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Paulo Riccordi

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Diabo Rosa

Diabo Rosa

Paulo de Tarso Riccordi teve seu primeiro cartum publicado no Quadrão, uma página semanal editada por Edegar Vasques e Guaraci Fraga no jornal gaúcho Folha da Manhã, nos anos 70. Mas Tarso, que é como ele assina seus desenhos, também é redator, foi editor do Diário do Sul, coordenou a assessoria de comunicação da primeira bancada de deputados estaduais do PT gaúcho, é mestre em comunicação.

BRASIL VAI À GUERRA O RATO SEM MEDO

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Oba! Estamos prontos para invadir a Venezuela!

Na primeira linha, os Bolsonaro 01, 02 e 03, seus coleguinhas do clube de tiro Ponto 38, o projeto de Rambo Marcelo Bretas, o Augusto Heleno, que sabe tudo de guerra.

Na segunda linha, os milicianos e seu armamento de verdade.

Atrás, os 300 da Sara Winter, pra aprender o que é bom pra tosse.

Da quarta à sétima linha, Bibo Nunes e as legiões de minions com arminha de dedo. Atrás deles, os PMs especialistas em balas perdidas, os cidadãos de bem com seu armamento doméstico e os caçadores ilegais, nosso pessoal com melhor experiência de tiro fatal.

E o Mourão lá na frete, no papel de guia na selva.

O Pazuello vai mandar o secretário geral do ministério pra linha de abastecimento, com as caixas de cloroquina. Ele próprio cará de plantão no gabinete do Dias To oli, para o caso de alguém precisar de advogado.

Vou ter que perguntar ao Cerimonial em que posição deverão car aquelas pessoas que levam as bandeiras de Israel e dos Estados Unidos às manifestações e onde botamos a Janaína Pascoal, incorporada pelo Cramunhão, agitando nosso livre pendão da esperança.

O Guaidó se comprometeu a abrir a porta.

O Olavo vai car no litoral do Texas, gritando ideias pro lado de cá. Napoleão de escola de samba.

Já os mariners americanos aguardarão em Miami.

DA SÉRIE “GRANDES PENSAMENTOS DO PEQUENO RICCORDI”

EM TUDO HÁ UM DESÍGNIO. / SEM A CRUELDADE DA TRAIÇÃO / NÃO HAVERIA O FASCÍNIO DA CANÇÃO. EM CERTAS FAMÍLIAS, QUEM SAI AOS SEUS NÃO REGENERA.

Dia desses contaram na TV que uns cientistas fabricaram um rato sem medo. Passeia no território do gato de teste sem sequer arrepiar os pelos.

O gato não compreende, como pode? Nem eu. Por que um rato sem medo? Pra quê? A nal, não esqueça que o medo é mecanismo de sobrevivência, o modo de preservar a própria vida. Vai que façam isso comigo e eu perca a noção do perigo! Porém se o pobre bichano ca abalado com o rato atrevido, não dá pra evitar lembrar que se o rato perdeu o medo, o bichano não perdeu a fome nem a raiva pelo roedor, mordido até sangrar. Sem correr!... Devem sem os mesmo cientistas que mexeram nos gens de uma parelha de gatos e os zeram fosforescentes. Os animaizinhos brilham no escuro! Imagina acordares de madrugada com o Fi em cima da cama, auto-iluminado no escuro. Essa é mais uma daquelas experiências que têm de explicar muito. Ora, se toda a chave do sucesso dos felinos é o ataque surpresa, a não ser o rato aquele (o sem medo), como pegar o almoço de inopino se o gato brilha, luze feito farol alto em estrada vazia?

Pense na pantera negra trepada numa árvore para saltar de surpresa no lombo de sua caça. À distância pareceria enfeite e natal. Juntaria a bicharada para olhar. Os macacos levariam os lhotes a passear após o jantar: - Olha lá, que lindo o nariz e as orelhas brilhando, lhinho!

E a pantera lá em cima, faminta e humilhada...

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