BRAINSTOR
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RM MAG #8
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Carta do editor
Maravilhosa! É exatamente a palavra que define a nossa oitava edição, que entre tanta grandiosidade de conteúdo, exagero e exuberância, também estamos dando a oportunidade dos leitores “sentirem” a edição, com a chegada da nossa primeira edição impressa. Contamos com a edição de moda mais que especial do stylist Ander Oliveira, que além de assinar uma das capas da edição, assina o editorial INK RIDE. Com a sua estética do exuberante e do luxo, nosso editor de moda convidado direcionou todos os editoriais, passeando pelo drag hair, seapunk até o luxo de grandiosas arquiteturas. Contamos com a fotógrafa Bruna Castanheira para traduzir exatamente o feeling da edição através do seu editorial WONDERMENT inspirado no universo capilar das drags, de uma forma totalmente nova e trazendo uma das capas da nossa edição impressa. Então divirta-se com nossa edição mais grandiosa, irresistível e maravilhosa!
Jonathan Wolpert
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Redação Jonathan Wolpert Editor-chefe Ana Cuentro Head designer/diretora geral Olga Ferraz Tradução John Allen Revisão Emannuel Alves Produção Executiva/blog
COLunistas Beatriz Rodrigues Cecilia de la Mora Danilo Candido Dayw Vilar Jéssica Fantini Khalil Rodor Laércio Wolpert Léo Freitas Vinicius Gouveia
EDITOR de moda convidado Ander Oliveira
COLaboradores ABÁ MGT, Blow Models, Bruna Castanheira, Cesar Cortinove, Club Noir, Diego de Souza, Estefania Calixto, Fairuze Reis, Ford Models, Guilherme Silva, Gustavo Costa, Helena Colline, Heway Verçosa, Jenie, Júlia Marques, Karla Holanda, Larissa Nunes, Leandro Ribeiro, Lis Nunes, Luana Mourato, Lucas Bahia, Maira Lessa, Manu Teixeira, Marcelo Leão, Mariana Mendonça, Matheus Avlis, Mayara Rubik Marchi, Natalia Ceneshiro, Pietro Tales, Renato Filho, Renato Mardonis, Ricardo Coller, Rock MGT, Rodolfo Cemin, Stud1um, Tamara Rodrigues, Thiago Leão, WAY Models, WOLL Agency.
CAPAS
Fotografia: Jonathan Wolpert (Abá Mgt) Editor de moda: Ander Oliveira Styling: Tâmara Rodrigues Beleza: Gustavo Costa Modelo: Luana Mourato Agradecimentos: Karla Holanda, Renato Filho, Stud1um.
Foto: Bruna Castanheira Assis. foto: Natalia Caneshiro Produção e estilo: Cesar Cortinove (Abá Mgt) Beleza: Renato Mardonis Assis. beleza: Diego de Souza (Vicentemarco Cabeleireiros) Manicure: Estefania Calixto (VicenteMarco Cabeleireiros) Tratamento de imagens: Helena Colliny
Contato contato@magbrainstorm.com @magbrainstorm A Brainstorm MAG é uma revista bimestral bilíngue sobre artes digitais, arquitetura, cinema, literatura, moda, música e audiovisual. Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do conteúdo editorial. Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores e não refletem a opinião da revista.
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ISSUE 8
8 Terras Frias 10 Ink Ride 20 Uma Jornada Inesperada 22 The Wonderful Land of Haute-Couture 24 Vanishing Point 36 Kitsch, Tacky, Wonder 38 O Cinema de Gittler, Plumas e Paetês 42 Seapunk 50 Especial - Renato Filho 54 A Exuberância de Satyricon 56 3D 64 Moda Recife 66 Extravaganza Eleganza! 68 Wonderment 78 English Version
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urbanismo
TERRAS FRIAS Cecilia de la Mora
“Mon pays ce n’est pas un pays, c’est l’hiver...” O lado ruim é que o inverno parece muito mais longo do que realmente é. Um bom exemplo disso é que apenas caiu a primeira neve há 2 semanas, mas já faz mais de um mês que esperamos com ansiedade preocupante dia após dia, a primeira nevada, ameaçando uns aos outros com frases do tipo: “amanhã parece que a temperatura vai cair e já vai começar...”. Assim, o inverno que em teoria deveria durar três meses, dura metade do ano. Ter orgulho do lugar ao qual pertence, à primeira vista, deveria ser algo bom, mas nesse caso, traz algumas consequências. O lado ruim é que o inverno parece muito mais longo do que realmente é. Um bom exemplo disso é que apenas caiu a primeira neve há 2 semanas, mas já faz mais de um mês que esperamos com ansiedade preocupante dia após dia, a primeira nevada, ameaçando uns aos outros com frases do tipo: “amanhã parece que a temperatura vai cair e já vai começar...”. Assim, o inverno que em teoria deveria durar três meses, dura metade do ano. Durante metade do ano, o semblante das pessoas muda completamente, todos andamos mais sérios, mais calados e até melancólicos,
Gilles Vigneaut (1964) “Meu país não é um país, é o inverno...” Voilà uma música que fornece uma boa ilustração dos ventos, da neve, do gelo e do frio do inverno canadense, na qual o clima do norte do país pode ser visto como uma metáfora para o seu isolamento cultural. Talvez não apenas por sua beleza, e mais pelo fato de muitos canadenses se identificarem com ela, a canção de Vigneaut se tornou um verdadeiro hino para a região do Quebec, onde o francês ainda predomina e agrava a sensação de isolamento da região em relação ao resto do país anglófono. Desde os tempos da colonização inglesa e francesa, as peles de animais para a confecção de abrigos de frio eram tão importantes para o Canadá quanto o Pau Brasil para o nosso país. Hoje em dia essa cultura prevalece e nesta época do ano, todos nós que vivemos vizinhos ao polo norte andamos parecidos, como esquimós. Todos temos os mesmos casacos que pode chegar a nos cobrir dos pés a cabeça, a qual é ainda mais protegida por uma envoltura de pelo espesso de animal. Por esses dias, o que prevalece nas ruas são casacos de marcas conhecidas como Northface, Canada Goose ou o clássico Kanuk. Botas Uggs nos pés, muita lã nas mãos e cachemira. Andamos cobertos, praticamente como se cada um de nós carregássemos nosso próprio iglu. O inverno em si faz parte do ideário popular por essas terras frias. É cultural cumprimentar alguém e comentar sobre o tempo. É o principal tema de conversação. É como se intimamente, todos tenham um certo orgulho desse inverno rigoroso que assusta e espanta tanta gente. Então toda essa cultura exagerada de venerar o frio acaba fazendo parte da identidade desse lugar, como quando falamos de nossas praias dos trópicos. Ter orgulho do lugar ao qual pertence, à primeira vista, deveria ser algo bom, mas nesse caso, traz algumas consequências. 8
lembrando do passado recente ou esperando o futuro distante, os tempos de sol. Sei que para os que não viveram essa experiência poderiam pensar que é um exagero essa mudança de humor e de expectativa, mas o sentimento é unânime entre todos que vivem por aqui. Passamos por oscilações de positivismo e negativismo, mas no fim, o que prevalece é essa preocupação de quando o sol voltará a brilhar. Mas a relevância que se dá ao inverno também pode ser considerada positivamente. O lado bom dessa exageração com o inverno é que por aqui só passa frio quem quiser. Além das roupas devidamente adequadas que nos deixa confortáveis ao andar na rua, ainda temos toda uma cidade paralela ocorrendo há alguns metros embaixo da terra, a famosa cidade subterrânea onde temos desde supermercados, cinemas, lojas, restaurantes, academias de ginástica, até universidades. Por aqui, nesses dias, semanas e meses, vivemos como toupeiras. Por sermos como toupeiras, ainda temos a liberdade de malhar em shorts, de passarmos pela mani e pedicure em sandálias havaianas e ainda usarmos micro vestidos para desfilar nas variadas discotecas que oferecem a vida noturna da região. Claro, tudo isso acontecendo em ambientes a quase 25 graus positivos enquanto que lá fora, uma tempestade de neve cai e com ela vem um vento tão forte que faz a sensação térmica ser de -25. Mas bom mesmo é tomar cafés, chás e chocolates bem quentes condizendo com o clima, ver um filmes enrolada no edredom, acender lareiras e se hipnotizar com o movimento do fogo, escolher pinheiros de verdade para serem decorados, e ter um natal com muitos flocos de neve. Sem isso não valeria a pena.
Fotos: Reprodução/Divulgação
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LITERATURA
UMA JORNADA INESPERADA Danilo Candido
A literatura fantástica sempre aguçou os sentidos dos leitores. Atualmente, a quantidade de obras que acessam a esse universo maravilhoso é gigantesca. Na verdade o que é tão atraente é a sua capacidade de fuga para um mundo que não é o nosso. Pegando carona no lançamento mundial do longa-metragem do diretor Peter Jackson, nada melhor do que rever (ou reler) um clássico dessa literatura maravilhosa escrita por J. R. R. Tolkien: O Hobbit, a primeira viagem do leitor à magnifica Terra-Média. Percussor de O Senhor dos Anéis, o romance acompanha a jornada do hobbit Bilbo Baggins para conquistar o tesouro do anão Thorin roubado pelo perigoso dragão Smaug na Montanha Solitária. Bilbo que vive numa acolhedora vila rural decide acompanhar o mago Gandalf e uma companhia de anões chefiada por Thorin nessa aventura sombria. Durante a busca, o herói e seus companheiros percorrem por lugares belos e sinistros; e encontram criaturas mágicas e grotescas. O livro é esquematizado em capítulos episódicos; e em cada um deles é apresentado uma nova criatura ou um novo lugar, tornando a leitura fluida e agradável. A prosa é simples com um leve tom cômico e descreve com veracidade impressionante o imaginário da Terra-Média. Mas a melhor qualidade de O Hobbit é o seu herói. Bilbo é uma personagem multidimensional que acessa tanto seu lado romântico e aventureiro como seu lado desonroso, aproximando-o de uma faceta mais humana.
Seu desenvolvimento físico e psicológico rumo ao amadurecimento é o eixo narrativo do romance. Ao final da jornada, o hobbit atinge um grau de maturação e sabedoria inominável que lhe garante uma maior confiança ao mundo exterior, como qualquer humano que passa por experiências. O que diferencia as obras de Tolkien de qualquer outra obra do gênero é a forma que ele insere o leitor em seu universo fantástico e sem procurar explicá-lo para o tal. Se compararmos As Crônicas de Nárnia de C. S. Lewis, outra grande obra da literatura fantástica, com O Hobbit entendemos essa inserção. Em Lewis as personagens são transportadas para um mundo maravilhoso (Nárnia) como forma de escape dos horrores da Segunda Guerra Mundial; em Tolkien quem é transportado para esse universo é o leitor. Ou seja, a conexão do leitor com a obra é muito mais forte em Tolkien. São vários os elementos que motivam o leitor a escolha de uma obra fantástica. Seja qual for o caso, a fantasia é utilizada como uma forma de transgredir a realidade austera do mundo real. Porque todo ser humano em algum momento precisa de uma fuga para um universo paralelo, para pode continuar a sobreviver no mundo real. Com coração e mente aberta, O Hobbit permite isso. É surpreendente perceber ao final que um livro com uma narrativa tão simples pode ser capaz de conduzir o leitor a uma jornada maravilhosamente inesperada. Fotos: Reprodução/Divulgação
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TAPAUE.COM.BR
MODA
THE WONDERFUL LAND OF HAUTE-COUTURE Dayw Vilar
“A Alta Costura é composta de segredos cochichados de geração a geração” Yves Saint-Laurent
Talvez seja a maravilha das maravilhas, o ápice, a realização plena para estilistas, compradores, empresários de moda, e todas as profissões correlatas, estar, participar, fazer, integrar ou, assistir uma edição da Semana de Alta Costura, em Paris. O teor de criatividade, qualidade, exuberância, exageros e conceito embutido em cada peça milimetricamente pensada e executada brilha nos olhos do espectador. Ali a moda renasce e se recria, edição por edição, desde A liga de haute-couture francesa é sinônimo de raridade e supremacia quando se trata de qualidade, unicidade e requinte em criações de moda A Alta Costura é, antes de patente registrada juridicamente, um patrimônio cultural parisiense, e só podem se intitular assim as maisons que respeitam uma série de normas. Os principais critérios estabelecidos para que uma marca possa pleitear o título de Haute Couture, segundo o site oficial da Federação, são: empregar no mínimo 15 pessoas nos ateliês, elaborar peças exclusivas e feitas à mão, apresentar para a imprensa (em Paris) a cada estação uma coleção de pelo menos 35 trajes compostos de modelos para o dia e para a noite.
Cada ateliê tem sua técnica secreta, sua marca, sejam em bordados, linhas de costura, cortes, tecnologia de tecidos, é mais um componente que confere unicidade e a exclusividade das peças envolvidas na esplêndida alta costura. O rol de maisons (hoje somente 10 e mais quatro chamadas de “correspondentes”, pois são estrangeiras) é divulgado pela Federação Francesa da Costura, do prêt-à-porter, dos Costureiros e dos Criadores de moda, a antiga Câmara Sindical da Alta Costura, criada em 1868. A última ‘aquisição’, por assim dizer, foi a Maison Martin Margiela, o rol de convidados inclui o brasileiro Gustavo Lins. Para ter uma ideia do quanto custa, o trabalho, a mão de obra especializada e a matériaprima refinada envolvidos em um vestido alçam seu valor a alturas estelares e o preço de uma única peça pode passar de U$100 mil! O universo de luxo e simbolismo representado pela liga de moda de alta costura, a alta cúpula da moda mundial, não é o que move as economias das marcas.
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A maravilha, o conforto, o luxo, envolvido na criação e produção de tais peças hoje não passa de elemento publicitário e de marketing para as maisons. O mercado consumidor desse tipo de produto sofreu grandes quedas mediante o crescimento do consumo, crescimento e qualidade dos prêt-à-porters. A Alta Costura ainda sofre um outro abatimento em se falar da própria qualidade, nomes como Yves Saint Laurent, Valentino e outros mestres já se aposentaram ou faleceram. Em termos de criação, não se faz, de longe, nada com tanta qualidade ou com tanta liberdade para ‘devaneios’, como no haute couture, é lá onde ocorre a renovação da moda sem limites, é um pilar, um sustentáculo conceitual da moda mundial, é referência para as criações ready to wear, sem ela, não existiria o conceitualismo que permeia e inspira as criações, viveríamos ‘sem moda’. Por assim dizer, nasce a moda no seu mais genuíno e estrito conceito.
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Fotos: Reprodução/Site Revista Elle Brasil/Cathleen Naundorf
VANISHING
POINT
Foto: Matheus Avlis Styling: Thiago Le達o Beauty: Manu Teixeira Modelo: Jenie (FORD)
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PIETRO TALES
arquitetura
KITSCH, TACKY, WONDER Laércio Wolpert
Nunca me esqueço quando há alguns anos eu vi uma matéria no jornal sobre um caso fantástico que tinha ocorrido na Malásia, um país asiático. Vários seguidores de uma seita exótica foram detidos, no entanto o líder da seita que se intitulava Deus, acabou foragido na época. Porém, o que me deixou mais fascinado foi o templo da seita, um Bule Gigante, que além de ser a réplica perfeita de um bule verdadeiro, ainda possuía grandes propriedades curativas. O motivo da sede ter sido incendiada e repudiada pelas autoridades locais foi o fato de ser considerada fora dos “padrões”. Se o padrão regular por algum motivo fosse a regra mundial para a destruição ou não de alguma obra, Las Vegas e suas brincadeiras da arquitetura deveriam mandar todos os seus criadores para presídios de segurança máxima nos Estados Unidos. O Kitsch, corrente arquitetônica que foi largamente aplicada no meio do deserto americano, ao meu ver, sempre teve a seita do Bule Gigante como seu grande exemplo máximo.
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O motivo da sede ter sido incendiada e repudiada pelas autoridades locais foi o fato de ser considerada fora dos “padrões”. Se o padrão regular por algum motivo fosse a regra mundial para a destruição ou não de alguma obra, Las Vegas e suas brincadeiras da arquitetura deveriam mandar todos os seus criadores para presídios de segurança máxima nos Estados Unidos. O Kitsch, corrente arquitetônica que foi largamente aplicada no meio do deserto americano, ao meu ver, sempre teve a seita do Bule Gigante como seu grande exemplo máximo. Não menos que uma lacuna do coração dos “bulinistas” deve ter sido o sentimento ao ver a destruição em chamas da obra que os curou, nem que seja de uma laringite. Uma das várias facetas do Kistch é esta, independente de como a obra é vista, de quanto seu valor estético é profundamente admirado pelos grandes entendedores e estudiosos, o principal são os sentimentos provocados e o valor imaterial das mesmas. Nem que seja a vontade de tomar um chá quente, o que nesse verão também é uma idéia de gente doida.
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Fotos: Reprodução/Divulgação
cinema
O CINEMA DE GLITTER, PLUMAS E PAETÊS Léo Freitas
Desbocadas, temperamentais, mitos, engraçadas, marginais. São muitos os adjetivos que definem as drag queens, que saíram dos guetos para ganhar o mundo do espetáculo com audácia e lhes garantiu a liberdade de incorporar personagens que lhe permitiram fugir do convencional. Confira os principais filmes em que perucas, sapatos plataforma, maquiagem carregada e acessórios sem fim nos presentearam com as drag queens mais conhecidas da Sétima Arte:
DZI CROQUETTES (2009) O documentário brasileiro dirigido por Tatiana Issa e Raphael Alvarez mostra a trajetória do grupo de rapazes que, nos anos 70, com roupas femininas, maquiagem e acessórios - e mantendo pelos e barba - misturavam teatro e dança. Com depoimentos de artistas como Marília Pêra, Elke Maravilha, Gilberto Gil, Betty Faria, Ney Matogrosso e Liza Minelli, todos fãs convictos, o filme expõe a trajetória do grupo, que se tornou um grande sucesso inclusive no exterior (especialmente Paris), levando fãs e curiosos para seus espetáculos carregado com um humor ácido e contestador em plena época da Ditadura Militar.
DZI CROQUETTES
WIGSTOCK – THE MOVIE (1995) Desde os anos 80, acontece o Wigstock (trocadilho com Woodstock), um festival protagonizado somente por drag queens, que visa arrecadar fundos para vítimas da AIDS e divertir o público em uma intensa programação de shows performáticos. O evento, que já havia sido tema de um curta-documentário em 1987, ganhou um longa-metragem em 1995 sobre a edição do ano anterior. Carregado de perucas, maquiagem e roupas pra lá de extravagantes, nomes como Mistress Formika, Lady Bunny, Lypsinka, Wendy White, Ru Paul, Leigh Bouwery, Jackie Beat, Candis Cayne, Taboo!, Flotilla de Barge e Joey Arias sobem ao palco e entregam depoimentos de sua trajetória pessoal e profissional em um feel good movie que une humor e arte em um tributo às mulheres aliado ao grito contra o preconceito.
WIGSTOCK - THE MOVIE
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PINK FLAMINGOS (1972) Dirigido pelo politicamente incorreto John Waters, o longa estrelado pela drag queen Divine é um turbilhão de ironia, sarcasmo e repulsa. Considerada “a pessoa mais podre do planeta”, Babs (Divine) divide sua vida em um trailer com o irmão delinquente Crackers, a companheira Cotton e a mãe Edie, uma deficiente mental que vive comendo ovos em um cercado. Porém, quando o casal Marble decide entrar na competição, o grupo se entrega a uma série de atos para garantir o lugar mais alto do pódio. E isso inclui mulheres estupradas (cujos filhos são vendidos no mercado negro), cenas de sexo com a presença de animais, incesto e uma nauseante tomada em que Divine come as recém expelidas fezes de um cachorro, em um filme que mistura repugnância e humor sobre os tão sonhados 15 minutos de fama.
PINK FLAMINGOS
PARTY MONSTER (2003) Eis uma obra que, embora não traga nenhuma drag queen propriamente dita, merece seu lugar nesta lista. Baseado em uma história real (que já havia ganhado um documentário em 1998), o longa estrelado por Macaulay Culkin e Seth Green conta a história da ascensão dos clubbers nas noites dos anos 90. Baseado no livro “Disco Bloodbath”, autobiografia de James St. James (papel de Green), o longa abre as portas da música eletrônica, festas regadas a sexo, drogas e visual que abusa do limite do extravagante, em figurinos e direção de arte que vão do underground ao cartunesco, do fosforescente ao vintage. Com trilha sonora repleta de clássicos, o filme expõe a trajetória de glamour, festas, autoexpressão e fuga da realidade até atingir um epílogo dramático carregado de degradação, inveja, ciúmes e morte. Vale conferir, especialmente pela curiosa participação do cantor Marilyn Manson como a performer Christina.
PARTY MONSTER
PRISCILLA – A RAINHA DO DESERTO (1994) O filme mais icônico que retratou o mundo das drag queens, já virou musical de sucesso e ganhou diversas imitações. Porém, em 1994, quando o diretor Stephan Elliott lançou o longa, a sensibilidade e humor cativaram os fãs e críticos ao mostrar, em forma de road movie, a saga de três drag queens australianas no lendário ônibus Priscilla. Hugo Weaving, Guy Pearce e Terrence Stamp são, respectivamente, Mitzi, Bernadette e Felicia que, de personalidades completamente diferentes, conhecerão os mais diversos tipos no trajeto, em pequenas performances diante de um público cuja maioria nunca esteve diante de uma drag queen. O longa eternizou a música “I Will Survive”, de Gloria Gaynor e tornou clássica a cena em que Felicia, em cima do ônibus e com a esvoaçante roupa prateada, dubla “Sempre Libera” da ópera italiana “La Traviata”.
PRISCILLA
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KINKY BOOTS – FÁBRICA DE SONHOS (2005) Inspirado em história real, o longa mostra a trajetória de Charlie Price, um homem que, após a morte do pai e com a centenária empresa de sapatos da família em falência, toma a ousada decisão de criar uma coleção de sapatos de salto alto para o público masculino (afinal, os femininos não suportavam o peso das performers). Sua fonte de inspiração será a drag queen Lola, interpretada magistralmente pelo ator Chiwetel Ejiofor. Com um clima que oscila entre o onírico e o urbano, o longa expõe uma personagem irônica e sarcástica com um coração de ouro que acaba se apaixonando por Charlie. Uma obra sincera e dramática, mas que não perde o humor discreto e, de quebra, ainda oferece um delicioso epílogo: o desfile da coleção de botas em um evento de moda na Itália.
KINKY BOOTS
HEDWIG – ROCK, AMOR E TRAIÇÃO (2001) Estrelado, escrito e dirigido por John Cameron Mitchell, o longa conta a história da roqueira, transexual e drag queen Hedwig (Mitchell). Acompanhamos, por meio de flashbacks, a infância conturbada na socialista Berlim Oriental, a mudança de sexo que lhe deu de herança o nome da própria mãe e as decepções amorosas que permearam sua vida e se tronaram temas para suas canções. Com foco na traição de seu próprio pupilo e ex-amante (Michael Pitt), o filme se apoia no drama para contar o rancor em uma personagem sempre preterida por conta de sua situação quase hermafrodita (o “Angry Inch” do título original se refere ao que restou de seu pênis após a cirurgia). Dramático, sincero e interessante, atente para a icônica cena em que canta The Origin of Love e o divertido número Wig in a Box, que marca o momento de libertação da personagem.
HEDWIG
PARA WONG FOO, OBRIGADA POR TUDO! JULIE NEWMAR (1995) Lançado um ano após “Priscilla – A Rainha do Deserto”, o filme é uma comédia despretensiosa que vale mais por trazer os hollywoodianos Patrick Swayze, Wesley Snipes e John Leguizamo travestidos. Também um road movie, o trio parte em um carro rumo a Hollywood para concorrer a um concurso de drag queens e acaba parando em uma cidadezinha do interior após uma pane no carro. Lá, se envolvem com a pacata rotina das mulheres da machista cidade, como uma doce esposa que sofre com a violência do marido e uma idosa que, após um trauma, perambula muda pela cidade. E a lady Vida Boheme (Swayze), a hilária Noxeema Jackson (Snipes) e a carente Señorita Chi-Chi (Leguizamo) vão ensinar e aprender muito com personagens tão díspares e, ao mesmo tempo, tão parecidos.
PARA WONG FOO
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especial
10 ANOS DO UNIVERSO FANTÁSTICO DOS CALENDÁRIOS DE RENATO FILHO Jonathan Wolpert
O fotógrafo de moda Renato Filho, com mais de 30 anos de carreira e diversos prêmios nacionais e internacionais na bagagem, todo ano nos presenteia com um calendário, criado em conjunto com os melhores profissionais de moda do mercado, traduzindo mês por mês diferentes tipos de sentimentos. Sempre com imagens grandiosas e exuberantes, Renato entrega imagens fortes e detalhistas, muitas vezes com significados ocultos que só podemos perceber depois de procurar entender a origem de cada imagem, colocando o “espectador” para pensar. O próprio fotógrafo selecionou as imagens que mais marcaram esses calendários durante 10 anos, confiram:
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2004
2005
2006
2007
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2009
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2010
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cinema
A EXUBERÂNCIA DE SATYRICON Jéssica Fantini
Um filme pode ser sucesso de público por várias razões, mas raros são aqueles que, na sua época, conquistam os telespectadores ao trazerem a inovação. Na intensidade dos anos 60, tudo aquilo que fugia a normalidade era bem-vindo por uma sociedade que pregava novos valores e defendia a liberdade sexual. Nesse meio de incentivo a modernização ideológica, o iconoclasta e ousado Satyricon, de Federico Fellini, foi devidamente reconhecido pelo público. Personagens homossexuais, andrógenos e antropofágicos e um enredo que explora abertamente os aspectos mais chocantes do comportamento humano estão presentes neste clássico cinematográfico. A história por vezes até desconexa é baseada no livro homônimo de Petronius e infelizmente,
deste só restam fragmentos. O diretor italiano não recriou a narrativa ao transpor a obra para o cinema, mas fez uso do elemento visual para retratar de forma fiel o universo do livro. Por este motivo, a estética é o que há de mais marcante, com cores vivas e brilhos em tudo que há no cenário. Os figurinos transpiram exagero, as maquiagens são extremamente carregadas e o ritual romano é elaborado como se fosse um verdadeiro espetáculo. Até mesmo o mínimo objeto de cena é esteticamente bem trabalhado, como o porco dourado e o boi prateado servidos na ceia do imperador. Toda a sensibilidade plástica bem como o conteúdo, basicamente relacionado aos gays e andróginos, é o suficiente para identificar nas características chamativas das cenas um projeto diferenciado.
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A arte de Luigi Scaccianoce e Giorgio Giovannini é o ponto mais marcante e revelador da essência do filme. A cenografia faz uma simulação do inferno e esse ambiente se adequa as atitudes dos personagens que são movidos por perversões, como a pedofilia do rei, por exemplo. Os romanos agem de modo primitivo e parecem viver para desfrutar dos pecados, principalmente o da carne, gula e avareza. A representação de um universo insano, sujo e extravagante, além de retratar a decadência de Roma, parece aludir à própria moral corrompida dos seres
Satyricon não é o tipo de obra que agrada a qualquer um. Ele possui autenticidade e, com certeza, exige mais atenção do que o normal. Os elementos imponentes empregados pelo diretor se unem a personagens que agem de forma ilógica, impulsiva e dramatizam como em uma peça teatral. Tais artifícios incomuns causam certo estranhamento, mas se devidamente analisados se adequam maravilhosamente ao contexto do filme e por fim, todo o conjunto em si, acaba sendo uma experiência imagética rara de se ver.
Fotos: Reprodução/Divulgação
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foto LEANDRO RIBEIRO beauty FAIRUZE REIS styling LUCAS BAHIA illustration ANA CUENTRO
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moda recife
“NÃO FAÇA ROUPA, FAÇA MODA” Bia Rodrigues
Com proposta concisa, o Moda Recife se consagra o maior evento de moda de Pernambuco, movimentando a criação e o surgimento de novos talentos. A edição 2012 do Moda Recife veio com o tema “Moda é mais que roupa, a moda revela sua arte”, que explorou os vários ramos da arte comercial interligados, juntado, em dois grandes eventos do estado, a moda, a arquitetura e o design, junto com a Casa Cor. “Levamos o evento pra lá porque o espaço tinha tudo que o tema de 2012 abordava.” Explica Ricardo Coller, coordenador geral do Moda Recife.
Num espaço histórico restaurado no centro do Recife, o antigo Instituto de Psiquiatria Luiz Inácio, chalés do século XIX ganharam nova cara e estrutura para abrigar o público e os desfiles. Neste ano, com o apoio do Sebrae, Studium, Uninassau e Paço alfândega, o evento exibiu um total de 16 marcas locais, veteranas e ascendentes. “É um evento que tem a preocupação de divulgar a moda feita e comercializada aqui no estado, por nossos profissionais. Serve também como vitrine para aqueles que querem expor seus trabalhos para todos os interessados pelo mundo da moda local e nacional.”
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Marcas consagradas como a Rush Praia, com dezesseis anos de estrada (!), dividiram a passarela e os olhares com novos talentos como Pietro Tales, que desfilou suas peças pela segunda vez no evento. O desfile do “pupilo” deu o que falar. Com estilo único, irreverente, além-de-tendências, as peças de Pietro trouxeram uma riqueza visual cheia de cortes, metal e atitude. Com referências bem específicas, Pietro nunca abandonou sua paixão pela contra-moda da juventude japonesa, meio espalhafatosa, meio obscura e sempre voltada no choque visual. Um exemplo claro disso foi a forma como encerrou o desfile, com uma modelo não vestida, mas literalmente montada numa peça com um complexo de estruturas pretas e pontiagudas. E nos olhos, lentes pretíssimas. Um verdadeiro espetáculo. Pude acompanhar toda a movimentação por trás do telão que exibia o nome das marcas sobre a passarela. Era ali que todo o barulho acontecia. Fora a correria e os imprevistos de praxe (chuva!) eu vi pessoas dedicadas e modelos divertidas. E, claro, peças belíssimas. Tudo organizado pelo produtor por trás disso tudo, Nestor Mádenes.
Chamaram a atenção as marcas e estilistas, que no evento exibiram além da criatividade, designs corajosos. Não se viu uma moda local-regional, mas um design local-global, comercial mas também irreverente. A Acre já começa assim pelo nome. Cássio Bomfim, o estilista da marca, realmente elevou o evento para o patamar artístico. Seu deslife acompanhava show ao vivo de Alessandra Leão e vídeo-arte com direção de fotografia da já renomada Dani Neves. . A irreverência não acabou por aí. Modelos não profissionais amigos do estilista também desfilaram suas roupas, no mais descontraído possível, e quem encerrou o desfile da coleção navy masculina foi uma modelo (!) em um vestido quase personificando Iemanjá. “Tivemos alguns pontos alto em 2012, irei citar um: o interesse das marcas e estilistas montarem coleções exclusivas para serem apresentadas no Moda Recife. Então cada ano ele vem se firmando como um evento de lançamento de novas coleções, novos estilistas e novas tendências, não só um evento que faz desfiles. “NÃO FAÇA ROUPA, FAÇA MODA”, Ricardo Coller.
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audiovisual
EXTRAVAGANZA ELEGANZA ! Extravaganza Eleganza! Nada poderia definir melhor « RuPaul’s Drag Race » (ou « A Corrida das Loucas »), programa apresentado pelo ícone drag queen RuPaul. O programa se trata de um reality show nos moldes de « America’s Next Top Model », mas que leva ao ar drag queens de diferentes idades, etnias e shapes numa disputa pela coroa de próxima « Drag Queen da América ». RuPaul exerce tanto o papel de mentor (quando não está montado em drag) quanto de jurado, que no final de cada episódio salva uma participante (« Shantay, you stay ») e elimina outra (« Sashay, away »), mas só depois delas batalharem em um lypsinc for your life (dublar e interpretar uma música frente aos jurados). O programa começou com um orçamento capenga, desde os cenários à técnica da equipe. Após o sucesso da primeira temporada, ele ganhou um up alçando-o ao nível dos demais realities americanos.
Vinicius Gouveia
É verdade que num primeiro contato o program pode parecer pura pinta e um simples vazio. As drag queens são sempre tratadas pelo seus nomes de guerra (entre eles, Ongina, Jujubee e Phi Phi O’Hara) e não economizam em bitchness e carão. Convenhamos, isso diverte o público e é algo verdadeiro do nicho. Entretanto, o programa também mostra a cada episódio histórias das participantes de maneira leve ; seja a saída do armário, problemas amorosos, bullyings sofridos, o preconceito contra as drags dentro e fora do mundo gay e tantos outros. Antes de estender uma bandeira GLBT, essa dinâmica entre glitter e pupurina aliados às histórias pessoais humaniza as drags sem vitimizá-las. « RuPaul’s Drag Race » diverte, informa e, querendo ou não, educa ao tratar suas personagens como humanos, não como um jardim exótico para a classe média. A TV brasileira poderia aprender com isso.
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Extravaganza Eleganza! Nada poderia definir melhor « RuPaul’s Drag Race » (ou « A Corrida das Loucas »), programa apresentado pelo ícone drag queen RuPaul. O programa se trata de um reality show nos moldes de « America’s Next Top Model », mas que leva ao ar drag queens de diferentes idades, etnias e shapes numa disputa pela coroa de próxima « Drag Queen da América ». RuPaul exerce tanto o papel de mentor (quando não está montado em drag) quanto de jurado, que no final de cada episódio salva uma participante (« Shantay, you stay ») e elimina outra (« Sashay, away »), mas só depois delas batalharem em um lypsinc for your life (dublar e interpretar uma música frente aos jurados). O programa começou com um orçamento capenga, desde os cenários à técnica da equipe. Após o sucesso da primeira temporada, ele ganhou um up alçando-o ao nível dos demais realities americanos.
É verdade que num primeiro contato o program pode parecer pura pinta e um simples vazio. As drag queens são sempre tratadas pelo seus nomes de guerra (entre eles, Ongina, Jujubee e Phi Phi O’Hara) e não economizam em bitchness e carão. Convenhamos, isso diverte o público e é algo verdadeiro do nicho. Entretanto, o programa também mostra a cada episódio histórias das participantes de maneira leve ; seja a saída do armário, problemas amorosos, bullyings sofridos, o preconceito contra as drags dentro e fora do mundo gay e tantos outros. Antes de estender uma bandeira GLBT, essa dinâmica entre glitter e pupurina aliados às histórias pessoais humaniza as drags sem vitimizá-las. « RuPaul’s Drag Race » diverte, informa e, querendo ou não, educa ao tratar suas personagens como humanos, não como um jardim exótico para a classe média. A TV brasileira poderia aprender com isso.
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Fotos: Reprodução/Divulgação
WONDERMENT
Foto: Bruna Castanheira, Assis. foto: Natalia Caneshiro, Produção e estilo: Cesar Cortinove (Abá Mgt), Beleza: Renato Mardonis, Assis. beleza: Diego de Souza (Vicentemarco Cabeleireiros) , Manicure: Estefania Calixto (VicenteMarco Cabeleireiros) Tratamento de imagens: Helena Colliny
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vestido bordado SAMUEL CIRNANSCK pulseiras com cristais OSKLEN maxi pulseiras strass rosé LETÍCIA SARABIA anel estrela dourada MARCO APOLLONIO
casquete em bronze com cristais MARCO APOLLONIO colar crucifixo com pedras nude NADIA GIMENES vestido ACERVO PESSOAL
vestido bordado SAMUEL CIRNANSCK brinco de resina preta OPTO DESIGN
camisa seda com aplique de renda VITORINO CAMPOS
grande colar em metais e cristais sobre tule MARCO APOLLONIO brinco de resina preta OPTO DESIGN
vestido bordado com renda SAMUEL CIRNANSCK bracelet art nouvou de cristais e pedras MARCO APOLLONIO brinco de resina preta OPTO DESIGN bracelete art deco dourado e prateado MARCO APOLLONIO
camisa bordada com canutilhos e paetĂŠs cobre LETĂ GE
tiara com flores brancas e pingentes de crucifixo CAVALERA
ISSUE 8
8 Cold Lands 10 Ink Ride 20 An Unexpected Journey 22 The Wonderful Land of Haute-Couture 24 Vanishing Point 36 Kitsch, Tacky, Wonder 38 The Cinema of Glitter, Feathers and Sequin 42 Seapunk 54 The Exuberance of Satyricon 56 3D 66 Extravaganza Eleganza! 68 Wonderment 78 English Version
Marvelous! It’s exactly the word that defines our eighth edition, that between so much grandeur of content, exaggeration and exuberance, it’s also giving the opportunity to readers to “feel” the issue, with the arrival of our first print edition. We count with the fashion editing more than special of the stylist Ander Oliveira, who in addition to signing one of the covers of the edition, signed also the editorial “INK RIDE”. With its gorgeous aesthetics and luxury, our fashion editor invited directed all editorials, strolling through drag hair, seapunk up the luxury of grand architecture. We have the photographer Bruna Castanheira to translate exactly the feeling off the issue through its editorial, Wonderment, inspired in the universe of capillary drags in a whole new way and bringing one of the covers of our print edition. Then have fun with our editing grander, and irresistible wonderful! Jonathan Wolpert 80
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Cold Lands By Cecilia de la Mora
and expectation, but the feeling is unanimous among all who live here. We passed oscillations of positivism and negativism, but in the end what prevails is this concern when the sun will shine again. But the relevance given to the winter can also be considered positively. The good side of this overdone with the winter here is that whoever just goes cold. Besides the clothes properly appropriate that leaves us comfortable while walking on the street, we still have a whole city parallel occurring a few feet below the earth, the famous underground city where we find supermarkets, cinemas, shops, restaurants, fitness centers and even universities. Around here these days, weeks and months, we lived like moles. Because we like moles, we still have the freedom to work out in shorts, we proceed by mani and pedicure in flip-flops and yet we use micro dresses to parade in various nightclubs that offer nightlife in the area. Of course, all of this happening in the environment nearly 25 degrees above zero while outside, a storm of snow falls and with it comes a wind so strong that it makes the wind chill is -25 °. But it is taking good coffees, teas and hot chocolates as well as befits the climate, to see a movie wrapped comforter, lighting fireplaces and mesmerize yourself with the movement of fire, pine fact choose to be decorated, and have a home with many snowflakes. No it would not be worthwhile.
“Mon pays ce n’est pas un pays, c’est l’hiver ...” Gilles Vigneaut (1964) “My country is not a country, it’s winter ...” Voilà! One song that provides a good illustration of the winds, snow, ice and cold of the Canadian winter, the climate in which the north can be seen as a metaphor for his cultural isolation. Maybe not just for their beauty, but because many Canadians identify with her, the song by Vigneaut became a true anthem for the region of Quebec, where French predominates and further aggravates the feeling of isolation in the region in relation to rest of Anglophone country. Since English and French colonial times, the skins of animals for making shelters for cold were as important to Canada as the Pau Brazil for our neighbor country. Nowadays this culture prevails and at this time of the year, all of us living neighbors to the North Pole walk like Eskimos. We all have the same coats that can get to cover us from head to toe, which is further protected by a thick wrapping of the animal. These days, what prevails in the streets coats are branded as Northface, Canada Goose or the classic Kanuk. Uggs boots on the feet, hands with much wool and cashmere. We’ve been covered, almost as if each of us our own igloo on the back. Winter itself is part of the popular ideas for those cold lands. It’s cultural and greet someone comment on the weather. It is the main topic of conversation. It’s like, intimately, all have a certain pride of that harsh winter that amazes and scares so many people. So all this exaggerated culture of venerating the cold just part of the identity of this place, as when we speak of our beaches in the tropics. Taking pride of place where we belong to, at first glance, should be a good thing, but in this case, brings some consequences. The downside is that winter seems much longer than it really is. A good example is that the first snow fell just 2 weeks ago, but it’s been over a month that we look forward to worrying day after day, the first snowfall, threatening each other with phrases like “tomorrow seems that the temperature will fall and has already started ... “. Thus, the winter which in theory should last three months, lasts half the year. During the half year, the countenance of the people changes completely, everyone walked more serious, quieter and even melancholy, recalling the recent past or waiting for the distant future, the sun times. I know that for those who have not lived this experience might think this is overkill changing mood
An Unexpected Journey By Danilo Candido The fantastic literature always sharpened the senses of readers. Currently, the amount of work that access to this wonderful universe is gigantic. Indeed, what is so attractive is its ability to escape into a world that is not ours. Piggybacking on worldwide launch of the feature film by the director Peter Jackson, nothing better than to revise (or reread) a classic this wonderful literature written by J. R. R. Tolkien: The Hobbit, the reader’s first trip to the magnificent Middle Earth. Precursor of ‘The Lord of the Rings’, the novel follows the journey of hobbit Bilbo Baggins to win the treasure of the dwarf Thorin, stolen by dangerous dragon Smaug, into the Lonely Mountain. Bilbo, who lives in a cozy rural village, decides to follow the wizard Gandalf and a company of dwarves led by Thorin in this dark adventure. During the search, the hero and his companions travel to beautiful and claims places, and meet magical and grotesque creatures. But the best quality of ‘The Hobbit’ is its hero. Bilbo is a multidimensional character that accesses his both 81
sides, the romantic and the adventurous as his side dishonorable, approaching it from a more human side. His physical and psychological development towards maturity is the novel’s narrative axis. At the end of the journey, the hobbit reaches a level of maturity and wisdom unnameable which ensures greater confidence to the outside world, like any human who goes through experiences. What differentiates the works of Tolkien to other works of the genre is the way he inserts the reader into his fantastic universe and without trying to explain it a lot. Comparing ‘The Chronicles of Narnia’ C. S. Lewis, another great work of fantastic literature, with ‘The Hobbit’ we could understand this insertion. In Lewis the characters are transported to a wonderful world (Narnia) as a way to escape from the horrors of World War II, in Tolkien who is transported to this universe is the reader. That is, the connection of the reader with the work is much stronger. There are several elements that motivate the player to choose a fantastic work. Whatever the case, the fantasy is used as a way to break the grim reality of the real world. Because every human being at some point need an escape to a parallel universe, in order to continue to survive in the real world. With open heart and mind, ‘The Hobbit’ allows this. It is surprising to realize at the end that a book with a narrative so simple may be able to lead the reader on a journey wonderfully unexpected.
“The haute couture consists of secrets whispered from generation to generation” - Yves Saint-Laurent. Each studio has its secret technique, its brand, whether in embroidery, sewing, cutting, fabric technology. These are the components that gives the uniqueness and exclusivity of the pieces involved in splendid couture. The list of maisons (today only 10 and four more calls by “match” because they are foreign) is released by the French Federation of Couture, the prêt-à-porter, the Tailors and Fashion Designers, the former Chamber of Trade Union High Sewing, established in 1868. The latest ‘acquisition’, so to speak, was the Maison Martin Margiela. The list of invitees includes Brazilian Gustavo Lins. To get an idea of how much labor, skilled labor and the refined raw material involved in a dress, its value go to stellar heights and the price of a single piece can move from U $ 100,000.00! The universe of luxury and symbolism represented by alloy fashion couture, high fashion world summit, is not what drives the economies of brands. The beauty, comfort and luxury involved in the creation and production of such pieces today are nothing more than advertising and marketing element for maisons. The consumer market this kind of product suffered large falls upon the growth in consumption, growth and quality of prêt-à-porters. The Haute Couture still suffers another rebate in speaking of his own quality, since names like Yves Saint Laurent, Valentino and other teachers have retired or died. In terms of creation, does not, by far, not so much with quality or freedom to ‘musings’ as in Haute Couture. That’s where the renewal occurs fashion without limits, it is a pillar, a mainstay conceptual fashion world, is ready reference to the creations to wear. Without it, there would be no conceptualism that permeates and inspires the creations, we would live ‘without fashion’. So to speak, born fashion at its most genuine and strict concept.
The Wonderful Land of Haute-Couture By Dayw Vilar Perhaps it is the wonder of wonders, the culmination, the fulfillment for designers, buyers, fashion entrepreneurs and all related professions, participate in an edition of Haute Couture Week in Paris. The level of creativity embedded in each piece conceived and executed millimeter shines in the eyes of the viewer as thoroughly polished giants diamond. There the fashion reborn and recreated, edition by edition, since its first edition. The league of French Haute Couture is synonymous with rarity and supremacy when it comes to quality, uniqueness and elegance in fashion creations. The haute couture is at first a patent registered legally, a Parisian cultural heritage, and thus can only call itself the maisons who respect a number of rules. The main criteria for a brand that can claim the title of Haute Couture, according to the official website of the Federation are: employ at least 15 people in the workshops, and develop unique pieces handmade and present to the press (in Paris) in each
Kitsch, Tacky, Wonder By Laércio Wolpert
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I never forget a few years ago when I saw an article in the newspaper about a fantastic event that had occurred in Malaysia, an Asian country. Several followers of an exotic sect were arrested, however the leader (who called himself God) just became a fugitive at that time. But what fascinated me most was the sect’s temple, a giant teapot, which besides being a perfect replica of a true teapot, still possessed
The reason for the seat have been burned and rejected by local authorities was the fact of being considered out of “standards.” If for some reason the rule for buildings out of the “normal standards” was the destruction Las Vegas and their play architecture should send all its creators to maximum security prisons in the United States. The Kitsch, current architectural which was widely applied in the middle of the American desert, in my view, has always had a cult to the Giant Teapot as a great example as its maximum. I know that my statement may seem strange to some colleagues, but at that time I’ve never seen a taste as fishy as being representative, even for that small group, and its transcendental form. No less than a shortcoming of the “bulinists” heart must have been the feeling when they saw the flames of destruction on the work that healed them, even if it is laryngitis. One of the many facets of this Kistch is, regardless of how the work is perceived, how their aesthetic is deeply admired by great scholars and connoisseurs, the main feelings are provoked and immaterial value thereof. If it’s the willingness to take a hot tea, which this summer is also an idea of crazy people.
Since the 80s, the Wigstock happens (pun with Woodstock), a festival played only by drag queens, which aims to raise funds for AIDS victims and entertain the public in an intense schedule of performers shows. The event, which had already been the subject of a short documentary in 1987, won a feature film in 1995 over the previous year’s edition. Loaded with wigs, makeup and clothes very fancy, names like Mistress Formika, Lady Bunny, Lypsinka, Wendy White, Ru Paul, Leigh Bouwery, Jackie Beat, Candis Cayne, Taboo!, Flotilla de Barge and Joey Arias take center at the stage and give testimony of its personal and professional trajectory in a feel good movie that combines humor and art in a tribute to women allied to the cry against prejudice. PINK FLAMINGOS (1972) Directed by the politically incorrect John Waters, the film starring the drag queen Divine is a vortex of irony, sarcasm and disgust. Considered “the most rotten person on the planet,” Babs (Divine) divides his life in a trailer with his brother delinquent Crackers, his partner Cotton and Edie, the mother, a mentally retarded person who lives in a fence eating eggs. But when the couple decides to enter the competition, the group engages in a series of actions to ensure the highest place of the podium. And that includes women raped (whose children are sold on the black market), sex scenes with the presence of animals, incest and a nauseating scene where Divine eats the newly expelled feces of a dog; all this in a film that mixes humor and disgust and about the dreamed 15 minutes of fame.
The cinema of glitter, feathers and sequins By Léo Freitas Desbocadas, moody, myths, funny, marginal. There are many adjectives that define the drag queens, who left the ghettos to win the world of the Show with the audacity which guaranteed them the freedom to incorporate characters that allowed them to get away from the conventional. Check the main films in which wigs, platform shoes, loaded makeup and endless accessories presented us with the most famous drag queens of cinema:
PARTY MONSTER (2003) Here is a work that, while not bring any drag queen itself, deserves its place on this list. Based on a true story (which had already gained a documentary in 1998), the film starred by Macaulay Culkin and Seth Green tells the story of the rise of clubbers nights in the 90s. Based on the book “Disco Bloodbath” by James St. James autobiography (Green), the film opens the doors of electronic music, party- sex, drugs and a visual abusing the limit of extravagant costumes and an art direction that goes from the underground art to the cartoonish, the phosphor to vintage. With soundtrack full of classic, the film exposes the trajectory of glamor, partying, self-expression and escape from reality until a dramatic epilogue loaded by degradation, envy, jealousy and death. It is worth to check out, especially for the curious part of the singer Marilyn Manson as the performer Christina.
Dzi Croquettes (2009) The Brazilian documentary directed by Tatiana Issa and Raphael Alvarez shows the trajectory of the group of boys who, in the 70s, with women’s clothing, makeup and accessories - and keeping hair and beard - mixed theater and dance. With testimonials from artists like Marilia Pera, Elke Wonder, Gilberto Gil, Betty Faria, Ney and Liza Minelli, all of them convinced fans, the film exposes the history of the group, which became a big hit, even abroad (especially in Paris) leading to their fans and curious spectacles loaded with a sour mood and disruptive at the height of the military dictatorship. Wigstock - THE MOVIE (1995)
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PRISCILLA - QUEEN OF THE DESERT (1994)
The most iconic movie that portrayed the world of drag queens, now turned musical success and won several readings. However, in 1994, when director Stephan Elliott launched the film, sensitivity and humor captivated fans and critics to show, in the form of road movie, the saga of three Australian drag queens in Priscilla, a legendary coach. Hugo Weaving, Guy Pearce and Terrence Stamp are, respectively, Mitzi, Bernadette and Felicia that, with completely different personalities, learn about the various types of persons on the way, in small performances before an audience that in its most have never been on a drag queen show. The film immortalized the song “I Will Survive” by Gloria Gaynor and became the classic scene where Felicia, on top of the bus and with the flowing silvery clothes, dubs “Sempre Libera” of Italian opera “La Traviata.”
TO WONG FOO, THANKS FOR EVERYTHING! Julie Newmar (1995) Released a year after “Priscilla - Queen of the Desert”, the film is a comedy that is more worth for bringing the “Hollywoodians” Patrick Swayze, Wesley Snipes and John Leguizamo in drag. Also a road movie, part of the trio in a car heading to Hollywood to compete in a competition of drag queens and ends up stopping in a small country town after a car crash. There, they engage with the quiet routine of the women who suffers violence as a sweet wife who suffers violence from her husband and an elderly woman who, after a trauma, wanders through the city. So the lady Vida Boheme (Swayze), the hilarious Noxeema Jackson (Snipes) and lacking Señorita Chi-Chi (Leguizamo) will teach and learn a lot from such disparate characters and at the same time, so similar.
KINKY BOOTS (2005) Inspired by a true story, the film shows the trajectory of Charlie Price, a man who, after his father’s death and the centenary of the family shoe company into bankruptcy, taking the bold decision to create a collection of high heels for male audience (after all, women could not bear the weight of the performers). His source of inspiration is the drag queen Lola, played masterfully by the actor Chiwetel Ejiofor. With a climate that varies between the urban and the dream, the film exposes an ironic and sarcastic character with a heart of gold who falls in love with Charlie. A sincere and dramatic work, but do not miss the humor and unobtrusive, break, even offers a delightful epilogue: the parade of the collection of boots at a fashion event in Italy.
The Exuberance of Satyricon By Jéssica Fantini
HEDWIG AND THE ANGRY INCH (2001) Starred, written and directed by John Cameron Mitchell, the film tells the story of a rocker, a drag queen and a transsexual Hedwig (Mitchell). We follow through flashbacks, the troubled childhood in socialist East Berlin, the sex change that gave the inheritance of the name of his mother and the heartbreak that permeated his life and became subject to his songs. With a focus on the betrayal of his own protégé and former lover (Michael Pitt), the film relies on drama to tell the rancor in a character always deprecated because of its situation almost hermaphroditic (the “Angry Inch” of the title refers to what remained of his penis after surgery). Dramatic, sincere and interesting. Watch out for the iconic scene in which he sings The Origin of Love and fun number Wig in a Box, which marks the moment of release of the character. 84
A movie can be a blockbuster for several reasons, but rare are those who, in their time, gain viewers by bringing innovation. In the intensity of the 60s, all that fled to normality was welcomed by a society that preached values and defended the new sexual freedom. In this ideological incentive to modernization, the iconoclastic and bold Satyricon, by Federico Fellini, was duly recognized by the public. Gay characters, androgens and cannibals and a plot that openly explores the most shocking aspects of human behavior are present in this classic film. The story, sometimes disjointed, is based on the book (that has the same name) by Petronius and unfortunately from this only fragments remain. The Italian director recreated the narrative not to transpose the work for the cinema, but made use of the visual element to truthfully portray the universe of the book. For this reason, the aesthetic is what is most striking, with bright colors and sparkles on everything in the scene. The costumes exude exaggeration, the makeups are extremely loaded and Roman ritual is prepared like a true spectacle. Even the minimum object scene is aesthetically well worked as the golden pig and the ox silver served at the supper of the emperor. Every plastic sensitivity as well as content, basically related to gay and androgynous, is enough to identify the characteristics of flashy scenes a distinctive design. The art of Luigi Scaccianoce and Giorgio Giovannini is the most striking and revealing the essence of the film. The scenery is a simulation of hell and this environment suits attitudes of the characters,
which are driven by perversions such as the pedophilia by the King, for example. The Romans act is so primitive and seem to enjoy living of sins, especially the sex, gluttony and avarice. The representation of an insane universe, dirty and extravagant, that also portray the decadence of Rome, seems to allude to their own moral corruption of human beings. Satyricon is not the kind of work that pleases everyone. He has authenticity and certainly requires more attention than normal. The elements employed by imposing director join characters who act illogical, impulsive and dramatize as in a play. Such devices cause some unusual strangeness, but if properly analyzed, suited to the context of the film beautifully and, lastly, the whole assembly itself is eventually experience imagery rare to see.
accused of giving preference to black competitors, not eliminate drags most controversial because of the audience and preferring the glamorous than the funniest and camps. If for some reason this perspective of criticisms makes sense, otherwise they sound like a matter of taste from the critics. ‘RuPaul’s Drag Race’ is a reality show like all other professionals (‘Top Chef,’ ‘Project Runway’, etc). But unlike the others, has proven through their trials and episodes that drag queens are professionals and can be artists. Not matter how was the evidence that revolved around a contest “girl wet shirt” or the sexiest ass with filling, like designing dresses, wigs and make-up from some briefing. Normally, it was during these times that we saw how much knowledge the drags were queer. The most professional went far beyond the knowledge of own niche and still dominated the technique required for métier (cutting, sewing, illusionism with makeup, etc). Finally, the program is sure a bet for family fun. Remarkable characters, lots of fighting, talent and emotional moments are guaranteed. Paints and clapper not go missing. After 4 seasons, an All Stars (a special season with the best competitors) and spin-offs, the season 5 premiere in late January in the U.S.. While we wait, can I get an amen up in here?
Eleganza Extravaganza! By Vinicius Gouveia Nothing could better define RuPaul’s Drag Race; the program presented by the drag queen icon RuPaul. The program is a reality show along the lines of ‘America’s Next Top Model’ but shows drag queens of different ages, ethnicities and shapes in a contest for the crown of America’s Next Drag Queen. RuPaul plays both the role of mentor (when not mounted in drag) as a juror, that at the end of each episode saves a participant (“Shantay, you stay”) and eliminates another (“Sashay, away”), but only after them in a lypsinc battling for your life (dub and interpret a song ahead jurors). The program began with a budget lame, since the scenarios to technical team. After the success of the first season, it won a lifting them up to the level of other American realities. It is true that in a first contact with the program it may seem a simple and pure empty. The drag queens are always addressed by their names of war (among them, Ongina, Jujubee and Phi Phi O’Hara) and do not skimp on “bitchness” and scolding. Admittedly, it amuses the audience and is something true niche. However, the program also shows the participants’ stories each episode in a light, is the output of the closet, love problems, bullyings suffered prejudice against drags inside and outside the gay world and many others. Before extending a flag LGBT, this dynamic between glitter and pupurina coupled with personal stories humanize the drags without victimize them. ‘RuPaul’s Drag Race’ entertains, informs and, willingly or not, educates to treat his characters as human, not as an exotic garden for the middle class. A Brazilian TV could learn from this. The program suffers criticism, of course. RuPaul was
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