Almanaque do Voleibol

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Uma campanha para deixar o Brasil mais ativo.

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Almanaque do Voleibol


glossario do voleibol Fonte: Projeto do Centro de Referência em Iniciação Esportiva / Procrie - www.procrie.com.br

BOLA DE SEGUNDA

ataque feito no segundo toque, com intenção de surpreender a defesa adversária.

CONDUÇÃO

infração cometida quando um jogador, em vez de tocar a bola, a conduz por um breve espaço de tempo.

CRAVAR

bater com violência, mandando a bola no chão da quadra adversária.

DEIXADINHA

jogada em que se dá um leve toque na bola, procurando o espaço vazio na defesa adversária.

DOIS TOQUES

infração em que a bola toca duas vezes nas mãos de um jogador, sem ser simultaneamente.

INVASÃO

infração marcada quando um jogador é flagrado com qualquer parte do corpo além da rede, na outra quadra.

MANCHETE

tocar a bola com os braços esticados e com as mãos unidas.

MATCH POINT

ponto que pode definir o jogo.

RALLY

sequência de jogadas que começa no saque e termina no momento em que a bola estiver fora de jogo.

RODÍZIO

movimentação dos jogadores no sentido horário, após uma vantagem, mudando cada um sua posição.

SET POINT

ponto que pode fechar o set.

TIE BREAK

o mesmo que set de desempate. É disputado quando cada uma das equipes vence dois sets.

TOQUE

tocar a bola com os dedos, e as duas mãos acima da cabeça.

Pesquisa e produção de textos - Ambleto Ardigó Júnior Pesquisa e produção de texto - Voleibol em Campinas - Renata Rondini


O

esporte, em suas diversas manifestações, pode proporcionar o desenvolvimento motor, pessoal, social, ético e comunitário. Entre as diversas modalidades esportivas, o vôlei se destaca no interesse da população. Campinas sempre figurou no cenário do vôlei nacional, com equipes competitivas e com a presença de atletas da cidade em equipes estaduais e na seleção brasileira. Sendo praticado por crianças, jovens, adultos e idosos, o vôlei se constitui como uma modalidade esportiva capaz de atrair pessoas de todas as idades. Com esse almanaque, você vai fazer uma grande viagem pela história do voleibol. Participe dessa sacada!


Historico do VOlei Fonte: Site da Federação Paulista de Vôlei - http://www.fpv.com.br/historia_volleyball.asp Ministério do Esporte / Diagnóstico do Esporte - www.esporte.gov.br/diesporte

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Quem criou e Por que?

Divulgação

O americano William Morgan, diretor e professor de educação física da Associação Cristã de Moços - ACM, foi o inventor do vôlei. Na época da sua criação, o professor Morgan tinha um grupo de alunos idosos e seu desafio era ensinar um esporte menos cansativo, com menos contato do que o basquete, mas que favorecesse a participação ativa de todos durante as aulas. Com muita criatividade e simplicidade, ele se inspirou em outras modalidades como o handebol, o tênis e o badminton para criar um dos esportes mais populares na atualidade. Jogado na quadra, na praia, na grama e até na rua, o vôlei virou preferência mundial.

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Quando foi inventado?

O vôlei foi criado em fevereiro de 1895, final do Século XIX, período de grande evolução e desenvolvimento do esporte , tanto no aspecto formativo, como associativo. No Brasil, o vôlei faz parte de um conjunto de esportes que, no século XX, ganharam projeção, alcançando grande popularidade na década de 80, quando a televisão aberta passou a transmitir os jogos da seleção masculina, nos diferentes torneios e campeonatos internacionais. Recentemente, o Ministério do Esporte publicou o ‘Diagnóstico Nacional do Esporte (Diesporte)’, uma pesquisa que apresenta o perfil do praticante de atividade física e esportiva no país. Neste cenário, o vôlei aparece como sendo a segunda modalidade pela qual o brasileiro inicia sua prática esportiva.


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Divulgação


Onde foi inventado?

O vôlei foi criado em uma das unidades da ACM - Associação Cristã de Moços, na cidade de Holyoke, estado de Massachusetts (EUA). Impulsionada pelo movimento de democratização e popularização do esporte, a ACM, conhecida nos EUA como YMCA - Young Men’s Christian Association, foi uma das instituições pioneiras em fomentar o esporte coletivo como um espaço de integração e convivência entre homens e mulheres de todas as idades.

Como foi inventado?

A história conta que o vôlei foi criado a partir de um jogo já existente chamado de “Mintonette”. Adaptado de esportes como o tênis e o badminton, o “Mintonette” era jogado com uma rede semelhante à de tênis, a uma altura de 1,98 metros, sobre a qual uma câmara de bola de basquete era rebatida de um lado para o outro pelos jogadores. Com o passar do tempo o seu nome foi trocado para volleyball, tendo em vista que a ideia básica do jogo era rebater (volear) a bola de um lado para outro, sobre a rede e com as mãos. Em 1897, as regras do vôlei foram incluídas oficialmente no primeiro guia oficial da Liga Atlética da Associação Cristã de Moços da América do Norte. A partir daí, o jogo foi rapidamente ganhando novos adeptos e cresceu vertiginosamente no cenário mundial.

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voleibol em campinas Paixão do Campineiro Esporte é uma paixão do campineiro e o vôlei está dentre as modalidades que mais atraem a população. Campinas sempre figurou no cenário do vôlei nacional com a presença de atletas da cidade em seleções estaduais e brasileira, e sediando times competitivos.

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Na década de 70, os clubes da cidade eram os protagonistas de duelos de tirar o fôlego nos torneios regionais, além de serem celeiros de novos talentos. A Liga Campineira de Voleibol promovia clássicos que lotavam os ginásios e quadras externas, acirrando a briga para integrar a Seleção Campineira. Clubes como Fonte São Paulo, Hípica, Ponte Preta, Círculo Militar, Andorinha, Regatas, Guarani e Tênis Clube tinham categorias de base fortes e alguns formavam times adultos masculino e feminino. Mas naquela época, o vôlei era amador e os jogadores e treinadores superavam as dificuldades para estarem em quadra. Por isso, a década de 70 ficou conhecida como a ‘era do vôlei romântico’, pois acima de tudo, o esporte era uma paixão. Nos anos 70, Christopher Zink foi o primeiro jogador de Campinas a ser convocado para a seleção brasileira adulta de vôlei. No final daquela década, a cidade também ganhava notoriedade com a conquista do título no Estadual da Divisão Principal pelo time feminino do Guarani, em 1979. O clube havia sido vice em 1977 e 1978, porém, em 1980, mais uma vez o clube ficava em segundo lugar. Nesta fase do vôlei bugrino, surgiram diversas atletas de seleção brasileira, com destaque para a jovem promessa Vera Mossa, que disputou três edições dos Jogos Olímpicos.

Potencial de Campeão

No começo da década de 80, mais uma vez o vôlei campineiro mostrou seu potencial, com a conquista do terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de 1983 pelo time adulto masculino da Fonte São Paulo, tradicional celeiro de talentos do vôlei. Assim como Vera Mossa, o ex-levantador da seleção brasileira, Maurício, e o atual levantador, Bruno Rezende, iniciaram no clube. No ano seguinte, Campinas teve somente um representante na divisão principal da categoria masculina, o Clube Atlético Lojicred, o time existiu por duas temporadas. Em 1985, foi criado o Campinas Voleibol Clube, que atuou com variados nomes em razão da troca de patrocinadores do projeto. E entre os anos de 1987 e 1993, a equipe agitou o Ginásio do Taquaral com o time da ‘Melhoramentos’. Nos anos 80, o projeto teve time adulto feminino na 1ª divisão e masculino na divisão especial.

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Fundamentos e habilidades básicas A prática do vôlei nasce da combinação de habilidades básicas, como o saltar e o rebater, o correr e o receber, o arremessar, etc. Para jogar “certo” e “bem”, o jogador precisa construir a competência de combinar estas diferentes habilidades no contexto real do jogo. Você que deseja jogar vôlei precisa aprender e dominar um conjunto de seis habilidades básicas, denominadas usualmente de “fundamentos” da modalidade, são eles: saque, passe, levantamento, ataque, bloqueio e defesa.

SAQUE - A habilidade marca o início de uma disputa de pontos. Seu prin12

cipal objetivo consiste em dificultar a recepção dos jogadores da outra equipe. Por isso o “sacador” busca diversificar a velocidade e a trajetória da bola. Hoje, nos jogos de vôlei, saques com efeito, flutuantes, sem peso e muito potentes são considerados como um ataque. SAQUES FAMOSOS Jornada (nas Estrelas) O saque Jornada nas Estrelas foi popularizado em 1982 pelo ex-jogador Bernard. A bola atingia uma altura de 25 metros e descia a uma velocidade de 72 km/h. Segundo os especialistas, esse tipo de saque já existia desde a década de 40 nos Estados Unidos com o nome de “spin service”, sendo a atração do Campeonato Mundial Extra de Vôlei, em 1949, na antiga Tchecoslováquia. Viagem (ao Fundo do Mar) Saque forte, que o jogador dá em pleno ar, explorando o fundo da quadra do adversário. Foi ressuscitado pelo jogador William, então na Pirelli, para rivalizar com o Jornada nas Estrelas, de Bernard. O saque já existia desde a década de 60 e chegou ao Brasil pelas mãos do jogador Feitosa. Fonte: Disciplina: Educação Física. Professor: Ubirajara B. de Almeid. Apostila de Voleibol http://www.birafitness.com/apostilavoleibol.htm#saque

Plasticidade de Bernard ao executar o saque “Jornada nas Estrelas” na final do Mundialito de 82 Hipolito Pereira / Agência OGlobo


P asse - Trata-se do fundamento que torna o vôlei um “jogo” coletivo. Também chamado de recepção, o passe é o primeiro contato com a bola por parte do time que não está sacando. O passe é fundamental para que uma equipe possa evitar que a bola toque na sua quadra, o que permitiria um ponto do time oposto. Além disso, o principal objetivo do passe é controlar a bola de forma a fazê-la chegar rapidamente e em boas condições, nas mãos do levantador, para que este seja capaz de preparar uma jogada ofensiva. O time que tem um bom passe joga melhor coletivamente e desgasta menos seus jogadores.

Bicampeão olímpico e tetra da Liga Mundial, Maurício é primeiro levantador, da ‘Geração de Ouro’, a ter seu nome eternizado. Divulgação / COB

Le v a ntame nto - O levantamento é normalmente o segundo contato de um time com a bola, seu principal objetivo consiste em posicioná-la de forma a permitir uma ação ofensiva por parte da equipe, ou seja, um ataque. Assim sendo, um bom ataque depende de um bom levantamento. Indo mais longe, podemos dizer que um bom time depende de um bom levantador. O levantador é o “cérebro” da equipe. Um exímio levantador faz toda a diferença no jogo. É ele quem faz a leitura tática do jogo, incluindo as estratégias de defesa e de ataque, da sua e da outra equipe. Uma bola rápida no meio ou uma bola na ponta? Um levantamento de toque ou um levantamento de manchete? O que é melhor? A velocidade de reação e a tomada de decisão são as competências básicas do bom levantador. A taque - Nada mais emocionante no vôlei do que realizar um ataque, não

é mesmo? Um bom ataque e o ponto são como duas faces de uma mesma moeda. O objetivo do jogador, quando realiza este fundamento, é fazer a bola aterrissar na quadra adversária, conquistando deste modo o ponto em disputa para a sua equipe. São muitas as possibilidades e os jeitos de “bater” na bola: ataque do fundo, diagonal, paralela, cortada, largada, entre outras. O bom atacante não é aquele que apenas utiliza a força, mas também é aquele que, em uma fração de segundos, acha o caminho para escapar do bloqueio e consegue levar a bola ao “chão” no campo da equipe oposta.

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B loque i o - Este fundamento consiste em estender os braços acima do nível da rede com o propósito de interceptar a trajetória ou diminuir a velocidade de uma bola que foi cortada pelo oponente. Existem várias formas de bloquear o ataque da equipe adversária. Os bloqueios simples, duplos ou triplos são executados próximos da rede e objetivam impedir ou dificultar a realização do ponto pela equipe adversária. Os bloqueios ofensivos, aqueles em que bola é direcionada diretamente para a quadra da outra equipe, são considerados como potentes ataques com possibilidades de ponto.

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D efesa - Defender no vôlei é um dos fundamentos mais difíceis. O bom defensor precisa ser rápido, ágil, flexível e não pode ter “medo” da bola. Seu objetivo é evitar que a bola toque na sua quadra após o ataque adversário. Além da manchete e do toque, existem outras formas de fazer a defesa. Movimentos conhecidos como peixinho, rolamento e martelo fazem parte do repertório dos bons jogadores de defesa. O líbero normalmente é o jogador com mais competência de defesa nas equipes de vôlei. Ele torna o jogo mais “democrático”, pois faz prevalecer a agilidade, a velocidade e não só a altura e a força. Um bom líbero, ou um bom jogador de defesa, faz toda a diferença em uma equipe, concorda? Quantas vezes não escutamos que uma boa equipe começa sempre pela defesa.

FIVB / GettyImage


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Taticas

Fonte: Site Voleibol.org - http://www.volei.org/2011/02/sistemas-taticos-do-voleibol.html

Blog Educação Física na Mente - http://educacaofisicanamente.blogspot.com.br/2012/05/taticas-basicas-do-voleibol.html

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Posicionamento

Em um jogo de voleibol é importante saber o posicionamento dentro de quadra, para economizar energia e jogar de forma mais inteligente, definindo as funções de cada jogador. Vamos conhecer um pouco a respeito do posicionamento em quadra e o rodizio de jogadores. Entrada de rede

Defesa esquerda

5

Defesa central

6

Defesa direita e posição saque

1

Zona ofensiva

4

2 3

2

Saída de rede

1

3

6

4

5

Meio de rede

Zona defensiva

A quadra é dividida em zona ofensiva e zona defensiva. Somente os jogadores da zona ofensiva, ou seja, posições 2, 3 e 4 podem participar livremente das ações de ataque e de bloqueio próximas à rede. O atleta posicionado na zona defensiva (posições 1, 6 e 5) pode efetuar um ataque, desde que no momento em que for saltar o último contato dos seus pés com o solo seja feito da zona defensiva. Não pode, porém, em qualquer circunstância participar do bloqueio.

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na palma da mao Manual básico para ataque e defesa. Fique por dentro!

Fonte: Revista Mundo estranho

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-significam-os-sinais-que-os-jogadores-de-volei-fazem-com-as-maos-antes-do-saque

Tipos de Sinais 24

O que significam os sinais que os jogadores de vôlei fazem com as mãos antes do saque? Os sinais servem para combinar com o time a jogada que deve ser feita. Cada time tem o seu “dicionário”, composto de sinais de ataque e de defesa. Os de ataque são usados exclusivamente pelo levantador (ou levantadora), que atua como o maestro das jogadas. Já os de defesa, que visam bloquear o ataque rival, podem ser usados pelos três jogadores que estiverem na rede (no vôlei, a cada ponto, os seis jogadores trocam de posição). Os momentos em que eles são usados também são diferentes: os de ataque são mostrados no momento do saque do time adversário, e os de defesa, antes do saque do próprio time.

A complexidade dos sinais acompanha a evolução do esporte e, por isso, novos sinais surgem a cada dia, principalmente no vôlei feminino, que apresenta muito mais variações de jogadas do que no masculino. “Em 1987, quando comecei no vôlei, havia só três sinais: um, dois e três (mostrando com os dedos). As seleções asiáticas começaram a inventar novos sinais e o mundo inteiro imitou”, diz o treinador Hairton Cabral, atualmente no comando da equipe feminina São Caetano\São Cristovão Saúde. Hoje, existem sinais tanto para jogadas individuais quanto para complexas combinações de jogadas. Alguns levantadores chegam até a combinar jogadas diferentes com cada um dos atacantes, para ter mais de uma opção de acordo com o comportamento da defesa adversária.


Desmico Chutada de meio Parecida com a jogada de tempo à frente, mas o atacante pega a bola um pouco mais afastado do levantador, que, em vez de só escorá-la para a cortada, dá um passe rápido, quase paralelo à rede. Te m p o à fr e nte O atacante sobe junto com o levantador e dispara uma cortada assim que a bola sai das mãos do levantador. É uma alternativa quando os adversários marcam bem os ataques pelas laterais.

O atacante da ponta avança para o meio, com objetivo de confundir o bloqueio e atacar próximo ao levantador. Normalmente o levantador também combina uma jogada com o jogador de meio que corre para a ponta.

China Jogada quase exclusiva do vôlei feminino em que a atacante faz uma finta para o lado e salta com apenas um pé. É muito comum combinar a china com a desmico, dando duas opções à levantadora.

B lo q u e i o Sinais de defesa, usados pelos jogadores que estão na rede. Dependendo das características dos atacantes rivais, o time se prepara para defender um ataque na paralela ou cruzado (na diagonal)

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evolucao e mudancas nas regras Fonte: A evolução das regras visando o espetáculo no voleibol - http://www.efdeportes.com/efd76/volei.htm http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/roteiropedagogico/recursometod/3371_Evolucao_das_regras_ao_longo_dos_anos1.pdf

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A

s modalidades esportivas, quando ganham o “status” de esporte profissional e se desenvolvem sob as normas e os regulamentos de federações nacionais e internacionais, passam a ter regras universais e menos flexíveis. Se por um lado a universalidade das regras permite a integração entre as pessoas de diferentes territórios e a massificação de um determinado esporte, por outro, pode limitar as possibilidades de criação e evolução das técnicas, táticas e formas de jogar. É interessante observar a capacidade que o esporte tem para reunir e aproximar as pessoas, mas é fundamental que seus praticantes tenham a liberdade de alterar seu conteúdo e sua forma, a partir dos seus desejos, interesses e níveis de habilidade. O entendimento do esporte como uma manifestação cultural, sugere que a sua estrutura, as suas regras, os seus equipamentos e o espaço de jogo possam ser transformados e ressignificados em função dos desejos e das habilidades dos praticantes. Na ótica do esporte educacional, as modalidades podem e devem ser transformadas ao longo dos tempos. Para os simpatizantes da cultura corporal, o esporte é visto como um eterno “vir a ser” e nunca como um fenômeno pronto e acabado. O vôlei, como um “jogo” a ser jogado por todos, pode ganhar novas formas e novos jeitos de ser praticado. Diversificação no número de jogadores, tipo de bola, altura da rede, tamanho da quadra são aspectos que podem ser variados para que todos possam jogar. É esta dinâmica de transformação e diversificação que permite aos simpatizantes e amantes do vôlei jogá-lo na quadra, na praia, na rua, no campo e em outros espaços. Ao longo dos tempos, o vôlei foi uma das modalidades que assumiu novas e diferentes formas de ser praticado. Seja na dimensão do lazer e da participação ou em uma perspectiva de rendimento e performance, passou por grandes transformações nas suas regras, no seu formato e configuração. O fenômeno da globalização e internacionalização contribuiu para a unificação e sistematização das regras. Na segunda metade do século XX, após o surgimento da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) e o reconhecimento do vôlei como esporte olímpico, suas regras foram universalizadas e a dinâmica de jogo ganhou aspectos mais competitivos e menos focados

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linha do tempo A linha do tempo abaixo ilustra as principais alterações nas regras do vôlei nas últimas décadas: Fonte: A evolução das regras visando o espetáculo no voleibol - http://www.efdeportes.com/efd76/volei.htm Confederação Brasileira de Voleibol - http\www.cbv.com.br

1998

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1992

1994

Quando o set estiver empatado em 16-16, o jogo continua até uma equipe obter 2 pontos de vantagem.

A bola pode ser tocada com qualquer parte do corpo (inclusive os pés) e eliminação dos “2 toques” na 1ª bola vinda da quadra adversária.

1988 Aprovada a mudança do 5° set para o rally-point system. Cada saque equivale a 1 ponto. A pontuação de cada set fica limitada a um máximo de 17 pontos com a diferença de 1 ponto entre as equipes.

Começa a ser testada a adoção do Rally-point System com 25 pontos nos quatro primeiros sets e 15 pontos no tie-break durante os próximos 2 anos. Outras mudanças foram adotadas imediatamente: a cor da bola, a introdução do líbero e uma maior liberdade por parte dos técnicos para darem instruções (entre a linha de ataque e o fundo da quadra).

1996 Uma bola que tenha ido para a zona livre adversária, por fora da delimitação do espaço aéreo pode ser recuperada. A mão pode tocar a quadra adversária desde que não ultrapasse completamente a linha central. As sanções disciplinares passam a valer por todo o jogo. A linha de ataque tem um prolongamento de 1,75m com linhas tracejadas de 15cm e espaçamento de 20cm. Diminuição da pressão da bola (0,30 - 0,325 kg/cm22).


dAS REGRAS 2004

2009

Iniciado o teste de uma nova regra em relação à “bola presa” na disputa por jogadores adversários na rede. Estudos da FIVB revelam um pequeno aumento no tempo de bola em jogo com a adoção desta regra.

As equipes podem ter dois líberos inscritos entre os 14 jogadores. No entanto, somente um poderá atuar.

2005 Estudos da FIVB revelam um pequeno aumento no tempo de bola em jogo, após a adoção da regra “bola presa”. Na disputa de bola por jogadores adversários sobre a rede, antes se voltava o saque, após a adoção da regra, para o jogo fluir melhor e por determinação da FIVB, se a bola continuar no espaço aéreo, segue o jogo, se for ao chão depois de “presa” é dado posse de bola a equipe contrária do lado que caiu a bola.

31

2015 A área de invasão é modificada, qualquer toque dos jogadores na rede é considerado infração. O numero de atletas relacionados para uma partida, passa de 12 para 14.


VOLEIBOL sentado /

PARALIMPICO

Fonte: Portal Oficial do Governo Federal sobre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016

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Equipe de Voleibol Sentado do Clube dos Paraplégicos de São Paulo Acervo Amauri Ribeiro

E

m 1956, na Holanda, surgiu o Voleibol Sentado, resultado da fusão do voleibol convencional com o ”Sitzbal”, esporte alemão que era praticado por pessoas com mobilidade limitada e que jogavam sentadas, mas sem a rede dividindo a quadra. A primeira aparição da modalidade em uma edição dos Jogos Paralímpicos foi em 1976, em Toronto, mas apenas como exibição. Quatro anos depois, em Arnhem, na Holanda, a modalidade passou a fazer parte do programa dos Jogos.

Brasil nos Jogos O Brasil estreou na disputa nos Jogos em Pequim-2008, só com a seleção masculina, que terminou o torneio em 6º lugar. Em Londres-2012, o Brasil teve representantes masculino e feminino. O país ficou em 5º lugar. B R A S I L NO R AN K IN G M U NDIA L Equipe de Voleibol Sentado do Clube dos Paraplégicos de São Paulo Acervo Amauri Ribeiro

Ocupa a 3ª posição no masculino

Ocupa a 4ª posição no feminino

33


Materiais

O material a ser utilizado no vôlei sentado, assim como no esporte tradicional é de fácil adaptação. Pode-se utilizar, por exemplo, bancos ou cordas no lugar das redes para divisão da quadra; fitas adesivas para demarcação da área de jogo; e também as bolas podem ser de vários tipos de material. 36

A adaptação dos materiais necessários para a prática esportiva é um facilitador para o desenvolvimento desta atividade, além de ser mais uma oportunidade de prática para as pessoas com deficiência física. A escolha do espaço deve priorizar a segurança dos praticantes. É importante que seja amplo e ausente de obstáculos que possam machucá-los, tais como buracos e farpas no piso da quadra. As quadras poliesportivas cobertas são as mais indicadas, mas qualquer outro espaço (pátio, gramado e etc.) pode ser utilizado. Para a marcação da quadra, pode-se usar barbante sob fitas adesivas, fitas de náilon utilizadas para marcação em quadras de areia, carpetes, tapetes ou outros tecidos. No treino inicial das equipes, antes de utilizar as bolas oficiais, as atividades poderão ser realizadas com balões, bolas mais leves e por último a bola oficial.


glossario do voleibol Fonte: Projeto do Centro de Referência em Iniciação Esportiva / Procrie - www.procrie.com.br

BOLA DE SEGUNDA

ataque feito no segundo toque, com intenção de surpreender a defesa adversária.

CONDUÇÃO

infração cometida quando um jogador, em vez de tocar a bola, a conduz por um breve espaço de tempo.

CRAVAR

bater com violência, mandando a bola no chão da quadra adversária.

DEIXADINHA

jogada em que se dá um leve toque na bola, procurando o espaço vazio na defesa adversária.

DOIS TOQUES

infração em que a bola toca duas vezes nas mãos de um jogador, sem ser simultaneamente.

INVASÃO

infração marcada quando um jogador é flagrado com qualquer parte do corpo além da rede, na outra quadra.

MANCHETE

tocar a bola com os braços esticados e com as mãos unidas.

MATCH POINT

ponto que pode definir o jogo.

RALLY

sequência de jogadas que começa no saque e termina no momento em que a bola estiver fora de jogo.

RODÍZIO

movimentação dos jogadores no sentido horário, após uma vantagem, mudando cada um sua posição.

SET POINT

ponto que pode fechar o set.

TIE BREAK

o mesmo que set de desempate. É disputado quando cada uma das equipes vence dois sets.

TOQUE

tocar a bola com os dedos, e as duas mãos acima da cabeça.

Pesquisa e produção de textos - Ambleto Ardigó Júnior Pesquisa e produção de texto - Voleibol em Campinas - Renata Rondini


Uma campanha para deixar o Brasil mais ativo.

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