BRAINSTORM 9

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Carta do editor

A fórmula do número quântico (como valor próprio), Jz=mℓh/2π, deu origem para a nossa ISSUE 9 trazendo para o universo da moda, arte e cultura os valores e importância da energia elétrica, nuclear, magnética, eólica, solar e biológica. O poder, a força da natureza e suas transformações no universo inspiram os editoriais dessa edição. Desde o desfile de inverno da Iris Van Herpen, que abriu seu desfile com um homem elétrico, não pude deixar de pensar o quanto a energia transformou nossas vidas e o quanto a moda depende da energia em suas diversas formas. Explosões nucleares e o número quântico foram mais um ponto de partida para a construção da edição, desde todas as polêmicas de cometas que podem destruir a terra até o sentimento de destruição que cada um de nós possuímos intrinsecamente.

The formula of quantum number (as a self-worth), Jz=mℓh/2π, gave origin to our ISSUE 9 for bringing the world of fashion, art and culture the values and the importance of electricity, nuclear, magnetic, wind, solar and biological. The power, the strenght of nature and its transformations in the universe inspire the publishing of this edition. From the parade of Iris Van Herpen Winter, who opened his show with an electric man, I could not help thinking how much energy has transformed our lives and how the fashion depends on the energy in its various forms. Nuclear explosions and the quantum number were more like a starting point for the construction of this issue, since all the polemics of comets that could destroy the earth by destroying the feeling that each one of us possess inherently.

Jonathan Wolpert


Jonathan Wolpert Editor-in-chief Ana Cuentro Head designer Ander Oliveira Fashion editor Manoel Borba Art director Olga Ferraz Translation Emannuel Alves Website Editor

COLuMNISTS

Cecília de la Mora Danilo Candido Dayw Vilar Jéssica Fantini Khalil Rodor Laércio Wolpert Léo Freitas Tathianna Nunes Thiago Valença

CONTRIBUTORS

Abá MGT, ADOM, Amazing Model, Ashley Bogue, Barbie Doll Marketers, Bruna Castanheira, Bruno Candido, Bruno Correa, Carolina Rodrigues, Casey Carlson, Cesar Cortinove, Elite Lisbon, FORD MODELS, Fairuze Reis, Franciele Righêz, Gustavo Costa, Hollywood Tower, Ismael Prata, Jared Kocka, Julia Lego, Karla Holanda, Kristy Benjamin, Lis Tiegs, Loiani Bienow, Lucas Ruiz, Manoel Ozi, Maranna, Mariana Hamaceck, Mariana Sucupira, Melk Z-Da, Pietro Tales, Renato Filho, Renato Mardonis, Ricardo Bizafra, Ruben Rua, Rubens Ramos, Salvina Lira, Sam Santos, Sianinha, Silva+Cemin, Studio TMLS, Tania Neves, Tâmara Rodrigues, VERDE, Vinícius Bobsin.

Cover

Photography: Jonathan Wolpert (Abá MGT) Styling: Ander Oliveira Art direction: Manoel Borba Assistants of styling Tâmara Rodrigues and Dayw Vilar Model: Salvina Lira (Amazing Model) Special thanks: Renato Filho, Karla Holanda and Adriana Cuentro

Contact

contato@magbrainstorm.com @magbrainstorm

MAG BRAINSTORM is a bilingual bimonthly magazine over digital arts, architecture, cinema, literature, fashion, music and audiovisual. Its forbidden the reproduction in whole or in part without prior permission of the editorial content. Signed articles and editorials are the sole responsibility of the authors and do not reflect the opinion of the magazine.

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ISSUE 9

8 A energia emanante das festas populares The energy from festivals 10 Electric feeling and Its afterlife 22 Modernidade, AVANTE! Modernity, ALONG! 24 Luzes Esculturadas Sculptured Lights 26 Futuressance 36 The Redlight District 37 Cinema Esverdeado Greenish Cinema 38 Shadow 46 Energia de Renovação/Novas baterias Energy Renewal/ New batteries 48 Heatwave 56 Assim caminha a humanidade So goes humanity 57 O Cinema se rende à própria magia The Cinema surrenders to its own Magic! 60 A Hollywood Patio 76 Revoluções Climáticas Climate Revolution 78 The Great Escape 104 Interview Vinicius Bobsin 106 Jz=mℓh/2π



urbanismo

A energia emanante das festas populares The energy from festivals

Cecilia de la Mora

“Nuestra pobreza puede medirse por el número y suntuosidad de las fiestas populares. Los países ricos tienen pocas: no hay tiempo, ni humor. Y no son necesarias; las gentes tienen otras cosas que hacer y cuando se divierten lo hacen en grupos pequeños. Las masas modernas son aglomeraciones de solitarios.” (Octavio Paz, El Laberinto de la soledad, p. 18) I’ve been staying a few seasons in Mexico and that gives me material to comparisons very goods; all these complemented by my Brazilian origin. The fact is that I’m always observing and analyzing the different ways of life of these three places: my place of origin, where I settled my life and the place where I spend long periods on business or on holiday. The modern masses are agglomerates of lonely people, this are increasingly individualistic with their ipods, ipads, iphones and imacs. The “I” of these products well characterized this society-centered on “me.” It seems to me that the more rich is the country, more individual is the society created by it. Lately I’ve been noticing that perhaps I have a bit idealized impression about people who lives in poorer countries, because to me they seems to settle more with less, do more festivals and are stressed less than others with more money. In rich countries there is no time or mood. At that point, not just me, but everybody that has supported the Nobel prize for literature in 1950 to Octavio Paz, agreed. The energy emanating by the “Country of Carnival”, as is known the Brazil or in a country where we celebrate since independence battles and even days of the dead, as in Mexico, is a different kind of energy. Not only for parties, but the people of these countries gives us something more.

Ando passando umas temporadas no México e isso me dá pontos de comparações riquíssimos complementados por ser mais uma brasileira que imigrou ao Canadá e que já tem alguns anos nesse pais. O fato é que eu estou sempre observando e analisando as diferentes formas de vida das pessoas desses três lugares: meu lugar de origem, o lugar onde me estabeleci e o lugar onde passo largos períodos seja a trabalho ou a passeio. As massas modernas são aglomerações de solitários, as pessoas estão cada vez mais individualistas com seus ipods, ipads, iphones e imacs. O “I” desses produtos caracteriza bem essa sociedade centrada no “eu”. Me parece que quanto maior poder aquisitivo tem o país, mais individual é a sociedade criada por ele. Ultimamente venho notando que a impressão talvez um pouco idealizada que tenho é de que as pessoas que vivem em países mais pobres parecem se contentar mais com menos, fazem mais festas e se estressam menos. Nos países ricos não há tempo nem humor. Nesse ponto, não apenas eu, como todos que apoiaram o mexicano Octavio Paz ao ganhar o Prêmio Nobel de literatura em 1950, concordamos. A energia que emana estando no “país do carnaval”, como é conhecido o Brasil, ou estando em um país onde se comemora desde a independência e batalhas até dias dos mortos, como no México, é uma energia diferente. Não apenas pelas festas, mas o povo desses países nos transmite algo mais.

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The cultural mix of 500 years gives us even more this party feeling. The celebrations and holidays are added together to pay homage to all. In Brazil, the energetic culture is, Indian, white, black and mulatto. In Mexico it is “castellana, morisca y rayada of Aztec.” The celebrations in Mexico are a reflection of the rich cultural heritage of the pre-Hispanic and religious fervor imposed by Spanish colonialism. They touch the deepest feelings of the Mexican people and are the foundation of the social structure that contributes to avoid the loss of identity, traditional values and community disintegration. “Any reason is good to stop the walk of the time” and festivals lays in big events are the ideal excuse for such purpose. The lights of the streets and monuments, colorful clothes, songs and dances are reproduced on every corner. In Mexico, they have cities known for its parties as Guanajuato with its festival Cervantino and Oaxaca with its Guelaguetza, not counting the carnivals, the Bulls seasons and the days of the dead, played in a large part of the country. In the words of Octavio Paz, “son las fiestas nuestro único lujo”, and this fact is reflected in the culture, in the peoples’ warmth, the openness of local people. It is undoubtedly a positive experience traveling into a country “warm” like Mexico or Brazil, to slightly soften the harshness of living in a rich country and more “cool”.

A mescla cultural de 500 anos nos proporciona ainda mais essa festividade. As celebrações e feriados são somados uns aos outros para homenagear a todos. No Brasil, a enérgica cultura é índia, branca, preta e mulata, no México ela é “castellana, morisca y rayada de azteca”. As festas no México são o reflexo da rica herança cultural pré-hispânica e do fervor religioso imposto pelo colonialismo espanhol. Elas palpam os sentimentos mais profundos do povo mexicano e são a base da estrutura social que contribuem para evitar a perda de identidade, dos valores tradicionais e a desintegração comunitária. “Cualquier pretexto es bueno para interrumpir la marcha del tiempo” e as festas populares reproduzidas em grandes eventos são o pretexto ideal para tal efeito. As luzes das ruas e monumentos, os coloridos das roupas, as músicas e danças se reproduzem em cada esquina. No México, existem até cidades conhecidas por suas festas como Guanajuato com seu festival Cervantino e Oaxaca com sua Guelaguetza, sem contar com os carnavais, as temporadas de touros e os dias dos mortos, reproduzidos em grande parte do país. Nas palavras de Octavio Paz, “las fiestas son nuestro único lujo”, e esse fato é traduzido na cultura, no calor humano, na abertura das pessoas do lugar. É, sem dúvida, uma experiência positiva viajar por algum país “caloroso” como o México ou mesmo o Brasil, para amolecer um pouco a dureza de viver em um país rico e mais “frio”.

Fotos: Reprodução/Divulgação

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Camisa Printing, cardigan Coven, blazer e calรงa Maracujรก e pulseira Delicatessen


Camisa Faven, quimono e bermuda MaracujĂĄ, anĂŠis Delicatessen e sapatos Luana Jardim


Calรงa, camisa e chemisier, Faven, sapatos Luana Jardim, brincos Topshop


Blusa Printing, saia Coven, anĂŠis e pulseira Delicatessen e brincos Topshop


Blusa Lucas Magalhães, saia Maracujá, cinto e clutch Adô, sapatos Luana Jardim


Blusa Faven, quimono Graça Ottoni, short Essenciale e anÊis Delicatessen


Blusa Coven, saia Gra莽a Ottoni, Colares Mary Design, bolsas Ad么 e sapatos Luana Jardim


Vestido Coven






Literatura

MODERNIDADE, AVANTE! Modernity, ALONG! Danilo Candido

O maior poeta da língua portuguesa exalta a beleza da civilização moderna industrial. The greatest poet of Portuguese exalts the beauty of modern industrial civilization.

Triumphal Ode is a poem by the heteronym Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) written in London in 1914, post-Industrial Revolution. In its title, the author summarizes the idea that runs through his work. The word “ode” refers to a song of praise of something or someone, and “triumphant” carries a meaning of superposition and superiority of something or someone. Thus, the poem takes shape as a song that tells the grandeur of the machines and the new civilization. They are 240 verses that highlight the modernity, speed, industry and progress. In the poem, the lyrical I is inside a factory and includes everything that surrounds it: the electric bulbs, the gnashing of teeth of gears, etc.. This poetic person suffers pain and fever with mixed feelings because of the new beauty: the machines. A new kind of beauty that differs from the classic beauty. This is ticketable, swift and overwhelming. The subject identifies itself with the machines, but realize their misdeeds, so sings. Then he sees the new urban landscape of skyscrapers, new cars, cranes, always growing and changing. At the end of sensation seeking, the lyrical I identify with everything and with anything. He feels failed in front of this new civilization that can no longer keep up with only a strong nostalgic. The ode faithfully portrays the stunning feeling of ambiguity of a man facing a world marked by changes. The man exalted with industrial civilization feel everything and nothing at the same time, enters into a state of ecstasy to observe such a progress brought by the machines. These feelings of belonging and displacement are timeless and are felt even in our times. The poem shows us the industrial technology advances (flywheels, trains, engines...), passing through urban changes (docks, transport, cars...) until get to the conflicts generated by the industry installation (wars, political corruption, poverty...). For thus, denouncing the evils resulted from industrialization like: the rising of unemployment, poverty, prostitution and child labor.

Ode Triunfal é um poema do heterônimo Álvaro de Campos de Fernando Pessoa escrito em Londres, no ano de 1914, pós-Revolução Industrial. Em seu título, o autor sumariza a ideia que percorre a obra. A palavra “ode” remete a um canto de exaltação de algo ou alguém; e “triunfal” carrega um significado de superposição e superioridade de algo ou alguém. Assim, o poema se configura como um cântico que lauda a grandiosidade das máquinas e da nova civilização. São 240 versos que enaltecem a modernidade, a velocidade, a indústria e o progresso. No poema, o eu lírico se encontra no interior de uma fábrica e contempla tudo que o rodeia: as lâmpadas elétricas, o ranger dos dentes das engrenagens, etc. Esse sujeito poético sofre dor e febre com os sentimentos contraditórios causados pela nova beleza: as máquinas. Um novo tipo de beleza que difere da beleza clássica. Essa é multável, veloz e esmagadora. O sujeito se identifica com as máquinas, mas percebe seus malefícios, por isso, canta. Então, ele encara a nova paisagem urbana dos altos prédios, dos novos automóveis, dos guindastes, sempre crescendo e se transformando. Ao final da busca de sensações, o eu lírico se identifica com tudo e com nada. Sente-se fracassado diante dessa nova civilização que não pode mais acompanhar restando apenas uma forte nostalgia. A ode retrata com fidelidade impressionante a sensação de ambiguidade do homem frente a um mundo marcado pelas mudanças. O homem exaltado com a civilização industrial sente tudo e nada ao mesmo tempo, entra num estado de êxtase ao observar tamanho progresso trazido pelas máquinas. Essas sensações de pertinência e deslocamento são atemporais e são sentidas até na nossa contemporaneidade. O poema mostra os avanços da tecnologia industrial (volantes, comboios, motores, etc.) passando pelas mudanças urbanas (cais, transportes, automóveis, etc.) até chegar aos conflitos gerados pela instalação da indústria (guerras, corrupção politica, pobreza, etc.). Para assim, denunciar as mazelas resultantes da industrialização como o aumento do desemprego, da pobreza, da prostituição e do trabalho infantil.

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O progresso é a visão do homem moderno: sempre ir em frente. Ode Triunfal é a inauguração de Fernando Pessoa no movimento futurista que rejeitava o passado e pregava a velocidade e os avanços tecnológicos. Só que poeta vai além, e ao invés de negar o passado e cantar o futuro, ele funde ambos. Ou seja, o futuro só existe porque houve passado para apoiar a sua existência. Essa ambiguidade é tão moderna quanto contemporânea. Se o homem moderno descrito pelo autor encara a tecnologia industrial como uma coisa contraditória, o mesmo sente o homem contemporâneo e a sua tecnologia informática. Essa sensação ambígua resulta do vazio deixado pelas transformações forçando o homem sempre ir em frente à busca de algo que o preencha. Qualquer que seja o homem. O progresso (também) é a visão do homem contemporâneo: sempre ir além.

Progress is the vision of modern man: always go ahead. Triumphal Ode is the opening of Fernando Pessoa in the Futurist movement that rejected the past and preached the speed and technological advances. But poet goes further, and instead of denying the past and singing future, he merges both. That is, the future only exists because there was passed to support its existence. This ambiguity is as modern as contemporary. If modern man described by the author sees the industry technology as a contradictory thing, the contemporary man feels the same with his computer technology. This ambiguous feeling results from the empty left by transforming and it makes the man always go on search for something to fill it. Whichever is the man. Progress (also) is the vision of contemporary man: always go further.

Fotos: Reprodução/Divulgação

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arte

Luzes esculturadas Sculptured Lights Thiago Valença

When we think about art, the first thing that comes to mind is paintings, drawings and colors. If we think a little bit more, we will a universe more complex and comprehensive than this. Cinema, sculpture, literature, architecture, design, among others. Furthermore, in contemporary art we can find things quite unusual and creative. It is the case of art produced by Tim Noble and Sue Webster, titled “Shadow Works,” works whose raw material trash, rusted metal and even stuffed animals, against a spotlight. Many people work with the garbage today, but the work of this duo impresses by precision and whimsy to the smallest details. Tim and Sue can reproduce bodies, faces and scenes complete with perfection, with just the shadow on the wall of debris, used transforming trash into art. They can also use candles to make an art form in constant motion and surreal. The authors of the work are ahead of their time, and make a relationship of its work with the “punk” breaking paradigms and running completely away from normal, they receive visitors at their official website and highlighted with a beautiful “Welcome motherfuckers!” However, this art form is much more complex than it seems. This is not just trash doing shadow forms which makes interesting images. The art concept produced by them is fully dense and defines itself as a kind of contemporary self portrait. With the influence from many others artists, including Jackson Pollock and Francis Bacon, the end result is the perfect fusion of abstract and representative. Its first work was with the shadows “Miss Understood and Mr Meanor” formed by several personal items and household waste. The design formed by the shadow are the heads of the artists themselves impaled on spikes and it may have a very deep meaning, depending on the interpretation of the viewer. In another famous work of the duo, “Dirt White Trash (with gulls),” the duo used all household waste which was produced at the time that they were thinking and creating the design of the sculpture, and the sculpture done with all the stuff, added only at the end of two seagulls, to give a bit of drama in the scene. The final image produced in the shade are two, the artists themselves, sitting, smoking and drinking a glass of wine, a moment of relaxation.

Quando pensamos em arte, a primeira coisa que nos ocorre são quadros, pinturas, desenhos e cores. Se pensarmos mais um pouco, vemos que existe um universo muito mais abrangente e complexo. Cinema, escultura, literatura, arquitetura, design, dentre outros. Além disso, na arte contemporânea podemos encontrar coisas completamente inusitadas e criativas. É o caso da arte produzida por Tim Noble e Sue Webster, intituladas de “Shadow Works”, obras que tem como materia prima o lixo, metais enferrujados e até animais empalhados, de encontro a um projetor de luz. Muitos são os artistas que trabalham com o lixo atualmente, mas a obra dessa dupla impressiona pela precisão e capricho nos mínimos detalhes Tim e Sue conseguem reproduzir corpos, rostos e cenas completas com perfeição, apenas com a sombra dos entulhos na parede, utili transformando o lixo em arte. Podem ainda utilizar velas para fazer um tipo de arte em movimento constante e surrealista. Os autores da obra estão a frente do seu tempo, e fazem relação dos seus trabalhos com o “punk” quebrando os paradigmas e fugindo completamente da normalidade, eles recebem os visitantes no seu site oficial com um belo e destacado “Welcome motherfuckers!” Porém, essa forma de arte é bem mais complexa do que aparenta, não são só apenas lixo fazendo sombra formando imagens interessantes, o conceito da arte produzida por eles é totalmente denso e se define como uma espécie de auto retrato contemporâneo. Com influência de diversos artistas, dentre eles Jackson Pollock e Francis Bacon, o resultado final é a fusão perfeita do abstrato e do representativo. A sua primeira obra com sombras foi a “Miss Understood and Mr Meanor”, formado por diversos objetos pessoais e lixo doméstico, o desenho que se forma através da sombra são as cabeças dos próprios artistas empalados em estacas, podendo ter um significado bem profundo, a depender da interpretação do observador. Já em outra obra famosa da dupla, “Dirt White Trash (with gulls)”, a dupla utilizou todo o lixo doméstico que foi produzido no tempo em que ficaram pensando e criando a concepção da escultura, e fizeram a escultura com todo esse material, só acrescentaram no final duas gaivotas, pra dar uma dramaticidade a cena. A imagem final produzida na sombra são os dois, os próprios artistas, sentados, fumando e tomando uma taça de vinho, num momento de descontração.

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Outra linha de raciocínio que a dupla produz, é chamada de “Light Works”. Trata-se da uma proposta antagônica à “Shadow Works”, que consiste na utilização de tubos de neon e lâmpadas de led como matéria prima, criando diversas palavras e bonecos inusitados com mensagens escrachadas. A obra deles de maior relevância nessa vibe elétrica é, sem dúvidas a “Eletric Fountain”. Exibida em2008 no Rockefeller Plaza, Nova York, consiste em 3390 lâmpadas de LED e 256 metros de tubos de neon azul intenso, formando uma escultura extremamente impactante, que em movimento, parece uma fonte de verdade jorrando água por si mesma. Uma idéia totalmente contrária ao reuso de lixo, presente nas outras esculturas, exemplificando o total comprometimento com a arte, e menos com a sustentabilidade, visto que nessas obras luminosas a menor preocupação que existe é com a economia energética. Pelo contrário, quanto mais energia, maior a beleza das obras. Casados ha 4 anos, Tim e Sue hoje dividem os afazeres domésticos diários com exposições em vários lugares do mundo, artigos anticonsumistas, reportagens sobre a fome, publicações em livros, desenhos para tatuagens, arte de álbuns (Nick Cave & The Bad Seeds), animação para videoclipe de banda (Bo Ningen), arte para camisas com mensagens insanas e até um manifesto feminista. Bem, criatividade e ousadia não falta a esse casal, vale a pena conferir seus projetos. http://www.timnobleandsuewebster.com

Another line of reasoning that the duo produces is called “Light Works”. It is a proposal of antagonistic to “Shadow Works”, which consists in using neon tubes and LED lamps as the raw material, creating various dolls and words unusual with crazy messages. Their work most relevant in this electric vibe is undoubtedly the “Electric Fountain”. Displayed in 2008 at Rockefeller Plaza, New York, consists of 3390 LED bulbs and 256 meters deep blue neon tubes, forming a sculpture extremely impactful in that movement, like a fountain of truth gushing water itself. One idea totally contrary to reuse waste, present in other sculptures, exemplifying total commitment to the art, and less to sustainability. In these luminous works the less concern is about energy economy. Rather, the more energy the greater is the beauty of works. Married 4 years ago, Tim and Sue now share the daily chores with exhibitions in several locations worldwide, anti-consumism articles, reports about hunger, publications in books, designs for tattoos, album’s cover art (Nick Cave & The Bad Seeds) animated music video for bands (Bo Ningen), art for shirts with insane messages and even a feminist manifesto. Well, do not lack boldness and creativity to this couple, is worth checking out their projects. http://www.timnobleandsuewebster.com

Fotos: Reprodução/Divulgação

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Arquitetura

THE REDLIGHT DISTRICT Laércio Wolpert

Close to the historical center of Amsterdam, we stand on the erogenous zone of the city, the red light district. The perimeter is like a web, where among the sober architecture of the city, several boxes of lights are inviting the next customer to be captured. The Redlight District is a vibrant point of freedom of manners, which serves as a reference for many other places in the world, mainly in Europe. Between the sober facades of the Dutch capital, we can see the live windows bordering one of the city’s canals. There we met professionals from as most variety shapes and colors as possible. If the prostitute likes you, the flirtation is right to happen, and the payment will probably be even more cheap. The climate of flirtation and sensuality rounds the environment, who has been to the redlight, knows that the atmosphere there is another natural course. On the other hand, some people say that the place borders between the sensual and natural, the exotic and the familiar. There is not uncommon to see people of all sexes and ages, curious by the irreverent appeal of the women. It especially because we’re talking about a country where sex is treated in a very natural way. But not only of the red lights lives the district, the climate of individual liberty can be enjoyed through: various points to use soft drugs, booths for watching movies, adult theaters, sex shops. So for anyone who believes that hedonism is a supreme good, the redlight is a palpable possibility, and the right place to charge the batteries.

Bem próximo ao centro histórico de Amsterdam, nos situamos na zona erógena da cidade, o distrito da luz vermelha. O perímetro é como uma teia, onde no meio da arquitetura sóbria da cidade, várias caixas de luzes estão ao convite do próximo cliente a ser capturado. O Redlight District é um ponto vibrante de liberdade de costumes, que serve como referência para muitos outros lugares no mundo, principalmente na Europa. Em meio as fachadas sóbrias da capital holandesa, podemos ver as vitrines vivas margeando um dos canais da cidade. Lá encontramos profissionais das formas e cores mais variadas possíveis. Caso a prostituta goste de você, o flerte é certo, e provavelmente o pagamento será até mais em conta. O clima de paquera e sensualidade ronda o ambiente, quem já foi ao redlight, sabe que lá a atmosfera é naturalmente outra. Por outro lado, há quem diga que o lugar margeia entre o sensual e o natural, o exótico e o familiar. Lá não é incomum ver pessoas de todos os sexos e idades, curiosos pelo apelo irreverente das mulheres. Até porque estamos falando de um país onde o sexo é tratado de uma forma muito natural. Mas nem só das luzes vermelhas vive o bairro, o clima de liberdade individual pode ser desfrutado através dos vários pontos para serem usadas drogas leves, cabines para assistir filmes, teatros adultos, sex shops. Portanto, para quem acredita que o hedonismo é um bem supremo, o redlight é uma possibilidade palpável, e o lugar certo para carregar as baterias.

Fotos: Reprodução/Divulgação

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Cinema

Cinema Esverdeado Greenish Cinema Jéssica Fantini

É surreal a aparente veracidade que há no espaço fílmico, mesmo diante de tantos modos de representações criados por nós. A capacidade de convencimento ao abordar problemáticas humanas, por exemplo, incita a reflexão e a mudança nas pessoas e por este motivo, a função do cinema vai além de simplesmente divertir. O dispositivo cinematográfico tem um poder de persuasão que, além de promover o entretenimento, também funciona como um verdadeiro instrumento de transformação social. Nesse contexto, no centro das mentes engajadas, o modelo de vida mais sustentável tem sido uma abordagem comum às produções cinematográficas. Se o filme é resultante de uma produção sustentável, como cisne negro, ou se a sustentabilidade está inserida como temática no seu roteiro não faz diferença. Em ambos os casos, os projetos cinematográficos, mais do que trabalhos artísticos, estão incentivando a conscientização das pessoas. Sugerir mudanças aos que vivem como se não houvesse amanhã e ignoram a destruição ao meio ambiente, tem sido frequente no cinema, e não apenas em documentários como era de se esperar. De fato, os documentários são numerosos e o assunto aparece em tom de denuncia como em A Era da Estupidez (2009), Uma Verdade Inconveniente (2006) e A História das Coisas (2006). No entanto, a ideia de economia sustentável aparece também em filmes mais comerciais, como as ficções científicas O Dia Depois do Amanhã (2004) e O dia em que a terra parou (2008). Além de tudo, uma abordagem interessante e nada comum sobre o tema, está no longa-metragem WALL-E (2008) que combina perfeitamente a fantasia típica da animação, com a seriedade que o assunto exige. Particularmente, acredito que WALL-E passa a ser único e peculiar no momento que aparenta ter um enredo simples e sem grande significado, mas carrega nas entrelinhas toda a problemática do futuro incerto da terra. Além de tudo, nesse caso, o roteiro educativo pode alcançar a todos os públicos, mas atrai principalmente a base da mudança: os jovens. Independente de fatores como a diversidade no gênero, nacionalidade ou qualquer outra instância, o cinema faz seu papel de alertar as pessoas. A ligação que um filme tem com o público, a vibração única que cria e a capacidade de penetrar o ser humano em toda sua multidimensionalidade, permite que a mensagem de adesão à sustentabilidade chegue com êxito a quem assiste. Dessa forma, fica claro que através do cinema, o espectador se esclarece e fica mais ciente do que nunca sobre as consequências que suas atitudes nada sustentáveis terão para o planeta.

It is surreal the apparent veracity that exists in the filmic space, even on the face of so many modes of representations created by us. The ability of persuasion when addressing human problems, for example, encourages reflections and changes in the people and for this reason, the function of cinema goes beyond simply having fun. The cinematic device has a power of persuasion that in addition promotes entertainment, also works as a true instrument of social transformation. In this context, the center of engaged minds, the ideal model of sustainable life has been a common approach to filmmaking. If the film is the result of sustainable production, as Black Swan, or if sustainability is embedded as a theme in his script makes no difference. In both cases, film projects, rather than just artwork, are encouraging people’s awareness. Suggesting changes to who live like there’s no tomorrow and ignore the destruction of the environment, has been frequent in the cinema, and not just in documentaries as one might expect. In fact, documentaries are numerous and the subject appears in tone of denounce as in The Age of Stupid (2009), An Inconvenient Truth (2006) and The Story of Stuff (2006). However, the idea of sustainable economy also appears in more commercial films, such as the science fiction The Day After Tomorrow (2004) and The Day the Earth Stood Still (2008). Overall, an interesting and unusual talking on the subject, is the feature film WALL-E (2008) that perfectly matches the typical fantasy of animation, with the seriousness that it requires. Particularly, I think WALL-E becomes unique and peculiar at the moment that it seems to have a simple plot, but carries all the problems between the lines of the uncertain future of the earth. After all, in this case, the script can access all kinds of audiences, but mainly attracts the basis of the change: young people. Independent factors as diversity in gender, nationality or any other instance, the cinema does its part to warn people. The film has a connection with the audience, which creates a unique vibration and has the ability to penetrate the human being in all its multidimensionality, allows the message of sustainability accession to successfully reach the audience. Thus, it is clear that through the cinema, the viewer becomes clear and is more aware than ever about the consequences of their actions to the sustainability for the planet.

Fotos: Reprodução/Divulgação










moda

Energia de Renovação/ Novas baterias Energy Renewal / New batteries

Dayw Vilar

Fashion is a system that is influenced by history, politics and economy and has its distinctive role face the facts that occur at one determinated time. In parallel, the same Fashion seems to be somewhat stagnant. At least in 6 years that I read and breathe this world, I have not seen anything very innovative - only Alexander McQueen, and since that the genius passed away things go very stoped, the batteries inside of creator’s heads goes weak, one or another little surprise here and there, just it. At a time when renewable energy and reduction of any harmful impact to the environment are in the spotlight, the catwalks turns into showcases of this campaign in support for planet, the social movement make the fabrics and turns into inspiration. Such importance is proven when big brands and designers use the theme in their collections and surprise the audience. In Fashion, if a hurricane of renewal does not arise every season, at least a breeze blows something new in the air. After all, see names like Karl Lagerfeld and Silvia Fendi joining to the wave of renewal is something very positive. The Chanel brought lightness in its latest collection Spring / Summer that was inspired in the wind energy and photoelectric. Even Karl says that this trend seems to grow stronger in the coming seasons: “It’s about the spirit of the times that we live in, about what is in the air, on the wind,” sets him. And so it was: large wind turbines and photo-absorption plates decorated the Gran Palais while traditional cuts, embroidery and applications of French icon is renewed and surprised in the summer season the City Light. Sylvia Venturinni, which has innovated for Fendi in her menswear collection for autumn-winter of Milan Fashion Week, defends her inspiration: “The world is warming up and I need to feel a little cold.” So, it was the weather and elements of Iceland, about an ideal of mild temperatures and defined seasons, that the designer drew inspiration for models. An extreme analogy: while the European continent suffers with the desertic heat during the summer, the flight to Iceland seems to be the ideal balance. The traditional winter clothes won an innovative touche and balance. The most conceptual were dissolved in clean cuts to give an air of normalcy. The translucent soles on the shoes remitted the ice chips, while this fur boots were clearly closer to the cold heart of the collection. The cold Icelandic air also brought elements of fishing: fishing hoods and capes won space, and the catwalk reminded a bridge of a fishing trawler.

A moda é um sistema que sofre influências históricas, políticas e econômicas e tem seu papel diferenciador perante os fatos que se desenvolvem em determinada época. Em paralelo, a mesma moda parece estar um tanto estagnada, pelo menos em uns 6 anos que leio e respiro esse mundo, não tenho visto nada de muito inovador, só Alexander McQueen, e desde que o gênio se foi as coisas andam meio paradas, a pilha anda meio fraquinha nas cabeças dos criadores, uma ou outra surpresinha aqui e acolá. Em tempos em que energias renováveis e diminuição de qualquer impacto danoso ao meio-ambiente estão no centro das atenções, as passarelas viram vitrine dessa campanha de apoio ao planeta, o movimento social molda os tecidos e vira inspiração. Tal importância é comprovada quando grandes marcas e estilistas usam a temática em suas coleções e surpreendem. Na moda, se um furacão de renovação não surge a cada estação, ao menos uma brisa sopra algo novo no ar, afinal ver nomes de peso como Karl Lagerfeld e Silvia Fendi aderindo à onda de renovação é algo bastante positivo. A Chanel trouxe em sua última coleção de primavera/ verão uma coleção leve inspirada no vento e nas energias eólica e fotoelétrica, o próprio Karl afirma a tendência que parece se fortalecer nas próximas temporadas: “É sobre o espírito dos tempos que vivemos, sobre o que está no ar, sobre o vento”. E assim foi, grandes turbinas eólicas e placas de foto-absorção decoraram o Gran Palais enquanto os tradicionais cortes, bordados e aplicações do ícone francês se renovaram e surpreenderam na temporada de verão da cidade luz. Sílvia Venturinni, que inovou para a Fendi em sua coleção masculina de outono-inverno da Milão Fashion Week, defende sua inspiração: “O mundo está se aquecendo e eu preciso sentir um pouco frio”. Assim sendo foi no clima e elementos da Islândia, num ideal de temperaturas amenas e estações definidas que a estilista buscou inspiração para as peças. Uma analogia extrema, enquanto o continente europeu padece ao calor desértico durante o verão a fuga para a Islândia parece ser o contrapeso ideal. As tradicionais roupas invernais ganharam toques inovadores e equilíbrio, as mais conceituais foram dissolvidas em cortes e acabamentos impecáveis para dar um ar de normalidade. As solas translúcidas sobre os sapatos remetiam as lascas de gelo, enquanto botas de pele eram claramente mais perto de coração frio da coleção. Os ares frios islandeses também trouxeram elementos da pescaria, capuzes e capas de pescadores ganharam vez, e a passarela lembrava uma ponte de uma traineira de pesca.

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A moda é um dispositivo social, portanto o comportamento orientado pela moda é fenômeno do comportamento humano generalizado e está presente na sua interação com o mundo. Partindo disso, a preocupação com as questões da atualidade foi um tiro em cheio, bateria nova para reenergizar e desencadear um novo sentido de entendimento, dar as grandes massas a preocupação do universo criativo com a sociedade e sua força para ajudar a resolver seus problemas de forma pronta, ágil e dinâmica, como deve ser, inquieta como a mente de quem a faz acontecer.

Fashion is a social device, so the behavior guided by her is a phenomenon of the human widespread behavior and is present in its interaction with the world. By this, the concern with the issues of today was a full shot, new battery to reenergize and spark a new sense of understanding, give to people the concern of the creative universe with society and its power to help solving their problems in a ready, agile and dynamic way, as it should be. Restless, as the mind of the one who makes it happen.

Fotos: Reprodução/Divulgação

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música

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE So goes humanity Tathianna Nunes

There is no doubt that music is a great ally, if not the greatest, to bring attention to causes. Even today we hear the cries of the Woodstock’s guitars. The festival exemplified the counterculture and the hippie era in the late ‘60s. The question of the working class in England in the 70s echoed with the punk movement, in the best of the “do it yourself”. I was addressed to unemployment, racial conflict, drug use, etc.. The most beautiful answer to Brazil’s military dictatorship came with the Tropicália. Nothing more fair than calling the music to warn that the world as we know it may end. If you are one of those who believes that the earth is an inexhaustible source, at least try to imagine yourself as the characters of Mad Max, living in the junk with hideous clothes and the worst haircuts (yes, in a world where the mullet is very well liked). I can not remember a nice song for the theme, but several events that use renewable energy, pop up in my head. On every continent there is unless one “Green festival.” In 2009, the cities of Rio de Janeiro and Sao Paulo hosted the About Us, musical event that called for a sustainable world. Simple measures such as free parking for those who were cycling were on the list of attitudes taken by the festival’s production. I wonder if the line up, with names like Joss Stone, The Killers, Sting, Arnaldo Antunes, among others, had given part of the cache to plant trees or some compensatory action to reduce the impact that the displacement of hundreds of people, liters of kerosene generators thrown into the atmosphere, pounds of trash accumulated, etc… caused in the world. My pessimism says no. One of the festivals at the time in Brazil is the SWU. Its great theme is sustainability. I think my dictionary is different from the organizers. I do not believe in an event that charges a small fortune on the tickets, displaces hundreds of people during hours by road and charges R$10,00 for a little snack, can be called sustainable. There is still a small / big confusion of concepts. Is natural that it has. Our society was built on top of the devastation. In times that doing something is better than nothing, we give our first steps. My faith in music is great. It can and will do more.

Não há dúvidas de que a música é uma grande aliada, se não for a maior, para chamar atenção a causas. Até hoje escutamos os gritos das guitarras do Woodstock, festival que exemplificou a era hippie e a contracultura no final dos anos 60. A questão da classe operária na Inglaterra nos anos 70 ecoou com o movimento punk, que no melhor do “faça você mesmo”, abordava o desemprego, conflitos raciais, uso de drogas, etc. A resposta mais bela a ditadura militar no Brasil veio com a Tropicália. Nada mais justo do que convocar a música para alertar que o mundo como conhecemos pode acabar. Se você é um daqueles que acredita que a fonte da Terra é inesgotável, tenta se imaginar pelo menos como os personagens de Mad Max, vivendo um monte de lixo eletrônico com roupas horrorosas e os piores cortes de cabelos (sim, num mundo onde o mullet é bem benquisto). Não consigo lembrar de uma canção bacana para o tema, mas vários eventos, que usam de energias renováveis, pipocam na minha cabeça. Em todos os continentes surgem os “Green festivals”. Em 2009, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo sediaram o About Us, evento musical que clamava por um mundo sustentável. Medidas simples como estacionamento gratuito para quem fosse de bicicleta estavam na lista. Fico pensando se o line up, com nomes como Joss Stone, The Killers, Sting, Arnaldo Antunes, entre outros, destinaram parte do cachê para plantar árvores ou em alguma ação compensatória para reduzir o impacto que o deslocamento de centenas de pessoas, litros de querosene dos geradores jogados na atmosfera, quilos de lixo acumulados, etc. O meu pessimismo diz que não. Um dos festivais da vez no Brasil é o SWU. Seu grande mote é sustentabilidade. Acho que meu dicionário é diferente dos organizadores. Não acredito que um evento que cobra uma pequena fortuna nos ingressos, desloca centenas de pessoas em horas de estrada para chegar ao local do show e cobra quase 10 reais por uma coxinha, pode ser chamado de sustentável. Ainda existe uma pequena/grande confusão de conceitos. Natural que tenha. Nossa sociedade foi construída em cima da devastação. Em tempos que fazer algo é melhor que nada, damos nossos primeiros passos. Minha fé na música é grande. Ela pode e vai fazer mais.

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cinema

O Cinema se rende à própria magia The Cinema surrenders to its own Magic!

Léo Freitas

Apaixonada por si mesma há mais de um século, a Sétima Arte sempre se homenageou nos mais diversos filmes In love with herself for more than a century, the Seventh Art has always been honored by itself in various movies

O Cinema nasceu em 1895, na França. No final daquele The Cinema was born in 1895 in France. At the end of ano do século 19, os irmãos Lumière criaram o cinethat year in the 19th century, the Lumière brothers crematógrafo, capaz de registrar imagens em movimento. ated the cinematographer, able to record moving imUm choque para a humanidade. Tanto que boa parte ages. It was a shock to humanity. So much that much of do público saiu correndo da sala que exibiu um trem the public ran away from the room where were showed chegando à estação. Por alguma razão, achavam que a train arriving at the station. For some reason, they um trem de verdade estava prestes a atingir a plateia. thought that the train was about to reach the audience. Já nascia ali a vida refletida na tela grande. It was already born there the life reflected on the big Essa relação de amor e ódio (que caminham sempre junscreen. tos), se estreitou ainda mais com o passar dos anos e o This relationship of love and hate (which always go próprio Cinema se rendeu aos seus próprios encantos e together), narrowed over the years and the Cinema itimperfeições, em uma espécie de força incontrolável, self rendered to its own charms and flaws, in a sort of uma atração magnética intelectual intrínseca. Impasunstoppable force, an intellectual intrinsic magnetic sível de indiferença, apenas 14 anos depois de ser criada, attraction. Stolid of indifference, in only 14 years after a grande arte audiovisual já prestava uma homenagem it was created, the great audiovisual art already paid a si mesma: em “Those Awful Hats” (1909), D. W. Griffith homage to itself on “Those Awful Hats” (1909) - D. W. já lançava um curta mostrando as confusões causadas Griffith,has launched a short film showing the confupelas mulheres e seus enormes chapéus, que impediam sion caused by women and their huge hats, which ima visão das pessoas nas cadeiras de trás na sala escura. peded the view of people in the chairs back in the dark De lá pra cá, ele foi tema de drama, comédia, terror, room. dramédia, documentários, biografias, intertextualiSince then, he has been the subject of drama, comedy, dade e uma infinidade de homenagens que ganharam horror,“dramedy”, documentaries, biographies, and a as telas. Só Buster Keaton, “o comediante que não ria”, plethora of intertextuality that has made it wons honpor exemplo, esteve em dois deles: “Sherlock Jr.” (1924) ors on the screens. Only Buster Keaton, “the comedian e “O Homem das Novidades” (1928). “A Última Ordem”, who did not laugh,” for example, was in two of them: também do final da década de 1930, uniu política e cin“Sherlock Jr.” (1924) and “The Man in the News” (1928). ema, colocando um general russo aposentado dentro de “The Last Command”, also from the late 1930s, joined um filme dirigido por um revolucionário. Um dos primeipolitics and cinema, putting a retired Russian general ros registros que ameaçava atingir a linha documental, in a film directed by a revolutionary. One of the first rea obra abriu as portas para, no ano seguinte, Dziga Vercords that threatened to begin the documentary line, tov dirigir “O Homem com uma Câmera”, registrando a the film opened doors for in the next year, Dziga Vertov vida dos soviéticos. direct “The Man with a Camera”, recording the lives of A semente do cinema como forma de protesto brotava, the Soviets. capaz de atingir um público sem precedentes. “Isto Não The seed of cinema as a form of protest sprang able to é Um Filme” (2001), já começa como ferramenta socireach an audience unprecedented. “This Is Not A Film” opolítica e artística em seu título. Nele, acompanha(2001), already starts as sociopolitical and artistic tool mos o cineasta iraniano Jafar Panahi que, condenado in its title. In it, we follow the Iranian filmmaker Jafar à prisão por seis anos e proibido de filmar, participar Panahi who was jailed for six years and banned from de atividades políticas, viajar ou dar entrevistas pefilming, participating in political activities, traveling los próximos 20 anos, expõe as feridas do recente cinor giving interviews for the next 20 years, exposes the ema no país e sua chocante repressão ditatorial. Na wounds of the recent cinema in the country and its década seguinte, Ben Affleck surpreende o mundo (e shocking dictatorial repression. In the following decacumula prêmios) com “Argo” (2012), baseado em uma ade, Ben Affleck surprised the world (and accumulates história sobre a falsa realização de um longa metragem awards) with “Argo” (2012), based on a story about the para resgatar norte-americanos sequestrados por irafalse realization of a feature film to rescue Americans nianos. kidnapped by Iranians. Como arte sem fronteiras, o cinema se une aos marginAs an art without borders, the Cinema joins the maralizados no Brasil, com “Ladrões de Cinema” (1977), de ginalized in Brazil, “Thieves of Cinema” (1977), Fernando Fernando Campos, que mostra moradores da periferia Campos, shows residents of the periphery making a realizando um filme, após roubarem os equipamentos 57 movie, after stealing the equipment of a team. Be the


de uma equipe. Seja no iraniano “Salve o Cinema” (1995), em que o teste para um filme se torna uma análise mais profunda de quem sobrevive frente às telas, seja em “O Cineasta da Selva” (1997), responsável pelo mais completo registro da Amazônia e de sua população indígena e cabocla, a denúncia ganha espaço. E, mesmo com este viés, exala beleza, como em 2006, com “Tapete Vermelho” (2006), em que uma família nordestina parte em um road movie para assistir a um filme do comediante Mazzaropi, com costumes da crendice popular transbordando na tela. Da emoção do cinema-poesia pelos olhos de uma criança no italiano “Cinema Paradiso” (1989), pelo olhar revolucionário, jovem e sexualmente libertário de “Os Sonhadores” (2003) de Bernardo Bertolluci e até mesmo o onírico “A Vida é Bela”, em que Roberto Begnini camufla os horrores do Holocausto diante do filho, diversas formas de preservar a magia e render-se a esta energia incontrolável de amor-próprio se deram, como no impecável “Cantando na Chuva” (1952), que expõe a transição do cinema mudo para o cinema que grita, canta e ri em alto e bom som. A dor da fama na trajetória de Esther em “Nasce uma Estrela”, seja na pele de Janet Gaynor (1937), Judy Garland (1954) ou Barbra Streisand (1976) divide espaço com a de “A Condessa Descalça” (1954), com Ava Gardner. Porém, talvez o cinema nunca tenha se mostrado tão tocante e resignado consigo mesmo como em “Crepúsculo dos Deuses” (1950). Nele, astros do cinema mudo esfregam a própria decadência e loucura na cara do espectador, em uma época na qual a grandeza de suas estrelas sofre com a impiedosa indústria. E, mesmo 63 anos depois, o discurso ainda é extremamente contundente e válido para um chefão inescrupuloso de um estúdio, como Kirk Douglas em “Assim Estava Escrito” (1952), nos devaneios de Guido, o cineasta em conflito de “Oito e Meio” (1963), do mestre italiano Federico Fellini ou na visão desesperançada de Jean-Luc Godard e seu “O Desprezo” (1963). Em “Vivendo no Abandono”, o cinema independente expõe sua trajetória por um lugar ao sol e “Barton Fink - Os Delírios de Hollywood”, escrito pelos irmãos Coen, revela as crueldades de Hollywood. No interessante “Adaptação” (2002), a vida dos personagens se cruzam com a elaboração de um roteiro que não deveria se render à fórmula batida de um blockbuster e, mesmo assim, o faz. O Cinema se trai e gosta disso. Tal amor e paixão transbordando nas telas nos fez descobrir a poesia dos operários cinéfilos e do público. François Truffaut em sua homenagem definitiva com “A Noite Americana” (1973), invade os bastidores de um filme, ao mesmo tempo em que invade a vida dos atores que, simultaneamente, invadem o filme com seus dramas. Diferente de Woody Allen que, em “Dirigindo no Escuro” (2002), interpreta um diretor que passa a sofrer de uma cegueira psicossomática bem durante as filmagens do próximo longa. Não há como ficar indiferente às hilárias situações provocadas pela condição. Já Pedro Almodóvar, por outro lado, rima amor e dor (ao cinema e ao ser humano) em “Abraços Partidos” (2009), em que um cineasta cego sobrevive de lembranças. E como a realidade imita a arte e vice versa, sabemos que a vida não se sustenta apenas no drama. Assim, a comédia do universo cinematográfico também dá as caras em diversos filmes. Em “Deu a Louca nos Astros” (2000), atores em uma pequena cidade mudam completamente a rotina dos moradores. Em “Rebobine, Por Favor” (2008), Michel Gondry abusa da criatividade

Iranian “Save the Film “(1995), where in the test for a film becomes deeper analysis of those who survive face the screens, whether in” The Filmmaker of the Jungle “(1997), responsible for the most complete record of the Amazon and its indigenous population, the complain gains ground. And even with this bias, exudes beauty, as in 2006, with” Red Carpet “(2006), in which a northeastern family parts in a road movie to watch a movie with the comediant Mazzaropi with customs of popular belief overflowing on the screen. From the excitement of cinema-poetry through the eyes of a child in the Italian cinema “Cinema Paradiso” (1989), to the revolutionary look of a young and sexually libertarian “The Dreamers” (2003) by Bernardo Bertolluci and even the dream “Life is Beautiful” where Roberto Begnini belies the horrors of the Holocaust before his child, there are several ways to preserve the magic and surrender to this uncontrollable energy of self-love that is given, in the impeccable “Singing in the Rain” (1952), which exposes the transition from silent films for the cinema that screams, sings and laughs in a loud and clear sound. The pain of the fame in the trajectory of Esther in “A Star is Born” whether if it is on the skin of Janet Gaynor (1937), Judy Garland (1954) and Barbra Streisand (1976) shares space with “The Barefoot Contessa” (1954), with Ava Gardner. But perhaps the cinema has never been so poignant and resigned with himself like in “Twilight of the Gods” (1950). In it, the stars of silent film scrub the decay and madness of it own in the face of the viewer, in an era in which the greatness of his star suffers from a ruthless industry. And even 63 years later, the speech is still extremely forceful and valid for an unscrupulous boss of a studio, like Kirk Douglas in “Once Was Written” (1952), in the reveries of Guido, the filmmaker in conflict “Eight and a Half “(1963), the Italian master Federico Fellini or in the hopeless vision of Jean-Luc Godard and his” Le Mepri “(1963). In “Living in Oblivion,” the independent film exposes its trajectory for a place under the sun and “Barton Fink - The Delusions of Hollywood,” written by the Coen brothers, reveals the cruelty of Hollywood. In the interesting “Adaptation” (2002), the characters’ lives intersect with the elaboration of a roadmap that should not surrender to the formula of a blockbuster hit, and even then, it does. The Cinema betrays himself and likes it. Such love and passion overflowing the screens made us discover the poetry of the movies. François Truffaut in his final tribute with “The American Night” (1973), invades the backstage of a movie at the same time that invades actors’ lifes that simultaneously invades the film with their dramas. Unlike Woody Allen, in “Driving in the Dark” (2002), that he plays a director who suffers from psychosomatic blindness exactly during the filming of his upcoming feature. There is no way to remain indifferent to the hilarious situations caused by the condition. Pedro Almodóvar already on the other hand, rhyme love and pain (to the cinema and to the human) in “Broken Embraces” (2009), in which a blind filmmaker survives by memories. And as the reality imitates the art and it’s the same back, we know that life does not stands only above the drama. So the comedy movie universe also shows up in several movies. In “Epic in Astros” (2000), actors in a small town completely change the routine of the residents. In “Rewind, Please” (2008), Michel Gondry abuses 58

Fotos: Reprodução/Divulgação


para fazer dois funcionários de uma locadora reproduzindo os filmes perdidos, enquanto “Matinee - Uma Sessão Muito Louca” (1993), mistura filmes de horror e a crise dos mísseis em Cuba. Até o brasileiro Jorge Furtado se aventurou na homenagem com seu “Saneamento Básico” (2007), expondo com muito bom humor a montagem de um filme de baixo orçamento em uma pequena cidade do Brasil em uma crise sociopolítica. Até um dos ícones da comédia, Mel Brooks, se rendeu à própria arte. Em “A Última Loucura de Mel Brooks” (1976), o cineasta decide ousar e fazer o primeiro filme mudo em décadas de som. Quem diria que, mais de 30 anos depois, o francês “O Artista” (2001), homenagearia o cinema de Hollywood com um filme mudo? Deu tão certo que abocanhou 5 Oscars, incluindo Filme e Direção. Tal decadência está ali, seja em astros consumidos pela loucura, como Bette Davis no excepcional “O Que Terá Acontecido a Baby Jane?” (1962), seja da própria arte, como no melancólico “A Última Sessão de Cinema” (1971) ou no divertido “Uma Cilada pra Roger Rabbit” (1988), em que os personagens dos desenhos sofrem com o ostracismo de suas carreiras no mundo que dividem com os humanos. Dentro da própria intertextualidade, o cinema se entrega à realidade. Em “A Invenção de Hugo Cabret” (2011), Scorsese debuta no universo infantil e presta uma belíssima homenagem ao pioneiro do cinema fantástico, Georges Meliès. Anos antes, “O Aviador” (2004) revelava o comportamento megalomaníaco do cineasta Howard Hughes. Ponto para Scorsese, que seguiu a trilha de “Deuses e Monstros” (1998), retratando os últimos anos de James Whale (do clássico do horror “Frankenstein”) e “Ed Wood” (1994), na qual Tim Burton e Johnny Depp recriam a trajetória do “pior cineasta do Cinema”. Até mesmo o épico Cecil B DeMille não se safou e foi satirizado em “Cecil Bem Demente” (2000), do excêntrico John Waters, em que o cineasta louco do título sequestra uma famosa atriz para atuar em seu próximo trabalho. E justamente por viver nesta tênue linha que separa a sanidade da loucura, “Hitchcock” (2012) traz o metódico diretor britânico obcecado pela obra que inspirou seu maior sucesso, “Psicose” (1960). E o mergulho sem limites na imaginação trouxe, ainda, obras como “A Sombra do Vampiro (2000), sobre as filmagens de “Nosferatu” (1922) e as suspeitas que o ator Max Schreck seria, realmente, um vampiro; “A Rosa Púrpura do Cairo” (1984), de Woody Allen, em que o personagem sai da tela de cinema para dividir espaço com os mortais, incluindo o próprio ator que o interpreta; e “Império dos Sentidos” (2006), dirigido por David Lynch, na qual uma atriz começa a se tornar a personagem que interpreta em um filme. Nem mesmo a pornografia ficou de fora de tamanha adoração. Em 1973, “Da Cama Para a Fama” mostrou a saga de um casal que decide entrar na indústria do sexo, tornando-se um inesperado sucesso. A década de 70, inclusive, serve de pano de fundo para outro longa, o franco-canadense “O Pornógrafo” (2001), sobre um cineasta que retoma sua carreira depois de muitos anos e percebe as mudanças no comportamento e na indústria. Paul Thomas Anderson, porém, cria o melhor dos exemplos com “Boogie Nights - Prazer Sem Limites”, ao revelar as dores e delícias do universo do filme pornô, carregado de drogas, paixões, amizades, dores e decadência. Afinal, nenhum pecado permanece sem castigo. E o cinema e aqueles que o conhece a fundo, sabem disso.

of creativity to make two employees of a rental company reproducing the lost films, while “Matinee - A Session Freaky” (1993), and the mixture of horror films and the missile crisis at Cuba. Even the Brazilian Jorge Furtado adventured his-self in a tribute with his “Saneamento Básico” (2007), exposing with great good humor the editing of a low budget movie in a small town in Brazil in a sociopolitical crisis. Until one of the icons of comedy, Mel Brooks, surrendered to its own art. In “The Last Folly of Mel Brooks” (1976), the filmmaker decides to dare and do the first silent film in decades of sound. Who would say that, over 30 years later, the French “The Artist” (2001), would honor the Hollywood cinema with a silent film? It was so successful that grabbed 5 Oscars, including Picture and Director. Such decay is there, whether consumed by the madness stars, like Bette Davis in the exceptional “What Ever Happened to Baby Jane?” (1962), is the art itself, as in the melancholy “The Last Picture Show” (1971) or the hilarious “Who Framed Roger Rabbit to” (1988), in which the cartoon characters suffer the ostracism of their careers in world they share with humans. Within the intertextuality, the film surrenders to reality. In “The Invention of Hugo Cabret” (2011), Scorsese debuts in the infant universe and provides a beautiful tribute to the great filmmaker pioneer Georges Melies. Years before, “The Aviator” (2004) revealed the megalomaniac behavior of the filmmaker Howard Hughes. Point to Scorsese, who followed the trail of “Gods and Monsters” (1998), depicting the last years of James Whale (the horror classic “Frankenstein”) and “Ed Wood” (1994), in which Tim Burton and Johnny Depp recreate the trajectory of the “worst filmmaker of Cinema.” Even the epic Cecil B DeMille not ran away and was satirized in “Demented Cecil Well” (2000), by the eccentric John Waters, in the movie the filmmaker from the crazy title kidnaps a famous actress to act in his next job. And just by living in this fine line that separates sanity from insanity, “Hitchcock” (2012) brings the methodical British director obsessed by the work that inspired his biggest hit, “Psycho” (1960). And the dive boundless in the imagination brought also works as “Shadow of the Vampire (2000), about the filming of” Nosferatu “(1922) and the suspicions that actor Max Schreck was really a vampire,” The Rose purple of Cairo “(1984), Woody Allen, in which the character leaves the cinema screen to share space with mortals, including the actor who plays him, and” Empire of the Senses “(2006), directed by David Lynch in which an actress starts to become the character he plays in a movie. Even pornography wasn’t left out of such worship. In 1973, “From Bed To Fame” showed the saga of a couple who decides to enter into the sex industry, becoming a sleeper hit. The 70’s even serves as a backdrop for another movie, the French-Canadian “The Pornographer” (2001), about a filmmaker who resumes his career after many years and notices changes in the behavior and industry. Paul Thomas Anderson, however, creates the best of examples with “Boogie Nights - Pleasure Without Limits “by revealing the pains and pleasures of the world of porn, loaded with drugs, passions, friendships, pain and decay. After all, no sin remains unpunished. And the film and those who know the background, know it.

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moda

REVOLUÇÕES CLIMÁTICAS Climate Revolution

Khalil Rodor

“Energy is the most important thing in life,” said Karl Lagerfeld among its photovoltaic solar panels and huge wind turbines that made his catwalk parade of his spring / summer 2013. And in a world that was built on the basis of energy, this becomes even indispensable, but the climate issue is relevant when we talk about everything that addresses this field, so it’s true that even the fashion turned its attention to climate change and the different ways to prevent the spread of this evil. When the Chanel put the models parading among renewable energy sources not build only one atypical scenario, but put in vogue the importance of using a clean energy matrix. Drawing a parallel of the French brand runway for the Brazilian reality, we have here a very short production of a large wind capacity that Brazil has about extension. A thousand of megawatts, according to ERC (Energy Research Company), which represents only 0.9% of the electric power potential installed in the country. The capacity of power generation, according to the Brazilian Wind Atlas, is estimated at more than 140 thousand of megawatts, about ten times more than the Itaipu. Projects to increase exponentially not only the production of wind, but also solar and biomass are underway, but it is still too early to say that such promises supplement satisfactorily the need to produce energy without harming nature. On the other hand, more confrontational and loud, we had the queen of punk Vivienne Westwood, with a ragged gang of models making a protest in a more traditional way, with posters, oxygen masks, and prints with phrases of effect. The engaged stylist from London which also contributes to other social and environmental causes – speaked close about the climate problem and approached everyone to change their habits and to advocacy for her cause. Buy less, choose well and make things last are just some of the precepts of Vivienne Climate Revolution, which can be stuck into your blog Active Resistance. (Activeresistance.co.uk, climaterevolution.org.uk) But we have a great impasse when trying to address the fashion and sustainability in a same level, we hit the side of fashion that is based on consumption. And having a great designer brand, like Vivienne Westwood propagating this ideology is something noble, for raising a flag that tells you to buy “just enough” and “make it last,” could compromise a lot her sales.

“A energia é a coisa mais importante da vida”, diria Karl Lagerfeld em meio aos seus painéis solares fotovoltaicos e às gigantescas turbinas eólicas que compunham a passarela de seu desfile spring/summer 2013. E num mundo que se construiu sobre as bases da energia, esta se faz mesmo indispensável, porém a questão climática é pertinente quando falamos em tudo que aborda esse campo, tanto que até mesmo a moda se voltou as questões das mudanças climáticas e as diferentes maneiras de evitar o alastramento desse mal. A Chanel ao colocar as modelos desfilando entre fontes de energia renovável não constroem apenas um cenário atípico, mas coloca em voga a importância da utilização de uma matriz energética limpa. Traçando um paralelo da passarela da marca francesa para a realidade brasileira, temos aqui uma produção eólica muito aquém da grande capacidade que a extensão do Brasil possui. São mil megawatts, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), que corresponde a somente 0,9% da potência elétrica instalada no país. Sendo que a capacidade de geração de energia, segundo o Atlas Eólico Brasileiro, é estimada em mais de 140 mil megawatts, cerca de dez vezes mais da usina de Itaipu. Projetos para aumentar exponencialmente não só a produção de energia eólica, mas também solar e pela biomassa estão em andamento, porém ainda é muito cedo para dizer que tais promessas supram satisfatoriamente essa necessidade de produzir energia sem agredir a natureza. De outro lado, mais confrontante e barulhento, tivemos a rainha do punk Vivienne Westwood, com uma corja de modelos esfarrapados fazendo um protesto de um modo mais tradicional; com cartazes, máscaras de oxigênio, e estampas com frases de efeito. A engajada estilista londrina – que contribui também para outras causas sociais e ambientais – abordou, corpo a corpo, a problemática do clima e convocou todos para mudar seus hábitos e defender a causa. Comprar menos, escolher bem e fazer com que as coisas durem são apenas alguns dos preceitos que regem a Revolução Climática de Vivienne, que pode ser aderida em seu blog Active Resistance. (activeresistance.co.uk, climaterevolution. org.uk) Porém temos um grande impasse quando tentamos abordar a moda e sustentabilidade num mesmo patamar, já que a moda se baseia no consumo, por vezes, demasiado. E ter uma designer de uma grande marca, como Vivienne Westwood propagando essa ideologia é algo nobre, pois levantar uma bandeira que diz para que se compre “apenas o necessário” e “fazer isso durar”, poderia comprometer e muito suas vendas.

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Exemplos como esse servem de inspiração, e é o que o mundo precisa nesse estágio em que se encontra. De pessoas que pensam num bem geral ao invés do seu somente. E independente do nível em que as ações em prol de um melhor meio-ambiente sejam tomadas, sejam elas partidas do governo, estilistas, chefes de industrias, ou consumidores, cabe a cada um fazer a sua parte de acordo com sua responsabilidade e consciência ecológica. Do Lixo ao Luxo (Nota) “Repensar o lixo, o que fazer com ele, e difundir o princípio de preservação da natureza são questões urgentes e se tornarão palavra de ordem no terceiro milênio.” E pensando assim, o designer capixaba Daniel D’ávilla fez a coleção “Experimentalismo”, baseada na sustentabilidade e reaproveitamento de materiais como VHS, CDs, negativos, tampinhas, teclados de computador, garrafas PET e saco de lixo, usados de forma diferente na construção de vestidos através de um trabalho minucioso, que resultou numa exposição, a EXPO MODA RECICLADA exibida na Europa. As referências estéticas trabalharam com a resposta de cada material, e em alguns momentos pôde se libertar e trabalhou a estética de alguns estilistas de renome, como Paco Rabanne, na silhueta reta do vestido de teclado, e no trabalho de unir CDs com elos de metal. O comprimento exibe pernas ou varre o chão, trabalhando várias silhuetas, desde reta, ampulheta, linha A e até mesmo cauda de sereia. O criativo trabalho de Daniel mostra que é possível fazer muito com pouco, e que é possível fazer produtos de qualidade utilizando unicamente do reaproveitamento de materiais que seriam descartados.

Vivienne Westwood - Red Label

Vivienne Westwood - Red Label

Chanel

Chanel

Examples like this are an inspiration, and that’s what the world needs at this stage where he is. We need people who think for the general good, instead of its only. And independent of the level at which the actions towards a better environment are taken, even if they star from the government, designers, captains of industry, or consumers, it is up to each one do its own part according to their responsibility and ecological awareness . From Waste to Luxury (Note) “Rethinking the trash, what to do with it, and spread the principle of preservation of nature are urgent issues and it will become a slogan in the third millennium.” And thinking so, the designer Daniel D’ Ávilla made the collection” Experimentalism “based on sustainability and reuse of materials such as VHS, CDs, negatives, caps, keyboards computer, PET bottles and garbage bag, used differently in the construction of dresses through a small job, which resulted in an exhibition, EXPO RECYCLED FASHION displayed in Europe. The aesthetics references was worked with the response of each material, and in some moment could be freed and worked the aesthetics of some renowned designers as Paco Rabanne, on the straight silhouette gown keyboard, and the work to unite CDs with metal links. The dress displays the legs or sweep the floor, working on various silhouettes, from straight, hourglass, A-line and even mermaid tail. The creative work of Daniel shows what you can do with very little staff, and that it is possible to make quality products using only the reuse of materials that would otherwise be discarded.

Vivienne Westwood - Spring/Summer

Vivienne Westwood - Spring/Summer

Fotos: Reprodução/Divulgação/style.com 77



Parka bicolor com bot천es em madeira NEON Pulseira madeira e lat찾o Christine Yufon


Maxi casaco de tric么 colorido e calcinha de croch锚 VANESSA MONTORO Brincos dourados com pedras resina MARCO APOLLONIO





Maxi casaco tric么 colorido VANESSA MONTORO Brincos dourados com pedras de resina MARCO APOLLONIO



Kaftan de algod達o THIERRY MUGLER acervo pessoal Colares e pulseiras em madeira CHRISTINE YUFON




Colar usado como tiara e pulseira CHRISTINE YUFON Kaftan de algod達o THIERRY MUGLER acervo pessoal


Poncho de l達 ACERVO PESSOAL Colares e pulseiras de madeira CHRISTINE YUFON


Kaftan colorido LANVIN acervo pessoal Colares, brincos e pulseira CHRISTINE YUFON


Vestido quadriculado com tricô e metal ESPAÇO FASHION Colar usado como bolsa CHRISTINE YUFON Colar com franjas e cruz OPTO DESIGN



Body estampado ADRIANA DEGREAS Colar usado como tiara de madeira e colar CHRISTINE YUFON



Calรงa e colete preto de franjas ACERVO PESSOAL Camisa com franjas nude BOB STORE. Botas com franjas DUMOND




Casaco pele marron DASLU Polainas de pelo usada como pulseiras ELLUS Colar com franjas GABRIELA PIRES Botas pretas com franjas CHRISTIAN LOUBOUTIN



Capa longa de organza CHOLET Calรงa de seda estampada preta e couro ROBER DOGNANI Top cropped de cetim CHOLET Colar preto com franjas e cruz OPTO DESIGN




entrevista

Brainstorm mag interview Vinicius Bobsin 1)How was the relationship between your life, fashion and nature while living in Brazil? What changed when you moved to Sweden? My relationship with fashion in Brazil has always been more academic than anything else, because I studied fashion there during four years. I would describe as a time of personal discoveries and experiments that somehow made me think on a very different way than today. I think as being in an academic environment and somewhat superficial as my first college fashion, it made me payr attention to everything that was not necessary for my development, putting me so far from myself. I say this because I was in that era apart from nature and therefore perhaps somewhat more distant from me. My contact with nature occurred just a few times during the year when I went to place of my family or traveling to the mountains for example. And even feeling it all, the world outside the city, that was so well to me, I was just not letting me go, because one way or another when we’re younger we end up putting ourselves in groups and situations in which we feel included and is not easy to be who we really are, or even know who we want to be. So I would say that in Brazil my relationship with fashion was shallow and intense and with nature was it just a wish. Moving to Sweden and now living in a place away from the big city, I feel that the poles are reversed and I really can be happy without trying too much. My contact with nature is intense and diary, from what eat to what I wish; my contact with fashion became smaller, but more real.

1)Como foi a relação entre a sua vida, a moda e a natureza enquanto morava no Brasil? O que mudou ao se mudar para a Suécia? A minha relação com moda no Brasil foi sempre mais acadêmica do que qualquer outra coisa, porque estudei moda durante 4 anos no país. Eu a descreveria como uma época de descobertas pessoais e experimentos que de algum jeito me faziam pensar de muito diferente. Acho que estando em um ambiente acadêmico e de certa forma superficial, como a minha primeira universidade de moda, me fez prestar atenção em tudo aquilo que não era necessário pro meu desenvolvimento, me colocando assim, mais distante de mim. Te digo isso porque naquela época eu estava distante da natureza e por isso talvez, de certa forma mais distante de mim. Meu contato com a natureza ocorria poucas vezes durante o ano quando eu ia para o sítio da minha família ou viajava para as montanhas, por exemplo. E mesmo sentindo que aquilo tudo, o mundo fora da cidade, me fazia muito bem, eu acabava não me deixando levar, porque de um jeito ou de outro quando a gente é mais jovem a gente acaba se colocando em grupos e situações em que nos sentimos inseridos e não é fácil ser quem realmente somos, ou mesmo saber quem queremos ser. Então eu diria que no Brasil minha relação com a moda era superficial e intensa e com a natureza era apenas um desejo. Me mudando para a Suécia, vivendo hoje em um sítio longe da cidade grande, eu sinto que os polos se inverteram e que eu realmente consigo ser feliz sem tentar muito. Meu contato com a natureza é intenso e diário, desde o que eu como até naquilo que eu desejo e já meu contato com a moda se tornou menor, porem mais real.

2)How would you define a fashion Eco-Friendly? That would be a possible reality for sustainability (financial) of fashion? An Eco-fashion is a transparent and humane fashion. A fashion that values who makes it and who uses it, not attacking the planet nor the consumer. The clothes have to be so skinfriendly as planetfriendly. I believe that an honest fashion, organic, sustainable and accessible is rather possible. Because after all who really does the fashion, are not great designers, but the consumer. We dictate the trends of market, we create our own needs, so I think that when customers begin to want what is ecological and correct, and then consumes it, there is the point to transform the industry. And without a doubt it will be strong and will keep steady. But part of the change that we want to give so the world around us would change too.

2)Como você definiria uma moda ecologicamente correta? Isso seria uma realidade possível para a sustentabilidade (financeira) da moda? Uma moda ecologicamente correta é uma moda transparente e humana. Uma moda que valorize quem a faz e quem a usa, não agredindo o planeta nem o consumidor. A roupa tem que ser tao skinfriendly quanto planetfriendly. Eu acredito que uma moda honesta, orgânica, sustentável e acessível é sim possível Porque no final das contas quem faz a moda a algum tempo, não são os grandes estilistas, mas sim o consumidor. Nós ditamos as tendências de Mercado, nós criamos as nossas próprias necessidades, e por isso eu penso que, quando a clientela começar a querer o que é ecológico e correto, e então consumir isso, a industria pode se transformar, e sem duvida alguma ela será forte e se manterá firme.

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3)How did you start creating videos, and what inspires you in the production of these videos? My inspiration to create them was the simple desire to see my photos on the move. The desire to experience something I instigated. But also what inspired me to shoot for the first time was the nature ... I wanted somehow to keep always a bit of beautiful light I was seeing in an autumn afternoon.

3)Como você começou a criar vídeos, e o que te inspira na realização desses videos? A minha inspiração para criar os vídeos foi a simples vontade de ver minhas fotos em movimento. O desejo de experimentar algo que me instigava. Mas também o que me inspirou a filmar pela primeira vez foi a natureza… eu quis de certa forma guardar para sempre um pouco da bela luz que eu estava vendo em uma tarde de outono.

4) Your professional meeting with Bruno Pieters was a divider of water on your life, tell us how it changed your life. Really my meeting with Bruno changed my life. But it didn’t change my life on a recognition way or a financial way. It was a personal recognition, that I, who might not have the highest self esteem of the world, never thought would happen. When someone as important as he writes about you talking about your work, and how much he likes it, you feel somehow special. It is an injection of stimulus that gets you straight into the vein. The henceforth I managed, in a more honest way with myself, to create. The word honest and loving the other has the power to do incredible things, in my case, she woke me for me.

4)Seu encontro profissional com o Bruno Pieters foi um divisor de águas, conte-nos como isso mudou a sua vida. Realmente o meu encontro com o Bruno mudou a minha vida. Mas mudou de um jeito não financeiro ou de reconhecimento do mundo.. foi um reconhecimento pessoal, que eu, que talvez não tenha a maior auto estima do mundo, nunca pensei que aconteceria. Quando alguém tão importante como ele, te escreve falando sobre o seu trabalho, e o quanto que ele curte tu se sente de certa forma especial. É uma injeção de estimulo que tu recebe direto na veia. Disso em diante eu consegui de uma forma mais honesta comigo, criar. A palavra carinhosa e honesta do outro tem o poder de fazer coisas incríveis, no meu caso, ela me acordou para mim.

5) Many of your videos deals with issues of everyday’s life, and I can not help but notice the strong presence of his sister, what made you follow this line? Actually my life is my greatest inspiration. And I always try it in a natural way, or sometimes even a little bit od funny, represent some feeling or memory. My sister, or my best friend, or someone I miss are prominently in my creation, simply because they convey the emotions truer and more primitive in me. As the longing, fear, love and desire. Follow this line to represent people or feelings through my work is ultimately just try to be as honest as possible with myself and what I feel.

5)Muitos de seus vídeos tratam de temas do cotidiano, e não posso deixar de notar a presença forte da sua irmã, o que te fez seguir essa vertente? Na verdade a minha vida é a minha maior inspiração E nela eu tento sempre, de forma natural, ou as vezes até um pouco lúdica, representar algum sentimento ou memória. A minha irmã, ou minha melhor amiga, ou alguém que eu sinto saudades são presenças fortes na minha criação, pelo simples fato de elas transmitirem as emoções mais verdadeiras e mais primitivas em mim, como a saudade, o medo, o amor e o desejo. Seguir essa vertente de representar pessoas ou sentimentos por meio do meu trabalho é no final das contas apenas tentar ser o mais honesto possível comigo e com aquilo que eu sinto.

6) What are your plans for the future, and what you hope from the current fashion? My plans for the future, are short-term plans, because actually I can not plan things I want to happen in a distant future. But they are, traveling to Brazil to visit my family this winter. Preparer to start my vegetable garden for spring that is already starting, make a road trip with my boyfriend and my best friends through the interior of Sweden and camping in different parts of the country and then, or during it all, create. And from the current fashion I just hope she becomes conscious!

6)Quais os seus planos para o futuro, e o que espera da moda atual? Meu planos para o futuro são planos de curto prazo, porque na verdade eu não consigo planejar coisas que eu quero que aconteçam em um futuro distante. Mas eles são viajar para o Brasil para visitar minha família este inverno, começar a preparar a minha horta para a primavera que já esta começando, fazer uma viagem de carro com meu namorado e minhas melhores amigas pelo interior da Suécia e acampar em diferentes pontos do país e depois, ou durante isso tudo, criar. E da moda atual eu apenas espero que ela se torne consciente!

Fotos: Vinicius Bobsim

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Mรกscara GUSTAVO COSTA Vestido VITORINO CAMPOS para ADOM Calรงa acervo Sapatos STUDIO TMLS


Vestido TSU para ADOM Calรงa SIANINHA Sapatos STUDIO TMLS



Terรงo SABRINA CARVALHO para STTDIO TMLS Sapatos STUDIO TMLS Conjunto SIANINHA




Casaco MELK Z-DA Calรงa CARINA DUEK para ADOM


Kaftan MELK Z-DA Casaco e calรงa SIANINHA Sapatos STUDIO TMLS




Mรกscara GUSTAVO COSTA Casaco UMA para ADOM Saia SIANINHA Sapato STUDIO TMLS



Casaco MELK Z-DA Vestido SIANINHA Calรงa CARINA DUEK para ADOM



Casaco ALEXANDRE HERCHCOVICTH para ADOM Vestido usado como blusa MANOEL OZI Saia SIANINHA Scarpin STUDIO TMLS Bricos usados como broche CAIO VINICIUS para MELK Z-DA Bolsa PIETRO TALES.


Vestido PIETRO TALES Braceletes VERDE Peep toe STUDIO TMLS


Casaco MELK Z-DA Top de onรงa e calรงa camuflada SIANINHA Sapatos STUDIO TMLS






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