absolutamente novos no país e põe a funcionar um
(liderado pelo poeta e ensaísta Édouard Jaguer), ao qual
Em 1920, na Amadora, nasce Artur Manuel
salão de pintura permanente. Data desse tempo o início
tinha aderido.
Rodrigues do Cruzeiro Seixas que afirma não ser um pintor
da sua produção poética, a par do desenho, da pintura e
Biografia
mas um “homem que pinta”. Pintor, escultor, ilustrador, poeta que adora dizer poemas “de cor”, é um dos maiores vultos do surrealismo português.
Destacam-se
nesta
década
as
seguintes
das colagens, dotando a sua obra de uma intensa
exposições: “Maias para o 25 de Abril ”, que pretendia
literariedade e simbolismo.
mostrar as obras proibidas pelo fascismo (1974),
Estuda na Escola de Arte António Arroio,
Em 1964, com o crescendo da Guerra
exposição de Cadavres-Exquis e pinturas colectivas por
onde conhece Mário Cesariny, Júlio Pomar, Marcelino
Colonial, regressa a Portugal onde participa em
ocasião dos 50 anos do Surrealismo (Galeria Ottolini,
Vespeira e Fernando Azevedo, entre outros. Depois de
inúmeras exposições e se torna consultor artístico/
1975), exposição de homenagem a Conroy Maddox-
um curto período expressionista-neo-realista, liga-se
programador da Galeria de S. Mamede, tendo
Surrealism Unlimited (Londres, 1978) e “Presencia viva de
definitivamente ao surrealismo, integrando o grupo “Os
organizado exposições com grandes nomes da pintura e
Wolfgang Paalen ”, (México, 1979).
Surrealistas”, liderado por Mário Cesariny. Organiza e
contribuído para a promoção de artistas emergentes,
participa nas duas exposições colectivas do grupo em
como Raul Perez e Mário Botas.
Turismo da Costa do Sol e Vilamoura e ganha o
Surrealista de S. Paulo (Brasil), inaugura com Mário
Prémio de Artista do Ano (1989), instituído pelo
Na década de 50, alista-se na Marinha
Cesariny a Exposição Pintura Surrealista, na Galeria
Centro de Arte SOCTIP, com a exposição individual
Mercante, viaja até à Índia e Extremo Oriente,
Divulgação (Porto) e integra a Exposição Internacional
“Desaforismos”, na Galeria Soctip.
acabando por se fixar, por mais de uma década, em
Surrealista,
Vancrevel
Em 1999 doa a totalidade da sua colecção à
Angola, onde contacta com a arte dita “primitiva”,
(Holanda). Ainda neste ano, é organizada a primeira
Fundação Cupertino de Miranda (Vila Nova de
tornando-se
retrospectiva de Cruzeiro Seixas na Galeria Buchholz
Famalicão), com o intuito de constituir um Centro de
(Lisboa).
Estudos e um Museu do Surrealismo, instituição que,
onde também escreve
manifestos e participa em conferências.
coleccionador
de
variados
objectos
etnográficos. Em 1953, em Luanda, realiza a sua
1969,
participa
trabalho de programador nas galerias da Junta de Exposição
Lisboa, em 1949 e 1950,
Em
Na década de oitenta dá continuidade ao
organizada
por
na
XII
Laurens
desenhos
Em 1970, edita com Cesariny “Reimpressos Cinco
subordinados à evocação de Aimé Cesaire¹, que foi alvo
Textos Surrealistas em Portugal”, “Aforismos de Teixeira de
de grande controvérsia e escândalo.
Pascoaes” e “Contribuição ao registo de nascimento, existência e
Em 2001 expõe com Eugénio Granell, na
Museu
extinção do Grupo Surrealista Português”, entre outros
Galeria Sacramento (Aveiro). Nesse mesmo ano, a
moldes
escritos.
Fundação Eugénio Granell (Santiago de Compostela)
primeira
exposição
individual,
48
Em 1960, começa a trabalhar no de Angola, onde organiza exposições em ____________________________
¹ Poeta e político francês da Martinica, foi, juntamente com o Presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, o ideólogo do conceito de negritude e a sua obra é marcada pela defesa das suas raízes africanas contra o colonialismo.
Ainda na década de 70 participa em inúmeras exposições
colectivas
do
movimento
surrealista
internacional, sobretudo ligadas ao Grupo Phases
no ano seguinte e, homenageando os 80 anos do artista, organiza uma retrospectiva da sua obra.
organiza uma grande exposição retrospectiva de Cruzeiro Seixas e lança o livro biográfico “Cruzeiro Seixas”.
Em 2005 são expostos 60 trabalhos de
[F 16 – Março de 2010]
Cruzeiro Seixas em Santo Tirso, numa iniciativa “A Poesia está na Rua”, onde o artista apresentou ainda o terceiro volume da sua Obra Poética. Em Outubro desse ano, esteve patente na Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho
(Coimbra)
a
exposição
“Naufrágio
de
Ilustraletrações” onde foram expostos trabalhos de Cruzeiro Seixas, bem como uma série de cartas escritas por este autor a diversas personalidades europeias.
Gaiola em madeira e búzio Título: “O Mar Português”(1952)
Artista versátil explorou as inúmeras vertentes do surrealismo, destacando-se ainda como ilustrador, nas revistas surrealistas Brumes Blondes (Holandesa); Técnica mista s/ papel, 1981
Phases (Francesa) e Lá Turtue-Lièvre (Canadiana). Ainda nesta área, destacam-se as suas ilustrações em parceria com Cesariny e o trabalho que realizou para a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (dos Cancioneiros Medievais à Actualidade), de Natália Correia que originou um processo por “abuso de liberdade de imprensa”. A sua veia artística estende-se ainda à execução de cenários para as companhias de bailado nacionais. A sua obra pictórica encontra-se espalhada por diversos museus e centros de arte em Portugal e na Galiza.. Actualmente vive e trabalha em Lisboa. Sites consultados http://www.perve.org.pt/Surrealistas/CruzeiroSeixas_ Biografia.html http://um-buraco-nasombra.netsigma.pt/p_mundo/index.asp?op=5&p=104
Mão, 1960 escultura
«As aparências são uma doença contagiosa que devora toda a luz.»