INSTITUIÇÃO CAMINHO: ESTRUTURA DE MORADIA-TEMPORÁRIA E VIVÊNCIA ARQUITETURA COMO DIFERENCIAL NO PROCESSO DE ENFRENTAMENTO DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL
UNICAMP TFG 2013
Marina Caprini Cezar Bento 071811 | Orientadora: Núbia Bernardi
Campinas - Dezembro de 2013
Universidade Estadual de Campinas | UNICAMP Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO | 2013 ARQUITETURA E URBANISMO
ESTRUTURA DE MORADIA-TEMPORÁRIA E VIVÊNCIA ARQUITETURA COMO DIFERENCIAL NO PROCESSO DE ENFRENTAMENTO DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL
ALUNA | Marina Caprini Cezar Bento | 071811 ORIENTADORA | Núbia Bernardi
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer as pessoas que foram muito importantes durante o processo de realização deste trabalho. Um agradecimento muito especial para a Profa. Núbia Bernardi pelo apoio e incentivo, pela dedicação e presença durante todo este longo percurso. A minha mãe, Cláudia, e grande motivadora da minha escolha acadêmica, pela preocupação constante, pelo amor incondicional e pela presença incontestável em todos os momentos desse processo, e de tantos outros. A minha irmã, Júlia, pela paciência, pela amizade e compreensão. Muito obrigada. A minha avó, Dona Conceição, pela oração diária. A Cida, minha amiga sempre presente. A todos os amigos, muito obrigada por tudo.
Marina Caprini Cezar Bento
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ÍNDICE
01
INTRODUÇÃO
001
08
PROJETO
079
02
OBJETIVO
002
09
03
JUSTIFICATIVA
003
REFERÊNCIAS 09.01 Projetuais 09.02 Complementares
086 086 096
04
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 005 04.01 Richard Neutra | Arquitetura à serviço da coletividade 006 04.02 Fundamentação Complementar | 013 O câncer infanto-juvenil e a realidade no Brasil
10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
104
11
ANEXOS
107
05
PARTIDO 05.01 O projeto-embrião 05.02 Conceitos de partido
024 025 029
06
ÁREA DE IMPLANTAÇÃO 06.01 A escolha da área 06.02 O terreno
040 040 044
07
PROJETO 07.01 Usuários | Classificação 07.02 Atividades
052 053 058
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INTRODUÇÃO
A centralização de estruturas hospitalares que prestam serviços médicos especializados gera a migração de pacientes, e suas famílias, pela rede pública de saúde - situação constante no cenário nacional. O deslocamento, desses usuários, para outra cidade ou até para outro estado em busca de tratamento, acaba por gerar, mesmo que temporariamente, uma demanda por espaços que os abriguem, principalmente, na fase inicial, composta pela mudança para outra cidade e pela adaptação a nova rotina. Quando o serviço procurado é o tratamento do câncer infanto-juvenil a situação descrita não se altera. O Estado de São Paulo, por abrigar a maioria dos centros especializados neste tipo de procedimento médico, acaba por amortecer grande parte da demanda nacional. No caso específico deste
câncer, o tratamento quando realizado fora da cidade-natal, implica não apenas no deslocamento do paciente e sim, na readequação de toda estrutura familiar. O tratamento oncológico e a necessidade de deslocamento para centros especializados configuram uma situação de fragilidade para a família envolvida; esse panorama pode ser agravado se a mesma encontrar-se em uma situação de vulnerabilidade financeira. Desta forma, a necessidade de estruturas de apoio para esse grupo de usuários é potencializada quando a preocupação com a situação financeira está atrelada ao diagnóstico positivo. Assim, a demanda de locais de apoio que atendam as famílias de baixa renda fica evidente e se faz necessária, para garantir o acesso ao hospital especializado assim como a permanência desses pacientes na rotina de tratamento.
Visa-se com esse projeto atender essa parcela da população, caracterizada pela necessidade do tratamento, atrelado a debilitada condição financeira. O trabalho tem o objetivo de desenvolver um projeto arquitetônico que abrigue essas famílias, em um primeiro momento enquanto acomodações, através da disponibilização de apartamentos de uso temporário e continuadamente durante o tratamento enquanto locais para práticas de atividades de lazer e vivência. Esse memorial descreve o desenvolvimento das idéias que culminaram no programa de necessidades e de atividades e no projeto arquitetônico proposto para uma instituição de apoio a famílias de baixa renda durante o tratamento oncológico infanto-juvenil.
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OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de um projeto arquitetônico para uma estrutura multifuncional de apoio, que conte com apartamentos destinados a moradia temporária e com áreas destinadas a atividades de vivência, lazer e aprendizado. Essa instituição tem como público-alvo famílias de baixa renda que saem de sua cidade-natal em prol do tratamento oncológico infanto-juvenil. Os apartamentos de moradia temporária enquadram-se no programa como um facilitador inicial para que as famílias de baixa renda possam organizar-se na nova rotina, longe da cidade-natal e em meio a um tratamento oncológico. A inclusão de uma área destinada a atividades que complementam o período de estadia das famílias-moradoras tem como objetivo principal prover espaços para atividades
que auxiliem as famílias a se estabilizar financeira e emocionalmente durante o tratamento oncológico. As áreas livres de lazer e convívio têm função de disponibilizar espaços que propiciem encontro e troca de experiências entre os moradores da instituição e visitantes. Além do cumprimento dos objetivos destacados acima, houve uma preocupação em desenvolver um conceito de projeto replicável que possa ser implantado, a partir da manutenção de sua identidade arquitetônica – relações espaciais, princípios de programa e linguagem projetual – em outras localidades em que haja demanda por estruturas de apoio para pessoas que se encontrem na mesma situação que a apresentada.
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JUSTIFICATIVA
Hoje, os tumores pediátricos correspondem de 1 a 3%¹ do total de novos casos de câncer no mundo. No Brasil, de acordo com o Registro de Câncer por Base Populacional (RCBP)*, essa taxa corresponde a, aproximadamente, 3% dos novos diagnósticos, em números, cerca de 11.530¹ novos diagnósticos de tumores pediátricos em crianças até os 19 anos de idade. Atualmente, estimase que há 70%¹ª de cura para os casos que são rapidamente diagnosticados e, atrelado a esse diagnóstico precoce, o tratamento em centros especializados. O abalo psicológico é o primeiro sintoma sentido na estrutura familiar após o diagnóstico positivo da doença em um de seus membros, principalmente em crianças, público-alvo do projeto. O estigma do câncer, de ser uma doença altamente mortal, e as dúvidas em torno da rotina de tratamento e seus efeitos
colaterais são fatores que acentuam a fragilidade em que a família se encontra.² Essa situação é potencializada se a mesma, além do diagnóstico da doença, tem que lidar com a uma situação financeira limite². O núcleo familiar observa-se obrigado a lidar questões distintas: a localização dos centros de saúde, a distância entre o hospital e sua residência - muitas vezes localizados em outras cidades ou estados - e ainda, a falta de estabilidade financeira. Muitas famílias nesta situação, mesmo com o tratamento sendo custeado pelo governo, não têm condições de arcar com o custo do transporte semanal até o hospital, devido à rotina de tratamento, ou até a mudança para área próxima do centro de saúde especializado, em casos de grandes distâncias entre o local de tratamento e a residência, de forma que impossibilite o deslocamento semanal.
Este trabalho visa o desenvolvimento de um programa espacial e projeto arquitetônico para uma instituição de apoio que contenha áreas destinadas a moradia temporária e espaços para atividades complementares e vivência. A questão arquitetônica entra como um diferencial durante o processo de tratamento através do desenvolvimento de instalações que consideram a humanização do espaço em sua concepção. O projeto proposto trabalha a união entre as necessidades apresentadas quanto demanda de moradia e áreas de vivência para esse caso específico de usuários, famílias de baixa renda envolvidas no tratamento do câncer infanto-juvenil, e o conceito de humanização do espaço arquitetônico como forma de auxilio na adaptação do público-alvo a nova rotina. 03 UNICAMP | TFG 2013
¹ INCA - Estimativa 2012 - Tumores Pediátricos (Dados de referência completos no capítulo Referências Bibliográficas).. ¹ª INCA - O Câncer Infantil (Dados de referência completos no capítulo Referências
Bibliográficas). ² ALBUQUERQUE J.R, SILVA J., FERREIRA F.A.R., COSTA JÚNIOR C.P. e SALDANHA A.A.W., A Resiliência e Qualidade de Vida de Mães de Criança com Câncer (Dados de referência completos no capítulo Referências
Bibliográficas). * Informações complementares em anexo.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica deste trabalho foi divida em duas partes. A primeira consiste na análise de três dos conceitos arquitetônicos presente no livro “Arquitetura para Paises de Clima Quante” - Richard Neutra e na influência que os mesmos tiveram na concepção final do trabalho aqui apresentado. A segunda parte da fundamentação engloba o estudo sobre o tratamento do câncer infanto-juvenil - sistemáticas, efeitos colaterais e restrições - assim como a abrangência e o funcionamento dessa estrutura em âmbito estadual e federal pelo Sistema Único de Saúde. 05 UNICAMP | TFG 2013
04.01 RICHARD NEUTRA
ARQUITETURA À SERVIÇO DA COLETIVIDADE Com foco no trabalho apresentado neste memorial, existem três pontos no modo como R. Neutra conceitua sua concepção espacial que deram suporte teórico para o desenvolvimento do programa de necessidades e do projeto arquitetônico. O primeiro conceito extraído da teoria de Neutra é a preocupação no desenvolvimento de um objeto de uso universal, o segundo é a relação de crianças e adultos com o ambiente construído e as atividades que estão disponíveis em seu interior. Atrelado a isso, também está presente como ambos reagem e interagem com os estímulos gerados tanto pelo espacial (arquitetura) como pelo conceitual(programa). O primeiro e o segundo conceito caminham juntos pois ambos fazem parte de um ciclo que alimenta a amplificação do uso inicial do espaço -
como o programa auxilia no uso coletivo do espaço que foi inicialmente pensado para um público específico e como o espaço projetado possibilita que novas atividades sejam implementadas no programa inicial de forma que o mesmo possa ser mais atrativo para públicos diversos. O terceiro conceito aborda a alteração no conceito inicial do espaço escolar, focando, principalmente, na concepção espacial da sala de aula “caixa fechada”, e como a mudança de ambiente faz com que as crianças assimilem informações de formas diferentes e como tal alteração auxilia no dia-a-dia e do desenvolvimento delas.
CONCEITOS 01 e 02
“Mesmo quando o cliente é particular Neutra considera a futura obra por seu duplo aspecto: primeiro atendendo as necessidades do cliente [...] e segundo procurando ser útil a coletividade do lugar no qual será construído o novo prédio” Gregory Warchavchik¹ ¹ Livro: Arquitetura Social para países de clima quente. Prefácio, p.6
Havia, por parte do arquiteto, uma preocupação em desenvolver arquitetura a serviço da coletividade, espaços que pudessem ser incorporados tanto por seus “responsáveis” mas também pelas variáveis do entorno no qual o objeto foi implantado. O principal 06 UNICAMP | TFG 2013
intuito dele era que a criação de um espaço arquitetônico, que mesmo inicialmente destinado a um cliente específico, atuase de forma a contribuir para o maior número de pessoas. Assim, não apenas as pessoas envolvidas diretamente famílias em tratamento oncológico - com o programa de necessidades seriam envolvidas no benefício da implantação do projeto em questão, mas sim toda a comunidade do entorno. Um dos exemplos citados em seu livro “Arquitetura Social para países de clima quente”, Neutra descreve como a inclusão de uma atividade no programa de necessidades promove a inclusão de novos usuários, diferentes dos “originais” e como a forma de pensar a relação espacial possibilita o uso do ambiente construído de forma a incluir novas atividades ao programa de necessidades inicial de modo que a abrangência de
atividades disponíveis atraia outros usuários. Trata-se de um ciclo onde o programa e a estruturação espacial trabalham de forma a incorporar o maior número de usuários para o projeto e assim promover o uso completo do mesmo - atendendo, assim, aos interesses específicos e aos coletivos. Neutra começa a discussão sobre o (mal) uso dos espaços e das diversas possibilidades existentes de ocupação espacial de forma a agregar mais usos ao mesmo objeto. O autor usa como exemplo a situação de uma escola localizada no meio rural e a relação entre seu local de implantação e a comunidade do entorno. O arquiteto descreve que o espaço concebido inicialmente para ser uma escola afastava os adultos das atividades existentes na mesma, havia no imaginário da comunidade que os espaços eram destinados apenas ao
aprendizado de crianças, o que criava certa hostilidade em relação ao espaço construído e a não utilização do mesmo. O arquiteto busca, numa próxima etapa, a expansão do programa escolar básico e assim, extrapola o que seria a “utilidade da escola” em prol do uso amplo do espaço:
“Assim, a escola rural teria dupla utilidade: servindo durante o dia como escola primária, à noite se transformaria em um centro de atividades cultural e social com a participação de toda a comunidade.” Richard Neutra² ² Livro: Arquitetura Social para países de clima quente, p.52
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Imagem_01 e 02 | Planta esquemática de escola desenvolvida por Neutra que mostra a integração entre ambiente interno e externo, além da flexibilidade do espaço da sala de aula (através das divisórias móveis) para comportar atividades difentes do programa de necessidades original proposto.
A partir da mudança de transformar o espaço fechado, com um público restrito em um ambiente flexível e com novas possibilidades de usuários e de atividades, o arquiteto fez com que a comunidade, de forma geral, usufruísse da estrutura escolar. As mudanças possibilitaram a quebra da hostilidade antes existente e possibilitou que o espaço antes subestimado pela comunidade e utilizado apenas durante meio período tivesse seu uso ampliado em benefício do coletivo. CONCEITOS 01 E 02 APLICAÇÃO NO PROJETO O projeto apresentado nesse memorial é uma instituição que visa apoio à famílias em tratamento do câncer infanto-juvenil fora de sua cidadenatal e que, também, encontrem-se em um momento de fragilidade econômica.
Desta forma, o público-alvo têm três condicionantes mais evidentes que fazem o mesmo ser classificado como específico - o abalo psicológico atrelado ao diagnóstico positivo, atrelado a mudança de cidade e o a questão financeira. Há, também, o quarto e principal fator que é a relação de cuidados especiais que os pacientes precisam ser submetidos como forma de suporte ao tratamento aplicado nos centros especializados.¹ Tais características conduzem, instintivamente, para o desenvolvimento de um objeto “fechado”, que atenda as especificações e restrições apontadas acima. Essas informações tendem a conduzir ao desenvolvimento de uma estrutura que funcione como uma releitura do ambiente hospitalar que minimiza os benefícios que existem nas relações entre pessoas que estejam vivendo momentos diferentes², da
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mesma forma que separa as famílias de um contexto urbano, de bairro, cidade e de vivência da comunidade do entorno - tende ao pensamento voltado para contexto de “condomínio” e não de uma “cidade”. Com base no livro de Neutra, foi desenvolvida uma conceituação que insere a instituição no contexto, principalmente, do bairro. Essa modificação na forma de observar um objeto que tende a ser concebido de forma enclausurada tem como objetivo principal a criação de um espaço que auxilie no processo de enfrentamento do processo de adaptação a nova rotina - mudança de cidade e o tratamento oncológico. A ampliação do programa de necessidades e a criação de espaços que a suportem descrita por R. Neutra, influenciou diretamente na conceituação dos espaços, tanto internos como
externos - assim como a relação entre eles. A principal preocupação durante o desenvolvimento projetual foi em criar um objeto que atenda a esse público específico de maneira tão ampla e completa de forma que não apenas eles sejam beneficiados pelo espaço construído mas também pelo entorno no qual estão inseridos. Assim como, trazer o entorno e sua população para dentro do projeto e levar as famílias em tratamento para fora da rotina hospitalar. Neutra discute em seu livro que a inclusão de públicos diversos pertencentes ao entorno de implantação do objeto reduz a hostilidade e até o preconceito em relação as atividades da instituição e seus usuários - como ele descreve sobre a “escola rural”. A inserção de atividades que complementem o uso da instituição faz com que a mesma ganhe certa flexibilidade e novos usos
que acrescentem para a coletividade e não apenas para os usuários específicos da instituição - famílias em tratamento do câncer infanto-juvenil. Ao lado do conceito de ampliação do programa de necessidades está a aplicação espacial que consiste na criação de espaços flexíveis que sejam capazes de abrigar diferentes atividades e que funcionem dentro de suas especificações. Não consiste na criação de espaços multifuncionais que não tenham uma função determinada mas sim, no desenvolvimento de uma concepção espacial e estrutural que promova a mutação do espaço de forma que ele tornar-se flexível e capaz de abrigar usos diversos.
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¹ Os tipos de tratamento e os respectivos cuidados específicos serão apresentados a
“[...] construir de forma que o edifício torne-se útil embora evoluam os setores da atividade humana.”
seguir e foram informações essenciais para a concepção conceitual do projeto em questão - tópico: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
ambiente construído altera a relação das pessoas com o meio que as rodeia e como a “liberdade” de transitar em espaços distintos altera a percepção e a forma com que elas assimilam as informações que são a elas passadas.
² CARVALHO, C.S.U. A Necessária Atenção
Richard Neutra³
à Família do Paciente Oncológico. Revista Brasileira de Cancerologia, 2008. 97 - 102.
³ Livro: Arquitetura Social para países de clima quente, p.56
CONCEITO 03 Além desta visão inicial da flexibilidade, Neutra discute no livro “Arquitetura social para países de clima quente” que se o espaço for concebido com uma estrutura muito rígida logo o mesmo se tornará obsoleto, inclusive para seu uso inicial. Há uma preocupação na utilidade do objeto construído com o passar do tempo e como será a relação entre os usuários e o mesmo.
Este conceito está muito relacionado com o conceito de flexibilidade descrito nos parágrafos acima, em que Neutra descreve como o ambiente deve estar preparado para receber as atividades da ampliação do programa de necessidades e como ele deve ser desenvolvido para que não torne-se subutilizado. Aqui, o arquiteto descreve como a flexibilidade do
Em relação ao último conceito, Richard Neutra descreve no livro a proposta que ele desenvolveu para escolas, mais especificamente para as salas de aula. A concepção das novas células de ensino consistia em uma combinação flexível entre ambiente interno e externo, em que a proposta do ambiente convencional da sala de aula é complementado por “varandas” adjacentes que adicionam ar livre ao espaço tradicional da sala de aula, ao mesmo tempo que permitem uma transitoriedade entre “fechado” e “aberto”. Segundo Neutra, o aprendizado é mais eficiente quando há uma variação 10 UNICAMP | TFG 2013
entre os locais de ocupação pois os alunos interagem de formas diferentes das usuais exercidas em um espaço fechado e assim, desenvolvem novos interesses. CONCEITO 03 APLICAÇÃO NO PROJETO A aplicação desse conceito no projeto não acontece de forma literal pois no livro Neutra descreve a relação de alunos com o ambiente construído da sala de aula e a influência dele no aprendizado e na assimilação de novas informações, enquanto a relação abordada neste projeto é a influência de um ambiente diferente do tradicional altera a percepção das famílias em relação a nova rotina. Com o desenvolvimento de um modelo de sala de aula que integra ambiente interno e externo, Neutra destaca como essa
pequena mudança de ambientes auxilia na concentração e na assimilação de novos estímulos e é este ponto que esse conceito interage com o projeto. No projeto, a mudança de ambientes (“interno” x “externo”) se dá pela transição entre público e privado dentro da própria instituição onde há áreas de praça com uso livre abertas para o uso da população do entorno (áreas públicas), ambientes exclusivos para a prática de atividades pré agendadas (áreas semi-públicas) e espaços destinados a moradia-temporária, o que caracteriza área privada. Além da transição de espaços desde um ambiente público até um privado, há a questão da estrutura desses ambientes - contato com a natureza, áreas verdes, áreas abertas e fechadas para prática esportiva, áreas abertas e fechadas para atividades coordenadas pela instituição e
para as de uso livre, como a biblioteca, que também possibilita essa alteração de paisagem e busca a assimilação daquela nova realidade de forma mais positiva com o surgimento de novas possibilidades e novos interesses. Outro ponto é a inserção da família no macro plano do bairro e da cidade no qual esta implantada, a inserção dessas famílias na dinâmica do entorno, na comunidade, de forma que essa relação complemente os usos da instituição, ao mesmo tempo que auxilie na adaptação dessas famílias a rotina de tratamento. Essa relação é principalmente estimulada pela escolha do local de implantação dentro do contexto urbano da cidade que necessita desse escopo de instituição e pela “abertura” do programa de necessidades de forma a “abrigar” pessoas que não estejam, necessariamente, relacionadas 11 UNICAMP | TFG 2013
com o tratamento do câncer infantil. Assim, a estrutura de apoio passa a funcionar além do apoio moradia, início de sua necessidade física, mas também como espaço que possibilita o encontro e a prática de atividades, individual ou coletivamente, como suporte para o enfretamento da nova rotina (mudança de cidade e o início do tratamento) para as famílias-moradoras da instituição.
Imagem_03 e 04 | Aula sendo ministrada em escola localizada em Porto Rico, projetada por R. Neutra. Flexibilidade do espaço com a integração entre interno e externo.
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04.02 FUNDAMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
O CÂNCER INFANTO-JUVENIL E A REALIDADE NO BRASIL A nomenclatura câncer está relacionada a mais de cem doenças que têm como ponto de partida o crescimento desordenado das células. Principalmente em crianças, essas células conseguem se dividir muito rapidamente e são elas que determinam a formação de tumores. Esses se diferenciam, principalmente, pelo tipo de célula de origem e a velocidade de multiplicação das células danificadas. Diferente dos tumores em adultos que estão, normalmente, relacionados à exposição a fatores de riscos – como o tabagismo, o câncer infanto-juvenil, que atinge crianças de 0 a 19 anos, ainda tem as suas causas principais pouco conhecidas. Os tumores infantis apresentam rápido crescimento e, normalmente, são mais invasivos do que tumores em adultos, mas costumam responder positivamente ao tratamento
e as chances de cura são de 70%, principalmente em casos precocemente diagnosticados e tratados em locais especializados.
ESTIMATIVA 2012 No Brasil, de acordo com o Registro de Câncer por Base Populacional (RCBP), os TUMORES INFANTIS corresponderão a 3% dos novos diagnósticos em geral (somatória de neoplasias em adultos e crianças), o que representa uma demanda de 11.530 NOVOS CASOS de tumores pediátricos. Fonte: <<http://www1.inca.gov.br/vigilancia/ incidencia.html>> 13 UNICAMP | TFG 2013
04.01.02 OS TIPOS DE TRATAMENTO
São três os tratamentos comumente oferecidos, além da cirurgia, para o tratamento oncológico infantil e adulto. São eles: a quimioterapia, a radioterapia e o transplante de medula óssea. Esses procedimentos médicos demandam atenção principalmente em relação aos efeitos colaterais que aparecem após o início do processo de tratamentos.
Os efeitos colaterais funcionam, na maioria dos casos, como indicadores da eficácia da rotina médica e são eles os responsáveis por determinar as privações as quais o paciente deve ser submetido. No processo projetual, o conhecimento dos efeitos colaterais e das restrições que cada tratamento necessita auxiliou na estruturação de diretrizes espaciais quanto aos acessos - limitações e/ ou liberdade de convívio, conexão entre ambiente interno e
externo, por exemplo. A cirurgia também é um tipo de tratamento que na maioria dos casos antecede os tratamentos como a quimio e a radioterapia. O procedimento cirurgico pode deixar sequelas como falta de mobilidade parcial ou total de algum membro. Esses efeitos colaterais relacionamedos a mobilidade são tratados na maioria dos casos com sessões de fisioterapia e execícios funcionais. A seguir há um breve descritivo sobre a rotina médica de cada um dos três principais tratamentos comentados (quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea) e os seus efeitos colaterais.
QUIMIOTERAPIA
A
quimioterapia
é
tratamento que utiliza substâncias químicas, que agem após misturar-se com o sangue, e tem objetivo de destruir as células que dão origem ao tumor. O paciente pode ser submetido apenas a esse tratamento ou ainda atrela-lo a radioterapia e/ou a cirurgia, de acordo com o tipo e com a extensão do tumor. Esse mesmo requisito também é usado para determinar o tempo de duração de cada sessão de quimioterapia e o prazo total do tratamento quimioterápico. EFEITOS COLATERAIS Os principais efeitos colaterais desse protocolo são a queda dos cabelos – ocasionada pela ação do medicamento no DNA que impede sua proliferação e anula seu crescimento, as inflamações na mucosa bucal, diarréia, enjoo e vômitos.
um 14 UNICAMP | TFG 2013
RADIOTERAPIA A radioterapia é um processo em que são utilizadas radiações para destruir ou impedir o crescimento do tumor. Esse é um tratamento que, assim como a quimioterapia, pode estar associado a outro tipo de tratamento. Para o início do procedimento radioterápico o paciente passa por um aparelho que simula a zona de ação do tratamento e onde ele deverá ser aplicado. O número de aplicações necessárias e o tempo de tratamento variam de acordo com a extensão e a localização do tumor, assim como o protocolo quimioterápico. EFEITOS COLATERAIS Normalmente, os efeitos colaterais aparecem após a terceira semana de tratamento e podem demorar algumas semanas depois do
término do mesmo para desaparecer completamente. Os principais efeitos colaterais são: cansaço, perda de apetite, dificuldade para ingerir alimentos e, em alguns casos, a pele que recebe radiação pode ficar queimada, também afetando a estrutura muscular do local em que a radioterapia foi aplicada.
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA O transplante de medula óssea, de forma resumida, é substituição da uma medula óssea doente por uma saudável. O transplante tem como objetivo a reconstituição da medula que antes estava danificada e é um tratamento indicado para a Leucemia* e funciona como uma forma de tratamento complementar a quimioterapia e a radioterapia - os tratamentos
convencionais. O transplante ocorre após o paciente passar pelos tratamentos convencionais de forma intensa para destruição da medula danificada e o processo do transplante ocorre como uma transfusão de sangue convencional. EFEITOS COLATERAIS Com a destruição completa da medula óssea, o paciente fica incapaz de desenvolver subsídios para proteção do corpo, desta forma devem ficar internados durante duas ou três semanas até o quadro de saúde geral ficar estável. É comum que durante o período de internação que o paciente tenha febre e após a recuperação no hospital, dáse continuidade ao tratamento em casa porém, em alguns casos, com visitas diárias ao centro de saúde. Se faz necessário o isolamento do paciente até a estabilização da medula óssea após o 15 UNICAMP | TFG 2013
procedimento médico. * Informações Complementares em anexo.
CUIDADOS NECESSÁRIOS DURANTE O TRATAMENTO Dentre os procedimentos médicos descritos, o mais preocupante quanto integridade do paciente póstratamento é o transplante de medula óssea. O procedimento anterior ao transplante anula toda a medula e a torna incapaz de produzir agentes de proteção do corpo. A reclusão do convício social neste caso deve ser completa mesmo após a saída do hospital, até total estabilização do estado geral de saúde do paciente. Assim como o transplante de medula óssea, a quimioterapia altera as
defesas do corpo assim os pacientes que realizam esse procedimento ficam mais susceptíveis a infecções. É importante evitar o contato com pessoas gripadas ou contaminadas com catapora ou sarampo, assim como lugares com muita gente - shopping centers, cinemas, igrejas.
As especificidades quanto a necessidades e restrições de espaços e suas funções foram contempladas nos itens Partido e Projeto e influenciaram diretamente no desenvolvimento do Programa de Necessidades e Atividades da Instituição.
Os efeitos colaterais, principalmente da quimioterapia, alteram as mucosas provocando irritações e até inflamações locais, assim o acompanhamento regular de um dentista e nutricionista se faz necessário durante o tratamento. O dentista conduz um tratamento adequado e a manutenção da higiene bucal de modo a minimizar o desconforto que o procedimento quimioterápico ocasiona ao paciente. A nutricionista auxiliará com dieta e modo de preparo que facilite a mastigação dos alimentos. 16 UNICAMP | TFG 2013
04.02.02 O TRATAMENTO NO BRASIL
O atendimento e o tratamento oncológico é um direito garantido através da Política Nacional de Atenção Oncológica. Parceria do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde estaduais e municipais, a Política engloba ações de prevenção do câncer através de planos de controle, por exemplo, contra tabagismo e planos de ação através de campanhas para exames preventivos contra o câncer, incentivo de pesquisas sobre neoplasias, além de garantir que todos os pacientes tenham acesso a tratamento em unidades ou centros especializados habilitados pelo Sistema Único de Saúde - SUS. A Política Nacional de Atenção Oncológica, conforme Portaria nº 2.439/ GM de 8 de dezembro de 2005, divide em dois os tipos de hospitais que podem disponibilizar o tratamento contra o câncer pelo Sistema Único de Saúde:
Unidades de Alta Complexidade em Oncologia * e os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia*. Ambos os tipos de estrutura hospitalar estão capacitados para avaliar a extensão da doença, quais as melhores formas de tratamento e para garantir a qualidade do serviço prestado. Para utilizar a rede de tratamento vinculada ao SUS, o paciente deve levar para as secretarias de Saúde estaduais ou municipais, laudos e exames que comprovem o diagnóstico positivo do câncer. É de responsabilidade das secretarias de Saúde o encaminhamento desses pacientes para a estrutura hospitalar Unacon-Cacon* disponível para que o tratamento oncológico tenha início. Esse percurso pela rede de saúde deve ser realizado tanto para casos de tumor em adulto como tumor infantil.
Os tipos de tratamento mais comumente aplicados pelo SUS, além da cirurgia, são a quimioterapia, radioterapia e o transplante de medula óssea conforme descritos anteriormente. A radioterapia, assim como o transplante de medula óssea, não está presente em todos os centros/unidades de tratamento. Dados de 2011 confirmam que apenas 15,9% dos pacientes indicados para o tratamento radioterápico iniciam o tratamento dentro do prazo de 30 dias – prazo considerado adequado pelo Ministério da Saúde. No Brasil, há atualmente 279 hospitais habilitados e cadastrados pelo Sistema Único de Saúde para tratamento oncológico. Alguns desses centros prestam serviço não apenas para o tratamento oncológico adulto, mas também para o infantil. Além dos hospitais que trabalham concomitantemente 17 UNICAMP | TFG 2013
os dois públicos há também os centros especializados, exclusivos para o tratamento do câncer infantil. Assim, somam 57 os centros/ unidades com serviço para o tratamento oncológico pediátrico, mas diferente do tratamento oncológico adulto, ainda são seis os estados sem o serviço de atendimento infantil. Nesses estados em que não há hospital para atendimento oncológico infantil, invariavelmente, as famílias com crianças doentes, procuram o tratamento em outros estados em que haja disponibilidade de vagas. A necessidade de realizar o tratamento médico em outro estado ou cidade não acontece só por causa da falta de hospitais nesses seis estados em que o tratamento infantil é inexistente. Devido a pouca quantidade de hospitais
- total de 57 hospitais habilitados,
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Imagem_05 | Quantidade de hospitais ligados ao SUS/ Região e Quantidade de hospitais ligados ao SUS/ Estado com presença de centro especializado em tratamento oncológico infantil. Fonte: INCA.
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com os , perante a demanda de novos casos - dados estatísticos no INCA referentes a 2012 apontaram que o Brasil teria, aproximadamente, 11.500 novos diagnósticos de câncer infantil, não é raro que as famílias tenham que se mudar para outras cidades ou estados para conseguir realizar o tratamento oncológico pelo SUS. * Informações complementares em anexo.
A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
“Humanizar se traduz como inclusão das diferenças nos processos de gestão e de cuidado. Incluir para estimular a produção de novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho.” ¹
¹ Trecho retirado da Política Nacional de Humanização - Princípios do HumanizaSUS.
Além da Política de Atenção Oncológica que é específica para o tema abordado por esse trabalho, há a Política Nacional de Humanização que assim como a anterior é fundamentada pelo Ministério Público e implantada com o auxílio das secretarias estaduais e municipais. A Política de Humanização, também denominada HumanizaSUS, acaba por influir no projeto por tratar-se de um plano de ação que visa melhorar o atendimento existente hoje na rede SUS de uma forma geral, o que engloba os hospitais credenciados para o tratamento oncológico, de forma a torná-los mais humanos, incentivando a valorização do indivíduo e sua condição emocional e social.
A Política de Humanização se divide em Nacional e Estadual, de modo que a primeira dá as diretrizes de ação e os resultados esperados e a segunda, através de planos de ação locais, visam implantar essas diretrizes dentro da escala estadual. Uma das diretrizes traçadas pelo Ministério da Saúde para implantação em escala nacional é a ambiência:
“Ao adotar o conceito de Ambiência para a arquitetura nos espaços da Saúde [...] vai-se além da composição técnica, simples e formal dos ambientes, passando a considerar as situações que são construídas.” Cartilha da PNH - Ambiência 19 UNICAMP | TFG 2013
A Cartilha (produção do Ministério da Saúde) visa, através de 3 eixos estruturadores do conceito de ambiência, a criação de espaços saudáveis e acolhedores, que auxiliem no atendimento hospitalar, sem negar a privacidade do usuário porém que propicie o encontro entre pessoas. Os três eixos estruturadores do conceito são²:
“1. O espaço que visa à confortabilidade focada na privacidade e individualidade dos sujeitos envolvidos, valorizando elementos do ambiente que interagem com as pessoas – cor, cheiro, som, iluminação, morfologia...–, e garantindo conforto aos trabalhadores e usuários.
2. O espaço que possibilita a produção de subjetividades – encontro de sujeitos – por meio da ação e reflexão sobre os processos de trabalho. 3. O espaço usado como ferramenta facilitadora do processo de trabalho, favorecendo a otimização de recursos, o atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo.“ ² Cartilha da Ploítica Nacional de Humanização - Ambiência, Ministério da Saúde, 2009.
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O TRATAMENTO NO ESTADO DE SÃO PAULO Hoje, o Estado de São Paulo conta com 71 hospitais qualificados para tratamento oncológico, e 21 são capacitados para o tratamento do câncer infantil - três dos quais são exclusivos para o último tratamento. Pelo Estado abrigar, aproximadamente, 36,8% das estruturas hospitalares habilitadas para o procedimento é comum que haja uma grande quantidade de famílias que se mudam para São Paulo devido ao tratamento oncológico infantil. Os hospitais localizados em Barretos e Campinas - Hospital do Câncer e Centro Infantil Boldrini, respectivamente, são referências internacionais no tratamento oncológico infantil. Em Barretos, a porcentagem de pacientes atendidos de outros estados
LEGENDA
é de, aproximadamente, 40% e em Campinas, aproximadamente 24,2%.
sem nomenclatura: quimioterapia. (R): radio e quimioterapia 01 - Barretos (R) (T): transplante de medula 01-Franca óssea, radio e quimioterapia. 02-Ribeirão Preto *hospitais exclusivos para o (T) atendimento infantil. 01-São Carlos 01-Campinas (*|R|T)
01-Jundiaí (R)
01-Bragança Paulista
02-Marília 01-São José dos Campos (*)
01-Jaú (T)
01-Santo André 01-Botucatu (R)
02-Santos + Guarujá 05-São Paulo (*|T)
Imagem_06 | Localização, quantidade e serviços disponíveis nos hospitais ligados ao SUS para tratamento oncológico infantil, no Estado de São Paulo. Fonte: INCA.
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Imagem_07 e 08 | Fachada frontal da casa de apoio mantida pelo governo de Ji-Paraná, Rondônia, próximo ao Hospital de Barretos. Auxílio moradia para as pessoas que precisam do tratamento oncológico.
97% dos novos casos de câncer diagnosticados em Rondônia são tratados no Hospital do Câncer de Barretos.¹ No entorno do Hospital de Barretos, um novo bairro surgiu para atender os pacientes migrantes. A maioria das construções são repúblicas, casas alugadas pelas prefeituras das cidades de origem
ou mantidas pela Fundação Pio XII (administradora do Hospital). O município de Ji- Paraná, localizado em Rondônia mantém uma casa alugada localizada próxima ao Hospital e atende a 38 pacientes, divididos em cinco quartos com beliches. As atividades da casa como limpeza e preparo das refeições são divididas entre os moradores. ¹Fonte: Folha do Sul - On-Line, 2012 22 UNICAMP | TFG 2013
+ Radioterapia; + Transplante de Medula Óssea;
01-Barretos (R)
+ Radioterapia e Transplante;
02-Ribeirão Preto (T)
(*)Hospitais Exclusivos para o Tratamento do Câncer Infantil. (R) Radioterapia (T) Transplante de Medula Óssea
01-Campinas (* | R | T)
01-Jundiaí (R)
01-Jaú (T)
01-Botucatu
Dos 21 hospitais habilitados apenas quatro possuem o serviço de radioterapia e transplante de medula óssea dentro da estrutura de tratamento. No estado de São Paulo, para atender as demandas de pacientes que precisam do tratamento radioterápico são usados locais qualificados e cadastrados pela secretaria de saúde, que atuam de forma a complementar o serviço prestado dentro dos centros de tratamento, denominados de Serviços Isolados de Radioterapia.
+ Radioterapia;
(R)
O Centro Infantil Boldrini, (* | T) localizado na cidade de Campinas, é o + Radioterapia e Transplante; único hospital do estado que contempla (*)Hospitais Exclusivos para o Tratamento do Câncer Infantil. dentro de sua estrutura hospitalar os três Imagem_09 | (R) Radioterapia Localização dos hospitais ligados ao SUS, que disponibilizam quimioterapia, tipos de tratamento comumente mais (T) Transplante de Medula Óssea radioterapia e transplante de medula óssea para tratamento oncológico infantil. utilizados: a quimioterapia, a radioterapia Fonte: INCA. e o transplante de medula óssea. Desta forma, foi o centro de tratamento escolhido como foco deste trabalho. 05-São Paulo
+ Transplante de Medula Óssea;
A DISTÂNCIA DA FAMÍLIA¹ RÔNDONIA x BARRETOS
“A gente sabe que está num dos melhores centros do país, mas é muito triste ficar longe da família. [...] acaba não ajudando no tratamento”, afirmação de uma das pacientes, de Ji-Paraná - Rondônia, há três meses em Barretos. BAHIA x BARRETOS Pai e filho, de Guanambi - Bahia (aproximadamente a 1.213km de Barretos), fazem tratamento no Hospital do Câncer de Barretos - esposa e filha continuam na Bahia: “[...] tudo o que a gente
quer é estar perto da família.” ¹Fonte: Folha do Sul - On-Line, 2012
23 UNICAMP | TFG 2013
05
PARTIDO
Atualmente no Estado de São Paulo existem algumas instituições que, ligadas a hospitais, prestam suporte para as famílias migrantes que mudam de sua cidade natal para conseguir realizar o tratamento nos centros existentes. Os “moldes” dessas estruturas de apoio são basicamente os mesmos em suas diversas localidades: primeiro enquanto a programa de necessidades/ atividades e depois enquanto a localização da instituição em relação ao hospital ou centro de saúde que o tratamento é realizado. Em relação ao programa, a grande maioria das instituições envolve moradia temporária (acolhe o paciente e mais um acompanhante durante tempo determinado), atividades extras (por exemplo: costura e artesanato - atividades normalmente mais direcionadas ao público feminino e de exclusividade para
moradores) e uma área de apoio saúde (dentista, nutricionista, psicóloga). E quanto a localização da instituição, essas estruturas priorizam a proximidade entre o terreno de implantação da instituição e o hospital, sem, necessariamente, considerar as atividades que ocorrem do entorno no sítio escolhido para implantação dessa estrutura de apoio. Algumas dessas entidades foram analisadas e utilizadas como referencia conceitual* para o projeto proposto.
específico, visou a criação de novos espaços que deem atenção, não apenas como suporte enquanto espaço físico de estadia, e sim como um auxílio para o processo de enfrentamento da nova rotina hospitalar e todas as dimensões emocionais, psicológicas e físicas que o tratamento contra o câncer infantil demanda. * Ver capítulo Referências para o Projeto.
Assim, o projeto apresentado nesse memorial é o resultado dessa análise a partir da qual foi estudada um modo de apropriação do espaço de forma diferente do que convencionalmente é realizado hoje para instituições de apoio direcionadas a famílias em tratamento oncológico infantil. A outra forma de pensar o projeto arquitetônico de instituições de apoio para esse público 24 UNICAMP | TFG 2013
05.01 O PROJETO-EMBRIÃO
O objetivo deste projeto é utilizar, a partir de um projeto arquitetônico, um modo de apropriação espacial, diferente do que é utilizado hoje, para as instituições de apoio destinadas a famílias em processo de tratamento oncológico infantil. Através de uma proposta espacial que comporte um programa de necessidades com atividades diferentes das convencionais, que contemplem o objetivo maior apontado acima, o projeto apresentado nesse memorial comporta-se como um projeto-embrião para que possibilite que, futuramente, suas diretrizes projetuais sejam aplicadas em outras localidades em que haja a mesma demanda por esse modelo.
radioterapia e transplante de medula óssea), principalmente na criação de espaços que auxiliem no controle e na qualidade de vida dos pacientes e familiares. A preocupação em torno do paciente está vinculada, principalmente, aos efeitos colaterais* dos procedimentos médicos que o mesmo é submetido (procedimentos cirurgicos e/ou tratamentos como a quimio e a radioterapia), pois cada tratamento exige determinados cuidados para assegurar a eficácia do mesmo e para garantir a segurança do paciente. Assim os espaços e as atividades propostas neste projeto visam trabalhar de acordo e em conjunto com o que é exigido pelos centros de saúde.
Assim o projeto-embrião precisa atender todas as necessidades dos tipos mais comuns de tratamentos oferecidos para a população (quimio e
* Ver capítulo Fundamentação Teórica.
Considerando que os efeitos colaterais, temporários e permanentes,
são um dos principais condicionantes para o desenvolvimento dos espaços e dos acessos no projeto foi importante que o hospital vinculado a esse projeto-embrião prestasse todos os tipos de tratamento oncológico, para que essa primeira nova estrutura de suporte contemplasse todas as especificidades enquanto limitações espaciais e de atividades. Assim seria possível desenvolver todos os espaços necessários para o caso mais complexo, em que o centro apresenta todas as gamas de tratamento e, desta forma, utilizar este projeto-embrião, para a implantação das demais instituições. A partir do levantamento realizado sobre os centros de saúde e os seus tratamentos disponíveis para o público infantil, o Centro Infantil Boldrini, localizado na cidade de Campinas, destacou-se por abrigar dentro de sua estrutura hospitalar todos os tipos mais comuns de tratamento oncológico (quimioterapia 25 UNICAMP | TFG 2013
e radioterapia e transplante de medula óssea). Seguindo o que já é proposto pelas instituições de apoio existentes, o conceito de moradia-temporária e de suporte no transporte do local de estadia até o centro de tratamento foi mantido no programa de necessidades e de atividades proposto para o projeto-embrião. Esses dois pilares são fundamentais para assegurar que as famílias com restrições financeiras tenham condições de realizar todas as etapas do tratamento e que participem de todas os agendamentos médicos no centro de saúde. O próximo item Premissas de Funcionamento da Instituição resume a função dos dois itens citados e acrescenta a discussão sobre um item atrelado ao conceito de moradia-temporária que é o fatortempo. 26 UNICAMP | TFG 2013
05.01.01PREMISSAS DE FUNCIONAMENTO DA INSTITUIÇÃO
A partir da análise dos programas de necessidades e atividades das instituições de apoio existentes e da localização de cada uma em relação ao centro de saúde que esta está relacionada foram elencadas três premissas para funcionamento do projeto-embrião. Elas foram desenvolvidas para auxiliar na aplicação dessas características e na condução do projeto arquitetônico, principalmente no que diz respeito a escolha do local de implantação e escolha das atividades do programa.
MORADIA-TEMPORÁRIA O público-alvo para a moradiatemporária dentro da instituição são as famílias em tratamento oncológico que residem longe do centro de saúde responsável pelo tratamento e que não apresentem condições financeiras de se
manter no local ou próximo dele sem auxílio. A inclusão da MoradiaTemporária no programa na instituição/ projeto-embrião acarreta a necessidade de discutir e definir o Fator-Tempo que consiste na determinação do período que a moradia estará disponível para as famílias selecionadas para usufruir deste benefício. Esse conceito foi muito discutido pelas voluntarias do Centro Infantil Boldrini pois elas consideram necessário garantir a rotatividade das famílias devido a grande demanda de pacientes que precisam deste suporte.
infantil, normalmente, não definem um prazo para estadia da família nas casas de apoio mas, ao mesmo tempo, não optam por permitir que as famílias fiquem instaladas por tempo indeterminado ou ainda, atrelar o desligamento da moradia-temporária a alta médica. Há uma preocupação por parte das instituições e seus voluntários, em não exercer um assistencialismo puro e sim disponibilizar recursos para que essa família se desenvolva e evolua frente ao diagnóstico e posterior tratamento da doença. MOBILIDADE: PROJETO-EMBRIÃO x HOSPITAL
DEFINIÇÃO DO FATOR-TEMPO As instituições que englobam acomodações temporárias para famílias de baixa renda em tratamento oncológico
A instituição de apoio deve ser implantada próxima a estrutura hospitalar para facilitar o acesso, muitas vezes diário, do paciente até o 27 UNICAMP | TFG 2013
hospital. Uma das premissas para o projeto-embrião é o transporte ser de responsabilidade da instituição para viabilizar o funcionamento da estrutura de apoio, garantir o deslocamento do paciente até o hospital possibilitando assim o cumprimento da rotina de tratamento e para garantir a segurança dos pacientes hospedados na instituição em caso de emergências.
28 UNICAMP | TFG 2013
05.02 CONCEITOS DE PARTIDO
O objetivo deste trabalho é a criação de espaços que atendam as famílias que realizam o tratamento contra o câncer infantil fora de sua cidade-natal. O cumprimento deste propósito esta relacionado a compreensão dos efeitos colaterais dos procedimentos (cirurgicos e de tratamento), a rotina e a situação emocional do paciente e da família durante este período para, a partir disso, desenvolver um projeto adequado para a realidade desse público-alvo. Esse projeto tem como intuito, apresentar uma visão diferente da atual para estruturas de apoio para famílias em tratamento oncológico. Essa proposta sugere alterações, quando comparada as instituições existentes*, principalmente enquanto programa e as relações entre as atividades dentro do espaço da instituição e a relação da mesma com o entorno a qual está
inserida. Desta forma, os conceitos do partido são focados no auxilio e no atendimento as famílias durante o processo de enfrentamento da doença e que dê suporte enquanto moradiatemporária e áreas para lazer em família, vivência, locais que propiciem encontros entre os usuários. * Informações sobre as instituições existentes no capítulo Referências para o projeto.
A partir disso, foram elencados os conceitos abaixo: CONCEITO 01| Estudo de Apropriação Espacial CONCEITO 02| Hieranquia dos Usos CONCEITO 03| Negação do Espaço Hospitalar CONCEITO 04| Humanização 29 UNICAMP | TFG 2013
05.02.01CONCEITO 01
ESTUDO DE APROPRIAÇÃO ESPACIAL
PROGRAMA DE NECESSIDADES E DE ATIVIDADES O projeto da instituição proposto neste memorial está relacionado ao estudo de uma forma diferente da convencional de apropriação espacial para as estruturas de apoio para famílias em tratamento oncológico. Desta forma, o programa de necessidades e de atividades deve conter propostas que atendam essa premissa inicial do partido e que se diferenciem das idéias existentes na concepção das instituições já em funcionamento. Assim, o programa de necessidades e de atividades¹ está divido em duas grandes áreas: a área moradia e a área de lazer. Dentro dessas divisões encontram-se subcategorias que detalham os usos de cada espaço e as suas atividades correspondentes.
O diferencial em relação às instituições existentes² está na disponibilização de espaços e, consequentemente, de atividades que não são comumente encontradas nessas estruturas de apoio, como, a disponibilização de atividades que são direcionadas ao público masculino - na maioria dos casos, as atividades disponíveis estão relacionadas ao público feminino, como, corte e costura artesanato e bordado. Outro ponto que o programa do projeto-embrião difere dos projetos referencias é a abrangência do público que utiliza o espaço da instituição. O público-alvo continua sendo as famílias com crianças em tratamento contra o câncer, porém as áreas de praça e as atividades disponíveis na instituição são abertas não apenas para os moradores da mesma e sim para toda a população do entorno próximo do local de
implantação. A partir desses conceitos, diferenciação das atividades propostas e ampliação dos usuários, foi desenvolvido um programa de necessidades e de atividades que enquadra-se tanto na preocupação com o bem estar das famílias em tratamento, mas também com a criação de espaços e atividades que possibilitem o encontro entre os moradores da instituição e os moradores do entorno próximo da estrutura de apoio como forma de auxiliar no processo de enfrentamento da doença e da nova rotina. ¹
Detalhamento
do
programa
de
necessidades e de atividades encontra-se no capítulo Programa. ² Detalhamento das instituições existentes encontra-se no capítulo Referências para o projeto. 30 UNICAMP | TFG 2013
MORADIA| PREMISSAS PARA DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA O conceito fundamental para o desenvolvimento do programa de necessidades para os apartamentos de moradia-temporária é que a configuração das unidades habitacionais auxilie no processo de adaptação a nova rotina e ao novo local. Aliando a demanda por vagas e a configuração de cada família que vai se instalar na instituição, a flexibilidade na quantidade de acomodações em cada unidade habitacional tornase fundamental. Se faz necessária a implantação de tipologias habitacionais diferentes que atendam o público-alvo quanto a estrutura familiar e também no cumprimento da demanda por vagas nos apartamentos de moradia-temporária. foram
Para aplicação dessa premissa, definidos números mínimos
e máximos de acomodações por apartamento a partir da definição de um módulo-padrão. Para criar certa flexibilidade, alguns apartamentos podem abrigar famílias maiores, assim, todos devem abrigar ou o módulo-padrão ou um número de acomodações múltiplo de dois. Caso a demanda por vagas, faça-se mais necessária do que a acomodações de famílias “fora do padrão”, as unidades habitacionais maiores recebem mais de uma família.
DEFINIÇÃO DE MÓDULO-PADRÃO Módulo-padrão consiste na menor composição de estrutura familiar e é o conceito que conduziu o desenvolvimento do programa de necessidades para os apartamentos. Este módulo refere-se as famílias compostas por duas pessoas, sendo uma a criança em tratamento e a outra o acompanhante-responsável - na maioria dos casos é a mãe. Essa composição é a mais comumente encontrada nos centros de tratamento do câncer infantil e também é a composição normalmente aceita pelas instituições de apoio atuais. 31 UNICAMP | TFG 2013
MORADIA TMO: PREMISSAS ADCIONAIS Por tratar-se do desenvolvimento de um projeto-embrião, o programa abriga certas especificidades que podem não ocorrer em todas as localidades em que haja demanda para implantação desta instituição de apoio. O conceito de Moradia TMO só é inserido no programa de necessidades se o hospital parceiro da estrutura de apoio possuir serviço de transplante de medula óssea como forma de tratamento. O projeto de uma divisão de apartamentos exclusiva para esse público dentro da instituição atende os pacientes que foram ou serão submetidos a esse procedimento médico em que a convivência social ampla não é permitida. Através de uma área destinada e restrita apenas a esses usuários, assegura-se através do projeto espacial a proteção que esses pacientes
precisam em um espaço que integra unidades habitacionais e áreas para outras atividades que são disponíveis no programa da instituição.
RELAÇÃO COM O ENTORNO O local de implantação da estrutura de apoio, independente na cidade e do hospital parceiro, influencia diretamente no sucesso da instituição no que diz respeito ao uso dos espaços derivados do programa de necessidades e de atividades e a influência positiva no processo de enfrentamento da doença. A escolha do local não envolve somente a seleção de um terreno adequado para implantação da instituição mas a análise se a comunidade e as atividades existentes no entorno desse terreno “se comunicam” com o que é esperado enquanto relação entre os moradores da
instituição e os moradores do entorno. A escolha da localização engloba a relação da comunidade do entorno com a estrutura de apoio: a aceitação e a participação das mesmas nas atividades e nos espaços propostos e principalmente a inserção das famílias moradoras na escala do bairro e da cidade que ficarão até o término do tratamento. Esse conceito de partido influencia diretamente em outro conceito que é negação do espaço hospitalar, tanto pela composição do programa de necessidades como pela escolha da área de implantação: proximidade ao hospital parceiro, o comportamento da comunidade do entorno e as atividades disponíveis no programa, relação espacial e atividades que não remetam as características hospitalares.
32 UNICAMP | TFG 2013
05.02.02 CONCEITO 02
HIERARQUIA DE USOS
O desenvolvimento de um programa de necessidades com atividades que sejam interessantes, ao mesmo tempo, para as famílias envolvidas no tratamento oncológico infantil e para a comunidade do entorno faz com que as relações internas da instituição e a hierarquia dos usos e dos acessos sejam trabalhadas e desenvolvidas de forma que não haja influência negativa entre os diferentes usuários da instituição. Os moradores da instituição, em decorrência da fase em que se encontram, de adaptação a nova rotina e local de instalação, necessitam tanto de locais em que a privacidade seja assegurada, assim como locais que possibilitem encontros, troca de experiência entre famílias, ou seja, o lazer trabalhado de forma coletiva. A possibilidade de vivência dessas situações antagônicas em espaços distintos auxilia as famílias moradoras
durante o período de enfrentamento da doença. A privacidade das famílias é priorizada e assegurara através da locação das atividades no terreno, por exemplo, as áreas de atividades mais intensas localizadas próximas das vias de acesso mais movimentadas e a de moradia, com pátios internos e atividades de lazer atreladas a ela, em local mais protegido e privilegiado em relação a distribuição das atividades no terreno. Com a inclusão de jardins internos aos apartamentos e espaços para lazer próximos, o paciente morador na estrutura de apoio poderá ter momentos ao ar livre e participar das atividades da instituição mesmo em dias de maior fragilidade em decorrência do tratamento. A conformação das unidades habitacionais deve possibilitar e, de certa forma, incentivar a interação entre os moradores: tornar o encontro, a troca
de experiências, o contato com outras realidades comum dentro da instituição. A coletividade, também importante na adaptação das famílias, acontece tanto em ambientes internos como em externos aos núcleos de apartamentos e está em grande parte relacionada aos diferentes usuários que tem acesso ao espaço e/ou a atividade em questão. A estrutura de apoio em seu programa de necessidades engloba apartamentos de moradia-temporária e espaços internos e externos para lazer e vivência. Há espaços internos e externos disponíveis apenas para as famílias moradoras, garantia da privacidade muitas vezes necessária durante o tratamento, assim como espaços abertos para todos os tipos de usuários da instituição, sendo primeiro uso restrito a famílias em tratamento contra o câncer infantil e o segundo tem acesso livre para 33 UNICAMP | TFG 2013
a comunidade do entorno. Essa transição entre ambientes públicos e privados e seus acessos deve ser trabalhada de forma que a privacidade dos usuários moradores seja mantida.
34 UNICAMP | TFG 2013
05.02.03 CONCEITO 03
NEGAÇÃO DO ESPAÇO HOSPITALAR
Um dos conceitos desse projeto é a negação do espaço hospitalar na dinâmica de funcionamento da instituição, na criação do programa de necessidades e de atividades e no desenvolvimento do projeto arquitetônico. A ideia central desse conceito é o de possibilitar que enquanto as famílias estiverem fora do ambiente hospitalar elas tenham acesso a um espaço em que o encontro, o lazer e a vivência em família sejam o principal foco.
Essa preocupação em reduzir os ambientes destinados a áreas ligadas a saúde dentro da instituição é suportada pela proximidade do centro hospitalar onde as famílias realizam o tratamento da área de implantação do projeto. Essa relação entre o local de tratamento e a instituição é uma das premissas de funcionamento, de forma que a família consiga usar o seu tempo livre,
o tempo de espera entre tratamentos, entre os resultados dos exames fora do ambiente hospitalar. A inerserção das atividades comumente desenvolvidas dentro do espaço hospitalar como a fisioterapia e a nutrição são inseridas no programa da instituição de forma lúdica para que, principalmente, os familiares responsáveis pela criança em tratamento consigam adquirir e incorporar em sua rotina as informações importantes para o bem-estar da criança (durante e póstratamento oncológico). A estadia dentro do hospital quando não é estritamente necessária torna-se mais desgastante para os familiares do que muitas vezes para a própria criança. Hoje os hospitais contam com espaços de brinquedoteca, pequenas bibliotecas especialmente desenvolvidas para serem utilizadas pelos pacientes, desta forma as crianças
acabam por não sentir tanto o peso daquele espaço hospitalar como os adultos que os acompanham. O conceito de negação do espaço hospitalar visou apoiar o processo de projeto no desenvolvimento de espaços e atividades que garantam a segurança desses pacientes, com a implantação de enfermaria e suporte para emergências, mas que também gerem espaços de lazer e vivência, como foco principal, para auxiliar, tanto o paciente como a família, no processo de enfrentamento da doença.
35 UNICAMP | TFG 2013
05.02.04 CONCEITO 04
HUMANIZAÇÃO
Esse conceito de partido faz parte da concepção devido ao tema do projeto estar relacionado ao ambiente hospitalar, onde a humanização é uma temática bastante abordada, havendo, inclusive, uma cartilha atrelada a um projeto governamental de humanização de hospitais da rede pública de saúde, e pelos usuários principais estarem envolvidos em um momento de fragilidade devido a uma determinada doença e respectivamente, a um tratamento. Esse conceito visou suportar o processo de projeto no que diz respeito a criação de espaços que trouxessem aspectos humanos a sua concepção e que pudessem auxiliar os usuários no processo de enfrentamento da doença e da nova rotina. A partir da teoria dos Projetos
Fundamentados em Arquitetônicos¹, descrita
Princípios no
chamado Arquitetura e Humanização², foram relacionados os quatro pilares da humanização na arquitetura que influenciaram o desenvolvimento do conceito de humanização que conduziu o programa de necessidades e de atividades e, posteriormente, o projeto arquitetônico da instituição. A forma como esses conceitos são aplicados no projeto foi definida a partir da análise desses quatro pilares principais em união com elementos que surgiram com a análise do que seria a desumanização da arquitetura. Segundo Kowaltowski² a definição da desumanização da arquitetura é :
“[...]um edifício institucional de fachada monumental, um lugar apinhado no meio de um estacionamento asfaltado, sem árvores, sujo e cercado de arame farpado. Internamente, esse ambiente desumanizado, compõe-se de multiplicidades de corredores, ou então de espaços de planejamento aberto, onde a desorientação é comum. O ambiente é dominado pelo zumbido da iluminação artificial e pelos ruídos da aclimatização. Os espaços são desprovidos de janelas, ou então seus vidros são pintados e protegidos por grades. É aparente a monotonia de formas, cores, mobília e detalhamento. Manipulação e personificação do ambiente pelo usuário é quase impossível.”
texto 36 UNICAMP | TFG 2013
KOWALTOWSKI, DORIS C.C.K.² ¹ Projetos fundamentados em princípios arquitetônicos: Os princípios escolhidos
OS QUATRO PILARES E A AMPLICAÇÃO NO PROJETO
[ para a concepção de uma arquitetura humanizada] pelos humanizadores emerge do reexame da história da arquitetura e são:
ESTÉTICA
a estética, a natureza, o porte ‘reduzido’ das construções e o ambiente de moradia tradicional
ou
domesticidade.Fonte:
KOWALTOWSKI, DORIS C.C.K.. Arquitetura e Humanização: Projeto.p. 129-132, 1989. ² KOWALTOWSKI, DORIS C.C.K.. Arquitetura e Humanização: Projeto. Projeto, v. 126, n.
“A estética fornece o estímulo visual. [...].Estudos não demonstram a necessidade absoluta de ornamentação, mas indicam a força da estética como uma parte tradicional do que torna objetos atraentes.”
unidades habitacionais devido ao tempo de permanência. Elencado a isso, esta a diferenciação da composição visual (materiais, cores e texturas) entre os prédios destinados a moradia e os prédios destinados a atividades e lazer. Essa característica visa facilitar a locomoção dos usuários pela instituição e na fácil associação dos usos existentes em cada edifício. NATUREZA
outubro, p. 129-132, 1989.
No projeto, este conceito está presente através do uso de diferentes materialidades, cores e texturas na composição dos ambientes internos e externos. Também se enquadra o poder dos usuários no que diz respeito a manipulação do espaço, principalmente, dos usuários que utilizam a estrutura das
“[A natureza] pode ser relacionada a satisfação visual, com o sentimento de ambiente saudável. A afinidade estética da natureza, sua variabilidade, suas cores, as funções de controle de luz e do clima são geralmente consideradas como agradáveis, 37 UNICAMP | TFG 2013
satisfatórias e necessárias.” Quanto aplicação no projeto este conceito abrange tanto as áreas externas de vivência, em que o verde é uma constante, assim como o diálogo da natureza e os ambientes internos. Considerando os ambientes internos, os elementos utilizados para ‘trazer a natureza’ são o uso da iluminação e ventilação natural predominante e a estruturação de pátios internos ajardinados além de áreas de contemplação para os jardins externos. Áreas de horta e pomar também complementam a aplicação desse pilar no projeto da instituição. Além do contato visual, mais presente no conceito acima, este visa o contato próximo entre a natureza e os usuários. Esse espaço tem como o objeto o contato direto e o aprendizado sobre questões de cultivo de hortaliças e frutos, tornar a
relação com a natureza parte da rotina de atividades dentro da instituição.. PORTE REDUZIDO
DOMESTICIDADE
“A redução do porte referese [..] também a escala. Os humanizadores defendem a figura humana como o limite da medida.”
“[Resalta a] importância da tradição, privacidade e família. valor da participação dos usuários no ambiente.[...] territorialidade, segurança e espaço pessoal têm conotações psicológicas pertencentes ao sentimento de posse, simbolizado pela casa e sua soleira.”
Esse conceito está presente no projeto através do caráter horizontal de sua implantação, priorizando o pedestre. Essa valorização acontece, principalmente, através da separação do fluxo entre pedestres e automóveis de forma a minimizar o contato entre eles. As praças e os espaços de horta e pomar também representam esse caráter de valorização do pedestre e de incentivo do encontro entre as famílias e as pessoas moradoras do entorno.
Está presente no projeto através da implantação dos apartamentos em oposição às áreas de oficinas e de atividades extras para permitir momentos de privacidade aos moradores. Atrelado a isso está o conceito de manipulação do espaço, também enquadrado pela estética, pois se acredita que 38 UNICAMP | TFG 2013
desta forma os usuários-moradores poderão desenvolver sentimento de posse e cuidado em relação ao espaço construído. ¹ Projetos fundamentados em princípios arquitetônicos: Os princípios escolhidos [para a concepção de uma arquitetura humanizada] pelos humanizadores emerge do reexame da história da arquitetura e são: a estética, a natureza, o porte ‘reduzido’ das construções e o ambiente de moradia tradicional ou domesticidade.
Fonte:
KOWALTOWSKI,
DORIS C.C.K.. Arquitetura e Humanização: Projeto.p. 129-132, 1989.
40 UNICAMP | TFG 2013
06
ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
06.01 A ESCOLHA DA ÁREA
A dinâmica proposta no partido, e posteriormente detalhada no programa, influencia diretamente na escolha da área para implantação da estrutura de apoio pois visa-se uma inclusão dos usuários da instituição na rotina do local. Essa inclusão tem como objetivo principal auxiliar as famílias moradoras no processo de adaptação ao novo local de moradia e ao tratamento, durante os meses que ficarão na cidade para realização dos procedimentos médicos. Outra característica da área que é importante para o funcionamento do projeto é a proximidade do hospital, local de tratamento, e o terreno escolhido para implantação do projeto. Complementando o item anterior desejava-se que o projeto estivesse inserido em local com diversidade de serviços e comércio - amenidades, como
forma de incentivar certa independência por parte dos usuários em relação a instituição e a negação do espaço hospitalar. Desta forma, diretrizes para escolha da área de implantação e, consequente, escolha do terreno, foram traçadas a partir do que era desejado para o projeto arquitetônico quanto a programa* (moradia-temporária e atividades extras) e o que era esperado enquanto relações espaciais (relação público x privado, externo x interno). Esses foram os eixos que conduziram a busca por locais de interesse para a implantação da instituição. Assim, a primeira diretriz traçada que conduziu a escolha da área foi a necessidade de a instituição estar localizada próxima ao centro hospitalar, pois o seu público-alvo tem uma rotina
diária atrelada a ele. Concomitante com essa diretriz caminha um conceito do partido que é a disponibilização de serviço de transporte, por veículos próprios da instituição, que realizam o percurso entre ela e o centro de tratamento em diversos horários do dia como forma de suporte para os usuários. As atividades já existentes no entorno e suas características foram itens priorizados durante o processo de escolha da área quando comparado com a proximidade da instituição e a estrutura hospitalar. A distância entre as áreas do projeto (terreno e o hospital) foi “reduzida” com a inserção da premissa da mobilidade e desta forma, foi considerado que o projeto implantado em um local que tivesse uma certa disponibilidade de atividades (comércio, serviços), mesmo que mais distante do centro de tratamento seria 41 UNICAMP | TFG 2013
mais interessante para que as famílias pudessem ter uma pausa efetiva do ambiente hospitalar.
das famílias moradoras da instituição na escala do bairro e da cidade que ficarão até o término do tratamento.
A característica do entorno apontada no parágrafo anterior está vinculada a outra diretriz para a escolha da área que foi a inserção do projeto em um local com presença de atividades em comunidade - feiras, uso da rua como encontro entre amigos e família. Essa diretriz também está vinculada a um conceito do partido que é permitir a participação da comunidade do entorno nas atividades disponíveis e no uso das áreas de vivencia. É importante destacar que a área de implantação influencia diretamente no sucesso da instituição, pois dela deriva a relação da comunidade do entorno com a estrutura de apoio, a aceitação e participação das mesmas nas atividades e nos espaços propostos e principalmente a inserção
* Este item foi brevemente citado no capítulo Partido e será aprofundado no capítulo Programa.
42 UNICAMP | TFG 2013
Imagem_10 | Localização do Centro Infantil Boldrini em Baraõ Geraldo e a área escolhida para implantação do projeto.
Ro Tav d. Ge are n. M sd e S ilton ou za
CENTRO BOLDRINI CENTRO MÉDICO
Estr. da Rodhia
SP-332
UNICAMP MORADIA ESTUDANTIL
At Av. ílio Pr M of. ar tin i
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N Área-Foco Pontos de Referência
Devido a localização do Centro Infantil Boldrini, o Distrito de Barão Geraldo foi o foco de análise durante a escolha de uma área para o desenvolvimento do projeto como uma macro área de possibilidades para implantação da instituição. A escolha da área foi motivada, principalmente, pela influência positiva que seu entorno pode propiciar ao
SP-332
Rodovias de Acesso
SP-065
Avenidas e Ruas Área Escolhida
R. Dr To . Rom rtim eu a
Av. Albino J. B. de Oliv eira
REAL PARQUE
A ÁREA ESCOLHIDA
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Pedro I
SP-065 SP-
SHOPPING D.PEDRO
projeto, como as atividades já existentes, a estrutura do bairro, a disponibilidade dos meios de transporte, o perfil da população local e a proximidade da área com o Centro Infantil Boldrini. A partir da análise de possíveis áreas para implantação do projeto foi escolhida a área da Avenida Santa Isabel, próximo a Moradia Estudantil da UNICAMP. A área engloba todas as características apontadas como potenciais para a área receber o projeto da instituição: proximidade com o centro de tratamento (considerando o conceito do serviço de transporte) de, aproximadamente, 6km e os usos presentes no entorno, em sua maior parte residencial mas com disponibilidade de serviços e comércio - a comunidade do entorno atrelada a atividades como feiras, uso da rua como palco de encontros e socialização. 43 UNICAMP | TFG 2013
COMERCIAL
Imagem_14 | Usos presentes na área escolhida para implantação do projeto.
Supermercado
SERVIÇOS
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RESIDENCIAL
Imagem_11 | Residencial Bairro Alto - Rua Gilberto Pattaro
MORADIA ESTUDANTIL UNICAMP
IGREJAS
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ESCOLAS Imagem_12 | Supermercado Dia - Av. Santa Isabel
Escola Estadual Profa. Maria Alice Colevati Rodrigues PRAÇA ÂNGELO SIGNORI e rqu l Pa a e R e ao ia d ínia l sso dov ace e ro a Pau so s e ac
Imagem_13 | E.E. Profa. Maria Alice Colevati Rodrigues
44 UNICAMP | TFG 2013
06.02 O TERRENO
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TERRENO DE IMPLANTAÇÃO ~27.221m² ucia R. L ns arti T. M
Escola Estadual
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A partir do que foi definido como conceitos de partido, o terreno escolhido têm potencialidades que contribuem com as propostas previstas. Algumas características se destacam como a proximidade da área com o hospital e as atividades e as características do
bairro que em o terreno está localizado. Esses itens foram determinantes para a escolha do terreno de implantação para o projeto. S
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O terreno escolhido está localizado no bairro Residencial Burato - Distrito de Barão Geraldo/ Campinas, tem frente para a Rua Gilberto Pattaro e lateral para a Rua Lúcia Tonon Martins. A primeira é uma das articuladoras do fluxo da região, pois ela conecta o centro de Barão Geraldo com o Bairro Real Parque e também com a Rodovia General Milton Tavares de Souza, acesso para Paulínia. A segunda, a Rua Lúcia Tonon Martins tem caráter de uso local para acesso das residenciais e representa o funcionamento das demais ruas residenciais da área.
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Moradia Estudantil UNICAMP
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PRAÇA ÂNGELO SIGNORI ~8.254m²
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Imagem_15 | Localização do terreno escolhido e pontos de referência. 45 UNICAMP | TFG 2013
CENTRO BOLDRINI
PROXIMIDADE: LOCAL DE IMPLANTAÇÃO x HOSPITAL lla
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estrad | 4.4Km | VAN E CARRO -proposta|5.8Km |
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LINHAS: 3.24 3.20 3.27 | 1.7Km |
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LINHA: 3.21 | 4.5Km |
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UNICAMP
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Imagem_16 | Linhas que atendem a região do projeto até o Centro Boldrini e proposta para percurso dos veíulos próprios da instituição.
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ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
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A distancia entre o terreno escolhido e o Centro Infantil Boldrini é de, aproximadamente, 6km o que viabiliza o sistema de transporte proposto para os usuários em tratamento e seu acompanhante. O transporte integrado é uma das premissas de funcionamento da instituição e caracteriza o uso de vans que fazem o percurso entre a estrutura de apoio e o hospital de tratamento Centro Infantil Boldrini. O transporte público também atende a área de forma satisfatória com linhas que levam os usuários do projeto até o hospital, através de uma conexão no Terminal de Barão Geraldo.
av.dr.lu
TERMINAL DE BARÃO GERALDO
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O ENTORNO: CARACTERÍSTICAS A proximidade da Praça Ângelo Signori e a forma como a ‘esquina’ do terreno a abraça foi um diferencial para a escolha deste como área para implantação do projeto. A inclusão da Praça como área de intervenção tem a intenção de ser o elo de comunicação e o ponto de encontro inicial da instituição e a comunidade do entorno, a articuladora desta relação. A rua lateral ao terreno, Rua Lúcia Tonon Martins, que percorre quase a totalidade de sua extensão longitudinal é bastante arborizada e a área entre a rua e o muro, de aproximadamente 12m de largura, hoje já é utilizada com parquinhos improvisados pelos moradores da rua. O intuito da proposta de projeto é ampliar esse uso já existente
através da implantação de praças internas ao terreno , reforçando assim o elo entre a instituição, o público-alvo e a população do entorno.
Imagem_17 e 18| Terreno da R.Gilberto Pattaro e relação entre terreno e praça Ângelo Signori (esq).
Imagem_19 e 20| Rua Lúcia T. Martins - vista do terreno e perfil das casas (esq.) 47 UNICAMP | TFG 2013
O TERRENO: CARACTERÍSTICAS O terreno por seu formato retangular (aproximadamente 88m x 285m) também contribuiu para sua escolha como local de implantação. A variedade de usos do programa e as relações espaciais desejadas tanto nos ambientes públicos quanto nos privados, fazem com que o eixo longitudinal do terreno seja visto de forma positiva para a intervenção.
INSOLAÇÃO RELEVO
NORTE
(curvas de nível)
+10 +06
+08
OESTE
LESTE
+05 00
A dimensão do terreno permite a divisão das atividades sem a necessidade de verticalização (composição espacial não permitida pela legislação local e que será abordada em item posterior) e o desenvolvimento de jardins, hortas para vivência e que estimule o encontro entre os usuários da instituição e os moradores do bairro.
+10
+05
SUL Imagem_21| Curvas de nível existentes no terreno e insolação.
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INFORMAÇÕES TÉCNICAS SOBRE O TERRENO. LEGISLAÇÃO: PLANO LOCAL DE GESTÃO Segundo os mapas de zoneamento da cidade de Campinas, a área de implantação e intervenção do projeto estão localizadas na Macrozona 3 (MZ3). Para as informações quanto a zoneamento, lei de uso e ocupação do solo entre outras, de Barão Geraldo é necessária a consulta do Plano Local de Gestão de Barão Geraldo, desenvolvido em 1996, que direciona as Áreas de Planejamento e a Zona de uso e ocupação que os terrenos estão localizados. Segundo o Plano, o terreno escolhido está localizado dentro da Área de Planejamento 4 (AP4) e Unidade Territorial Básica 4 (UTB 4)
e é enquadrado dentro da Zona 2-BG, denominação exclusiva do Distrito de Barão Geraldo. A Zona 2-BG caracteriza-se principalmente por ser uma zona residencial destinada ao uso unifamiliar e multifamiliar horizontal, em muitos casos, com indústria domiciliar associada. Nesta área também há permissão para construção de comércios e serviços locais, institucional de preservação e uso misto. A partir da lei nº 9.199 de 27 de dezembro de 1996 - Plano de Gestão Urbana de Barão Geraldo foi elencada a zona em que o terreno pertence, assim como qual zona pertence seu entorno e suas diretrizes de ocupação. O terreno escolhido está localizado na ZR2 - Zona Residencial 2, que tem como característica o uso, exclusivamente, residencial com permissão para áreas de serviços não incômodos, institucional de
preservação e industrial domiciliar.
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Imagem_22 e 23| Localização da área de implantação do projeto - Mapa das macrozonas, Plano-Diretor 2006 e Mapa AP e UBT, Plano-Diretor 2006.
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A área vizinha ao terreno escolhido para a implantação do projeto, local de instalação da Moradia Estudantil - UNICAMP e do Condomínio Residencial Bairro Alto, pertencem a ZR3 - Zona Residencial 3 em que há a permissão, além dos usos apontados acima, para usos mistos - comércio, habitação e serviços, com as atividades não residenciais permitidas entre 7h e 20h e institucional básico. As características de uso e ocupação dessa Zona estão mais alinhadas com o perfil do projeto. Tendo em vista os parâmetros de ocupação para o terreno escolhido - ocupação conforme ZR2 - Zona Residencial 2, e o terreno ao lado - ocupação conforme ZR3 - Zona Residencial 3, nota-se que há preocupação do Plano Local de Gestão de Barão Geraldo em manter a estrutura atual do bairro relacionado ao baixo
gabarito - máximo de 8m e também de garantir que as atividades permitidas (habitacional, comércio, serviços e institucional básico e uso misto) não sobrecarreguem a estrutura viária local . Mesmo não sendo permitido pela legislação que no terreno escolhido comporte a instalação de uso institucional básico acredito que o projeto proposto não afeta a área em que foi implantado, devido ao programa voltado para o atendimento da demanda hospitalar existente com transporte exclusivo e funcionamento para o público externo local dentro do horário permitido.
R. Gilberto Pattaro além de todos os parâmetros de ocupação para uso institucional básico foram respeitados.
Desta forma, o partido, e consequentemente o programa de necessidades e de atividades, não altera a dinâmica existente no bairro: as ruas do entorno do terreno continuam com o trânsito local mantido e a entrada funcional (de maior atividade) é pela 51 UNICAMP | TFG 2013
07
PROGRAMA
Os conceitos do partido influenciaram diretamente na definição das atividades e dos espaços que compõe o programa de necessidades da instituição. Junto com as premissas de cada conceito foram consideradas as particularidades de cada tipo de usuário que fará uso do espaço projetado, seja como fonte de trabalho, moradia ou lazer. A união entre os conceitos e as especificidades de cada grupo resultou no Programa de Necessidades e de Atividades descrito neste capítulo. 52 UNICAMP | TFG 2013
08.01 USUÁRIOS
CLASSIFICAÇÃO
“Se o processo projetual não considerar a diversidade de características de seus usuários, apenas uma pequena parcela usufruirá dos espaços confortavelmente.”¹ ¹Livro: O processo de projeto na arquitetura: da teoria à tecnologia.
Independente do local de implantação do hospital e, consequentemente, da instituição de apoio, os tipos de usuários* são os mesmos e os ambientes internos e externos, assim como a interação entre eles, deverão ser pensados considerando-os de forma universal.
p.227
Para a elaboração do programa foi essencial que os tipos de usuários da instituição estivessem bem definidos em suas particularidades, pois as limitações de convívio social são constantes e determinantes na construção do espaço arquitetônico. Os efeitos colaterais dos diversos tipos de tratamentos oncológico conformaram as necessidades dos pacientes e seus familiares enquanto acessos e espaços e, desta forma, foi providencial que os usuários fossem elencados e estudados de acordo com
o procedimento médico ao qual são submetidos. Para a definição dos tipos de usuários da instituição esses foram divididos em dois temas principais, de forma que cada um desses temas contemplasse subitens de aprofundamento em que todos os possíveis usuários estivessem enquadrados. O uso da instituição e a rotina de tratamento foram os dois grandes temas escolhidos para estudo e o cruzamento desses dois itens englobam todos os possíveis usuários da instituição. *A exceção são os usuários transplantados de medula óssea, pois a existência deles depende da demanda local de disponibilidade do tratamento.
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QUANTO AO USO DA INSTITUIÇÃO Essa divisão aborda as principais atividades que o usuário realiza dentro da instituição. São três as categorias de usuários neste item: MORADIA Essa categoria engloba os pacientes e suas famílias que utilizam a instituição como moradia-temporária durante tratamento oncológico. Para esses usuários todas as atividades disponíveis no programa de necessidades são de acesso livre, com exceção dos espaços voltados para a área operacional de funcionamento da instituição. EXTRA Caracteriza os usuários
que
utilizam a instituição como lazer ou como cliente de algum serviço prestado. Esses usuários, obrigatoriamente, não apresentam vínculo com a moradia-temporária porém podem ser vinculados, ou não, a estrutura hospitalar.
o paciente é submetido e os efeitos colaterais correspondentes, afim de desenvolver um programa que atenda às especificidades - atendendo à diversidade o projeto torna-se um o espaço acessível a um maior número de indivíduos¹. São três as categorias de usuários neste item:
TRABALHO Essa categoria comporta os funcionários e os voluntários que trabalham na instituição.
INDEPENDENTE Caracteriza os usuários que não estão vinculados ao hospital de nenhuma forma, assim as famílias de pacientes não são consideradas parte desse grupo, por exemplo. Esta categoria engloba a comunidade do entorno que utiliza a estrutura como lazer, vivência e prática das atividades inclusas no programa e os funcionários que trabalham na instituição.
QUANTO A ROTINA DE TRATAMENTO A definição do tipo do usuário a partir de sua Rotina de Tratamento visa estabelecer as limitações de cada caso, tendo como base para análise o procedimento médico que
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CONVENCIONAL Essa categoria já caracteriza o vínculo entre usuários da instituição e a com a estrutura engloba os hospitalar e pacientes que são submetidos aos tratamentos convencionais (quimioterapia e a radioterapia) pois as limitações causadas pelos efeitos colaterais são semelhantes e grande parte dos pacientes é submetido aos dois tipos de procedimento. TMO Essa categoria, assim como a convencional também caracteriza o elo da instituição com o centro de saúde e engloba os pacientes que realizaram ou vão realizar o transplante de medula óssea. Esses pacientes precisam ficar isolados do convívio social por
determinado período após a saída do hospital até a completa recuperação de sua saúde geral. Esse tipo de procedimento exige que mesmo após a ‘alta médica’ o paciente precise comparecer no hospital, em muitos casos diariamente, como forma de continuidade ao tratamento. O cruzamento das duas divisões de usuários listados acima - uso da instituição e rotina de tratamento assim como suas categorias internas gerou a lista dos tipos de usuários que são englobados pela dinâmica espacial do projeto e pelo seu programa de necessidades e de atividades. ¹ Livro: O processo de projeto em arquitetura: da teoria à tecnologia. p.231
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DEFINIÇÃO DOS TIPOS DE USUÁRIOS A partir do cruzamento das tipologias geradas pelos temas anteriores foram elencados e definidos seis tipos de usuários da instituição. Seus nomes e suas especificidades estão a seguir: VISITANTE Essa categoria engloba os usuários que podem estar ou não vinculados ao tratamento do câncer infantil e que utilizam a estrutura da instituição para lazer, vivência e prática das atividades disponíveis no programa. Considerando o funcionamento da instituição, o visitante participa das atividades disponíveis a partir do pagamento de determinada taxa referente à atividade praticada e as vagas são disponibilizadas
após a matricula dos moradores. MORADOR-CONVENCIONAL Essa categoria engloba os usuários que são pacientes e também moradores da instituição (moradia-temporária). São considerados nessa categoria os pacientes que realizam nos hospitais os procedimentos convencionais (quimioterapia e/ou radioterapia) para o tratamento oncológico. Considerando o funcionamento da instituição, esses usuários têm livre acesso às atividades disponíveis na instituição ficando a cargo do mesmo a participação ou não dessas atividades. ACOMPANHANTECONVENCIONAL Essa categoria engloba
os
usuários que são acompanhantes dos usuários descritos acima, os moradores-convencionais. Na maioria dos casos, a mãe é a acompanhante durante o processo de tratamento. Considerando o funcionamento da instituição, esses usuários além de usar a estrutura como moradia-temporária também podem usufruir da estrutura para prática das atividades, assim como moradores-convencionais. MORADOR-TMO Essa categoria engloba os usuários que são pacientes e também moradores da instituição (moradia-temporária). São considerados nessa categoria os pacientes que realizaram ou vão realizar o procedimento de transplante de medula óssea 56 UNICAMP | TFG 2013
como tratamento oncológico. Considerando o funcionamento da instituição, esses usuários têm livre acesso às atividades disponíveis na instituição ficando a cargo do mesmo a participação ou não dessas atividades. ACOMPANHANTE-TMO Essa categoria engloba os usuários que são acompanhantes dos usuários descritos acima, os moradores-tmo. Na maioria dos casos, a mãe é a acompanhante durante o processo de tratamento. Considerando o funcionamento da instituição, esses usuários além de usar a estrutura como moradia-temporária também podem usufruir da estrutura para prática das atividades, assim como moradores-tmo.
FUNCIONAL Essa categoria engloba os usuários que trabalham na instituição, vinculados a contrato ou como voluntários. Considerando o funcionamento da instituição, o usuário funcional pode participar das atividades disponíveis e as vagas são disponibilizadas após a matrícula dos moradores.
DEFINIÇÃO DOS TIPOS DE USUÁRIOS Morador-Convencional+ Acompanhante-Convencional Moradia + Convencional Morador-TMO + Acompanhante-TMO Moradia + TMO Visitante - Extra + Independente Funcional - Trabalho + Independente
CRUZAMENTO USO x ROTINA| USO DA INSTITUIÇÃO
ROTINA DE TRATAMENTO
MORADIA
INDEPENDENTE
EXTRA
CONVENCIONAL
TRABALHO
TMO
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08.02 ATIVIDADES
Para o programa de necessidades foram pensados espaços e atividades que auxiliassem os pacientes e sua família nos diversos momentos durante o tratamento e após a finalização do mesmo. Inicialmente no período de adaptação a rotina de tratamento e posteriormente durante todo o processo médico. Esse apoio é materializado na criação de espaços específicos que visam apoiar as famílias nos momentos de espera entre as consultas e resultados, nos momentos de baixa no tratamento e nos momentos de lazer e vivência, assim como atividades que visam informar os familiares sobre a rotina de cuidados durante o tratamento e os procedimentos que devem ser realizados após a cura (relacionado principalmente aos efeitos colaterais permanentes).
O programa de necessidades e de atividades abrange área de apoio habitacional focado nos pacientes e nas famílias em início do tratamento oncológico que não apresentam condições financeiras para se manter na cidade do tratamento e áreas de uso flexível e programado, como praças e ambientes para atividades específicas, para apoio continuado. As atividades complementares disponíveis são abertas tanto para as famílias moradoras quanto para visitantes. Outro ponto de destaque é que a moradia-temporária é um auxílio inicial para dar suporte para a família frente à nova rotina e que as áreas para atividades de oficinas e de convívio são um auxílio continuado durante o tratamento, independente de sua duração.
O principal intuito das atividades é incentivar a união da família e o “falar” sobre os sentimentos e as sensações dessa nova rotina, sem necessariamente o uso de práticas terapêuticas convencionais que são utilizadas nos hospitais, ao mesmo tempo que passa conhecimento para que a família possa atuar de forma positiva para o sucesso do tratamento e na transmissão de informações sobre a doença .
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MORADIA Esta área é dividida em duas categorias de acordo com a rotina de tratamento que o paciente é submetido: Moradia Convencional, referente aos pacientes em tratamento quimioterápico ou radioterápico e a Moradia TMO, referente aos pacientes que já realizaram ou vão realizar o transplante de medula óssea. As duas áreas contam com atividades similares, distribuídas de acordo com a demanda de apartamentos e de usuários e suas necessidades específicas. ÁREA COMUM São os ambientes comumente utilizados pelos moradores das duas categorias de moradia e seus acompanhantes.
RECEPÇÃO Local de atendimento dos usuários-moradores. Sua função é a de acolher as famílias moradoras, entregar suprimentos (roupas de cama e banho e material de higiene pessoal), distribuir o fluxo de usuários e informações. A Recepção é o local que os moradores são deixados pelas vans (sistema de transporte integrado) para acesso aos seus apartamentos. Também na recepção os moradores são informados sobre o funcionamento da instituição localização da moradia, locais de atividades, enfermaria e demais atividades inseridas no programa de necessidades. HALL DE SERVIÇOS Ambiente de distribuição dos
usuários-moradores para os locais de uso funcional e diário vinculado a limpeza e manutenção da moradia. Nele encontramse espaços como Lavanderia e Área de Serviço que dão suporte aos moradores enquanto a limpeza dos apartamentos e higienização dos pertences pessoais. Essas atividades são de responsabilidade da família moradora e a higienização de roupas de cama e de banho é de responsabilidade da instituição. Na Área de Serviço, são armazenados produtos e materiais de limpeza e são disponibilizados tanques, varais e armários que servem de apoio para as famílias moradoras na limpeza e manutenção dos apartamentos. A Lavanderia e 59 UNICAMP | TFG 2013
Rouparia, têm função de apoiar as famílias moradoras enquanto higienização de vestimentas e acessórios pessoais. REFEIÇÃO E COZINHA DE APOIO Espaço destinado aos usuários moradores para o preparo de suas próprias refeições. Essa área tem como intuito dar maior liberdade e autonomia para os moradores dentro da estrutura de apoio. Esses espaços também têm o intuito de promover encontros e troca de experiências entre as famílias moradoras - atividades que são importantes para o acolhimento dos novos usuários e a formação de laços de amizade durante o tratamento, que auxiliem no processo de enfrentamento da doença. Assim como a Sala
Multimídia, há uma área com essas características para cada grupos de apartamentos. Pela proximidade desse ambiente com os moradores, público-alvo da instituição, nele nutricionistas ensinam e estimulam pais e crianças a cozinharem e se alimentarem de forma saudável e de forma correta em relação ao tratamento. O aprendizado de novas receitas e de uma rotina de alimentação consiente será carregado com o paciente e sua família mesmo após a finalização do tratamento e possível retorno para sua cidade natal. SALA MULTIMÍDIA Esse ambiente abriga computadores, televisores/ DVD, vídeo game e área para jogos e lazer. O intuito deste espaço é
o de promover o encontro e o convívio entre os moradores da Área Moradia Convencional e funcionar de forma a prover lazer para os moradores de forma mais reservada dos demais usos e dos diversos usuários da instituição. A Sala Multimídia também tem a função de ser um suporte para as famílias que moram na instituição durante o período noturno. Essa tipologia aparece em vários momentos pela implantação pois essas estruturas vão atender grupos de apartamentos. PÁTIOS INTERNOS Essas áreas estão localizadas na parte interna das áreas de moradia e nelas há jardins e pequenas praças de uso exclusivo dos moradores. Os pátios permitem que os usuários mais 60 UNICAMP | TFG 2013
debilitados devido ao tratamento tenham contato com áreas externas ajardinadas e com ar livre em um ambiente com acesso restrito para os visitantes, assim como a a cobertura dos edifícios de moradia.
sanitário. Neste caso, as unidades comportam apenas uma famíliapadrão por vez. Os apartamentos são maiores que os tipo 1. Na instituição, há 12 unidades nessa configuração o que corresponde a 24 pessoas atendidas.
MORADIA CONVENCIONAL
Apartamento 3 Os apartamentos do tipo-03 são divididos em quarto, sala, copa e sanitário. Neste caso, as unidades comportam uma família com 04 membros ou até 02 famílias-padrão, paciente + acompanhante. Na instituição, há 08 apartamentos nessa configuração o que corresponde a 32 pessoas atendidas.
Apartamento 1 Os apartamento do tipo-01 são divididos em quarto, sala, copa e sanitário. Neste caso, as unidades comportam apenas uma famíliapadrão por vez. Na instituição, há 39 apartamentos nessa configuração o que corresponde a 78 pessoas atendidas. Apartamento 2 Os apartamentos do tipo-2 são divididos em quarto, sala, copa e
Os pacientes transplantados de medula óssea são a minoria quando comparados aos pacientes de tratamentos convencionais - quimioterapia e radioterapia. Assim, a Área Moradia TMO tem menos apartamentos do que a Área Moradia Convencional. Nos apartamentos dessa divisão são atendidas 24 pessoas e sendo 12 famílias-padrão, compostas por duas pessoas - paciente e acompanhante. Apartamento 2 Os apartamentos do tipo-2 são divididos em quarto, sala, copa, sanitário. Neste caso, as unidades comportam apenas uma famíliapadrão por vez.
MORADIA TMO ESPAÇO DE ATIVIDADES 61 UNICAMP | TFG 2013
Como foi destacado anteriormente os pacientes que passam pelo processo de transplante de medula óssea precisam passar, em determinados períodos, por restrições de convívio e, muitas vezes, não podem usufruir junto com os demais usuários das atividades disponíveis na instituição. Por isso se faz necessário incluir no programa da Moradia para pacientes transplantados de medula óssea, áreas de lazer que já aparecem no programa geral da instituição mas que, em determinados momentos do tratamento, esses usuários não terão acesso. A Sala Multimídia desta área apresenta as mesmas características da localizada na Moradia Convencional com
exceção da inclusão da Sala de Leitura e Estudos que abriga mesas, cadeiras e armários/ estantes e tem como objetivo auxiliar os moradores com as tarefas pedagógicas. A última subdivisão do Espaço de Atividades é a Sala Multifuncional. Esta foi desenvolvida para possibilitar que diversas atividades que o programa de atividades da instituição abrange como: aulas de música, dança, oficina de brinquedos, disponíveis no prédio de oficinas, possam ser administradas nesse espaço exclusivo para os moradores dessa área.
ATIVIDADES - USO FLEXÍVEL As áreas e as atividades de uso livre são os espaços caracterizados pelas atividades disponíveis neles não terem uma grade de horários específica para seu uso, são áreas que não estão necessariamente atreladas a atividades ministradas por professores. As áreas desta categoria estão vinculadas ao horário de funcionamento da instituição e são abertas para todos os usuários. RECEPÇÃO Local de atendimento inicial dos usuários com serviço de fornecimento de informações para os visitantes e moradores como a grade de horários das atividades e funcionamento das aulas. A passagem pela Recepção não é obrigatória, o uso das áreas externas da instituição é 62 UNICAMP | TFG 2013
livre e as dependências podem ser utilizadas pela comunidade do entorno e visitantes sem a obrigatoriedade de vínculo com as demais atividades disponíveis.
receber biblioteca itinerante além de poder receber outras atividades em um espaço aberto porém coberto localizado na praça central do projeto.
RECEBIMENTO E TRIAGEM DE DOAÇÕES Este local tema função de receber e organizar as doações recebidas pela instituição. As doações, inicialmente sem destino, são encaminhadas para o Depósito de Doações, localizado na parte Funcional e depois são distribuídos para as áreas corretas de acordo com o tipo do material doado (material de limpeza, alimentos, roupas).
BERÇÁRIO Esse espaço foi desenvolvido para atender quinze crianças e tem como principal objetivo fornecer suporte para os acompanhantes que tem mais dependentes que não estão vinculados ao tratamento. Esse ambiente disponibiliza atividades e cuidados necessários para crianças de até três anos de idade. Os acompanhantes podem deixálos no local, com os funcionários responsáveis, enquanto dão continuidade ao tratamento no hospital ou durante a prática das atividades disponíveis na
BIBLIOTECA ITINERANTE E USO FLEXÍVEL Essa área tem a função de
instituição. Localizado no prédio de oficinas. BRINQUEDOTECA E SALA DE JOGOS Esse espaço tem como objetivo principal fornecer apoio para os acompanhantes que tem mais dependentes que não estão vinculados ao tratamento contra o câncer, assim como o Berçário. A Brinquedoteca é um local que os acompanhantes podem deixar os demais dependentes enquanto vão até o hospital para dar continuidade ao tratamento, por exemplo. Esse espaço tem o funcionamento similar ao Berçário porém engloba maior diversidade de usuários devido a ampla faixaetária permitida. Também tem a função de disponibilizar espaço de lazer interno para todos os 63 UNICAMP | TFG 2013
usuários da instituição - tanto moradores como visitantes. Abriga áreas com brinquedos e atividades para crianças a partir dos 4 anos de idade, sem idade máxima limite. Localizado no prédio de oficinas. SALA ECUMÊNICA Esse espaço tem capacidade para, aproximadamente, 50 pessoas, é um espaço para orações, sem vínculo com nenhuma religião. Lozalizado na cota 5.5 da implantação, próximo ao prédio de oficinas e portaria de acesso da Moradia Estudantil - UNICAMP.
CENTRO DE ATIVIDADES USO PROGRAMADO As áreas e as atividades de uso programado são caracterizadas por estarem ligadas a grade de horários para execução das atividades. Os espaços são abertos para uso livre porém na maioria do tempo estão vinculados a uma estrutura de horários.
RECEPÇÃO Receber e organizar os alunos, informar, ambiente de espera. ESPAÇO FESTA POPULAR Esse espaço tem a função de abrigar festas populares carnaval, páscoa, festa junina, natal, aniversários, além de palestras informativas para os usuários da instituição e cursos de
formação de voluntário. Funciona como base para essas festas que podem se estender para o uso da Rua Lúcia Tonon Martins e as praças internas da Instituição. OFICINA DOS DESENHOS Espaço para oficinas de desenhos voltado tanto para o público infantil como para o juvenil. Para as crianças há a proposta de oficinas em que o desenho das crianças sejam transformados em brinquedos, criação de brinquedos de madeira, uso de materiais recicláveis. União do acompanhante e da criançapaciente na mesma atividade com o intuito de fortalecer a relação existente. Para os adolescentes há a proposta de oficinas de anime, história em quadrinhos, caricatura - atividades que 64 UNICAMP | TFG 2013
auxiliam no desenvolvimento do Jornalzinho e na interação entre pais e filhos. ATELIÊ DE COSTURA Essa é uma atividade mais focada no público adolescente da instituição. Esse espaço abriga máquinas de costura, mesas para corte, armários com materiais e instrumentos (tecidos, contas, miçangas) com o intuito dos usuários poderem desenvolver suas próprias idéias de vestuário, criação de uma ‘marca’ para as roupas produzidas. Aulas de desenho de moda e prática. OFICINA DE CIRCO Esse espaço esta vinculado a prática de atividade física livre: malabarismos, exercícios em colchões. O espaço visa a prática
de execícios que auxiliem os usuários em relação aos efeitos colaterais dos tratamentos (cirurgia, quimio, radioterapia e transplante de medula óssea) de forma lúdica. RITMO E MOVIMENTO Espaço que permite que os usuários da instituição tenham contato com instrumentos musicais e ritmos diferentes como forma de lazer e expansão cultural e também como forma de aplicação de técnicas de fisioterapia de forma lúdica. JORNALZINHO Local para desenvolvimento de publicação e de produção de material periódico com conteúdo vinculado as atividades disponíveis da instituição e
ao dia-a-dia dos usuários. O conteúdo, temáticas abordadas e produção do material final são desenvolvidas pelos usuários da instituição com o apoio de voluntários. Material produzido será o ‘porta-voz’ da rotina da instituição com distribuição para a comunidade do entorno e hospital onde as crianças realizam o tratamento.
ÁREAS EXTERNAS E ATIVIDADES ESPORTIVAS PARQUINHO Área externa para atividades ao ar livre. HORTA E POMAR Área externa com cultivo de frutas e verduras, com função 65 UNICAMP | TFG 2013
de estimular as crianças a seguir uma alimentação saudável que auxilie no tratamento e incentivo ao contato com a natureza. O contato com a produção do alimento e posteriormente com o preparo desses alimentos de forma consciente e saudável são informações que serão levadas com o paciente e sua família mesmo após o término do tratamento. BICICLETÁRIO Com o intuito de complementar o uso do passeio de pedestres e da ciclovia, o Bicicletário tem função de empréstimo de bicicletas (simples, compostas e ‘motocas’ foco nas crianças) para as famílias moradoras da instituição e o aluguel (a partir do pagamento de taxas) para usuários visitantes.
OFICINA DE BICICLETAS O uso da bicicleta como meio de transporte é comum na área de implantação do projeto, principalmente, devido a existência da Moradia Estudantil UNICAMP e do Condomínio Residencial Bairro Alto ocupados, predominantemente, por estudantes universitários. Essa característica do entorno somada as duas atividades propostas acima, culminam na implantação de uma oficina de bicicletas que presta serviços de manutenção e pequenos reparos para a instituição e para a comunidade local. Este é um serviço aberto a público do entorno e é executado por voluntários e moradores da
instituição, que aprendem o ofício enquanto exercem uma atividade e moram na instituição. CLUBE
DE CAMINHADA E CORRIDA O Centro Infantil Boldrini anualmente realiza uma corrida e caminhada de rua com o objetivo de arrecadar verba para investimento em manutenção e novas obras de expansão do hospital. Atrelado a inserção do caminho de pedestres e da ciclovia no projeto e essa campanha já existente, visase a criação de um clube de corrida e caminhada. Desse Clube participam os moradores e visitantes interessados na prática de caminhada ou corrida para participação da corrida do Centro Infantil Boldrini e competições da 66 UNICAMP | TFG 2013
cidade, além do benefício para a saúde física e mental - convivência com outras pessoas, formação de laços de amizade que ajudam na adaptação a nova rotina. Como forma de apoio, essa área conta com vestiários.
as famílias moradoras da instituição realizarem suas refeições. Cria-se mais uma opção para convívio da família dentro da estrutura de apoio em relação a alimentação (no programa de atividades da Moradia estão inclusas áreas de refeição onde a própria família pode preparar seu próprio alimento).
PROFISSIONALIZANTE
O caráter profissionalizante dessa área também visa a inclusão dos alunos - adultos moradores da instituição, no mercado de trabalho e com isso a “liberdade” financeira e a possibilidade de se estabelecer na cidade de tratamento sem necessariamente a ajuda da estrutura de apoio, abrindo assim vagas para outras famílias em situação limite.
A inclusão do restaurante e da padaria-escola no programa de atividades da instituição tem o objetivo de profissionalizar os adultos que utilizam a instituição, como acompanhantes dos pacientes, ao mesmo tempo em que os integra na rotina do bairro e, consequentemente, na rotina da cidade na qual a instituição esta implantada. Outro impacto positivo da inclusão deste espaço é a disponibilização de um local adequado para, principalmente,
O restaurante e a padaria são abertos ao público externo a instituição (usuários visitantes) assim como as
outras atividades recreativas e os espaços de lazer.
ADMINISTRAÇÃO SECRETARIA Fornecer suporte operacional para as subáreas administrativas e para a Diretoria. COORDENAÇÃO Organizar as atividades, distribuir os funcionários efetivos e voluntários de acordo com a demanda de cada atividade, formar grade de horários das atividades. TESOURARIA Administrar pagamentos dos funcionários, contas da instituição, doações. 67 UNICAMP | TFG 2013
APOIO E FUNCIONAL SERVIÇO SOCIAL Avaliar as famílias para ocupar os apartamentos da moradiatemporária, dar suporte profissional aos moradores. JURÍDICO Representar a instituição perante órgãos judiciários, analisar documentos e contratos. DIRETORIA Coordenar e dirigir as demais subáreas administrativas, portavoz da instituição. Apoio-Administração| Salas de reunião, copa de apoio e sanitários.
PORTARIA Receber funcionários, doações, suprimentos. HALL DE DISTRIBUIÇÃO Organizar as atividades da área funcional: limpeza, roupas, cozinha, entre outras. ÁREA DE CARGA E DESCARGA Área para entrega de suprimentos (material de limpeza, suprimentos alimentícios, doações). LAVANDERIA E ROUPARIA Higienizar e armazenar suprimentos (roupa de cama e de banho) utilizadas na área moradia e demais necessidades da instituição.
ÁREA DE SERVIÇO Apoio da limpeza da instituição, abrigar tanques, armários. Almoxarifado | Armazenar produtos e material de limpeza, suporte para a área de serviço. DEPÓSITO DE MANUTENÇÃO Armazenar materiais para manutenção dos jardins e objetos danificados para manutenção. DEPÓSITO DE DOAÇÕES Armazenar as doações recebidas que ainda não tem destino (Triagem de Doações). DEPÓSITO DE LIXO Armazenar e selecionar o lixo (coleta seletiva). Distribuição do lixo reciclável para ser aproveitado nas atividades 68 UNICAMP | TFG 2013
da instituição, por exemplo na Oficina de Brinquedos. SANITÁRIOS E VESTIÁRIOS Higiene pessoal, armazenar pertences pessoais, necessidades fisiológicas. COPA Local de descanso, local para pequenas refeições, armazenar suprimentos pessoais.
ÁREA DE APOIO EMERGENCIAL RECEPÇÃO Receber, local para espera. AMBULATÓRIO Depósito de medicamentos para atender usuários e apoio para pronto-atendimento.
EMERGÊNCIA Atender os usuários em caso de emergência: sala de apoio para pronto-atendimento e estacionamento para ambulância. ALMOXARIFADO Armazenar material de limpeza, apoio. ESTACIONAMENTOS ESTACIONAMENTO VISITANTES O público alvo da instituição são as famílias em tratamento oncológico infantil em tratamento que não apresentam condições financeiras de se manter na cidade do tratamento e a comunidade do entorno onde a instituição está implantada. Assim
esse projeto não se enquadra em uma proposta que em haja grande demanda por vagas de estacionamento. Algumas vagas estão localizadas próximas da Recepção e do Espaço “FestaPopular”. ESTACIONAMENTO TRANSPORTE PRÓPRIO Estacionamento para comportar os automóveis do transporte próprio da instituição - microônibus, vans e carros de passeio. ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS Estacionamento para os carros dos funcionários.
69 UNICAMP | TFG 2013
PROGRAMA DE NECESSIDADES E DE ATIVIDADES DESCRITIVO DE ÁREAS MORADIA
ÁREA COMUM - CONVENCIONAL + TMO (TRANSPLANTADOS DE MEDULA ÓSSEA)
AMBIENTE
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
ÁREA COMUM 01. Recepção
-
-- rua
Morador| Funcional
<2
30
1
30
02. Almoxarifado
-
-- interno
Funcional
<1
10
1
10
03. Sanit. Func. 04. Sanit. Func. Aces. 05. Sanit. Usuar. 06. Sanit. Usu. Aces. 07. “Vaga-Rápida”
fem| masc
-- interno
Funcional
<2
1,5
2
3
acessibilidade
-- interno
Funcional
<1
3
1
3
fem| masc
-- interno
Morador| Visitante
<2
1,5
2
3
acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<1
3
1
3
coberta, retorno
-- rua
Funcional
-
32 (4,5x7,0)
1
32
Hall de Serviços 08. Área de Serviço
área externa
-- interno
Morador| Funcional
<10
40
2
80
09. Lavanderia
área externa
-- interno
Morador| Funcional
<10
40
2
80
10. Sanit. Apoio
2/ cada
-- interno
Morador
<4
1,5
4
6
11. Sanit. Acess.
1/ cada
-- interno
Morador
<2
3
2
6
12. Pátios Internos
-
-- interno
Morador
-
-
-
-
13. Sanit. Apoio
fem| masc
-- interno
Morador
<6
1,5
6
9
14. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador
<2
3
2
6
-
-- interno
Mor. Convencional
2
30
39
1170
MORADIA Convencional 15. Apartamento 1 16. Apartamento 3
-
-- interno
Mor. Convencional
<4
60
8
480
17. Apartamento 2
-
-- interno
Mor. Convencional
2
40
12
480
70 UNICAMP | TFG 2013
18. Sanit. Apoio
fem| masc
-- interno
Mor. Convencional
<6
1,5
6
9
19. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Mor. Convencional
<3
3
3
9
20. Refeição+Cozinha
área externa
-- interno
Mor. Convencional
<10
20
3
60
21. Sanit. Apoio
fem| masc
-- interno
Mor. Convencional
<6
1,5
6
9
22. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Mor. Convencional
<3
3
3
9
23. Almoxarifado
-
-- interno
Conv.| Funcional
<2
5
3
15
24. Depósito Lixo
1/ cada
-- interno
Conv.| Funcional
<2
1
3
3
-
-- interno
TMO
2
40
12
480
26. Sala Multimídia
-
-- interno
TMO
<15
50
1
50
27. Leitura+Estudo
-
-- interno
TMO
<5
20
1
20
TMO 25. Apartamento 2 Espaco Atividades
28. Multifuncional
-
-- interno
TMO
<15
30
1
30
29. Sanit. Apoio
fem| masc
-- interno
TMO
<4
1,5
4
6
30. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
TMO
1
3
1
3
31. Refeição+Cozinha
área externa
-- interno
TMO
<10
20
1
20
32. Almoxarifado
-
-- interno
TMO| Funcional
<1
5
1
5
33. Depósito Lixo
-
-- interno
TMO| Funcional
<1
1
1
1
34. “Vaga-Rápida”
coberta, retorno
-- externo
Funcional
-
16 (2,8x5,5)
1
16
ATIVIDADES - USO FLEXÍVEL
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
35. Recepção
AMBIENTE
-
-- externo
Funcional
<3
30
1
30
36. Guarda-Volume
-
-- externo
-
<50
28
1
28
-
-- interno
Funcional
<1
20
1
20
fem| masc
-- interno
Funcional
<2
1,5
2
3
37. Triagem Doações 40. Sanit. Func.
71 UNICAMP | TFG 2013
AMBIENTE 41. Sanit. Usuar. 42. Sanit. Usu. Aces.
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
fem| masc
-- interno
Morador| Visitante
<2
1,5
2
3
acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<1
3
1
3
-- interno
Morador| Visitante
<6
1,5
4
6
Biblioteca Itinerante
-- externo
43. Sanit. Apoio
fem| masc
44. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<1
3
2
6
45. Café
área externa
-- externo
Funcional
<3
10
1
10
-
-- externo
Morador| Visitante
<50
150
1
150
46. Sala Ecumênica
72 UNICAMP | TFG 2013
CENTRO DE ATIVIDADES - USO PROGRAMADO e LIVRE
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
47. Recepção| Secretaria
AMBIENTE
-
-- externo
Funcional
3
50
1
50
48. “Festa Popular”
-
-- externo
Todos
-
230
1
230
49. Cozinha Apoio
-
-- interno
Funcional
<5
30
1
30
fem| masc
-- externo
Funcional
<2
1,5
2
3
51. Sanit. Usuar.
fem| masc
-- externo
Morador| Visitante
<4
1,5
4
6
52. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<2
3
2
6
53. Almoxarifado
-
-- interno
Funcional
<1
10
1
10
54. Depósito Lixo
-
-- interno
Funcional
<1
2
1
2
50. Sanit. Func.
55. Carga-Descarga
coberta
-- rua
Funcional
-
32 (4,5x7,0)
1
32
56. Oficina Desenhos
-
-- interno
Morador| Visitante
<20
60
1
60
57. Ateliê Costura
-
-- interno
Morador| Visitante
<20
70
1
70
58. Oficina Circo
área externa
-- interno
Morador| Visitante
<20
70
1
70
59. Ritmo e Movimento
área externa
-- interno
Morador| Visitante
<20
70
1
70
60. “Jornalzinho”
-
-- interno
Morador| Visitante
<15
70
1
70
61. Sanit. Usuar.
fem| masc
-- interno
Morador| Visitante
<10
1,5
10
15
62. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<2
3
2
6
63. Almoxarifado
-
-- interno
Funcional
<1
15
1
15
64. Sanit. Func.
fem| masc
-- interno
Funcional
<2
1,5
2
3
65. Lanchonete
-
-- externo
Funcional
<3
10
1
10
área externa
-- externo
Morador| Visitante
<15
50
1
50
fem| masc
-- interno
Funcional
<2
1,5
2
3
66. Salão 67. Sanit. Func. 68. Sanit. Usuar.
fem| masc
-- interno
Morador| Visitante
<2
1,5
2
3
69. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<1
3
1
3
70. Berçário
-
-- interno
Morador
<20
100
1
100
71. Brinquedoteca
-
-- interno
Morador
<15
100
1
100
73 UNICAMP | TFG 2013
ÁREAS EXTERNAS E ATIVIDADES ESPORTIVAS
AMBIENTE
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
72. Parquinhos
-
-- externo
Morador| Visitante
-
-
-
-
73. Horta| Pomar
-
-- externo
Morador| Visitante
-
-
-
-
74. Sanit. Apoio
fem| masc
-- externo
Morador| Visitante
<10
1,5
10
15
75. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- externo
Morador| Visitante
<5
3
5
15
76. Bicicletário
-
-- externo
Morador| Visitante
-
130
1
130
77. Sanit. Func.
fem e masc
-- interno
Funcional
<1
1,5
1
1,5
78. Oficina Bicicletas 79. Sanit. Func. 80. Clube Caminhada e Corrida 81. Guarda-Volume
-
-- externo
Morador| Visitante
-
37
1
37
fem e masc
-- interno
Funcional
<1
1,5
1
1,5
área interna e externa
-- externo
Morador| Visitante
-
70
1
70
-
-- interno
Morador| Visitante
<30
10
1
10
82. Sanit Apoio e Vestiário
fem| masc
-- interno
Morador| Visitante
<6
3
6
18
83. Sanit. Apoio e Vestiário Acess.
fem| masc acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<2
5,2
2
10,4
84. Almoxarifado 85. Sanit. Func.
-
-- interno
Funcional
-
10
1
10
fem| masc
-- interno
Funcional
<2
1,5
2
3
74 UNICAMP | TFG 2013
PROFISSIONALIZANTE
AMBIENTE
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
-- externo
Todos
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
Restaurante-Escola 86. Salão
1
87. Sanit. Apoio
fem| masc
-- interno
Morador| Funcional
<5
1,5
4
6
88. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Funcional
<4
3
1
3
89. Prepato Frio
-- interno
Morador| Funcional
<1
50
1
50
90. Preparo Quente
-- interno
Morador| Funcional
<10
50
1
50
91. Despensa Frios
-- interno
Morador| Funcional
<10
20
1
20
92. Despensa Secos
-- interno
Morador| Funcional
<2
30
1
30
93. Sala de Aula
-- interno
Morador| Funcional
<2
50
1
50
94. Sanit. Apoio + Vestiário
fem| masc
-- interno
Morador| Funcional
<10
3
6
18
95. Sanit. Apoio + Vestiário Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Funcional
<6
5,2
2
10,4
96. Área Administrativa
-- interno
Funcional
<2
30
1
30
97. Sala de Reunião
-- interno
Funcional
<5
15
1
15
98. Almoxarifado
-- interno
Funcional
<10
15
1
15
99. Depósito Gás
-- externo
-
-
5
1
5
100. Depósito Lixo
-- externo
-
-
10
1
10
101. Higienização
-- externo
-
-
15
1
15
102. Carga-Descarga
-- externo
-
-
32
1
32
-- externo
Todos
Padaria-Escola 103. Salão
1
104. Sanit. Apoio
fem| masc
-- interno
Morador| Funcional
<4
1,5
4
6
105. Sanit. Acess
acessibilidade
-- interno
Morador| Funcional
<1
3
1
3
-- interno
Morador| Funcional
<20
100
1
100
106. Preparo
75 UNICAMP | TFG 2013
AMBIENTE
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
107. Despensa Frios
-- interno
Morador| Funcional
<2
20
1
20
108. Despensa Secos
-- interno
Morador| Funcional
<2
30
1
30
109. Sala de Aula
-- interno
Morador| Funcional
<10
50
1
50
110. Sanit. Apoio + Vestiário
fem| masc
-- interno
Morador| Funcional
<6
3
6
18
111. Sanit. Apoio + Vestiário Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Funcional
<2
5,2
2
10,4
112. Área Adm
-- interno
Funcional
<5
30
1
30
113. Sala de Reunião
-- interno
Funcional
<10
15
1
15
114. Almoxarifado
-- interno
Funcional
-
15
1
15
115. Depósito Gás
-- externo
-
-
5
1
5
116. Depósito Lixo
-- externo
-
-
10
1
10
117. Higienização
-- externo
-
-
15
1
15
118. Carga-Descarga
-- externo
-
-
32
1
32
76 UNICAMP | TFG 2013
ADMINISTRAÇÃO
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
119. Secretaria
AMBIENTE
-
-- externo
Funcional| Morador
2
9
1
9
120. Coordenação
-
-- interno
Funcional
2
7
1
7
121. Tesouraria
-
-- interno
Funcional
2
7
1
7
122. Serviço Social
-
-- interno
Funcional| Morador
2
9
1
9
123. Jurídico
-
-- interno
Funcional
2
7
1
7
124. Diretoria
-
-- interno
Funcional
2
10
1
10
125. Reunião 01
-
-- interno
Funcional| Morador
<6
15
1
15
126. Reunião 02
-
-- interno
Funcional| Morador
<12
35
1
35
-
-- interno
Funcional
<3
8
1
8
128. Sanit. Apoio
127. Copa de Apoio
fem| masc
-- interno
Funcional
<2
1,5
4
6
129. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Funcional
<1
3
1
3
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
-
-- externo
Funcional
<3
10,85
1
10,85
-
-- interno
Funcional| Visitante
<3
5,10
1
5,10
fem e masc
-- interno
Funcional
<1
1,5
1
1,5
APOIO E FUNCIONAL
AMBIENTE 130. Portaria 131. Espera 132. Sanit. Func. 133. Acesso Func. 134. Acesso Veículos
coberto
-- externo
Funcional
-
3
1
3
mão-dupla
-- externo
Funcional| Visitante
-
-
1
-
10
1
10
área externa
-- interno
Funcional
-
24
1
24
Hall Distribuição 135. Lavanderia 136. Rouparia 137. Área de Serviço 138. Almoxarifado
-
-- interno
Funcional
-
24
1
24
área externa
-- interno
Funcional
-
50
1
50
-
-- interno
Funcional
<1
30
1
30
77 UNICAMP | TFG 2013
AMBIENTE
Gerais
Acesso
USUÁRIOS
Qtd.
UN. ÁREA
Qtd.
ÁREA TOTAL m²
139. Depósito de Manutenção
-
-- interno
Funcional
<1
18
1
18
140. Depósito de Doações
-
-- interno
Funcional
<1
30
1
30
141. Depósito Lixo
coleta seletiva
-- interno
Funcional
<1
14
1
14
142. Sanit. Apoio + Vestiário
fem| masc
-- interno
Funcional
<10
3
10
30
143. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Funcional
<4
5,2
4
20,8
144. Copa
área externa
-- interno
Funcional
<10
20
1
20
coberta, retorno
-- interno
Funcional| Visitante
-
78
1
78
coberta
-- externo
-
-
6
1
6
-
-- interno
Funcional| Morador
<5
15
1
15
145. Carga-Descarga 146. Lixeira Apoio Emergencial 147. Recepção 148. Ambulatório
-
-- interno
Funcional| Morador
<3
20
1
20
149. Emergência
-
-- interno
Funcional| Morador
<4
20
1
20
150. Sanit. Func.
fem| masc
-- interno
Funcional
<2
1,5
2
3
151. Sanit. Usuar.
fem| masc
-- interno
Morador| Visitante
<2
1,5
2
3
152. Sanit. Acess.
acessibilidade
-- interno
Morador| Visitante
<1
3
1
3
153. Almoxarifado
-
-- interno
Funcional
<1
5
1
5
coberta
-- interno
Funcional
-
36
1
36
155. Visitantes
-
-- externo
Visitante
-
14
8
128
157. Micro-ônibus| Instituição
-
-- interno
Funcional
-
36
3
108
154. Vaga Ambulância Estacionamentos
158. Van| Instituição
-
-- interno
Funcional
-
32
3
96
159. Carro| Instuição
-
-- interno
Funcional
-
14
3
64
78 UNICAMP | TFG 2013
08
PROJETO
O projeto visa à criação de uma estrutura de apoio que contempla moradia temporária e área de vivência que, assim como as referencias conceituais, atenda as famílias migrantes que se deslocam para Campinas para realizar tratamento oncológico infantil. As duas divisões da instituição são a moradia-temporária e o espaço de atividades que têm o intuito de dar suporte para as famílias no primeiro contato com a nova realidade de tratamento e procedimentos médicos. A moradia será colocada como um suporte inicial às estas famílias para que posteriormente consigam desenvolver atividades sem mais depender da estrutura e assim tornar possível estender o benefício para outras, mantendo-se assim o ciclo da demanda. A
disponibilização
de
apartamentos como parte do programa da instituição é importante, pois atende as famílias de baixa renda que não apresentam condições para morar próximas a área de tratamento. Através do programa de necessidades e de diretrizes projetuais que contemplará aspectos da arquitetura humanizada o projeto pretende atender os usuários quanto as restrições espaciais como forma de auxiliar a adaptação dos mesmos na nova fase do tratamento. A moradia temporária atenderá as famílias migrantes de acordo com a análise do serviço social do hospital de tratamento em parceria com as assistentes sociais da estrutura de apoio. A estrutura estará disponível não apenas para as famílias que a utilizam como moradia, mas às famílias em tratamento e não vinculadas ao programa habitacional e à comunidade 79 UNICAMP | TFG 2013
do entorno próximo da área de implantação do projeto. Esta também poderão usufruir da instituição através da disponibilização da estrutura construída para as atividades complementares e áreas de vivência. As atividades complementares são de livre acesso para a população vizinha da área de implantação do projeto e que não está vinculada, necessariamente, ao hospital ou qualquer tratamento oncológico. Há a intenção de que as pessoas que não estão vinculadas a estrutura de tratamento paguem pequenas taxas para a prática das atividades e uso dessa estrutura, de forma a gerar renda para a manutenção.
Humanização através da criação de uma nova área temática que a contenha. Desta forma, a instituição de apoio entra no percurso que a família faz do diagnóstico até o início do tratamento no hospital habilitado e assim o encaminhamento, pelo serviço social do hospital, para a instituição de apoio. Assim, o projeto através da criação de uma base inicial - a estrutura a disseminação do arquitetônico.
pretende estrutura embrião, conceito
Como forma de replicabilidade do espaço arquitetônico desenvolvido para abrigar a instituição, visa-se atrelar a estrutura a Política Estadual de 80 UNICAMP | TFG 2013
INFOGRÁFICO 01: PROGRAMA PROGRAMA DE NECESSIDADES + LOCALIZAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO
OFICINAS
MORADIA CONVENCIONAL
SALA ECUMÊNICA
RECEPÇÃO
RECEPÇÃO + ADMINISTR AÇÃO
CORREDOR FUNCIONA
MORADIA TMO
L + PORTARIA DE CONTR
OLE
tre mum en área co mentos ta r a FUNCIONAL + os ap APOIO EMERGENCIAL MORADIA CONVENCIONAL
MORADIA E ATIVIDADES RELACIONADAS (essenciais para seu funcionamento)
HORTA + SUPORTE
BICICLETÁRIO + OFICINA DE BICICLETAS
RESTAURANTE E PADARIAESCOLA
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
LOCALIZAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO
81 UNICAMP | TFG 2013
A DISTRIBUIÇÃO DOS USOS NA IMPLANTAÇÃO
INFOGRÁFICO 02: HIERARQUIA DOS USOS DO USO PÚBLICO AO USO PRIVADO
ÁREAS VERDES
PÚBLICO
SEMI-PÚBLICO
SEMI-PRIVADO
PRIVADO
82 UNICAMP | TFG 2013
INFOGRÁFICO 03: ACESSOS ACESSOS _ MORADORES (vindos do centro de tratamento - veículos da instituição), PEDESTRES E FUNCIONAL (funcionários, acesso restaurante e padaria-escola e emergencial)
ENTRADA E SAÍDA DA INSTITUIÇÃO - VEÍCULO PERCURSO DOS MORADORES ATÉ ÁREA DE ESPERA PARA TRANSPORTE
ACESSO EXCLUSIVO P/ MORADIA UNICAMP com controle de acesso ACESSO VEÍCULOS INSTITUIÇÃO
ENTRADA E SAÍDA DA INSTITUIÇÃO - VEÍCULO PERCURSO DOS MORADORES ATÉ ÁREA DE ESPERA PARA TRANSPORTE
ACESSO DE PEDESTRES moradores e visitantes
ACESSO VEÍCULOS INSTITUIÇÃO
CORREDOR FUNCIONAL acesso restrito para funcionários
ÁREA CARGA E DESCARGA DO RESTAURANTE E DA PADARIA-ESCOLA
ENTRADA E SAÍDA FUNCIONÁRIOS
ENTRADA E SAÍDA VEÍCULOS
83 UNICAMP | TFG 2013
INFOGRÁFICO 04: MORADIA - ACESSOS ACESSOS (externos_rua e internos), E CIRCULAÇÃO INTERNA DOS BLOCOS DA MORADIA
ACESSOS EXTERNOS COTA 12.10
COTA 09.30
ACESSO RUA - rua lucia tonon martins
COTA 06.50
ACESSO pela cota 7.50
ACESSO pela cota 7.50
ACESSO pela cota 7.50
ACESSO pela cota 7.40
CIRCULAÇÃO INTERNA DA MORADIA COTA 12.10 circulação horizontal ligação entre os blocos
COTA 09.30 circulação vertical da cota 9.30 - 12.10
84
COTA 06.50 circulação vertical da cota 6.50 - 9.30
UNICAMP | TFG 2013
INFOGRÁFICO 04 - continuação: MORADIA - ACESSOS
ACESSO pela cota 7.50
ACESSOS (externos_rua e internos), E CIRCULAÇÃO INTERNA DOS BLOCOS DA MORADIA
ACESSO pela cota 7.40
CIRCULAÇÃO INTERNA DA MORADIA COTA 12.10 circulação horizontal ligação entre os blocos
COTA 09.30 circulação vertical da cota 9.30 - 12.10
COTA 06.50 circulação vertical da cota 6.50 - 9.30
85 UNICAMP | TFG 2013
09.01 PROJETUAIS
REFERÊNCIAS
As referências projetuais do projeto estão divididas de acordo com os conceitos de partido descritos anteriormente. Sendo eles:
CONCEITO 01| Estudo de Apropriação Espacial CONCEITO 02| Hieranquia dos Usos CONCEITO 03| Negação do Espaço Hospitalar e Humanização
09
86 UNICAMP | TFG 2013
CONCEITO ESTUDO DE APROPRIAÇÃO ESPACIAL APLICAÇÃO: PROJETO ARQUITETÔNICO QUE DIFERE DO CONVENCIONAL Hazelwood School for the Sensory Impaired Gordon Murray+Alan Dunlop Architects Glasgow, Escócia | 2007
das especificações convencionais e padronizadas, por exemplo o uso de corrimãos para sinalizar o percurso correto, sobre o que seria o ambiente ideal para esse público tão específico e o projeto foi desenvolvido de forma que no percurso contivesse elementos que trabalhassem a sensibilidade sonora, tátil e visual dos usuários da escola.
Quanto aos materiais utilizados no projeto, foi desenvolvida uma palheta de materiais naturais com grandes diferenças de texturas para estimular tato, olfato e visão. O corredor interno é revestido de cortiça texturizada de diferentes formas que funciona como um mapa tátil para guiar o usuário pelo projeto.
Um dos exemplos de como essa forma de apropriação do espaço diferente da convencional foi utilizada na concepção deste projeto referencial é a forma como a implantação do prédio é desenvolvida de forma que o corredor principal da escola contenha curvas e materiais diversos que indicam o caminho, o que reforça o princípio do projeto de se apropriar do espaço para aprendizagem alternativa diferente do convencional.
Outro ponto de referencia, é a relação entre a implantação e as árvores já existentes no local. A implantação foi desenvolvida de forma a abraçar as árvores existentes no terreno e assim, faz com que o prédio se curve para elas criando áreas mais íntimas para atividades externas.
Ambiente de Aprendizagem Alternativa. Capacidade 60 alunos, entre 2 e 19 anos, com deficiências múltiplas. Os alunos apresentam duas ou mais deficiências, entre: deficiência visual, auditiva com dificuldade de mobilidade ou disfunção cognitiva. O objetivo desse projeto era criar um ambiente seguro mas, ao mesmo tempo, estimulante tanto para os alunos como para os funcionários. Assim, os arquitetos eliminaram a maioria
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Imagem_24 e 25| Vôo de pássaro e planta pavimento térreo: corredor central com curvas difere das especificações convencionais e padronizadas.
Imagem_26, 27 e 28| As curvas do prédio geram praças íntimas próximas as salas de aula. Corredor central da escola - solução de sinalização diferente das convencionais uso de diferentes materiais de texturas diversas. Vista externa do prédio a partir das praças íntimas geradas pelo desenho de sua implantação.
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APLICAÇÃO: RELAÇÃO ENTRE PROJETO DE USO MISTO E SEU ENTORNO Proposta para Conjunto Residencial em Antigo Anfiteatro, Nice Architects - Bratislava, Eslováquia | 2012 O projeto surgiu a partir de um concurso em que o objetivo era o desenvolvimento de um projeto arquitetônico para uma área que abrigava um teatro ao ar livre. O escopo do concurso solicitava que o programa da proposta fosse residencial e o projeto apresentado por esse escritório e referência projetual para esse trabalho foi o primeiro colocado. Umas das preocupações do escritório foi com a insolação já que a maior parte do terreno estava voltado para Norte, os apartamentos tem plantas
flexíveis que permitem certa liberdade por parte do morador.
“[...]esta idéia ajudou a criar uma arquitectura caracterizada pela escala humana, conexão com o local e com variedade de espaços públicos.”¹ ¹ Fernando Castro Fonte:http://www.plataformaarquitectura. cl/2013/01/30/propuesta-para-conjuntoresidencial-en-un-antiguo-anfiteatro-enbratislava/
A principal referência para o projeto apresentado nesse memorial foi a forma como o escritório estudou e depois materializou, enquanto projeto, a relação entre os espaços públicos e privados, áreas residenciais e áreas com disponibilidade de serviços ao
público em geral. Os caminhos e os jardins conduzem os usuários de forma que os mesmos, inconscientemente, “respeitam” os limites de privacidade dos moradores sem que haja um isolamento físico entre os dois usos diversos. Transportando a referência apresentada para o projeto da instituição de apoio, há um similaridade entre a junção de tipologias diferentes entre si e a intersecção das vias de circulação dentro do terreno, garantindo espaços que possibilitem o encontro e troca de experiências ao mesmo tempo que assegurem a privacidade das famílias moradoras.
89 UNICAMP | TFG 2013
Imagem_30| Infográficos: Estacionamentos e persursos - valorização do pedestre.
Imagem_29| Infográficos: função, relação público x privado e suas variações e áreas verdes. Preocupação com a manutenção da privacidade dos moradores porém sem criar barreiras físicas (muros) implantação desenvolvida pelos percursos.
Imagem_31| Localização da parte residencial e da parte comercial paralela com a via de maior circulação. 90 UNICAMP | TFG 2013
Imagem_32, 33 e 34| Implantação do conjunto residencial e perspectivas dos caminhos e jardins que fazem a ligação entre as diversas atividades do programa proposto.
91 UNICAMP | TFG 2013
CONCEITOS
NEGAÇÃO DO ESPAÇO HOSPITALAR E HUMANIZAÇÃO Rede Sarah Kubitschek, João Filgueiras Lima - Lelé
HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK, Brasília, Brasil | 1980
“Conceitualmente, a integração entre arquitetura e medicina é especialmente potencializada nestas obras [Rede Sarah Kubitschek], tornando-os experiências importantíssimas na criação de espaços alternativos para terapia e cura de doentes.” Ekerman, S.K.¹ ¹Um
quebra-cabeça
chamado
Lelé,
Sergio Kopinski Ekerman, 2005. Hospital Sarah Kubitschek, Brasília, Brasil | 1980
Hospital focado no cuidado com o sistema locomotor. A implantação deste hospital ocorreu em um lote menor do que os demais hospital da rede. Isso foi considerado um ponto negativo pois a dimensão do terreno, ‘obrigou’ o arquiteto a verticalizar parte do edifício o que, segundo ele, dificulta a setorização e a integração dos espaços. O seguinte trecho descreve como a circulação é desenvolvida no projeto para o hospital quanto a parâmetros funcionais de não cruzamento de fluxos indesejados e como a estética é trabalhada até nos corredores:
“Circulação é trabalhada de modo a evitar fluxos desagradáveis. Pacientes, funcionários, lixo hospitalar, doadores de sangue, por exemplo, todos possuem acessos específicos de circulação no hospital.[...] As circulações de uso comum, por sua vez, são diferenciadas - recebem iluminação e ventilação natural ou obras de arte, a fim de transformar este espaço, que apesar de não ser um local de permanência contínua, em um local mais agradável.” ¹ M.E.Rocha ¹”Humanização do Edifício Hospitalar” 92 UNICAMP | TFG 2013
Tese.
No projeto esse conceito estará presente, principalmente, no desenvolvimento da circulação e acessos internos sempre priorizando a privacidade do morador da instituição. Áreas de estacionamento e circulação de automóveis devem ser locados de forma a não competir visualmente com as áreas de vivência e jardins.
HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK, Rio de Janeiro, Brasil | 2009
“O último hospital da Rede representa o desdobramento dos estudos desenvolvidos para os hospitais da Rede Sarah desde 1980, quando o Sarah Brasília foi inaugurado.” ROCHA, M.E¹ ¹ “Humanização do Edifício Hospitalar” Tese Mestrado Mackenzie.
Hospital focado no cuidado com o sistema locomotor, é o último hospital da Rede Sarah Kubitschek.
“O arquiteto projetou grandes coberturas com pé direito variável, tendo o mais baixo 8m de altura, formando imensos sheds cuja disposição é totalmente desvinculada da organização dos espaços internos. Os forros planos por sua vez são constituídos de peças basculantes de policarbonato, guarnecidas por caixilhos metálicos. Os espaços compreendidos entre os forros e as coberturas, com pé direito superior a 4m, compõem, num só tempo, um grande colchão de ar, ventilado e um difusor de luz solar que penetra pelos sheds.” ROCHA, M.E.¹ ¹ “Humanização do Edifício Hospitalar” 93 UNICAMP | TFG 2013
Tese Mestrado Mackenzie.
O arquiteto utiliza ventilação e iluminação na maioria dos ambientes do projeto, com alguns casos que fogem a regra como os centros cirúrgicos em que a assepsia é necessária.
uso da iluminação e ventilação natural predominante e a estruturação de pátios internos ajardinados além de áreas de contemplação para os jardins externos.
Assim como no projeto para o Sarah de Brasília, nesse também se faz presente de forma mais enfática o trabalho do arquiteto quanto a desenvolvimento de uma comunição constante entre ambientes internos e externos, seja por conta do uso de iluminação e ventilação natural em quase toda sua extensão, dos painéis transparentes de fechamento da fachada ou ainda dos jardins internos do prédio. Os elementos utilizados embasados por esse contexto para ‘trazer a natureza’ para dentro do ambiente é o 94 UNICAMP | TFG 2013
Imagem_35 e 36| Jardim interno ajardinado no corredor das unidades de internação do hospital da Rede Sarah no Rio de Janeiro. Teto retrátil permite a ventilação e a manutenção do jardim. Croqui do hospital do Rio de Janeiro, Lelé: Jardins internos.
Imagem_37,38 e 39| Imagens do Hospital da Rede Sarah em Brasília. Jardins permeiam tanto ambientes de estadia como a sala de espera como corredores e pequenas varandas nos andares superiores.
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09.02 COMPLEMENTARES
Atualmente, existem instituições filantrópicas que trabalham com o objetivo principal de abrigar, temporariamente, as famílias migrantes em tratamento oncológico infantil e de oferecer, além da moradia, local para prática de atividades extras, como cursos de artesanato e costura. As famílias, nessas instituições conformadas pelo paciente e um acompanhante, têm acesso às instituições de apoio após a triagem do serviço social do hospital que o paciente realiza o tratamento. A referência complementar deste projeto é baseada na análise de algumas estruturas existentes, a Casa Hope - localizada em São Paulo e as instituições de apoio vinculadas ao Centro Infantil Boldrini - localizadas em Campinas.
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CASA HOPE A Casa Hope, localizada na Cidade de São Paulo, é uma instituição de apoio filantrópica que foi utilizada como referência complementar para o desenvolvimento desse projeto. Essa instituição trabalha em parceria com o serviço social de vários hospitais que realizam tratamento do câncer infantil e tem como objetivo dar suporte a famílias de baixa renda que estão em tratamento oncológico. As famílias para participarem das atividades da instituição passam por uma avaliação do hospital, local em que a criança realiza tratamento, em conjunto com os profissionais da Casa e juntos avaliam se a família, normalmente formada por paciente e acompanhante, se enquadram nos pré-requisitos para utilizar a estrutura de apoio e fazer
parte do programa de auxílio. Após a verificação do perfil da família é avaliada a disponibilidade de vagas e assim a família é encaminhada para a instituição. Esta instituição não determina o tempo máximo de estadia na casa de apoio pois atrela o tempo de permanência a alta médica. A Casa Hope atende 192 pessoas, vinculadas ao tratamento do câncer infantil, que são separados em quartos que comportam quatro pessoas, ou seja, duas famílias formadas por um paciente e um acompanhante. O programa da instituição não fica restrito a questão da moradia, a mesma também abriga áreas de lazer internas como brinquedoteca e salas de TV e externas como quadra e solarium e espaço específicos para capacitação profissional - espaço voltado, principalmente, para os acompanhantes dos pacientes. Durante
toda permanência na instituição, as famílias têm direito a roupas de cama e de banho além do transporte para os centros de tratamento.
Imagem_40 e 41| Unidades habitacionais e transporte - Casa Hope
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CENTRO INFANTIL BOLDRINI | O HOSPITAL E AS INSTITUIÇÕES DE APOIO O Centro Infantil Boldrini além dos tratamentos e a estrutura convencional* de hospital, como centro cirúrgico, UTI e consultórios, também abriga atividades com foco no desenvolvimento emocional do paciente e sua família, conceito materializado em ambientes como a brinquedoteca, sala de estudos, salas de apoio psicológico, a Estação Boldrini entre outras. Além da estrutura médica, o hospital trabalha em parceria com três instituições filantrópicas de apoio moradia que também disponibiliza atividades extras para os pacientes e familiares que estão hospedados em suas unidades habitacionais. As instituições são a APACC - Casa Ronald, o Instituto Ingo Hoffman e a Associação Evangélica
Beneficente David Rowe, exclusiva para o atendimento de pacientes vinculados ao transplante de medula óssea. Em todos os casos, a disponibilização das áreas para atividades e a estrutura de vivência está vinculada ao uso da instituição quanto moradia-temporária, limitando o número de usuários de acordo com as vagas disponíveis para acomodação.
Casa Ronald
*Informações complementares em anexo CENTRO BOLDRINI
Instituto Ingo Hoffmann
proposta de implantação do projeto David Rowe
N
Imagem_42| Localização das instituições em relação ao Centro Infantil Boldrini.
98 UNICAMP | TFG 2013
APACC - CASA RONALD A APACC é uma instituição filantrópica afiliada a um programa mundial denominado Ronald McDonald House Charities. A verba para seu sustento é derivada tanto das doações do programa através de ações como o Mc Dia Feliz, assim como doações de fontes diversas. A casa de apoio está localizada na Rua Nadia Helena Battistone da Silva, nº355 em Barão Geraldo, a cerca de 7km do Centro Infantil Boldrini. A Casa Ronald atende 112 pessoas vinculadas ao tratamento do câncer infantil, em aproximadamente 1.800m² de área construída. As famílias são separados em quartos que comportam quatro pessoas, ou seja, duas famílias formadas por um paciente e um acompanhante - 28 quartos e 14 banheiros. O programa da instituição
não fica restrito a questão da moradia, a mesma também abriga áreas de lazer internas como sala de artesanato, sala de cinema e biblioteca. Durante toda permanência na instituição, as famílias têm direito a roupas de cama e de banho além do transporte para os centros de tratamento.
Imagem_43, 44 e 45| Refeitório, Solarium e Sala de Informática - Casa Ronald
99 UNICAMP | TFG 2013
INSTITUTO INGO HOFFMANN O Instituto Ingo Hoffmann disponibiliza 30 chalés para o atendimento de 30 famílias, em, aproximadamente, 2.200m² de área construída. As famílias são separados em quartos que comportam quatro pessoas, ou seja, duas famílias formadas por um paciente e um acompanhante - 30 chalés. O programa da instituição não fica restrito a questão da moradia, a mesma também abriga áreas de lazer internas e externas como sala de informática, biblioteca e brinquedoteca. Durante toda permanência na instituição, as famílias têm direito a roupas de cama e de banho além do transporte para os centros de tratamento.
da instituição, inclusive, foi uma doação do hospital para os responsáveis da instituição.
Imagem_46 e 47| Tipologia das unidades habitacionais e implantação do Instituto Ingo Hoffmann.
A casa de apoio está localizada na Rua Márcia Mendes, nº 679 em Barão Geraldo. O terreno para a construção 100 UNICAMP | TFG 2013
ASSOCIAÇÃO EVANGÉLICA BENEFICENTE DAVID ROWE A Associação é um instituição exclusiva para o atendimento de famílias que estão envolvidas no tratamento com transplante de medula óssea. Também de caráter filantrópico como as demais, a casa de apoio concede as famílias residentes roupas de cama e de banho e transporte até o hospital. A instituição está localizada na Rua José Pugliese Filho, nº798, em Barão Geraldo, a cerca de 5 km do Centro Infantil Boldrini.
101 UNICAMP | TFG 2013
TÓPICOS DE REFERÊNCIA | CASA HOPE + INSTITUIÇÕES VINCULADAS AO CENTRO INFANTIL BOLDRINI Como referência complementar foram elencados três tópicos que influenciaram no desenvolvimento do projeto, que foram: local de implantação, programa de necessidades e de atividades e definição dos usuários. Esses itens foram considerados referência base para o desenvolvimento do projeto proposto para a instituição-embrião.
e até desejada no caso do projetoembrião, devido a rotina de tratamento, os projetos estão inseridos em locais majoritariamente residenciais o que acaba por distanciar as famílias usuárias das instituições de um convívio com outras realidades e a vivência da cidade que residiram durante o tratamento - a mesma acaba por depender inteiramente da casa de apoio. Devido ao tempo de tratamento, que pode durar até mais de 5 anos, é interessante que essa família esteja inserida em um contexto urbano que permita certa flexibilidade quanto a comércio, serviços e transporte.
LOCAL DE IMPLANTAÇÃO PROGRAMA DE NECESSIDADES O Instituto Ingo Hoffmann e a Casa Ronald estão implantados em local deslocado do “centro” urbano de Barão Geraldo. Apesar da proximidade com o hospital ser muito bem vinda
Outro ponto que foi analisado como tópico para referência foi o programa de necessidades das instituições e os tipos de usuários que a
instituição e o programa comportavam. Primeiro foi observado a parte do programa referente a moradiatemporária e a relação de moradores por unidade habitacional. Nas instituições estudadas para referência, os apartamentos comportavam 2 famílias, com exceção do Instituto Ingo Hoffmann que disponibiliza um chalé por família, formada por duas pessoas (paciente + acompanhante). Para o programa de necessidades do projeto-embrião referente a esse memorial foi priorizada, primeiramente, a intimidade das famílias moradoras da instituição de forma a manter apenas uma família-padrão por apartamento. O intuito é que os moradores possam alternar entre a privacidade da unidade habitacional e a integração com outras famílias nas áreas 102 UNICAMP | TFG 2013
de lazer internas e externas da instituição - “dar liberdade” para a família escolher de acordo com o momento que está enfrentando.
deslocamento de todos os membros da família e não apenas um acompanhante responsável. DEFINIÇÃO DOS USUÁRIOS
Outra característica incorporada no projeto é a flexibilidade dos apartamentos sob o ponto de vista de permitir que algumas unidades abriguem famílias maiores, de até quatro pessoas ou que possam ser utilizadas por duas famílias-padrão em caso de exigência da demanda por vagas. A intenção de incorporar certa flexibilidade ao programa referente a moradia foi visando contemplar, por exemplo, casos de tratamentos muito longos, em que há necessidade de toda a família, tanto pais como outros dependentes, de se deslocarem para próximo do centro de tratamento ou em situações que a cidade-natal do paciente é em outro estado, o que muita vezes caracteriza o
O público-alvo das instituições descritas acima abrange apenas as famílias vinculadas a estrutura de moradia-temporária o que impede que outras famílias em tratamento no hospital utilizem-na. A instituição desenvolvida nesse trabalho visa a estruturação de áreas que atendam não exclusivamente os usuários abrigados nos apartamentos e sim que comporte um espaço de vivência para que as demais famílias em tratamento oncológico também possam usufruir e participar das atividades englobadas no programa de necessidades, abrangendo desta forma um número maior de usuários potenciais.
das atividades e dos espaços como praças internas e biblioteca para uso da comunidade do entorno onde a instituição está implantada. O objetivo da inserção desses usuários no programa de necessidades é a assimilação da estrutura pelo cotidiano da comunidade no qual está implantada, fazendo com que os moradores da instituição participem dela e consigam de forma mais natural se adaptar a nova rotina tanto relacionada ao tratamento como a mudança de cidade.
Outro ponto é a abertura 103 UNICAMP | TFG 2013
10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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104 UNICAMP | TFG 2013
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O TRANSPLANTE DEMEDULA ÓSSEA |
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ANEXOS
A Medula óssea é o tecido que ocupa o interior dos ossos e é responsável pela produção dos componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Funções de cada componente: 1. Hemácias: transportam oxigênio/ gás carbônico 2. Leucócitos: compõe sistema de defesa do organismo 3. Plaquetas: compõe o sistema de coagulação sanguínea.
DENOMINAÇÃO DOS LOCAIS DE TRATAMENTO | As Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) são hospitais estruturados para tratar, no mínimo, os cânceres de maior incidência no país, sendo eles: o câncer de mama, de próstata, de colo do útero, estômago, cólon e reto, exceção do câncer de pele nãomelanoma que pode ser tratado em locais
de serviço não-especializados. Os Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), são hospitais estruturados para atender todos os tipos de câncer. Fonte: Ações de Controle -Tratamento do Câncer pelo SUS.
A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO | A política, parceria da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, foi lançada 2003 com o objetivo de aprimorar o serviço prestado no SUS, principalmente, no que diz respeito ao atendimento, com o foco no cuidado para com o usuário da rede. Ela é articulada nos estados e municípios através de suas secretarias de saúde, com o objetivo de disseminar os conhecimentos e inovações da área da saúde. Inovações na área da saúde que a política propõe: 1. Estabelecer vínculos solidários e incentivar a participação de todos os envolvidos no processo de gestão; 2. Mapear onde estão localizadas as maiores demandas sociais da saúde;
3. Alteração do modo de atendimento, com foco nas necessidades dos usuários; 4. Um trabalho coletivo para que haja um atendimento com mais qualidade e rapidez; 5. Comprometimento com a qualidade dos ambientes propostos para melhor condição de atendimento; A Política Nacional de Humanização é focada no cumprimento de 3 macro-objetivos principais com o intuito de gerar resultados práticos para a população que utiliza o Sistema Único de Saúde. Os objetivos são: 1. Priorizar a atenção básica/ fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários. 2. Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil. 3. Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os 107 UNICAMP | TFG 2013
processos de formação e produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições. E os resultados esperados são:
| os serviços de saúde devem incentivar que os usuários conheçam os seus direitos e que os mesmos sejam cumpridos em toda fase do tratamento.
1. ampliar o acesso a rede SUS com redução de filas. 2. atendimento focado nos critérios de riscos. 3. garantir os direitos dos usuários da rede. 4. valorizar o papel do colaborador da área da saúde.
Com objetivos e diretrizes de aplicação traçados, a Política Nacional tornase a base para as políticas estaduais. Através dos conceitos-base, a Política Estadual se desenvolve de modo a “abraçar” temáticas mais importantes para o estado.
Algumas diretrizes foram traçadas pelo Ministério da Saúde como forma de direcionar o trabalho da Política Nacional de Humanização para conseguir alcançar os resultados esperados, entre elas:
A Política Estadual de Humanização visa dar suporte mais localizado, em parceria com as Secretarias de Saúde municipais, a Política Nacional de Humanização através de temáticas pré-determinadas. Atualmente, dentro dessa política existem duas áreas em que a humanização é tratada de forma diferenciada: a Assistência ao Parto e a Saúde Mental, com propostas exclusivas e focadas nessas duas circunstâncias. Ambos os temas, tratam de casos em que a situação da pessoa foco da temática altera a dinâmica e a estrutura familiar, a política é inserida
Acolhimento | deve basear a relação entre funcionários e usuários do SUS e assegurar que todos sejam atendidos, de acordo com as prioridades. Defesa dos Direitos dos Usuários
POLÍTICA ESTADUAL DE HUMANIZAÇÃO
como forma de melhorar o atendimento para esses casos frágeis e criar planos de ação mais específicos para a necessidade das pessoas envolvidas nessa rotina hospitalar. Temática 01 | Assistência ao parto: Essa temática tem o objetivo de reduzir a mortalidada da mãe e da criança durante e pós o parto através da mudança do modelo atual de atendimento em que o uso excessivo de medicamentos e de práticas infasivas que muitas vezes acabam por deixar a família distante do processo, por um modelo atual em que a presença da família é valorizada através da diminuição de medicamentos, principalmente. Outro plano de ação dessa temática é o incentivo ao aleitamento materno através de esclarecimentos durante as consultas pré-natais e campanhas publicitárias. Temática 02 | Saúde Mental: A Política Nacional de Saúde Mental, lei 10.216/02, pretende alterar o modelo de tratamento à saúde mental através 108 UNICAMP | TFG 2013
da inserção ao convívio familiar e com a comunidade em contrapartida do isolamento. O objetivo é garantir a livre circulação das pessoas com distúrbios mentais pelos serviços e pela comunidade. Essa área conta com centros de serviços como o CAPS - Centros de Atenção Psicossocial, que são instituições para pacientes com transtornos mentais para incentivar a integração familiar e com a comunidade além da busca pela autonomia e oferecer tratamento médico especializado.
CENTRO INFANTIL BOLDRINI | Sobre o programa serão caracterizados os seguintes itens: as unidades de internação, o centro de radioterapia, o centro de transplante de medula óssea, a áreas de fisioterapia, odontologia e nutrição, biblioteca, sala de apoio pedagógico, brinquedoteca e Estação Boldrini. A partir da descrição dessas práticas exercidas pelo hospital pode-se avaliar a extensão do seu programa de necessidades e a preocupação
com a saúde física e emocional das pessoas envolvidas no processo de tratamento. Unidades de Internação | As unidades de internação estão distribuídas em 2 andares do hospital e sua capacidade é para 77 leitos que ficam separados em 6 alas. Cada ala conta com nove quartos e um posto de enfermagem central, o quarto da paciente fica voltado para o centro e é separado do quarto da família por um vidro. Para acessar o quarto do paciente é necessária a higienização das mãos nas pias externas localizadas na área da unidade de internação destinada a família e aos visitantes. Os quartos são iguais tanto para quem realiza o atendimento por convênios privados como para quem é atendido pelo Sistema Único de Saúde e o tempo médio de internação é 5 dias, superior a isso apenas em casos muito graves. Centro de Radioterapia, Medicina Nuclear e Imagem e Centro de Transplante de Medula Óssea |
O Centro de Radioterapia, Medicina Nuclear e Imagem é uma das áreas de implantação mais recente, inaugurada em 2005 e conta com equipamentos capazes de realizar quatro tipos de tratamentos. O Centro de Transplante de Medula Óssea conta com equipamentos responsáveis pela filtração do ar que o paciente transplantado está, funcionando como uma câmara de vácuo, esse equipamento é necessário pois mantém o paciente protegido já que o processo do transplante de medula óssea destrói as células responsáveis pela proteção do corpo. Hoje a capacidade operacional do hospital é de 60¹ transplantes por ano. ¹ Dado retirado do site institucional do Centro Infantil Boldrini
Fisioterapia, Odontologia e Nutrição | O hospital conta com uma equipe composta por ortopedistas, fisiatras e fisioterapeutas que trabalham com a prevenção e com a recuperação 109 UNICAMP | TFG 2013
de crianças portadoras de tumores ósseos e com sequelas neurológicas derivada de tratamento cirúrgico ou do próprio local de instalação do tumor. O serviço de odontologia é administrado pois são comuns inflamações na mucosa e infecções bucais, devido aos tratamentos como quimioterapia e radioterapia. O tratamento odontológico é importante para a melhora da qualidade de vida do paciente em tratamento e indispensável para evitar que complicações na saúde bucal impeça que ele consiga alimentar-se corretamente. A nutrição auxilia principalmente os pacientes submetidos ao tratamento quimioterápico. Devido aos efeitos colaterais, há uma preocupação em torno da perda de peso e enfraquecimento, a equipe de nutrição é responsável pela orientação dos alimentos corretos para composição da dieta e pela
indicação de reforços mais severos como a colocação de sondas para que a criança consiga ganhar peso para dar continuidade ao tratamento. Biblioteca e Sala de Apoio Pedagógico | Com acervo de 1400 livros científicos, a biblioteca tem função de fornecer suporte para os profissionais que trabalham no hospital. Periódicos nacionais e internacionais que são adquiridos através das doações, o hospital conta com parceria com o Children’s Oncology Group (EUA) que compartilha com o hospital os resultados das últimas pesquisas em câncer infantil. Além do caráter científico, o hospital também mantém uma biblioteca para funcionários, pacientes e familiares,com 700 livros disponíveis. As salas de atendimento pedagógico são disponibilizadas para que a criança continue seu processo educativo. Há também a parceria com instituições voltadas a provas vestibulares, como o ENEM, e, segundo informação
do site institucional do Boldrini, anualmente mais de 2000 pacientes são orientados. Brinquedoteca e Estação Boldrini | Com uma área de 220m², a brinquedoteca foi dividida em temas de acordo com a faixa etária e tipo de material - área destinada a crianças até 3 anos de idade, área de leitura, área de informática, oficina de artes, entre outras. Essa é uma estrutura que funciona dentro das dependências do Boldrini e auxilia os pacientes e familiares no momento de espera entre para atendimento e procedimentos médicos. A Estação Boldrini fica localizada na parte externa ao hospital e tem a função de acolher as famílias que esperam por transporte público para retornar para sua casa. Fundada em 2004, a Estação é uma parceria do Boldrini com a AACCA (Associação de Apoio à Criança com Câncer de Americana). Aproximadamente, 300 pessoas utilizam a Estação por mês.
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“[A Estação Boldrini tem como objetivo] estender o compromisso do cuidado às crianças e adolescentes, pacientes do hospital, para além dos muros do Boldrini, responsabilizando-se pela dignidade da espera e consequente melhora de qualidade de vida; oferecer aos pacientes portadores de câncer e seus familiares instalação adequada para a espera, com local para repouso e alimentação; desenvolver atividades lúdicas e educativas, através do trabalho voluntário, durante o período de espera, tornando-a mais amena e produtiva”. Dra. Silvia Brandalise - Presidente do Centro Infantil Boldrini.
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