MOBILIDADE URBANA EM CIDADES DE MÉDIO PORTE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL – UFFS CAMPUS ERECHIM CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

MOBILIDADE URBANA EM CIDADES DE MÉDIO PORTE Estudo de Eficiência das Rotas de Transporte Público para o Campus de Erechim da Universidade Federal da Fronteira Sul

MAIARA NIKANOWITCH PROF. DR. LUIZ FELIPE LEÃO MAIA BRANDÃO

Relatório Final

Erechim 2016


MAIARA NIKANOWITCH PROF. DR. LUIZ FELIPE LEÃO MAIA BRANDÃO

MOBILIDADE URBANA EM CIDADES DE MÉDIO PORTE Estudo de Eficiência das Rotas de Transporte Público para o Campus de Erechim da Universidade Federal da Fronteira Sul

Erechim 2016


RESUMO

A presente pesquisa teve por objetivo realizar uma avaliação de eficiência do atual modelo de transporte público, adotado para viabilizar o acesso ao recém-implantado Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), na cidade de ErechimRS. Para tal, o estudo executou um levantamento (por amostragem estatística) dos usuários das linhas de transporte que dão acesso ao campus, mediante a aplicação de questionários estruturados, respondidos através da internet. Na ferramenta em referência, constaram questões concernentes a: aspectos do perfil socioeconômico dos usuários; suas necessidades em termos de frequência e horários no uso do serviço de transporte para o campus; e sua localização (moradia) na cidade de Erechim. Os dados foram sistematizados sob a forma de gráficos e mapas, e foram comparados aos itinerários atuais dos ônibus. Buscou-se, desse modo, avaliar se as rotas, horários e valores cobrados atendem às necessidades de uso e condições econômicas dos usuários. Os dados foram obtidos mediante: preenchimento de formulário online, enviado para os usuários potenciais do serviço (professores, técnicos, funcionários terceirizados, e alunos da instituição); e consulta a órgãos públicos (como a Secretaria de Transportes do Município). Como resultados alcançados pela pesquisa, destacam-se: formulação de mapas temáticos de distribuição dos usuários das linhas que atendem a UFFS; e – via análise do material cartográfico gerado - proposição itinerários aperfeiçoados para os ônibus, de acordo com a distribuição dos usuários na malha urbana e os horários de maior demanda. Palavras-chave: Transporte público; Erechim; UFFS; Cidades Médias, Ônibus.


LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Croqui efetuado a partir do Plano Original (Fonte: Adaptado pelos autores).

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Figura 2 - Croqui efetuado a partir do Plano Original (Fonte: Adaptado pelos autores).

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LISTA DE MAPAS Mapa 1 - Divisão dos bairros no município de Erechim-RS (Fonte: Spinelli & Lindo et al, 2012). 11 Mapa 2 - Trajetos percorridos pelas linhas de ônibus no município de Erechim desde o ano de 2011 (Fonte: Spinelli & Lindo et al, 2012). 12 Mapa 3 - Mapa em que se destaca a concentração de participantes da pesquisa nos bairros da cidade de Erechim, de acordo com o segmento do qual fazem parte: estudantes (em laranja), professores (na cor roxa), e técnicos administrativos (em azul). (Fonte: elaborado para a presente pesquisa). 19 Mapa 4 - Mapa com itinerários existentes ajustados (em roxo e azul) e novos itinerários propostos (em verde e laranja). 19

LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Utilização dos meios de transporte, de acordo com os segmentos (Fonte: elaborado para o presente trabalho). 18 Tabela 2 - Grau de satisfação dos usuários com o serviço de transporte público prestado para o campus da UFFS (Fonte: elaborado para o presente trabalho). 21


Sumário 1.

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 5

2.

OBJETIVOS .......................................................................................................................................... 7 2.1. 2.2.

3.

OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................ 7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................. 7

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................... 8 3.1. PROBLEMATIZAÇÃO GERAL: O TRANSPORTE PÚBLICO NO BRASIL ..................................................... 8 3.2. TRANSPORTE EM ERECHIM-RS ....................................................................................................... 9 3.2.1. Histórico da cidade ............................................................................................................... 9 3.2.2. A dinâmica de transportes em Erechim .............................................................................11 3.3. O CASO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL (UFFS)..................................................15

4.

METODOLOGIA ..................................................................................................................................17 4.1. 4.2.

5.

RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................................................19 5.1. 5.2. 5.3.

6.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS................................................................................................17 DIFICULDADES IDENTIFICADAS NO DECORRER DA PESQUISA ...........................................................18

PERFIS DE USO DO TRANSPORTE DE ACORDO COM FUNÇÕES EXERCIDAS ......................................19 LOCALIZAÇÃO DOS USUÁRIOS NA CIDADE ......................................................................................20 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DO TRANSPORTE E SUGESTÕES DOS USUÁRIOS .....................................23

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................24

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS .............................................................................................................25 MOBILIDADE URBANA EM ERECHIM.....................................................................................................27

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1. INTRODUÇÃO A gradativa expansão do acesso ao transporte particular – ocorrida pela (ainda que incipiente) melhora na distribuição de renda no país, e pelos sistemáticos incetivos dados pelo governo à indústria automobilística –, evidenciou os, antes já existentes, problemas de mobilidade decorrentes da opção por essa matriz de transporte. Desse modo, agravou-se o tráfego, acentuado não só pela maior quantidade de carros nas vias, mas também pela falta de alternativas de mobilidade para a, ainda, maior parte da população que não pode ter acesso a um veículo particular. Nesse contexto, o transporte público de massa surge como solução tanto para o problema da falta de mobilidade, quanto o dos congestionamentos, na medida em que a universalização do seu acesso otimiza as vias de transporte já existentes e garante a condição de mobilidade urbana para um maior número de indivíduos. Nas cidades médias brasileiras (cidades que possuem entre 100 mil e 300 mil habitantes) a questão da mobilidade toma contornos particulares. Ao passo em que não são núcleos urbanos pequenos o suficiente para que todos os deslocamentos possam ser feitos à pé ou de bicicleta, também não são grandes o suficiente para justificar, ou mesmo viabilizar, o custo de implantação de uma rede de metrô (vale lembrar que nenhuma cidade média brasileira dispõe dessa infraestrutura). Nesse contexto, o ônibus surge como solução mais viável para essas cidades, no curto e médio prazo. A cidade de Erechim (RS) se enquadra na situação acima descrita. Com uma população de aprox. 101 mil hab. (IBGE 2012), Erechim tem na frota de ônibus – que pertence ao setor privado e opera mediante concessão pública – sua única modalidade de transporte coletivo. O recém-implantado Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) expôs a necessidade de se discutir o modo de operação desse serviço. Distanciado em 13 km (aproximadamente) do centro de Erechim, em uma área apenas recentemente incorporada ao perímetro urbano, o Campus tem seu principal acesso pela Rodovia RS-135. Essa localização torna inviável a mobilidade até suas dependências para os estudantes e funcionários da Universidade que não possuem veículo próprio – a não ser via transporte público. Atualmente, duas linhas operam ao longo do percurso em questão, com trajetos que passam pela Av. Sete de Setembro (uma das principais da cidade) e pelo bairro 5


São Cristóvão (mais periférico). Os intervalos aproximados são de uma hora entre um ônibus e outro. A abrangência dos horários de aula na Universidade (com cursos nos turnos diurno, vespertino e noturno), e a grande convergência dos instantes de maior demanda no uso dessas linhas (que variam de acordo com os horários de início e término das aulas), tornam premente um estudo que avalie a eficiência desse serviço. Portanto, a proposta aqui apresentada se justifica pela necessidade de se compreender tanto como o modelo de concessão adotado para o transporte público vem operando, quanto entender, a partir de análise sistemática, se as demandas de mobilidade vêm sendo atendidas de forma satifatória, propondo, mediante a esse entendimento, eventuais melhorias nos itinerários.

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2. OBJETIVOS 2.1. 

Objetivo geral

Avaliar a eficiência dos itinerários do transporte público voltado ao recémimplantado Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), na cidade de Erechim-RS. Espera-se que as informações levantadas e sistematizadas dêem subsídios às propostas de aperfeiçoamento no itinerário, e estimulem o debate sobre o papel desse modelo de transporte na cidade

2.2.

Objetivos específicos

Debater o modelo de transporte público voltado às cidades médias;

Conhecer perfil socioeconômico e demandas dos usuários das linhas de transporte público que levam ao campus da UFFS – Erechim;

Gerar mapas temáticos que auxiliem a sistematização e avaliação dos dados obtidos;

Avaliar a eficiência do itinerário das linhas existentes e propor eventuais ajustes visando à melhoria das mesmas.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1.

Problematização geral: o transporte público no Brasil

Os transportes sempre foram pensados como um serviço para atender uma demanda específica, tanto para o transporte individual, quanto para o coletivo. Inicialmente, o transporte em massa era utilizado para atender o deslocamento de trabalhadores, e com passar do tempo começou a operar como um serviço formado e consolidado por uma rede complexa de transporte público urbano. Atualmente, o transporte público coletivo se tornou indispensável em médias e grandes cidades, tendo em vista o reconhecimento de que a política pública de transporte coletivo é uma ferramenta de mobilidade e seu serviço é uma estratégia para que a cidade consiga alcançar sua metas de desenvolvimento urbano. [...] mobilidade urbana envolve naturalmente os sistemas de transporte coletivo e de transporte de massa, mas igualmente questões viárias de acessibilidade pavimentação urbana e outras, com implicações nos sistemas viários dos municípios e dos estados (PEREIRA. 2014, p. 117)

A mobilidade urbana envolve diversos fatores, como cita Pereira no parágrafo anterior.A atual situação do transporte público coletivo no Brasil é reflexo de fatores que movem a economia do país gradativamente. A citação a seguir mostra como a opção pelo transporte individual é a reação do cenário econômico do país em ascensão e do comportamento da população em relação a melhora da distribuição de renda. [...] parece evidente que nossa matriz de transportes é reflexo dex condições próprias do país, de políticas adotadas e de comportamentos dos agentes econômicos e que hoje é um marco estrutural do setor, com enormes problemas para alterá-la, especialmente no curto e médio prazos (PEREIRA. 2014, p.85).

Levando ao limite a constatação feita acima por Pereira, Deak (2016) argumenta que dada sua formação social caracterizada como uma “sociedade de elite”, o Brasil tem na precariedade de suas infraestruturas e no baixo nível de sua reprodução da força de trabalho os principais elementos de seu modus operandi de reprodução. Conforme discute Deák (Ibid.), longe de se configurarem como “problemas”, as 8


características acima tão somente reforçam a reimposição de um modelo de sociedade que ainda resguarda características advindas de suas raízes coloniais. O transporte se insere nesse contexto nacional de precariedade sistemática. Ocorre que a mobilidade urbana é uma condição indispensável à reprodução da força de trabalho, haja vista que sem que o indivíduo possa se locomover de casa para seu local de atividade, o trabalho – e, por conseguinte, a acumulação de capital – inviabiliza-se. No Brasil, é latente a insuficiência no provimento desse serviço por parte do Estado, evidenciada pela lotação das linhas de transporte coletivo (geralmente disponibilizada mediante concessão ao setor provado). 3.2.

Transporte em Erechim-RS

3.2.1. Histórico da cidade Erechim teve o início de sua ocupação na década de 1910, a partir de um Plano de Imigração e Colonização efetuado pelo Estado. O povoamento planejado pelo governo buscava estabelecer uma colônia principalmente para atender antigos colonos que vinham se estabelecer na região atraídos pela fertilidade da terra e, evidentemente, pela presença da estrada de férreo que cortava o Rio Grande do Sul e conectava o estado a outros pontos do país. Vale lembrar que o Estado buscava aliviar as tensões e resolver a crise da agricultura em relação aos latifúndios, e para tanto, tratou de colonizar a região do Alto-Uruguai com intuito de abastecer o mercado interno tendo por base a pequena propriedade. Dessa forma, na medida em que a ferrovia era implantada, a região era ocupada progressivamente.

Paralelamente,

o

órgão

oficial

do

Governo

do

Estado

providenciava a divisão de lotes, traçado das vilas e demais suportes. Em 1909 o marco inicial do povoado Erechim foi estabelecido, e em 1910 a construção das primeiras edificações. O povoamento foi planejado com acentuada preocupação quanto às regras de urbanização, efetivadas pelo traçado organizado e projetado por Torres Gonçalves referenciado por projetos urbanos de Belo Horizonte, Buenos Aires e Paris. Orientando-se numa teoria positivista, Torres Gonçalves apresenta um projeto que segue conceitos de racionalidade e ordem. Assim, o traçado urbano decorre de uma malha xadrez com quadras de dimensões regulares entrecortadas por quatro avenidas diagonais à malha e que convergem a uma praça central destinada a ser seu centro político, administrativo e religioso. A sobreposição da malha xadrez à 9


malha diagonal também resulta em quadras triangulares quebrando a monotonia do essencialmente xadrez. Esta malha é planejada a partir de uma avenida central de onde partem as rua perpendiculares, como mostra a figura a seguir:

Figura 3 - Croqui efetuado a partir do Plano Original (Fonte: Adaptado pelos autores).

A existência da linha férrea na parte norte do município não interferiu na malha projetada por Torres Gonçalves, resultando em uma sobreposição da malha sob a orla ferroviária que não interrompe a continuidade do traçado, e sim, apenas a fragmenta se adaptando às curvas dos trilhos, como ilustra a figura a seguir:

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Figura 4 - Croqui efetuado a partir do Plano Original (Fonte: Adaptado pelos autores).

A topografia da região onde o traçado seria implantado era bastante irregular. Isso fez com que as dificuldades topográficas fossem detectadas na implantação do plano ao terreno e, em função disso, foram executados diversos cortes e aterros para a adequação do projeto, que segundo Torres Gonçalves, havia sido planejado para de adaptar à topografia. A partir disso, a antiga vila começou a se adaptar a rigidez do plano urbanístico e, posteriormente, os bairros foram se estabelecendo. 3.2.2. A dinâmica de transportes em Erechim Com o traçado estabelecido e a subsequente ocupação pela população, a habitação e as atividades de trabalho se distribuíram pela malha urbana formando núcleos, os bairros da cidade, consolidando o espaço urbano. O mapa a seguir mostra a configuração dos bairros na malha urbana da cidade.

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Mapa 5 - Divisão dos bairros no município de Erechim-RS (Fonte: Spinelli & Lindo et al, 2012).

Quando comparamos o mapa seguinte, em que se mostra os trajetos das linhas de ônibus de transporte público no município no ano de 2011, com a disposição atual destas mesmas linhas, pode-se perceber que, essencialmente, as rotas continuam as mesmas para os bairros consolidados. As mudanças são em relação ao instauração de novas linhas referentes a núcleos constituídos recentemente, como novos bairros e a implantação dos campus UFFS às margens da RS-135.

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Mapa 6 - Trajetos percorridos pelas linhas de ônibus no município de Erechim desde o ano de 2011 (Fonte: Spinelli & Lindo et al, 2012).

Atualmente, o município possui, aproximadamente, 101 mil habitantes e uma frota de veículos automotores em atividade de cerca de 65 mil (IBGE 2010), sendo que destes 65, 59 mil representam automóveis e motocicletas. Dessa forma, constata-se que Erechim possui, em média, um veículo automotor a cada 1,47 habitantes, uma média alta em relação à média do país (um veículo a cada 2,5 pessoas). Neste contexto, pode-se perceber o agravamento do tráfego ocasionado pelo número exorbitante de veículos em atividade nas vias de transporte, o que justifica a necessidade de criar novas alternativas de mobilidade, bem como visualizar a importância do transporte público na cidade de Erechim como uma solução para a mobilidade e como um agente de otimizador das vias auxiliando na desobstrução do trânsito e contribuindo para a qualidade ambiental, já que transporta um maior número de pessoas simultaneamente em um só veículo. Como citado no primeiro capítulo, muitos municípios limitaram a atuação do transporte público coletivo à contratação de operadores privados, como é o caso de Erechim. Dessa forma, cabe ao órgão público, em conjunto com a empresa que viabiliza o serviço, fazer o estudo da demanda e a proposição das linhas necessárias para atender os deslocamentos até o local que necessita do transporte. Neste ano (2016), a Prefeitura Municipal optou por realizar o primeiro processo licitatório no serviço de transporte público, idealizando alguns objetivos para o aperfeiçoamento das atividades de deslocamento municipal. Dentre os objetivos principais está a modernização da frota, a implantação do sistema de 13


bilhetagem eletrônica, integração tarifária e a adequação e proposição de itinerários e horários mediante pesquisa e avaliação de qualidade. Dessa forma, a proposta do município é analisar o sistema que está operando, realizando um diagnóstico para propor melhorias e oferecer um serviço aperfeiçoado, não sendo, necessariamente, o mesmo modelo e empresa que opera no momento atual. O serviço de transporte público municipal de Erechim conta com uma frota de 48 veículos em atividade, os quais possuem idade média de cerca de 8 anos. Destes 48 veículos, apenas 25 possuem condições básicas de oferecer meios de acessibilidade à população, item inerente ao tema e que é indispensável no fomento à mobilidade. O município possui 179 linhas e 571 viagens para transportar 15.604 passageiros. O elevado número de linhas e viagens constatado pelo diagnóstico do processo, é resultado de roteiros únicos para determinados locais que poderiam, muitas vezes, se integrar a roteiros mais ativos e de maior rotatividade de passageiros, o que conclui a necessidade do planejamento das rotas e horários. Além disso, a rodagem do transporte é de 2.537 km/dia, configurando em um IPK (Passageiros por km) de, aproximadamente, 1.75. O principal horário de pico é ao meio-dia, haja vista que Erechim, por ser uma cidade média, possui distâncias moderadas entre o local de trabalho e a moradia do trabalhador, possibilitando, por meio do transporte público, o retorno da população à sua residência no horário de almoço. A infraestrutura do sistema conta com 292 paradas de ônibus, sendo que 127 destas não possuem cobertura, 121 possuem cobertura não sinalizada e apenas 44 possuem cobertura sinalizada. Ou seja, 127 paradas são sinalizadas apenas pela placa de ponto de ônibus; 121 possuem cobertura improvisada, como por exemplo, pontos de parada que convergem com estabelecimentos comerciais que possuem marquises adaptadas pela população para a sua proteção enquanto aguardam seu ônibus; somente 44 paradas possuem características básicas de pontos de ônibus, como cobertura e assentos, um número bastante baixo em relação aos 297 existentes em toda a cidade. Vale ressaltar que várias paradas com cobertura sinalizada estão fora das rotas atuais do ônibus, se tornando inutilizáveis à sua função dentro do meio urbano. Em cidades médias1, como Erechim-RS, o transporte público deve ser alvo de

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uma atenção especial, na medida em que essas urbes já possuem serviços como fábricas, comércios e serviços públicos dispostos sob uma malha urbana inviável de ser percorrida por inteiro sem veículos automotivos (Erechim possui aprox. 430 Km² de área). Desse modo, sem transporte público, muitas localizações ficam inacessíveis a uma parte da população que não possui veículo particular (como, por exemplo, o novo campus da UFFS). 3.3.

O caso da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) é uma instituição de ensino superior pública formada por seis campus localizados na Mesorregião Grande Fronteira Mercosul. A implantação desta universidade foi almejada em razão do sonho por uma universidade federal, tendo em vista a desassistência do poder público na região no que diz respeito ao ensino superior gratuito e de qualidade. Um desses campus é o de Erechim, localizado às margens da RS-135, cerca de 13km distante do centro da cidade. Anterior à implantação do campus definitivo da UFFS em Erechim, transferido do centro da cidade ao endereço atual, a região de inserção da instituição era predominantemente rural. Para que o campus fosse viabilizado, necessitou-se, perante legislação, a transferência de título rural da região para o título urbano, como uma nova expansão territorial da cidade. Tal situação fez com que a área de implantação, bem como todo o trajeto, do centro consolidado até o campus (cerca de 13km), se tornassem perímetro urbano, acarretando no possível surgimento de um corredor de desenvolvimento no local. O surgimento de um corredor de desenvolvimento prevê, segundo o Plano Diretor, a criação de áreas de expansão urbana oportunizando um crescimento industrial, comercial, atacadista e de serviços. O processo de expansão urbana se dá por interesses na ampliação do perímetro urbano, a fim de proporcionar o crescimento planejado para futuros empreendimentos e loteamentos. O campus da UFFS em Erechim torna-se, portanto, um elemento modulador e modificador, bem como consolidador do espaço inserido. Tendo em vista que a região se tornou parte do perímetro urbano, é vigente a necessidade de implantação das infraestruturas básicas, como a rede de energia elétrica, rede de abastecimento de água, e a rede de transporte público, para que

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possam abranger a área e possibilitar a existência destes novos usos previstos pelo Plano Diretor. A UFFS, sendo elemento principal para esta mudança e iniciando suas atividades no ano de 2015, teve a necessidade de ser assistida pelo transporte coletivo público municipal, para que os estudantes pudessem se deslocar até a instituição. Sendo assim, duas linhas foram propostas, com trajetos que passam no centro pela Avenida Sete de Setembro, uma das principais avenidas da cidade, e pelo bairro São Cristóvão, mais periférico em relação ao primeiro. Com o passar do tempo, algumas alterações foram realizadas nos itinerários, como a adição de horários mais frequentes. Atualmente, estudantes e funcionários que utilizam o serviço ainda passam por alguns contratempos que, aparentemente, demonstram falta de planejamento na execução do plano de horários dos ônibus em relação às demandas e horários de pico. O que frequentemente ocorre é que o ônibus de um determinado horário recebe uma superlotação, necessitando solicitar mais um veículo para atender a linha. O transtorno é ocasionado porque o processo de perceber a superlotação e solicitar mais um veículo é realizado na hora em que o ônibus faz o trajeto, atrasando a chegada até o campus. E a problemática é que, mesmo a situação acontecendo, a falha se repete semana após semana no mesmo dia e horário, o que sugere a falta de planejamento já que, mesmo a falha sendo constatada, ela não é reparada. Além disso, os itinerários se baseiam em apenas duas linhas, não passando em outros bairros que estudantes, professores e funcionários residem. Neste contexto, o presente artigo pretende mostrar, nos próximos capítulos, os resultados adquiridos a partir de obtenção de dados dos usuários das linhas mediante questionário e a formulação de mapeamentos, bem como avaliação da eficiência dos itinerários em relação a demanda estudada.

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4. METODOLOGIA 4.1. Procedimentos metodológicos Os dados primários foram obtidos a partir de levantamento (por amostragem estatística) dos dados dos usuários das linhas de transporte que conduzem ao campus da UFFS, sob os seguintes aspectos: perfil sócio-economico, necessidades em termos de frequência e horários no uso desse serviço, e mapeamento da localização (moradia) dos usuários na cidade de Erechim. Os dados foram levantados mediante: preenchimento de formulário online enviado para os usuários potenciais do serviço (professores, técnicos, funcionários terceirizados, e alunos da instituição); e complementados em consultas aos órgãos públicos (como a Secretaria de Transportes do Município). Esta foi uma pesquisa que possui um objeto de natureza institucional: nela foram avaliados os padrões de uso de um serviço público (no caso em questão, uma linha de transporte coletivo), mediante a análise de fatores como: distância entre as moradias dos usuários e o percurso das linhas; convergências entre os horários de maior demanda e a disponibilidade de itinerários; e avaliação do grau de satisfação com o serviço prestado (por meio de escala de satisfação pré-determinada). Sob o ponto de vista da abordagem, tratou-se de uma pesquisa de viés quantitativo, tendo as seguintes características na forma de levantamento de dados: pré-estruturação máxima, uso de questionários padronizados, e unidades de observação abordadas em extensão. Os elementos amostrados foram selecionados mediante amostragem aleatória simples e a determinação do tamanho de amostra será dada por amostragem estratificada proporcional: questionários estruturados serão enviados para todos os estudantes, técnicos, e docentes do campus da UFFS em Erechim (por comporem praticamente todo o universo de usuários da linha de transporte estudada). Os questionários foram encaminhados por correspondência eletrônica (e-mail), através da lista de contatos da Coordenação Adjunta de Pesquisa e Pós-Graduação do campus (destacando-se que o procedimento já foi aprovado pelo referido setor). No total, o campus possui, aproximadamente 1.900 (mil e novecentos) participantes, entre alunos (1700), professores (120), e técnicos (80). Para a definição da amostragem suficiente ao estudo foi realizado um cálculo de estimativa populacional (n) – onde: n=[(Zα/2)2pqN]/ [(0,05)2(N-1) + (Zα/2)2pq], considerando-se: Zα valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado; como “p” + “q”= 1; logo 17


p=0,5 e q=0,5 e N o número total do universo pesquisado. Mediante ao cálculo acima descrito, chegou-se a amostra de 320 questionários necessários, para que a pesquisa alcance um resultado estatisticamente significativo. As informações geradas foram sistematizadas por meio da formulação de mapas temáticos, e foram confrontadas com itinerários dos ônibus, em vigência. Desse modo, buscou-se avaliar se as rotas, horários e valores cobrados atendiam às necessidades de uso e condições econômicas da maioria dos usuários. 4.2.

Dificuldades identificadas no decorrer da pesquisa

Em princípio, a pesquisa se propunha a elaborar seu material cartográfico, mediante ao uso de sistema de informação geográfica (SIG, ou GIS no correspondente anglófono da sigla). Todavia, alguns impeditivos se interpuseram ao longo do percurso, como: a não disponibilidade de uma base georreferenciada da cidade, aberta e acessível a todos os pesquisadores (a prefeitura municipal não quis disponibilizar a sua, e também não foi possível viabilizar o acesso à mesma, junto aos demais pesquisadores da UFFS); e, dado o exposto, a inviabilidade de se desenhar uma base própria, dentro do tempo estipulado para a pesquisa. Sendo assim – e com vistas ao atendimento do objetivo principal do trabalho – foram formulados mapas não georreferenciados que – embora não sirvam para compor uma base de dados mais ampla, a ser apliada no futuro (uma das metas iniciais) – atendem a necessidade específica desta pesquisa, a saber: a análise das linhas de ônibus que atendem a UFFS.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir da definição de amostragem estatisticamente relevante para a pesquisa (para maiores detalhes ver item 4, referente a Metodologia), obteve-se um total de 339 questionários respondidos, sendo que o mínimo necessário era de 320. Deste total, 288 foram respondidos por estudantes (quando o mínimo necessário era 286), 25 foram respondidos por professores (tendo 20 por mínimo necessário), e 25 técnicos (tendo um total de 14 estipulado como suficiente). Além destes, um questionário foi respondido por um usuário que não fazia parte destes três segmentos. A seguir, constam algumas constatações elaboradas a partir das questões feitas (para maiores detalhes sobre o questionário, verificar o documento na íntegra na seção de anexos). 5.1.

Perfis de uso do transporte de acordo com funções exercidas

Mediante a aplicação dos questionários, buscou-se definir o perfil de uso dos usuários dos ônibus que levam ao campus da UFFS. Para tanto, fez-se uma divisão destes usuários de acordo com o segmento a que eles pertencem na universidade (docentes, discentes e técnicos). Com isso, almejou-se indentificar particularidades quanto ao uso de transporte coletivo, correlatas às funções exercidas pelos partipantes na universidade. Uma das questões adereçadas nesse sentido levantou: “Que tipo de meio de transporte você utiliza para se deslocar até a UFFS?”. Para esta indagação estava aberta a possibilidade de ser marcada mais de uma alternativa, dada a eventualidade dos participantes utilizarem mais de uma forma de transporte para se deslocar até o campus. Conforme a tabela abaixo, é possível constatar que ônibus é um meio de transporte predominantemente utilizado dentre todos os seguimentos pesquisados, na seguinte ordem: estudantes (95,83%), professores (68%) e técnicos (56%). É importante destacar que essa informação se reporta a o uso eventual desse meio de transporte, em conjulgação com os demais. Portanto, embora demonstre a importância do uso do ônibus entre os três principais segmentos da universidade, este dado não expressa a frequência e a dominância desse meio de transporte no cotidiano dos participantes.

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Tabela 3 - Utilização dos meios de transporte, de acordo com os segmentos (Fonte: elaborado para o presente trabalho). Veículo próprio Professores

52% (13 pessoas)

Ônibus 68%

(17

Coletivo Fretado 4% (1 pessoa)

A pé 0

pessoas)

Estudantes TAE’s

3,81%

(11 pessoas) 48% (12 pessoas)

95,83%

24%

(6

pessoas) (276

pessoas)

56%

Carona

8,68%

(25

0

pessoas) (14

0

0

3,81%

(11 pessoas) 4% (1 pessoa)

pessoas)

Uma indicação mais precisa da dominância de um meio de locomoção, em um dado grupo, pode ser obtida ao se destacar a proporção de usuários que utilizam exclusivamente um dos tipos de transporte para ir à universidade. Entre os alunos, 84% fazem uso apenas do ônibus, enquanto entre os técnicos essa fração é de 48%, sendo de 32% entre os professores. Ao realizar a mesma comparação, relacionando o uso de transporte individual motorizado, essa proporção se configura do seguinte modo: 1,73% dos alunos se utilizam apenas do carro, enquanto entre os professores essa proporção é de 32%, e entre os técnicos é de 40%. Ou seja: emborar tanto o corpo discente, docente, e técnico da instituição façam uso do transporte público, entre os dois últimos grupos, constatou-se um peso maior atribuído ao transporte individual motorizado. 5.2.

Localização dos usuários na cidade

Com o objetivo de localizar onde vivem a maioria dos usuários das linhas de transporte, e, por conseguinte, mapear as demandas pelo serviço, o questionário aplicado perguntou sobre os bairros de residência dos participantes. Conforme pode ser observado no mapa abaixo (que consolida os dados obtidos) há uma grande concentração de usuários nas regiões centrais da cidade (atendidas pelas linhas existentes); mas também há um número expressivo de pessoas dispersas em bairros como Três Vendas, e nos bairros da zona leste (José Bonifácio, Florestinha, Parque Lívia, Copas Verdes, e Atlântico), que não são atendidas por linhas que conduzam ao campus e que, portanto, precisam pegar uma condução extra para ter acesso aos ônibus que levam à UFFS (vale destacar que em Erechim não existe o sistema de passe integrado).

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Mapa 7 - Mapa em que se destaca a concentração de participantes da pesquisa nos bairros da cidade de Erechim, de acordo com o segmento do qual fazem parte: estudantes (em laranja), professores (na cor roxa), e técnicos administrativos (em azul). (Fonte: elaborado para a presente pesquisa).

Mediante ao panorama acima ilustrado, foram propostos ajustes nas linhas existentes e a criação de dois novos itinerários, conforme mapa a seguir.

Mapa 8 - Mapa com itinerários existentes ajustados (em roxo e azul) e novos itinerários propostos (em verde e laranja).

Segue, abaixo, descrição pormenorizada das adequações e novas linhas 21


propostas: Itinerário 1: A proposta do primeiro itinerário é uma readequação da linha já existente que passa pela Avenida Sete de Setembro. Esta linha pretende passar pelo centro, seguindo próxima ao bairro José Bonifácio, passando pelo bairro Linho, bairro Bela Vista, bairro Fátima, chegando até a BR - 153 próxima aos bairros Presidente Castelo Branco, Progresso, Aeroporto, findando em direção a universidade. Itinerário 2: A proposta do segundo itinerário é manter a linha que já passa pela Avenida Pedro Pinto de Souza. Esta linha pretende passar pelo centro, abrangendo a região na direção oposta ao primeiro itinerário, passando próximo ao bairro Espírito Santo e Cerâmica, adentrando no bairro São Cristóvão, chegando até a BR - 153 na região que abrange o bairro Aeroporto e findando em direção a universidade. Itinerário 3: O terceiro itinerário é uma nova proposta com base nos resultados adquiridos, tendo em vista os vários focos de pequenas concentrações e, em especial, um foco médio no bairro Três Vendas que possui uma grande extensão e possíveis espaços para expansão territorial. Esta linha pretende sair do centro em direção aos bairros Triângulo e Santa Catarina, passando pelo bairro Três Vendas e Frinape, próximo aos bairros Koller, Cerâmica e Presidente Vargas, chegando até a BR - 153 e findando em direção a universidade. Além de fazer o acesso à universidade, a linha também pode abranger o deslocamento de pessoas para importantes empresas da cidade, como a Cotrel e de instituições de ensino além da UFFS, como o Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Itinerário 4: O quarto itinerário também é uma nova proposta com base nos resultados adquiridos tendo em vista os focos de concentração de estudantes, professores e servidores técnicos administrativos, além de auxiliar na conexão entre os bairros periféricos do leste da cidade com o centro e com a instituição de ensino público. Esta linha pretende sair do centro, passando pelo bairro José Bonifácio, bairro Florestinha, bairro Parque Lívia, próximo ao bairro Copas Verdes, adentrando em seguida no bairro Atlântico, chegando até a BR - 153 na região que abrange o bairro Industrial e findando em direção à universidade. Além da conexão entre bairros, o novo itinerário permitiria mais uma opção de deslocamento de 22


trabalhadores para o bairro Industrial.

5.3.

Avaliação qualitativa do transporte e sugestões dos usuários

A pesquisa também se voltou a levantar o grau de satisfação dos usuários com o serviço de ônibus, obtendo as respostas apresentadas na tabela abaixo. Tabela 4 - Grau de satisfação dos usuários com o serviço de transporte público prestado para o campus da UFFS (Fonte: elaborado para o presente trabalho). Grau de satisfação Proporção Muito bom

1,47% (5 pessoas)

Bom

13,6% (46 pessoas)

Regular

46,9% (159 pessoas)

Ruim

27,72% (94 pessoas)

Muito ruim

6,2% (21 pessoas)

Não opinaram

4,12% (14 pessoas)

Como pode se obervar, há entre os usuários do serviço um alto grau de insatifação com o serviço de transporte urbano que atende a UFFS, haja vista que 33,9% das pessoas o classificaram como “ruim”, ou “péssimo”, enquanto 46,9% o consideraram “regular”, e apenas 15,7% julgaram que o mesmo é “bom”, ou “muito bom”. Este resultado aponta para a necessidade de ajustes na prestação do serviço em estudo. Nesse sentido, a pesquisa buscou levantar sugestões propostas pelos participantes – mediante a proposição de uma pergunta com opções préestruturadas, mas com a possibilidade de resposta aberta. Como resultado, a maior parte das demandas esteve ligada a ampliação da frequência das linhas existentes, solicitação presente em 62,13% dos casos. Vale ser destacado que também foram manifestas proposições voltadas: ao aumento da quantidade de linhas, atendendo diferentes regiões da cidade (59,17%); e a criação de opções de outros meios de deslocamento, como ciclovias (24,55%). Mediante as respostas abertas foram levantadas sugestões ligadas à diminuição do preço das passagens (em dois casos) e queixas sobre a atuação dos motoristas (três casos).

23


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho buscou avaliar a eficiência das linhas de transporte que atendem ao campus da Universidade Federal da Fronteira Sul, em Erechim. Para tanto, foram aplicados questionários que buscaram levantar informações sobre os usuários, e a percepeção destes acerca da qualidade dos serviços prestados pelas linhas em referência. Mediante ao levantamento e sistematização dos dados, constatou-se que: 1) Há uma grande demanda de uso do transporte público entre os três pricipais segmentos da universidade (docentes, discentes e técnicos), na medida em que a maioria dos participantes da pesquisa, em cada um dos segmentos, afirmou se utilizar, em alguma medida, do ônibus urbano para se deslocar até o campus; 2) Há um grau considerável de insatisfação (33,9%) com o serviço pesquisado, sobretudo com relação a abrangência e frequência das linhas disponíveis, o que aponta para a necessidade de aperfeiçoamento e ampliação das modalidades de transporte que conduzem ao local, a exemplo da cicloviária (citada como sugestão por 24,55% dos participantes); 3) Tendo como base os dados fornecidos pelos participantes, pode-se apontar para a necessidade de criação de dois novos itinerários: um que atenda ao bairro das Três Vendas, e outro que percorra os bairros da região leste da cidade (José Bonifácio, Florestinha, Parque Lívia, Copas Verdes, e Atlântico). Também se apresentaram como necessários ajustes nos dois itinerários que atendem à parte central da cidade (conforme detalhado no item 5.2). Dados os resultados acima elencados, advoga-se aqui pela ampliação e continuidade do uso da mesma metodologia, avaliando, em oportunidades futuras, outras linhas que atendem à demandas em setores específicos da cidade – passíveis de uma definição amostral dos usuários pesquisados, como aqui realizado no caso da UFFS.

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REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

ANTP. Gestão de Mobilidade Urbana. São Paulo, 2015. DEÁK, Csaba. Em busca das categorias da produção do espaço. São Paulo: Annablume, 2015. PEREIRA, Vicente de Britto. Transportes: História, crises e caminhos. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. SCHMIDT, Remís Alice Perin Schmidt. Erechim: Cidade construída para imigrantes - Poder simbólico na conquista do espaço urbano. Porto Alegre, 2009. FÜNFGELT, Karla. História da paisagem e evolução urbana da cidade de Erechim - RS. Florianópolis, 2004. SPINELLI, Juçara; LINDO, Paulo, et al. Erechim Para Quem Quiser Ver, Discutir E Intervir: Democratizando O Acesso Às Informações Socioambientais Da CidadE. Erechim: UFFS, 2011. HEMERICH, Diêmesson. Plano de rede cicloviária para o município de Erechim RS. 2015. 1 v. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Coordenação Acadêmica, Universidade Federal da Fronteira Sul, Erechim, 2015.

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APร NDICE A Questionรกrio estruturado aplicado para o levantamento dos dados

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Mobilidade Urbana em Erechim Estudo de demanda de ônibus para o campus da UFFS

As informações coletadas não serão analisas e apresentadas individualmente, tampouco de forma identificada, e que, portanto, os dados fornecidos estão protegido sob anonimato. Para maiores informações, verificar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ao final deste questionário, e antes do botão de envio dos dados.

*Obrigatório Qual a sua ocupação? * o

Estudante

o

Professor

o

Servidor Técnico Administrativo

o

Outro:

Em que bairro do município de Erechim você reside? * 

Aeroporto

Atlântico

Bela Vista

Boa Vista

Centro

Cerâmica

Colégio Agrícola

Copas Verdes

Cristal

Cristo Rei

Dal Molin

Esperança

Espírito Santo

Fátima

Florestinha

Frinape

Industrial 27


José Bonifácio

Koller

Linho

Morro da Cegonha

Novo Atlântico

Paiol Grande

Parque Lívia

Presidente Castelo Branco

Presidente Vargas

Progresso

Santa Catarina

São Caetano

São Cristovão

Três Vendas

Triângulo

Não resido em Erechim

Que tipo de meio de transporte você utiliza para se deslocar até a UFFS? * 

Carro particular (próprio)

Carro particular (carona)

Ônibus (urbano)

Ônibus/van (fretado/interurbano)

Bicicleta

A pé

Outro:

Com que frequência você se desloca até a UFFS? * 

Uma vez por semana

Duas vezes por semana

Três vezes por semana

Quatro vezes por semana

Cinco vezes por semana

Mais de cinco vezes por semana 28


Como você avaliaria a qualidade do transporte público de Erechim? * 

Muito ruim

Ruim

Regular

Bom

Muito bom

Para o caso de você utilizar o transporte público, quanto tempo de caminhada é necessário para que você chegue ao ponto de ônibus mais próximo de sua residência? Caso não utilize o transporte público municipal, a resposta não é necessária. 

Menos de 5 minutos

Entre 5 e 10 minutos

Entre 10 e 20 minutos

Entre 20 e 30 minutos

Mais de 30 minutos

Em que horários você, predominantemente, pega o transporte para ir à universidade? Caso não utilize o transporte público municipal, a resposta não é necessária. 

Entre 7h00min e 08h00min

Entre 8h00min e 10h00min

Entre 10h00min e 12h00min

Entre 12h00min e 13h30min

Entre 13h30min e 15h00min

Entre 15h00min e 18h00min

Entre 18h00minmin e 19h00min

Entre 19h00min e 21h00min

Em que horários você, predominantemente, pega o transporte para voltar da universidade? Caso não utilize o transporte público municipal, a resposta não é necessária. 

Entre 10h00min e 12h00min

Entre 12h00min e 13h30min

Entre 13h30min e 15h00min

Entre 15h00min e 18h00min 29


Entre 18h00minmin e 19h00min

Entre 19h00min e 21h00min

Entre 22h00min e 23h00min

Para o caso de você utilizar o transporte público, quanto tempo de viagem o ônibus leva do ponto em que você embarca até a UFFS? Caso pegue mais de uma condução, considere na resposta o somatório do tempo utilizado até chegar na UFFS. Caso não utilize o transporte público municipal, a resposta não é necessária. 

Menos de 15 minutos

Entre 15 e 20 minutos

Aproximadamente 30 minutos

Entre 30 e 45 minutos

 Entre 45 minutos e 1 hora Para o caso de você utilizar ônibus/van fretado, qual é o tempo de deslocamento entre a sua cidade a UFFS? Caso não utilize transporte de ônibus/van fretado, a resposta não é necessária. 

Até 30 minutos

Entre 30 e 45 minutos

Entre 45 minutos e 1 hora

Entre 1 e 2 horas

Mais de 2 horas

Para o caso de você utilizar automóvel particular/carona, quantas pessoas costumam viajar no veículo? Caso não utilize automóvel particular/carona, a resposta não é necessária. 

Uma pessoa

Duas pessoas

Três pessoas

Quatro pessoas

Cinco pessoas

Para que outras finalidades você utiliza o transporte público? * 

Utilizo apenas para ir até a UFFS

Não utilizo, a menos que seja estritamente necessário

Lazer 30


Trabalho (para o caso dos estudantes que trabalham fora da UFFS)

Deslocamentos diversos (compras, visitas familiares, afazeres em geral, etc)

Outro:

Que sugestões você daria para a melhoria do transporte público que leva à UFFS? * 

Aumentar o número de linhas

Horários mais frequentes de deslocamento

Aumentar a qualidade dos ônibus

Mais opções de deslocamento (exemplo: ciclovia)

Outro: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Antes de enviar o questionário é fundamental que o participante dê sua anuência para a utilização dos dados aqui fornecidos, mediante a observação dos itens abaixo pontuados, que compõem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O botão para envio do questionário se encontra após o termo.

Eu, tendo sido convidado(a) por meio eletrônico a participar como voluntário(a) do estudo Mobilidade Urbana em Cidades de Médio Porte: Estudo de Eficiência das Rotas de Transporte Público para o Campus de Erechim da Universidade Federal da Fronteira Sul, recebo, mediante a leitura deste termo, as seguintes informações que me fizeram entender sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:  Que o estudo se destina a Avaliar a eficiência dos itinerários do transporte público voltado ao recém-implantado Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), na cidade de Erechim-RS.  Que a importância deste estudo é a de que as informações levantadas e sistematizadas deem subsídios às propostas de aperfeiçoamento no itinerário, e estimulem o debate sobre o papel desse modelo de transporte na cidade.  Que os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: Debater o modelo de transporte público voltado às cidades médias; conhecer perfil socioeconômico e demandas dos usuários das linhas de transporte público que levam ao campus da UFFS – Erechim; gerar mapas temáticos georrefereciados que auxiliem a sistematização e avaliação dos dados obtidos; avaliar a eficiência do itinerário das linhas existentes e propor eventuais ajustes visando à melhoria das mesmas.

31


 Que esse estudo começará em maio de 2016 e terminará em julho de 2016;  Que o estudo será feito da seguinte maneira: levantamento por meio de questionário online (por amostragem estatística) dos usuários dessas linhas de transporte, no que se refere a: seu perfil de uso, suas necessidades em termos de frequência e horários no uso desse serviço, e sua localização (moradia) na cidade de Erechim. Os dados serão sistematizados por meio de georreferenciamento em Sistema de Informação Geográfica (GIS), e serão comparados aos itinerários atuais dos ônibus.  Que eu participarei das seguintes etapas: levantamento de dados, mediante a aplicação de questionários online.  Que os incômodos que poderei sentir com a minha participação são os seguintes: existe a possibilidade de que o participante, ao responder ao questionário, sinta-se de algum modo constrangido em dar informações sobre seus horários de uso do transporte público, e a localização de sua moradia na cidade. Nesse sentido, é válido reforçar que as informações coletadas não serão analisas e apresentadas individualmente, tampouco de forma identificada, e que, portanto, os dados fornecidos estão protegido sob anonimato.  Que o estudo não apresenta riscos à minha saúde física e mental.  Que deverei contar com a seguinte assistência: esclarecimento de eventuais dúvidas, por meio do e-mail luiz.brandao@uffs.edu.br, sendo responsável por ela: Luiz Felipe Leão Maia Brandão.  Que os benefícios que deverei esperar com a minha participação, mesmo que não diretamente são: a possibilidade de otimização dos itinerários do transporte coletivo urbano, que atende ao campus Erechim-UFFS. Aventa-se, também, a possibilidade de que, caso bem sucedido, o estudo se replique para outras linhas de transporte da cidade de Erechim, auxiliando na formulação de uma base de dados que dê suporte à melhoria da eficiência desse serviço.  Que a minha participação será acompanhada do seguinte modo: análise agrupada dos dados do questionário online, sem identificação do participante.  Que, sempre que desejar, serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do estudo.  Que eu serei informado sobre o resultado final da pesquisa.  Que, a qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando do estudo e, também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer penalidade ou prejuízo. 32


 Que as informações conseguidas através da minha participação não permitirão a identificação da minha pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação das mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.  Que eu serei indenizado por qualquer dano que venha a sofrer com a participação na pesquisa.  Que eu receberei uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, mediante solicitação ao pesquisador responsável, Luiz F. L. M. Brandão, por meio do e-mail: luiz.brandao@uffs.edu.br Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implicam, concordo em dele participar e para isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.

ENVIAR FORMULÁRIO ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua participação no estudo, dirija-se ao: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Fronteira Sul Prédio da Reitoria, Edifício Mantelli - Av. Gen. Osório, 413 D - Jardim Itália, Chapecó - SC, 89802-260, Telefone: (49) 2049-3130

Endereço do responsável pela pesquisa: Nome: Luiz Felipe Leão Maia Brandão Endereço: Campus UFFS, Erechim, RS 135, Km 72 Bloco: /Nº: /Complemento: Bloco de Sala de Professores Bairro: Zona Rural CEP: 99700-000 Cidade: Erechim Telefones p/contato: (54) 3321-7051 Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul

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