Com quantas artes se faz um circo?

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Abril a maio | 2015


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uem já foi ao circo sabe da magia que se instala ao nos depararmos com o picadeiro. Seja sob uma lona dos circos tradicionais, seja em espetáculos contemporâneos, a sucessão de números apresentados provoca um sem fim de sentimentos e sensações no espectador. O mestre de cerimônias introduz o espetáculo ressaltando a beleza da bailarina, o destemor do adestrador, a força dos equilibristas. O trapezista lá do alto suspende o fôlego da plateia ao soltar o trapézio e dar piruetas no ar como se o céu fosse o limite. Os ilusionistas promovem incríveis desaparecimentos sob nossos olhos atônitos enquanto acrobatas, com seus corpos ágeis, exploram o espaço com uma linguagem e expressões próprias. Aquilo que maravilha ou fascina, ao mesmo tempo assusta ou intriga. Assim é o circo, onde cada integrante exibe suas principais

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habilidades a fim de encantar o espectador. Acrobacia, aéreos, palhaçaria, malabarismo, ilusionismo, equilibrismo e contorcionismo são artes circenses que forjam o espetáculo. O Sesc São José dos Campos apresenta “Com quantas artes se faz um circo?”, uma programação especial em que, a cada semana, uma dessas artes circense será apresentada dentro de um espetáculo. Convidamos o respeitável público para conhecê-las e apreciá-las, afinal, o espetáculo já vai começar!


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ACROBACIA Conjunto de movimentos e habilidades ginásticas e de equilíbrio, envolvendo exercícios de agilidade e força. Antigamente exercícios acrobáticos mais simples como salto e pirueta eram muito utilizados na chamada Commedia dell’Arte.


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Nois Um (RJ)

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ma coreografia cheia de sincronicidade que une os corpos e articula suavidade e impacto de maneira poética. A música dá textura às diferentes qualidades de movimento, enquanto sons de instrumentos não habituais criam uma atmosfera íntima e sutil. Os artistas em “Nois Um” unem dança contemporânea, acrobacia, portés e malabarismo de contato para criar movimentos fluidos em que a virtuosidade aparece como uma surpresa. Com Cia Delá Praká.

Daniel Bernal Picazo

Tendo forte presença na Europa, a companhia carioca Delá Praká foi criada em 2007 pelos acrobatas e bailarinos Ronan Lima e Marina Collares. Dessas andanças, de lá pra cá pelo mundo, trazem uma nova visão das artes cênicas, aportando uma linguagem particular dentro do circo contemporâneo. Como companhia independente, sua formação foi espontânea, nascendo a partir do encontro de jovens artistas que buscavam uma fusão entre as artes do circo e a dança contemporânea, utilizando a acrobacia, o duo-acrobático e o malabarismo como ferramenta de diálogo e expressão. Dia 19/04, domingo, às 16h30 Solário, Grátis, 7 anos


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O S E R E A Na arte circense, os aéreos são os movimentos que acontecem fora do solo. Podem ser realizados com uma vasta diversidade de aparelhos, sendo os mais comuns o trapézio, a lira e o tecido. Essa arte acabou por influenciar outras áreas como a ginástica artística e as técnicas militares.


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Na esquina (BRA/FRA)

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espetáculo traz o encontro entre amigos e se constrói pela espontaneidade do elenco. Performances simultâneas entram em um jogo de inter-relações diversas: o mastro chinês, o trapézio fixo, a lira, o malabarismo, a acrobacia de solo e mão-a-mão. Com Coletivo na Esquina. O coletivo é composto de seis artistas brasileiros e uma artista francesa. Todos os brasileiros são formados pela Spasso Escola Popular de Circo, de Belo Horizonte, sendo que quatro deles aprimoraram sua formação profissional na Europa, passando por escolas como Académie Fratellini (Paris, França), CNAC (Châlons en Champagne, França), Escola Superior das Artes do Circo - ESAC (Bruxelas, Bélgica). A proposta de criar uma nova experiência coletiva surgiu durante as comemorações dos 15 anos da Spasso, em 2012, dando início ao primeiro espetáculo do grupo. O desejo de construir e reunir diferentes experiências e vivências foi o motor da criação do projeto que comemora essas viagens entre o Brasil e a Europa. Dia 26/04, domingo, às 16h30 Praça, Grátis, 7 anos

Festival MIMO


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PALHAçA RIA

O palhaço é o personagem cômico responsável pela arte de fazer rir no circo. Na Idade Média, a figura do palhaço surgiu na imagem do bobo da corte que tinha a função de animar o rei, sendo o único que podia satirizar as pessoas fora de qualquer julgamento.


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Jerônimo Show

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erônimo, o palhaço, irá demonstrar todo seu talento, habilidade, graça, destreza, audácia, beleza e elegância como músico e artista circense, em “Jerônimo Show”. Talvez ele nem tenha tantas qualidades assim, mas esta excêntrica figura realmente acredita que é um “showman”. O público pode se divertir muito ao embarcar com Jerônimo nesta aventura artística, que tem tudo para se tornar uma emocionante e divertida brincadeira. Criação de Thiago Sales. Com Circo Caramba.

A companhia Circo Caramba, sediada na cidade de Campinas – São Paulo, foi criada em 2009 por Thiago Sales com o objetivo de dar continuidade e buscar o desenvolvimento de seu trabalho como palhaço. A carreira de Thiago Sales teve início no ano de 2003, quando nasceu seu palhaço, Jerônimo. As atuações do Circo Caramba são marcadas por uma forma própria e contemporânea de comunicação com o público e pela originalidade com que trazem à cena ideias e técnicas clássicas do universo do circo e da palhaçaria. Dia 03/05, domingo, às 16h30 Praça, Grátis,

Luciano Senger


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MALA BaRIS MO Arte de manipular objetos com agilidade e precisão. Pode ser feita com uma infinidade de objetos: bolas, clavas e argolas, além das possibilidades de prática individual ou em grupo. Consiste basicamente em lançar, receber e lançar novamente sem deixar cair.


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Ritual das esferas

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sta performance apresenta ao público a conjunção da força e da delicadeza, da precisão técnica e do movimento na mais pura sincronia. A partir de uma atmosfera silenciosa as velas (o fogo) e o incenso (o vento) preparam o ambiente. Então, organicamente, esferas de acrílico começam sua dança nas mãos do malabarista, tal como água ou bolhas de sabão ao vento. Com Jorge Ribero e Zuza.

atmosfera mística e harmônica, ao mesmo tempo ancestral e atual. Um ritual contemporâneo em que a arte visual e a arte sonora se combinam na construção de uma experiência mística. Dia 10/05, domingo, às 16h30 Solário, Grátis, 7 anos

Jorge Ribero é uruguaio, malabarista e palhaço há mais de oito anos. Especialista em malabarismo de contato e rolling com esferas de acrílico, Jorge é reconhecido internacionalmente pela complexidade de seus movimentos, velozes e precisos, bem como pelo controle de diversos pontos de equilíbrio pelo corpo. Zuza é de Brasília (DF) e toca Didgeridoo, um instrumento de sopro originário dos aborígines australianos. Com a ‘ocidentalização’ do instrumento foi possível criar diferentes construções rítmicas, o que é atualmente conhecido como Didgeridoo contemporâneo. A composição do alto grau técnico destes artistas deu vida à performance estética audiovisual “Ritual das Esferas”, uma sincrônica narrativa de ritmo e malabarismo cercada por uma Ana Carolina de Martini


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IlUSIO nISMO

Arte de criar ilusões por meio de artifícios e truques, que exige não apenas o domínio de técnicas de mágica, mas também de outros conhecimentos, como noções de jogos teatrais e expressão corporal, dicção e recursos audiovisuais.


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A arte do ilusionismo

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espetáculo retrata uma leitura poética de clássicos do ilusionismo em combinação com a música erudita e instrumental. A precisão é o resultado de muitos anos de trabalho, uma declaração de amor ao teatro e ao gênero artístico “ilusionismo”, categoria pouco conhecida e explorada no Brasil. Essa é uma mistura de humor e emoção, arte e mágica, com boa música. Com Caio Ferreira.

Ilusionista premiado e reconhecido internacionalmente como um dos melhores artistas do segmento na América Latina, Caio Ferreira é o único artista brasileiro convidado a participar do INTERMAGIC 2012, o maior e mais conceituado festival teatral de ilusionismo dentro da América do Sul. Graduado em Publicidade e Propaganda e com pós-graduação em Discurso e Leitura de imagem pela UFSCar, é autor do primeiro trabalho acadêmico sobre artes mágicas publicado em um livro no Brasil. Dia 17/05, domingo, às 16h30 Auditório. 7 anos. R$ 5,00 R$ 8,50 R$ 17,00

Marcel Fatibello


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eQUI LIBRIsMo A arte de desafiar a gravidade e aperfeiçoar o equilíbrio humano já é praticada há séculos e por várias civilizações. Há relatos de que a primeira apresentação de equilibrismo em uma corda bamba ocorreu em 108 a.C., numa festa em um luxuoso palácio chinês. Desde então o equilibrismo ficou muito conhecido como uma das principais artes circenses e, até os dias de hoje, atrai muitos olhares curiosos e admirados pela destreza da prática. Além da corda bamba, foram criadas diversas formas de se praticar o equilibrismo como o monociclo, o cilindro e a torre humana.


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José Guilherme

Vizinhos

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spetáculo que apresenta o cotidiano de um homem e uma mulher que vivem situações insólitas para escapar da mesmice e da repetição. Diluem a seriedade com a magnitude da arte circense. O espetáculo questiona o uso de espaços públicos e abertos e reivindica seus novos usos e apropriações. Com Cia. Artinerant’s. Dirigido por Luciana Lopes, mais conhecida como ‘Palhaça Rubra’, e cocriado pelos artistas Daniel Pedro e Maíra Campos, integrantes do Circo Zanni, esta é a primeira peça da companhia. A

proposta do projeto é reafirmar o circo como linguagem milenar das artes cênicas que privilegia a diversão e a reflexão da realidade. Dia 31/05, domingo, às 16h30 Praça, Grátis, 7 anos


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ConTor CionIsMo O corpo humano é capaz de movimentos e que beiram o limite do inacreditável. O contorcionismo, mais uma das artes milenares que compõem o universo do circo, é a arte de encantar as pessoas a partir dos limites e possibilidades de torção do corpo.


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Cherepaka (CAN) herepaka representa a morte de uma tartaruga. Inspirado pela lógica do sentido de Deleuze e pinturas de Francis Bacon, Cherepaka é uma composição cenográfica que explora a dualidade da eternidade e da morte, e o desejo humano de viver. Com Nadère Arts Vivants.

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aos 9 anos de idade quando foi admitida na Escola Nacional de Circo de Montreal, Canadá. Aos 17 anos, começou a transitar por diferentes companhias, sempre focada no contorcionismo. Ela tenta superar os limites não apenas do corpo, mas da própria ideia que temos dele.

Em colaboração com outros profissionais da área artística, Andreane Leclerc criou recentemente a Cia Nadère Arts Vivants. Andreane é uma contorcionista que começou sua carreira

Dia 03/06, quarta, às 20h Retirada de ingressos com 1h de antecedência na Central de Atendimento.

Divulgação


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Atividades formativas Vivência acrobática A oficina proporciona uma vivência acrobática coletiva por meio do trabalho de pirâmides, segunda altura e portagens variadas, desenvolvendo nos alunos aptidões físicas e confiança nos parceiros de trabalho e no grupo. Com Coletivo Na Esquina. Dia 25/04, sábado, às 16h30 Sala Corpo e arte. Grátis. Vagas limitadas.

Oficina de malabarismo de contato

Mágica, teatro e poéticas visuais

A oficina busca uma primeira aproximação com a técnica do malabarismo de contato. Transfere noções básicas de pontos de equilíbrio e rolamentos com uma bola, estuda a relação com o corpo e desenvolve motricidade, noção espacial e procura o aperfeiçoamento da funcionalidade dos movimentos. Com Jorge Ribero.

A oficina traz alguns elementos teóricos e práticos sobre a magia e o ilusionismo como uma arte teatral. Além de ampliar a sua visão sobre a arte milenar da mágica, os participantes aprendem alguns efeitos para impressionar amigos e familiares. Com Caio Ferreira.

Dia 09/05, sábado, às 16h30 Sala Corpo e arte. Grátis. Vagas limitadas.

Dia 16/05, sábado, às 14h Auditório. Grátis. Vagas limitadas.


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Sesc São José dos Campos Av. Dr. Adhemar de Barros, 999 CEP 12245-010 Tel. (12) 3904 2000 sescsp.org.br

sescsjcampos


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