6_perfil biográfico cruzeiro seixas março 2010

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absolutamente novos no país e põe a funcionar um

(liderado pelo poeta e ensaísta Édouard Jaguer), ao qual

Em 1920, na Amadora, nasce Artur Manuel

salão de pintura permanente. Data desse tempo o início

tinha aderido.

Rodrigues do Cruzeiro Seixas que afirma não ser um pintor

da sua produção poética, a par do desenho, da pintura e

Biografia

mas um “homem que pinta”. Pintor, escultor, ilustrador, poeta que adora dizer poemas “de cor”, é um dos maiores vultos do surrealismo português.

Destacam-se

nesta

década

as

seguintes

das colagens, dotando a sua obra de uma intensa

exposições: “Maias para o 25 de Abril ”, que pretendia

literariedade e simbolismo.

mostrar as obras proibidas pelo fascismo (1974),

Estuda na Escola de Arte António Arroio,

Em 1964, com o crescendo da Guerra

exposição de Cadavres-Exquis e pinturas colectivas por

onde conhece Mário Cesariny, Júlio Pomar, Marcelino

Colonial, regressa a Portugal onde participa em

ocasião dos 50 anos do Surrealismo (Galeria Ottolini,

Vespeira e Fernando Azevedo, entre outros. Depois de

inúmeras exposições e se torna consultor artístico/

1975), exposição de homenagem a Conroy Maddox-

um curto período expressionista-neo-realista, liga-se

programador da Galeria de S. Mamede, tendo

Surrealism Unlimited (Londres, 1978) e “Presencia viva de

definitivamente ao surrealismo, integrando o grupo “Os

organizado exposições com grandes nomes da pintura e

Wolfgang Paalen ”, (México, 1979).

Surrealistas”, liderado por Mário Cesariny. Organiza e

contribuído para a promoção de artistas emergentes,

participa nas duas exposições colectivas do grupo em

como Raul Perez e Mário Botas.

Turismo da Costa do Sol e Vilamoura e ganha o

Surrealista de S. Paulo (Brasil), inaugura com Mário

Prémio de Artista do Ano (1989), instituído pelo

Na década de 50, alista-se na Marinha

Cesariny a Exposição Pintura Surrealista, na Galeria

Centro de Arte SOCTIP, com a exposição individual

Mercante, viaja até à Índia e Extremo Oriente,

Divulgação (Porto) e integra a Exposição Internacional

“Desaforismos”, na Galeria Soctip.

acabando por se fixar, por mais de uma década, em

Surrealista,

Vancrevel

Em 1999 doa a totalidade da sua colecção à

Angola, onde contacta com a arte dita “primitiva”,

(Holanda). Ainda neste ano, é organizada a primeira

Fundação Cupertino de Miranda (Vila Nova de

tornando-se

retrospectiva de Cruzeiro Seixas na Galeria Buchholz

Famalicão), com o intuito de constituir um Centro de

(Lisboa).

Estudos e um Museu do Surrealismo, instituição que,

onde também escreve

manifestos e participa em conferências.

coleccionador

de

variados

objectos

etnográficos. Em 1953, em Luanda, realiza a sua

1969,

participa

trabalho de programador nas galerias da Junta de Exposição

Lisboa, em 1949 e 1950,

Em

Na década de oitenta dá continuidade ao

organizada

por

na

XII

Laurens

desenhos

Em 1970, edita com Cesariny “Reimpressos Cinco

subordinados à evocação de Aimé Cesaire¹, que foi alvo

Textos Surrealistas em Portugal”, “Aforismos de Teixeira de

de grande controvérsia e escândalo.

Pascoaes” e “Contribuição ao registo de nascimento, existência e

Em 2001 expõe com Eugénio Granell, na

Museu

extinção do Grupo Surrealista Português”, entre outros

Galeria Sacramento (Aveiro). Nesse mesmo ano, a

moldes

escritos.

Fundação Eugénio Granell (Santiago de Compostela)

primeira

exposição

individual,

48

Em 1960, começa a trabalhar no de Angola, onde organiza exposições em ____________________________

¹ Poeta e político francês da Martinica, foi, juntamente com o Presidente do Senegal, Léopold Sédar Senghor, o ideólogo do conceito de negritude e a sua obra é marcada pela defesa das suas raízes africanas contra o colonialismo.

Ainda na década de 70 participa em inúmeras exposições

colectivas

do

movimento

surrealista

internacional, sobretudo ligadas ao Grupo Phases

no ano seguinte e, homenageando os 80 anos do artista, organiza uma retrospectiva da sua obra.

organiza uma grande exposição retrospectiva de Cruzeiro Seixas e lança o livro biográfico “Cruzeiro Seixas”.


Em 2005 são expostos 60 trabalhos de

[F 16 – Março de 2010]

Cruzeiro Seixas em Santo Tirso, numa iniciativa “A Poesia está na Rua”, onde o artista apresentou ainda o terceiro volume da sua Obra Poética. Em Outubro desse ano, esteve patente na Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho

(Coimbra)

a

exposição

“Naufrágio

de

Ilustraletrações” onde foram expostos trabalhos de Cruzeiro Seixas, bem como uma série de cartas escritas por este autor a diversas personalidades europeias.

Gaiola em madeira e búzio Título: “O Mar Português”(1952)

Artista versátil explorou as inúmeras vertentes do surrealismo, destacando-se ainda como ilustrador, nas revistas surrealistas Brumes Blondes (Holandesa); Técnica mista s/ papel, 1981

Phases (Francesa) e Lá Turtue-Lièvre (Canadiana). Ainda nesta área, destacam-se as suas ilustrações em parceria com Cesariny e o trabalho que realizou para a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (dos Cancioneiros Medievais à Actualidade), de Natália Correia que originou um processo por “abuso de liberdade de imprensa”. A sua veia artística estende-se ainda à execução de cenários para as companhias de bailado nacionais. A sua obra pictórica encontra-se espalhada por diversos museus e centros de arte em Portugal e na Galiza.. Actualmente vive e trabalha em Lisboa. Sites consultados http://www.perve.org.pt/Surrealistas/CruzeiroSeixas_ Biografia.html http://um-buraco-nasombra.netsigma.pt/p_mundo/index.asp?op=5&p=104

Mão, 1960 escultura

«As aparências são uma doença contagiosa que devora toda a luz.»


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