TFG MARIANA BRANCALION_VOL. II

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

Mariana Brancalion Souza

DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO VOLUME II

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

MARIANA BRANCALION SOUZA Orient. Prof. MSc. MÁRIO LUIS ATTAB BRAGA

DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO VOLUME II

Trabalho Final de Graduação II Arquitetura e Urbanismo UNIMEP Novembro/2014 3


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

SUMÁRIO

06

Introdução

07

Estudo de caso

07

PMCMV

08

Município de Piracicaba

18

Spazio Paladium

36

Sol Nascente II

36

Considerações sobre as avaliações

54

Projeto de habitação social 54

Princípios projetuais

56

Características climáticas e Plano Diretor

58

Inserção urbana

68

Implantação

74

Edifícios

76

Unidades habitacionais

103

Considerações finais

104

Anexos

106

Referências bibliográficas

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INTRODUÇÃO

Durante o rápido processo de desenvolvimento urbano, o Brasil sofreu em apenas 50 anos uma significativa mudança da sociedade brasileira, marcada por uma urbanização desigual e pelo contraste entre as partes qualificada e desqualificada da sociedade; esta última, caracterizada pela população de menor renda, que vivia em condições de extrema precariedade. De acordo com Bonduki (2014) estas habitações populares sempre foram tratadas como um objetivo de segunda categoria diante dos edifícios monumentais das residências da elite. Contudo, as últimas décadas foram marcadas pela intensificação da intervenção do governo brasileiro no processo de produção habitacional. O principal problema é que a produção dessas habitações sociais, por terem a intensa participação no setor privado, sofreu grandes dificuldades em termos de gestão, na qual com a necessidade de redução de custos e prazos para o atendimento da maior demanda, desvalorizou a qualidade destas habitações. Segundo Larcher (2005), a habitação popular não deve ser entendida apenas como um edifício, pois atua diretamente com as questões sociais, econômicas, ambientais políticas e tecnológicas. Seguindo o fundamento, para manifestar as funções sociais deve-se garantir não apenas a qualidade habitacional, mas também a inclusão das populações de menor renda na atmosfera urbana. É sobre este aspecto que o Volume I se concentra, através do desenvolvimento de uma metodologia com dois objetivos principais: o de diagnosticar problemas qualitativos das habitações sociais já concretizadas, a fim de servir como ferramenta para o aprimoramento de novas habitações e o de projetar novas habitações populares que contemplem a qualidade social, arquitetônica e urbanística. A metodologia desenvolvida é sugestiva, ou seja, não tem como finalidade de ser um modelo único que deve ser seguido, esta deve ser utilizada como ferramenta ou como auxilio a novas construções e avaliações de pós-ocupação, a fim de enfatizar a relevância de proporcionar às pessoas de baixa renda, habitações populares de qualidade, abrangendo parâmetros urbanísticos e arquitetônicos. Sob essa perspectiva, a realização deste volume tem como principal fundamento a aplicação da metodologia elaborada. Desta forma, para demonstrar a utilização desta em habitações consolidadas e sua importância no auxilia para futuros projetos, foi realizado o estudo de caso em duas habitações de interesse social em Piracicaba, bem como o desenvolvimento de um projeto de habitação popular, que utilize não apenas a metodologia proposta, mas como também os diagnósticos realizados nos estudos de caso.

ESTUDO DE CASO HIS ESTUDADAS Para a concretização da metodologia, esta foi aplicada em duas HIS distintas no município de Piracicaba, uma caracterizada por edifícios verticais e outra por casa térrea, cada uma com suas justificativas particulares, porém como metodologia analítica, adotou-se a utilização do financiamento do Programa Minha Casa Minha Vida de incidência expressiva no município. Quando este financiamento chegou à Piracicaba, a cidade se encontrava em situação de adensamento, fazendo com que o Programa fosse aplicado, em sua grande maioria, em edifícios verticais. Sendo assim o loteamento do Sol Nascente II, é um dos únicos conjuntos residenciais contemplado com esse financiamento no município.

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ESTUDO DE CASO PMCMV

PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA O financiamento do Programa Minha Casa Minha Vida foi criado em 2009 em parceria com o Governo Federal e a Caixa Econômica Federal, com objetivo de criar mecanismos para aquisição, produção e reforma de unidades habitacionais de interesse social, o qual beneficia famílias de até 10 salários mínimos, e privilegia as com renda de 0 a 3 salários mínimos. Segundo Rolnik (2014), por viabilizar o acesso à moradia para os setores de baixa renda, o Programa representa uma ruptura com relação às práticas anteriores, na qual anteriormente estes eram excluídos dos financiamentos para aquisição da casa própria. A produção imobiliária brasileira foi fortemente impulsionada pelo governo com lançamento do financiamento, pois devido ao grande valor de recursos públicos empregados, foi possível aumentar as concessões de subsídios e sua aplicação em uma escala de intervenção maior que os demais programas. Em 2011, dois anos após o lançamento do Programa, cerca de 1 milhão de unidades utilizaram deste financiamento (FERREIRA, 2012). Algumas normas são utilizadas pelo Programa que implicam nas questões relativas aos parâmetros urbanísticos e arquitetônicos, são estas: † Manuais normativos da Caixa Econômica Federal: Antes da entrega os empreendimentos devem ter “habitabilidade mínima” (condições de ser habitado no momento da entrega) e “funcionalidade plena do empreendimento” † † † †

(funcionamento de todos os espaços comuns). Norma Técnica Brasileira NBR 9050 Norma Técnica Brasileira NBR 15220 Norma Técnica Brasileira NBR 15575 Normatização ISO 6241 O Programa é uma política de diferentes estratégias, em que os incentivos e o tipo de imóvel a ser adquirido

dependem da faixa de renda de cada família e da região em que se localiza. SUBSÍDIO DE ACORDO COM A FAIXA DE RENDA 0 a 3 salários mínimos

3 a 6 salários mínimos

Subsídio público à população oriundos do Orçamento Geral da União (OGU) e alocados no Fundo de Arrendamento Residencial (FAR); Ÿ Isenção do seguro, além de pagamento de prestações mensais limitadas a 10% da renda por um período de dez anos (120 meses); Ÿ Parceria com os municípios (a demanda é indicada por ele a partir de cadastros de beneficiários):

Ÿ

Ÿ

Ÿ Ÿ Ÿ

Ÿ Ÿ

Descontos no preço final do imóvel contando com recursos do OGU e FGTS em maior parte. Comprometimento de até 20% da renda para pagamento das parcelas. Redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor. Aumento substancial do valor do subsídio nos financiamentos com recursos do FGTS. Taxa de juros reduzida Facilidade de acesso ao crédito.

6 a 10 salários mínimos Redução dos custos de seguro e acesso ao Fundo Garantidor da habitação Ÿ Pagamentos de parcelas, advindos do FGTS Ÿ Taxa de juros reduzida Ÿ Facilidade de acesso ao crédito Ÿ

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ESTUDO DE CASO

MUNICÍPIO DE PIRACICABA PROCESSO DE URBANIZAÇÃO EM PIRACICABA Desde os anos 70 identifica-se no país a existência

em que as determinantes socioeconômicas fizeram com

de manchas espaciais em um intenso processo de urbanização, onde, progressivamente a população se

que a maior parte da população se concentrasse na cidade. Ainda, em decorrência do desenvolvimento urbano,

concentra. Essas aglomerações se caracterizavam pela

não havia número suficiente de residências para atender o

hierarquia de áreas urbanas que compreendia o resultado da

crescimento populacional, acarretando na elevação dos

expansão de uma cidade central. Essas massas

aluguéis e induzindo a população de baixa renda a se

populacionais tendiam a se expandir em áreas de atividades

instalar em áreas sem ou com pouca infraestrutura ou em

fabris, locais com concentração de capitais ou gestão das

terrenos vulneráveis, como as encostas íngremes, áreas

atividades econômicas, o que se fortifica durante o século

inundáveis e periferias. A economia açucareira do estado paulista, dos

XX. Assim, a massa urbana se formou a partir das

anos 30 aos 60, passou por um período de grande

metrópoles nacionais, inicialmente Rio de Janeiro e São

expansão e as usinas paulistas viveram um processo de

Paulo. Do mesmo modo formou-se a aglomeração urbana

modernização. A partir disso nos anos 70, com a criação do

de Piracicaba, que atualmente abrange 22 municípios e um

distrito industrial e do Proálcool, o município de Piracicaba

território de 6.998,15 km². Como consequência dessas

passou por um processo de diversificação industrial e de

aglomerações urbanas, o país enfrentou problemas

expansão agrícola, o que avançou ainda mais a urbanização

relacionados com o crescimento e ocupação desordenada,

(TERCI, 2001).

Núcleo Habitacional Santa Fé, Piracicaba

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ESTUDO DE CASO

MUNICÍPIO DE PIRACICABA EVOLUÇÃO DA MANCHA URBANA

Antes da década de 1940 Década de 1940 Década de 1950 Década de 1960 Década de 1970 Década de 1980 Década de 1990 Década de 2000 Perímetro urbano de 2003

Fonte: IPPLAP | Janeiro 2004 Base Cartográfica elaborada a partir de levantamento aerofotogramétrico realizado em 1995

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ESTUDO DE CASO

MUNICÍPIO DE PIRACICABA

Com a criação do Proálcool a maior parte da população de Piracicaba passou a residir na cidade durante os períodos do ano em que não se fazia a colheita, causando inchaço nas áreas urbanas. Ao passo, os imigrantes chegavam para trabalhar no corte da cana, porém não possuíam poder aquisitivo para pagar os altos aluguéis da cidade, se instalando em periferias e favelas. Segundo Silva (1985 apud TERCI, 2001) em 1978 havia 600 barracos de favelas e em 1983 já eram 2 mil. Do ponto de vista da ocupação espacial, o desenvolvimento de piracicaba apresentou irregularidades como: I. Falta de planejamento da configuração rural-urbana: † Ocupação nas áreas de risco; † Inadequada distribuição territorial da população e das atividades econômicas; † Instalação do distrito industrial nas terras mais férteis da região; † Avanço da agricultura temporária em terras impróprias; † Diminuição da vegetação natural e das matas ciliares; † Intensificação e expansão da cultura canavieira de forma inadequada, por conta do Proálcool. II. Não cumprimento dos regulamentos legislativos: Técnicos contratados para elaborar o Plano Diretor recomendaram que o crescimento da cidade caminhasse na direção contrária ao que se desenvolveu a partir do Distrito Industrial. Segundo os estudos, os distritos deveriam ser instalados em terras impróprias para cultivo agrícola.

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ESTUDO DE CASO

MAPA DO MACROZONEAMENTO DE PIRACICABA ZONA DE ADENSAMENTO PRIORITÁRIO (ZAP 1 e ZAP 2)

ZONA ESPECIAL DE INTERESSE DA PAISAGEM

ZONA DE ADENSAMENTO SECUNDÁRIO (ZAS 1 à 5)

CONSTRUÍDA (ZEIPC 1 à 13)

ZONA DE OCUPAÇÃO CONTROLADA POR INFRAESTRUTURA (ZOCIE 1,

ZONA ESPECIAL INDUSTRIAL (ZEI 1 à 5)

ZOCIE 2, ZOCIE 3, ZOCIE 4, PERÍMETRO DOS DISTRITOS E DAS ZEUE)

ZONA ESPECIAL AEROPORTUÁRIA (ZEA)

ZONA DE OCUPAÇÃO CONTROLADA POR FRAGILIDADE AMBIENTAL

ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL 2

(ZOCFA 1 e ZOCFA 2)

COTA DE CHEIA DO PIRACICAMIRIM

ZONA DE OCUPAÇÃO RESTRITA (ZOR 1 e ZOR 2)

HIS ESTUDADAS

ZONA DE ADENSAMENTO PRIORITÁRIO (ZAP 1 e ZAP 2) CAB (coeficiente de aproveitamento básico) = 4 CAM (coeficiente de aproveitamento máximo) = 5 TO (taxa de ocupação para uso residencial) = 70% TO (taxa de ocupação para uso não residencial) = 80% TP (taxa de permeabilidade) = 10% TAMANHO MÍNIMO DE LOTE = 200m²

ZONA DE ADENSAMENTO SECUNDÁRIO (ZAS 1 à 5) CA (coeficiente de aproveitamento) = 3 TO (taxa de ocupação para uso residencial) = 70% TO (taxa de ocupação para uso não residencial) = 80% TP (taxa de permeabilidade) = 10% TAMANHO MÍNIMO DE LOTE = 200m²

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ESTUDO DE CASO

MUNICÍPIO DE PIRACICABA

PLANO DIRETOR Além das condições climáticas, as HIS foram avaliadas se estão em conformidade com a legislação. Este trabalho foi baseado na Lei Complementar nº 186, de 10 de outubro de 2006 que aprova o Plano Diretor de Desenvolvimento do Município de Piracicaba, cria o Conselho da Cidade, revoga a Lei Complementar nº 46/95 e suas alterações e dá outras providências. Também foram utilizados os Relatórios de Diagnóstico do Plano Diretor de Desenvolvimento de Piracicaba de setembro de 2003.

CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DE PIRACICABA Piracicaba está localizada no interior do estado de São Paulo, a aproximadamente 160 km da capital. Suas coordenadas geográficas são 22º43'30”de latitude sul, 47º38'56” de longitude oeste e 554 metros de altitude. Sua população é de 364.571 habitantes (IBGE, 2010) e possui área de aproximadamente 1.369 km². A classificação climática de Koppené do tipo Cwa, que, segundo o CEPAGRI (2014), é caracterizada pelo clima tropical de altitude, com chuvas no verão e seca no inverno, com a temperatura média do mês mais quente superior a 22°C. O clima possui as estações de inverno e verão bem definidas com inverno seco e ameno e verão úmido e quente, sendo este último mais duradouro, indicando a predominância de calor durante o ano. A precipitação média anual é de 1273,3mm, sendo julho o mês mais seco e frio, com temperatura média de 17,7°C e o mês mais quente janeiro, com temperatura média de 24,7°C. A umidade relativa do ar é de 80% em dezembro e 63% em setembro (CEPAGRI, 2014).

MÉTODO MAHONEY Foi utilizado o método Mahoney (Anexo 01) para determinar as recomendações de projeto, a partir dos dados climáticos listados nas tabelas das Normais Climatológicas de 2013 da base de dados da Estação Meteorológica - LEB da ESALQ/USP localizada em Piracicaba. A partir destas referências é possível analisar se os projetos das HIS estudadas se adaptam ao clima local. Sendo assim, o método apontou que a implantação do edifício devem ser compactos e com pátios internos, em que os espaçamentos das edificações deve ser privilegiadas para melhorar a ventilação e com habitações dispostas em filas simples para obter ventilação cruzada permanente. As aberturas devem ser predominantes nas fachadas Norte e Sul, com 40% a 80% da fachada ao nível do corpo das pessoas. Estas devem contar com proteção para evitar radiação solar direta nos interiores das edificações. As coberturas e paredes devem ser compostas de materiais leves e refletores.

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ESTUDO DE CASO

REVISÃO DOS QUESTIONÁRIOS Questionário avaliativo de pós-ocupação Após o início da aplicação dos questionários, notou-se que não era necessário realizar todas as perguntas, pois muitas já induziam as respostas de outras questões. Este também foi revisto a fim de torná-lo mais dinâmico, pois devido sua extensão tornavase cansativo. Para não prejudicar os resultados pretendidos, foram acrescentados novos tópicos ao checklist, em que indicam quais os aspectos a serem analisados no local durante as entrevistas.

DADOS ESPECÍFICOS Sexo:

[ ] Feminino

Idade:

[ ] 15 a 25

[ ] Masculino [ ] 26 a 45

[ ] 46 a 55

[ ] 56 ou mais

Número de pessoas no domicílio: Número de famílias no domicílio: Tempo de moradia:

INSERÇÃO URBANA

SERVIÇOS URBANOS Como você avalia a proximidade dos serviços urbanos (hospitais, escolas, comércios)

ÓTIMO

BOM

RUIM

PÉSSIMO

NÃO

OBSERVAÇÕES

INFRAESTRUTURA URBANA QUESTÕES O seu trabalho é longe da sua residência? O bairro é seguro?

Existe coleta de lixo?

Existe coleta de esgoto?

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SIM


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ESTUDO DE CASO

REVISÃO DOS QUESTIONÁRIOS

IMPLANTAÇÃO No interior de sua moradia você constantemente escuta algum tipo de barulho intolerável? [ ] Sim [ ] Não Se sim, de onde vem o barulho que lhe perturba? [ ] Das moradias vizinhas [ ] Das áreas externas ao conjunto (como ruas, fábricas)

Como você avalia a qualidade nas áreas comuns: ÁREAS

ÓTIMO

BOM

RUIM

PÉSSIMO

Lazer Espaços sombreados Áreas verdes Esporte

UNIDADES HABITACIONAIS

MORADIA QUESTÕES

SIM

NÃO

Você já reformou o apartamento? Você pretende reformar? A tipologia permite ampliações?

Comparando com sua antiga moradia, como você avalia essa habitação? [ ] Muito melhor [ ] Um pouco melhor [ ] Um pouco pior [ ] Muito pior Indique 3 aspectos positivos da sua moradia: Indique 3 aspectos negativos da sua moradia:

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ESTUDO DE CASO

REVISÃO DOS QUESTIONÁRIOS

UNIDADES HABITACIONAIS A partir da planta baixa da tipologia, aponte como você qualifica, em cada cômodo, os seguintes itens: † Dimensões; † Iluminação natural - sol; † Ventilação natural; † Número de cômodos (Banheiros e dormitórios). ÓTIMO

BOM

RUIM

PÉSSIMO

Dimensões Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões Iluminação Ventilação

Dimensões

Temperaturas

Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões Dimensões

Iluminação

Iluminação

Ventilação

Ventilação

Temperaturas

Temperaturas

TIPOLOGIA 02 - APTO 201 | BLOCO 02

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ESTUDO DE CASO

REVISÃO DOS QUESTIONÁRIOS INSERÇÃO URBANA £ Quantidade e distância dos pontos de ônibus (400 metros do edifício) £ Transporte público permite chegar facilmente nos principais pontos da cidade (comércio, teatro, hospitais) £ Distância equipamentos escolares, serviços públicos, comércio, equipamentos esportivos e culturais £ Diversidade social £ Impacto do edifício nos usos do entorno £ Verificar exigências do plano diretor e do programa a ser utilizado £ Acarreta no adensamento excessivo da área £ Ruas pavimentadas £ Iluminação pública £ Energia elétrica £ Abastecimento de água potável £ Drenagem de água pluvial IMPLANTAÇÃO £ Densidade do conjunto £ Arranjo dos edifícios £ Relação com o entorno imediato £ Existência de espaços compartilhados £ Insolação na fachada (relação com demais edifícios) £ Áreas permeáveis £ Dimensão dos estacionamentos £ Conforto ambiental (acústicos e olfativos) £ Tamanho da quadra e dos terrenos £ Adequação à topografia £ Movimento de terra £ As vagas de carro suficientes / atrapalham as residências EDIFÍCIO £ Acessibilidade (áreas comuns e moradias) £ Circulação entre os edifícios £ Estado de conservação dos blocos e áreas comuns £ Paisagismo £ Quantidade de praças e áreas comuns £ Se tem área de lazer / esportes £ Problemas com a pavimentação UNIDADES HABITACIONAIS £ Permite flexibilidade (estrutural e não estrutural) £ Coleta de águas pluviais £ Materiais utilizados (comprados próximo) £ Utilização de placa solar £ Dimensão dos cômodos £ Ambientes permitem multifunções £ Segurança nas habitações £ Verificar principais componentes (cobertura, forro, revestimentos, aberturas, circulação)

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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM JUSTIFICATIVA DA ÁREA - Trata-se de um empreendimento da MRV; - Entorno conta com serviços públicos diversificados; - Fragilidade ambiental (próximo a áreas de alagamento); - Abrange moradores de 3 a 10 salários mínimos; - Grande número de unidades habitacionais.

EMPREENDIMENTOS MRV O Spazio Paladium possui como construtora a MRV, selecionada pelo fato desta desenvolver grande parte de moradias nos últimos anos em parceria com a CAIXA no financiamento do Programa Minha Casa Minha Vida, atingindo mais de 115 cidades no território brasileiro, na qual de todas as unidades assinadas com o financiamento ela foi responsável por 12% da produção destinada à população de 3 a 10 salários mínimos. Por ser credenciada como construtora correspondente imobiliária, a CAIXA oferece algumas vantagens específicas para cada empreendimento, como: † Subsídios de até R$ 25.000,00; † Até 360 meses para pagar; † Juros reduzidos; † Aceitação de renda informal; † A assinatura do contrato na fase de obras; † Não é necessário pagar pela escritura, somente o registro.

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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM

ÁREA EXTERNA

ÁREA EXTERNA

SALÃO DE FESTAS

LAZER

LAZER

CHURRASQUEIRA

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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM

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FIXA TÉCNICA Tipo: Condomínio fechado de apartamentos Faixa de renda: 3 a 6 salários mínimos Lançamento: 2009 localização Av. Rio das Pedras, 1.000 - Piracicamirim Piracicaba/SP Área total do terreno: 18587,2m² Áreas de uso comum: Salão de festas, áreas para lazer, praça e churrasqueira. Total de unidades: 352 Apartamentos Total de vaga de garagens: 384 vagas Tipologia das unidades: 352 Apartamentos de 2 dormitórios com área de 45 à 46m² Proximidade: A 5 min do centro da cidade, próximo ao supermercado COOP, Av. Piracicamirim, Av. Alberto Vollet Sachs, SP307, Av. Independência, paralelo à Av. Dois Córregos Realização: MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S.A.

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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM CUMPRIMENTO DO PLANO DIRETOR De acordo o macrozoneamento do município de Piracicaba, o condomínio Spazio Paladium está localizado na Zona de Adensamento Prioritário (ZAP 1 e ZAP 2), que estabelece: † Tamanho mínimo de lote = 200m² † Taxa de ocupação para uso residencial (TO) = 70% † Taxa de ocupação para uso não residencial (TO) = 80% † Taxa de permeabilidade (TP) = 10% † Coeficiente de aproveitamento básico (CAB) = 4 † Coeficiente de aproveitamento máximo (CAM) = 5

TIPOLOGIA 01 - APTO 103 | BLOCO 02

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TIPOLOGIA 02 - APTO 201 | BLOCO 02


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LOTE 18.587m² DENSIDADE 761hab/ha TO 34% TP 8% CA 1,5 23


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ESTUDO DE CASO

+ + + +++

SPAZIO PALADIUM

++

SERVIÇOS URBANOS Foram locados no mapa a disposição dos serviços urbanos presentes no

+ + + + + ++ +

conjunto e nos bairros próximos.

& EDUCAÇÃO ESCOLAS ESTADUAIS ESCOLAS MUNICIPAIS ESCOLAS PARTICULARES ESCOLAS PARTICULARES DE ENSINO INFANTIL (CONVÊNIO ‘BOLSA CRECHE’) ESCOLAS CURSOS SUPERIORES CLASSES VINCULADAS - ENSINO FUNDAMENTAL

+ +

SAÚDE

HOSPITAIS (03)

+ +

UNIDADES DE SAÚDE: Ÿ

UNIDADES PROGRAMA DA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) (06)

Ÿ

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

++

(UBS) (05) Ÿ

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO MÉDICO

Ÿ

SAMU

Ÿ

AMBULATÓRIO TRABALHADOR

+ + +

(CEREST)

+ + 24

FARMÁCIAS (06) CENTROS DE ESPECIALIDADES (14)

+

+


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+

+ + + ++

+

+ + + 25


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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM

SERVIÇOS URBANOS

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LAZER | INSTITUCIONAL

ÁREA INSTITUCIONAL NÃO IMPLANTADA

ÁREA INSTITUCIONAL IMPLANTADA ÁREA INSTITUCIONAL OCUPADA ÁREA VERDE ÁREA VERDE - APP SISTEMA DE LAZER NÃO IMPLANTADO SISTEMA DE LAZER IMPLANTADO SISTEMA DE LAZER OCUPADO

a

COMÉRCIO

VIAS COM FOCOS DE COMÉRCIO

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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM TRANSPORTE PÚBLICO Segundo Jourda (2013), o sistema de transporte público é considerado acessível quanto este se situa a menos de 400 metros do edifício. Sendo assim, foi delimitado este raio para a avaliação da proximidade das linhas de transporte público com os empreendimentos.

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CARACTERÍSTICAS GERAIS

USO MISTO DO ENTORNO - LOCADO NA ÁREA RESIDENCIA OCUPAÇÃO DO ENTORNO - CASAS TÉRREAS E DE DOIS PAVIMENTOSL

ADEQUAÇÃO TOPOGRAFIA

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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM CARACTERÍSTICAS GERAIS

FRAGILIDADE AMBIENTAL - CORREGO MUROS - CRIAÇÃO DE ÁREAS OCEOSAS

ADEQUAÇÃO URBANA E IMPACTO IMEDIATO As condições sociais e físicas do entorno não favorecem a inserção do conjunto. Além do fato do conjunto estar localizado ao lado de uma área de favela, os muros do condomínio contribuem diretamente para a criação de becos e áreas ociosas. Nota-se também que o entorno é composto apenas por edifícios de até dois pavimentos, o qual o conjunto gera também não apenas impacto físico, mas como também visual na paisagem. Outro fator a ser considerado é a localização próxima ao córrego do Piracicamirim, o qual possui muitos problemas com enchentes.

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RESULTADO DOS QUESTINÁRIOS Satisfeitos

Insatisfeitos

A seguir, será apresentado o resultado das entrevistas, que serviram de auxilio para avaliação final do conjunto. Contudo, estas não foram empregadas como avaliação determinante dos resultados, pois as respostas são relativas, já que cada indivíduo tem sua visão dos aspectos ideais de cada ponto avaliado. Sendo assim, após uma avaliação das condições de trânsito de Piracicaba, as localidades próximas do conjunto foram consideradas as que demoram cerca de 30 a 35 min para o destino final, e os locais em que se demora mais de 40 minutos foi considerado longe. Devido a todos os entrevistados possuírem carros, estes tempos foram definidos apenas pelo tempo que demora a chegar, pois não há interferência dos pontos de parada dos transportes públicos. Foram realizadas 12 entrevistas no mês de agosto. Não houve cooperação da síndica para a realização das entrevistas, sendo assim foi necessário marcar a entrevista com cada um dos entrevistados, na qual houve cooperação dos moradores para a indicação e contato com outros usuários que estivessem dispostos a realizar a entrevista.

ESTATÍSTICAS

IMPLANTAÇÃO

Masculino 25% | Feminino 75% 15 a 25 anos 33% | 26 a 45 anos 66% Ÿ NÚMERO DE PESSOAS RESIDENTES Duas pessoas 25% | Três pessoas 67% |Quatro pessoas 8% Ÿ NÚMERO DE FAMÍLIAS RESIDENTES Uma 100% Ÿ TEMPO DE MORADIA Entre 1 e 2 anos

QUALIDADE DAS ÁREAS COMUNS Ÿ ÁREAS LAZER RUIM 75% | BOM 25% Ÿ ESPAÇOS SOMBREADOS PÉSSIMO 25% | RUIM 75% Ÿ ÁREAS VERDES RUIM 33% | BOM 66% Ÿ ÁREAS PARA ESPORTE RUIM 8% | BOM 92%

(PESSOAS ENTREVISTADAS)

INSERÇÃO URBANA Ÿ PROXIMIDADE DE SERVIÇOS URBANOS

BOM 25% | ÓTIMO 75% Ÿ PROXIMIDADE DO LOCAL DE TRABALHO PRÓXIMO 91% | LONGE 9% Ÿ CONSIDERA O BAIRRO SEGURO SIM 17% | NÃO 83% Ÿ EXISTÊNCIA DE COLETA DE LIXO E ESGOTO 100%

IMPLANTAÇÃO CONFORTO ACÚSTICO 100% A maioria das pessoas entrevistadas não estão localizadas nos primeiros blocos do conjuntos, ou seja, nos mais próximos à avenida, sendo assim, todos consideraram que o conjunto é acusticamente confortável.

UNIDADES HABITACIONAIS Ÿ REALIZAÇÃO DE REFORMAS

REFORMARAM 8% | NÃO REFORMARAM 92% Ÿ PRETENDEM REFORMAR SIM 42% | NÃO 58% Ÿ PERMITE AMPLIAÇÕES NÃO 100% Ÿ ATUAL MORADIA MELHOR 66% | MUITO MELHOR 33% ASPECTOS POSITIVOS Casa própria, benefícios para a compra, localização, áreas comuns. ASPECTOS NEGATIVOS Áreas para lazer, área para crianças, falta de segurança no bairro.

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ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM CARACTERÍSTICAS GERAIS QUALIDADE PROJETUAL

Foi utilizada a planta da tipologia 02 para a realização da análise dos cômodos. Resultados baseados apenas nos questionários realizados em agosto. ÓTIMO

BOM

RUIM

PÉSSIMO

MUITO GRANDE

GRANDE

PEQUENO

MUITO PEQUENO

Dimensões Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões Iluminação Ventilação

Dimensões

Temperaturas

Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões Dimensões

Iluminação

Iluminação

Ventilação

Ventilação

Temperaturas

Temperaturas

TIPOLOGIA 02 - APTO 201 | BLOCO 02

32


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ANÁLISE DOS PARÂMETROS Após a aplicação dos questionários, verificações in loco e realização dos mapas, foi preenchido os quadros sintéticos, que determinam a conclusão do diagnóstico de cada aspecto das escalas de análise, ponderando para vertentes positivas (representada pela cor verde) e negativas (cor vermelha), em que os aspectos de qualidade foram listados de acordo com suas prioridades. Para facilitar a conclusão, foram apontadas as conclusões de cada tópico e estabelecido o conceito resultante. Do mesmo modo, ao fim do diagnóstico, foi preenchido o quadro síntese final composto apenas pelas escalas de análise, resultante da conclusão dos aspectos particulares da metodologia.

Conceito positivo

Conceito negativo INSERÇÃO URBANA

Aspectos

Conceito

Observações

Cumprimento de leis do plano diretor

Não cumpre os parâmetros do plano diretor. Não ocupa o terreno adequadamente - grande parte é ocupada por estacionamento, influenciando de maneira negativa as TO e TP.

Infraestrutura

O empreendimento possui abastecimento de água e esgoto, rede elétrica e regularmente é realizada a coleta de lixo.

Serviços urbanos

A localização do conjunto permite o acesso a diversos serviços urbanos, como escolas, de saúde e comercio.

Transporte público

O conjunto é assistido por vários pontos de transportes públicos, os quais permite chegar nos principais pontos de comércio e serviços da cidade.

Adequação urbana e impacto imediato

As condições sociais e físicas do entorno não favorecem a inserção do conjunto.

Diversidade social

O conjunto apresenta diversidade social, pois está localizado em um entorno área mista, ou seja, em área comercial e residencial, e também possui moradores com diferentes faixas de renda.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM ANÁLISE DOS PARÂMETROS IMPLANTAÇÃO

Aspectos

Conceito

Observações

Densidade do conjunto

O empreendimento possui densidade de aproximadamente 760hab/ha, contudo, o entorno é assistido por infraestrutura suficiente, assim como os serviços urbanos presentes.

Disposição dos edifícios

A dinâmica do conjunto é desfavorecida devido a repetição de tipologia das unidades e dos blocos. Devido a disposição dos edifícios, as unidades não recebem insolação adequada. O conjunto apresenta áreas para lazer e esportes, porém não apresenta qualidade de áreas sombreadas e descanso suficiente para a demanda do conjunto.

Áreas coletivas

Apesar de possuir grande quantidade de áreas verdes, a maior parte do terreno está ocupado pelo estacionamento, na qual a taxa de permeabilidade é 8%, sendo que a estipulada é no mínimo 15%.

Áreas verdes

O empreendimento não possui nenhum tipo de desconforto ambiental, seja acústico, olfativo ou visual.

Conforto ambiental

Insolação

As unidades dos blocos se encontram a apenas 4 metros de distância uma da outra e alguns blocos a apenas 6 metros, o que desfavorece a insolação nos apartamentos inferiores.

Adequação topográfica

O conjunto se adequa a topografia do terreno, na qual não houveram grandes movimentações de terra para sua implantação.

EDIFÍCIOS Aspectos

Observações

Situação física

Os edifícios estão em bons estados de conservação e não apresentam patologias consideráveis.

Acessibilidade

As áreas comuns possuem com rampas e pavimentação adequada que facilita o deslocamento. Contudo, os blocos não possuem elevadores, sendo assim apenas o andar térreo possui acessibilidade.

Áreas comuns

Apesar das áreas comuns não serem em grande quantidade, elas cumprem suas funções básicas, em que contam com iluminação adequada e possibilita a integração dos moradores.

Paisagismo

34

Conceito

As áreas verdes contam com diferentes tipos de vegetação, e suas disposições facilitam as manutenções nessas áreas.


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

UNIDADES HABITACIONAIS

Aspectos

Materiais adotados

Conceito

Observações O material construtivo dos edifícios é a alvenaria tradicional, material predominante na cidade.

Insolação / iluminação natural

A localização e dimensão das esquadrias permitem as condições adequadas de iluminação natural. Contudo os andares térreos são desfavorecidos devido a proximidade dos edifícios.

Ventilação natural

A ventilação natural interna é adequada na maioria das unidades, devido ao fato dos ambientes internos serem pequenos e as esquadrias possuírem dimensões satisfatórias para tal função.

Conforto acústico

O local não possui ruídos consideráveis que influenciem diretamente no conforto acústico das unidades.

Dimensionamento dos ambientes

Flexibilidade

Aproveitamento de águas pluviais

Otimização de energia

Os cômodos são pequenos e não contribuem para a diversidade de usos. Os ambientes mais prejudicados pelo mal dimensionamento são os banheiros e cozinhas das tipologias. O programa e as unidades não permitem nenhum tipo de ampliações nas residências. O conjunto não possui sistema para a captação de águas pluviais.

Não possui placas solares ou demais sistemas que auxiliem a otimização de energia elétrica.

QUALIDADE NAS ESCALAS ANALISADAS INSERÇÃO URBANA

IMPLANTAÇÃO

EDIFÍCIOS

UNIDADES HABITACIONAIS

Está em uma área com infraestrutura e serviços urbanos suficientes à demanda necessária. Contudo, as condições ambientais e sociais inadequadas do entorno superam os benefícios gerados pelos comércios e serviços urbanos próximos. 46% da área total está destinada ao estacionamento. Sendo assim, a localização das áreas comuns e a quantidade de áreas verdes são prejudicadas. Os edifício estão muito próximos, fato este que compromete a ventilação, iluminação natural e a privacidade. A situação física dos edifícios e a presença de áreas comuns e de lazer permitem a integração dos moradores, na qual essas áreas também são acessíveis aos moradores com necessidades especiais. Os principais aspectos (primeiros itens) possuem classificação satisfatória, pois no geral, as unidades habitacionais são bem ventiladas e recebem iluminação natural. Contudo, ampliações e mudanças das tipologias não são possíveis.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SOL NASCENTE II JUSTIFICATIVA DA ÁREA - Um dos únicos conjuntos habitacionais de casas térreas em Piracicaba com financiamento do PMCMV; - Localizado na periferia do município; - Grande número de unidades habitacionais; - Fragilidade ambiental - presença de cursos d’água.

Ficha técnica Tipo: Loteamento de casas térreas Faixa de renda: Maioria até 3 salários mínimos. Ano de aprovação: 2004 Localização: Encontra-se no bairro Pompéia, a 18 min do centro da cidade, próximo ao supermercado União e Av. Rio das Pedras. Área total do loteamento: 217.473,8m² Áreas verde: cerca de 28.000m² Total de unidades: cerca de 215 casas construídas Vaga de garagem: 2 vagas por unidade Unidades habitacionais:

Tipologia 01 - 2 dormitórios sendo 1 suíte Área total: 114m² | Área construída: 66m²

Tipologia 02 - 2 dormitórios Área total: 112m² | Área construída: 61m² Vendedora: EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS SOL NASCENTE II LTDA.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SOL NASCENTE II CUMPRIMENTO DO PLANO DIRETOR De acordo o macrozoneamento do município de Piracicaba, o conjunto habitacional Sol Nascente II está localizado na Zona de Adensamento Secundário (ZAS 1 a ZAS 5), que estabelece: † Tamanho mínimo de lote = 200m² † Taxa de ocupação para uso residencial (TO) = 70% † Taxa de ocupação para uso não residencial (TO) = 80% † Taxa de permeabilidade (TP) = 10% † Coeficiente de aproveitamento (CA) = 3

A seguir será apresentado os aspectos do plano diretor de cada tipologia presente no conjunto. Foi também analisada uma variação de planta da tipologia 02, devido ao fato de ser encontrada diversas vezes durante as avaliações in loco.

TIPOLOGIA 01 | 66m²

TIPOLOGIA 02 | 61m²

VARIAÇÃO TIPOLOGIA 02 | 50m² 38


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

TIPOLOGIA 01

114m² TO 58% TP 16% CA 01 LOTE

TIPOLOGIA 02

112m² TO 54,11% TP 19% CA 01 LOTE

VARIAÇÃO TIPOLOGIA 02

112m² TO 49,5% TP 24% CA 01 LOTE

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM

+ + SERVIÇOS URBANOS Foram locados no mapa a disposição dos serviços urbanos presentes no

+

conjunto e nos bairros próximos.

&

EDUCAÇÃO

ESCOLAS ESTADUAIS ESCOLAS MUNICIPAIS ESCOLAS PARTICULARES ESCOLAS CURSOS SUPERIORES

+ +

SAÚDE

HOSPITAL UNIDADES DE SAÚDE: Ÿ

UNIDADES PROGRAMA DA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF) (11)

+ + 40

Ÿ

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS)

Ÿ

SAMU

FARMÁCIAS (02) CENTRO DE ESPECIALIDADE: CRAB

+

+


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

+ +

+ + + + +++ + +

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SPAZIO PALADIUM

SERVIÇOS URBANOS

22

LAZER | INSTITUCIONAL

ÁREA INSTITUCIONAL NÃO IMPLANTADA ÁREA INSTITUCIONAL ÁREA INSTITUCIONAL OCUPADA ÁREA VERDE ÁREA VERDE - APP SISTEMA DE LAZER NÃO IMPLANTADO SISTEMA DE LAZER SISTEMA DE LAZER OCUPADO

a

COMÉRCIO

VIAS COM FOCOS DE COMÉRCIO

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SOL NASCENTE II TRANSPORTE PÚBLICO Segundo Jourda (2013), o sistema de transporte público é considerado acessível quanto este se situa a menos de 400 metros do edifício. Sendo assim, foi delimitado este raio para a avaliação da proximidade das linhas de transporte público com os empreendimentos.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

USO APENAS RESIDENCIAL - CONDIZENTE COM BAIRROS PRÓXIMOS AUMENTO DA DENSIDADE - PROBLEMAS PARA SUPRIR A DEMANDA DO TRANSPORTE PÚBLICO CASAS TÉRREAS OU SOBRADOS, SEM INTERFERÊNCIA NOS DEMAIS EDIFÍCIOS

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

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RUAS PAVIMENTADAS ADEQUAÇÃO TOPOGRAFIA FRAGILIDADE AMBIENTAL - NASCENTE DEFICIÊNCIA DE ÁREAS DESTINADAS AO LAZER


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SOL NASCENTE II RESULTADO DOS QUESTINÁRIOS Satisfeitos

Insatisfeitos

A seguir, será apresentado o resultado das entrevistas, que serviram de auxilio para avaliação final do conjunto. Contudo, estas não foram empregadas como avaliação determinante dos resultados, pois as respostas são relativas, já que cada indivíduo tem sua visão dos aspectos ideais de cada ponto avaliado. Sendo assim, após uma avaliação das condições de trânsito de Piracicaba, as localidades próximas do conjunto foram consideradas as que demoram cerca de 30 a 35 min para o destino final, e os locais em que se demora mais de 40 minutos foi considerado longe. Devido ao fato da maioria dos moradores utilizarem o transporte público, este tempo foi definido pela localização e o tempo que levariam para chegar de carro e não pelo tempo real, já que a qualidade do transporte público influi nesta questão. Foram realizadas 35 entrevistas no mês de agosto, utilizando o método de abordagem, juntamente com a cooperação e auxilio dos moradores.

ESTATÍSTICAS

IMPLANTAÇÃO

Masculino 74% | Feminino 26% 15 a 25 anos 43% | 26 a 45 anos 57% Ÿ NÚMERO DE PESSOAS RESIDENTES Duas pessoas 43% | Três pessoas 11% | Quatro pessoas 46% Ÿ NÚMERO DE FAMÍLIAS RESIDENTES Uma 94% | Duas 6% Ÿ TEMPO DE MORADIA Entre 10 meses e 2 anos

QUALIDADE DAS ÁREAS COMUNS Ÿ ÁREAS LAZER PÉSSIMO 42% | RUIM 58% Ÿ ESPAÇOS SOMBREADOS ÓTIMO 68% | BOM 24% | RUIM 8% Ÿ ÁREAS VERDES BOM 80% | RUIM 20% Ÿ ÁREAS PARA ESPORTE PÉSSIMO 26% | RUIM 74%

(PESSOAS ENTREVISTADAS)

INSERÇÃO URBANA Ÿ PROXIMIDADE DE SERVIÇOS URBANOS

PÉSSIMO 34% | RUIM 46% | BOM 20% Ÿ PROXIMIDADE DO LOCAL DE TRABALHO PRÓXIMO 20% | LONGE 72% | FORA DA CIDADE 8% Ÿ CONSIDERA O BAIRRO SEGURO SIM 25% | NÃO 75% Ÿ EXISTÊNCIA DE COLETA DE LIXO E ESGOTO 100%

IMPLANTAÇÃO CONFORTO ACÚSTICO 100% Trata-se de um conjunto isolado da cidade e sem intervenções de ruídos.

UNIDADES HABITACIONAIS Ÿ REALIZAÇÃO DE REFORMAS

REFORMARAM 92% | NÃO REFORMARAM 8% Ÿ PRETENDEM REFORMAR NOVAMENTE SIM 60% | NÃO 40% Ÿ PERMITE AMPLIAÇÕES SIM 100% Ÿ ATUAL MORADIA MUITO MELHOR 72% | MELHOR 20% | PIOR 8% ASPECTOS POSITIVOS Casa própria, bairro tranquilo, boa vizinhança, confortável. ASPECTOS NEGATIVOS Cozinha pequena, sem área para lazer, falta de transporte público, longe do comércio, falta de segurança, entulho na nascente.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SOL NASCENTE II CARACTERÍSTICAS GERAIS QUALIDADE PROJETUAL

Foi utilizada a planta da tipologia 02 para a Dimensões Iluminação Ventilação

realização da análise dos cômodos. Resultados baseados apenas nos questionários realizados no dia 26.08

Temperaturas

ÓTIMO

BOM

MUITO GRANDE

GRANDE

RUIM

PÉSSIMO

PEQUENO

MUITO PEQUENO

Dimensões Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões

Dimensões

Iluminação

Iluminação

Ventilação

Ventilação

Temperaturas

Temperaturas

Dimensões Iluminação Ventilação Temperaturas

Dimensões Iluminação Ventilação Temperaturas

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ANÁLISE DOS PARÂMETROS Após a aplicação dos questionários, verificações in loco e realização dos mapas, foi preenchido os quadros sintéticos, que determinam a conclusão do diagnóstico de cada aspecto das escalas de análise, ponderando para vertentes positivas (representada pela cor verde) e negativas (cor vermelha), em que os aspectos de qualidade foram listados de acordo com suas prioridades. Para facilitar a conclusão, foram apontadas as conclusões de cada tópico e estabelecido o conceito resultante. Do mesmo modo, ao fim do diagnóstico, foi preenchido o quadro síntese final composto apenas pelas escalas de análise, resultante da conclusão dos aspectos particulares da metodologia.

Conceito positivo

Conceito negativo INSERÇÃO URBANA

Aspectos

Conceito

Observações

Cumprimento de leis do plano diretor

No geral o conjunto cumpre todos os parâmetros estipulados no macrozoneamento, com exceção do tamanho mínimo de lote.

Infraestrutura

O empreendimento possui abastecimento de água e esgoto, rede elétrica e regularmente é realizada a coleta lixo.

Serviços urbanos

Transporte público

Diversos tipos de serviços urbanos encontram-se distantes do conjunto, como por exemplo comércio e escolas. O ponto de ônibus mais próximo do conjunto encontra-se à 200m, sendo que não há transporte público dentro do conjunto.

Adequação urbana e impacto imediato

Não há rupturas físicas e visuais na paisagem, pois trata-se de um conjunto sem muros e com no máximo 2 pavimentos.

Diversidade social

O conjunto apresenta diversidade social. Apesar dos moradores possuírem faixa salarial semelhante entre si e com o entorno, o conjunto inclui famílias de outras cidades e estados.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO SOL NASCENTE II ANÁLISE DOS PARÂMETROS IMPLANTAÇÃO

Aspectos

Conceito

Observações

Densidade do conjunto

A densidade do conjunto acarreta em problemas urbanos, já que o bairro não possui grande quantidade de serviços urbanos próximos e resulta na carência de transporte público para essa área.

Disposição dos edifícios

Em todo conjunto ocorre a repetição de tipologias, desfavorecendo a dinâmica conjunto e demais aspectos técnicos, como por exemplo, permeabilidade dos ventos.

Áreas coletivas

A grande área central do conjunto, onde se localiza a nascente, encontra-se ociosa com grande quantidade de entulho acumulada. Local que poderiam ser implantadas áreas coletivas e de lazer.

Áreas verdes

A área verde central do conjunto, encontra-se em péssimas condições de uso.

Conforto ambiental

O empreendimento não possui nenhum tipo de desconforto ambiental, seja acústico, olfativo ou visual. Todas as residências respeitam o limite do coeficiente de aproveitamento, na qual favorece a insolação e evita o sombreamento nas residências.

Insolação

Não houveram movimentações de terras consideráveis, na qual as construções se adequam ao terreno.

Adequação topográfica

EDIFÍCIOS Aspectos

Observações

Situação física

A maioria das habitações são novas, recém reformadas ou encontram-se em estado de ampliação.

Acessibilidade

As residências mais antigas, possuem acessibilidade. Porém a maioria das novas construções, possuem acesso apenas por escadas e seus ângulos de inclinação não respeitam as normas.

Áreas comuns

As áreas comuns não possibilita a integração entre moradores, devido se tratar de uma área ociosa, com entulhos e mal cuidada, sem áreas para lazer e descanso.

Paisagismo

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Conceito

O paisagismo não é adequado por se tratar de uma área abandonada, na qual conta apenas com árvores e vegetação rasteira nativas.


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

UNIDADES HABITACIONAIS

Aspectos

Conceito

Observações

Materiais adotados

As unidades utilizam materiais construtivos tradicionais, como tijolo baiano e argamassa.

Insolação / iluminação natural

Devido ao fato dos ambientes serem pequenos, a iluminação natural é bem aproveitada, as janelas são suficientes.

Ventilação natural

As unidades permitem, em alguns cômodos, a ventilação cruzada. as dimensões das esquadrias são satisfatórias com relação ao tamanho dos dormitório.

Conforto acústico

O local se não possui fluxo de carro considerável, ou demais artifícios que influenciem diretamente no conforto acústico.

Dimensionamento dos ambientes

Flexibilidade

Aproveitamento de águas pluviais

Otimização de energia

Os ambientes são pequenos, os mais desconfortáveis são a cozinha, com 5,15m²; e, o banheiro com 2,60m². Fato este que ocasiona a monofuncionalidade dos cômodos. Apesar dos espaços para ampliação não serem racionalizados (ocupam toda a área permeável do terreno), a possibilidade de alteração é um ponto positivo a ser levado em consideração. Não possui sistema para a captação de águas pluviais. Não possui placas solares ou demais sistemas que auxiliem a otimização de energia elétrica.

QUALIDADE NAS ESCALAS ANALISADAS INSERÇÃO URBANA

IMPLANTAÇÃO

EDIFÍCIOS

UNIDADES HABITACIONAIS

Apesar da análise final ter sido positiva, a localização do conjunto é um dos principais problemas destacados pelos moradores, em que carência de transporte público e serviços urbanos tornam a área desfavorecida para a ocupação. O conjunto é deficiente com relação a áreas coletivas, de lazer, disposição dos edifícios e principalmente pelo adensamento, o qual resulta na subutilização de equipamentos urbanos. Novamente a falta de áreas comuns, influenciou de maneira negativa o conceito final do conjunto, assim como a falta de acessibilidade nas unidades habitacionais. Apesar das tipologias apresentarem cômodos mal dimensionados, estas permitem alterações e ampliações futuras. As unidades possuem ventilação e iluminação satisfatória.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ESTUDO DE CASO CONSIDERAÇÕES SOBRE AS AVALIAÇÕES

Comparação entre os conjuntos habitacionais Após as conclusões de cada empreendimento estudado, pôde-se verificar a influência das tipologias e da gestão dos conjuntos nos aspectos de integração social. No conjunto Sol Nascente a relação de vizinhança é mais acentuada, na qual durante as entrevistas os moradores contribuíram significamente para a realização da pesquisa. De acordo com Sanches e Moretti (2013), a convivência entre os moradores é um dos problemas enfrentados em edifícios com grande número de unidades habitacionais e caracterizado por gestão condominial. Contudo, pode-se perceber que a questão mais problemáticas do conjunto, está em sua localização inadequada, sendo esta por falta de serviços urbanos próximos ou pelo entorno possuir condições ambientais e sociais inadequadas a sua implantação, o qual caracteriza o conjunto Spazio Palladium. Outro aspecto problemático das habitações é que na implantação dos edifícios as relações sociais não são viabilizadas, como: no Sol Nascente não possui áreas coletivas e de lazer, e o Spazio Palladium pela disposição dos edifícios. Ao se tratar das unidades habitacionais, ambos os conjuntos obtiveram conclusões positivas: no Spazio Palladium a disposição e dimensão das aberturas do conjunto habitacional viabilizam a iluminação natural e ventilação no interior das habitações e, no Sol Nascente foi valorizada a possibilidade de ampliação e flexibilidade das tipologias, inclusive, a maioria dos entrevistados já havia realizado reformas ou ampliações nas unidades.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

Análise do Programa e influência nas habitações estudadas Com as análises dos conjuntos habitacionais é possível demonstrar a relação existente entre as construtoras, o Programa Minha Casa Minha vida e suas particularidades. Foi possível observar que a maior deficiência dos conjuntos se concretiza na inserção urbana e em sua implantação. Ambos os conjuntos foram locados em áreas ociosas, sendo por questões sociais ou urbanísticas. Contudo devemos considerar o fato do Programa representar um grande avanço na problemática habitacional, impulsionando fortemente a construção de habitações destinadas aos setores de menor renda. De acordo com Rolnik (2014) este representa uma ruptura com relação às práticas anteriores, na qual o setor de baixa renda era excluído dos financiamentos para aquisição da casa própria. De acordo Ferreira (2012), as políticas públicas de moradia, que antecederam o PMCMV, além de apresentar diversos problemas como falta de subsídios, dificuldades de obtenção da terra urbanizada, tinham enfoques mais econômicos do que habitacionais e se voltavam para o favorecimento das empreiteiras. Com base nestes aspectos, nota-se a produção habitacional foi fortemente impulsionada pelo governo, o qual destinou um volume inédito de subsídios públicos para a construção de habitações destinadas aos estratos com rendimentos mais baixos, especialmente aqueles com renda até três salários mínimos. Apesar da expansão do programa, em uma escala de intervenção maior que os demais, ainda possui grandes obstáculos a serem enfrentados. O principal deles, assim como aponta os estudos de caso, está relacionado ao acesso a terra bem localizada, em que o foco principal passou a ser a produção quantitativa das unidades e desvinculada de uma política urbana efetiva. Segundo Rolnik (2014) os municípios em geral, limitam-se apenas a aprovação dos empreendimentos, flexibilizando suas legislações para adaptá-las ao Programa e permitir a construção dos empreendimentos em localizações mais baratas, na qual a legislação passa a exigir da prefeitura um mínimo de equipamentos sociais no entorno. Com isso, a tendência é a utilização de terrenos afastados da malha urbana, implicando na formação de cidades fragmentadas e custosas. Apesar de utilizar os instrumentos do Estatuto das Cidades, não regula pontos importantes como especulação imobiliária e uso da terra. De acordo com Bonduki (2009), outros instrumentos, como o “subsídio localização” (orientações previstas no PlanHab) poderiam ter sido incorporados, já que seria facilitado pelo contexto em que o Programa foi criado. A análise demonstra que o PMCMV inova com relação às questões ligadas ao financiamento e instrumentalização dos recursos, pois as camadas de menor renda não teriam incentivos para o acesso a moradia formal antes da sua existência. Porém, deixa a desejar no planejamento urbano e a regularização fundiária, construindo um padrão de cidade segregada e sem urbanidade (ROLNIK, 2014).

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO PRINCÍPIOS PROJETUAIS O projeto se dá pelo desenvolvimento de uma habitação de interesse social baseada na metodologia apresentada e com o auxilio das conclusões observadas nas HIS que serviram como estudo de caso para a pesquisa. A principal diretriz do projeto é garantir a qualidade na habitação para os estratos mais fragilizados economicamente, alocando os empreendimentos em áreas próximas aos centros de empregos e serviços e com projeto que facilite a adaptação das variadas necessidades dos usuários. Após a análises dos dados obtidos, o programa escolhido para o projeto possui relação direta com a finalidade de contemplar os moradores com uma urbanização includente, através de práticas que contribuam para a produção de moradias mais adequadas à realidade cultural de seus usuários. Sendo assim, a política habitacional que tem a possibilidade de viabilizar o projeto é Programa Minha Casa Minha Vida, o qual abrange todo o país e garante a aquisição da casa própria aos estratos de baixa renda. Permite ainda, trabalhar alguns aspectos problemáticos dentro do seu próprio contexto, em que de acordo com Rolnik (2014), esta política não pode ser tratar apenas na construção e transferência de propriedade de novas unidades habitacionais é preciso associá-la aos programas de urbanização de favelas, ocupação de áreas vazias e subutilizadas assim como a um programa de locação social para as famílias de menor renda, que não tem condição de arcar com os custos decorrentes da propriedade individual. Seguindo esta questão, o terreno escolhido para a implantação do projeto ocupa uma área privada que não exerce sua função social, por não possuir uso específico desde sua aquisição, tornando este, produto de especulação imobiliária. A área se localiza na região central do município e dispõe de infraestrutura e serviços urbanos suficientes para suportar a demanda do novo conjunto. Após a avaliação de diversas habitações, Rolnik (2014) afirma em seu artigo, que verificou-se um colapso da gestão condominial nos conjuntos por conta dos custos de manutenção de espaços coletivos em relação à renda dos moradores, em que resultou em alta inadimplência e conflitos com os síndicos. Com base nesse parâmetro, o conjunto proposto não é delimitado por muros, evitando barreiras físicas e visuais com o entorno e favorecendo aspectos sociais e econômicos. Após os estudos das HIS, notou-se que a interação e relação entre os moradores do conjunto Sol Nascente II (unidades térreas e não inseridas na gestão condominial) superou as do conjunto Spazio Palladium (estrutura predial e condomínio fechado) onde possuem fortes relações de vizinhança. Com base nessas afirmações, o projeto foi desenvolvido sob a tipologia de casas sobrepostas privilegiando as áreas coletivas que contribuem para desenvolvimento das relações sociais entre os moradores.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICA E PLANO DIRETOR

Anteriormente foram realizados a análise geral do município, levantamentos dos aspectos do plano diretor e características climáticas, sendo assim estes dados serão retomamados brevemente nesta etapa.

CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DE PIRACICABA Classificação climática de Koppené do tipo Cwa: clima tropical de altitude, com chuvas no verão e seca no inverno, com a temperatura média do mês mais quente superior a 22°C. As estações de inverno e verão bem definidas, com inverno seco e ameno e verão úmido e quente, sendo este último mais duradouro. Julho é o mês mais seco e frio, com temperatura média de 17,7°C e o mês mais quente janeiro, com temperatura média de 24,7°C. Método Mahoney : a implantação do edifício deve ser compacta e com pátios internos, em que os espaçamentos das edificações privilegiem a ventilação. As aberturas devem ser predominantes nas fachadas Norte e Sul e devem contar com proteção para evitar radiação solar direta nos interiores das edificações. As coberturas e paredes devem ser compostas de materiais leves e refletores.

PLANO DIRETOR A escolha da localização do terreno foi baseada nos princípios estabelecidos na escala de inserção urbana, a qual deve estar inserida na malha urbana, possibilitando acesso a equipamentos públicos e beneficiada pela infraestrutura e serviços urbanos existentes na região. Para devida inserção foi utilizado o Relatório de Diagnóstico do Plano Diretor de Desenvolvimento de Piracicaba de setembro de 2003 e a Lei Complementar nº 186 de outubro de 2006. O mocrozoneamento de Piracicaba conta com diversas áreas destinadas às Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). Estas ZEIS têm como finalidade garantir ”acesso a terra urbanizada, bem localizada e próxima dos centros de empregos e serviços” (OLIVEIRA & BIASOTTO, 2011 apud GOULART, TERCI e OTERO, 2014). Contudo, no município de Piracicaba, são notórios os impactos das deliberações econômicas sobre a dinâmica urbana. Após mudanças políticas e com o rápido desenvolvimento da produção imobiliária, a utilização das ZEIS foi acentuada em áreas vazias, entretanto não significou o aumento da oferta de áreas urbanizadas e de qualidade. Elas foram incorporadas sob duas modalidades: - ZEIS 1: Regulamentada para a urbanização e regularização fundiária de áreas públicas e particulares ocupadas por assentamentos de baixa renda. - ZEIS 2: Deveriam ser terras destinadas às famílias desassistidas financeiramente, porém a maior parte se encontra na Região Norte, em zoneamento definido como de Ocupação Controlada por Fragilidade Ambiental (ZOCFA) e com inúmeras restrições à urbanização, além de se localizar na periferia urbana. Por essas áreas não exercerem sua função social, sua utilização irá contribuir para o agravamento da segregação. Segundo GOULART, TERCI e OTERO (2014) os instrumentos e as políticas públicas criadas com a finalidade de conferir alternativas de moradia às populações mais desassistidas, foram absorvidas pelo setor imobiliário, assumindo dinâmicas de mercado e atuando em sentido contrário aos seus conceitos originários.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

ZONA DE ADENSAMENTO PRIORITÁRIO (ZAP 1 e ZAP 2) ZONA DE ADENSAMENTO SECUNDÁRIO (ZAS 1 à 5) ZONA DE OCUPAÇÃO CONTROLADA POR FRAGILIDADE AMBIENTAL (ZOCFA 1 e ZOCFA 2) ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO INSERÇÃO URBANA

Estação da Paulista foi restaurada e transformada em centro cultural. Possui oficinas artísticas e equipamentos esportivos.

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Área 01 Área 02 (terreno selecionado) Demarcação do centro


DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

CUMPRIMENTO DO PLANO DIRETOR INFRAESTRUTURA SERVIÇOS URBANOS TRANSPORTE PÚBLICO ADEQUAÇÃO URBANA E IMPACTO IMEDIATO DIVERSIDADE SOCIAL

De acordo com o Art. 80 da Lei Complementar 222 de 2008 do município a implantação de ZEIS 2 devem ser prioritariamente localizadas nas Zonas de Adensamento Prioritário e Secundário (ZAP e ZAS). A fim de locar o conjunto habitacional em áreas mais próximas aos centros de empregos e serviços, foram selecionadas, de início, duas áreas, ambas de propriedade privada e localizadas na Zona de Adensamento Prioritário. Área 01: localizada no bairro Nova América, próximo a Avenida Independência, umas das principias avenidas do município 2,138ha. Área 02 (Área selecionada): localizada no bairro Paulicéia - 1,146ha. Apesar da área 01 possuir maiores dimensões, a área 02 foi definida pela sua localização privilegiada: cerca de 1,5km do centro e cerca de 600m da área de lazer da Estação da Paulista. A área é caracterizada por uso misto e com infraestrutura já implantada. Em razão da área se tratar de propriedade privada, foram avaliadas as condições do terreno em termos legais para sua utilização. O Art. 182 da Constituição Federal de 1988, expressa que ‘a política de desenvolvimento urbano (...) tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes’. No Parágrafo 4° deste mesmo artigo que ‘é facultado ao Poder Público municipal (...) exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento (...)’. Dito isso, nota-se que a área em questão não exerce sua função social pelo fato do terreno não ter uso especifico desde sua aquisição, tornando-se este, produto da especulação imobiliária. Para a devida utilização desta área, alguns instrumentos do Estatuto da Cidade foram incorporados para o desenvolvimento do projeto como: - Consórcio Imobiliário: Mecanismo que viabiliza parcerias entre os proprietários de imóveis e a prefeitura, onde o proprietário passa o terreno para a prefeitura e em troca, o antigo proprietário ganha lotes, casas ou apartamentos no mesmo valor que o terreno tinha antes das obras. - ZEIS: É necessária uma mudança no zoneamento para esta área, na qual seja caracterizada como Zona Especial de Interesse Social, pois desta maneira é possível alterar algumas diretrizes da área:

ZONA DE ADENSAMENTO PRIORITÁRIO (ZAP 1 e ZAP 2) CAB (coeficiente de aproveitamento básico) = 4 CAM (coeficiente de aproveitamento máximo) = 5 TO (taxa de ocupação para uso residencial) = 70% TO (taxa de ocupação para uso não residencial) = 80% TP (taxa de permeabilidade) = 10% TAMANHO MÍNIMO DE LOTE = 200m²

ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS 2) CA (coeficiente de aproveitamento) = 1,4 TO (taxa de ocupação) = 70% TP (taxa de permeabilidade) = 10% TAMANHO MÍNIMO DE LOTE = 175m²

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO INSERÇÃO URBANA

O terreno, dispõe de infraestrutura adequada como abastecimento de água, rede de fornecimento de energia elétrica e coleta de esgoto. A seguir serão apresentados os mapas quantitativos relacionados aos serviços urbanos do entorno e bairros próximos, o qual conta com equipamentos culturais, de lazer, escolares dentre outros. Tanto a infraestrutura local, quanto os equipamentos urbanos, são adequados e suficientes para suportar a demanda do novo conjunto.

22

LAZER | INSTITUCIONAL

ÁREA INSTITUCIONAL NÃO IMPLANTADA

ÁREA INSTITUCIONAL IMPLANTADA ÁREA INSTITUCIONAL OCUPADA ÁREA VERDE ÁREA VERDE - APP SISTEMA DE LAZER NÃO IMPLANTADO SISTEMA DE LAZER IMPLANTADO SISTEMA DE LAZER OCUPADO

a

COMÉRCIO

VIAS COM FOCOS DE COMÉRCIO

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CUMPRIMENTO DO PLANO DIRETOR INFRAESTRUTURA SERVIÇOS URBANOS TRANSPORTE PÚBLICO ADEQUAÇÃO URBANA E IMPACTO IMEDIATO DIVERSIDADE SOCIAL

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO INSERÇÃO URBANA

& EDUCAÇÃO ESCOLAS ESTADUAIS ESCOLAS MUNICIPAIS ESCOLAS PARTICULARES ESCOLAS PROFISSIONALIZANTES ESCOLAS CURSOS SUPERIORES CLASSES VINCULADAS - ENSINO FUNDAMENTAL

+ +

SAÚDE

HOSPITAIS (05) UNIDADES DE SAÚDE: Ÿ

UNIDADES PROGRAMA DA SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)

Ÿ

+

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS)

Ÿ

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO MÉDICO

Ÿ

SAMU

Ÿ

AMBULATÓRIO TRABALHADOR (CEREST)

+ +

++

FARMÁCIAS CENTROS DE ESPECIALIDADES

+ +

62

++


++ +

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CUMPRIMENTO DO PLANO DIRETOR INFRAESTRUTURA SERVIÇOS URBANOS TRANSPORTE PÚBLICO ADEQUAÇÃO URBANA E IMPACTO IMEDIATO DIVERSIDADE SOCIAL

++ + + + + + + ++

+ ++

+

+ + + + + + + + ++ +

+

+ 63


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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO INSERÇÃO URBANA

O local é atendido por transporte público de qualidade, o qual este permite chegar a diversos pontos da cidade. Segundo Jourda (2013), o sistema de transporte público é considerado acessível quanto este se situa a menos de 400 metros do edifício. Sendo assim, foi delimitado este raio para a avaliação da proximidade das linhas de transporte público com os empreendimentos. A implantação do projeto não acarretará em conflitos de usos ou segregação espacial, já que o entorno conta com uso misto e não haverá a inserção de muros no conjunto, permitindo o livre acesso. A fim de evitar a ruptura visual da paisagem, as habitações são constituída por dois pavimento, em que a disposição dos edifícios criam áreas abertas que permitem a fluidez de pedestres, transformando as áreas de convívio em áreas públicas. A seguir serão apresentados os mapas de uso e de ocupação do solo, para melhor compreensão da dinâmica do entorno.

MAPA DE TRANSPORTE PÚBLICO LIMITE 400M TRAÇADO TRANSPORTE PÚBLICO ÁREA DE INTERVENÇÃO

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CUMPRIMENTO DO PLANO DIRETOR INFRAESTRUTURA SERVIÇOS URBANOS TRANSPORTE PÚBLICO ADEQUAÇÃO URBANA E IMPACTO IMEDIATO DIVERSIDADE SOCIAL

MAPA DE USO DO SOLO USO COMERCIAL USO RESIDENCIAL USO INDUSTRIAL SERVIÇOS VAZIOS URBANOS ÁREA DE INTERVENÇÃO

MAPA DE OCUPAÇÃO DO SOLO 01 PAVIMENTO 02 PAVIMENTOS 03 PAVIMENTOS MAIS DE 04 PAVIMENTOS VAZIOS URBANOS ÁREA DE INTERVENÇÃO

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO IMPLANTAÇÃO

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

DENSIDADE DO CONJUNTO DISPOSIÇÃO DOS EDIFÍCIOS ÁREAS COLETIVAS ÁREAS VERDES CONFORTO AMBIENTAL INSOLAÇÃO ADEQUAÇÃO TOPOGRÁFICA

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO IMPLANTAÇÃO

Densidade A partir das conclusões obtidas após os estudos de caso, notou-se a grande interação entre os moradores no conjunto de casas térreas. Desejando fortalecer o diálogo entre os moradores, as casas sobrepostas foram determinadas como tipologias. Contudo, as casas térreas não foram incorporadas ao projeto pela necessidade de um adensamento que viabilizasse a implantação da habitação social. O conjunto possui densidade líquida de 288hab/ha, apesar de ser uma densidade alta, os serviços e equipamentos públicos são adequados e suficientes a essa demanda. Contudo, densidades urbanas maiores tem sido consideradas importante para pesquisadores urbanos. Jane Jacobs (2000) afirma que baixas densidades reduzem a diversidade de usos das áreas urbanas, tornando – as mais desertas e acentuando problemas como criminalidade e vandalismo. A grande concentração maximiza o uso da infraestrutura instalada, diminuindo o custo relativo da sua implantação, a qual também favorece a concentração de atividades econômicas. Apenar o adensamento da área, o projeto leva em consideração as necessidades do entorno, proporcionando áreas destinadas para comércios e áreas de convivência. Disposição dos edifícios O projeto conta com sete blocos residenciais e um comercial. Os edifícios residenciais possuem três tipologias diferentes, totalizando 80 unidades habitacionais.Possui distância de sete metros entre os edifícios, o que viabiliza a insolação e a permeabilidade dos ventos. Áreas coletivas A principal diretriz do projeto é a criação de áreas de convívio que favoreçam a integração entre os usuários. Para isso, foram criadas áreas de circulação entre as unidades superiores e a disposição dos edifícios permite a criação de espaços coletivos para proporcionar relações sociais entres os moradores. Essas áreas coletivas resultantes das disposições dos edifícios, podem ser compartilhadas com pessoas fora do conjunto, beneficiando um numero maior de pessoas além dos próprios usuários. Áreas verdes As áreas verdes são dispostas de modo que permita a circulação dos moradores, contemplando as áreas coletivas e de descanso. De acordo com o Plano Diretor de Piracicaba, a taxa de permeabilidade no terreno deve ser de, no mínimo, 15%; com a disposição de áreas verdes e pavimentação, a taxa de permeabilidade do terreno totalizou 29,9%.

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DENSIDADE DO CONJUNTO DISPOSIÇÃO DOS EDIFÍCIOS ÁREAS COLETIVAS ÁREAS VERDES CONFORTO AMBIENTAL INSOLAÇÃO ADEQUAÇÃO TOPOGRÁFICA

Área total: 1.146m² Número de habitações: 80 unidades Densidade líquida: 288hab/ha

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO IMPLANTAÇÃO

OESTE

Conforto Ambiental As condições do entorno são adequadas para garantir o conforto ambiental nas unidades. Apesar de estar próximo a uma avenida com constante movimento, não possui desconforto acústico, olfativo ou de poluição do ar. Insolação Os dormitórios das unidades foram canalizados para a parte posterior das unidades, sendo assim os blocos foram dispostos de modo que os dormitórios das unidades não ficassem com aberturas voltadas para o sul. As disposições e distâncias adequadas dos edifícios proporcionam boa insolação até mesmo nos pavimentos térreos.

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LESTE


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DENSIDADE DO CONJUNTO DISPOSIÇÃO DOS EDIFÍCIOS ÁREAS COLETIVAS ÁREAS VERDES CONFORTO AMBIENTAL INSOLAÇÃO ADEQUAÇÃO TOPOGRÁFICA

ADEQUAÇÃO TOPOGRÁFICA

536

535

535

536

537

538

539 540 536

537 538 539 540

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE PROJETO IMPLANTAÇÃO COMPENSAÇÃO DE TERRAS 541 540 539 538 537 536 535 534

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535


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DENSIDADE DO CONJUNTO DISPOSIÇÃO DOS EDIFÍCIOS ÁREAS COLETIVAS ÁREAS VERDES CONFORTO AMBIENTAL INSOLAÇÃO ADEQUAÇÃO TOPOGRÁFICA

536,6

538,4

Para o projeto de implantação, foram analisadas as condições físicas do terreno, a fim de minimizar a movimentação de terra e redução dos custos provenientes dos corte e aterros. Para i s s o , fo r a m re a l i z a d o s c á l c u lo s d e movimentação de terra, incorporando ao máximo o projeto à topografia.

Corte: 1.517,9 m³ Aterro: 1.487,8m³ Ou seja, será necessário repor apenas 30,1m³ de terra.

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO EDIFÍCIOS

Áreas destinada a geração de renda

Caixa d’água

Áreas de coletivas superiores

Comércios Blocos residenciais Caixa d’água

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SITUAÇÃO FÍSICA ACESSIBILIDADE ÁREAS COMUNS PAISAGISMO

Lavanderia coletiva habitações superiores Áreas de manutenção (gás e lixo) habitações superiores Circulação Lavanderia coletiva habitações térreas Áreas de manutenção (gás e lixo) habitações térreas As áreas destacadas representam as áreas coletivas de cada conjunto tipo, ou seja, áreas de circulação do pavimento superior, lavanderia coletiva e unidade de apoio das habitações. Cada conjunto de tipologias possuem essas áreas de circulação e unidades de apoio, a fim de proporcionar o máximo de integração entre os proprietários.

Acessibilidade Tanto o interior do edifício quanto o seu acesso externo, possuem acessibilidade e circulações organizadas de forma clara, na qual onde há diferenças de alturas, as circulações são contempladas com rampas para facilitar o deslocamento de pessoas com necessidades especiais ou com dificuldades de locomoção. Áreas comuns Pensando na questão das relações sociais, foram distribuídas, em cada andar dos blocos, unidades de aopios que são contempladas com lavanderias coletivas e espaços destinados ao lixo, gás e outros serviços necessários à manutenção das unidades. Paisagismo O conjunto conta com sistema de coleta de água pluvial, sendo assim, esta será utilizada para a manutenção do paisagismo. O paisagismo foi locado de forma que privilegiem a as áreas coletivas e de descanso. Nas áreas frontais e próximas dos blocos foram utilizadas vegetação de porte pequeno, afim de não criar rupturas visuais com as unidades. Na parte posterior de alguns edifícios, e em áreas verdes de maiores portes foram utilizada vegetação arbórea, a fim de minimizar os efeitos das ilhas de calor.

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO UNIDADES HABITACIONAIS SISTEMA CONSTRUTIVO CES Diante do crescimento populacional e dos avanços tecnológicos, a indústria da construção civil tem buscado sistemas mais eficiente de construção com o objetivo de aumentar a produtividade, diminuir o desperdício e atender a uma demanda crescente. Cabe a arquitetura adotar construções mais racionais, econômicas, principalmente nos insumos e energia, e, sobretudo produzidas com matérias que possam ser reciclados e que causem menos impacto ambiental. Visando maior eficiência e produtividade na execução da obra, e qualidade na habitação o sistema construtivo adotado foi o CES (Construção Energitérmica Sustentável), na qual compreende no uso de uma estrutura Steel Frame (perfis de aço), contraventadas com placas estruturais de OSB, que unidos permitem a construção de edificações leves tão resistentes quanto às de concreto. Esse sistema construtivo é utilizado mundialmente, em países como Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Austrália a quase 30 anos, chegando a 90% das casas construídas nesses países. Além de ser muito flexível, o sistema CES permite a utilização de qualquer tipo de acabamento exterior e interior, em diferentes estilos arquitetônicos e é indicado tanto para edificações unifamiliares de pequeno ou médio porte como para construções multifamiliares com altura de até cinco pavimentos.

STEEL FRAMING Segundo Crasto (2005) o sistema Steel Frame é um material com suas potencialidades a serem explorado nas mais diversas aplicações, inclusive em habitações de interesse social. Contudo, não se pode desconsiderar o fato de, no Brasil, o emprego de estruturas metálicas ter sido pouco expressivo se comparado ao desenvolvimento industrial brasileiro. Como já dito, buscou-se alternativas construtivas para a construção de habitações populares que considerem tanto a viabilidade econômica quanto a qualidade da construção. Para isso, o Steel frame foi escolhido devido ser um sistema eficaz e com rapidez em sua execução, visando o aumento da produtividade e diminuição do desperdício de material. Além disso, o sistema possui ótimo desempenho térmico e acústico, o qual segue as exigências da NBR 15575, e garante resistência à construção. Este sistema é constituído por perfis de aço galvanizados utilizados para a composição de painéis estruturais, nãoestruturais, vigas de pisos, coberturas, entre outros. É composto por vários componentes e “subsistemas”, os quais são: estrutural, fundação, isolamento, fechamento interno e externo, instalações elétricas e hidráulicas. (CONSUL STEEL, 2002 apud CRASTO, 2005). A curta duração da obra se deve ao fato de ser um sistema industrializado, ou seja, a fabricação os perfis são confeccionados externos ao canteiro de obra, na qual muitas vezes em painéis para ser apenas montados no local. Alguns materiais de acabamento podem também ser aplicados na fábrica para diminuir o tempo da construção. Nesses casos, as empresas que fornecem o material realizam os cálculos de esforços, os cortes, as dobras e a furação dos perfis, na qual o serviço no canteiro se resume em unir essas estruturas e fazer o chapeamento das placas OSB. Os painéis e subsistemas são conectados no local usando as técnicas convencionais (parafusos auto brocantes e auto atarrachantes). Outro ponto que define a rapidez da construção é que as estruturas podem ser fabricadas paralelamente a execução das fundações, o que possibilita trabalhar em diversas frentes de serviços simultaneamente levando a uma redução considerada do tempo de execução. Devido ao fato da obra ser finalizada em curtos prazos, o retorno de capital de incorporadoras e investidoras são agilizados, assim como a ocupação antecipada do imóvel.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

O steel framing permite o uso de diversos tipos de acabamento interno e externo, e perfis arquitetônicos. Segundo Lopes et. al. (2008) de acordo com as especificações de revestimento mínimo exigidos, o zinco pode facilmente garantir a proteção do aço para toda vida útil da habitação, considerando que a edificação esteja dentro das normas e não sujeita a vazamentos constantes de água ou excessiva umidade que possa atingir o interior das paredes, que danificam não apenas o aço, mas qualquer outro tipo de material construtivo. Contudo, este sistema não possui muita aceitação entre os usuários, pois de acordo Sales (2001) apud Crasto (2005) o desenvolvimento de tecnologias para a construção em aço, assim com sua divulgação, ficam em segundo plano, já que se estabeleceu no Brasil uma “cultura do concreto”, provavelmente a falta de informação técnica disponível inibe a utilização do aço na construção. Apesar das empresas construtoras brasileiras serem tradicionalmente resistentes a modernização dos seus meios de produção cabe ao arquiteto induzir a utilização de novas técnicas e produtos, pois os sistemas construtivos convencionais, em virtude de sua baixa produtividade, não conseguirão sozinhos, suprir o enorme déficit habitacional brasileiro, já o uso deste sistema permite a produção em larga escala com rapidez, o que é fundamental para atingir metas de construção de moradias.

DETALHAMENTOS DO MÉTODO CONSTRUTIVO Verga

Montante auxiliar Ombreira

Guia dobrada Perfil U

Parafusos de fixação entre guia dobrada e viga inclinada

ABERTURAS As aberturas para portas e janelas em um painel portante necessitam de reforço nos elementos estruturais com vergas a fim de redistribuir o carregamento dos montantes interrompidos aos que delimitam lateralmente o vão, denominados de ombreiras.

Viga caixa: 2 perfis Ue + 2 perfis U

ESCADAS As escadas são construídas pela combinação de perfis U e Eu. Para construir os degraus e espelhos será utilizada a placa OBS. Para formar os espelhos e pisos da escada, utiliza-se uma gruía dobrada unida a uma viga caixa com a mesma inclinação.

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO UNIDADES HABITACIONAIS Montante painel superior (Ue)

Guia painel superior (U)

LAJES Para a construção das lajes utilizam-se perfis biapoiados dispostos na horizontal, apoiadas de forma que suas almas estejam em coincidência com as almas dos montantes, seguindo o conceito de estrutura Contrapiso alinhada. Esta disposição permite garantir que predomine Contrapiso esforços axiais nos elementos da estrutura. Placa OSB

Enrijecedor de alma Recorde perfil U Sanefa Perfil U Guia painel inferior Montante painel inferior (Ue)

Vigas de piso Perfil Ue Parafusos entre placa e vigas

Detalhamento da estrutura com laje mista

O vigamento metálico disposto desta maneira suporta grandes cargas e vence grandes vãos com resistência uniforme e constante, sem que haja flambagem ou torções em sua estrutura. Existem dois tipos de laje, laje seca e laje mista. Para o projeto foi utilizado a laje mista. É compostas pelos painéis de OSB entre o vigamento metálico e um contrapiso de 3 a 4 cm de argamassa reforçado com fibras de aço ou de polipropileno, permitindo a aplicação de revestimentos como: carpet, pisos vinílicos, laminados de madeira, assoalhos, tábuas corridas, cerâmicas, porcelanatos entre outros.

COBERTURAS As coberturas planas são na maioria dos casos, resolvidas como uma laje mista, onde a inclinação para o caimento da água é obtida variando a espessura do contrapiso de concreto. A estrutura de cobertura é composta por perfis metálicos galvanizados, que juntamente com as placas OSB asseguram a resistência à ação dos ventos. Foi utilizado o TechShield, que é um painel de OSB revestido em uma das faces com foil de alumínio, que reflete até 97% da radiação solar, pode ser aplicado sobre telhados ou em paredes, melhorando o desempenho térmico. Essas placas possuem 11,1mm de espessura e sua dimensão é de 1,20 x 2,40 m.

ESTRUTURA A estrutura é feita de perfis de aço galvanizado formando o esqueleto das paredes autoportantes, já que sustentam a construção sem a necessidade de pilares e vigas de maiores dimensões. Esses perfis são instados na vertical, como pilares, e na horizontal, como montantes. Devido ao fato de não utilizar o conceito viga-pilar, todas as paredes externas são consideradas parte integrante da estrutura, na qual as cargas de lajes e pavimento superiores são divididas em um maior número de elementos estruturais, o que torna possível a utilização de chapas finas para os perfis. Os elementos metálicos e não metálicos da estrutura geral, são interligados através de parafusos de aço galvanizado, perfurantes e roscantes. Estes perfis quando não chegam ao canteiro de obra já fixados, tem a possibilidade de serem montados sobre uma base plana e esquadrejada, o que diminui as conferencias na execução. Foi utilizado o contraventamento em X, na qual consiste em utilizar fitas em aço galvanizado fixadas na diagonal e nas duas faces do painel, para evitar o efeito de rotação. Sua fixação ao painel é feita por uma placa de aço galvanizado, que é parafusada em montantes duplos. O ângulo que a fita é instalada influencia diretamente a resistência das cargas horizontais, sendo assim, a inclinação das diagonais deve estar compreendida entre 30° e 60° (CONSUL STEEL, 2002 apud CRASTO, 2005).

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Montante duplo Perfil Ue

MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

Montante Perfil Ue

Conector de ancoragem

Guia perfil U

Fundação Radier

Detalhamento da fundação radier com ancoragem química com barra roscada.

FUNDAÇÃO Por ser uma estrutura leve, os componentes de fechamento exigem bem menos da fundação. Segundo Trebilcock (1994) apud Crasto (2005), um painel estrutural de aço galvanizado pesa apenas 20% de uma parede equivalente em blocos. Como a estrutura distribui a carga uniformemente ao longo dos painéis estruturais, a fundação deverá ser continua suportando os painéis em toda sua extensão, em que são efetuadas segundo o processo da construção convencional e como em qualquer outra deve se observar o isolamento contra umidade. O sistema mais funcional é o radier, que funciona como uma laje e transmite as cargas da estrutura para o terreno. A fim de evitar a umidade do solo ou infiltração de água na construção, o nível do contra piso fica à no mínimo 15 cm de altura do solo. Para evitar o movimento da edificação devido à pressão do vendo, a estrutura deve ser firmemente ancorada na fundação. O tipo de ancoragem utilizado é a química com barra roscada, na qual é colocada depois da concretagem da fundação. Consiste em uma barra roscada com arruela e porca fixada no concreto por meio de perfuração preenchida com resina química a base de epóxi, formando uma interface resistente com o concreto. A fixação a essa estrutura se dá por meio de uma peça em aço que é conectada na barra roscada e na guia e parafusada ao montante. ESTRUTURAS EM BALANÇO Para lajes em balanço, pela a ausência de apoio em uma das extremidades das vigas, estas necessitam de reforços especiais na estrutura e dois casos podem ser considerados: - Viga da laje em balanço tem a mesma direção das vigas de piso: Estas constituem um prolongamento da estrutura de piso. Porém, o segmento em balanço deve ter no máximo metade do comprimento do segmento das vigas que estão entre os apoios. - Viga da laje em balanço não tem a mesma direção das vigas de piso: é necessário promover uma nova estrutura para suportar as vigas que formarão o balanço. Pra isso, as vigas devem ter pelo menos o dobro do comprimento do balanço, prolongando-se para dentro da construção e estar entre apoios. Normalmente para aplicações residenciais são recomendados vão de até 4m, par uso de perfis Ue 200x40x0,95, isto é, perfis com altura da alma de 200mm, mesa de 40mm e espessura de 0,95mm. Para vãos maiores, pode se utilizar uma viga principal. Essa viga é feita a partir da combinação entre dois ou mais perfis.

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO UNIDADES HABITACIONAIS

TIPOS DE ENCAIXES Os perfis mais comuns são os perfis U simples (U) e U enrijecido (Ue). Os perfis U são utilizados como guias, ou seja, elementos horizontais do painel, situados nos seus limites superior e inferior, enquanto os perfis Ue são utilizados como montantes, ou seja, elementos verticais que recebem as cargas das lajes e da cobertura. Estes painéis se constituem tanto nas paredes como nas lajes da edificação e podem ser estruturais ou simplesmente de vedação. Os painéis estruturais fazem o papel dos pilares e das vigas, de forma similar ao sistema de alvenaria estrutural. Os painéis não estruturais ou de vedação apenas fazem o papel das paredes ou divisórias. No Brasil os perfis estruturais mais utilizados são a partir de 0,90mm de espessura e os de vedação a partir de 0,50mm.

PERFIL Ue

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PERFIL U


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MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

FIXAÇÃO Sobre placa OSB: Parafusos ou pregos anelados. Os pregos devem ter comprimento de 3 a 4 vezes a espessura da placa a ser fixada. Sobre estrutura metálica: Parafusos galvanizados autobrocantes. Posicionamento das fixações: Deve-se manter um distância de 01 cm entre cada borda do painel. Os pregos ou parafusos devem ser fixados a cada 15 cm no perímetro do painel e a cada 30 cm nos apoios intermediários.

Parafusos autoperfurantes e autobrocantes

MÁXIMO DE 15CM MÁXIMO DE 30CM

FIXAR A 01CM DE TODAS AS BORDAS

MÁXIMO DE 15CM

DISTANCIAR NO MÍNIMO 15CM DO PISO EXTERNO

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO UNIDADES HABITACIONAIS

ESQUEMA DA DISPOSIÇÃO E ORIENTAÇÃO DAS FIBRAS DE MADEIRA PARA A FORMAÇÃO DAS PLACAS DE OSB

PLACAS DE OSB Os perfis de aço são reforçados com revestimento de Oriented Strand Board (OSB). Trata-se de um painel estrutural de grande resistência mecânica, com versatilidade e qualidade de isolamento térmico. A placa de OSB é composta por tiras de madeira 100% proveniente de reflorestamento (espécies florestais de rápido crescimento, emulsão parafínica, resinas resistentes à umidade e água) certificadas pela AP (Engineered Wood Association). Este material foi utilizado visando grande versatilidade de uso e alta durabilidade. Este, também apresenta grande trabalhabilidade, permitindo ser serradas, perfuradas, pintadas e envernizar sem complexidade. As placas são orientadas em três camadas perpendiculares, unidas com resina resistente a intempéries e prensadas sobre alta temperatura e pressão, o que aumenta sua resistência mecânica, rigidez e estabilidade. O produto nacional possui quatro camadas e são ainda, imunizadas contra cupins e insetos degradadores da madeira. Para evitar que os painéis absorvam grandes quantidades de umidade, é realizada a emulsão parafínica, sem ela, as placas inchariam 40% a mais do total da sua espessura. Contudo, os painéis são classificados, segundo a norma européia EN 120, como sendo tipo E1, ou seja, completamente seguros de qualquer possibilidade de causar câncer em seus usuários.

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DESENHO, CONSTRUÇÃO E PARTICIPAÇÃO: A QUALIDADE NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO

MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

A escolha do tipo e da espessura da placa está relacionada com a deformação requerida pelas próprias características da mesma, e fundamentalmente com o tipo de revestimento. A placa utilizada é o OSB com 11,1mm de espessura, que além de apresentar propriedades estruturais favorece o uso horizontal e de fácil instalação. As placas são dimensionadas com largura de 1,20 e altura de 2,40m ou 3,00m. Estas podem ser utilizada para parede e laje com perfis espaçados até 60cm, contudo, serão utilizadas na modulação de 40cm o que aumenta sua resistência. Apesar do OSB possuir uma relativa resistência à umidade, devido aos adesivos utilizados na confecção das chapas e as bordas seladas (bordas verdes), foi utilizado um acabamento impermeável através de uma membrana de polietileno de alta densidade, que reveste toda a área externa das paredes. Essa membrana além de garantir menos absorção do calor proveniente dos raios solares, permite a passagem da umidade da parte interna para externa, evitando a condensação dentro dos painéis e protegendo-as contra umidade externa. A manta é fixada nas placas de OSB soprepondo-se de 15 a 30cm nas suas emendas. Muitas residências utilizam como fechamento interno chapas de Drywall, que proporcionam uma superfície lisa e pronta para receber o acabamento. Porém as paredes que receberão móveis suspensos, devem utilizar as placas de OSB. Sendo assim, optou-se por utilizar estas placas de OSB como revestimento interno geral, na qual tem como vantagem a liberdade do usuário em aplicar cargas em qualquer ponto das paredes, sem a necessidade de prever o mapeamento dos reforços. Sendo assim, pelas placas possuírem um acabamento liso, é necessário apenas utilizar uma demão de tinta a óleo sobre a placa, em seguida uma demão de primer e posteriormente utilizar a tinta látex arílico da cor desejada, deixando secar duas horas cada demão. Pode-se também aplicar placas de gesso acartonado sobre as placas de OSB, o que facilita na pintura e assentamento de demais revestimentos. A utilização de gesso acartonado como revestimento, supera até mesmo os custos do reboque realizado nos sistemas convencionais.

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Plantas estruturais

MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

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MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO UNIDADES HABITACIONAIS Insolação / iluminação natural Todos os elementos de projeto e implantação foram pensados de acordo com as orientações solares, buscando garantir autonomia de iluminação natural nas unidades habitacionais. Devido ao fato dos edifícios serem locados a uma distância de no mínimo 7 metros do outro, não há perda da eficiência de insolação e ventilação nas unidades localizadas no pavimento térreo. Sendo assim, o projeto oferece condições visuais adequadas as necessidades dos usuários, na qual as esquadrias são dimensionadas e posicionadas de acordo com as orientações solares. As aberturas contam beirais que proporcionam sombreamento às unidades, garantindo as condições de conforto térmico no interior das habitações. Conforto Acústico Como já dito, o local não é afetado por desconforto acústico. Os materiais construtivos adotados contribuem para o conforto acústico devido a utilização do revestimento em OBS nas faces internas e externas das paredes. Para melhorar ainda mais o rendimento acústico das habitações, é possível acrescentar lã de vidro entre os perfis de steel frame.

Ventilação natural A ventilação natural é priorizada nas tipologias, as quais permitem a ventilação cruzada no interior das unidades. Como já dito a disposição dos edifícios e dimensionamento das aberturas, garantiram a qualidade do conforto ambiental no projeto.

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MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

Otimização de energia As águas das chuvas serão captadas e armazenadas em uma cisterna, está será tratada antes da sua utilização na manutenção do paisagismo, cozinha entre outros. As águas cinzas também serão coletadas e tratadas, com tanques filtrantes, a fim de evitar sobrecarga nas redes de esgoto e possibilitando sua reutilizacao em descarga de bacias sanitárias e manutenção do conjunto. Otimização de energia A fim de minimizar os gastos com energia elétrica, foram utilizadas placas solares nas habitações. No bloco com 06 unidades habitacionais foi adotado o sistema com 1500litros, ou seja reservatório térmico (boiler) de 1500litros, totalizando 16m² de placas coletoras, com 8 placas de 2m². Nos blocos com 05 unidades, foi utilizado o sistema com 1000litros, com 7 placas de 2m². Esse sistema atenderá em média 4 a 5 banhos diários (tempo médio de 10 minutos) além de suprir a demanda de cozinha e torneiras.

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MATERIAIS ADOTADOS INSOLAÇÃO / ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL CONFORTO ACÚSTICO DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTES FLEXIBILIDADE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS OTIMIZAÇÃO DE ENERGIA

Dimensionamento | Flexibilidade A diretriz principal das tipologias consiste em evitar a monofuncionalidade dos ambientes. O programa incentiva a adoção de diferentes usos em apenas um ambiente, sua exemplificação está nas áreas destinadas à cozinha, sala de jantar e estar, as quais estão locadas em um espaço único, o que permite diversas disposições de layouts. Algumas tipologias possuem camas de casal nos dormitórios secundários; estão representados desta maneira facilitar a compreensão de suas dimensões, já que estas podem ser substituídas por camas simples e utilizar do espaço restante como área para estudos ou outras funções. O projeto conta com 10 tipologias destinadas para diversas composições familiares. Estas estão dispostas em 03 blocos diferentes, na qual dois destes possuem seis unidades habitacionais e o outro possui cinco unidades. Os elementos estruturais foram escolhidos serem facilmente desmontados e reutilizados. Contudo, as alterações das residências possuem alguns limites, já que se o material construtivo requer assistência técnica para realizar mudanças, evitando assim reformas dispendiosas e sem planejamento.

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETO CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em meio às adversidades que a população de baixa renda enfrentou, e ainda enfrenta, no Brasil, a falta de uma habitação com condições dignas faz com que acentue ainda mais a divisão e isolamento destes indivíduos das demais camadas sociais e regiões urbanizadas. Ao levarmos em consideração o déficit habitacional brasileiro, nota-se que o país exclui grande parcela da população da oportunidade de financiar suas moradias. Com isso, deu-se início ao processo de auto empreendimento da casa popular, resultando em ocupações irregulares e sem planejamento. Tendo em vista esse panorama, hoje os governos Estaduais e Federal, a fim de reverter este quadro, disponibilizam diversos programas habitacionais através de financiamentos públicos e privados, com moradia a baixo custo e curto prazo. Porém, a questão técnica das construções deixa a desejar com relação ao atendimento mínimo à qualidade habitacional, estando esta, diretamente relacionada ao grau de satisfação e qualidade de vida do morador. Contudo, são verificados na maioria dos casos, problemas técnicos e sociais relacionados a esses empreendimentos. Dentre os aspectos ponderados destacam-se: a precária inserção urbana dos conjuntos, monotonia e má qualidade dos projetos urbanísticos e arquitetônicos; a má qualidade da construção e os riscos de formação de guetos, socialmente excluídos do restante das cidades. A partir da realidade dessas famílias torna-se inquestionável a necessidade de ampliar os esforços dirigidos à melhoria da qualidade de vida nesses conjuntos destinados às populações mais desassistidas. Devese garantir espaço de participação na vida urbana e direito à moradia digna, em que as habitações populares sejam tratadas de forma mais ampla que o simples acesso à moradia, e também é necessário que tenham acesso pleno às condições sociais e físicas das cidades. A adequada inserção urbana é garantida em regiões dotadas de infraestrutura, serviços e equipamentos urbanos, privilegiando a integração do conjunto à malha urbana, e com densidade e dimensionamento adequados. A boa implantação de um empreendimento habitacional pressupõe a sua adequação à topografia do terreno, minimizando os impactos ambientais decorrentes de elevada movimentação de terra, transição harmoniosa entre os espaços públicos e privados. Os espaços livres e verdes devem ser apropriados à permanência, convívio e à circulação. Boas soluções tecnológicas

de projeto arquitetônico nas escalas da edificação e da unidade

habitacional, são aquelas comprometidas com a redução dos impactos ambientais e com o conforto do usuário, no correto dimensionamento dos ambientes e na adoção de orientações adequadas das edificações, que privilegiem a captação dos ventos dominantes e da iluminação natural, de modo a atender aos diferentes perfis e composições familiares e grupos sociais. Tendo em vista este cenário brasileiro, faz-se necessário o desenvolvimento de uma estrutura habitacional, que considere o caráter evolutivo dos projetos e a abrangência das ações desenvolvidas, fato este que expressa ainda mais a importância de se atentar às relações de identidade que o indivíduo cria em função ao meio inserido, fazendo com que a habitação destinada aos estratos mais baixos passe a se referir além do acesso a moradia, mas também a garantia de inclusão na vida pública.

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ANEXOS ANEXO 01 MÉTODO DE MAHONEY PLANILHAS DE MAHONEY

1. Normais

Jan

Temperatura (°C)

Média Máximas Média Mínimas Amplitude Média UR (%) Chuva (mm)

2. Diagnóstico

Dia

ARIDEZ

U1 U2 U3 A1 A2 A3

Long .: 47°22’O

Alt.: 554m

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

30,5 32,5 31,5

30

28

27,5

27

28,5

30

31

19,5 20,5

20

17

14,5

15

12

11

13,5 12,5

15

14,5 17,5

Nov Dez MAX TMA 31,5

33

33

22

19

20,5

11

22

11

12

11,5

13

95 225

94 111

94 136

92 161

91 78

97 122

93 42

81 3

97 30

85 149

86 106

Jan 4

Fev 4

Mar 4

Abr 4

Mai 4

Jun 4

Jul 4

Ago 4

Set 4

Out 4

Nov Dez 4 4

27

27

27

27

27

27

27

27

27

27

27

27

30

28

27,5

27

28,5

30

31

31,5

33

17,5 15,5 19,5 12,5 12,5

22

22

22

22

22

22

22

22

22

22

22

21

21

21

21

21

21

21

21

21

21

21

21

20

17

14,5

15

12

11

19

20,5

14,5 17,5

17

17

17

17

17

17

17

17

17

17

17

17

Q C

Q C

Q C

Q C

Q F

Q F

C F

Q F

Q F

Q C

Q C

Q C

Jan x

Fev x

Mar x

Abr x

Mai x

Jun x

Jul

Ago x

Set x

Out x

x

Nov Dez Totais x x 11 1 0 0 0 0

4. Parâmetros do Método GRUPOS DE UMIDADE RELATIVA GRUPO 1 UR < 30%

Limites de Conforto TMA > 20 15 ≥ TMA ≥ 20 TMA < 15 Dia Noite

26

17 34

Dia

23 25

23 17 21 GRUPO 3 50% ≤ UR < 70% 29 23

104

22

17 27

14 32

25 17 22 GRUPO 2 30% ≤ UR < 50% 31 24

GRUPO 4 UR ≥ 70%

23

30

30

22

28

27

21

20

26

19 12

24

Indicadores do Rigor Climático Q = Quente, F = Frio, C = Confortável Indic. DIA NOITE CHUVA UR AMPL. U1 U2 U3

Q Q

4 2 ou 3

C

4

18

A2 A3

< 10

> 200

A1

12

18 20

21 12

19

14

Noite

12

20

14

25

Dia

21

14

20 21

Noite

Q F

MIN AMA

86 Total (mm) 107 1270

22

19,5 20,5

3. Indicadores UMIDADE

Fev

30,5 32,5 31,5

Noite

Temperatura (°C)

Grupo Umidade Limite superior Máxima Limite Inferior Limite superior Mínima Limite Inferior Dia Diagn. Noite

Lat.: 22°25’S

Legenda para o diagnóstico: Se T > limite, marcar Q: quente; Se lim. Inferior < T < lim. superior, marcar C: confortável; Se T < limites, marcar F: frio.

Localidade : Piracicaba

≥ 10

Q

<4 <3

C

<3

> 10


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Indicadores: TOTAIS DOS INDICADORES U1 U2 U3 A1 A2 A3 11 1 0 0 0 0

5. RECOMENDAÇÕES PARA PROJETO ARQUITETÔNICO

0-10 5-12 0-4

11-12

U1 U2 U3 A1 A2

Ventilação indispensável Ventilação conveniente Proteção contra chuva Inércia Térmica Dormir ao ar livre Problemas com estação fria

A3 A - IMPLANTAÇÃO Edifícios alongados, com fachadas maiores voltadas para Norte e 1 Sul, para reduzir a exposição ao Sol. 2 Edifícios compactos, com pátio interno. B – ESPAÇAMENTOS ENTRE AS EDIFICAÇÕES 3 Aumentar distâncias entre edificações para melhor ventilação. 4 Como 3, mas com possibilidade de controlar ventilação. 5 Aproximar as edificações para aumentar a inércia.

11-12 2-10 0-1

C – VENTILAÇÃO 3-12

6 0-5

1-2

Fila dupla de habitações ao longo do edifício, com dispositivos que permitam controlar a ventilação. 8 Ventilação mínima, apenas para a renovação do ar.

6-12 0

7

2-12 0-1

0

0-1

1-12

2-5 6-10 0-3

11-12

4-12

0-5 6-12

15 Como 14, mas com aberturas nas paredes internas.

0

0-2 2-12

3-12

H – COBERTURAS 20 Leves, refletoras. U ≤ 1,1 W/m²°C, Atraso ≤ 3 h, FS ≤ 4% 21 Leves, isolantes. U ≤ 0,85 W/m²°C, Atraso ≤ 3 h, FS ≤ 4% 22 Pesadas. U ≤ 0,85 W/m²°C, Atraso ≥ 8 h, FS ≤ 4%

10-12 0-5 6-12

1-12 1-12

F – PROTEÇÃO DAS ABERTURAS 16 Evitar radiação solar direta nos interiores da edificação. 17 Proteger da chuva, permitindo ventilação. G – PAREDES E PISOS 18 Leves, refletoras. U ≤ 2,8 W/m²°C, Atraso ≤ 3 h, FS ≤ 4% 19 Pesadas. U ≤ 2,0 W/m²°C, Atraso ≥ 8 h, FS ≤ 4%

0-2

0-9

D – TAMANHO DAS ABERTURAS 9 40 a 80% das fachadas Norte e Sul (ao nível do corpo das pessoas). 25 a 40% das fachadas Norte e Sul e/ou Leste e Oeste quando o 10 período frio for predominante. 11 15 a 25% das fachadas. 12 10 a 20% das fachadas, com controle de radiação solar. 13 25 a 40% das fachadas, permitindo Sol no período frio. E – POSIÇÃO DAS ABERTURAS Nas fachadas Norte e Sul, permitindo ventilação ao nível dos corpos 14 dos ocupantes.

3-12 1-2

Para obter uma ventilação cruzada permanente, as habitações devem ser dispostas em fila simples ao longo do edifício.

I – EXTERIOR DA EDIFICAÇÃO 23 Prever espaço ao ar livre para dormir. 24 Proteger contra as chuvas.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BATI S TA , C . S . F i n a n c i a m e n to p e lo p ro g r a m a M i n h a C a s a M i n h a v i d a . D i s p o níve l e m : http://truquesdeimoveis.com.br/como-funciona-o-programa-minha-casa-minha-vida/. Acesso em: 20 abr. 2014. BONDUKI, N. G. Do Projeto Moradia ao programa Minha Casa, Minha Vida. Teoria e Debate, nº 82. São Paulo. 2009. BONDUKI, N. Os pioneiros da habitação social: Cem anos de política pública no Brasil. 1 ed. São Paulo: Ed. Unesp, São Paulo. 2014. CEPAGRI. A classificação climática de Koeppen para o Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima-dos-municipios-paulistas.html. Acesso em: 14 mai 2014. CEPAGRI. Clima dos Municípios Paulistas. Disponível em: http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima-muni436.html. Acesso em: 15 mai 2014. CRASTO, R. C. M. de. Arquitetura e tecnologia em sistemas construtivos industrializados: light steel framing. 2005. 254 f. Tese (Pós-graduação Engenharia Civil) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto. 2005. FERREIRA, J. S. W. (Coord.). Produzir casas ou construir cidades? Desafios para um novo Brasil urbano. Parâmetros de qualidade para a implementação de projetos habitacionais e urbanos. São Paulo: LABHAB; FUPAM, 2012. GOULART, J. O.; TERCI, E. T.; OTERO, E. V. Expansão urbana em cidades médias do interior paulista: entre o estatuto da cidade e o empresariamento. In: Anais do XIII Seminário Internacional da Red Iberoamericana de Investigadores sobre Globalización y Territorio. Salvador, 2014. I B G E . Ce n s o D e m o g rá fi co 2010 . I nfo g rá fi co s : Da d o s g era i s d o m u n i cíp i o . D i s p o níve l e m : http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=353870. Acesso em 15 mai 2014. JACOBS, J. Morte e Vida das Grandes Cidades. São Paulo: Martins Fontes, São Paulo. 2000. JOURDA F. Pequeno manual do projeto sustentável. [tradução Cristina Reis]. 1 ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2013. LARCHER, J. V. M. Diretrizes Visando a Melhoria de Projetos e Soluções Construtivas na Expansão de Habitações de Interesse Social. Curitiba, 2005. LOPES, R. C. et al. Steel Framing. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, Belo Horizonte. 2008.

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PIRACICABA. (2006) Lei Complementar Nº 186, de 10 de outubro de 2006: Aprova o Plano Diretor de Desenvolvimento do Município de Piracicaba, cria o Conselho da Cidade, revoga a Lei Complementar nº 46/95 e suas alterações e dá outras providências. Piracicaba: Prefeitura do Município de Piracicaba, 2006. PIRACICABA. (2008) Lei Complementar Nº 222, de 26 de setembro de 2008: Altera as Leis Complementares nº 186/06 e 207/07 que tratam, respectivamente, do Plano Diretor de Desenvolvimento e da Lei de Parcelamento do Solo do Município de Piracicaba. Piracicaba: Prefeitura do Município de Piracicaba, 2008. PÓLIS. Relatório de revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento de Piracicaba. Piracicaba: PÓLIS, 2003. ROLNIK, R. Programa Minha Casa Minha Vida precisa ser avaliado – Nota pública da Rede Cidade e Moradia. 2014. Disponível em: https://raquelrolnik.wordpress.com/2014/11/10/programa-minha-casa-minha-vida-precisa-ser-avaliadonota-publica-da-rede-cidade-e-moradia/. Acesso em: 15 nov 2014. SANCHES, D.; MORETTI, R. Gestão condominial da habitação social, 2013. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.153/4661. Acesso em: 23 out 2014. TERCI, E. T. O desenvolvimento de Piracicaba: História e perspectiva. Piracicaba: Editora UNIMEP, 2001. 237p.

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