2_perfil_biografico_casais_monteiro

Page 1

Biografia Poeta, romancista, ensaísta e professor, Adolfo

Casais

personalidades injustamente

Monteiro mais

é

uma

das

representativas

esquecidas

do

e

Segundo

Modernismo português. Juntamente com José Régio e João Gaspar Simões colaborou e divulgou os autores e os valores estéticos da geração do Orpheu, na revista Presença. Nascido no Porto, em 4 de Julho de 1908, licencia-se em Histórico-Filosóficas na Faculdade de letras do Porto, na década de 20 e, desde logo, se começa a distinguir no meio literário através da sua colaboração na revista Águia e enquanto conferencista. Ao longo dos anos 30, envolve-se na direcção da revista Presença e estreia-se no ensaio com a publicação de Considerações Pessoais (Coimbra, 1933) revelando um olhar polémico, mas atento, aos ideais estéticoliterários da Europa e do Brasil. Cursou

Ciências

em

no Liceu Normal, última fase da sua formação pedagógica, e ingressou no Liceu D. Manuel II (anteriormente, Liceu Rodrigues de Freitas, no como

professor.

Mas,

tal

como

aconteceu a muitos intelectuais, opositores ao

sua

independência

política

e

perseguido pelas suas posições políticas,

intelectual levam-no ao Brasil, em 1954 onde, a

tendo

do

pretexto da sua participação num congresso

ensino em 1936. A sua identificação com os

literário, acabará por se fixar. Aqui, continua o

opositores

e

seu ofício de colaborador em jornais e revistas,

consequente exposição pública, forçam-no a ir

em particular n’O Estado de São Paulo, mas

para Lisboa onde, já casado com Alice Gomes

rapidamente se envolve na actividade docente,

(irmã de Soeiro Pereira Gomes), é preso

acabando por leccionar Teoria da Literatura e

repetidas vezes. Aí, ao longo da década de 40,

História

colabora em vários projectos, relaciona-se com

Contemporânea,

o grupo dos surrealistas e trava amizade com

brasileiras.

sido

afastado compulsivamente

ao

regime

de

Salazar

da

Literatura em

várias

Portuguesa Universidades

Esteve um semestre em Madison, nos

Alexandre O’Neill, José Augusto-França e

E.U.A., em substituição de Jorge de Sena, seu

Fernando Lemos, entre outros. Em 1942, organiza e prefacia a primeira

amigo, como docente. Publicou, em 1969, a

antologia poética do autor de "Mensagem", que

obra

conheceu sucessivas reedições. Publica ainda

Estrangeiro

Definitivo

várias obras de cariz essencialmente poético,

consagra

a

destacando-se Canto da Nossa Agonia (1942)

Postumamente, em 1984, foi publicada a sua

e Europa (1946) que o levará a Londres para

tese de livre docência, intitulada Estrutura e

uma comunicação, na BBC.

Autenticidade na Teoria e na Crítica Literárias. a

Em 1945, participa no MUD (Movimento de Unidade Democrática) e no ano seguinte

Pedagógicas

Coimbra, em 1934, realizou Exame de Estado

Porto)

A

regime do Estado Novo, Casais Monteiro foi

colabora

no

semanário

Mundo

Literário.

Durante o mesmo ano, publica o seu primeiro romance: Adolescentes. Colabora, igualmente, em diversas revistas e jornais como a Seara Nova, O Diabo, Animatógrafo,

escrevendo

artigos de crítica literária, cinema e teatro.

Poesias

Completas

sua

que,

que por

actividade

contém sua

O vez,

literária.

Portugal. Tal como Jorge de Sena não mais regressará a Portugal, vindo a falecer em São Paulo, em 1972.


[F12 Novembro de 2009]

Bibliografia do autor

Casais Monteiro, 1928

Confusão (1929) Considerações Pessoais (1933) Correspondência De Família (1933) Canto da Nossa Agonia (1942) Noite Aberta aos Quatro Ventos (1943) Europa (1946) Voo sem Pássaro dentro (1954) A Poesia da Presença (1959)

Foto de Formatura

Clareza e Mistério da Crítica (1961) A Palavra Essencial (1965) Poesias Completas (1969) Máquina de escrever

A Poesia Portuguesa Contemporânea (1977)

de Casais Monteiro

Bibliografia consultada:

http://sigarra.up.pt/up/web_base.gera_pagina?P_ pagina=1000741 http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/04ce31c793a5 110db58d76.html “Um Português Definitivo”, Carlo Leone, in Adolfo Casais Monteiro-Agenda 2009, INCM (edição comemorativa do centenário do nascimento do autor)

«A modernidade morreu com a descoberta da com os amigos, em Casais Monteiro, no Brasil (anos 50)

Lisboa (anos 40)

bomba

atómica.

A

modernidade

não

é

suficientemente apocalíptica, nela não cabe a força, a persistência necessária para fazer o homem mais forte do que a bomba atómica. Morreu de medo.»


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.