Abril Maio Junho 2011
Rembrandt van Rijn As trĂŞs ĂĄrvores (detalhe)
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A Gravura e o Tempo
um un i v e r s o saturado de imagens, mergulhado em formas, linhas e cores sobrepostas na paisagem cotidiana, o homem contemporâneo age imerso num cenário construído e transformado pelo acúmulo de informações e comunicações imediatas. A presença da arte, nesse contexto, representa um momento de suspensão em relação ao ritmo frenético desse ambiente, abrindo espaço para a contemplação, aproximando-nos de experiências que acessam os caminhos do sensível, trilhas próprias da vivência estética que possibilitam o enriquecimento da experiência humana. A tradicional técnica da gravura permanece com seu vigor expressivo ao longo do tempo, e sua produção artística mantém estreito diálogo com as questões contemporâneas. Por ser essencialmente artesanal, sua característica fundamental é a multiplicidade, realizada com a impressão de cópias feitas a partir de uma matriz, procedimento articulado com a difusão de ideias e a propagação da imagem. Tal especificidade a torna parte da história da civilização, pois seus princípios técnicos foram utilizados no surgimento da imprensa e os des-
dobramentos de seus processos serviram de laboratório para veicular e disseminar ideais, criando a aproximação entre camadas distintas da sociedade. A apresentação de uma produção gráfica realizada por mestres do passado e artistas contemporâneos oferece a oportunidade de mostrar as diferentes técnicas da gravura, aproximando o público do universo de artistas gravadores de várias gerações. Para o SESC, realizar a exposição Gabinete de Gravuras: convivência entre o antigo e o contemporâneo significa reafirmar o compromisso da instituição em viabilizar o acesso à produção artística, uma criação a ser compartilhada e apreciada, propiciando o desenvolvimento humano e um olhar crítico transformador. Aos olhares apressados do cotidiano, a gravura oferece a possibilidade de percorrer um caminho de abandono do frenesi diário, favorecendo trilhar a aventura de descobrir novas fronteiras realizadas pelas mãos humanas.
Da n il o Sa n tos de Mira nda
Diretor Regional do SESC São Paulo
Peter Paul Rubens e Paulus Pontius Alegoria da coroação do Príncipe Eleitor Arcebispo de Mogúncia
C
om a prop osta expositiva Gabinete de Gravuras: convivência entre o antigo e o contemporâneo, o SESC São José dos Campos reúne obras de gravadores representativos no panorama histórico das artes plásticas, somadas à produção de artistas contemporâneos da cidade de São José dos Campos, propiciando ao público a oportunidade da construção de conhecimento com base no contraste entre essas diferentes produções e na apreciação de suas técnicas e etapas de execução. A mostra apresenta obras de grandes mestres do século XV ao século XX, abrindo espaço para diálogos entre esses artistas e as novas formas de expressão dos gravadores Cláudio Caropreso, Douglas Barzon, Francisco Maringelli, George Gütlich, Luiz Chalita e Reiko Shimizu, que contribuíram
para o desenvolvimento da gravura na cidade. Muitos artistas significativos na produção contemporânea passaram por São José dos Campos, onde produziram e ensinaram, ajudando a construir uma longa tradição de envolvimento com a arte da gravura. Parte dessa história está contada neste Gabinete de Gravuras, por meio das obras e de encontros com artistas, visitas monitoradas e oficinas didáticas. O SESC espera que esta realização, que como toda ação artística tem o potencial de ampliar nossas interpretações sobre o mundo, estimule a continuidade dessa história e reforce o vínculo existente entre a cidade e a gravura, uma de suas principais expressões no campo das artes plásticas. SESC São José dos Campos
Albrecht Aldegrever O homem rico no inferno e lĂĄzaro no cĂŠu
O universo da gravura: cronologia, temas e técnicas.
A
abordagem da história da gravura pode, em vários aspectos, ser uma abordagem da história de nossa própria cultura formal, regida pela palavra e pela imagem reproduzidas. Seja pelo simples impresso informativo ou pela gravura de expressão, a imagem estampada está ligada ao princípio da difusão de ideias e sua propagação em grande escala; no entanto, pensada pela expressividade, há um repertório específico que a distingue de outros procedimentos artísticos. Ao reunir sistematicamente gravuras e estabelecer critérios de escolas, cronologias, técnicas, conforma-se um Gabinete de Gravuras, ou de Estampas, que é por princípio o núcleo de um museu; podemos até afirmar que é um museu em dimensões reduzidas, um mundo de possibilidades que se pode guardar em gavetas. Em primeira instância, a exposição compõe uma linha cronológica do desenvolvimento da gravura artística, do século XV ao XX em várias associações temáticas e, em seguida, documenta a produção de gravura em São José dos Campos desde 1991 até os dias de hoje. Há um evidente recorte nesta coleção que
destaca obras holandesas do século XVII e obras belgas do final do século XIX para o XX, dois momentos importantíssimos para a afirmação da gravura como linguagem. Para completar duas lacunas, foram requisitadas obras de outras coleções*. A disposição das obras na exposição se orienta por lógicas temáticas e de rede de influências, em mestre e discípulos, além da abordagem de todos os processos gráficos na gravura em metal, xilogravura e litografia. Por meio desses núcleos tipológicos será possível estruturar diversas leituras em monitorias e palestras, como as diversas versões dos temas Retrato, Paisagem, Imagem Cristã, Cartografia etc. Oferece-se, desta forma, não apenas uma evolução das técnicas, mas a possibilidade de múltiplas abordagens temáticas. Cobrindo, em sua proposta historiográfica, praticamente 500 anos de arte da gravura, apresenta-se um panorama histórico e técnico para estudiosos e um deleite para os olhos do apaixonado pela imagem.
George Rembrandt Gütlich
* Casos de Renina Katz – coleção da artista e Giovanni Battista Piranesi – coleção particular.
William Hogarth Anรกlise da beleza
M ARAVILHAS Sierd Geertsma Desempregados
DE UM
G ABINETE
Martin Schongauer TrĂŞs guerreiros do Velho Testamento
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s c oleç ões conhecidas por gabinetes são antes de tudo espaços de estudo e de exposição simultâneos e têm por história práticas que remontam ao Renascimento, quando a nobreza ou a burguesia esclarecida, no afã de se afirmar pela alta cultura, patrocinavam estudos acerca dos temas mais variados: arqueologia, botânica, arte, o novo mundo, as novas ciências... e, por meio dos objetos dispostos, suscitavam discussões, produções intelectuais ou simplesmente curiosidades. Sistematizando-se a partir do século XVI, tais coleções, também conhecidas como “Câmaras de Maravilhas” ou “Gabinete de Maravilhas”, derivaram paulatinamente nos museus como os conhecemos atualmente. Iniciaram-se, pois, com o acúmulo de objetos em gabinetes ou galerias e depois passaram a se dividir em tipologias específicas como pinturas (ou pinacotecas), esculturas, arte sacra, arte moderna etc. No entanto, os museus preservaram seus gabinetes como espaços específicos para a preservação de obras que se baseiam no papel como suporte – tais como o desenho, a gravura, a fotografia – e que necessitam de cuidados e acondicionamento semelhante. Esses espaços de estudo e exposição se mantiveram como ambientes inseridos em museus – a exemplo do gabinete Carlos Oswald no Museu Nacional de Belas Artes no
Rio de Janeiro, ou a Pinacoteca do Estado de São Paulo, com o Gabinete José e Guita Mindlin –, apresentando características próprias de acondicionamento, de leitura e de organização museográfica ou museológica. A coleção do Atelier De Etser foi o ponto de partida da exposição deste Gabinete, cujo núcleo histórico se inicia com uma série de mestres dos séculos XV e XVI e com abordagens peculiares de cenas bíblicas, a partir das quais é possível compreender as diferenças de representação resultantes de cada época e lugar. Tais obras são mais que reconstruções arqueológicas: refletem uma consciência do aspecto metafórico das passagens bíblicas.
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o p on to de vista técnico e em função do enfoque da coleção, foi dedicada maior atenção à gravura em metal, seguida pela xilogravura e depois a litografia. Da gravura em metal, estão expostas todas as variantes técnicas: o buril, a água-forte, a ponta-seca, a mezzotinta, a aquatinta e até um exemplo de heliogravura, a origem da fotografia. A xilogravura possui exemplos em xilo de fio, de topo, linoleogravura e impressão à base d’água. Da litografia, os exemplos soberbos de Honoré Daumier e de Walter Gramaté dão conta das variantes da litografia de linha e de mancha.
Retratos Uma atenção especial foi dedicada à sequência de retratos, que se estende do século XVI ao XX. Pela evolução da imagem impressa é possível observar várias maneiras de apresentar o retratado. Parte-se do século XVI, no qual se faz evidente a gravura de homenagem, de caráter póstumo e laudatório, a exemplo do retrato em buril de Hieronimus Cardanus, obra de gravador anônimo mas de exímia execução, ou o retrato de Felipe da Borgonha, elaborado conforme o gosto maneirista por Nicolaes de Clerk, em que se exibe junto à imagem o extenso título do nobre. Esse gênero da imagem, no século XVII, passa pelo retrato em água-forte de Carlos I, interpretado a partir da pintura de Anton Van Dyck, em que a habilidade do gravador em transportar os valores da pintura para a gravura em metal se faz notar, como a direção da pincelada e a variação de matérias imitadas pela tinta. Nesse momento, fica evidente a importância do modelo pictórico para a gravura de interpretação, a ponto de impulsionar o desenvolvimento da maneira negra, ou mezzotin-
Hans Van Dokkum Autorretrato
ta, uma técnica concebida especificamente para a reprodução fidedigna de pinturas sobre tela. O autorretrato, situação em que o artista se permite figurar, possui uma história particular na gravura, e é nesse nicho que Rembrandt se manifesta como exemplo máximo, uma vez que não se preocupa apenas em se apresentar em situações polidas, em que a pose nobre revela um caráter alheio ao mundo, mas se enxerga com todas as vicissitudes da existência. Nesta mostra, podemos observar o autorretrato como notícia biográfica no século XX na obra em ponta-seca de Julius Barth, inspirado por Rembrandt, na qual os olhos do artista mergulham nos do observador, ou na água-forte de Van Dokkum, obra dolorosa que revela sua cidade natal, Roterdã completamente em chamas após o bombardeio alemão na 2ª Grande Guerra, ou ainda na xilogravura de Goeldi em que as rugas não ocultadas da face registram a experiência de uma vida intensa. Dentro desse gênero, além das homenagens e do autorretrato como crônica da vida, podemos observar, ainda, variações de retórica do modelo, a forma como se apresenta o retratado, seu status social, até particularidades técnicas pertinentes a cada momento da história da gravura.
Mestres e Seguidores Podemos pensar em um eixo temático que se evidenMonogramas de Albrecht Dürer, Lucas van Leyden e Albrecht Aldegrever. ciou pela relação “mestre e seguidores”, exemplificados pela sequência Schongauer, Dürer, Binck, Aldegrever, van Leyden. Nesta ordenação, nota-se a afinidade na construção gráfica das imagens entre o sistema de organização das tramas de linhas e a eleição de um monograma que acaba como paradigma. Albrecht Aldegrever, por exemplo, altera o nome para se valer de um símbolo semelhante ao de Dürer; Lucas van Leyden replica o procedimento, inserindo suas iniciais, um L cortado ao meio, numa plaqueta, também ao estilo do mestre alemão.
Gravura e Pintura Um fator interessante se dá quando a gravura passa a influenciar a pintura, quando as particularidades expressivas da imagem impressa ampliam as possibilidades de efeito na pintura e no desenho. Vemos Rembrandt e Goya como provas máximas desta prática de ver na gravura um veículo expressivo e inspiração para a pintura.
Neste momento em que as matérias se influenciam, vemos pinturas que são testemunhas de qualidades da luz soturna da gravura em metal, de luzes e sombras misteriosas que só foram possíveis pelo contato com o processo gráfico. No caminho inverso, a gravura de Piranesi se mostra influenciada pela obra em água-forte de Canaletto, que era pintor por excelência e, por isso, acaba por registrar mais variações tonais na paisagem que usualmente um desenhista ou gravador faria. Num momento mais recente, a pintura expressionista também se revelou tributária de uma xilogravura de feitio simples, cuja impressão era pautada pelo alto contraste, pela redução de elementos compositivos e pela eliminação de valores tonais de transição. O corte bruto das ferramentas sobre a madeira e a comunicação imediata das imagens passaram a se transportar ideologicamente para o gesto pictórico. Cornelis Danckerts de Rij (II) Retrato de Carlos I Baseado em pintura de Sir Antonhy Van Dyck
Imagens Cristãs e satíricas As cenas bíblicas determinam os temas iniciais desta exposição, de uma Judite de Jacopo da Barbari, interpretada ao modo de uma estátua clássica, passando pelos guerreiros de Schongauer, em que Josué se apresenta com os trajes germânicos da época do gravador, pela esplêndida Cristo no Horto das Oliveiras, de Dürer, em que cada detalhe é tratado com profunda devoção e intensidade e pela ousada composição do encontro entre o Rei David e Abigail, em que vários tempos e lugares são sugeridos em apenas uma imagem.
Uma cena já do Barroco tardio, Moisés partindo a rocha, de Ertinger, de composição movimentada, complementa o desenvolvimento das imagens bíblicas e evidencia como esta vai perdendo a intensidade devocional e ganhando elegância na medida em que se avança para o século XVIII. De outro lado, a imagem de ordem satírica tem por origem, nesta leitura da gráfica, o inventário de mendigos de Jacques Callot, seguido pelas imagens de Rembrandt e Van der Vliet. Hogarth, na Inglaterra de meados do século XVIII, ampliará a sátira à política e à critica ao gosto burguês, seguida no século XIX pelas litografias de Honoré Daumier, o pai da caricatura moderna, publicadas na imprensa parisiense. Do grande gravador satírico Francisco José de Goya y Lucientes, entretanto, foi escolhida a obra Tauromaquia nº 3, da série composta por 33 gravuras, mais 11 complementares, executadas em água-forte, aquatinta e buril, motivadas pela ideia original de ilustrar a Carta histórica sobre el origen y progreso de las corridas de toros en España (1777), escrita por Nicolás Fernández de Moratín. Goya compõe um inventário de suas lembranças em relação às touradas, assim como exercita sua técnica de primoroso gravurista. Jacob Binck Madona sentada em um banco
Cartografia As mapotecas dos gabinetes se justificam pela presença dos mapas, itens que constituem um capítulo à parte nas coleções de arte sobre papel, a exemplo das importantes mapotecas do Itamarati e da Marinha, e necessitam procedimentos específicos para organização e interpretação. Há três imagens de extremo interesse para esta exposição: dois grandes exemplos do século XVI e um do século XVIII. A xilogravura do mestre RMD (Hans Rudolph Manuel Deutsch) nos apresenta uma descrição do anfiteatro romano de Verona, proveniente da Cosmographia, de Sebastian Munster,
Abraham Ortelius România e Região dos Balcãs
o mais importante compêndio de descrição do mundo até então surgido no seio da cultura alemã. Outro exemplo complementar é dado pela obra de Abraham Ortelius que, à maneira da cartografia do Renascimento, apresenta um misto de mapa e vista aérea, ainda com inserção de elementos alegóricos, que são componentes quase obrigatórios: os monstros marinhos, as diferenças entre os barcos dos temidos turcos otomanos e dos cristãos, além dos emblemas colocados na lateral, que são uma citação dos troféus de guerra romanos.
Paisagem e Pastoral Já no domínio da paisagem urbana temos um dos pontos máximos desta mostra: a obra de Piranesi. A peça exposta, uma esplêndida Vista da Basílica de São Pedro pertence à série “Vistas da Cidade”. Pode-se notar, neste exemplo, a maestria do genial gravurista ao descrever, com tonalidades variadas, os planos da paisagem com as luzes a banhar as construções, as vias e as figuras que se movimentam pelo cenário grandioso.
Nicholaes Berchen Cena pastoral
Um gênero de imagens que se difundiu entre os séculos XVII e XVIII foi o “pastoral”, a representação de cenas bucólicas com pastores vagando ou em meio a ruínas adormecidas no campo, a exemplo das gravuras de Berchen-Vischer e Roos-Riedinger-Hertel. Estes dois exemplos compreendem um recorte das interpretações barrocas e rococós do mundo clássico e da “Idade de Ouro”, a época da inocência e do pastoreio, e que encontra correspondentes na literatura e na música.
Alegoria e Emblemática A alegoria e a emblemática possuem nesta exposição um recorte específico do período barroco, no século XVII, época áurea para esse tipo de imagem que requer olhar atento para a iconologia, ou a compreensão do significado das imagens. Muitas vezes herméticas, essas imagens são de difícil leitura sem o apoio de um léxico específico, mas sempre há a beleza da imagem que por si só já basta. Mas quando a leitura se perfaz, as formas ganham outra dimensão. A grande gravura de Rubens-Pontius nos possibilita uma visita no mundo simbólico da grande arte do século de ouro dos Países Baixos espanhóis (Flandres). Trata-se de uma alegoria que versa sobre a coroação de um dos três Príncipes Eleitores do Sacro Império Romano Germânico, o Arcebispo de Mogúncia (Mainz). Aqui, o evento é pontuado com uma grandiosidade notória, dado que o Sacro Império encontrava-se então em plena Guerra dos 30 Anos, entre protestantes (príncipes alemães protestantes e reis de potências reformadas, tais como Suécia e Holanda) e católicos (príncipes católicos alemães e italianos, Império Espanhol, Roma pontifícia). Com a gravura de Romeyn de Hooghe, Alegoria do rio Ijsel, temos um comentário de
caráter geográfico que se vale de elementos da heráldica, a arte dos brasões de armas, uma rica e detalhada alegoria sobre a cidade de Amsterdã como capital do império comercial holandês, tendo em primeiro plano o rio Ij personificado – coroado por Mercúrio, senhor do comércio –, ao lado da própria cidade de Amsterdã, aqui representada por uma donzela. O buril de Abraham van Diepenbeeck, povoado de elementos alegóricos, como as musas da paz e da guerra, pertence à única edição do primeiro trabalho topográfico do barão Jacques Le Roy (geógrafo e historiador belga, 1633-1719) sobre a região de Brabant na França (ilustrado por vários artistas, inclusive Frans Ertinger, também presente nesta exposição), baseado nos trabalhos Anônimo francês séc. xvii Emblema
de Gramaye, de Miraeus e em um manuscrito de Jean Blondeau, intitulado “Commentaires sur le roman-pays de Brabant”, uma obra agora perdida e que jamais foi publicada. De caráter mais reservado, de uma cultura de gabinete, ou de escritório do erudito, temos o mundo das Emblematas, representado por dois pequenos exemplos anônimos do século XVII. “Emblema”, “empresa” ou “divisa” é uma associação de uma imagem pictórica com uma legenda, que representa um conceito ou uma entidade. Sobretudo entre os séculos XV e XVIII, designaram-se emblemas cada um dos conjuntos constituídos por uma imagem enigmática e por uma frase, que ajudavam a decifrar um sentido oculto moral, explicado por um texto em verso ou em prosa. As obras expostas, duas delicadas gravuras, resolvidas com água-forte, demonstram claramente a riqueza poética dessa forma de arte antiga. Os óculos dotados de prismas, relacionados à visão dos que amam, indicam-nos as relações entre palavra, imagem e significado – aqui, de ordem moral – que sintetizam o desafio da criação do emblema, muitas vezes nascido de um vigoroso e profundo olhar sobre as coisas humanas e sobre as coisas do mundo.
Gravura Oriental A gravura oriental sempre é um capítulo à parte, uma vez que a China é o próprio berço da imprensa. Geralmente é representada pela xilogravura japonesa, pelo fato de esta ter se difundido e influenciado o Ocidente. Dentre os artistas japoneses, talvez o mais famoso seja Katsushika Hokusai, considerado um marco tanto para a gravura japonesa como para a ocidental. Hokusai, que, em determinado momento de sua vida, chamou-se “o Holandês”, absorveu técnicas de anatomia e perspectiva ocidental por influência de estampas europeias, mas também veio a contribuir de modo radical para a apreensão do espaço e do movimento na pintura e na gravura impressionistas. As obras do artista belga Albert Baertsoen, por exemplo, beneficiam-se de artifícios revelados pela imagem japonesa, como expor superfícies refletidas na água ou evidenciar pequenos objetos em primeiro plano, com a paisagem ao fundo.
Katsushika Hokusai Mangá cena de batalha
Crítica Social A gravura de crítica social é representada aqui pela linoleogravura do holandês Sierd Geertsma, importante pintor, ilustrador e gravador nascido na província da Frísia. Artista apaixonado pela paisagem de sua Frísia natal, Geertsma se dedicava a captar aspectos dos bosques, das dunas, criando obras de ambiente fantástico e onírico. Mas sua obra em exposição exibe dois desempregados, numa característica composição de cartaz inspirado fortemente pela então vigente gráfica socialista. Provavelmente, essa obra foi realizada no período entre guerras, no auge da crise econômica que se abateu sobre a Europa e gerou as ditaduras que levaram à Segunda Guerra Mundial.
No Brasil A arte da gravura no Brasil está representada aqui por quatro de seus grandes expressionistas: Oswaldo Goeldi, Marcello Grassmann, Otávio Araújo e Renina Katz, coincidentemente todos em xilogravura. A novidade da gráfica oficial no Brasil, que remonta à chegada da família real portuguesa em 1808, mesmo com exemplos esparsos anteriores e posteriores a essa data, apenas se afirma como arte e se difunde entre os Honoré Daumier Costumes conjugais
pintores a partir do esforço de Carlos Oswald, em 1914, com a criação do ateliê de gravura do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Notavelmente, dessa primeira safra surgem exímios gravadores, afinados com a técnica como forma de expressão e não apenas como reprodução. Este módulo inicia-se com Oswaldo Goeldi, que teve sua formação ligada à tradição europeia e nutriu profunda admiração por artistas como Alfred Kubin e James Ensor. Goeldi apresenta uma vertente trágica da arte brasileira. Toda a sua obra é de uma densidade sem desvios, salvo por seu amor pela gravura japonesa que, por vezes, invadia sua visão de mundo. O autorretrato aqui apresentado, em impressão póstuma, faz parte de um tema que Goeldi retomava com frequência, como se desejasse se analisar. Dessa matriz, o próprio mestre não havia tirado sequer uma prova, como se bastasse o trabalho de entalhe. Renina Katz tem sua extensa obra gráfica guiada por duas vertentes do modernismo: pelo expressionismo de caráter socialista e, depois, pelo abstracionismo. A xilogravura desta exposição, O parque, é uma de suas mais célebres peças figurativas. Uma imagem cotidiana – a cena de
um parque de diversões – em que a artista demonstra sua maestria numa complexa composição e por onde o olhar do observador passeia por riquíssimos detalhes. Otávio Araújo desenvolveu sua linguagem gráfica apoiado, em um primeiro momento, no expressionismo alemão e, depois, no surrealismo. A obra exposta, impressa por José Pacelo, demonstra claramente a vertente expressionista de Araújo, pendor este que o tornou famoso na xilogravura. O artista permite-se usufruir de todo o vocabulário da xilo de fio, disposta pela matriz de madeira, inserindo na terrível imagem uma matéria que conversa perfeitamente com o tema proposto. Marcelo Grassmann, um dos mestres da gravura brasileira, mergulha fundo em sua arte, em quaisquer das manifestações que elege como meio expressivo. A obra exposta, Cena fantástica, uma xilogravura de topo premiada na 1ª Bienal de São Paulo, reflete o perfeito domínio do entalhe e do poder expressivo da técnica, herdada de sua formação primeira como entalhador artístico, além de fixar em cena seu mundo povoado de miragens mitopoéticas. Um artista que se mantém ativo, com uma obra vigorosa e que nunca cedeu aos apelos do mercado.
Notavelmente, os mestres brasileiros presentes nesta exposição constituem o início de uma longa jornada de influências – alunos que se tornaram mestres de gerações e que se pretende ilustrar com o núcleo dedicado à produção de gravura em São José dos Campos.
Otávio Araújo Mãe chorando
Renina Katz O parque
George Rembrandt Gütlich Embaré
G RAVURA Douglas Barzon Nigredo
B REVE P ANORAMA DA EM S ÃO J OSÉ DOS C AMPOS
Luiz Fernando Chalita O teatro que virou atelier, que virou... que virou...virou.
S
abe-se que Marcello Grassmann andou por estas paragens no final dos anos 1940, por um motivo pouco ligado à arte, mas ligado aos bons ares e ao tratamento de saúde que seu irmão fazia em nossa cidade. Deste período, são testemunhos alguns desenhos, retratos dos irmãos, das galinhas no quintal... Nenhuma gravura. Poderia ter sido aí o surgimento da gravura artística em São José dos Campos. Em 1962, antes de seu abrupto encerramento, a Escola de Belas Artes do Vale do Paraíba reuniu em torno da disciplina de Gravura alguns apaixonados pelos processos de impressão, como Louiz Rovis, Enrico Schaeffer, Annie Galitzine e Johann Gutlich, entre outros. A impressão em si, porém, não foi vivenciada por eles, que se restringiram à observação de fac-símiles dos mestres. O surgimento da gravura na cidade seria adiado mais uma vez. A prática da gravura teve início, finalmente, nos anos 1980, quando Arlindo Daibert se propôs a imprimir de modo caseiro uma série dedicada ao livro Grande Sertão: Veredas. Ele concebia, imprimia e editava uma gravura por mês, que era vendida num sistema de clube de colecionadores. Em paralelo, Leonino Leão imprimia delicadas mo-
notipias com tintas feitas a partir de pigmentos por ele elaborados e Luiz Beltrame pesquisava serigrafia com processos não usuais, que lhe permitiam registrar as granulações do desenho diretamente sobre a tela. A primeira prensa de gravura em metal foi montada em 1984, no extinto departamento de cultura sob a orientação de Luciana Mello, artista ainda ativa na cidade. Por esta prensa, a cidade foi apresentada à prática da gravura, quando os primeiros rudimentos da técnica se revelaram. Por vários anos adormecida sob uma escada na histórica igreja de São Benedito, esta mesma prensa foi ressuscitada em 1991, quando George Gütlich, já dominando os processos, propôs-se a montar um ateliê de xilogravura e gravura em metal a convite da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).
I
naugurado no andar superior do Cine Teatro Benedito Alves da Silva, tendo por jardim a paisagem emblemática do banhado, de 1991 a 1996 o ateliê fomentou a produção e discussão da gravura de maneira sistemática e apaixonada. Ao lado do ativo Cineclube e dos grupos de teatro da cidade, o ateliê firmou-se rapidamente no cenário artístico regional, movimentando
frequentadores de várias cidades do Vale do Paraíba. Em 1994, como fruto de uma série de experiências construtivas como workshops e exposições sobre gravura na Galeria Volpi da FCCR, a comissão setorial de artes plásticas promoveu a primeira e única Bienal Nacional da Gravura, que, a despeito da excelência na qualidade, não teve sucessão. Os efeitos das exposições, das discussões e o acervo resultante dessa Bienal ainda são notados tanto na qualidade da produção local quanto no melhor conjunto de obras do antigo Museu Municipal, que é composto pelo núcleo gráfico adquirido em grande parte naquele evento. No ano de 1996, o ateliê foi transferido para o Parque da Cidade, junto a outros ateliês, perdurando até 2009. Neste meio tempo, em 1999, como produto do ateliê da Fundação, foi fundado o Atelier De Etser, que homenageia em seu nome o estimado historiador da arte Enrico Schaeffer. Sua criação foi em parte devida à extinção da galeria Volpi e das Comissões Setoriais na FCCR. Ainda existente, o Atelier De Etser produz e promove atividades, exposições e abriga o acervo do gabinete aqui apresentado. O tempo que o ateliê da FCCR permaneceu
em atividade, de 1991 a 2009, foi suficiente para consolidar a produção e a inserção de vários gravadores de relevância. Por este resumo exposto, é possível ter noção da amplidão das propostas poéticas surgidas entre as prensas e tintas.
Cláudio Caropreso Nascido em São José dos Campos, 1975 Legítimo herdeiro do sarcasmo de Hogarth, Cláudio Caropreso oferece, em matriz perdida, um verdadeiro exercício da antipropaganda. Neste universo de mensagens e imagens que levam a nada, temos presente um olhar arguto sobre nosso tempo e lugar. A partir de situações inusitadas, Cláudio se apropria de xenofonias que vão ganhando outro sentido além de sua intenção original. Desde o início de sua carreira como gravador, Caropreso se identificou com a xilogravura, linguagem afeita ao cartaz pela sua comunicação direta, e dedica-se à técnica de matriz perdida, tornando-se um mestre nesta modalidade da gravura de relevo.
Douglas Barzon Nascido em São José dos Campos, 1968 O mais antigo integrante do ateliê de gravura de São José dos Campos, Douglas Barzon mergulhou a fundo no universo da simbologia e da gravura em metal. Sua poética fortemente alicerçada na obra de grandes mestres do passado mostra a possibilidade da coexistência, no mundo moderno, dos motos e empresas da arte emblemática. Um paralelo com sua obra pode ser feito com os dois emblemas franceses anônimos do século XVII presentes no gabinete.
Francisco José Maringelli Nascido em São Paulo, 1959. Trabalhou em São José dos Campos entre 1995 e 2005. Gravador que já faz parte do panteão de mestres da gravura brasileira, Francisco Maringelli é um apaixonado pela arte do entalhe, pelo desenho revelado na matriz. As ferramentas de corte são, nas mão de Maringelli, o pincel de um pintor. Se à primeira vista se revelam cortes nervosos, ao olhar mais atento é oferecido um primor de execução da matriz e impressão. Tema nascido durante o estágio joseense de Maringelli, os manequins mutilados aparecem nestas gravuras como uma citação.
Cláudio Caropreso Sem título
George Rembrandt Gütlich Nascido em São José dos Campos, 1968 Gravador e ex-professor do ateliê de gravura da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, de São José dos Campos. O trabalho escolhido para esta mostra, um conjunto de gravuras em metal, apresenta um tema recorrente para o artista: a arquitetura industrial em ruínas. O estado decadente ao qual os velhos edifícios estão sujeitos é tratado de forma análoga pela corrosão do ácido na técnica de água-forte, propondo uma especulação sobre as afinidades entre tema e técnica.
Luiz Fernando Chalita Nascido em São José dos Campos, 1965 O artista frequentou o ateliê de gravura em dois momentos distintos. Desde sua primeira gravura, deu indícios de ter encontrado seu meio expressivo; em sua segunda investida, apresentou elementos de sua atual obra. Sua poética, guiada por um desenho rigoroso, celebra os edifícios em escombros e estagnados de São José dos Campos. Chalita compõe, por esta série, uma crítica de sua cidade. Por meio de grandes pranchas de madeira gravadas com extremo esmero, e com sobreposições de matrizes em camafeu, idealiza
um estado luminoso que provoca estranhamento. Ao mesmo tempo, confere uma impressão de volume e ambiência impar às imagens.
Reiko Shimizu Nascida em Tóquio, 1966. Radicada em São José dos Campos desde 1996. Com formação internacional, esta artista de múltiplos interesses foi apresentada à gravura em São José dos Campos, onde desenvolve um trabalho que é um desdobramento de seu projeto poético. A partir de reflexões sobre o corpo, a identidade e a maternidade, Reiko insere na gravura em metal sua maneira de pensar a arte como um reflexo da vida. As obras apresentadas nesta exposição remetem à primeira impressão feita pelo ser humano, a partir de sua própria digital. As impressões digitais foram utilizadas como pincéis ou sistemas de retícula perdendo suas características enquanto unidade para compor uma massa gráfica.
Reiko Shimizu Mundo digital nยบ 11
Francisco JosĂŠ Maringelli Aos antigos moradores as batatas podres
Artistas e Obras Expostas Martin Schongauer
n. 1440, Colmar (Alemanha) m. 1491, Breisach (Alemanha) Três guerreiros do Velho Testamento Xilogravura, c. 1490. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 11,7 x 15,2 Matriz: 11,7 x 15,2 Papel: 12,0 x 16,0
Jacopo da Barbari
n. 1440, Veneza (Itália) m. 1516, Bruxelas (Bélgica) Judith com a cabeça do general Holofernes Buril, s.d. (prov. fim do séc. XV) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 17,5 x 9,1 Matriz: 18,0 x 9,7 Papel: 20,0 x 13,1
Albrecht Dürer
n. 1471, Nuremberg (Alemanha) m. 1528, Nuremberg (Alemanha) Cristo no Horto das Oliveiras Xilogravura pertencente à “Série da Pequena Paixão”, c. 1511 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 12,0 x 9,6 Matriz: 12,0 x 9,6 Papel: 12,0 x 9,6
Heinrich Aldegrever
n. 1502, Paderborn (Alemanha) m. c. 1555, Soest (Vestfália – Alemanha) O Rico no Inferno e Lázaro no Céu pertencente à série “A história do Homem Rico e do Pobre Lazarus”. Buril, 1554 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 8,1 x 11,0 Matriz: 8,1 x 11,0 Papel: 8,1 x 11,0
Jacob Binck
n. c. 1490-1504, Colônia (Alemanha) m. c. 1568/69, Königsberg (atual Caliningrado, Rússia) Madona sentada em um banco Buril, s.d.(Séc. XVI). Dimensões da obra (cm) Área gravada: 9,1 x 6,9 Matriz: 9,1 x 6,9 Papel: 9,1 x 6,9
Lucas van Leyden
n. 1494, Leiden (Holanda) m. 1533, Leiden (Holanda) Rei David encontrando Abigail Buril, 1509 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 26,8 x 19,2 Matriz: 26,8 x 19,2 Papel: 32,7 x 22,8
Hans Rudolph Manuel Deutsch (rmd) n. 1525, Basileia (Suíça) m. 1571, Morges (Cantão de Waadt, Suíça) “THEATRVM VERONENSE” (Anfiteatro de Verona) Ilustração em xilogravura (de 1549) e tipografia, pertencente à obra do cartógrafo Sebastian Munster “Cosmographia”. Primeira edição em latim do original alemão, em Basileia, 1550. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 20,3 x 36,8 Papel: 28,7 x 38,5
Nicolaes de Clerck (ou Klerck) Ativo entre 1599-1621, Delft (Holanda) Retrato de Felipe I de Habsburgo Buril, s.d. (início do séc. XVII). Dimensões da obra (cm) Área gravada: 15,5 x 12,0 Matriz: 15,5 x 12,0 Papel: 19,8 x 13,0
Jacobus Houbraken
n. 1698, Dordrecht (Holanda) m. 1780, Amsterdã (Holanda) Retrato de Arnold Hobraken Buril, s.d. (séc. XVIII). Dimensões da obra (cm) Área gravada: 15,6 x 10,0 Matriz: 15,6 x 10,0 Papel: 15,6 x 10,0
Anônimo Italiano do século xvi Retrato de Hieronymus Cardanus Buril, s. d. (prov. fim do séc. XVI). Dimensões da obra (cm) Área gravada: 10,4 x 8,0 Matriz: 10,4 x 8,0 Papel: 23,0 x 17,0
Cornelis Danckerts de Rij (II)
n. 1596, (?) m. 1658, Amsterdã Retrato de Carlos I Água forte. séc XVII, baseado em obra de Sir Antonhy Van Dyck Dimensões da obra (cm) Área gravada: 13,0 x 9,7 Matriz: 13,0 x 9,7 Papel: 15,4 x 8,1
Flamínio Torre
n. 1621, Bolonha (Itália) m. 1661, Modena (Itália) Retrato de homem Água-forte, s. d. (séc. XVII) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 9,4 x 7,1 Matriz: 9,4 x 7,1 Papel: 9,8 x 7,6
John Faber Jr.
n. c.1695, Amsterdã (Holanda) m. 1756, Londres (Inglaterra) Retrato de Richard Steel Mezzotinta, 1720 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 17,5 x 12,5 Matriz: 17,5 x 12,5 Papel: 17,5 x 12,5
Abraham Ortelius
n. 1528, Antuérpia (Bélgica) m. 1598, Antuérpia (Bélgica)
Jacopo Castaldo
n. 1500,Villafranca de Piemonte (Itália) m. 1566, (?) (Itália)
Frans Hogenberg
n. c. 1540, Mechelen (Bélgica) m. c. 1590, Colônia (Alemanha) Romania (Mapa da Romênia e dos Bálcãs) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 39,2 x 31,8 Matriz: 39,2 x 31,8 Papel: 39,7 x 56,7
Carlo Cesio (baseado em Annibale Caracci) n. 1626, Antrodoco (Itália) m. 1686, Rieti (Itália) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 25,0 x 28,0 Matriz: 25,0 x 28,0 Papel: 28,5 x 29,5
Paulus Pontius
n. 1603, Antuérpia (Bélgica) m. 1658, Antuérpia (Bélgica)
Peter Paul Rubens
n. 1577, Siegen (Alemanha) m. 1640, Antuérpia (Bélgica) Alegoria da Coroação do Príncipe Eleitor Arcebispo de Mogúncia (Mainz) Anselm Casimir Wambold von Umstadt (1629–1647) Água forte e buril, entre 1629 e 1640 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 51,5 x 37,4 Matriz: 51,5 x 37,4 Papel: 51,5 x 37,4
Jacques Callot
n. 1592, Nancy (França) m. 1635, Nancy (França) Série de quatro mendigos Água-forte com echope, 1622 Dimensões das quatro obras (cm) Área gravada: 13,8 x 8,7 Matriz: 13,8 x 8,7 Papel: 14,2 x 9,5
Rembrandt van Rijn
n. 1606, Leiden (Holanda) m. 1669, Amsterdã (Holanda) As três árvores Água forte, ponta seca e buril, 1643. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 21,0 x 27,6 Matriz: 23,0 x 30,0 Papel: 30,0 x 40,0 Cristo pregando aos doentes também conhecida como “A gravura dos 100 florins” Água forte, ponta seca e buril, c. 1649 (impressão do século XIX) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 28,0 x 39,5 Matriz: 29,5 x 41,0 Papel: 40,0 x 50,5 Não está Água forte, 1630 (cópia heliográfica de Armand Durand, 1831-1905) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 11,0 x 3,5 Matriz: 11,0 x 3,5 Papel: 12,5 x 5,5
Jan Georg van Vliet
n. c. 1610, Delft ou Leiden (?) (Holanda) m. após 1635 Mendigo corcunda Água forte, 1632. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 9,2 x 6,8 Matriz: 9,2 x 6,8 Papel: 10,0 x 7,5
Johann Elias Riedinger sculps. Aquae forti (Gravurista) n. 1698, Ulm (Alemanha) m. 1767, Augsburg (Alemanha)
Johann Heinrich Roos inv. et del. (Pintor) n. 1631, Otterberg (Alemanha) m. 1685, Frankfurt (Alemanha)
n. 1640, Weil (Alemanha) m. 1710, Paris (França) Moisés partindo a rocha Água forte, 1674 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 48,0 x 30,5 Matriz: 48,0 x 30,5 Papel: 48,0 x 30,5
Johann Georg Hertel (Editor) n. c. 1700-01, Augsburg (Alemanha) m. 1776, Augsburg (Alemanha) Cena pastoral Água-forte, s. d. (séc. XVIII), baseada em Johann Heinrich Roos. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 22,7 x 23,0 Matriz: 23,2 x 23,4 Papel: 26,0 x 25,5
Anônimo francês do séc. xvii
Romeyn de Hooghe
Frans Ertinger
Dois emblemas “QUID NON VIDEATUR AMANTI” e “MARES HAEC FOEMINA VINCIT” Água-forte, s. d. (prov. meados do séc. XVII) Dimensões das duas obras (cm) Área gravada: 7,2 x 6,5 Matriz: 7,2 x 6,5 Papel: 8,5 x 6,7
Cornelis Visscher
(baseado em Nicolaes Berchem) n. 1629, Haarlem (Holanda) m. 1707, Haarlem (Holanda) Cena pastoral Água forte, s. d. (prov. meados do séc. XVII). Dimensões da obra (cm) Área gravada: 14,7 x 19,3 Matriz: 15,5 x 20,0 Papel: 21,5 x 28,2
n. 1645, Amsterdã (Holanda) m. 1708, Haarlem (Holanda) Alegoria do rio Ijsel Água-forte e buril, 1671. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 17,5 x 13,0 Matriz: 17,5 x 13,0 Papel: 17,8 x 13,4
Abraham van Diepenbeeck
n. 1596, ‘s-Hertogenbosch (Holanda) m. 1675, Antuérpia (Bélgica) Frontispício da Topographia Historica Gallo-Brabantiae Buril, 1692 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 32,7 x 20,0 Matriz: 34,0 x 21,0 Papel: 37,0 x 22,5
Katsushika Hokusai
n. 1760, Edo (atual Tóquio, Japão) m. 1849, Edo (Japão) Cena de batalha Xilogravura em duas cores, s.d. (prov. fim do séc.XVIII) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 20,5 x 27,0 Matriz: 20,5 x 27,0 Papel: 20,5 x 27,0
Giovanni Battista Piranesi n. 1720, Mestre, Veneza (Itália) m. 1778, Roma (Itália) Vista da Basílica de São Pedro Água-forte e buril, c. 1750 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 38,0 x 54,0 Matriz: 38,0 x 54,0 Papel: 38,0 x 54,0
William Hogarth
n. 1697, Londres (Inglaterra) m. 1764, Londres (Inglaterra) Thomas Cook (intérprete) n. c. 1744 - Londres (Inglaterra) m. 1818 – Londres (Inglaterra) A tabela gravada intitulada Analisys of Beauty (Análise da beleza) é uma impressão posterior e independente de uma das duas ilustrações originais pertencentes a um livro do mesmo nome, de autoria de Hogarth, originalmente publicado em 1753, em Londres. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 48,2 x 36,3 Matriz: 49,5 x 40,0 Papel: 52,0 x 42,0
Francisco de Goya
n. 1746, Fuendetodos (Espanha) m. 1828, Bordéus (França) Tauromaquia nº 3. Os mouros, estabelecidos na Espanha, prescindindo dos preceitos do Corão, adotaram essa manifestação – que, ao mesmo tempo, pode ser considerada arte – e soltaram um touro em campo. Água-forte, aquatinta, ponta seca e buril, 1815-1816 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 15,2 x 23,5 Matriz: 18 x 26 Papel: 25 x 33
Charles Mertens
n. 1865, Antuérpia (Bélgica) m. 1919, Calverley, Yorks (Inglaterra) Retrato. Água-forte, séc. XIX. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 20,3 x 26,2 Matriz: 21,0 x 23,0 Papel: 43,8 x 61,5
Victor Hagemann
Honoré Daumier
Walter Vaes
Dissolução Dimensões da obra (cm) Área gravada: 26,4 x 21,0 Matriz: 26,4 x 21,0 Papel: 29,0 x 24,0
n. 1868, Antuérpia (Bélgica) m. 1940, Antuérpia (Bélgica) Três imigrantes Água-forte, ponta seca e aquatinta, s.d. (prov. início do séc. XX) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 15,2 x 20,2 Matriz: 15,2 x 20,2 Papel: 33,0 x 50,0 n. 1882, Borgerhout (Bélgica) m. 1958, Borgerhout (Bélgica) Igreja Água forte e rascador, s.d. (prov. início do séc. XX) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 13,0 x 17,7 Matriz: 13,5 x 18,2 Papel: 49,0 x 34,0 Abadia Água forte e ponta seca, s.d. (prov. início do séc. XX) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 11,5 x 7,9 Matriz: 12,0 x 8,3 Papel: 63,0 x 43,5
Heinrich Knöpfler
n. 1824 Viena (Áustria ) m.1886 Viena (Áustria) Natureza morta Xilogravura, s.d. (meados do séc. XIX) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 37,0 x 30,5 Matriz: 37,0 x 30,5 Papel: 43,9 x 37,5
n. 1808, Marselha (França) m. 1879, Valmondois (França) Litografias publicadas no jornal parisiense Charivari, entre maio 1839 e outubro de 1842: Costumes conjugais Dimensões da obra (cm) Área gravada: 22,7 x 17,7 Matriz: 22,7 x 17,7 Papel: 29,7 x 20,1
Jean-Victor Frond (Fotógrafo) n. 1821, Montfaucon (França) m. 1881, Varredes (França) Frederic Sorrieu (Litógrafo) n. 1807 (França) m. 1881 (França) A partida para a roça Litografia de Frederic Sorrieu sobre fotografia de Jean-Victor Frond de 1859. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 21,5cm x 26,5 cm Matriz: dimensões desconhecidas Papel: 28,5cm x 37cm Richard Baseleer
n. 1867, Antuérpia (Bélgica) m. 1951, Genebra (Suíça) Velho barco Água-forte, verniz mole, s.d. (prov. início do séc. XX). Dimensões da obra (cm) Área gravada: 11,3 x 7,7 Matriz: 18,0 x 12,0 Papel: 63,0 x 43,5
Sierd Geertsma
Oswaldo Goeldi
Hans Van Dokkum
Renina Katz
Arthur Julius Barth
Otávio Araújo
n. 1896, Appelscha (Holanda) m. 1985, Appelscha (Holanda) Desempregados Linóleogravura, s.d. (início do séc. XX) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 13,5 x 21,3 Matriz: 13,5 x 21,3 Papel: 23,0 x 30,0 n. 1908, Rotterdam (Holanda) m. 1995, Utrecht (Holanda) Autorretrato Água-forte e stipple, 1940 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 24,3 x 16,0 Matriz: 24,3 x 16,0 Papel: 32,0 x 24,0 n. 1878, Meißen (Alemanha) m. 1926, Rehbrücke (Alemanha) Autorretrato Água forte e ponta seca, 1921 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 24,5 x 17,6 Matriz: 24,9 x 19,5 Papel: 33,2 x 25,2
Albert Baertsoen
n. 1866, Gand (Bélgica) m. 1922, Gand (Bélgica) O rio Água-forte e ponta seca, s.d. (prov. fim do séc. XIX) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 21,0 x 23,5 Matriz: 22,0 x 24,5 Papel: 33,5 x 48,7
n. 1895, Rio de Janeiro (Brasil) m. 1961, Rio de Janeiro (Brasil) Autorretrato Xilogravura, s.d. (final da dec. de 1950) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 24,7 x 15,7 Matriz: 24,7 x 15,7 Papel: 44,5 x 34,9 n. 1925, Rio de Janeiro (Brasil) Vive atualmente em São Paulo (Brasil) O parque Xilogravura, 1956 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 25,7 x 51,2 Matriz: 25,7 x 51,2 Papel: 44,6 x 65,7 n. 1926, Terra Roxa (Brasil) Vive atualmente em São Paulo (Brasil) Mãe chorando Xilogravura, s.d. (c. 1940-50) Dimensões da obra (cm) Área gravada: 29,5 x 21,7 Matriz: 29,5 x 21,7 Papel: 40,6 x 30,0
Marcello Grassmann
n. 1925, São Simão (Brasil) Vive atualmente em São Paulo (Brasil) Cena fantástica Xilogravura de topo, 1951 Dimensões da obra (cm) Área Gravada: 35,5 x 26,0 Matriz: 50,0 x 32,5 Papel: 63,0 x 43,5
Cláudio Caropreso
n. 1975, São José dos Campos (Brasil) Sem título Matriz perdida, 2010 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 43 x 31 Matriz : 43 x 31 Papel: 50,5 x 39 Sem título Matriz perdida, 2009 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 42,5 x 30 Matriz : 42,5 x 30 Papel: 49 x 36,5 Sem título Matriz perdida, 2009 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 43 x 30,5 Matriz : 43 x 30,5 Papel: 49,5 x 37,5
Douglas Barzon
n. 1968, São José dos Campos (Brasil) Série Emblemata: Nigredo (Obra em negro) Água-forte e aquatinta, 1998 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 5,2 x 5 Matriz : 5,6 x 5,4 Papel: 30 x 20
Ut Minima Maximmum Facit (Por menor que seja, faz-se grande) Água-forte e aquatinta, 2004 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 6 x 5,9 Matriz : 6,4 x 9,3 Papel: 30 x 20 Ubiquet et Semper (Por toda parte e sempre) Água-forte e aquatinta, 2004 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 6,5 x 4,5 Matriz : 6,9 x 4,9 Papel: 30 x 20
Francisco José Maringelli
n. 1959, São Paulo (Brasil) Aos antigos moradores, as batatas podres Xilogravura de fio, 2010 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 50 x 70 Matriz : 50 x 70 Papel: 68 x 88 Apeados do marco zero rumo aos contos mudos da cidade Dimensões da obra (cm) Área gravada: 50x70 Matriz : 50x70 Papel: 68x88 O despejo da moradia dos sonhos, assistido de camarote Dimensões da obra (cm) Área gravada: 50x70 Matriz : 50x70 Papel: 68x88
George Rembrandt Gütlich
n. 1968, São José dos Campos (Brasil) Embaré Água-forte, técnica do açúcar e ponta seca, 2009 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 59 x 78,5 Matriz : 59 x 78,5 Papel: 68 x 89 Ford Taubaté Água forte e ponta seca, 2010. Dimensões da obra (cm) Área gravada: 39,5x 59,5 Matriz : 39,5x 59,5 Papel: 53,5x67,5 Meleira em Santo Amaro da Purificação Água forte, 2011 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 44 x 59 Matriz : 44 x 59 Papel: 48,5 x 59
Luiz Fernando Chalita
n. 1965, São José dos Campos (Brasil) O teatro que virou atelier, que virou... que virou...virou. Xilogravura de fio em camafeu, 2005 Área gravada: 55 x 79,5 Matriz : 55 x 79,5 Papel: 70,5 x 100 O correio que virou ruína...o que virá...? Xilogravura de fio em camafeu, 2005 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 55 x 79,5 Matriz : 55 x 79,5 Papel: 70,5 x 100
Aqui jaz uma cachaçaria Xilogravura de fio em camafeu, 2005 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 55 x 79,5 Matriz : 55 x 79,5 Papel: 70,5 x 100
Reiko Shimizu
n. 1966, Tóquio (Japão) Mundo digital nº 11 Monotipia, 2011 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 70 x 50 Matriz : 70 x 50 Papel: 70 x 50 Mundo digital nº 09 Monotipia, 2011 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 79x56,5 Matriz : 79x56,5 Papel: 79x56,5 Mundo digital nº 04 Monotipia, 2011 Dimensões da obra (cm) Área gravada: 66x45 Matriz : 66 x 45 Papel: 70 x 50
Heinrich Knofler Natureza morta
GLOSSÁRIO
Água-forte: processo de gravação em metal que consiste na abertura de linhas por retirada de verniz com a ponta seca e ação de ácidos. Divide-se em diversas categorias de acordo com o verniz ou o tratamento com o ácido. Aquatinta: processo de gravação de manchas por ação indireta de ácido sobre matriz de metal reticulada com pontos. Berceau: ferramenta utilizada para abertura de superfícies enegrecidas que darão a base para o trabalho mezzotinta ou maneira negra. Brunidor: atuando como um achatador das su-
perfícies gravadas em metal, junto com o rascador auxilia na obtenção de áreas luminosas.
Buril: ferramenta utilizada tanto para a gravura
em metal quanto para a xilogravura de topo, com variações específicas a cada suporte.
Calcogravura: Gravura cuja matriz é de cobre. Gravura de encavo.
Camafeu: Também conhecido como gravura de chiaroscuro em referência aos valores tonais obtidos pela junção de duas ou três matrizes.
Crayon litográfico: lápis gorduroso utiliza-
do para depositar gordura pelo sistema de traços sobre a pedra.
Echope: ponta seca com ponta chanfrada, utili-
zada para conferir dinâmica à abertura de linhas em água-forte. Reproduz tanto o desenho à pena
quanto a gravação do buril onglete. Supõe-se que Jacques Callot tenha sido o primeiro a se valer deste recurso.
Fotogravura: as primeiras experiências fotográficas feitas por Niépce, na França, foram em fotogravura, uma gravação por ação de endurecimento de verniz fotossensível e depois corroídas as partes não endurecidas. Fotolitografia: técnica inventada pelo quí-
mico francês Alphonse Louis Poitevin, em 1855, e que consiste na sensibilização da pedra litográfica pela ação da luz.
Goivas: ferramentas para gravação de xilogravura de fio e linóleo. Compostas por facas, formões e plainas, escopos e goivas em “V”. Linoleogravura: gravura de relevo, cuja ma-
triz é composta por linóleo, forração muito utilizada em meados do século XX e que consiste em pó de madeira aglutinada por resina. Foi muito utilizada para grandes tiragens em gráficas. Possui superfície lisa, o que a distingue de imediato de uma matriz de madeira.
Litografia: processo de impressão planográfi-
co. Inventado pelo impressor de partituras austríaco Aloïs Sennenfelder com o intuito de acelerar a produção de impressos de música. Consiste em sensibilizar a superfície de uma pedra calcária e estabelecer áreas que recebem e que repulsam gordura. Compõe a base do off set.
Maneira negra: o mesmo que mezzotinta, técnica criada no século XVII para reproduzir pinturas a óleo. Consiste no escurecimento de uma matriz de metal com um berceau, para posterior abertura de luzes com rascadores e brunidores.
Rascador: ferramenta usada para desbaste de
Matriz perdida: Processo de linoleogravura,
meação. Consiste na delimitação sobre uma tela de náilon, de áreas vedadas e abertas, por onde a tinta é transferida ao suporte final.
também conhecido por técnica de Picasso. Consiste na produção de todas as cores da quadricromia a partir de uma só matriz, pelo processo de subtração e sobreposição de cores mais escuras sobre claras.
Mezzotinta: equivalente a maneira negra. Ponta seca: instrumento de gravação de técni-
cas de encavo. Há modelos para gravação direta, técnica que produz efeitos aveludados nos traços e pontos e outros de gravações indiretas (água-forte) ou para retirada de verniz e posterior corrosão em água-forte.
Monotipia: impressão de uma cópia apenas.
Imagem que não pertence a uma matriz passível de ser impressa mais de uma vez.
Nielato: relativo à arte de ourivesaria ou ao tra-
balho de entalhe sobre metal com buril. Aos nielatores de Florença, em especial Tomaso da Fininguera, é atribuída a invenção da gravura em metal.
Porchoir: processo de impressão por permea-
ção, segue os mesmos princípios da serigrafia, mas de modo rudimentar. Popularmente conhecido por molde vazado.
Quadricromia: processo de sobreposição de
matrizes com quatro cores básicas, a partir das quais se obtém toda a gama de cores.
áreas gravadas, bem como para abertura de valores tonais na maneira negra; usado tanto na gravura em metal quanto na litografia.
Serigrafia: ou silk screen, impressão por per-
Stipple: processo de gravação à agua-forte cujo procedimento consiste em retículas produzidas por pontos e pequenos riscos sobre um verniz que, depois de aquecido, confere aparência de granulação irregular semelhante à litografia. Tusche: recurso utilizado para simular os efeitos de pinceladas em litografia.
Ukio-ê: cenas da vida flutuante. Na arte popular japonesa, a arte que se diferenciava da arte religiosa e erudita, da qual fazem parte as obras de Hokusai.
Verniz mole: verniz de água-forte utilizado na intenção de produzir traços semelhantes ao crayon, ou para decalcar texturas.
Xilogravura de fio: gravura de relevo cuja matriz é madeira cortada no sentido longitudinal à fibra. Processo mais usual da gravura de relevo.
Xilogravura de topo: gravura de relevo cuja matriz é madeira cortada no sentido transversal à fibra da madeira. Criada pelo inglês Tomas Bewick, se presta à produção de imagens com muitos detalhes e variações tonais e resiste a grandes tiragens. Foi largamente usada na gráfica comercial durante o século XIX e início do século XX.
Albrecht D端rer Cristo no Horto das Oliveiras
Francisco de Goya Tauromaquia nยบ 3
Serviço Social do Comércio
Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Danilo Santos de Miranda Superintendentes Técnico Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistteli Gerências Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Adjunto Flávia Carvalho Assistentes Juliana Braga, Nilva Luz Estudos e Desenvolvimento Marta Colabone Adjunto Andréa de Araújo Nogueira Sesc São José dos Campos Gerente Oswaldo Almeida Jr Adjunto João Omar Gambini Coordenadores Sérgio Seabra [Programação], Pedro Carlos dos Santos [Manutenção e Serviços], Marília Toledo [Alimentação], Marcus Vinicius de Almeida [Administração] Supervisores Consuelo Carvalho [Comunicação], Edimara dos Santos [Atendimento] Gabinete de Gravuras: convivência entre o antigo e o contemporâneo Concepção e Criação do Projeto Equipe SESC São José dos Campos Consultoria George Gütlich Coordenação Denise Ardo Estagiária de Artes Visuais Gabriela Ribeiro Monograma e Projeto Gráfico Carlos Magno da Silveira | Magno Studio Fotos Piu Dip Revisão de Texto Cláudia Apeling As obras do Núcleo Histórico pertencem ao acervo do Atelier De Etser | São José dos Campos
Jacopo da Barbari Judith com a cabeรงa do general Holofernes