EDITORIAL
Somos tri! Chegamos à terceira edição do Jornal Foco na Foca. Um jornal laboratorial da disciplina de PI, 3° período de Jornalismo. O assunto principal deste tabloide são os 50 anos do Unipam. Montamos uma banca muito legal para definir algumas “frações” deste tema. Estiveram presentes neste dia o coordenador Renato Bontempo, o professor mais completo do nosso curso MW, e o Magnifico Reitor Milton Roberto. A decisão dessa galera definiu o conteúdo destas próximas páginas. Mas bater o martelo não foi fácil, e eu até pensei que a banca escolheria fazer um caderno de cada sugestão apresentada, já que uma era a complemento da outra. Mas minhas previsões estavam erradas. Foi definido um tema Vencedor proposto pelos Gustavos e o César. Esses meninos trouxeram para nós, o UNIPAM relatado a partir das suas décadas. A partir daí voltamos lá em 60 e nessa editoria chamada Embrião de Ouro, contamos como tudo começou. Em 70 apresentamos a Década Fundamental, período em que novas bases foram construídas, e os anos 80 agora virou a nossa Estação 80, faremos uma paradinha na história do Sr. Orlando em vários outros momentos. Já na década de 90 vamos ver 30 em 10, isso mesmo, uma revolução tecnológica, que mostrou um crescimento ímpar em vários sentidos aqui no Unipam. Já nos anos 2000 a editoria Transformação mostra que a missão desta faculdade se faz cada dia mais real e concreta na comunidade que ela está inserida. Este PI foi uma experiência muito gratificante já que nossa redação acadêmica conseguiu narrar para vocês um pouco das vidas e das obras que foram de alguma forma edificadas aqui no Unipam. Espero que vocês apreciem sem moderação este jornal. E se me permitem, gostaria de indicar o início desta leitura pela nossa matéria da capa. Ela fala justamente sobre algumas pessoas que ajudaram a construir este grande Centro Universitário. Quem assina a reportagem é o Repórter Gustavo Oliveira. Boa leitura! Cintia Siqueira Editora/Professora Chefe Jornal Foco Na Foca
de
60’s
EMBRIÃO DE OURO Há exatamente 50 anos, em 1968, foi criada a Fundação Educacional de Patos de Minas, que até os dias de hoje é mantenedora da Instituição. Pode-se dizer que a década de 60 comportou o embrião do Unipam, possibilitando 50 anos de grandes transformações. Em visão disto, surge o nome desta editoria, na qual “embrião” se remete ao nascimento da Fepam e “ouro” faz referência aos 50 anos de história. Escrito por: Lorraine Lemos
POPULAÇÃO PATENSE EM PROL DA CRIAÇÃO DE UMA ESCOLA SUPERIOR UEP e imprensa local intermediam luta da população patense pela criação de uma faculdade no município ao final da década de 60
Desde o início da década de 60 era muito almejado por toda população patense a criação de uma escola de ensino superior. A cidade estava evoluindo cada vez mais, os estudantes começavam a se deparar com a necessidade de se mudarem para outros municípios para darem continuidade a seus estudos. Devido a isto, vários jovens desistiam de estudar. Como o intuito de mobilizar a população a lutar para criação de uma faculdade, em 1968, vários estudantes, representados pela UEP (Associação de estudantes patenses), promoviam passeatas e vários outros manifestos. Dona Neusa Ramos que desde a infância morou próximo ao atual Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam), relata que de longe conseguia ouvir o barulho das manifestações dos estudantes, que normalmente aconteciam nas principais ruas da cidade. Ela ainda destaca que através do seu radinho de pilha ficava sabendo de todos os detalhes das movimentações. Naturalmente, a imprensa teve grande influência em todos os movimentos que aconteceram na época, uma vez que, a população se informava através dos impressos locais e dos programas de rádio. Segundo o presidente da UEP (Associação de estudantes patenses) do final da década de 60, Paulo Amâncio, a associação estudantil tinha participação efetiva no rádio. Também eram produzidas cartilhas e panfletos para divulgarem seus objetivos. Em Maio de 1967 o jornal Folha Diocesana publicou um artigo do advogado e professor Dácio Pereira, mostrando para toda a
Lorraine Lemos
Passeata estudantil em apoio a fundação Universitária de Patos de Minas. Avenida Brasil, 1968. (Fotografia: Laboratório de História do Unipam).
comunidade, e principalmente para as autoridades competentes, o quão era importante a criação de uma escola superior. De acordo com Dácio, houve uma grande dificuldade em sua formação em Direito, já que precisava se locomover para São Paulo para estudar. Desde então, ele fez um compromisso consigo mesmo de se empenhar ao máximo pela educação das futuras gerações patenses. “Pela educação, o que eu for capaz de fazer para que meus conterrâneos não tenham que enfrentar as estradas, principalmente os estudantes de famílias com menos condições financeiras, eu farei”, relatou o advogado. Exatamente um ano após a divulgação deste artigo, foi anunciada pelo então Governador do Estado Minas, Israel Pinheiro Mota, a criação da Fundação Universitária de Patos de Minas.
Artigo “A nossa faculdade de filosofia” de Dácio Pereira (Laboratório de História do Unipam).
Que os responsáveis pelos nossos destinos nos ajudem, ou pelo menos não nos atrapalhem na instalação de nossa faculdade de filosofia.
GOVERNADOR ANUNCIA CRIAÇÃO DA FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE PATOS DE MINAS Primeiro conselho curador é formado e tem como presidente Durval Antônio, professor coordenador dos trabalhos constitucionais da Fundação
Alguns integrantes da Assembléia Geral e primeiro conselho curador da Fepam. (Fotografia: Laboratório de História da Unipam).
em 27 de Maio de 1968, Patos de Minas recebeu o governador Israel Pinheiro que anunciou a criação do embrião do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) que temos hoje, a Fundação Universitária de Patos de Minas, através da lei n°4.776/68. Posteriormente a fundação passou a se chamar Fundação Educacional de Patos de Minas, ou simplesmente Fepam, o que já é assunto de outra década. Após a visita do governador, aconteceu uma Assembleia
Geral com o objetivo de arrecadar fundos necessários a sobrevivência da Fundação. Nesta reunião foram registradas as primeiras doações mantenedoras. Dentre os doadores tivemos os Irmãos Maristas e a Diocese que fizeram doações de 16.000 m2 de terreno onde seria erguido o prédio da primeira faculdade. O Irmão Paulo Egídio que colocou à disposição da Fundação, por um prazo de 10 anos, oito salas da escola Marista, Filomena de Macedo Melo, Dr. Waldemar Antônio Mendes, Terezinha de Deus Fonseca, Dr. João Borges, Associação dos Professores de Patos de Minas e Pró-Patos que fizeram doações em dinheiro. Em 29 de novembro de 1968 foi empossado o primeiro Conselho Curador da Fundação Educacional, formado por Durval Antônio Pereira, Irmão Paulo Egídio de Azevedo e Maria da Penha de Castro Olivieri. Durval, como primeiro presidente relata que a partir deste momento de posse, os trabalhos se duplicaram até 1971 quando as aulas começaram oficialmente. “Eu estava devendo algo para minha cidade natal”, o professor destaca que tudo o que fez valeu a pena.
INTEGRANTES &
CONSELHO
Na tentativa de suprir a necessidade regional da criação de uma escola de ensino superior, em meados da década de 60, professores de Patos de Minas fizeram um movimento educacional. Porém, apesar do entusiasmo, ainda não haviam condições financeiras e recursos humanos plausíveis para a criação de uma faculdade, até que em 1968 foi criada a Fundação Educacional de Patos de Minas. Tudo começou quando o professor Durval Antônio Pereira foi convidado pelo Deputado Leopoldo da Silva Porto, a coordenar os trabalhos de constituição da Fundação Universitária de Patos de Minas. Logo que chegou ao município, se deparou com um grupo que já se movimentava pela criação de uma faculdade sobre patrocínio da Universidade Católica de Minas Gerais. Reuniões foram feitas e optaram pela criação de uma escola superior totalmente autônoma e sem fins lucrativos. Formou-se então, um pequeno grupo de pessoas que apoiavam a campanha. De acordo com o professor Durval, a parte constitucional foi relativamente fácil, devido a amizade que tinha com o governador Leopoldo da Silva. Desta forma,
Lorraine Lemos
Alguns integrantes da Assembléia Geral e primeiro conselho curador da Fepam. (Fotografia: Laboratório de História da Unipam).
DĂŠcada Fundamental
DÉCADA FUNDAMENTAL A década de 70 foi onde tudo começou, é a gênese dos 50 anos de história do Centro Universitário de Patos de Minas. A década fundamental para Patos de Minas, uma sociedade que tanto esperava por uma faculdade e foi quando ela teve início. A década fundamental para dezenas de pessoas que finalmente tiveram chance de iniciar os cursos de licenciatura. Enfim, foi época marcante recheada de desafios e metas alcançadas. Destacada pela alegria contagiante de profissionais, alunos e da sociedade em geral a cada nova conquista da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Relatos que valem a pena disseminar a todas as gerações para que embarquem nessa ‘máquina do tempo’ e na história do Unipam. Escrito por: Maria Gabriela Rabelo
ALUNOS DA FAFIPA COMEMORAM A APROVAÇÃO NO VESTIBULAR Apesar da foto ser PB fontes relatam esta festa foi marcada pelas cores branca e amarela Maria Gabriela Rabelo
O sorriso estampado nos rostos de jovens em caminhada pelas ruas de Patos de Minas, uma população em êxtase com o ponta pé inicial da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. O mês de maio de 1970 ficou marcado na memória de todos que acompanharam o 'nascimento' da faculdade. Tempos antes o vestibular havia sido feito no Colégio Marista, para alguns foi considerado fácil, para outros nem tanto. Além de questões de matérias como português e matemática, teve também conteúdo de línguas espanhola e inglesa, o aluno tinha o livre arbítrio de escolher a preferida. Cerca de 246 alunos conseguiram a tão sonhada vaga, portanto, tinham muito o que comemorar. A Rua Major Gote ficou pequena para tamanha euforia, as mulheres tinham seus cabelos pintados por uma mecha branca, já os homens tinham parte de seus cabelos tingidos da cor amarela. A foto em destaque não nos permite ver esses detalhes das comemorações, mas estes estão gravados na vida de cada aluno da Fafipa. Nesse momento não poderia faltar a tradicional farinha de trigo e os ovos para completar a festa, que conquistou olhares curiosos de moradores de Patos de Minas, pois, muitos não tinham
visto de perto um trote de faculdade. A festividade se estendeu até o Colégio Marista, no qual aconteceu uma confraternização
entre os calouros. E assim foi dada a largada na trajetória dos pioneiros da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Imagem retirada do site: EFECADEPATOS / Foto: Janes Gonçalves Guimarães
ALUNA DA FAFIPA SUBSTITUI PROFESSOR E AJUDA COLEGAS NO PERÍODO DA FACULDADE Consuelo Nepomuceno foi responsável pela matéria de zoologia na primeira turma do curso de Ciências Contábeis A união dos estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras foi essencial para seu desenvolvimento na década de 70. As aulas aconteciam de segunda a sábado, nos primeiros dias da semana eram menos horários e às vezes devido a logística não era possível que o professor chegasse a tempo. Os professores da faculdade, em sua maioria, moravam na cidade de Belo Horizonte, pois, era difícil achar profissionais na
região naquele momento. Ao precisar faltar, os alunos, que em sua maior parte eram professores de escolas da cidade, assumiam o compromisso de lecionar as aulas. Um exemplo disso foi a professora de ciências biológicas, Consuelo Nepomuceno, antes mesmo de formar já iniciou os trabalhos na faculdade, assim ela conta "No final do curso um professor meu faleceu, ele dava aula de zoologia e então nem conse-
Maria Gabriela Rabelo
guiu fechar os cadernos de notas. Quem acabou assumindo isso foi eu, a partir daí eu como aluna me tornei professora. Assim como o Valdir Peres, do curso de química, que substituía professores quando precisavam faltar". A seriedade por parte de cada um e a confiança dos colegas fez toda a diferença, no momento em que surgiam dúvidas o recurso era pesquisar em livros, para encontrar uma solução e dividir isso com o restante da turma.
FACULDADE DE FILOSOFIA TEM TODOS OS CURSOS RECONHECIDOS Essa foi apenas uma das vitórias conquistadas na gestão do diretor Altamir Pereira da Fonseca Maria Gabriela Rabelo
min alunos, professores e alunos organizaram uma pequena passeata para manifestar a alegria em ver a Faculdade de Filosofia dar um passo a mais em sua história. Merece destaque todo o trabalho do professor, Altamir Pereira da Fonseca, que lutou muito nesse período para levar o melhor aos seus alunos e para a Fafipa. Imagem ilustrativa/ Retirada do site: lasalle.edu.br
Fatos de 70
No dia 05 de dezembro do ano de 1975, a Fafipa conquistou mais uma vitória, os cinco cursos história, letras, ciências biológicas, matemática e pedagogia foram reconhecidos pelo Conselho Federal de Educação. O professor Altamir Pereira da Fonseca deu a notícia para a população patense em grande estilo, entrou ao vivo na Rádio Clube para confirmar as informações. A sociedade estava em festa, já no dia seguinte, às 10h30
A aula inaugural da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras aconteceu no dia 16 de maio de 1970, no Colégio Marista. Ela foi ministrada pelo professor Durval Antônio Pereira. A data foi tão marcante para a faculdade que o Diretório Acadêmico recebeu o nome de "16 de maio".
O primeiro prédio a ser construído da Fafipa, foi o atual Bloco M do Unipam, ele foi inaugurado no dia 23 de maio de 1975. A solenidade contou com a participação de políticos ilustres daquela época, dentre eles, o governador, Dr. Aureliano Chaves. E teve a presença de educadores, alunos e moradores de Patos de Minas e região.
As solenidades de formatura da primeira turma de licenciados da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, realizou-se nos dias 13, 14 e 15 de dezembro do ano de 1973, em sequência culto, missa e o baile. Ao todo formaram 176 alunos, o baile de gala ficou marcado na mente de quem o presenciou, um evento clássico e admirado por tamanho capricho. Maria Gabriela Rabelo
Maria Gabriela Rabelo
A pedra fundamental marcou a trajetória do Unipam Existem vários tipos de pedras pelo mundo, pedras preciosas, semi preciosas, comuns, ornamentais, mas poucas tem um significado tão importante e marcante na história de 50 anos de uma Instituição. A Pedra Fundamental da FAFIPA foi lançada no dia 31 de janeiro de 1974, o que deu início a construção do prédio-sede, atual bloco M do Unipam. A Pedra Fundamental era uma 'moda' na época e, a maioria das construções locais antes de iniciadas tinham que fazer seu lançamento. No dia estavam presentes em média 15 pessoas, além de uma pedra, foi enterrada uma caixa com nome dos diretores e cópia de atas utilizadas no processo de aprovação da obra. Esse foi apenas o começo da estrutura do Centro Universitário de Patos de Minas. Após dois anos o prédio-sede foi inaugurado, ele continha 2 pavimentos. A faculdade se desenvolveu cada vez mais rápido, a quantidade de alunos cresceu e a luta pela implantação de novos cursos e aumento de estrutura se tornou meta. De início, a faculdade de Filosofia tinha cursos em licenciatura de ciências biológicas, história, letras, pedagogia, matemática, química e física. Nos anos 80 inseriram química e física bacharelado e começou uma luta para conseguir autorização do curso de administração, que foi conquistada no ano de 1988. Nessa época ainda existia 'faculdades isoladas' e cada uma possuía um diretor Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFIPA) - ciências biológicas, história, letras, matemática, pedagogia, química e física. Faculdade de Ciências Administrativas (FACIA) - administração, ciências contábeis, sistemas de informação, secretariado executivo, comunicação social, superior de tecnologia em agronegócios, superior de tecnologia em gestão comercial, superior de tecnologia em moda e estilo. Faculdade de Direito (FADIPA) - Direito. Faculdade de Ciências da Saúde (FACISA) - farmácia, enfermagem, fisioterapia, educação física, nutrição, psicologia, medicina. Faculdade de Ciências Agrárias (FACIAGRA) - Agronomia e Zootecnia. Quando passaram ao conceito de universitário que todas as faculdades se uniram. Atualmente, o Centro Universitário de Patos de Minas – Unipam, conta com 12 blocos, diversas salas e laboratórios de alto nível, biblioteca, além disso, tem também o Centro Clínico e o Centro Clínico Veterinário. O esforço de cada dirigente da faculdade e da Fepam foi crucial para o resultado visto hoje e as obras não param por aí, até novembro do ano de 2018 deve ser inaugurado o Centro de Convenções. O Unipam também conta com 30 cursos de graduação presencial e 8 a distância. Depois de 44 anos do lançamento de Pedra Fundamental e ano de comemoração aos 50 anos do Unipam, é motivo de orgulho ver o quão forte foi a base da Fafipa, tanto de educadores, diretores, alunos quanto do conselho curador da Fepam. Ao olhar pra trás e ver o desenvolvimento no decorrer desses anos, podem ter a sensação de dever cumprido. O odontólogo, Dirceu Deocleciano Pacheco, presidente por 21 anos da Fepam, fala do orgulho em participar dessa história "Quando eu assumi a presidência da Fepam no dia 6 de junho de 86, eu nunca podia imaginar que ia chegar onde chegou, nenhum de nós imaginávamos, mas foi crescendo de uma maneira galopante" e conclui
Lançamento da Pedra Fundamental/ Foto: Acervo do Unipam
Ata da colação de grau dos primeiros formandos. Retirada do site: efecadepatos
Foto panorâmica do Unipam. Retirada da internet.
Eu tenho uma satisfação e um orgulho enorme em ver o Unipam e imaginar que Deus me concedeu essa bênção de participar desde o primeiro dia, isso foi um marco na minha vida.
ESTAÇÃO 8
ESTAÇÃO 80 Estação, palavra que nos remete a um lugar de parada, de chegadas e partidas; nos remete também ao tempo. Verão, outono, inverno e primavera. Palavras que nos levam à mente lembranças, histórias, saberes, experiências, recordações, relações que nos permitem compartilhar algo que vivenciamos e que de certa forma memoráveis em nossa vida. E é isso que desejamos a você leitor do Jornal Foco na Foca. Uma experiência de conhecer e apreciar fatos marcantes da história do Unipam vivenciados na década de 80. Conhecer pessoas que por aqui passaram, contribuíram para que a instituição se tornasse o que é hoje e deixaram assim suas pegadas como exemplo de luta, dedicação e amor pelo que fizeram. Escrito por:
CRIAÇÃO DO DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES Um marco planejado Matheus Borges
Sem dúvidas 1980 foi um grande ano para a Faculdade de Filosofia, evoluções e aprendizados fizeram parte deste decenário. Diversos setores foram criados, entre eles o DCE. Mas você sabe o que significa esta sigla para a instituição? Para a faculdade e hoje Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), DCE significa Diretório Central dos Estudantes. A criação deste departamento foi feita para atender aos anseios e reivindicações dos estudantes. Antes a organização era chamada de Diretório Acadêmico, mas no dia 29 de novembro de 1987 o nome foi alterado. Através de uma Assembleia Geral, convocada na época, foi
aprovada a nova designação da entidade, se tornando o nome que se estende até os dias atuais, Diretório Central dos Estudantes. As eleições naquela época sempre foram realizadas de forma direta e através de voto secreto, assim como persiste nos dias de hoje. A primeira chapa vencedora para representar os estudantes, foi Podres e Poderes, tendo como presidente Divino José. Já são mais de 30 anos que o meio representativo foi criado para representar os alunos do Unipam. Mais de 187 pessoas já passaram pelo Diretório Central dos Estudantes, pessoas estas que acreditaram e acreditam na educação.
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE PATOS DE MINAS RECEBE AUTORIZAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE NOVA FACULDADE Decreto de autorização chega a Patos de Minas em 26/05/1988 Cristiane Andrade
Diretora da Fafipa em 1986, Neusa Helena Queiroz Borges. (Foto: Maria Gabriela
Hoje, grande Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM) com 30 cursos presenciais de graduação; na década de 80, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (Fafipa) e a luta incessante dos membros da Fundação Educacional de Patos de Minas (Fepam) e de componentes da população patense para a aprovação da tão sonhada Faculdade de Ciências Administrativas. A criação desta nova faculdade representava, na época, um grande avanço, não só por proporcionar um leque mais amplo de cursos do ensino superior, mas também por se tratar de um passo importante rumo à distante Universidade que, para isto, exigia a existência de cinco faculdades. A Faculdade de Ciências Administrativas contribuiria também para o desenvolvimento de Patos e região que passava por um momento de transformação econômica, na troca de sua arcaica mentalidade agrária por uma mentalidade empresarial. Este processo de implantação de uma nova faculdade era muito difícil, pois era preciso organizar vários papeis, primeiramente a carta consulta na qual era preciso levantar todos os
dados do muni cípio e provar que havia uma razão para registrar um curso, esta ia para a banca que avaliaria o pedido. Caso fosse aprovada, era feito então, o projeto específico que seguia para o conselho de educação, no qual seria descrito cada parte da instituição, explica a diretora da Fafipa em 86, Neusa Helena Queiroz Borges.
Presidente da Fepam em 1986, Dirceu Deocleciano Pacheco ao lado do estudante de jornalismo Matheus Borges. (Foto: Maria Gabriela)
Segundo o presidente da Fepam no ano de 86, Dirceu Deocleciano Pacheco, essa luta durou anos e era um sonho de toda a população patense. Desde 83, houve um grande trabalho por parte do deputado federal José Mendonça de Morais juntamente com o prefeito Arlindo Porto pela implantação desta nova faculdade da Fundação Educacional de Patos de Minas. “Como se tratava do período da Ditadura Militar, os regimes fortes se preocupavam em não deixar o povo evoluir muito mentalmente, senão virava problema. Não autorizavam a criação de curso superior.” Depois de muito trabalho e
dedicação dos envolvidos na criação da Faculdade de Administração, a conquista foi alcançada. Eis que chega a Patos de Minas, pelo Ministro Iris Rezende, no dia 26 de maio de 1988 o decreto assinado pelo presidente José Sarney, que autorizava o funcionamento da Faculdade de Ciências Administrativas mantida pela Fundação. O anúncio foi feito no Parque de Exposições durante a abertura da 21ª Exposição Regional de Pecuária. Esta notícia veio acompanhada de outra boa nova, acrescentando motivos para uma bela comemoração à Fundação. O Ministro Iris Rezende, trouxe consigo outro decreto assinado por Sarney, autorizando o funcionamento da habilitação em Orientação Educacional do Curso de Pedagogia ministrada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas, esta alegria foi estampada no rosto de Neusa Helena, o que ressaltava a importância deste decreto. Na semana seguinte ao anúncio da autorização da nova Faculdade, houve uma reunião histórica do Conselho Curador da Fundação mantenedora, pela qual resolveu que suas atividades se iniciariam no próximo ano, por isso haveria em janeiro de 1989 o vestibular para o preenchimento das primeiras sessenta vagas, além de marcarem uma manifestação para o dia 24 de junho de 88 para comemorarem junto à popu lação patense a grande vitória e realidade de uma nova Faculdade na cidade de Patos de Minas.
APÓS UMA DÉCADA EX-ALUNOS DO UNIPAM SE REÚNEM EM ENCONTRO DE VELHOS AMIGOS Histórias não faltaram na festa que reuniu os ex-alunos do UNIPAM Johnny Pires
Confraternização dos alunos (Fafipa), em 1980. (Foto: Arquivo/Neusa Helena)
Hoje a cor dos cabelos já está tomada pelo branco. O andar já não é mais o mesmo dos tempos em que corriam pelos corredores para não chegar atrasados. Mas as risadas e as conversas atravessaram as salas de aula da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas (Fafipa), hoje Centro Universitário de Patos de Minas
(UNIPAM), na década de 70. Alguns já são avós, outros até bisavós, que voltaram no tempo tentando se encontrar nos jovens da foto daquela época. O reencontro foi com o próprio passado, pelos olhares dos velhos amigos. O evento cheio de saudosismo que marcou a década de 80 foi o reencontro de ex-alunos e professores numa festa de confraternização após 10 anos de formados. Denominado de CONFAFI (Confraternização dos alunos dos Cursos da Antiga Faculdade de Filosofia), a comemoração aconteceu no mês de novembro no saguão da instituição e reuniu os formandos dos cursos de Filosofia, Ciências e Letras, que participaram desse momento de muita alegria e nos-
talgia. Para organizar o passado num presente, o diretor daquele ano Valdir Peres, contou com a ajuda da professora Neusa Helena Queiroz Borges, para conseguir reunir os antigos companheiros de sala de aula.
Confraternização dos alunos (Fafipa), em 1980. (Foto: Arquivo/Neusa Helena)
Uma missa foi celebrada para dar inicio as comemorações. Das pessoas que estavam presentes neste primeiro reencontro Neusa
Helena, se recorda com carinho e emoção da participação do reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professor Aluísio Pimenta (in memoria), que proferiu uma palestra para todos os presentes. Ainda segundo a professora, se faziam presentes os formandos João Marcos Pacheco, Cleusa Pereira, Ricardo Marques, Maria Carmem Bernardes, Altamir Pereira, Agenor Gonzaga, Consuelo Nepomuceno entre outros velhos amigos. Na oportunidade, colegas se reaproximaram, colocaram o papo em dia, trocaram lembranças, fizeram as pazes e reproduziram fotos da época de curso durante o dia festivo. Além do churrasco oferecido, a saudade era um prato cheio para todos. As músicas que tocavam eram nostálgicas, muitos dançavam e outros derramaram lágrimas de saudade de um tempo memorável.
O encontro, a troca de olhares, risos, os assuntos interrompidos pelo tempo e por que não lágrimas nada mais é do que enxergar a si mesmo. Reencontrar aqueles colegas que fizeram faculdade na década de 70 corresponde a olhar o que eles foram e no que se transformaram. Os sorrisos talvez sejam também de retribuição. Eles são o que são, graças à uma época, àquela época, aqueles amigos. O olhar de saudade aumentou quando houve a troca de foto
Confraternização dos alunos (Fafipa), em 1980. (Foto: Arquivo/Neusa Helena)
grafias, pois só o coração de quem viveu aqueles sorrisos consegue se reconhecer e distinguir amigos.
Confraternização dos alunos (Fafipa), em 1980. (Foto: Arquivo/Neusa Helena)
Com o passar dos anos, parte dos ex-alunos deixaram Patos de Minas, em busca de novas oportunidades pelo mundo a fora. Alguns regressaram outros só voltam para rever parentes e amigos ou para matar a saudade do que deixaram para trás como uma fotografia amarelada esquecida no fundo da gaveta do coração.
UMA GRANDE MULHER NA DÉCADA DE 80 Gilcelina enfrentou preconceitos e contribui com o crescimento da Instituição Matheus Borges
Falar em história é reviver momentos onde grandes pessoas passaram e de uma forma ou de outra aprenderam, surpreenderam e ensinaram. Na década de 80 muitas coisas aconteceram. Foi declarado o fim da guerra fria e com isso, a queda do muro de Berlim, unindo as “duas Alemanhas” em uma. O Brasil perdeu a copa. Mas, no mesmo período estava em formação o que hoje chamamos de Unipam. Muitos profissionais passaram pela antiga Faculdade de Filosofia. Entre eles, uma mulher, que com sua garra e esforço conseguiu contribuir para o desenvolvimento da Instituição. Gilcelina Xavier, hoje com 77 anos, entrou para o time de colaboradores da faculdade ainda na década de 70, e por lá ficou 32 anos. Mas foi na década de 80 que Celina, como ela gosta de ser chamada, teve suas maiores oportunidades. Com seu cabelo grisalho e seu sorriso leve a senhora lembra com saudades todos os momentos vividos naquele tempo. Durante o decenário de 80, Celina recebeu nomeação de secretária executiva da faculdade, deixando de ser auxiliar de secretaria. A confiança para exercer o cargo veio de Neusa Helena Queiroz Borges, antiga presidente do local. Antes de ser nomeada, a mulher teve muitos desafios a serem superados, um deles era a correção dos vestibulares. Com um martelo e um furador ela e a ex-presidente passavam horas e horas preparando os gabaritos para as provas do concurso: “Ali passávamos a maior parte do nosso tempo. Não era cansativo, estávamos sempre rindo e executando nossas atividades com muito prazer”. Além disso, Celina ajudou a organizar todos os arquivos, estes que possuíam informações
Celina Xavier em 1980, secretária na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas (Fafipa). Foto: Matheus Borges
de cada aluno, uma espécie de ficha informativa, de acordo com ela naquela época não existiam as tecnologias avançadas que temos hoje, mas mesmo assim ela e toda a equipe conseguiam manter a organização: “Nós fazíamos tudo a mão, e anotávamos a localização dos caixotes com as fichas em um caderno, tudo foi organizado da melhor maneira possível”. Para ela dentre os vários momentos engraçados que viveu, nos 32 anos como secretária, foi quando passaram a atender em um prédio de dois andares, com escada muito grande, em que ela e suas colegas perdiam as contas de quantas vezes subiam e desciam para buscar as fichas dos alunos da até então Faculdade de Filosofia. Mas nem tudo foi fácil para as mulheres daquela época, principalmente para Celina. O machismo que é o comportamento, expresso por opiniões e atitudes, de um indivíduo que recusa a igualdade de direitos e deveres entre os gêneros sexuais, que favorece e enaltece o sexo masculino sobre o feminino, se fez presente na vida da senhora. Com um olhar triste, Gilcelina relembra que muitas vezes ouvia de homens, seus colegas de trabalho,
que ela não seria capaz de contribuir com o crescimento da instituição. Mas hoje com um sorriso no rosto ela se sente feliz ao ver que os comentários machistas não foram capazes de tirar dela a vontade de trabalhar e de ser feliz em sua local de trabalho. Ela e sua fiel amiga, Neusa Helena, foram fortes, à frente da instituição de ensino juntas, conseguiram fazer com o meio alcançasse voos longos. Emocionada a senhora de 77 anos relembra sua amizade com Neusa: “Nós andávamos sempre juntas, ela acreditou em meu potencial quando eu ainda era auxiliar de secretaria e hoje sinto muito orgulho em saber que pude contribuir com o que hoje é o Unipam”. Gilcelina Xavier deixou a instituição em 1992, para alcançar outros desejos do seu coração. Ela sempre foi sonhadora e gostou de desafios. Então ela deixou tudo e junto com sua irmã Celsita abriram uma loja de livros no centro de Patos de Minas, de acordo com as mulheres eles vivem em uma roça no meio da cidade, devido a tranquilidade e paz que a loja traz. São de mulheres assim, fortes, guerreiras e sonhadoras que o Unipam foi formado e é construído em sua nova fase.
SR. ORLANDO O JARDINEIRO QUE PLANTOU SABEDORIA O AMBIENTE NATURAL DO SR. ORLANDO AFONSO Assim como no passado, nos dias atuais os jardins continuam bem cuidados. Da grama aparada até a poda bem feita. Johnny Pires
Quem nunca parou na sombra de uma árvore para descansar, ler um livro ou ate mesmo para apreciar as belezas da natureza? E foi pensando nisso que a década de 80 foi marcada pela plantação de diversas árvores no centro universitário de Patos de Minas – Unipam. O senhor Orlando Afonso Correa, foi o precursor dessa história, sendo um colaborador exemplar pra todos da instituição que completa 50 anos. Hoje de cabelos brancos e no auge dos seus 80 anos, o jardineiro tinha um jeito todo especial de cuidar daquele lugar, a atenção, o carinho e dedicação que ele desprendia a cada uma daquelas plantas era fascinante. Convidado para voltar á instituição pra falar sobre o seu trabalho, seu Orlando, que hoje é aposentado e dono de uma sabedoria incrível, vestiu a mesma camisa que utilizou há 32 anos quando foi para preencher a vaga na instituição, demonstrando dessa forma toda gratidão pelo lugar que amou trabalhar. Atualmente, quem caminha entre os blocos de cimento erguidos para educação, sente a pureza do ar que vem dos jardins que ele cui-
dava. Para não ser cobrado pela Diretora da época Neusa Helena Queiroz Borges, ele preocupava-se com cada detalhe. Ao chegar na instituição as 07 horas, já iniciava lá mesmo no portão de entrada a limpeza do local, recolhia guimbas de cigarros e papeis nos jardins que era a sua maior paixão. A grama sempre verde, nunca ultrapassava 3 centímetros de altura muito menos precisava de produtos químicos, pois era muito bem cuidada, a poda acontecia de acordo com a época do ano, sendo assim nem as pragas ameaçavam aquela beleza. Não foram apenas arvores para sombrear, senhor Orlando gostava tanto do trabalho que trazia de casa mudas frutíferas para plantar no campus da faculdade. Entre as diversas mudas plantadas, o destaque fica para o pé de cajá-manga, que mesmo azedo os frutos eram a sensação dos alunos e funcionários daquele tempo. A disputa era acirrada para pegar os frutos que têm espinhos pequenos na parte macia. A arborização contava ainda com a barriguda, que hoje esta com 18 metros de altura. Sua
característica mais notável é uma parte bem saliente, à meia altura de seu tronco, que lembra uma barriga. Já o pé de angico foi conseguido pelo José Maria, que trabalha até hoje no setor de compras. A árvore é de porte mediano e atingiu 15m de altura. As flores pequenas, do tipo pincel, de cor creme estão agrupadas em inflorescências globosas. As flores vermelhas, roxas e amarelas, espalhadas pelo campus pareciam que sorriam quando viam seu Orlando. Mesmo que tenham se passado vários anos, o jardineiro que é canhoto, porém muito habilidoso, voltou a regar as lindas flores plantadas na entrada principal. Os jardins do Unipam, sempre impressionaram pela beleza e o colorido da paisagem. Questionado sobre a importância da natureza, seu Orlando, olhando para o horizonte a ponta para um passado que jamais vai sair de sua mente: “Se todos soubessem o que é a natureza, ninguém ia destruí-la. Antigamente as pessoas tinham mais consciência, mas hoje em dia
tenho medo do futuro”, diz o eterno cuidador do meio ambiente. Os anos se passaram, folhas caíram, flores desabrocharam mas nesta linha do tempo do seu Orlando, o sentimento de amor e gratidão só aumentaram por ter sido peça fundamental para a chegada dos 50 anos do Unipam. “Fico emocionado de saber que fui importante pra este lugar. Trabalhar aqui foi um dos momentos mais felizes da minha
vida. Além de fazer o que gostava criei toda minha família. Hoje plantei novas “mudas”, tenho netos que estão estudando aqui e isso me enche de orgulho de ver que eles estão em ótimas mãos e no lugar onde amei trabalhar”, afirmou seu Orlando, o senhor que cuidou durante anos de cada planta do Unipam, para que a faculdade pudesse hoje colher mais uma rosa nos jardins da vida. Já no fim do passeio pelos jardins, seu Orlando, com os olhos
marejados, viajava em sua mente de relembrar. Passava uma energia boa emanando alegria de um tempo que jamais vai apagar da sua memoria. Assim como chegava todos os dias para exercer sua função, o jardineiro de sorriso fácil disse que este aniversário é muito importante e que merece todo respeito. “Parabéns Unipam, 50 anos é pra poucos!”, finalizou.
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30 EM 10 A Fepam havia completado 20 anos de existência e a busca pelo progresso seguia a todo vapor, com a agregação de novos cursos e o começo da incorporação das novas faculdades. Junto a isso, veio a construção de prédios e o estabelecimento de um tempo de progresso e desenvolvimento, um período semelhante ao de Juscelino Kubitschek, só que de 30 anos – de crescimento, expansão e abertura de novos horizontes – em 10. Escrito por:
Campeões em Obras
Gustavo Oliveira
AS HISTÓRIAS, CAUSOS E LEMBRANÇAS DE UMA EQUIPE QUE É A RESPONSÁVEL DIRETA PELO DESENVOLVIMENTO DO UNIPAM E DA CIDADE DE PATOS DE MINAS.
Autoria: Gustavo Oliveira
Areia, brita, cimento, masseiro. Muita disposição e trabalho duro. O que não falta é descontração, gente animada com o intuito de evoluir, de buscar o melhor para os seus, na construção do amanhã. Mais de 100 funcionários num único setor. Não qualquer, mas o que é responsável por toda a expansão da instituição de ensino conhecida por Unipam. Gente que não tem vergonha de ser, de trabalhar com garra na montagem do futuro de quem já estuda e de quem ainda estudará. Os mais de 100 mil/m² de área construída – e em construção – da faculdade foram de inteira responsabilidade deles, que desde o meio da década de 1990 atuam na realização dos projetos de expansão. Dezenas de pessoas passaram por essa equipe, muitos viram os filhos se formarem nos prédios que ajudaram a construir, outros se formaram nesses prédios e hoje trabalham fora do canteiro de obras. Mas muitos continuam e outros vieram dos mais variados pontos do país. Assim é montada essa equipe, que há 25 anos põe a mão na massa para tornar o Unipam uma instituição de referência e de estrutura em constante expansão, reparo e modulação.
SURGIMENTO DA EQUIPE Com a criação de cursos e novas faculdades, viu-se a necessidade de “dar casa” a cada uma das graduações que tinham o funcionamento aprovado. “O curso de administração foi o mais difícil de todos, para mim a chegada dele é um marco na história da faculdade”, conta a hoje coordenadora de extensão, pós-graduação e pesquisa, Adriana Tredezini. Para o início desse curso, foram investidos cinco anos “de idas a Secretaria de Estado de Educação” conta Tredezini – de 1983 até 1988, até acontecer a montagem da primeira turma em 1989. “Com a Administração que eles montaram a equipe da obra, porque antes chamavam o pessoal só para contratos temporários. Viram a necessidade de ter um pessoal fixo para a construção”, lembra um dos componentes desse time, conhecido como Zé Galo, hoje na função de auxiliar no
setor de compras e manutenção. “Trabalhei alguns anos com as primeiras equipes, só de contrato. Assinaram minha carteira como funcionário da obra em 1995. Daí passei pela marcenaria e hoje estou como serviços gerais”, lembra Zé Galo. Com o decorrer dos anos 1990, a demanda por novos cursos aumentava na proporção que a busca dos alunos por diferentes formações surgia. Tanto que em 1988 a primeira turma de Administração de Empresas foi montada. Já as Ciências Contábeis teve inauguração oficial em 1993. Por fim, foi aprovado em 1996 o Direito e em 1998, a Farmácia. O Direito era tido como um sonho para os participantes da equipe de coordenação, tanto que a conquista da graduação foi divulgada em revistas e jornais patenses da época. Muito dessas dificuldades são debitadas “nas exigências feitas por parte do órgão responsável das categorias de cada curso. Como a Medicina, Psicologia e Odontologia, que também não dão autonomia a nenhuma instituição em criar cursos sem o aval do conselho”, afirma Adriana Tredezini.
TRABALHOS INICIAIS Desde quando foi criada, a equipe da obra é responsável pela montagem e reforma de tudo o que há de construções na propriedade do Unipam: todos os blocos – menos o M, que já existia na época que a equipe foi organizada – tiveram a participação do pessoal, que começou numa equipe pequena, segundo Divino em 15 e hoje contam-se mais de 100 funcionários nesse time de peso, força e muito trabalho. Desde 1992 no Unipam – com uma saída de três anos e
volta em 1995 – Divino, hoje encarregado da equipe que atua no Centro de Convenções, conta que quando entrou atuava na função de pedreiro “quando comecei não tinha nada lá, só o Bloco M e foi a gente quem construiu aquilo tudo”. Divino lembra que as obras começaram no galpão – em estilo meia-água – que sediava os cursos de Administração e Contábeis. “Depois fizemos o que hoje é o da Farmácia – e na época sediava o Direito, para depois construir o do Direito”, lembra. Anúncio da Fepam sobre o curso de Direito, em revista patense da época.
GENTE UNIDA
Times grandes assim precisam de além de uma equipe unida e bem estruturada, gente que lidere e colabore com a animação do pessoal. Com o objetivo de tornar cada dia de trabalho, um diferente de novos avanços e conquistas. Deraldo Alves de Araújo é tido como um dos exemplos dessa força motivadora e de interesse no bem de todos: “Eu admiro o trabalho de todos, mas ele é um cara diferente: na dele, conversa calma e voz baixinha, maior humildade. E consegue liderar sem ser autoritário, sem se impor às pessoas”, diz o reitor Milton Roberto de Castro sobre Deraldo. “Eu me sinto capacitado pela maneira como a gente trabalha no dia a dia. E a rapaziada gosta de trabalhar comigo, nosso relacionamento é muito bom. Não é ficar cobrando e exigindo, mas se precisar de falar, a gente fala, passa para eles” completa. Hoje ele é o encarregado pelas obras do Centro de Triagem de Animais Silvestres – Cetas do Instituto
O que vimos da obra
Estadual de Florestas – IEF, que é executada por ele e mais 15 colegas do time da obra do Unipam. O prazo de encerramento das obras é no final de outubro “acho que a gente consegue, mesmo com a equipe reduzida para o foco principal, que é terminar o Centro de Convenções”, afirma Deraldo. “Milton é um peão da obra, está sempre bem para receber a gente e conversar. Assim como Dr. Dirceu: ele chegava cedo todo dia para ver como estávamos e o andamento das coisas”, conta Divino que se lembrou dos dois gestores como referências em atenção e zelo ao trabalho desempenhado pela equipe da obra.
“O nosso intuito principal com a unificação de uma equipe para cuidar das construções dentro e fora do campus foi o de que não acontecesse de serem os chamados “peões da obra”, mas de pertencerem ao que acontece aqui. A perspectiva de muitos deles foi mudada, seja pelo lado educacional – o Projeto Letração, seja pela forma como cresceram enquanto pessoas”, afirma o reitor Milton Roberto de Castro. “Sou daqui de Patos mesmo, trabalhei pra todo lado dentro do Unipam: no Bloco N – passei uma temporada boa, no I, ajudei no G também, no Centro Clínico. Já faz 30 anos que trabalho com Construção Civil. Dez foram no Unipam”, comenta o pedreiro Milton Fonseca. Milton Fonseca: nove anos na equipe da obra.
TALENTOS E FESTANÇA “Só uma palavra me devora/Aquela que meu coração não diz/Só o que me cega, o que me faz infeliz...” (Raimundo Fagner, Jura Secreta do álbum Eu canto – Quem viver chorará, 1978) Estes são versos de uma canção composta para a voz e interpretação de Fagner. Durante os dias de sol e nas eventualidades de turnos realizados a noite, uma das vozes dos mais de 70 funcionários do time que está encarregado da obra do Centro de Convenções entoa estrofes e refrãos de músicas românticas. “Eu adoro esses clássicos, principalmente as coisas do Fagner”, conta o cantor do time da construção do Centro de Convenções e especialista em hidráulica, Reinaldo Pedro Costa. Reinaldo afirma que a principal ocupação nas horas de lazer é aproveitar a música e tudo que ela proporciona “Trabalho aqui no Unipam há 13 anos. Toda vez que
Reinaldo Pedro, o cover de Raimundo Fagner.
tem a festa de fim de ano, que geralmente acontece lá na AABB, levo o violão e meu filho – que é bombeiro aqui do Centro de Convenções – toca o cajón (uma espécie de caixa para acompanhamento percussivo) e fazemos a animação da galera”. Assim que acabou de falar sobre a paixão musical, lançou mão de versos cantados à capela de “Cordas de Aço”, também de Raimundo Fagner “Não sei a cor do perdão/Nem o peso do sacrifício/Só sei que quando estou só/Sinto na pele/Que meu abrigo pode ser o precipício”. “Tivemos até que reordenar essas festas de fim de ano do pessoal da obra. O pensamento era começar às 10h com o futebol, almoçar às 12h e terminar em seguida. Mas não funcionou assim: comiam, voltavam a jogar e colocavam música... Não paravam a festa [risos]”, recorda o reitor Milton Roberto de Castro.
O BRASIL SE ENCONTRA AQUI A partir da década de 1950 o êxodo se tornou uma saída à melhora de vida para parte do povo brasileiro. Com a construção de Brasília e a disseminação de notícias a nível nacional pelo rádio, a noção em senso comum de um Sul cheio de oportunidades como opção a um Norte de pobreza entrou em evidência. “Aqui tem gente que veio de Pirapora, dois do Ceará, Sergipe, Buritizeiro, São Paulo e de todo quanto é lado”, conta Divino, “uns que vieram e ficaram e outros que logo saíram”. Da equipe da obra, com atuação como pedreiro – anteriormente foi servente – Leonardo Raimundo Nascimento veio no final 2001 para Patos de Minas para trabalhar ao lado do irmão na construção de uma casa. Terminado o projeto, não quis voltar para São Mateus, bairro da Zona Leste de São Paulo onde morava. “Aqui é bom demais, tudo fica perto, não tem erro. Volto lá todo ano para ver as minhas irmãs e ficaram”. Leonardo, torcedor do Corinthians e que na obra é conhecido por Paulista, faz planos de rever a família nas próximas férias: “Aqui quase não tem prédios, aí quando mando fotos daqui, eles falam “Mas você tá é no fim do mundo [risos]” Pior que eles nem sabem o que estão perdendo aqui”, conta Leonardo. “Quando for lá quero conhecer o Itaquerão. Desde inaugurou não fui”, diz. Deraldo é natural de Patos de Minas, mas já viveu e trabalhou em São Paulo: “Quando fui eu tinha 18 anos. Aqui em Patos era tudo muito parado e fui para lá trabalhar com montagens de estruturas metálicas e coberturas de alumínio. Participei de
várias obras, como a da estação Barra Funda, da Corinthians-Itaquera, da Patriarca e de alguns aeroportos, como o de Cumbica e Guarulhos. Voltei em 1990 e a primeira porta que bati foi no Unipam, onde estou até hoje”, diz.
na França, no total deu quase dois anos. Voltei e fiquei um tempo em Goiânia, depois em Uberaba e Uberlândia até chegar de novo a Patos”, afirma. Rafael conta que a turma que partiu para o exterior, era composta de oito brasileiros, mas que “mesmo com as complicações – principalmente a língua e a cultura – a experiência valeu”, analisa.
Deraldo, mais de 20 anos de Unipam.
Quase nove anos como funcionário da obra – um dos poucos sem apelido – o pedreiro Rafael Martins de Oliveira, é natural de Patos de Minas e viu a faculdade crescer nos primórdios “aqui era só capim e mato e eu com os colegas da época jogávamos futebol ali embaixo, depois do Marista. Era mato e plantação de mandioca”, relembra Rafael. “Fui em 2008 para a Europa trabalhar de pedreiro. Fiquei na Bélgica – onde passei maior parte do tempo – e
Rafael conheceu a Europa a trabalho.
Sotaque marcado que denuncia as origens nordestinas, João Fernando de Beiro Tavares, faz planos de visitar a família na terra natal nas férias do trabalho no Centro de Convenções “conversamos com eles todo dia. Minha filha de 11 anos, fala sempre com minha mãe pelo telefone”. João Fernando, o Poncho partiu de Recife para tentar uma vida mais
rentável em Irecê, no interior da Bahia. Lá morou durante oito anos “não conhecia ninguém, já trabalhava com construção civil”. Quando chegou a Patos de Minas, atuava de ajudante de obras e hoje trabalha como pedreiro “depois de oito meses que cheguei aqui, me indicaram para o Unipam e é onde estou até hoje”, afirma. A cerca de 600 km de Irecê, diretamente da cidade de Rio Pardo, veio para o Alto Paranaíba, Rogério Santos e sua família. Nascido na capital do polvilho que tem cerca de 30 mil habitantes (IBGE, 2014) e fica a 326 km de Montes Claros: “é muito forte a plantação de mandioca e a extração de pol
vilho por lá. Tanto que onde eu nasci não é tão carente que nem nas redondezas, que sofrem mais com a falta de emprego, de alimentos”, diz. “Minha família veio para Varjão de Minas e vivi lá por 15 anos. Há quatro anos vim com minha esposa e meu filho – com dois anos na época – para Patos. Comecei mexendo com lavoura e depois fui para a construção civil”. No Unipam, Rogério entrou como pedreiro e é essa a função que ele exerce hoje nas obras do IEF. “Estou aqui desde as fundações, há seis meses quando ainda montavam o refeitório”, lembra.
Poncho: de Recife partiu para uma caminhada rumo ao Sul.
NOME DE GUERRA E apelido é assim: “pode contar nos dedos os que sabem o meu nome, só os mais antigos aqui da obra”, diz Paraguai. “Esse nome que me arrumaram atravessou a fronteira do serviço. Tanto que até lá na terra que nasci, no distrito de Sertãozinho, me chamam de Bezerra”, conta Amilton Justo de Oliveira. “Logo quando entrei, era época de Fenamilho e estávamos num intervalo. Então passou um daqueles caminhões que transportam bezerros. Eu apontei e disse para eles: “Gente, olha lá que tanto de bezerro”. Daí não teve jeito, um deles me chamou e o apelido pegou [risos]”, lembra.
Num momento de distração, Bezerra ganhou um apelido para a vida toda.
Apelido com referência a um time de futebol, Paraguai está perto dos 25 anos de Unipam.
Poncho – o João Fernando de Beiro Tavares – natural de Recife e torcedor do Sport têm dez anos de trabalho no Unipam. “Quando cheguei aqui em Patos, tinha um suco em pó bem popular e que todo dia um cara vendia na hora
do almoço. Então uma vez, eu quis comprar e disse “ei, pode deixar meu Poncho aí”. Depois disso acabou, é Poncho pra todo lado”, rememora Poncho.
“Tá vendo aquele edifício moço?/ Ajudei a levantar/ Foi um tempo de aflição/Vou pra casa entristecido [...] Dá vontade de beber/ E pra aumentar o meu tédio/ Eu nem posso olhar pro prédio/ Que eu ajudei a fazer”. (Zé Geraldo, Cidadão, do álbum Terceiro Mundo, de 1979).
VALORIZAÇÃO E FUTURO: “AQUI É UNIÃO”
No time da obra, o nome registrado nos documentos raramente é o usado nas conversas diárias. “O sujeito entra aqui e os com mais tempo de casa, já percebem o jeito do cara e colocam o apelido. Aí você já sabe, né? Chamou uma vez, pega mesmo”, diz um dos responsáveis pelo canteiro da obra, com 23 anos de empresa, Divino. A lista é imensa, de Gordo/Magro até Paraguai: “Meu nome mesmo é Olímpio José da Silva. Quando comecei aqui no Unipam, aquele time do Paraguai (Club Olimpia, da capital Assunção) estava em alta aí não deu outra, juntaram os dois e ficou Paraguai. Até meu irmão já herdou o apelido”, conta o pedreiro “mas com mais experiência em mexer com carpintaria” Olímpio José, conhecido por Paraguai funcionário da obra há 24 anos.
Apesar do reconhecimento, “muita gente não se preocupa com o valor do trabalho pesado: acha que é porque está ali não têm que valorizar, como uma obrigação, fazemos só porque temos de fazer. Não veem a necessidade de se importarem”, entende Divino. “Com a criação da obra, queríamos tirá-los da condição de peões para funcionários. Eles merecem ter essa valorização”, exalta Milton Roberto de Castro. Mas com o apanhado dessas histórias que o intuito maior do Jornalismo é buscado, a entrega dos microfones a quem dele precisa, pois têm as vozes caladas pelo ruído político, financeiro e social. Histórias são mudadas e criadas dentro do contexto que entram como funcionários e saem como sujeitos motivados e estimulados a tornarem o futuro um tempo melhor e de crescimento.
Eles merecem ter essa valorização
Todas as fases do Unipam tiveram a interferência dos homens que compõe – e compuseram – o time de funcionários da obra. “O crescimento que o Unipam teve nos últimos anos tem uma dívida enorme com o que ocorreu na década de 1990” disse o professor Moacir Manoel Felisbino. E esse período de crescimento, aconteceu quando a equipe surgiu, foi montada e se estruturou até chegar a atualidade. “Nem acredito quando vejo aquela faculdade do tamanho que ficou. Trabalhei em todas as obras desde que entrei aqui e quando vou lá me perco de tanto que cresceu” afirma Paraguai. Como lembrou Divino, “funciona igual a letra da canção do Zé Geraldo” de um exemplo que não deveria existir, mas que ainda persiste: a minimização do valor do trabalho pesado. “Gosto demais de estar aqui: a galera é boa, o ambiente é bom”, conta João de Beiro, o Poncho. “Sabe... aqui é união, cê tá entendendo?”, diz Leonardo Raimundo Nascimento.
BIBLIOTECA EXPRESSA O FUTURO PROGRESSISTA NA FEPAM Os anos 90 foram marcados pela chegada de novos cursos, em que houve a necessidade da criação de uma nova morada para biblioteca Gustavo Rubim
Ainda pequenina e modesta, ocupava apenas duas salas do Bloco M – onde hoje se localiza o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História – Lepeh, num espaço dividido entre estantes de livros e compartimentos para assistir fitas cassetes e área de estudos, ficava a Biblioteca Central Dr. Benedito Corrêa, em 30 de dezembro de 1993, à época, administrada por apenas quatro funcionários.
Placa da primeira inauguração da Biblioteca.
Com a chegada de novos cursos, dentre eles Administração, Ciências Contábeis e Direito, respectivamente, a antiga biblioteca passou a ser incompatível com o nível de desenvolvimento da Fepam. Então houve a necessidade de construir um novo prédio para a biblioteca. Esse é onde está localizada atualmente, mas na época da mudança com apenas um piso. Uma das funcionárias que trabalhou na época da mudança e permanece até hoje exercendo a mesma função na equipe da biblioteca é Rigleia Melo. “Eram tempos diferentes, fizemos a mudança no período de férias estudantis, ao apagar das luzes do ano de 1994, período chuvoso que dificultou ainda mais o transporte dos livros que foi feito através de carrinhos de mão, com a ajuda dos funcionários da obra”, lembra Rigleia. O trajeto, de cerca de 200 metros foi cumprido até a trans-
ferência de todos os mais de 20 mil exemplares de livros, periódicos e outras publicações. Nesse período, a equipe da obra havia acabado de ser montada para a construção dos blocos dos cursos que haviam sido conquistados. Os livros eram colocados em ordem nos carrinhos, para facilitar a montagem da nova biblioteca, o “motorista” do carrinho de mão estacionava nos corredores formados pelas novas prateleiras e o “descarregador” já os guardavam de forma organizada. Tarefa que não foi nada fácil segundo Rigleia¬¬,“nos dias de mudança ocorreu um acidente com um dos carrinhos, o piloto prosseguia com cautela, mas não foi possível evitar o derramamento da carga, que se espalhou pelo caminho”. Hoje você pode estar lendo um desses livros que resistiram ao ocorrido.
Cada estudante possuía “fichinhas” catalográficas, que eram utilizadas para a autorização do porte do livro, através de carimbos se realizavam os empréstimos, devoluções e renovações. “Alguns livros mais antigos aqui da biblioteca você pode observar a presença destas “fichinhas”, mas hoje tudo é no computador, bem mais prático”, diz Rigleia. Em meados de 1995, a Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG mantinha vínculo com a Fepam e através dessa união foi feita a doação do primeiro computador da biblioteca e a
implantação do programa ISIS, cedido gratuitamente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco, para informatização de bibliotecas no mundo. “Esse computador permitiu que a gente começasse a informatização da biblioteca” conta a coordenadora da Biblioteca Central Benedito Corrêa, Dione Coutinho. Nessa época, todo o sistema da biblioteca ainda era manual, a partir de que começou a aquisição de mais computadores, para informatizar o empréstimo dos livros. Hoje, a biblioteca funciona
com outro sistema, o Pergamun. Com o laboratório de pesquisa, a biblioteca possui aproximadamente 100 computadores em funcionamento. A segunda grande reforma da Biblioteca Central ocorreu nos anos 2000, onde houve a criação de mais um piso – a partir de então não parou mais de crescer. Desta vez a mudança foi mais simples, apenas de um bloco para outro, em que o número de funcionários foi dobrado – atualmente a biblioteca possui mais de 45 colaboradores.
ENCONTRO DE GERAÇÕES Dione Coutinho está na instituição há 22 anos, uma história construída através de sua paixão pelos livros. Desde cedo sonhava em cursar biblioteconomia – formou-se na Universidade Federal de Goiás – UFG. “Eu amo o que faço, nunca pensei em fazer outra coisa que não fosse isso”, afirma Dione Coutinho, com os olhos brilhando e um sorriso sincero no rosto. Quando está em meio aos
quatro pisos da biblioteca e dos milhares de livros e periódicos, Dione diz que se sente em casa, “Já trabalhei em bibliotecas públicas, em bibliotecas escolares, mas a biblioteca universitária é mais dinâmica, pela diversidade de conteúdos em função da presença de diferentes cursos”, conta Dione. Os dias de sábado são marcados pela união. É quando ocorre a troca de experiências e o en-
contro de gerações. Aluna do 7° período de Arquitetura e Urbanismo, Joyce Medeiros, há quase dois anos é funcionária da biblioteca, “É um aprendizado, quando nos dias de sábado a gente trabalha com menos pessoal e a Dione fica comigo no atendimento, sempre aprendo algo a mais”, afirma Joyce Medeiros.
FEPAM BUSCA SOLUÇÕES EM CASA PARA DISTÂNCIA DE ESPECIALIZAÇÕES Com o intuito de especializar os professores da região de Patos de Minas, o Procedes prometeu levar educação Gustavo Rubim a outro patamar César Diniz Responsável por habilitar professores para a docência acadêmica o Programa de Capacitação e Especialização de Docentes para o Ensino Superior – Procedes, foi fundamental na história da Fepam na década de 1990. Com a intenção de maximizar o conhecimento em diversas áreas, doutores, mestres e professores de diferentes partes do país lecionaram e capacitaram alunos para a criação de um mercado especializado em âmbitos específicos da docência. Criado no ano de 1986, o Procedes foi idealizado pelo professor, Valdir Peres, “eu apenas dei continuidade ao projeto”, afirma a ex-diretora da Fafipa, Neusa Helena, que ajudou no desenvolvimento do trabalho. “Esse projeto, era mais um facilitador”, conta o professor Moacir Manoel Felisbino. Mais que um diploma, a agregação de competência era o principal objetivo da integração de cursos de pós-graduação aos professores que tinham o intuito de permanecer na instituição.
Números do Procedes A primeira turma formada (antes de ser Procedes) Março a novembro de 1976: 10 Especialização em Matemática: Cálculo numérico Segunda turma de pós-graduação 1986: 69 em três cursos 1990 até 1996: 1991-92: 135 em cinco cursos 1993-94: 132 em cinco cursos
Professores que ministravam as aulas no projeto vinham de universidades federais, as principais do estado de São Paulo e Rio de Janeiro, “quem queria fazer cursos de pós-graduação tinha que no mínimo viajar para Belo Horizonte, alguns iam até Franca, isso toda semana. Possibilitou a muita gente – inclusive eu – que pudesse ter no currículo um curso de pós-graduação sem ter de se submeter a deslocamentos”, conta o professor Moacir, sobre as dificuldades que enfrentavam na época. Moacir foi um dos alunos do Procedes, ele se formou em quatro cursos – Linguística, Língua Portuguesa, Artes e Literatura em Língua Portuguesa. O Procedes surgiu para sanar o problema que ocorria no período, já que a pós-graduação começou a ser exigida aos professores de ensino superior. No princípio as aulas aconteciam do início das férias estudantis e durava até o início de fevereiro. “Hoje ocorrem nos fins de semana”, relata a atual coordenadora do Procedes – formatado como a coordenadoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação, Adriana Tredezini.
VEREDAS Projeto formou em três anos 500 professores da educação básica Veredas foi implantado pelo Governo do Estado Gustavo Rubim e funcionava para cumprir determinações exigidas para a educação Gustavo Oliveira Durante a década de 1990, o campus da Fepam recebeu um movimento especial no período de férias das aulas – da segunda quinzena de dezembro até o fim de janeiro e no mês de julho. Professoras de toda a região Noroeste de Minas, do sul da Bahia e de Goiás vinham para Patos de Minas na busca pelo diploma de pedagogia. A obrigatoriedade da formação era uma exigência da União, que impunha aos Estados a necessidade do início de fiscalizações nas escolas estaduais com o intuito de por a graduação em pedagogia como parte do currículo obrigatório do professor do ensino público. Essa graduação era complementada durante o ano, com caravanas itinerantes que iam às professoras para a aplicação das provas e novas orientações dentro da grade curricular de que o curso era composto. “Elas tinham a formação equivalente à chamada de técnica atualmente, as normalistas” conta o professor Moacir Manoel Felisbino. “As poucas casas que tinham aqui nas redondezas da faculdade abriam as portas para abrigarem essas mulheres, que em grande parte dos casos, vinham com o dinheiro contado para pagarem as aulas”, diz Moacir.
Neusa Helena foi uma das coordenadoras do projeto Veredas na Fepam.
Na época, cada uma das regiões da divisão da Secretaria Estadual de Educação tinha de buscar uma sede para servir como polo organizador de turmas e desenvolvedor da prática e da orientação da teoria. “Através do dinheiro do Estado, compraram um carro para levar os tutores daqui de Patos para as localidades onde estavam as alunas”, conta a coordenadora pedagógica do
curso à época, Lenita Eustáquia de Melo. “Tive de ir uma porção de vezes a Belo Horizonte. O Governo queria tudo perfeitamente alinhado para começar as aulas. E um detalhe: todo o material e ensino eram gratuitos. Ambos de excelência e elas não pagavam um centavo”, conta a coordenadora da Fepam à época, Neusa Helena. Assim que a turma foi formada, a etapa de estudos foi inicializada. Com aulas presenciais no campus da Fepam no período das férias escolares e com tutorias mensais, feitas pelas professoras que aplicavam o curso “para avaliarem a absorção das habilidades práticas ensinadas no curso”, diz Neusa Helena. “Divino, o nosso motorista, não podia ficar parado, pois tinha um cronograma de viagens que o punha na estrada durante a semana toda”, lembra a professora e hoje coordenadora de pesquisa e extensão, Maria Marta do Couto Pereira.
“A formação que essas mulheres – em maioria absoluta, deviam ter uns dez homens – foi além da conquista acadêmica, mas uma mudança de paradigmas na realidade delas”. Lenita Eustáquia Melo.
Lenita com um dos materiais que era utilizado nas aulas do Projeto Veredas.
Através da publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB de 1996 a Federação determinou o prazo de dez anos para a definitiva adequação de todos que trabalhavam para o Estado como professores. Ao todo no núcleo montado na Fepam, 20 tutoras lecionavam as aulas e faziam o acompanhamento pedagógico das 495 professoras normalistas que se inscreveram e 486 se formaram em pedagogia ao final da licenciatura.
As que não podiam se inscrever – e que continuariam a dar aulas até o fim do prazo estabelecido para normatização na LDB, no ano de 2006 eram as que possuíam menos de sete anos para alcançar o período de aposentadoria. “Essa regra foi a causa do desligamento da maioria das nove que não se formaram”, lembra Lenita. “Em educação é o maior projeto que eu já vi: em eficiência na formação, qualidade do material e proporções”, completa.
Além do Veredas, a Fepam participou da especialização em Química de vários professores através de cursos de emergência, em várias as regiões do estado de Minas Gerais. “Fui a formaturas em Janaúba, Diamantina, Paracatu e outras da região do Vale do Jequitinhonha”, conta a professora responsável pela organização de ambos os projetos na Fepam, Neusa Helena.
CULTURA E ARTE NA ESSÊNCIA DE UM JORNAL “Um “pedacinho” da história da Fepam, se encontra no Academvs, jornal produzido através da integração entre alunos e professores” Gustavo Oliveira/Gustavo Rubim
“Fragmentos de fingidas dores – deveras sentidas –escorriam das páginas abertas ao acaso misturando-se aos cacos da minha história rasgada... [...] Apenas as manchas de vinho tinto resistem indeléveis* como papoulas** na neve, corrompendo a brancura da toalha de linho puro”. (Moacir Manoel Felisbino, As manchas de vinho resistem em sangue. Jornal Academvs, setembro de 1997. Ed.1.) * Que não pode ser apagado. ** Flor que representa um falso amor e de onde são extraídas algumas substâncias para a produção de ópio.
Capa da edição de número 4 do Academvs, que celebrou os 30 anos de Fepam.
No começo dos anos 90, uma publicação foi criada para ser a voz dos alunos e a amplificação do que era produzido dentro do espaço acadêmico: o Academvs, que funcionava como o veículo de comunicação oficial das faculdades na década de 1990. “Ouve um concurso entre os alunos da Fepam para a escolha do nome do jornal” afirma o professor, Moacir Manoel Felisbino, que fez parte da construção do jornal. O nome foi baseado em um parque implantado próximo a Atenas, onde Platão estabeleceu a Academia (Academvs) Grega, que funcionou entre 207 a.C. e 529 a.C.
Sobre a equipe que fazia o jornal acontecer, Moacir comenta que “a chegada da Marluce Scher foi um grande ganho para instituição. Ela chegou como professora do curso de Pedagogia, mas logo acumulou função no Conselho” conta. Muito ligada a questões relacionadas a cultura e arte, Marluce Scher viu a necessidade de criar um jornal para os alunos, onde pudessem colocar suas ideias em prática. “Marluce colou um informativo nas salas dos professores convidando quem se interessasse pela ideia para uma reunião informal. Daí, o projeto foi concebido”, lembra. A partir desta reunião criou-se o jornal no ano de 1997. Em seguida, a equipe do conselho editorial saiu para pedir aos alunos que mandassem material para ser divulgado. Toda a produção foi feita a mão por Moacir, que colou os textos enviados à mão – alguns impressos, outros manuscritos. “Levei tudo para casa, onde colei conteúdo por conteúdo para montar o design do jornal”, diz. Para integrar a equipe do jornal José André de Melo – o Zuza foi o editor e jornalista responsável, “uma das poucas pessoas que tinham computador em Patos de Minas na época”, afirma Moacir. A partir de então foi feito todo processo de digitalização e o
jornal foi mandado a gráfica para ser impresso. O jornal teve a distribuição feita em mesas dentro da faculdade. “As edições seguintes foram mais fáceis, pois tínhamos o modelo da edição inicial”, diz Moacir. O jornal passou por uma adaptação no formato editorial. Pode-se dividir em duas fases: a primeira voltada para a valorização da arte e da cultura, no período entre 1997 a 2000 e a segunda, em que o jornal foi reduzido, colorizado e teve menos participação dos alunos na produção e criação. Em 2006 com a consolidação do site (unipam.edu.br) o Academvs encerrou as atividades. Com tiragem máxima de 3,2 mil exemplares, o Academvs serve até hoje como acervo histórico para os pesquisadores que buscam informações sobre a memória da instituição, “em 1999 quando fiz meu mestrado, utilizei o jornal para resgatar um pouco da história da Fepam”, fala a coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicológico – NAP, Maria Marta Medeiros.
ALUNOS NA PRODUÇÃO O Academvs é apenas a ponta de um iceberg de publicações que existiram na Fepam. Por mais que os outros dois veículos não tratavam exclusivamente da vida da faculdade, a produção era periódica e envolvia a participação de alunos e professores. Outro jornal foi a Tribuna Acadêmica, que voltava suas temáticas para a discussão do momento social, como a região poderia ser influenciada e análise de panoramas que se situavam dentro do período em que foi produzido. Alunos do ensino médio eram o
público alvo e os produtores, em parceria com colegas da Fepam para a criação do Jornal do Estudante, o maior em tiragem da época, com 4 mil exemplares e que discutia as realidades sociais vividas pelos estudantes e perspectivas de projetos que envolviam as escolas de educação básica e superior. Houve também a produção de fanzines pelos alunos, inicialmente da Faculdade de Filosofia. Através da influência do Dr. Dácio Pereira da Fonseca, que incentivou a produção de periódicos
parecidos, devido a sua experiência em outros centros acadêmicos – formou-se em Direito na Universidade de São Paulo – USP. “Era uma tradição muito grande lá. Então depois que retornei e me ingressei na instituição, resolvi incentivar a produção desses periódicos para os cursos na época”, diz. Até hoje são produzidos alguns fanzines pelo curso de Direito. “Havia uns bem legais dos alunos de biologia que duraram muito tempo, eram distribuídos nos intervalos” destaca Moacir.
ARTISTAS E CRIAÇÕES Uma das principais características do Academvs foi a abertura para a publicação de materiais produzidos pelos alunos. Rossi Ricardo, na época que participou do jornal era aluno de Letras e fez caricaturas de professores que eram protagonistas no Academvs e na Fepam. “No início, não damos muito valor. Mas parece que quando passa muito tempo e revemos, dá aquela sensação de “poxa, que bacana isso””, afirma Rossi.
Hoje Rossi, mora em Patos de Minas e mudou de ramo: abriu uma lanchonete com a especialidade em cachorro quente e caldos. “Através do curso pude aumentar bem minha bagagem. Então resolvi que queria mesmo trabalhar com arte, o que não deixei de fazer depois de formado. Já gostava desde pequeno, é uma coisa inerente a mim. Tanto que todas as coisas da identidade visual da Rossi Dogs fui eu quem fiz”, conta Rossi. “Há dois anos que comecei aqui. Meu irmão já mexia e vim trabalhar com ele, queria fazer algo diferente”, lembra.
Rossi participou do Academvs com suas ilustrações.
TRANS FORM AÇÃO
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TRANSFORMAÇÃO Baseada na missão institucional do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), a editoria, nomeada como “Transformação”, compreende aspectos e projetos da instituição após os anos 2000. Todas as apurações propostas abordam questões extremamente humanizadas, de modo a apresentar personagens que tiveram as suas vidas completamente transformadas pela universidade. A atualidade e/ou relevância social dos fatos e situações são prioridade nesse caderno. Os projetos sociais e ações filantrópicas de engajamento e inclusão social ilustram os textos produzidos. Nossa essência: Citar histórias e experiências que vão além da vida acadêmica e mergulham em vivências e questões particulares de pessoas de todos os tipos. Escrito por:
Novos sonhos trazem novas estórias Com uma simples Cápsula do Tempo, o UNIPAM fez uma grande celebração que marcou , principalmente, os 50 anos da instituição e os próximos 10 anos que estão por vir. Yan Sieira
Sonhos, vidas transformadas pela educação, construções e o resultado de décadas de esforços de várias pessoas pelo ensino de qualidade. Tudo isso e muitas outras coisas podem ser depositadas em uma simples caixa, para que as gerações futuras possam fazer uma viagem pelo tempo e visualizar o passado. Isso foi o que o Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM) fez, como modo de conservar lembranças de milhares de pessoas através dos anos. Em uma só caixa, foram colocados materiais alusivos aos 30 cursos de graduação e conteúdos referentes à Educação à Distância da instituição. Entre esses itens, estão reportagens e matérias marcantes, fotos de turmas, retratos de coordenadores e professores e o mais importante: cartas redigidas por cada um dos coordenadores, onde estão registradas as suas expectativas para os próximos 10 anos de todos os cursos do UNIPAM. A cerimônia para o aterro da Cápsula do Tempo da universidade foi realizada durante a manhã do dia 24 de março de 2018, data que marca os 50 anos da Fundação Educacional de
Patos de Minas (FEPAM), mantedora do UNIPAM. Na solenidade, estavam presentes todos os membros da reitoria do Centro Universitário – incluindo o Reitor Geral, o professor Milton Teixeira –, a Presidente da Comissão que organiza as comemorações dos 50 anos da FEPAM/UNIPAM, professora Ludmila Bahia, coordenadores de cursos, alunos da instituição, a representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Andreza Ventura, além de muitas outras personalidades. Durante um bate-papo exclusivo com a Reportagem do Foco na Foca, o Reitor Geral do UNIPAM, Milton Roberto de Castro Teixeira, falou, com humor, sobre uma experiência intrigante que aconteceu com a primeira tentativa de uma Cápsula do Tempo no UNIPAM. “Nós já tínhamos feito uma cápsula do tempo muito antes dessa, com a primeira turma do curso de Direto. Depois de cinco anos do aterramento, ela seria resgatada, mas plantaram um Pau-Brasil bem encima do local, e essa planta não pôde ser retirada”, nos contou enquanto ria da situação. Sentado em sua cadeira, diante de uma mesa com suas
ferramentas de trabalho e vários documentos institucionais, Milton fal sobre as razões da realização de uma Cápsula do Tempo: “Como a Instituição [UNIPAM] teve uma evolução muito grande nesses 50 anos, nós queremos mensurar, principalmente com todas as inovações tecnológicas, como será tudo isso daqui a 10 anos. Mas o mais importante, foi buscar qual o sentimento que os coordenadores têm, de seus respectivos cursos, para esse período de tempo”. Com um viés tecnológico e com aprendizagem colaborativa e significativa, o UNIPAM tem apostado várias de suas fichas na Educação à Distância (EaD). Como fala o Reitor: “Atualmente, a educação passa por uma transformação muito grande, através da tecnologia, que nos permite oportunizar uma educação de qualidade em vários lugares do Brasil, [...] para os que não podem se transportar para Patos de Minas”, comentou orgulhoso. O Coordenador dos cursos de EaD, o professor Flávio Daniel Borges, feliz por fazer parte dessa história, fala sobre suas expectativas pessoais para o futuro do projeto: “Esperamos que daqui a 10 anos, a Educação à Distância do UNIPAM
também seja motivo de orgulho, assim como os outros cursos de educação presencial”. Com destaque na instituição e nas comemorações de 50 anos FEPAM/UNIPAM, a responsável por essas ações, a professora Ludmila Bahia, mostra sua admiração pela jornada da FEPAM: “É uma instituição que me enche de orgulho. Ela é formada por pessoas que querem construir um legado importante. Esse é um bom momento para a comunidade como um todo. A instituição tem a grande responsabilidade de formar sujeitos virtuosos e protagonistas de suas histórias, mas também possui uma responsabilidade muito grande com toda a Comunidade de Patos de Minas e nós nunca nos esquecemos dela”. A professora ainda afirma que a Cápsula é onde toda a esperança foi depositada, de modo que ele seja aberta depois de 10 anos, com a descoberta de que fizeram mais do que as expectativas cobravam. Ao revelar alguns planos futuros, a curto e médio prazo, o Reitor Milton expõe as principais intenções que o UNIPAM possui, as quais são voltadas ao EaD: “A nossa Educação à Distância é recente e nós já contamos com mais de 700 alunos. Mas o que nós queremos é mais que dobrar essa quantidade em um ano. Nossos esforços estão voltados para que em 2019 tenhamos, aproximadamente, 2 mil alunos em EaD; 4 mil alunos em 2020, 8 mil em 2021 e assim por diante”.
Na concepção geral, uma Cápsula do Tempo é um recipiente que armazena objetos, informações e muitas outras coisas, com o objetivo que elas possam ser encontradas pelas gerações vindouras. Mas, além disso, o UNIPAM trouxe outros olhares para essa celebração, assim como foi afirmado pelo Reitor. Todo esse evento trouxe um significado muito maior do que contar histórias, ele também serviu para incentivar uma reflexão interna. “Para os nossos alunos, por exemplo, com 17 anos, aos 27 [após os 10 anos da Cápsula] estarão casados? Estarão bem? Eu até brinquei com alguns coordenadores sobre eles se tornarem pais ou avós. O mais importante disso é a reflexão. Isso é planejamento de vida pessoal e planejamento estratégico para a instituição. Daqui a 10 anos vamos descobrir quem fez boas previsões”, brincou o Reitor, sempre com um sorriso no rosto e um ótimo senso de humor. A Cápsula aterrada será aberta em 24 de abril de 2028, na data comemorativa de 60 anos da FEPAM/UNIPAM. Diante de tudo que foi dito, nada mais justo que um fechamento à altura. Na fala do atual Reitor Geral, Milton Teixeira, assim como a trajetória do UNIPAM, todos os seus prédios, salas, laboratórios e expectativas de milhares de pessoas que por lá passaram, “a vida é feita de sonhos e esses sonhos são nossas escadas”.
Solenidade de Aterramento da Cápsula do Tempo Fotos por Ronaldo Caixeta. Arquivos da Assessoria de Comunicação do UNIPAM
RODA DE CONVERSA: ORIENTAÇÃO TAMBÉM TRANSFORMA O Observatório UNIPAM já é um tradicional evento anual de estudantes do ensino médio e futuros universitários da cidade de Patos de Minas e região Por Yan Sieira
Criar oportunidades e valorizar o ser humano são coisas que o Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM) sempre fez muito bem. A instituição preza por seus inúmeros projetos sociais, que são reconhecidos pela população regional. O seu projeto mais reconhecido, sem sombra de dúvidas, é a sua mostra de cursos e profissões. O Observatório tem como público-alvo estudantes do ensino médio e proporciona a eles um contato com a estrutura do UNIPAM, além de mostrar seus 30 cursos oferecidos e a atmosfera do campus principal. A primeira edição do evento aconteceu em 2005, com três cabeças principais por trás dele: Gisele Caixeta, Henrique Neto e Regina Macedo, todos atuantes no UNIPAM até os
dias de hoje. Em 11 edições já realizadas, o Observatório quebrou barreiras e trouxe várias histórias. É exatamente disso que a seguinte roda de conversa trata, onde Gisele Caixeta, Henrique Neto e Regina Macedo, sentados em uma só mesa, discorrem sobre suas experiências com a primeira edição da mostra, e conversam, com o repórter Yan Sieira, sobre acontecimentos que muita gente não viu.
Primeira edição do Observatório UNIPAM (2005) Arquivos da Assessoria de Comunicação do UNIPAM
Yan Sieira: Para darmos um pontapé na nossa conversa: Como surgiu essa iniciativa? Gisele Caixeta: “Essa iniciativa surgiu da necessidade de fazermos uma divulgação mais precisa acerca dos cursos de UNIPAM. Na época, eu trabalhava com o processo seletivo e nosso desejo era que os futuros alunos tivessem um contato prévio com os cursos, a fim de que eles pudessem fazer uma escolha mais acertada. Nós pensamos em uma espécie de feira ou visitação aos cursos do UNIPAM. Isso seria feito pelos alunos que estivessem cursando o terceiro ano do ensino médio”. Yan: Qual foi o primeiro modelo implantado na mostra dos cursos? Gisele: “Esse tipo de evento começou nas federais e era um sucesso, então nós queríamos trazer isso para a instituição. Eu participei de algum congresso, e lá eles falavam muito a respeito destas divulgações dos cursos por meio dessas feiras”. Regina Macedo: “Eu fui a Franca para ver qual o modelo que eles faziam lá. Cheguei e percebemos que o modelo era de minicursos. As pessoas entravam para as salas e assistiam esses minicursos, mas não era nem um terço do que foi feito no UNIPAM. Henrique Neto: “Data Show era coisa cara, nós tínhamos apenas três. Trabalhávamos mais com retroprojetores. Em Patos de Minas não tinha para alugar, então locamos com uma empresa de Uberlândia. A estrutura do primeiro observatório foi: Nós recebemos os alunos no ginásio e fazemos uma palestra. Depois do ginásio, os alunos foram para as oficinas. Lá tinham algumas palestras para apresentar os cursos e a faculdade. Depois disso tudo vinha uma parte que chamava vitrine, para mostrar alguma coisa dos cursos: laboratórios, experimentos, ou alguma outra coisa. No final voltamos para o ginásio para fazer o encerramento, com sorteio de brindes”. Yan: Como foi o retorno popular na primeira edição do observatório? Gisele: “Foi um sucesso”, contou, de modo nostálgico. “Nós nem esperávamos que houvesse uma adesão tão grande da comunidade para essa visitação. Eu me lembro bem de que houve uma reunião com vários coordenadores da instituição. Nesse momento nós expressamos o nosso desejo de abrir o UNIPAM para visitação. Algumas pessoas não se colocaram a favor disso. Acharam que isso não seria viável e que não teria um número muito grande de adeptos, que muitas pessoas não viriam. Foi exatamente o contrário”. Henrique: “Deviam ter umas 3000 mil pessoas”, relembrou animado. Regina: “No primeiro Observatório nós convidamos escolas de outras cidades e eles vieram por conta própria. No segundo, subsidiamos 50% da vinda. Depois passamos a subsidiar todo o valor”. Yan: E como aconteceu o segundo ano, depois de toda essa repercussão? Henrique: “No ano seguinte do primeiro Observatório, nós fizemos uma Gincana Universitária, que foi um fiasco”, disse com um tom leve e cheio de humor. Yan: Houve alguma mudança na procura pelo vestibular após o primeiro Observatório? Gisele: “As pessoas que participaram do observatório, depois que passaram pelo processo seletivo, acabaram dando depoimentos em sala de aula; o que decidiu a escolha para determinado curso foi Observatório. Então, desde a primeira edição, o Observatório tem ajudado muito os candidatos que ingressam na instituição” Yan: Sobre os bastidores de vocês no Observatório, quais as histórias que mais marcaram as suas memórias? Regina: “No Observatório nós só erramos uma vez”, disse às gargalhadas. “Em algum ano nós contratamos uma banda para o final. A banda era de pagode, olha só que visão de marketing nossa. Ninguém ficou para ouvi-la”, completou com humor. Todos na mesa soltaram risadas. Henrique: “É sério”. “Eu fiz mais sucesso cantando do que a banda. Também teve um ano em que eu estava no palco, olhei para baixo e pensei: “Vou pular”. Mas quando eu pulei a minha calça me segurou em um prego. Eu caí igual uma jaca, de cara”. Depois de uma pausa para as risadas de todos, ele continuou: “Eu já levantei e disse: “Foi essa menina aqui! Foi ela que me empurrou!”. Yan: Como vocês enxergam o evento hoje? Regina: “O observatório sempre foi um sucesso. Hoje nós sabemos que o futuro aluno vem aqui para conhecer o campus, os cursos, ter contato com alunos. Hoje o formato é aquele que a gente sempre idealizou. As pessoas vêm e ficam deslumbradas com a nossa estrutura”. Gisele: “Hoje as pessoas têm muito acesso a o que são os cursos”, continuou. Yan: É exatamente isso que eu percebi. O pessoal chega com algum conhecimento prévio sobre os cursos e querem saber como ele é aqui.
Regina: “O que é legal hoje, é que o evento não é mais da instituição. Quem realmente faz o Observatório são os nossos alunos. Eles vestem a camisa mesmo. Vão para as salas de aulas, apresentam minicursos, mostram os laboratórios, dão depoimentos. Então, para nós, do UNIPAM, é muito mais importante os próprios alunos falarem bem dos nossos cursos do que os professores falarem”. “O astral aqui é diferente. O dia do observatório no campus é um dia de alegria, o dia em que o aluno realmente sente que ele faz parte disso daqui; que tudo acontece por que ele está aqui. Isso é muito legal para a instituição. O dia amanhece lindo, todas as vezes”, Regina continua com um sorriso no rosto.
Gisele: “É como a Regina falou: Agora o Observatório é um evento que acontece por si só”. Regina: “Nós sempre trazemos atrações a parte, mas é um evento que nós sabemos que vai dar certo”, finalizou. Em sua última realização, que aconteceu em 2017, o Observatório quebrou recordes. De acordo com informações retiradas da edição número 07, de novembro de 2017, do impresso do UNIPAM, o CONEXÃO UNIPAM, foram mais de 12 mil visitantes, 160 ônibus de 116 escolas, 19 vans e nove micro-ônibus, tudo isso abrangendo alunos de 47 escolas de toda a região.
SEJA SÊNIOR O UNIPAM Sênior é responsável por possibilitar, para pessoas de terceira idade, inclusão e vida social ativa. Lá elas são transformadoras de suas próprias existências, como pessoas autônomas, capazes de promoverem seu bem-estar físico, mental e social Por Yan Sieira
Com início em 2007, o UNIPAM Sênior é caracterizado como uma universidade aberta, onde frequentam pessoas adultas com 50 anos ou mais, duas vezes por semana. O objetivo da iniciativa sempre foi uma efetiva inclusão social das pessoas maduras e de terceira idade, proporcionando-as conhecimentos em áreas específicas e atividades variadas, de modo a promover a auto realização, a integração social e o envelhecimento com qualidade de vida. A coordenadora do UNIPAM Sênior, que faz parte do projeto a pouco mais de um ano, Rejane Lima, fala sobre as principais motivações das pessoas a procurarem pelo projeto: “As pessoas procuram o UNIPAM Sênior por vários motivos. Às vezes são solitárias em casa, aposentadas, e o Sênior é um meio para elas conhecerem novas pessoas e interagirem. É um modo de buscarem coisas novas e preencherem o tempo que pode estar vago, de maneira saudável”, contou. Na iniciativa, são realizadas algumas oficinas que envolvem atividades conjuntas e recreativas, como o canto e o artesanato e pintura em tecido. Sempre
surgem oportunidades para esses grupos exibirem o seu trabalho e realizarem apresentações, como aconteceu neste ano, com o Coro do UNIPAM Sênior no palco da Fenapraça. Viagens e visitas técnicas também são frequentes na vida dos alunos. É recorrente escutar que os alunos se identificam com os colegas, com as atividades e professores do UNIPAM Sênior. Depois de frequentar a iniciativa durante três anos, sem previsão de querer sair da universidade aberta, Maria José de Castro fala sobre a proximidade e a interação com as pessoas que trabalham lá: “Melhor não há. São todos muito educados e nós fazemos de tudo para agradar eles também. Um respeita o outro”. Quando questionada sobre o seu ingresso no Sênior, Maria José responde com muito humor: “A professora de artes é minha vizinha. Ela me chamou várias vezes para participar, mas eu nunca quis, eu falava que era coisa de velho. Resolvi participar de uma aula e estou aqui até hoje”. A aluna faz questão de contar sobre a melhora da sua vida pessoal e do seu humor depois de participar do Sênior.
“Eu me sinto mais eu. Mudei muito a minha vida dentro da minha casa e aprendi muita coisa aqui. Vir para cá é reviver, você começa uma vida nova”. Em suas aulas, que acontecem às terças e quinta-férias, ela, atualmente, prática crochê, o que já se tornou uma forma de conseguir uma renda a mais. Além disso, ainda faz piada de suas aulas na hidroginástica: “Foi uma experiência muito boa. Espichei uns dois centímetros”, disse rindo. Lutar por cidadania, promoção de saúde e socialização é mais uma forma de transformar a sociedade em que vivemos. Como forma de validar essa afirmação e mostrar que ações simples do cotidiano podem mudar vidas para sempre, o depoimento de Maria José de Castro se torna presente mais uma vez: “Futuramente eu quero estar aqui. Eu não penso em ir embora para o céu antes de fazer tudo que posso aqui. Se o céu é bom, aqui também é”.
Alunos do UNIPAM Sênior em atividades do projeto. Arquivos da Assessoria de Comunicação do UNIPAM
PRIMEIRA ASSESSORA DE COMUNICAÇÃO DO UNIPAM É ESCOLHIDA A “DEDO” A assessora Regina Macedo marca a instituição coma criação do Observatório Laís Araujo
Mulher 2000
Legenda: Regina Macedo na biblioteca do Centro Universitário de Patos de Minas (Fotografia: A redação)
Em 2001, a Fepam (Fundação Educacional de Patos de Minas) sentiu a necessidades de uma assessoria de comunicação para auxiliar no processo de credenciamento para Centro Universitário. Cuidadosamente escolhida entre as três participantes, Regina Macedo Boaventura começou seus trabalhos em Junho do mesmo ano. Desde o princípio seu propósito era unir instituição, comunidade e impressa. Atualmente, ela também é professora dos cursos de Comunicação Social e Secretariado Executivo, além de coordenadora da assessoria de comunicação do Unipam (Centro Universitário de Patos de Minas). Hoje toda a parte de divulgação da instituição passa por suas mãos. Juntamente com mais alguns colega, Regina tinha objetivo de mostrar o que era o Unipam (Centro Universitário de Patos de Minas) para seus futuros alunos. Após visitar outras instituições, surgiu então o 1° Observatório em 2007, adaptado de acordo com as necessidades de Patos de Minas e região. “A partir desse projeto eu vi que estávamos cada vez mais próximos de nosso público, é um
projeto que dá muito gosto de participar e continuar fazendo, uma coisa que deu certo.” afirma Regina. Outro marco importante na sua vida profissional foi a instalação do curso de Jornalismo na instituição. Após receberem o pedido de criação do curso no Unipam, Regina e outros professores começaram a pesquisar e conhecer como funcionava a faculdade de jornalismo em outros Campus universitário. Logo deram inicio ao processo de criação. “Me sinto tipo uma mãe do curso, vi o curso nascer, escrevi as primeiras linhas dos objetivos do curso” conta ela. Em sua defesa de mestrado ela escreveu sobre o inicio da Fepam, o que a imprensa relatou quando aconteceu o surgimento, desde 1968 quando o governo militar decidiu implantar as faculdades isoladas em Patos de Minas ate 1973 quando formou a primeira turma da faculdade de filosofia, ciências e letras. Ela queria mostrar a historia da comunicação voltada ao jornalismo que foi onde surgiu a ideia desse tema.
UMA GRANDE MULHER POR TRÁS DO UNIPAM Neusa Helena começou a trabalhar na instituição na década de 80 e desde então contribuiu muito para o crescimento instituição Larissa Costa
Mulher década 80
Neusa Helena de Queiroz Borges recebe homenagem em virtude dos 30 anos dedicados a instituição. (Fotografia: Assessoria de Comunicação do Unipam)
Neusa Helena de Queiroz Borges teve seu primeiro contato com a Fepam, como aluna da segunda turma de Letras da instituição. Logo na década de 80 iniciou seus trabalhos como docente. A pedido do professor Valdir Peres que era o diretor da época, atuava no curso de pedagogia, formando gestores e orientando alunos no estágio supervisionado. Desde que começou a trabalhar na Fepam (Fundação Educacional de Patos de Minas), a professora Neuza “vestiu a camisa” da faculdade e participou de vários momentos importantes. No ano de 1988, a instituição enfrentou um grande desafio, muitos dos alunos não estavam pagando as mensalidades em dia e, portanto, faltavam recursos financeiros para suprir os gastos necessários a sobrevivência dos cursos. Devido a isto, catracas seriam implantadas na entrada, as quais os alunos que estivessem em déficit
não poderiam passar. Assim que soube do assunto, Neusa imediatamente impediu que isto acontecesse.“Eu ajudaria a convencer os alunos a pagaram, mas impedi-los de entrar, isso eu não admitiria”. O problema foi revertido com ajuda da prefeitura de Patos de Minas e com mudanças na forma de pagamento. No geral, Neusa Helena permaneceu na instituição por mais de 30 anos e interferiu de forma positiva em várias ocasiões. Em 2007 foi empossada como diretora, mas desde quando começou com a Fepam (Fundação Patos de Minas), participou de seu crescimento de forma direta, viu a faculdade se tornar um grande Centro Universitário. “Esse campus faz parte da minha vida, eu entrei aqui com o propósito de colaborar para o crescimento do Unipam” relatou a professora.
MULHER POR TRÁS DE TODA A PARTE ACADÊMICA DO UNIPAM “O registro acadêmico é a alma da instituição, passou a ser o sistema nervoso da faculdade”, relata Maria Inês Laís Araújo
Mulher década 90
Maria Inês na secretaria acadêmica. Ao lado esquerdo, troféu que recebeu em homenagem pela sua participação na história da Fepam. (Fotografia: A redação)
Maria Inês de Deus Bernardes, iniciou sua trajetória na fundação no ano de 1982 quando iniciou sua graduação em Pedagogia. Ela relembra que nesta época, o caminho até a faculdade não tinha asfalto e a instituição era protegida por cercas de arame. Como ela percorria o trajeto de bicicleta todos os dias, ao chegar na instituição precisava descer, abrir o colchete, passar com a bicicleta e descer novamente para fechá-lo. “Sinto-me orgulhosa e privilegiada de fazer parte desta linda historia e ainda poder estar aqui comemorando os 50 anos da Fepam” fala Maria Inês. Após sua Pós-graduação em alfabetização, pela instituição, foi contratada para ser auxiliar de secretária, em 1985. Passou também pela tesouraria e contabilidade. No finalzinho da década de 90 é que deu início ao seu atual cargo, que é de secretária acadêmica, onde tem muito orgulho de atuar. Ela
considera seu trabalho e seu departamento muito importante para a instituição, porque é onde ficam todos os dados dos alunos e ex-alunos da instituição, tudo precisa ficar em ordem e ser realizado com muita responsabilidade. “O registro acadêmico é a alma da instituição, passou a ser o sistema nervoso da faculdade” brinca ela. Quando foi designada a assumir o cargo de secretaria acadêmica se sentiu muito pressionada, pois é um trabalho de muita responsabilidade e precisa de extrema dedicação “Fiquei muito feliz, lisonjeada e agradecida, mas, ao mesmo tempo me sentia preocupada, porque era muita responsabilidade. Ainda assim encarei esse desafio, e com muito esforço consigo fazer o meu papel bem feito e contribuir para o crescimento da instituição”.
PROFESSORA PATENSE FAZ DOAÇÃO FUNDAMENTAL PARA O UNIPAM Na Assembleia Geral de arrecadação de fundos para a criação da faculdade, professora Filomena é uma das doadoras Maria Teresa Xavier
Mulher década 60
Filomena de Macedo Melo (Fotografia: Revista A Debulha)
Descendente de portugueses, negros e alemães, Filomena de Macedo Melo foi um grande ícone da educação patense e doadora fundamental para a criação do Centro Universitário de Patos de Minas. A já falecida Filomena, mais conhecida pelos seus ex-alunos como “Tia Mena”, veio para Patos de Minas em 1933, logo após se formar na Escola Normal de Dores do Indaiá. Assim que chegou ingressou no magistério, lecionando na Escola Estadual Marcolino de Barros por seis anos. No ensino de Patos de Minas, Filomena fez parte desde a Alfabetização de Adultos (MOBRAL) até a Universidade (Unipam), totalizando mais de cinquenta anos de profissão. Dona Filomena afirmava que a escola representava sua vida. Na administração do Prefeito Dácio Pereira
da Fonseca, Filomena foi agraciada com o Título de Cidadã Honorária de Patos de Minas. A Assembleia Geral, denominada “Assembleia da Comunidade do Alto Paranaíba”, que aconteceu no dia 06 de julho de 1968, tinha o objetivo de instalar a Fundação Educacional e angariar fundos necessários para à sua sobrevivência. Nela, compareceram 144 pessoas, na qual a professora Filomena de Macedo Melo fez a doação da quantia de NCr$ 100,00 (cem cruzeiros novos). Quando a faculdade já havia se consolidado, Filomena foi uma das importantes convidadas a participar da solenidade de posse do primeiro Conselho Curador da Fundação Universitária de Patos de Minas, hoje nomeada Fundação Educacional de Patos de Minas (Fepam).
ALUNA DO UNIPAM DA DÉCADA DE 70 SE TORNA ÍCONE DOCENTE A atual professora já passou por 26 cursos dos 30 ofertados pela instituição Maria Teresa Xavier
Mulher década 70
Maria de Fátima SIlva Porto ao lado do Reitor Milton sendo homenageada através de um certificado, pelos seus 20 anos de docência no Unipam. (Fotografia: Acervo pessoal Maria de Fátima Silva Porto)
Maria de Fátima Silva Porto, mulher de garra, que se destaca na história dos 50 anos do Unipam. Mais conhecida como Fatinha, a atual professora está na instituição desde a década de 70, sendo que iniciou como estudante do curso de História no ano de 1974. O que ninguém imaginava era que 44 anos depois, aquela simples aluna que passava por cercas de arame farpado e mandiocais para ir para a faculdade, teria hoje três pós-graduações, um mestrado, e ainda seria doutora na sua área de atuação. Mas que história é essa de cerca e mandiocal? É que Fatinha morava na rua de trás do Unipam e para atalhar sua trajetória enfrentava esses obstáculos. Sim, existiam pés de mandioca aos fundos do terreno da instituição. E não para por aí, Fatinha é autora de dois livros publicados “De batom e salto alto: Experiências de Emancipação de Mulheres empresárias” e “Cultura e Sociedade”. O segundo livro citado, é utili
zado pela disciplina Cultura e Sociedade, matéria da base curricular de todos os 30 cursos ofertados pelo Unipam. Falando nesses 30 cursos, nossa Doutora já ministrou aulas em 26 deles, é muito conhecimento compartilhado, não é mesmo? Sem dúvidas, Fatinha é amante da sua profissão e apaixonada pela instituição na qual trabalha. Ela afirma que todo o dia consegue se impressionar um pouco mais com a Universidade, com a qualidade de ensino, a estrutura física do local e principalmente com a oportunidade e o apoio que recebem todos os envolvidos com a Instituição. Esta mulher não só conhece a história do Unipam como também faz parte dela. Maria de Fátima de Porto, aquela reconhecida pela sua sabedoria e ao mesmo tempo pela sua indiscutível elegância. Viveu grande parte dos 50 anos do Unipam e como diria seu próprio livro, sempre de batom e salto alto.
EDITORIA ESPECIAL
Mulheres por trás do Unipam Com cteza esses 50 anos de Unipam comportam uma história cheia de conquistas e transformações. Porém, a instituição não seria o que é hoje sem a participação de grandes mulheres que passaram pela Fundação e fizeram toda a diferença. Mulheres que superaram as barreiras do preconceito e mostraram que, independente de gênero, são capazes de lutar por grandes conquistas. Mulheres de diferentes cargos e funções, mas com um propósito em comum: dar o seu melhor pelo o Centro Universitário de Patos de Minas contribuindo para seu efetivo crescimento. Esta editoria especial é uma forma de homenagear, através de cinco mulheres, todas as que passaram pela instituição. Escrito por: Lorraine Lemos
AMPARO SOCIAL EM FORMA DE INCENTIVO PESSOAL Com uma média de 85 alunos formados anualmente, o programa Letração cria oportunidades e transforma a vida e muita gente Por Yan Sieira
Alunos do projeto Letração em sala de aula Arquivos pessoais de Márcia Amancio
425 alunos
Média anual
80 80 85 95 85
Márcia Amancio ainda fala sobre os ótimos resultados a logo prazo do Letração: “Não temos mais funcionários analfabetos. Foi observado que o nível de exigência de escolaridade para os cargos de alguns funcionários, que estão há mais tempo aqui, não correspondem com os exigidos atualmente, então todos eles estão vindo para o Letração”. Ela ainda continuou: “Aqui nós temos desde alfabetização em séries iniciais, até o ensino fundamental e o ensino médio. Tivemos casos de pessoas que se alfabetizaram aqui e acabaram o ensino médio, e até pessoas que começaram o ensino superior quando formaram”. Mesmo que ele ainda seja um programa pequeno, o Letração proporciona melhores condições de participação social dos envolvidos. Além de aperfeiçoar as suas relações interpessoais e profissionais, possibilita uma melhor atuação profissional e grande crescimento pessoal.
Quantidade total
2017 2016 2015 2014 2013
Quantidade de alunos
para cá, até para os trabalhos mais humildes, é exigido o ensino médio completo. No UNIPAM também foi assim. O incentivo ao estudo aqui é grande, tem até uma bolsa para os alunos. Além do incentivo moral, ainda tem o financeiro, que é muito importante pra gente”, contou o Jardineiro, que ainda canta e toca violão em comemorações e momentos de descontração do Letração para novos alunos, até hoje, depois de formado. Hoje, além dos funcionários da Construção Civil, trabalhadores da copa, do jardim e de outras áreas também são amparados no programa. Ele acontece durante dois dias na semana, em que os alunos saem do seu trabalho na própria instituição e vão para a sala de aula. Isso acontece todas as terças e quintas-feiras, das 07h até as 08h30min. No total semanal, são três horas a menos de trabalho, que são dedicadas ao estudo.
Anos
Criado como iniciativa de professores do curso de Pedagogia, o Programa Letração é desenvolvido em parceria com o Centro Estadual de Educação Continuada – CESEC. Organizado em 2003 e implantado em 2004, o Letração amplia, desde então, a escolaridade de funcionários do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). A atual Coordenadora do Letração, Márcia Amancio, que atua no programa desde 2010, contextualiza a sua criação: “Na época, no UNIPAM, havia muitos funcionários com escolaridade baixa. Essa ideia do curso de Pedagogia foi discutida com a instituição e acatada. O UNIPAM disponibilizou um espaço para esses funcionários poderem estudar”, disse. O projeto começou abrangendo apenas funcionários da Construção Civil, mas, a partir de 2010, muitos outros funcionários foram incluídos. Um deles é o jardineiro Sabastião Mendes, conhecido por todos no Centro Universitário como “Tiãozin”. Mais novo, Sebastião não teve grandes oportunidades de estudo. Ele foi um dos exemplos de sucesso do programa. “Para mim, o Letração foi muito importante. De uns anos
85 alunos
O JORNALISMO TAMBÉM TRANSFORMA A necessidade de mercado unida a uma aprendizagem de qualidade faz o Curso de Jornalismo do UNIPAM um mina de grandes profissionais transformadores de suas realidades Por Yan Sieira
A transformação de sonhos em oportunidades e oportunidades em grandes realizações é algo que demanda tempo, conhecimento, incentivo e esforço. Mas, quando se quer alcançar sonhos profissionais, uma ótima base educacional e reconhecimento humano são mais que essenciais. Bárbara Gonçalves é um exemplo de que, do ponto de partida certo, se chega a qualquer lugar. Formada na primeira turma do curso de Comunicação Social – Jornalismo (2010-2014) do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), mesmo em uma época onde ainda era discutida a questão da obrigatoriedade de diploma para exercer a profissão, ela conta que se sente vitoriosa por ser uma das primeiras jornalistas graduadas em Patos de Minas. Assessora de Imprensa a frente da Fenamilho e do Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas por quatro anos, Bárbara descreve que as vivências no curso e a estrutura do Centro Universitário a fizeram voar mais longe. “Na época do meu curso a gente já percebia o esforço do UNIPAM de nos ingressar no mercado de trabalho. Com os projetos experimentais – a Agência Crivo, o Conexão UNIPAM e a Rádio UNIPAM –, nós já tínhamos muito ao nosso favor. A gente já trabalhava dentro do UNIPAM nesses veículos”, disse a graduada em Jornalismo. Ela ainda conta que seus estágios e a amplitude de possibilidades dentro do curso mudaram a sua experiência profissional: “A melhor coisa que se pode ter em um curso são justamente essas ramificações de
mercado. Ter experiência em vários setores para você sair sabendo a área que quer seguir. Depois que eu saí do curso eu trabalhei na assessoria de comunicação do Sindicato, agora eu saí para montar a minha própria empresa”, completou a egressa. Um ambiente acadêmico diferente, em todos os sentidos, é o que faz o curso de Jornalismo do UNIPAM ser destaque em criação profissional. A percursora da implementação do curso em Patos de Minas e atual encarregada do setor de Assessoria de Imprensa do UNIPAM, Regina Macedo, fala sobre as possibilidades do curso e o seu mercado regional: “Hoje, se você fizer uma pesquisa no mercado, você vai ver que a maior parte dos jornalistas que estão em atuação, já passou pelo curso de jornalismo no UNIPAM. Ele foi uma revolução muito grande no desenvolvimento do setor na região, mas é claro que ainda temos muito que amadurecer”, ressaltou. Quando questionada sobre o curso de Jornalismo na Universidade e seus principais diferenciais, Regina lembra alguns pontos interessantes: “Eu acredito muito na prática e acho que ela é fundamental, mas a teoria te dá uma amplitude de pensamento, muda o seu jeito de ver as coisas ligadas ao mundo. O senso crítico, quando você está no curso de graduação, é aguçado”. Ela continua: “O nosso principal diferencial do curso é, sem dúvidas, essa proximidade que temos com o mercado”. Com o lançamento do seu recente projeto, o “Acesse Patos”, Bárbara Gonçalves, ex-aluna de
Jornalismo citada anteriormente, é um dos vários casos de transformação pela educação vivenciados no UNIPAM. Esse é o papel do estudo: trazer um futuro com realização de sonhos, sempre com uma base sólida de conhecimento.
Arquivo pessoal de Bárbara Gonçalves