Catálogo Relicário novo

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Catálogo de publicações 2015


Sobre a Relicário

(re.li.cá.ri.o) sm. 1. Rel. Caixa ou baú onde se guardam objetos pertencentes a um santo ou que foram por ele tocados. 2. Caixa ou baú onde se guardam objetos de grande valor afetivo. 3. Bolsinha com relíquias que alguns fiéis trazem no pescoço em demonstração de devoção. 4. Coisa preciosa, de grande preço e valor. [F.: Do lat. reliquiae, arum; 'relíquias'.] A proposta editorial da Relicário Edições aproxima-se da definição de seu verbete, com a diferença de que a transpomos para um sentido laico. Escritas por mãos humanas, as palavras são fruto de um amálgama de sentidos, percepções e afetos – muitas delas palavras-relíquias, signos carregados de aura, rastros de tempo. A verdade é que desde muito as palavras possuem uma morada cativa - o livro é por excelência o relicário das letras. Queremos dar continuidade à função mais cara que o livro escrito possui: preservar e divulgar os saberes e memórias postos em letras e palavras por seus autores. A Relicário Edições possui duas linhas editoriais que abrangem gêneros textuais diversos. A primeira é direcionada à produção acadêmica e científica nas áreas de ciências humanas, filosofia, estética, artes e estudos literários, contemplando publicações a partir de dissertações e teses, bem como coletâneas de artigos, ensaios e revistas acadêmicas. Nessa linha editorial contamos com um conselho avaliativo composto por nomes representativos das principais universidades do país, cuja experiência permite a avaliação da qualidade dos textos e de sua relevância para o debate nas áreas em que os escritos se inserem. Traduções de autores estrangeiros dessas áreas do conhecimento estão igualmente presentes em nossa proposta editorial, pois acreditamos que trazê-los à língua portuguesa constitui um serviço ao leitor interessado, ampliando a partilha do pensamento que nasce em determinado tempo e espaço, mas cujos destinatários e interlocutores podem estar [e estão] aqui e agora. A segunda linha editorial se volta para a publicação de textos de literatura em língua portuguesa e para a tradução de autores estrangeiros – ainda pouco divulgados no país – que transitam pelo romance, ensaios, contos, crônicas e poesia.


_____________ Estética e Filosofia da Arte ________________

Personagens conceituais: filosofia e arte em Deleuze Autor: Fernando Tôrres Pacheco 172p.| 2013 | 14x21cm ISBN: 978-85-66786-00-2 Este livro se propõe a investigar o papel dos personagens conceituais na criação filosófica. Segundo Deleuze e Guattari, tais personagens são os verdadeiros responsáveis pela enunciação e construção dos conceitos de um filósofo. Seguindo os rastros da filosofia da diferença, o autor nos mostra que tais personagens não podem ser lidos pelo viés da filosofia da subjetividade – como entidades dotadas de substância e identidade – mas são precisamente potências que se agenciam em um plano pré-filosófico, ou plano de imanência, onde filosofia e arte encontram um ponto de intercessão. Deste modo, o livro encara uma discussão crucial à filosofia da segunda metade do século XX: a gênese do pensamento filosófico se dá por arranjos e articulações alheios ao próprio conceito, razão pela qual filosofia é encarada não mais como representação, mas como criação.

Imagem, imaginação, fantasia: 20 anos sem Vilém Flusser Organizadores: Alice Serra, Rodrigo Duarte e Romero Freitas 244p.| 2014 | 15,5 x 22,5cm ISBN: 978-85-66786-03-3 Este livro é fruto do Congresso Internacional "Imagem, imaginação, fantasia", sediado em Ouro Preto no ano de 2011. O congresso teve seu foco principal - embora não exclusivo - na obra do filósofo tchecobrasileiro Vilém Flusser, que a partir do já inescapável clássico A filosofia da caixa-preta, publicado em alemão, em português e em outras 20 línguas, desenvolveu o conceito das tecnoimagens e pensou a póshistória como o campo do eventual fim da escrita, bombardeada pela overdose das imagens que assistimos e reproduzimos a cada passo, com nossas câmeras e celulares de bolso.A sofisticação do pensamento de Flusser reside em não se fechar numa perspectiva pessimista ou apocalíptica, mas sim em observar todas as possibilidades filosóficas e antropológicas dessa mudança radical na linguagem humana, tão radical que afeta a percepção da realidade e, em consequência, toda a realidade. Todos os autores fazem jus a esse pensamento, razão pela qual são igualmente recomendados os 20 textos deste volume.

Varia aesthetica: ensaios sobre arte e sociedade Autor: Rodrigo Duarte 376p.| 2014 | 14 x 21 cm ISBN: 978-85-66786-05-7 O livro reúne artigos de Rodrigo Duarte nos quais estão expressas sua principais preocupações teóricas sobre os fenômenos estéticos a partir do início da década de 2000. Partindo de Theodor Adorno e empreendendo diálogos também com Arthur Danto e Vilém Flusser, dentre outros, os artigos nele publicados exploram temas como o papel que certo entendimento do esquematismo kantiano desempenha na crítica à indústria cultural, as relações entre som e imagem e entre imagem e escrita, os diversos pontos de vista sobre o fim da arte na filosofia contemporânea, a desartificação da arte, os novos fenômenos associados à indústria cultural pós-globalização, etc. Tais textos são tentativas de compreender fenômenos muito complexos, assim como tendencialmente preponderantes, nas manifestações culturais hodiernas.

Lógica e música: conceitualidade musical a partir da filosofia de Kant e Hanslick Autor: Ricardo Miranda Nachmanowicz 180p.| 2014 | 14 x 21 cm ISBN: 978-85-66786-09-5 O livro aborda a percepção musical a partir de critérios cognitivos kantianos e discute, a partir desses critérios, a teoria kantiana dos juízos de gosto. Além disso, vale-se de ideias apresentadas por Eduard Hanslick que caracteriza a apreciação de formas musicais que possuem um componente vinculado ao entendimento.

Vencedor do prêmio FUNARTE – Produção crítica em música


Gosto, interpretação e crítica Organizadores: Verlaine Freitas, Rodrigo Duarte, Giorgia Cecchinato e Cíntia Vieira da Silva 244p.| 2014 | 15,5 x 22,5 cm ISBN: 978-85-66786-04-0 Este livro investiga três conceitos intimamente relacionados - gosto, interpretação e crítica, que possuem também suas distinções, gravitando em torno de nosso posicionamento valorativo do objeto estético, seja ele uma obra ou evento de arte contemporânea, um produto de indústria cultural ou um objeto da natureza. Todos os três podem ser considerados na polarização entre a postura meramente subjetiva - 'cada um tem seu próprio gosto', e a demanda ou exigência de objetividade - a tarefa de uma crítica de arte. Cada um dos capítulos problematiza tais categorias não apenas com base nessas polaridades, mas também no interior de uma análise de crítica social, de leitura de obras de arte específicas, além da sempre necessária exegese de textos clássicos da história da filosofia.

Entre filosofia e literatura: recados do Dito e do Não Dito Organizador: Luiz Rohden 152p.| 2015 | 15,5 x 22,5 cm ISBN: 978-85-66786-15-6 Esta obra contempla, do ponto de vista do projeto literário-filosófico de João Guimarães Rosa, a sua obra Corpo de Baile. Sob distintos enfoques, foi em torno desse texto rosiano que as pesquisas foram realizadas e seus resultados aqui condensados na forma de capítulos. Com isso, além de aprofundar os laços de proximidade entre filosofia e literatura de modo geral, realizamos uma investigação cujos resultados contribuem para tornar mais conhecida a profundidade do trabalho de Guimarães Rosa e sua importantíssima contribuição na constituição de “uma literatura filosófica brasileira” essencial, também, para a compreensão e formação da identidade humana e brasileira.

Limites do Belo: estudos sobre a estética de Friedrich Schiller Autor: Ricardo Barbosa [ NO PRELO]

Friedrich Schiller (1759-1805) dedicou-se intensivamente à filosofia entre 1791 e 1795. Seus trabalhos deste período foram essenciais para a formação da estética como uma disciplina filosófica autônoma, do classicismo de Weimar, do idealismo alemão e da crítica estética da modernidade. Os múltiplos efeitos da obra filosófica madura de Schiller se deixam ver como resultantes de um contínuo esforço de reflexão sobre uma pergunta recorrente – uma pergunta que, como dissera Kant, seria o fulcro de todas as demais questões que incitam a razão humana: a pergunta pelo que somos, a pergunta pelo homem e sua destinação.

Musica Ficta Autor: Philippe Lacoue-Labarthe Tradutor: Eduardo Jorge de Oliveira [ NO PRELO] Quatro cenas compõem este livro, todas dedicadas à Wagner. As duas primeiras travam diálogos com Baudelaire e Mallarmé, contemporâneos do triunfo europeu do wagnerianismo, e que fazem parte de uma sequência histórica que perpassa a guerra de 1870 e da Comuna, prenunciando a explosão global de nações e classes. As segundas cenas envolvem Heidegger e Adorno e ocorre quando certos aspectos do wagnerianismo foram sentidos e a confusão do "nacional" e "social" se solidificou como uma configuração política monstruosamente sem precedentes. Ambos os casos mostram conjuntamente arte e política, mas não como uma política da arte, e muito menos como uma arte da política. Trata-se de algo mais grave, da estetização – da figuração – do político. Estas quatro cenas capturam e esclarecem "a verdadeira cena", acontecimento filosófico importante, que sancionou o rompimento de Nietzsche com Wagner.


_____________ Filosofia política _____________

Clássicos e contemporâneos da filosofia política: de Maquiavel a Antonio Negri Organizadores: Guilherme Castello Branco e Helton Adverse 244p.| 2015 | 15,5 x 22,5 cm ISBN: 978-85-66786-04-0 Este livro não pretende ser um manual de Filosofia Política no qual, de maneira diacrônica, os autores são contemplados partindo-se dos clássicos e chegando-se aos contemporâneos. Clássicos e contemporâneos estão aqui imbricados porque dirigem ao tempo presente um olhar investigativo, porque exercitam a curiosidade filosófica e dão vazão ao desejo de entender o que é atual. E exatamente porque atualiza o ímpeto filosófico é que um autor pode ser clássico e/ou contemporâneo. Como vemos nos textos que integram este livro, é a necessidade de refletir sobre os problemas políticos atuais que obriga os autores dos capítulos a convocar clássicos e contemporâneos. As respostas que ensaiam são, elas mesmas, um exercício filosófico e, como tal, não pretendem ser verdadeiras ou falsas; antes, reivindicam o inacabamento da reflexão filosófica e não escondem a satisfação de estar em boa companhia.

_____________ Estudos literários _____________

Vertigens do eu: autoria, alteridade e autobiografia na obra de Fernando Pessoa Autora: Lisa Carvalho Vasconcellos 160p.| 2013 | 14x21cm ISBN: 978-85-66786-02-6 Se Pessoa é, como concebeu Eduardo Lourenço, um típico autor moderno, a literatura, conforme concebida por ele, gostaria justamente de ser um espaço livre das contradições da Era Moderna. Os heterônimos (Caeiro, Campos e Reis) talvez ocupem o lugar desse desejo impossível; já o ortônimo (que também é o Pessoa-personagem), assume um papel ambíguo em relação a esse espaço: se por um lado se integra a ele, enquanto ser ficcional, também dá testemunho de seu não-pertencimento a uma realidade que não é a sua, mas a do seu desejo. Assim, dentro e fora, participante e testemunha, ele compartilha conosco suas conclusões ou, melhor ainda, seu espanto, o de um autor perdido em meio a uma literatura – e de um tempo – que tem vida própria e que gira ao seu redor em uma dança na qual ele não tem mais capacidade (terá tido um dia?) de participar.

Quem desloca tem preferência: ensaios sobre futebol, jornalismo e literatura Autor: Marcelino Rodrigues da Silva 292p.| 2014 | 14 x 21cm ISBN: 978-85-66786-08-8 Este livro faz um drible no senso comum sobre a história e a importância do futebol na sociedade brasileira. O que temos nesses vinte e um ensaios de Marcelino Rodrigues da Silva não é uma simples narrativa histórica do futebol ou mesmo uma análise que vai ao encontro de opiniões tão difundidas no imaginário intelectual, mas a complexificação do fenômeno futebolístico em nosso país. Poucas vezes é possível ver um time jogando com essa consistência. Quer se fale das charges de Fernando Pieruccetti, das crônicas dos irmãos Mário Filho e Nelson Rodrigues ou dos arquivos construídos a partir das imagens dos negros nos jornais, Marcelino parte para o ataque com a convicção de muitos dos nossos maiores goleadores. É um gol atrás do outro, fazendo com que o livro já tenha o espírito vencedor daqueles que ousam ver além do que já é reconhecido.


Calvino em jornadaS Organizadores: Bruna Ferraz, Juan Silveira, Maria Fernanda Moreira, Marília Matos e Tereza Virgínia Barbosa 148p.| 2015 | 15,5 x 22,5 cm ISBN: 978-85-66786-12-5 Este livro nasceu de uma jornada, a “Jornada Calvino e Seus Clássicos”, ocorrida na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que, como nos diz o dicionário, consiste (como se deu) em percorrer um “trajeto” ao longo de um único dia – o dia 10 de junho de 2014. No entanto, mais que isso, nasceu ele também, paradoxalmente, do desejo de recusa dessa contingência, de um ímpeto de continuidade: de seguirmos sendo afetados por esse encontro, pelas ideias que dele surgiram, pelos clássicos e por Calvino, por tudo isso que perdura pela insistência em seguir viagem (outra definição de jornada), o que, desde Marco Polo, ou talvez antes, implica não cessar de produzir sentidos e gestar ilimitadas jornadaS.

Antiga Musa (arqueologia da ficção) – 2ª edição revista e ampliada Autor: Jacyntho Lins Brandão [ NO PRELO]

O objetivo deste livro é examinar as condições que motivaram o surgimento das teorias sobre a literatura na Grécia, concentrando-se em seus princípios. A perspectiva arqueológica interessa aqui nos três sentidos de arkhé: começo, princípio e poder. O autor faz uma investigação dos primórdios da reflexão poética na Grécia, restringindo-se aos dois conjuntos de textos mais arcaicos, os poemas homéricos e hesiódicos. Trata-se, também, de uma reflexão sobre os princípios que se podem deduzir das poéticas implícitas de algum modo expressas ou sugeridas nos dois corpora referidos. Por sua vez, esses dados interessam enquanto os gestos inaugurais de uma determinada tradição poética (e literária) que permanecerá sob o controle desses mesmos gestos, levantando problemas de compreensão e avaliação profundos e capazes de impulsionar o surgimento das teorias literárias.

Jean-Luc Godard: história(s) da literatura Autor: Maurício Salles Vasconcelos [NO PRELO]

Ao concentrar-se nas imagens de Godard, tendo como foco seu relacionamento com outras séries artísticas – com a literatura, especialmente –, este livro deseja, ao mesmo tempo, trabalhar com as coordenadas teóricas do realizador, de modo a dimensioná-las como concepções cruciais para o entendimento da problemática estética contemporânea. Observando-se seus modos de filmar, que são, também, modos de montar o filme como construção de linguagem entre outras linguagens, meu interesse é o de operar uma análise comparativista, próxima do andamento criativo e conceitual do cinema godardiano.

As máquinas celibatárias (Les machines célibataires) Autor: Michel Carrouges Tradutor: Eduardo Jorge de Oliveira | Parceria: Bibliofrança [NO PRELO] A obra tem o mérito de realizar a primeira leitura conceitual da obra de Marcel Duchamp, La mariée mise à nue par ses célibataires, même ou simplesmente “O grande vidro”. Mobilizado essencialmente por essa obra, Carrouges elege um conjunto de máquinas impossíveis, inúteis, delirantes ou com dispositivos incompreensíveis. O repertório literário ou os "grandes maquinistas e suas máquinas" abrange autores como Marcel Duchamp e Franz Kafka, Raymond Roussel, Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Jules Verne, Villiers de l'Isle-Adam, Irène HillelErlanger, Adolfo Bioy Casares, Lautréamont e Edgar Allan Poe. A edição de 1976, base para a tradução brasileira, contém uma breve correspondência entre Michel Carrouges e Marcel Duchamp (quatro cartas). Em uma das cartas, Duchamp aprecia a leitura do autor pela relação feita entre o dispositivo do “Grande vidro” e aquele encontrado na Colônia Penal, de Franz Kafka.


As desordens da biblioteca (Les desordres de la biblioteque) Autora: Muriel Pic Tradutor: Eduardo Jorge de Oliveira | Parceria: Bibliofrança [ NO PRELO ] Na primeira parte do livro, as fotomontagens de Muriel Pic são uma investigação visual sobre os homens e suas bibliotecas. Para isso, ela recorreu a bibliotecas de diversos intelectuais, críticos, escritores, curadores para captar a ambiência do pensamento e suas fontes. A segunda parte do livro é uma leitura aprofundada da fotografia de William Henry Fox Talbot, em 1844, contida na prancha II, intitulada A scene in a library, do livro em questão que marca o nascimento da fotografia impressa, The pencil of nature, de 1846. O exercício crítico de Muriel Pic explora uma única imagem para percorrer todo o imaginário das bibliotecas, a ideia de nascimento da fotografia e seus prolongamentos por uma ficção crítica e todo o seu dialogo com o fenômeno literário, em autores como Georges Perec, Michel Foucault, Paul Eluard, Walter Benjamin, entre outros.

_____________ Literatura _____________

A vida porca Autor: Roberto Arlt (Argentina) Tradutor: Davidson de Oliveira Diniz | Título original: El juguete rabioso 256 p.| 2014 | 13 x 20 cm ISBN: 978-85-66786-13-2 Os leitores e leitoras encontrarão nessa obra o relato da iniciação de um adolescente, Silvio Astier, no submundo portenho, zona cinzenta de uma sociedade em que a educação burguesa perdeu as suas cores luminosas. Astier e seus amigos leem livros baratos em traduções ruins, cometem crimes por meio dos quais ascendem à cultura letrada de que foram excluídos, falsificam, blasfemam, elaboram inventos precários, etc.. A forma precisa dessa equação está na frase de Astier: "Oh!, ironia, logo eu que havia sonhado ser um grande bandido feito Rocambole e um poeta genial feito Baudelaire!"

A festa do adeus Autor: Leonardo Beltrão 144p.| 2014 | 13x20cm ISBN: 978-85-66786-10-1 Neste livro de estreia de Leonardo Beltrão, todos os seus dez contos podem ser encarados como independentes e, ao mesmo tempo, como relacionados entre si, compondo um caleidoscópio literário que a cada giro revela uma faceta diferente de uma mesma imagem. Tudo gira em torno do fim do amor reconhecido e do reconhecimento do fim do amor, abrindo caminho, assim, para a transformação da perda em prenda - novo começo - um adeus que engendra em si a própria festa.

Poemas declives Autora: Flausina Márcia da Silva 80p.| 2014 | 14x21cm ISBN: 978-85-66786-07-1 Este livro tem composição meio jazzística. São poemas solos e alguma prosa improvisada, concertados para declives em curvas perigosas. A tonalidade é feminina, são arranjos de mulher em harmonia com o ritmo duvidoso das possibilidades humanas.


Névoa e assobio Autora: Bianca Dias | Desenhos: Julia Panadés [ NO PRELO ] O livro de Bianca Dias nos apresenta uma experiência de atravessamento e de elaboração. Apresenta-nos, sobretudo, uma ética-estética da existência, irmã gêmea do “amor fati” nietzchiano. Como se na perda estivesse guardada uma prenda, como se na doença estivesse guardada uma dança. Como se no fundo do silêncio aterrador estivessem guardadas palavras aladas que atravessam o trauma e compõem uma trama. A partir da perda de seu filho, Bianca devolve o olhar a esse abismo num exercício de escrita corajoso e nascido dessa experiência, na qual a ausência se torna uma aguda presença. Entretanto, neste livro não encontramos apenas essas palavras aladas. Nele, há um encontro fortuito entre as palavras e os desenhos da artista Julia Panadés, que, num gesto cúmplice, oferece um pouso imagético, um vislumbre de forma e uma possibilidade de costura das bordas.

Nunca estive no Brasil (coletânea de poemas) Autor: Ernst Jandl (Áustria) Tradutora: Myriam Ávila | Parceria: Embaixada da Áustria [ NO PRELO ] Ernst Jandl (1925-2000), poeta, tradutor e professor austríaco pertence a uma geração de escritores em língua alemã cujos membros, após o término da II Guerra Mudial, encontraram na experimentação literária a possibilidade de desenvolvimento de uma nova linguagem a salvo de seu passado histórico recente. Ao lado dos poetas do chamado Wiener Gruppe, “Grupo de Viena”, Jandl leva a cabo na Áustria dos anos 50 a continuação do percurso iniciado no começo do século pelas principais vanguardas germânicas como o expressionismo e o dadaismo. Estilisticamente, ele joga literalmente com as palavras, cortando e distorcendo, misturando palavras, distanciando vogais, realizando trocas de consoantes, removendo sílabas, misturando palavras de diferentes línguas, empregando padrões gráficos e elementos tipográficos para a transmissão de significados, dentre outras experimentações.

Palmström Autor: Christian Morgenstern (Alemanha) Tradutor: Ricardo Domeneck | Parceria: Goethe-Institut [ NO PRELO ] Christian Morgenstern (1871-1914), poeta e escritor alemão nascido em Munique, foi contemporâneo dos dadaístas e expressionistas germânicos, e é reconhecido pela composição de versos em estilo nonsense em sua língua natal. Sua poesia o relaciona ao nonsense britânico de Lewis Carroll e Edward Lear, no qual a articulação linguística ganha um novo tom, para além das funções engendradas pela comunicação e pelo caráter utilitário da língua em seu registro cotidiano. Esta obra,“Palmström”, de 1910, mantem plenamente um teor satírico e nonsense, sendo, pois, uma obra representativa de sua poética como um todo .



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