MULHERES DE HIDERABADE M. Margarida Pereira-Müller
sociação das A As n
de Odivela s uto tit
Alunas do as In s tig
Título: Mulheres de Hiderabade Autora: M. Margarida Pereira-Müller Fotos: M. Margarida Pereira-Müller Paginação: M. Margarida Pereira-Müller Organização: AAAIO – Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas Impressão: Publirep, Lda. Depósito legal n.º: 439544/18
@ M. Margarida Pereira-Müller, 2018
A acreditar no primeiro verso do poema de Neruda, “Muere lentamente quien no viaja,”(…), M. Margarida Pereira-Müller será eterna. Não há muitos viajantes que, além do próprio prazer de viajar, tragam de cada viagem um livro esboçado que nos fale da história, das lendas e da gastronomia das terras por onde vai passando. A Margarida procura toda a informação disponível para, durante a viagem, ir escrevendo um blogue https://cadernos-de-viagem.blogspot.pt/ e, chegada a “terra firme”, um livro. Desta vez, não temos um livro com receitas, por enquanto, mas uma exposição de fotografias acompanhada de um bonito catálogo que nos mostra as Mulheres de Hiderabade que a fotógrafa teve oportunidade de observar, enquanto esteve num Congresso sobre empreendedorismo, naquela cidade. O Feminino, in latu sensu, é um dos temas de eleição desta fotógrafa, bloguista, escritora grande defensora do papel da Mulher na sociedade contemporânea. Esta exposição revela-nos um universo algo intimista das mulheres que via na rua, ou entre portas, “vestidas com saris, com salwar kameez ou com trajes islâmicos”. E a Autora teve oportunidade de ver, de sentir que “as mulheres de Hiderabade (…) são fortes. E empreendedoras. (…) o pilar das famílias”, como em quase todo o mundo. Exortamos a nossa colega globetrotter, a viajante incansável a preparar um livro com as receitas recolhidas, as lendas registadas e, claro, as fotografias captadas. A AAAIO, como sempre, apoiará uma iniciativa do género. Lisboa, 7 de abril de 2018 Joaquina Cadete Phillimore Presidente da Direção da AAAIO
Hiderabade é uma cidade muito frenética, cheia de engarrafamentos mas com uma história com mais de 400 anos. Foi a cidade dos Nizams, do quais resta o belíssimo e o enorme palácio entre muitos outros. Em tempos foi famosa pelos seus palácios e pérolas. Hiderabade é a segunda maior cidade indiana (em termos de área) e tem a quarta maior população de toda a Índia. É a capital do estado de Telangana (antigo estado de Andhra Pradesh). Um segundo lar para gigantes como a Amazon, Google, Apple e Uber, entre muitos outros, Hiderabade tornou-se nos últimos anos um solo fértil para inovações e a atividade empreendedora no país. A cidade criou todo um ambiente holístico com fantásticos apoios ao empreendedorismo e uma forte infraestrutura dedicado ao empreendedorismo, tendo impulsionado uma infraestrutura robusta, tanto física como tecnológica. Os parques tecnológicos, os cinemas e muitas sedes de empresas também contribuem para tornar Hiderabade uma das maiores – e das mais eficientes - placas giratórias de IT não só de Índia mas também do mundo – e esse bairro ganhou o nome de Cyberabad.
E no meio da confusão organizada que é Hiderabade são as mulheres que sobressaem, apesar do ratio homem-mulher (1000 vs. 945 ) ser mais alto aqui no que no resto da Índia. Vestidas com saris, com salwar kameez ou com trajes islâmicos. E não nos espantemos com a forte presença muçulmana. Hiderabade passou a ser controlada pelos muçulmanos no século XIV e assim se manteve até à entrada das tropas indianas a 18 de setembro de 1948 que anexaram o estado à União Indiana. Atualmente os hindus são em maioria (64,93%), logo seguidos pelos muçulmanos (30,13%), sendo que a maior concentração de muçulmanos se encontra na parte antiga da cidade. As mulheres tomam parte na vida da cidade: são vendedoras, varrem os templos e as ruas, andam da moto, servem nos restaurantes – e, no entanto, ouvem-se muitas queixas pelo tratamento discriminatório de que ainda vítimas: alguns hotéis não aceitam mulheres a viajar sozinhas, alguns restaurantes obrigam as mulheres a comer na zona das famílias. Mas as mulheres de Hiderabade, e na realidade de toda a Índia, são fortes. E empreendedoras. São elas o pilar das famílias. E serão um dia o pilar das empresas e do país.
O trânsito Ê infernal: muitos carros, milhares de tuk-tuk, de motoretas, carros e de pessoas. Todos apitam constantemente. �ndia!
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