que distingue a ilustração das histórias em quadrinhos é não descrever, necessariamente, uma narrativa sequencial, mas
sintetizar ou caracterizar conceitos, situações, ações ou, até mesmo determinadas pessoas, como é o caso da caricatura. A partir do século XV, os livros passaram a ser ilustrados em xilogravura. Nos dois séculos seguintes, os principais métodos utilizados para a reprodução de ilustrações foram a gravura e a água-forte. No final do século XVII, a litografia permitiu que as ilustrações fossem reproduzidas de forma ainda melhor. O ilustrador mais notável desta época foi William Blake, que
desenvolveu um método de relevo em água-forte. Entre as figuras notáveis do gênero no princípio do século XIX estão John Leech, George Cruikshank, Hablot Knight Browne e Honoré Daumier. Os mesmos ilustradores contribuíram para revistas satíricas e de ficção, mas em ambos os casos a demanda era para o registro de personagens que encapsulavam ou caricaturizavam tipos e classes sociais. A revista de humor britânica Punch, fundada em 1841 na esteira do sucesso do
Almanaque Cômico de Cruikshank, empregou uma linha ininterrupta de artistas de alta qualidade – incluindo Sir John Tenniel, os Irmãos Dalziel, e Georges du Maurier – que, apesar de formados convencionalmente em belas artes, alcançaram fama primeiramente como ilustradores. Em seu auge, a revista registrou a mudança gradual da ilustração popular e dependente da caricatura para as sofisticadas observações de tópicos específicos.
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 16
O M U N DO I LU S T RADO
DE
J UL I O KL E NKE R
“Um dos 472 clones que desceram da nave mãe em uma madrugada fria de um dia qualquer em um lugar qualquer.” Digolo e Mazrui subcategorizam a ilustração a partir das técnicas utilizadas, tais como desenho, pintura, impressão ou colagem. Essas técnicas afetam a arte em diversas formas, sendo escolhidas pelos diferentes impactos que reproduzem. A escolha pode ser baseada no objetivo ilustração, nas limitações do artista, no custo ou em outros fatores.1 A ilustração tradicional é focada em métodos de criação que permitam sua redistribuição. Gravura é uma imagem representando algo, como pintura, desenhos, relevos, etc. O material pode variar e classificase a gravura de acordo com o material de que é feita. Em horizonte: o sulco vai receber a tinta e aparece como positivo no trabalho final. Em relevo: a superfície não horizonte é que recebe a tinta e o sulco aparece em negativo (sem a presença da tinta).
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 17
O M U N DO I LU S T RADO
DE
J UL I O KL E NKE R
“Releitura dos personagens que marcaram a infância da geração dos anos 90” A gravura é um processo de incisão (riscar, gravar) sobre determinada superfície ou material que permite a sua reprodução a partir de uma matriz. É o resultado de uma ou mais técnicas de impressão, que consiste em transferir uma “imagem” da matriz para outro tipo de suporte. A xilogravura é a técnica mais antiga para produzir gravuras, e seus princípios são muito simples. O artista retira de uma superfície plana (matriz, geralmente é madeira) as partes que ele não quer que tenham cor na gravura. Após aplicar tinta na superfície, coloca um papel sobre a mesma. Ao aplicar pressão (com uma prensa) sobre essa folha a imagem é transferida para o papel. A técnica da gravura em metal ou calcogravura ou calcografia começou a ser utilizada na Europa no século XV. As matrizes podem ser feitas a partir de placas de cobre, zinco, alumínio ou latão. Estas são gravadas com incisão direta ou pelo uso de banhos de ácido. Água-forte, águatinta, ponta seca são as técnicas mais usuais. A matriz é entintada e utiliza-se uma prensa para transferir a imagem para o papel. Em 1796 Alois Senefelder descobriu as possibilidades da pedra calcária para fazer impressões e, após dois anos de experimentações desenvolveu a técnica da Litografia. Esta técnica parte do princípio químico que água e gordura se repelem. As imagens são desenhadas com material gorduroso sobre pedra calcária e com a aplicação de ácido sobre a mesma, a imagem é gravada. Assim como a gravura em metal, essa técnica também necessita de uma prensa para transferir para o papel a imagem gravada na pedra. Embora existam registros de trabalhos utilizando stencil na China, no século VIII, a serigrafia começa a ser aplicada mais frequentemente por artistas na segunda metade do século XX. Como as técnicas descritas acima, também a serigrafia apresenta diversas técnicas de gravação de imagem. Uma delas é a gravação por processo fotográfico. Imagens são gravadas na tela de poliéster e com a utilização de um rodo com a tinta a imagem é transferida para o papel. A gravura com fotopolímero remonta aos anos 70 e resulta da utilização dos materiais de artes gráficas e flexografia, para impressão em superfícies irregulares. Segundo Boegh a “introdução de novos materiais e processos deram um número de possibilidades de expressão, impossíveis com a gravura convencional”. Ainda segundo o autor, é em meados dos anos 90 que se evidencia um maior desenvolvimento na gravura com a utilização destes materiais “que, se supõe, são inofensivos para a saúde e para o meio ambiente ao serem utilizados corretamente, foram promovidos por visionários como Keith Howard, Mark Zaffron, Friedhard Kiekeben, Robert Adam entre outros”, daí
a designação de gravura não-tóxica ou menos tóxica. O que é um Fotopolímero? Decompondo a palavra fotopolímero etimologicamente temos de origem grega: foto = luz; poli = muitos e meros = partes. O termo fotopolímero descreve uma técnica onde partículas simples (monómeros) unem-se a outros monómeros mediante a reação química que se designa como polimerização, iniciada por ação de uma luz ultravioleta. Este material tem como princípio “ endurecer quando é exposto a uma fonte de luz UV”(Guadix, 2011). Esta técnica também é conhecida por “Solarplate”, quando Keith Howard na sua investigação, expôs a chapa de polímero à luz do Sol Existem no mercado várias marcas que fabricam este tipo de produtos mas a sua estrutura é essencialmente a mesma. Uma chapa de fotopolímero é constituída por várias camadas: uma cama de proteção, que antecede a camada de fotossensível de fotopolímero, uma camada anti-alo e uma outra camada adesiva para aderir ao tipo de suporte que pode variar entre chapa metálica ou poliéster. Nalguns tipos de polímero, a revelação pode ser realizada com água, o que torna seguro este processo pelo que foi facilmente incrementado no ensino. RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 18
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 19
RABISCO | Edição 2317 - Ano 46 - Nº 16 | Página 20