Portfolio . Arquitectura . Madalena Pereira . 2009 - 2013

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MADALENA PEREIRA

REQUALIFICAÇÃO E ORDENAMENTO FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

HOTEL FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

PROJECTO URBANO ANTIGO ESTÁDIO DO FARENSE

HABITAÇÃO CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL MERCADO VALE DE CAPARIDE

LESS IS POINT . POINT IS MORE

HABITAR O ESPAÇO “ENTRE” O ESPAÇO INTERSTICIAL

MUSEU JUROMENHA

CONSTRUCTING IDEAS OUT OF WALLS


ÍNDICE

01


MADALENA PEREIRA

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REQUALIFICAÇAO E ORDENAMENTO

FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

PROJECTO 3º ANO_LICENCIATURA EM ESTUDOS DA ARQUITECTURA UAL - UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA FEVEREIRO 2009 Coordenação: Arq.º José Adrião e Arq.º Ricardo Carvalho Equipa: Alexandre Vicente No âmbito da disciplina de projecto V, do 3º ano do curso de

PROGRAMAS

arquitectura, foi proposta a requalificação da frente de mar

Centro de Informação e Divulgação da Ria Formosa

da cidade de Faro.

Posto de Aluguer de Bicicletas

A Praia de Faro, vulgarmente conhecida por “Ilha de Faro”,

Mercado

caracteriza-se por uma morfologia de carácter orgânico, re-

Bar

sultante da apropriação espontânea da construção sobre o

Escola de Desportos Náuticos

território. A extensão da casa sobre o espaço público imedia-

Apoio de Praia

to, a transição entre o interior doméstico e a rua, é uma das

I.S. Pública

características mais interessantes deste lugar. Nele, a rua é mais do que um simples meio de acesso, funciona como um

CONSTRUÇÃO

palco da expressão social, na qual é gerada identidade, laços

Edifícios inteiramente construídos em madeira, do tipo pala-

sociais, sensação de segurança e de bem- estar.

fítico, que deixam revelar no interior a expressão do sistema

O sistema de orientação do projecto teve como fim, o refor-

estrutural e revestidos no exterior a painéis de contraplacado

ço e preservação da ambiência destes espaços intermédios.

marítimo.

Para atingir este objectivo, foi necessário o condicionamento do acesso automóvel à ilha, de forma a privilegiar a circulação de transportes públicos, peões e bicicletas; a definição de um percurso pedonal, de construção de madeira do tipo palafítico, de maneira a resolver o sistema de circulação, tendo em atenção a preservação do sistema dunar; e a definição de espaços exteriores de estadia e equipamentos do tipo “pavilhões” de praia, ao longo do sistema de circulação, que constituíssem uma abordagem programática às actividades exteriores da ilha.


REQUALIFICAÇÃO E ORDENAMENTO_FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

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esquema_proposta de intervenção

planta_proposta do sistema viário

planta_proposta do sistema pedonal

planta_proposta de equipamentos públicos

corte_proposta do sistema viário

corte_proposta do sistema pedonal

corte_proposta de equipamentos públicos


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MADALENA PEREIRA

fotomontagem_sistema pedonal


REQUALIFICAÇÃO E ORDENAMENTO_FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

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fotomontagem_sistema pedonal


MADALENA PEREIRA

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HOTEL FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

PROJECTO 3º ANO_LICENCIATURA EM ESTUDOS DA ARQUITECTURA UAL - UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA FEVEREIRO 2009 Coordenação: Arq.º José Adrião e Arq.º Ricardo Carvalho Equipa: Alexandre Vicente No seguimento da proposta apresentada anteriormente, da requalificação e ordenamento da frente de mar da cidade de Faro, foi solicitado o projecto de um hotel para o local. Após uma análise cuidada, elegeu-se o lugar de implantação do equipamento. 09

O espaço do hotel usufrui do terreno, enfatizando as suas potencialidades e características únicas. Neste, criou-se uma rede estruturante de percursos e programas necessários ao funcionamento do mesmo. A presença de pavilhões de praia constitui uma das especificidades de construção mais interessantes do lugar. Partiu-se dessa especificidade, e da constatação do potencial dessa tipologia de “pavilhões”, para a definição de um módulo de construção de grande simplicidade, que reavivasse a arquitectura popular e vernacular da ilha. De seguida, propôs-se a repetição destas mínimas edificações ordenadas ao longo do território, entre a ria Formosa e o mar. Os quartos são, assim, acedidos através de um passeio pelo exterior, obtendo um carácter privado e privilegiado por estarem no interior da paisagem. Proporciona-se, deste modo, uma experiência do hotel à escala do território e não apenas à escala do quarto. Os edifícios de maior volumetria albergaram os serviços, sala de estar com biblioteca, bar, sala de refeições, sala de estudo e internet, salas para investigação, laboratórios, ginásio e lavandaria colectiva, acessíveis não só aos turistas, mas também às comunidades vizinhas. Tal como os edifícios programáticos propostos ao longo da ilha, também o hotel é inteiramente construído em madeira, de construção do tipo palafítico, revestindo-se pelo exterior com painéis de contraplacado marítimo.

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HOTEL_FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

esquema_localização

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01

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02 03

planta_sistema geral 01_sala de estar com biblioteca 02_bar 03_sala de refeições 04 _sala de estudo e internet 05_sala para investigação 06_laboratórios 07_ginásio 08_lavandaria colectiva 09_cozinha colectiva 10_quartos

corte_sistema geral


MADALENA PEREIRA

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01 02 03 04 05

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01 02 03 04 05

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planta e corte construtivo_módulo do quarto 01_tubo de queda 02_contraplacado marítimo 03_gesso cartonado corta-fogo 04_poliestireno extrudido 05_caixilharia de alumínio 06_viga de madeira lamelada


HOTEL_FRENTE DE MAR DA CIDADE DE FARO

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fotomontagem_mรณdulo do quarto


MADALENA PEREIRA

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PROJECTO URBANO

ANTIGO ESTÁDIO

FARENSE

PROJECTO 3º ANO_LICENCIATURA EM ESTUDOS DA ARQUITECTURA UAL - UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA JUNHO 2009 Coordenação: Arq.º Margarida Grácio Nunes e Arq.º Ricardo Carvalho No segundo semestre do 3º ano, foi proposto a realização

No edifício em lâmina encontra-se também o comércio ao ní-

de um projecto urbano, de um edifício programáticamente

vel da praça, sendo que nos níveis superiores desenvolvem-

híbrido para o antigo Estádio do Farense em Faro.

se: o Núcleo Museológico ligado ao Cemitério Hebraico (2º

A partir da ferida criada pela demolição do Estádio do Faren-

piso), a Pousada da Juventude (3º e 4º pisos), a Habitação

se, criou-se uma praça urbana, confinada aos antigos limites

(5º - 10º piso) e a Creche / ATL (11º e 12º pisos).

do campo de futebol, dando sentido a esse mesmo vazio e

O nível inferior à praça é acedido através dos dois edifícios

tentando recuperar a ideia de espaço público então perdida.

acima descritos ou através de uma grande rampa acedida

Iniciou-se a proposta, definindo um embasamento à mesma

pela Estrada da Penha. No nível inferior a esta, encontram-

cota do antigo campo de futebol. Este embasamento não

se quatro salas de cinema, piscinas públicas, campo de fut-

se restringe apenas à implantação da praça, mas estende-se

sal (que possui duas vertentes, a de campo e a de sala po-

também a todos os limites do terreno, criando, também, um

livalente/auditório). No nível inferior a estes equipamentos,

parque urbano. Contudo, ao longo do desenvolvimento do

encontra-se o estacionamento coberto, com lugar para 275

projecto, foi necessário rebaixar a cota da praça, de modo a

automóveis e as zonas técnicas da piscina.

que a plataforma pública se abrisse directamente ao Largo

É de focar que no edifício em lâmina, a altura média do pé

de S. Luís, e, assim, fosse possível ligar este espaço à Praça

direito varia entre 2,90m e 5,20m. O edifício contém doze lo-

de Tanja (Igreja Nova e S. Luís).

jas, vinte e quatro quartos na pousada da juventude e vinte

Todavia, não existe apenas uma apropriação do antigo cam-

células habitacionais. Existem células com um, dois ou três

po de futebol, mas também das bancadas do antigo Estádio.

quartos, podendo em algumas destas células habitacionais,

Através da antiga implantação das bancadas definiu-se dois

a sala ter duplo pé direito ou varanda. A varanda, por sua vez,

edifícios em torno do grande espaço da praça; um edifício

cria grandes rasgos transversais no edifício. Em todos estes

em C, que limita a praça em três dos seus lados e um edifício

apartamentos existe um módulo que faz a divisão dos dife-

vertical, uma lâmina, que tenta acompanhar o crescimento

rentes espaços. Este módulo que se repete, contém o hall,

vertical dos prédios vizinhos, e tenta criar um equilíbrio com a

a cozinha, a instalação sanitária ou os arrumos. Depois de

composição da cidade. Estes dois edifícios estabelecem uma

divididos os espaços funcionais da casa, cada um destes tem

massa de grande transparência para o interior da praça.

duas paredes cortinas, que se podem abrir ou fechar para a

Este edifício-praça aponta em dois sentidos, na fixação de

praça, e/ou para o parque urbano. Este esquema repete-se

uma plataforma pública que abre directamente sobre o Lar-

nos outros programas deste edifício (nos espaços do Núcleo

go D. Luís e na fixação de um programa híbrido.

Museológico, nos espaços sociais da Pousada da Juventude

O programa gera-se em três níveis distintos: no nível inferior,

e na Creche /ATL). A Creche /ATL, no último piso do edifí-

no acesso e nos níveis superiores à praça.

cio, combina sempre, duas salas com um pátio interior entre

O edifício em c contém, no nível inferior, todos os acessos aos

ambas.A fachada dos edifícios combina transparência com

diferentes programas aí desenvolvidos - foyer dos cinemas;

uma pele revestida a chapa de alumínio distendido e anodi-

átrio das piscinas públicas e campo de futsal; e foyer da sala

zado que condicionam a percepção de todo o seu interior. A

polivalente/ auditório. No nível da praça, este edifício contém

fachada oscila entre extática e dinâmica, fechada e aberta,

o comércio e a cantina popular. Nos níveis superiores deste,

pesada e ligeira, clara e escura, opostos aparentemente in-

encontram-se a biblioteca e mediateca, a zona de restaura-

compatíveis, mas que se conciliam num só elemento.

ção, a horta, as oficinas e ateliers de artes.


PROJECTO URBANO_ANTIGO ESTร DIO DO FARENSE

planta_antigo estรกdio do Farense

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planta_proposta

corte geral_proposta

corte geral_proposta


MADALENA PEREIRA

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planta à cota 5.8 m A_estacionamento coberto B_área técnica

planta à cota 9.3 m A_salas de cinema B_piscina pública C_campo de futsal D_arrumos

planta à cota 12.5 m A_foyer B_arrumos

planta à cota 16.5 m A_cantina B_comércio

corte_proposta


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PROJECTO URBANO_ANTIGO ESTÁDIO DO FARENSE

planta à cota 19.7 m A_cantina B_biblioteca C_oficinas e ateliers D_núcleo museológico ligado ao cemitério hebraico

planta à cota 22.9 m A_horta B_mediateca C_oficinas e ateliers D_pousada da juventude

planta à cota 26.1 m A_pousada da juventude

planta à cota 29.5 m A_restaurante B_habitação

corte_proposta


MADALENA PEREIRA

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HABITAÇÃO CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

MERCADO

VALE DE CAPARIDE

PROJECTO 4º ANO_MESTRADO INTEGRADO UAL - UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA JUNHO 2010 Coordenação: Arq.º Flávio Barbini e Arq.º Nuno Mateus No âmbito da disciplina de projecto do 1º ano do mestrado

melhantes a todos os outros muros de pedra existentes no

integrado em arquitectura, foi proposto a cada aluno da tur-

local.

ma, a reestruturação de uma parte do limite urbano do Vale

Além destes três volumes, é também proposto um percurso

de Caparide. Este propósito teve como objectivo, a consoli-

pedonal (na continuação do Centro de Monitorização Am-

dação e estagnação da malha urbana existente, de forma a

biental) direccionado para o interior do Vale e dois espaços

preservar o interior da linha do Vale com características de

públicos nos interstícios da malha urbana.

grande valor paisagístico.

A escolha do sistema construtivo foi influenciada pelos mu-

O projecto apresentado desenvolve-se no limite da localida-

ros de alvenaria de pedra calcária existentes no local. O sis-

de do Murtal. No âmbito do programa, propôs-se uma cons-

tema, consiste na conjugação de dois materiais: o betão e a

trução desenvolvida em torno da ideia do limite.

pedra. A proposta do sistema construtivo foi iniciada pelo

O espaço canal definido por uma entidade estatal, demons-

desenho de um esqueleto de betão, que forma uma malha

trou-se, desde logo, uma condicionante bastante forte, pas-

tridimensional, impondo, desta forma, o rigor da geometria.

sando assim a delimitar a implantação no sentido norte. A

Nesta estrutura, inserem-se painéis de alvenaria de pedra

proposta propõe assim, uma linha limite entre a malha urbana

ordinária, característica dos muros existentes do local. É de

e a linha de vale a poente, e entre a malha urbana e o espaço

sublinhar que, as lajes de betão são aparentes, ao contrário

canal a norte.

dos pilares que ficam cobertos pela tela de pedra. Estes pai-

A linha limite descrita é composta por três volumes, nome-

néis de alvenaria repetem o sistema construtivo inscrito nos

adamente o volume da habitação, o volume do centro de

muros do local, tal como, o uso da pedra calcária e irregular, e

monitorização ambiental e o mercado.

o tipo de sistema de construção.

O terreno caracteriza-se por um acentuado declive. Da ad-

A cobertura caracteriza-se por uma cobertura verde de

versidade se fez vantagem. Desta forma, todos os edifícios

modo a integrar o edifício de forma harmoniosa na paisagem.

propostos funcionam como grandes muros de suporte, se-


HABITAÇÃO + CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL + MERCADO_VALE DE CAPARIDE

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planta_implantação

ESPAÇO CANAL

PERCURSO PEDONAL

HABITAÇÃO

ESPAÇO PÚBLICO

corte geral_proposta


MADALENA PEREIRA

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HABITAÇÃO

cortes_habitação

planta à cota 56m_habitação

planta à cota 53 m_habitação

corte_habitação


HABITAÇÃO + CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL + MERCADO_VALE DE CAPARIDE

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axonometria_habitação

planta piso 0_habitação

planta piso -1_habitação


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CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL

cortes_centro de interpretação ambiental

planta à cota 56m_centro de interpretação ambiental

planta à cota 53m_centro de interpretação ambiental

alçado sul_centro de interpretação ambiental


HABITAÇÃO + CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL + MERCADO_VALE DE CAPARIDE

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MERCADO

cortes_mercado

planta à cota 62 m_mercado

planta à cota 65 m_mercado

alçado norte_mercado


MADALENA PEREIRA

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alรงado

corte construtivo

planta


HABITAÇÃO + CENTRO DE INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL + MERCADO_VALE DE CAPARIDE

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fotomontagem_habitação


MADALENA PEREIRA

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LESS IS POINT POINT IS MORE

CONCURSO FALEMOS DE CASAS TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA MENÇÃO HONROSA JUNHO 2010 Coordenação: Arq.º Pedro Campos Costa Equipa: Joana Alvarez, Joana Craveiro, João Timóteo, Susana Dimas Ao entrar na Cova da Moura, deparamo-nos com uma nova

estado.

realidade, observamos e convivemos directamente com uma

Estas intervenções distinguem-se tanto pelo seu conteúdo

nova cultura, diferentes tradições e costumes com os quais

programático como pela sua inserção na malha urbana, que

normalmente não nos cruzamos na nossa vida quotidiana.

se divide em três categorias: ponto esquina, ponto interstí-

Sentir este impacto e observar as pessoas que vivem neste

cio, ponto rua. Todos os pontos que propomos têm por base

lugar, as suas condições e necessidades, incentiva-nos a pen-

uma análise num raio percorrível em cinco minutos (a pé). Os

sar numa maneira de intervir.

programas são escolhidos de acordo com os equipamentos

Numa malha urbana em que coabitam sete mil pessoas, é

existentes nesse mesmo raio, atendendo ás carências que lhe

possível identificar vários pontos de comércio, locais de dan-

estão inerentes, garantindo as estruturas necessárias para as

ça, cozinha e arte. Estes pontos, transmitem a cultura e a

suprir.

identidade deste bairro.

Todos estes pontos da proposta, são unidos por um percurso

Não pensámos, numa restruturação global do bairro, mas em

que define um eixo marcado no pavimento, que inclui luz, cor

intervenções cirúrgicas, em pontos que reflectem a história e

e sinalética.

a cultura do mesmo.

Esta intervenção pressupõe uma evolução temporal, uma vez

O arranque do projecto incidiu sobre uma pergunta fulcral:

que propõe uma construção faseada dos programas, face ao

“A que problemas sociais e urbanos pode a arquitectura dar

nível de importância e necessidade.

resposta?”. Foi com base nesta questão, que nos debruçá-

A proposta, tem como premissa, um baixo custo de constru-

mos sobre a análise arquitectónica das construções da Cova

ção de maneira que os habitantes da Cova da Moura pos-

da Moura, identificando os pontos de maior fragilidade e di-

sam, não só construí-la mas também ampliá-la num futuro

vidindo-os em devolutos, parcialmente devolutos e em mau

próximo.


LESS IS POINT_POINT IS MORE

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carta de oportunidades

edifícios devolutos

edifícios em mau estado

edifícios parcialmente devolutos

lnec - departamento de edifícios - núcleo de arquitectura e urbanismo

lnec - departamento de edifícios - núcleo de arquitectura e urbanismo

EDIFÍCIOS DEVOLUTOS + EDIFÍCIOS PARCIALMENTE DEVOLUTOS + EDIFÍCIOS EM MAU ESTADO = CARTA DE OPORTUNIDADES


MADALENA PEREIRA

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CARTA DE OPORTUNIDADES

PONTO ESQUINA

Ponto Desporto

Ponto Arte

Ponto Cantina

Ponto Saúde

Que programas encontramos se caminharmos durante cinco minutos?

PONTO INTERSTÍCIO

Ponto Infantil

Ponto Cozinha Mercado

Ponto Jardim

Ponto Jardim

Que programas encontramos se caminharmos durante cinco minutos?

PONTO RUA

Ponto Horta Estendal

Que programas encontramos se caminharmos durante cinco minutos?

Ponto Património

Ponto Horta Estendal

Ponto Horta Estendal

Ponto Cozinha Mercado


LESS IS POINT_POINT IS MORE

PONTOS DE INTERVENÇÃO

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EVOLUÇÃO TEMPORAL

2011

2013

2017

2019

Ponto Infantil

Ponto Cozinha | Mercado

Ponto Jardim

O ponto infantil dirige-se à população infantil e surge da necessidade e inexistência de programas deste tipo no bairro.

O ponto cozinha | mercado reforça o sistema de trocas já existentes no bairro, incentivando, por um lado, a economia interna, e por outro lado, a divulgação dos produtos internos ao exterior.

O ponto jardim surge da necessidade da existência de espaços verdes no bairro.

. Tratamento do pavimento com terra way e pigmento amarelo. . Estruturas de mobiliário infantil standardizadas.

. Tratamento do pavimento com lajetas de betão. . Estrutura de mobiliário (balcão) construída em betão. Ensombramento através guarda-sóis de diferentes cores e padrões que acentuam a identidade já existente no lugar.

. Tratamento de solo permeável e arborização (árvores de frutos, de pequeno e médio porte). . Estruturas de mobiliário urbano permanentes (banco, mesa e muro de arte urbana), construídas em betão.

Ponto Horta | Estendal

Ponto Património

Percurso

O ponto horta | estendal comunitário surge no contexto urbano, apelando a uma economia mais sustentável.

O ponto património reforça a existência de um ponto de património, como o aqueduto. Trata-se de um ponto, associado sempre a um espaço jardim.

O percurso consiste numa linha no pavimento que consolida e une todos os pontos de intervenção.

. Tratamento de solo permeável de terra destinado ao cultivo. . Estrutura do estendal construída em betão.

. Tratamento de solo permeável e arborização (árvores de frutos, de pequeno e médio porte). . Estruturas de mobiliário urbano permanentes (banco, mesa e muro de arte urbana), construídas em betão.

A linha engloba sistema de caleiras, sistema de iluminação, marcação da toponímia, assim como cor associada à diferenciação das várias zonas do bairro.


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fotomontagens_pontos de intervenção no bairro


LESS IS POINT_POINT IS MORE

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exposição_Museu da Electricidade, Lisboa Outubro - Dezembro 2010


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HABITAR O ESPAÇO “ENTRE”

O ESPAÇO INTERSTICIAL DISSERTAÇÃO TEÓRICA_MESTRADO INTEGRADO UAL - UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA JUNHO 2011 Coordenação: Arq.º Ricardo Carvalho

Como projecto final de curso, foi proposto um museu de arte contemporânea em Juromenha, destinado a acolher a colecção de arte de Sandro Resende. Juromenha é uma pequena aldeia do Alentejo, situada na fronteira entre Portugal e Espanha, nas margens do Rio Guadiana. Nesta pequena aldeia domina uma paisagem agrícola, quase deserta, na qual se destaca uma importante e imponente fortaleza. A fortaleza de Juromenha pertence a uma linha de fortificações que se desenvolvem ao longo do rio Guadiana, na fronteira entre Portugal e Espanha. As primeiras referências da Fortaleza datam da segunda metade do século IX, porém, tem-se conhecimento que a vila foi sucessivamente ocupada por diferentes povos, como os romanos, os muçulmanos e os cristãos.

O limite da Fortaleza foi sucessivamente alterado ao longo dos tempos, adquirindo bastante importância em vários períodos históricos, como um local de defesa e domínio contra o inimigo. Actualmente, a fortaleza encontra-se voltada ao abandono. Porém, nela ainda se reconhecem os seus muros de defesa, nomeadamente os muros da cerca medieval e os muros da cerca moderna. Apesar de existirem zonas onde estes dois se confundem, estes apresentam formas e dimensões distintas. A cerca medieval, datada do século IX, caracteriza-se por um sistema defensivo de planta irregular, ao contrário da cerca moderna, do século XVII, do tipo Vauban, que se caracteriza por uma planta poligonal, definida por baluartes.

É neste espaço de tensão entre estas duas estruturas defensivas, de tempos, formas e dimensões distintas, que se pode falar de um espaço intersticial de forte carácter neste território.

MADALENA PEREIRA


HABITAR O ESPAÇO “ENTRE”_O ESPAÇO INTERSTICIAL

A proposta do museu desenvolve-se neste espaço intersticial, entre as duas estruturas defensivas da fortaleza de Juromenha, partindo da ideia de habitar o espaço entre estes diferentes limites, através da modelação do espaço existente entre estes dois corpos.

31

espaço interior e finito. No interior do limite residia o poder do Império Romano, no exterior, residiam os bárbaros que constituíam uma ameaça constante ao cerco imperial. No limite territorial habitavam os limitanei (habitantes do limite). Estes fixavam-se neste território, dedicando-se a defendê-lo com armas e cultivo. Em virtude deste duplo trabalho militar e agrícola - o limite possuía uma plena consistência territorial. O limite caracterizava-se assim, por um espaço tenso e conflituoso, de mediação e de enlace entre o Império Romano e os bárbaros. O limite, impedia por um lado, que o espaço do Império Romano se encerrasse em si próprio, e que o espaço dos bárbaros ganhasse espaço. Como é possível compreender este «limite» tinha uma identidade muito própria. Este modificava-se, transformava-se ao longo do tempo, reagindo de modo diferente, para o interior e para o exterior.

Neste contexto, julgou-se pertinente construir uma reflexão teórica em torno do tema do espaço intersticial na arquitectura. No início desta abordagem, existiu a necessidade de esclarecer o conceito de espaço intersticial, assim como outros dois conceitos inerentes a este, nomeadamente o conceito de espaço e o conceito de limite. O conceito de espaço foi utilizado variadíssimas vezes no campo da arquitectura, mas é sobretudo com Giedon e Bruno Zevi que o conceito se demarca. Estes, entendiam o espaço na sua origem como algo ilimitado, invisível e intangível, carecendo a sua configuração da manipulação intencional do cheio, que determina os seus

Após a definição do conceito de espaço e do conceito de limite, percebeu-se a indissociabilidade entre estes, o que permitiu sintetizar estes dois no conceito de espaço-limite ou espaço intersticial.

limites. Desta forma, o espaço arquitectónico torna-se indissociável da noção fenomenológica de limite. O conceito de espaço intersticial tem origem na Biologia, referindo-se a uma pequena área, orifício ou espaço existente

O conceito de limite, deriva do latim limes e significa o princípio da existência da identidade. De-limitar é de-finir, contornar e configurar a extensão infinita do externo através de um marco formal reconhecível e lógico. Neste contexto, Eugenio Trías amplia o significado do conceito de limite, afirmando que o limite, trata-se de um espaço fronteiriço habitável na qual é possível habitar. Eugenio Trías esclarece esta definição, no seu livro Lógica del Limite, partindo da da identificação do limite territorial do Império Romano, um limite com uma identidade muito própria. O limite territorial do Império Romano dividia, separava e definia uma extensão espacial aberta, exterior e infinita, do

na estrutura de um tecido orgânico. Embora este conceito possa ser utilizado como sinónimo de espaço extracelular, é mais correctamente empregue ao referir-se ao espaço intercelular (espaço entre as células de um tecido orgânico). Porém, este conceito é uma oportunidade para estudos interdisciplinares, apresentando-se bastante adequado para o estudo dos espaços intersticiais na arquitectura, que apresentam uma grande familiaridade com as estruturas e os tecidos dos organismos vivos.

O espaço intersticial na arquitectura refere-se ao espaço não edificado existente na estrutura de um ambiente orgânico. Estes espaços intersticiais no campo da arquitectura podem ser observados a diferentes escalas, nomeadamente à escala do território, à escala da cidade e à escala do edifício.


MADALENA PEREIRA

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O ESPAÇO INTERSTICIAL NO TERRITÓRIO Para uma compreensão do espaço intersticial no território, procedeu-se ao estudo da evolução do limite do território de Juromenha - local de implantação do museu da colecção Sandro Resende. Neste território, identificou-se o limite territorial do Império Romano e observou-se a sua reacção ao longo do tempo. A partir desta abordagem, percebeu-se a relação de dois elementos defensivos, que constituem limites matéricos de tempo, formas e dimensões distintas. É nesta relação entre

É nesta relação entre arquitecturas, entre a estrutura urbana e o limite, neste caso, a cerca do Castelo de São Jorge, a cerca moura e a cerca fernandina e as diferentes edificações, que se revelam uns dos espaços intersticiais de maior carácter na cidade de Lisboa.

estes dois elementos que é possível identificar um espaço intersticial de forte índole neste território. No seguimento do contexto da evolução e expansão do limite da cidade de Lisboa, para além das suas muralhas, sur-

O ESPAÇO INTERSTICIAL NA CIDADE

gem variadíssimos tipos de bairro na cidade. No contexto do estudo dos espaços intersticiais na cidade, salientam-se os bairros operários, devido à especificidade do seu enquadramento. Entre as múltiplas vilas operárias da cidade de Lisboa, é possível distinguir os bairros que surgiam de uma ocupa-

Para compreender o espaço intersticial na cidade, procedeu-

ção espontânea de um logradouro, de um pátio ou de um

se ao estudo da cidade orgânica, espontânea, não planeada

edifício desafectado, daqueles que foram construídos com

ou irregular, de modo a perceber a qualidade estrutural dos

essa finalidade.

seus espaços intersticiais comparativamente com outros modelos de cidade. De seguida, apontou-se Lisboa, como uma das muitas cidades portuguesas, com influência deste tipo de modelo.

Tal como um organismo vivo, a dimensão da cidade de Lisboa não é alterada pela simples extensão, dilatação ou adição indefinida das partes, mas pela reorganização da sua forma.

As vilas que formam pátio no interior dos quarteirões, tratamse das formas mais imediatas e generalizadas dos espaços operários, e detentoras dos espaços intersticiais de maior interesse. O ESPAÇO INTERSTICIAL NO EDIFÍCIO

Para compreender melhor isto, procedeu-se ao estudo da evolução da cidade de Lisboa. Identificaram-se assim, os diferentes limites da cidade ao longo da história, como a cerca do castelo de São Jorge, a cerca moura e a cerca fernandina. Em simultâneo, identificou-se a evolução da estrutura urbana. Tal como nos casos já observados anteriormente, percebeu-

O tema do espaço intersticial no edifício é um tema cuja origem reside nos espaços escavados pelo ser humano.

se que o limite da cidade foi sucessivamente alterado ao longo dos tempos, uma vez que estes limites / cercas não conseguiram resistir ao crescimento populacional da cidade.

O carácter subtractivo destes espaços possibilitou ao ho-

Desta forma, tanto no caso da cerca moura, como no caso

mem construir vazios sem nenhum tipo de limitação, e com

da cerca fernandina, é visível que, grande parte da muralha

um forte carácter intersticial.

foi em parte arruinada, ladeada ou absorvida por novas cons-

A Capela de São Jorge em Lalibela é um exemplo deste tipo

truções.

de arquitectura. Trata-se de uma torre de planta em cruz gre


HABITAR O ESPAÇO “ENTRE”_O ESPAÇO INTERSTICIAL

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ga, totalmente escavada dentro de uma forma quadrangular. É de salientar que apesar da existência de um espaço interior para o culto, a maior parte das cerimónias realiza-se no espaço perimetral, no espaço entre a construção e a escavação feita na terra. Num primeiro momento, não se percebeu o grau de contribuição intelectual que estas construções possuíam. Porém, ao observar a história da arquitectura, é observável um enorme contributo destas construções de carácter subtractivo em construções de índole aditivo. Exemplo disso, é a obra de Louis Kahn. espaço intersticial_Fortaleza de Juromenha

O enorme fascínio de Louis Kahn pela espessura das paredes manifesta-se nos espaços intersticiais dos seus edifícios. Na actualidade, neste contexto, destaca-se a obra dos arquitectos Francisco e Manuel Aires Mateus.

espaços intersticiais_Cidade de Lisboa

O trabalho destes arquitectos, manifesta-se tanto ao nível da representação dos espaços, como do próprio carácter formal da arquitectura sem si.

espaços intersticiais_Cidade de Lisboa

Esta exploração em torno da ideia do limite, é desenvolvido sobretudo em casas unifamiliares. Exemplo disso, á a Casa de Alenquer.

Nos casos mencionados, os espaços intersticiais têm uma identidade muito própria, uma vez que constituem campos de tensão entre limites distintos. Tratam-se de espaços intersticiais positivos, com um determinado fim específico. Actualmente, este tipo de espaços são muitas vezes esquecidos, porém é importante reconhecer a qualidade dos mesmos, enquanto espaços habitáveis únicos.

espaço intersticial_Capela de São Jorge em Lalibela

espaço intersticial_Casa de Alenquer, Aires Mateus


MADALENA PEREIRA

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MUSEU JUROMENHA

PROJECTO FINAL 5º ANO_MESTRADO INTEGRADO UAL - UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA JUNHO 2011 Coordenação: Arq.º Francisco Aires Mateus e Arq.ª Anna Bachetta No âmbito da disciplina de Projecto X, foi nomeado como

adamente pelo percurso superior que contorna a muralha

programa de projecto, um museu de arte contemporânea em

medieval e pelo percurso inferior que contorna a muralha

Juromenha, destinado a alojar uma colecção de arte específi-

moderna. No percurso superior, manteve-se a referência do

ca (a colecção do artista Sandro Resende), caracterizada por

terreno inicial, sendo possível observar os limites longínquos

diferentes obras de vídeo arte.

da paisagem. No percurso inferior, subtraiu-se matéria, de

O objectivo do programa, solicitava o desenvolvimento de

forma a ser possível a penetração nos diferentes ambientes

uma proposta fundamentada num entendimento atento do

das salas expositivas, assim como de outras dependências

lugar - das suas características históricas, geográficas, e ma-

do museu. Porém, é de salientar que, apesar de se definirem

téricas, assim como na capacidade de acolhimento de um

como percursos autónomos, é possível a deslocação de um

programa deste tipo.

percurso para outro, através da presença de diferentes ele-

Como resposta a este programa, desenvolveu-se uma pro-

mentos verticais encontrados ao longo destes dois percur-

posta do museu no espaço intersticial, no espaço entre as

sos.

duas estruturas defensivas de tempos, formas e dimensões

Desta forma, existiu a necessidade de subtrair matéria na

distintas da fortaleza de Juromenha. Neste gesto de projec-

construção dos espaços expositivos, assim como em outras

to, pretendeu-se potenciar o enorme carácter deste espaço

dependências do museu. Assim, à cota do percurso inferior,

assim como, questionar o mesmo quanto às suas possibilida-

nas sucessivas dilatações encontradas no espaço entre as

des de transformação.

duas muralhas, definiu-se através de volumes simples, a re-

A proposta do museu desenvolve-se no espaço intersticial,

cepção, a cafetaria, o espaço destinado a programas cultu-

no espaço entre as duas estruturas defensivas da fortaleza

rais, e os cinco espaços expositivos destinados aos respec-

de Juromenha, nomeadamente entre o sistema defensivo

tivos cinco artistas da colecção Sandro Resende, tal como

medieval e sistema defensivo moderno.

todo o espaço técnico necessário ao funcionamento do mu-

Como já foi mencionado anteriormente, tratam-se de dois

seu.

sistemas defensivos de formas, dimensões e tempos dife-

O ambiente destes espaços interiores distingue-se do am-

rentes. A cerca medieval, datada do século IX, caracteriza-se

biente proporcionado pelo percurso superior. Estes espaços

por um sistema defensivo de planta irregular, ao contrário da

caracterizam-se por uma forte interioridade e intimidade, pe-

cerca moderna, do século XVII, do tipo Vauban, caracterizada

culiaridade esta inerente à arquitectura escavada e favorável

por uma planta poligonal, definida por dois baluartes e dois

ao ambiente pretendido para este tipo de museu. Porém, é

meio baluartes, reforçados a este por um meio baluarte de

de salientar também que, estes espaços escavados distin-

forma irregular.

guem-se entre si, em cota de implantação, em forma e di-

O projecto desenvolve-se, a partir da ideia de habitar o espa-

mensão.

ço entre estes dois limites diferentes, através da modelação

Com esta proposta seria possível, por um lado, potenciar a

do espaço intersticial existente na tensão entre estes dois

pré existência da fortaleza, e por outro, introduzir um novo

corpos.

programa protagonista de um novo tempo.

Este espaço intersticial define-se por dois percursos, nome-


MUSEU_JUROMENHA

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esquemas_espaรงo intersticial


MADALENA PEREIRA

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planta_implantação

planta_cobertura


MUSEU_JUROMENHA

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planta_cota 196m

planta_cota 201m

01_recepção

01_sala expositiva Luísa Cunha

02_cafetaria

02_sala expositiva Quayola

03_sala de workshops

03_sala expositiva Janet Cardiff 04_sala expositiva Douglas Gordon 05_sala expositiva_Gery Hill


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MADALENA PEREIRA


MUSEU_JUROMENHA

39

corte_geral


MADALENA PEREIRA

40

corte_entrada da fortaleza | museu

corte_recepção


MUSEU_JUROMENHA

41

corte_cafetaria

corte_espaรงo exterior


MADALENA PEREIRA

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corte_sala de workshops

corte_sala expositiva


MUSEU_JUROMENHA

43

corte_sala expositiva

corte_saĂ­da do museu


MADALENA PEREIRA

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esquemas_sistema construtivo

corte construtivo


MUSEU_JUROMENHA

45

01

02

03

04

05

06

07

01_terra compacta 08 02_geotêxtil 03_esteira drenante 04_isolamento térmico e acústico (poliestireno expandido extrudido)

09

05_camada de regularização 10 06_porta de madeira maciça 07_pavimento de betão 08_betão 09_isolamento 10_terra compacta

detalhe construtivo


MADALENA PEREIRA

46

fotomontagem_espaรงo intersticial da sala expositiva


MUSEU_JUROMENHA

47

fotomontagem_sala de workshops


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MADALENA PEREIRA


MUSEU_JUROMENHA

49

imagem de conceito


MADALENA PEREIRA

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CONSTRUCTING IDEAS

OUT OF WALLS

CONCURSO CRISIS BUSTER TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA JANEIRO 2013 Equipa: Susana Dimas Num contexto de crise, contracção, corte e escassez de re-

workshops, e exposições.

cursos como o que atravessamos actualmente, acreditamos

O objectivo da proposta é que estes espaços públicos pos-

que esta possa ser a altura ideal para reflectir e repensar

sam servir como suporte cultural, como uma plataforma cria-

criticamente a prática da arquitectura, assim como arranjar

tiva de produção e divulgação de projectos da população

novas formas para mostrar e partilhar aquilo que de melhor

local, assim como espaços de partilha, troca e comunicação

se produz em vários sectores e que muitas vezes se esconde

de conhecimento artístico, imprescindível num momento de

entre quatro paredes.

crise como o que atravessamos actualmente.

Desde o início da abordagem, interessou-nos a ideia de inter-

Apesar de se tratar de uma proposta sustentável a nível so-

vir em espaços públicos da cidade de Lisboa. Procurámos as-

cial, económico e construtivo, pensámos, numa primeira fase,

sim, uma solução estratégica de actuação no espaço público,

propor a realização deste projecto em apenas três espaços

cujo principal objectivo seria o envolvimento e a participação

da cidade. Porém acreditamos, que num futuro próximo, esta

activa da população local, na “construção” de um espaço que

acção possa ser reproduzida em outros locais de Lisboa, ou

estivesse desvinculado de qualquer processo construtivo, no

mesmo em outras cidades do país.

sentido estrito da palavra.

Estamos convictas que, no actual panorama de crise pelo

A proposta apresentada é possível de ser reproduzida simul-

qual estamos todos a passar, esta possa ser uma nova for-

taneamente ou isoladamente em qualquer espaço público e

ma de actuação da arquitectura na cidade contemporânea,

destina-se à população em geral da cidade de Lisboa.

como forma de transformação do espaço público num es-

Em cada espaço é cedido um kit à população, constituído

paço dinâmico, polivalente, inclusivo, e aberto a todos, onde

por um determinado conjunto de ferramentas, sendo o prin-

se testemunha que a crise não atingiu a criatividade e que

cipal material utilizado a madeira, que permite às pessoas

desta forma é possível abrir portas e visibilidade à produção

construírem diferentes objectos como palcos, mesas, bancos,

portuguesa, com a participação de todos. Aqui somos todos

baloiços, entre outros, criando, desta forma, condições para a

construtores…de ideias, de espaço, de oportunidades e de

realização de várias actividades possíveis de se desenvolver

um futuro onde a palavra “crise” tende a perder força. Tragam

nestes espaços tais como concertos, peças de teatro, espec-

o vosso trabalho para fora de quatro paredes!

táculos de dança, sessões de cinema, conferências, debates,


CONSTRUCTING IDEAS OUT OF WALLS

ORGANIZAÇÃO DO

PROJECTO

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ESPAÇO PÚBLICO

a organização fornece informação

inclusão da população local

sobre o projecto

a organização fornece um kit com manual de instruções

construção de

as pessoas criam o

objectos com a

seu próprio espaço

organização e a população local

plataforma criativa

espaço de criação e disseminação de projectos

POPULAÇÃO



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