Instituto Superior Politécnico Gaya Escola Superior de Ciência e Tecnologia Licenciatura: Gestão Unidade Curricular: Gestão e Organização de Empresas Instituto Superior Politécnico Gaya
Ano Lectivo: 2010/2011 1º Ano - 1º Semestre Docente: Carlos Simões Adegas
Vila Nova de Gaia 2011
FREDERICK TAYLOR - Administração Cientifica
Frederick Taylor Administração Cientifica
Gestão e Organização de Empresas
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Ficha Técnica
Instituto Superior Politécnico Gaya Escola Superior de Ciência e Tecnologia Licenciatura: Gestão Unidade Curricular: Gestão e Organização de Empresas Ano Lectivo: 2010/2011 Discentes: Nº 2948 - Marco António Carvalho Ribeiro Nº 2941 - António José da Silva Ribeiro Nº 2987 - Pedro Jorge Ferreira de Moura Nº 2939 - Ricardo José Heitor Santos
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INDICE ENQUADRAMENTO HISTÓRICO .................................................................................. 5 Século XVIII - Revolução Industrial ......................................................................... 5 AS ORGANIZAÇÕES ................................................................................................ 6 APARECIMENTO FREDERICK TAYLOR ..................................................................... 7 METODOLOGIA TAYLORISTA ...................................................................................... 8 ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO ........................................................... 11 PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA......................................................... 13 CRITICAS AO MODELO ............................................................................................. 16 CONCLUSÃO............................................................................................................. 18 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 20
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ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
Século XVIII - Revolução Industrial No final do século XVIII um conjunto de mudanças ao nível social e económico estava para acontecer. Nessa altura a actividade produtiva era artesanal e manual, com o apoio de ferramentas rudimentares e algumas máquinas simples. Os processos produtivos eram na maior parte das vezes elaborados pelo mesmo artesão, desde a obtenção da matéria-prima, transformação à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos. A Revolução Industrial consistiu num conjunto de mudanças tecnológicas com um profundo impacto no processo produtivo ao nível económico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandindo-se pelo mundo a partir do século XIX. Com esta Revolução os trabalhadores perderam o controlo do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão na função de empregados ou de operários, perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Muitos dos artesãos passaram a manobrar as máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção. Este novo movimento opera profundas transformações na sociedade, na medida em que transforma radicalmente a ciência, a tecnologia, as fontes de energia e em consequência, o funcionamento das organizações. O facto de a partir desse momento, ser possível produzir em larga escala, altera profundamente hábitos de trabalho e de vida de produtores e consumidores. Surgem as grandes fábricas, com base num conceito não artesanal. A organização industrial sofre alterações substanciais, com o triunfo da máquina a proliferação exponencial de fábricas e a forte produção em série. Estas grandes alterações que estavam a ocorrer na história da humanidade não se traduziam apenas num movimento positivo, o rápido crescimento económico,
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o grande desenvolvimento do comércio. As organizações não estavam preparadas para lidar com as novas exigências da altura, a insuficiência na gestão para a eficácia na execução das tarefas produtivas. Os conflitos sociais começam a surgir devido ao agravamento entre os novos grupos que apareciam na sociedade, os operários e o denominado por grupo dos patrões. Assim surge os primeiros e novos problemas de conflitos laborais aos quais se exige novas respostas e assim alguns investigadores e técnicos procuram dar a solução. Ainda no final do século XIX, procura-se um aumento da produtividade do trabalho com base num conhecimento científico rigoroso. A racionalidade torna-se instrumento essencial do capitalismo, ao permitir melhorar os níveis de produção e consequentemente, a margem de lucro da actividade produtiva.
AS ORGANIZAÇÕES As organizações são sistemas estáveis de indivíduos orientados para a coordenação planeada de actividades, com objectivos comuns, com uma hierarquia e com responsabilidades na divisão de tarefas. Organização qualquer que seja a dimensão, pode definir-se como um conjunto de duas ou mais pessoas inseridas numa estrutura aberta ao meio externo, trabalhando em conjunto e de um modo coordenado para alcançar objectivos. O seu enquadramento e interacção com um meio envolvente alargado e externo manifesta-se permanentemente, nas trocas de matérias-primas e serviços que ocorrem de forma continua. Deste modo, são continuamente reestruturadas e redefinidas, devido às rápidas mudanças no seu meio envolvente. Uma organização nunca está estabilizada.
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A necessidade de organizar os estabelecimentos nascidos com a revolução industrial levou à busca de soluções específicas para problemas. Assim a pesquisa de métodos especiais para administrar estes empreendimentos.
APARECIMENTO FREDERICK TAYLOR Pelas necessidades de eficiência resultantes do intenso surto industrial do final do século XIX e começo do século XX, surgiu uma concepção racionalizada da administração – a Administração Científica. Frederick Winslow Taylor foi, o mais destacado elemento desta escola de pensamento, tendo publicado trabalhos em que desenvolvia os seus pontos de vista entre 1880 e 1915, dos quais se destacam “ Shop Management “ escrito em 1911. Nascido em Filadélfia, cresceu numa família que se pautava pelos valores do trabalho, da poupança e do investimento. Taylor começou por ser um operário esforçado e hábil que progrediu na sua profissão e se fez trabalhador estudante. Escolheu estudar engenharia, algo que estava próximo das suas tarefas de operário metalúrgico, e no curto prazo de sete anos conseguiu acender de operário a engenheiro,
tendo assumido neste
período
as
funções
de
capataz,
contramestre e chefe de oficina. Evoluindo ao longos dos anos na hierarquia profissional terminou a sua carreira como consultor de empresas. Dedicou-se ao estudo dos processos laborais, incidindo a sua observação sobre as tarefas dos operários, num nível mais baixo da pirâmide organizacional, com o objectivo de evitar movimentos desnecessários, e assim tornar mais barato o produto industrial.
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METODOLOGIA TAYLORISTA
Frederick Taylor foi o inventor da gestão científica e pioneiro do conceito da produção em massa, ou seja acelerar o processo produtivo produzir mais em menos tempo e com qualidade. A teoria da gestão científica consistia numa análise temporal das tarefas individuais que permitia melhorar a performance dos trabalhadores. Depois de identificar os movimentos necessários para cumprir uma tarefa, Taylor determinava o tempo óptimo de realização de cada um deles, numa rotina quase mecânica.
Apesar de os conceitos de Taylor serem hoje encarados como pouco dignificantes do trabalho humano, a sua contribuição foi relevante, porque encorajou os gestores a terem em conta a natureza do trabalho e a melhor forma de gerir as pessoas e os recursos. Essencialmente, a nova filosofia de Taylor estabelecia que o método científico podia e devia ser aplicado a todos os problemas de gestão, e que os métodos, segundo os quais o trabalho era realizado, deviam ser determinados pela gestão, através de uma metodologia científica. Ele indicava quatro novos deveres da gestão, que podem ser enumerados como se segue:
1. O estabelecimento de uma norma científica para cada operação elementar levada a cabo por cada operário, para substituir os velhos métodos empíricos.
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2. O uso do método científico na selecção, treino e desenvolvimento dos operários, em vez da velha prática de permitir que cada trabalhador escolha as suas próprias tarefas e se forme da melhor forma que pode ou sabe.
3. O estabelecimento de um espírito de cooperação cordial entre o trabalhador e os gestores, para assegurar que o trabalho seja levado a cabo de acordo com os procedimentos cientificamente planeados.
4. A divisão da responsabilidade do trabalho entre os operários e os gestores em partes aproximadamente iguais, cada grupo responsabilizando-se pelo trabalho para o qual esteja mais qualificado, em vez da condição anterior, em que a maioria do trabalho e da responsabilidade caia sobre os ombros dos operários.
Observando o que ocorria na fábrica do início do século é possível aplicar conhecimento
ao
trabalho,
optimizar
a
produção,
descobrindo
e
prescrevendo a maneira certa de se fazer as coisas, "the one best way", para atingir o máximo em eficiência. Nessa altura estes princípios revelaram-se inovadores. Naquela época não havia nenhum pensamento por detrás do acto de trabalhar. Trabalho era acção pura. Não havia metodologia, só força bruta. Os gestores limitavam-se a estabelecer quotas de produção, não se preocupavam com processos. Como pioneiro desta nova corrente - a Administração Científica, Frederick Taylor materializa esta preocupação na história das organizações na qual procurou compreender, explicar e interpretar de forma racional e científica, com vista ao aproveitamento total da capacidade produtiva dos seres humanos, e consequente máxima eficiência do trabalho.
Esta teoria conquistou inúmeros seguidores, de tal forma que o nome do seu autor serviu para designar uma corrente de pensamento. Apresentava
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despreocupação com a vertente humanista e psicológica nas organizações, vendo-as igualmente como sistemas fechados, sem ligações com o meio envolvente que não as puramente comerciais.
A visão que os seguidores desta época pensaram
na Ciência da
Administração foi então predominantemente mecanicista. Estes autores, com filosofias economicistas, possuíam uma perspectiva materialista; vigorava a ideia do Homo Economicus, como um mero elemento da economia. Analisava-se a Administração com autoritarismo e formalismo, fazendo-se um forte apelo à razão, à ciência e à técnica. Os pioneiros da Ciência Administrativa preconizavam também a ideia de que, estudada a realidade por métodos científicos, e experimentadas as conclusões obtidas através de situações práticas nas organizações, seria possível formular princípios.
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ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO
A metodologia de Frederick Taylor tinha como objectivo a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, de modo a que fossem realizadas
num
menor
tempo possível
e
com
a melhor
qualidade,
aumentando a produção de forma eficiente. A aplicação da metodologia de Taylor baseou-se em: 1. Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, conduz a acidentes, doenças e aumento da rotatividade de pessoal. 2. Divisão do trabalho e especialização do operário: análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos, cada um se especializaria e desenvolveria as actividades em que mais tivessem aptidões. 3. Descrição pormenorizada das tarefas: a descrição e especificação das actividades assim com o conteúdo das funções. 4.
Incentivos salariais e prémios por produtividade.
5. Condições de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade. 6. Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos. 7. Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados e não por uma autoridade centralizada. 8. Homem económico: o homem é motivado por recompensas salariais, económicas e materiais. 9. A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a empresa é um sistema que se
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movimenta conforme as condições internas e externas, portanto, um sistema aberto e dialéctico.
Os benefícios do método Taylorista: Benefícios para os trabalhadores no método de Taylor 1. Os salários chegaram a atingir, em alguns casos, o dobro do que era antes; 2. Os funcionários passaram a sentirem-se mais valorizados e isso fez com que exercessem seus ofícios com mais prazer. Sentiam-se mais acolhidos pela empresa; 3. A jornada de trabalho foi reduzida consideravelmente; 4. Vantagens, como dias de descanso concedidos e remunerados.
Benefícios para os empregadores no método de Taylor
1. Produtos com qualidade superior aos anteriores; 2. Ambiente de trabalho agradável, evitando assim distúrbios e conflitos que podem gerar situações negativas dentro da empresa (ex: greves, etc.); 3. Redução de custos extraordinários dentro do processo produtivo, como a eliminação de inspecções e gastos desnecessários.
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PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA A administração científica é um modelo de administração criado por Frederick Winslow Taylor no fim do século XIX e início do século XX e que se baseia na aplicação do método científico na administração com o intuito de garantir o melhor custo/benefício aos sistemas produtivos. Taylor procurava uma forma de elevar o nível de produtividade conseguindo que o trabalhador produzisse mais em menos tempo sem elevar os custos de produção. Assim, ele observou que os sistemas administrativos da época eram deficitários.
A
falta
de
padronização
dos
métodos
de
trabalho,
o
desconhecimento por parte dos administradores do trabalho dos operários e a forma de remuneração utilizada foram as principais falhas estudadas por Taylor. Assim, em 1903, ele publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela primeira vez suas teorias. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos e movimentos. O trabalho deveria ser decomposto, analisado e testado cientificamente e deveria ser definida uma metodologia a ser seguida por todos os operários com a padronização do método e das ferramentas. Os operários deveriam ser escolhidos com base nas suas aptidões para a realização de determinadas tarefas (divisão do trabalho) e então treinados para que executem da melhor forma possível em menos tempo. Taylor, também, defende que a remuneração do trabalhador deveria ser feita com base na produção alcançada, pois desta forma, ele teria um incentivo para produzir mais. Existem quatro princípios fundamentais da Administração Científica, que são:
Princípio do Planeamento.
Princípio de Preparação do Trabalhador.
Princípio do Controlo.
Princípio da Execução.
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Princípio do Planeamento: Consiste em substituir o critério individual do operário, improviso e julgamento individual deixam de ser necessários, o trabalho deve ser planeado e testado, os movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua execução.
Princípio de Preparação do Trabalhador: Consiste em seleccionar cientificamente os trabalhadores de acordo com suas capacidades, prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor e em preparar máquinas e equipamentos melhor disposição física e disposição racional. Pressupõe o estudo das tarefas ou dos tempos e movimentos e a Lei da fadiga.
A Lei da Fadiga menciona a necessidade de intervalos periódicos visando a recuperação muscular do trabalhador. Por exemplo, para o empregado que trabalha mais de 6 horas por dia, é obrigado ser concedida 1 hora, no mínimo, de intervalo para descanso e refeição, sendo que para aquele que trabalha de 4 a 6 horas deve ser concedido 15 minutos de intervalo.
Princípio do Controlo: Controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de que está a ser realizado de acordo com a metodologia estabelecida e segundo o plano de produção.
Princípio da Execução: Consiste em distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível.
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Alguns dos exemplos da aplicação destes princípios são:
Nos anos 50 os japoneses retomaram as ideias de Taylor para renovar a sua indústria e criaram o conceito de kaizen, uma aplicação do taylorismo. Os resultados alcançados com a aplicação dessa técnica, bem como a subsequente popularidade da guerra ao desperdício, fariam os princípios da administração científica continuar desfrutando de grande interesse no virar do milénio.
A Guerra de 1914-1918 deu aos americanos oportunidades de aplicar em larga escala e mostrar aos europeus novos padrões de eficiência de operação militar. Os franceses ficaram profundamente impressionados com a velocidade das tropas americanas na construção de portos de mar, estradas e linhas de comunicação.
As empresas automobilísticas também são um exemplo possível para o taylorismo afinal é impossível imaginar uma empresa de produção automobilística sem divisões de tarefas para cada funcionário, linha de montagem, prémios para aqueles que conseguem atingir uma determinada meta na produção.
Algumas empresas treinam os seus colaboradores na própria empresa ou financiam formações, mestrado, MBA, proporcionando condições para que estes colaboradores treinados continuem nas referidas empresas após a formação, explicitando o princípio da preparação dos trabalhadores. Geralmente são as grandes companhias que realizam esse tipo de acção, basicamente pelo facto dos custos serem altos.
O princípio do controle é notado em diversas empresas de foco comercial e em diversas fábricas, onde é visível a presença de supervisores e "superiores" em geral inspeccionando os trabalhadores na execução das suas tarefas.
O princípio da execução, que basicamente pode ser resumido na atribuição de responsabilidades visando uma execução do trabalho o mais disciplinado possível.
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CRITICAS AO MODELO
Apesar de os princípios da Administração Científica terem tido uma grande aderência, não deixam de existir críticas:
Para os críticos a Administração Científica transformou o Homem numa máquina, o operário é tratado apenas como uma engrenagem do sistema produtiva, desencorajado de tomar iniciativas.
A padronização do trabalho seria mais uma intensificação deste do que uma forma de racionalizar o trabalho.
A super especialização do operário facilita o treino e a supervisão do trabalho, porém, isso reduz a sua satisfação e ele adquire apenas uma visão limitada do processo.
A Administração Científica não leva em conta o lado social e humano do trabalhador. A análise de seu desempenho leva em conta apenas as tarefas executadas na linha de produção.
A Administração Científica propõe uma abordagem científica para a administração, no entanto, ela mesma carece de comprovação científica e teve a sua formulação baseada no conhecimento empírico.
A Administração Científica restringe-se apenas aos aspectos formais da organização, não abrangendo por exemplo o conflito que pode haver entre objectivos individuais e organizacionais.
A Administração Científica trata a organização como um sistema fechado sem considerar as influências externas.
O modelo da administração científica mesmo oferecendo muitas vantagens apresentava algumas críticas. Primeiro, o modelo ignorava as necessidades dos trabalhadores, além do contexto social, gerando muitas vezes conflitos e choques, em algumas ocasiões violentos, entre administradores e trabalhadores. Como consequência disso, os trabalhadores geralmente se sentiam explo-
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rados, uma vez que sentiam que esse tipo de administração não era mais do que uma técnica para fazer o operário trabalhar mais e ganhar relativamente menos. Isso era o oposto do que Taylor e seus seguidores imaginavam quando pensaram na harmonia e cooperação desse sistema. Outra crítica ao modelo é a de que ele transformou o homem numa máquina. O operário era tratado como uma engrenagem do sistema produtivo, passivo e desencorajado de tomar iniciativas, já que os gerentes não ouviam as ideias das classes hierárquicas inferiores, uma vez que essas eram consideradas desinformadas. Além disso, o modelo tratava os indivíduos como um só grupo, não reconhecendo a variação entre eles, gerando descontentamento por parte dos trabalhadores. Essa padronização do trabalho seria mais uma intensificação deste do que uma forma de racionalizá-lo.
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CONCLUSÃO
Frederick Taylor como pioneiro da Escola da Administração Cientifica, procurou compreender, explicar e interpretar as organizações de forma racional e científica, com vista ao aproveitamento total da capacidade produtiva dos seres humanos e consequentemente a máxima eficiência do trabalho. A ideia de que o aumento da produtividade nas organizações implicará o desemprego dos operários está errada, racionalmente é ao contrário que se verifica, ou seja se aumentar a produtividade aumentará a riqueza global. Deste modo as organizações poderão pagar melhores salários, o que possibilitará aos funcionários um nível de vida superior. Os lucros originados pelas organizações servirão igualmente para um investimento superior em matérias-primas e equipamentos, gerando assim mais emprego. Para Taylor, a máxima eficiência seria possível desde que as empresas implementassem
uma organização científica e
racional
do trabalho.
Preconizou vários estudos sobre a execução das tarefas evitando os movimentos inúteis, assim como a divisão das tarefas noutras mais simples e elementares, procurando conjugar as capacidades e aptidões de cada ser humano. Através da aplicação da sua teoria advieram vantagens para as organizações assim como para o trabalhador que mais facilmente conseguiria atingir a eficiência máxima, produzindo mais e melhor recebendo em consequência acrescidas compensações salariais. Frederick Taylor nesta perspectiva reduziu o trabalhador a um objecto de produção, motivado apenas por recompensas económicas e materiais. Actualmente e quase um século decorrido, as principais críticas ao taylorismo centram-se essencialmente na análise psicológica errada que Taylor fez dos operários, que considerava apenas estimulados pelos ganhos financeiros.
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No
entanto
deverá
também
ser
realçado
que
Taylor
revelou
uma
preocupação com o ser humano, no sentido de pagar sempre o salário justo, devendo ser compensado pelo tempo que dedicavam à organização. Há também que ter em conta que a rápida difusão do modelo de Taylor em todo o mundo industrializado, através dos métodos de trabalho que preconizava fez com que os operários não necessitassem de longos anos de aprendizagem de um ofício, desta forma verificou-se um crescente aumento de operários da indústria. O modelo que Taylor defendia no actual sistema de mercado não funcionaria uma vez que a organização é analisada como um sistema fechado, não comunicando
com
o meio
envolvente
exterior
apenas
através
das
transacções comerciais.
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BIBLIOGRAFIA Referências
João Freire. Sociologia do Trabalho “ Uma Introdução “. Ed. Afrontamento.
J.M.Carvalho Ferreira, José Neves e António Caetano. Manual de Psicossociologia das Organizações. Ed. McGraw Hill
Executive Digest - Edição nº40 - Ensaio de Clemente Nóbrega
http://pt.wikipedia.org/wiki/Taylorismo
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