Portfólio - Maira Públio

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Artista visual. Vive e trabalha em Belo Horizonte. Graduanda em pintura pela UFMG. Possui um apreço pela linguagem múltipla que se apresenta tanto formalmente quanto nas suas referências e escolhas de percursos investigativos. Já atuou como educadora, o que conferiu ludicidade ao trabalho e ao modo como seu processo artístico acontece. Considera o encontro com os saberes tradicionais e a cultura popular uma das referências mais significativas para sua trajetória. Da capoeira angola, dos terreiros e festejos está grande parte dessa influência, suscitando questões sobre o que nos separa ou reúne em termos políticos e afetivos, ampliando interesses nas discussões sobre contra-colonização, sobre os espaços não-institucionais e o conceito de tradição, ou seja: as várias normatividades que nos atravessam em termos coletivos ou individuais. Na graduação, fez uma breve pausa no percurso da pintura para trazer outras referências ao trabalho, especialmente no campo do desenho, do livro de artista e da performatividade. Na sua produção o hibridismo acontece com o uso de múltiplas técnicas, referências/apropriações e nas mutações constantes que agregam e associam novos interesses ao trabalho. Hoje se debruça sobre uma investigação acerca da metáfora da casa, da família e da infância.Também, um projeto-irmão em que observa especialmente as questões formais dos materiais que manipula, especialmente o papel. Como se comporta em sua capacidade de rasgar, dobrar, amassar, tornar-se irregular, podendo passar do plano bidimensional para o tridimensional. Lembra nessa hora dos Trepantes de Lygia Clark, que nas palavras de Frederico Morais “são o derradeiro esforço pra se manterem como escultura”*.A conexão, pensa, é o desejo de observar a origem, a gestação e o desdobrar. Cíclica: a morte.

* MORAIS, Frederico. Em: Aberto fechado: caixa e livro na arte brasileira = The enclosed openess : box and book in Brazilian art / texto e curadoria Guy Brett ; textos de Frederico Morais e Ana Paula Cohen : apresentação Ivo Mesquita. São Paulo : Pinacoteca do Estado, 2012.


/ Individuais


Sem título

Livro de artista. Técnica mista (2017)



Sem título

Fragmento de diário pessoal. Carbono, grafite, lápis de cor (2017-2018)






Paisagem Série - Fotografia

(2014 – em construção)

Do rolo de 36 poses de um filme utilizado numa viagem em São Tomé das Letras foi possível revelar apenas cinco imagens. O restante, queimado em toda a extensão do negativo, coincide com o apagamento de minha memória. A paisagem que resiste se situa numa estrada de terra paralela à rodovia. Não havia ninguém no caminho, só estávamos eu uma ex-namorada no carro.





Quadrados SĂŠrie - (de)colagem (2017)





Sem título Série – desenho (2017) A série apresenta nove desenhos realizados desde o início do ano presente. São imagens construídas a partir de processos variados de montagem, partindo hora de uma metodologia fixa, hora de sua quebra. Ter um ponto de partida já familiar em termos de técnica e tema e daí tomar os avessos do iniciado: transformar sem parar a forma em imagem e relação informes. Utilizo recortes de revistas selecionadas por seu conteúdo. A coleção “Pais & Filhos” dos anos 70/80 encontradas em casa deram início ao projeto, e continuam sendo a base fundamental do trabalho.Além delas, faço uso de outras publicações que dialogam com o assunto. Chamo os “recortes” de janelas. Janela para a imagem: num rasgo ou recorte, decolar a forma coerente ao restante da composição. Revelar o que está atrás.Velar algo na imagem para favorecer outro plano (ex: esconder a forma, trabalhar o fundo). Uno a montagem à cópia pelo carbono, grafite, lápis de cor, etc., retomando uma prática de criança. Existe uma memória em que os registros físicos já não existem, mas a feitura foi marcada no gesto e no gosto, copiada e transformada através dos anos. O retorno do fazer da infância torna-se metáfora para orientar a técnica e a expressão agora. “Minha infância fez uma lira de poeta e ofereceu a mim”, abre o filme “A Cor da Romã”.




Fui catar fotografias pra encontrar casa. Essa casa já foi pântano, num tempo que só conheço por história. Quando foi erguida, deixaram restantes de tijolos, pedras de cimento, azulejos, até bolinhas de gude - tesouros que fomos desenterrando no quintal. As minhocas eram para as galinhas. Já o restante era brinquedo... hoje as pedras só atrapalham sempre que uma planta precisa vir morar, mas os azulejos e as bolinhas continuam para o encanto. Parece que não acabam nunca, mesmo que se deposite nos cantos dos muros ou ao pé do jasmim pequenos pedaços ou rochas de trinta centímetros, os tesouros vão continuar brotando. Na frente da cozinha existia uma macieira, que devia ser a árvore mais rara do mundo e perto dela uma ou duas árvores de ameixas que só podiam ser alcançadas quando vinham pro chão, tão grandes quanto a mangueira. E eu tão pequena, ficava protegida ali por todas as árvores da casa, as da rua, o pé de manga da vizinha. A casa era antes, uma floresta. Não sobrava luz para o quintal, com exceção de algumas faixas de luz que atravessava as folhas e ao meio-dia uma clareira com o sol à pino. Mesmo assim, eu que não encontrei a morte talvez até os doze anos (e não sei direito ainda se conheço dela um pouco, se conhecia qualquer coisa desde antes) fui vendo uma por uma, todas as minhas árvores serem derrubadas. Toda claridade que entrava depois disso, não fora convidada. Melhor fosse que as árvores, tomadas por cupins da raiz até a ponta caíssem sobre a casa, os muros, a rua. Que sobrasse só a floresta, nem que os troncos ficassem inteiros, com cuidado, dormindo no chão. Junho, 2017



Bisbilhoteiro Exposição impressão digital (2018)






Exercício I Técnica mista (2018)


Exercício 2

Técnica mista s/painel (2018)



/ Coletivas


L: Se seiva não é o que corre em minhas veias, serei eu um desejo de soltar-me deste chão? Temo fincar raiz e abrir os canais por onde o líquido de vida grava seus percursos. Tal como rio. Tal como água de rio que brota da terra, que nasce em gotas, que encontra outra água e cresce água, desce rio, que curva montanha, que cai da queda, que cresce mais um pouco e deságua no mar. M: Para quem está se lançando num mundo desconhecido e precisa respirar por conta própria. Definitivamente está o começo, ele é o umbigo do vazio e se o deixássemos em sua luta silenciosa, sobre a luz que fere os olhos, ele encontraria o ritmo, o vínculo. Alguém que dormia no ventre enquanto fora caía a tempestade e que surgiu do desejo inesgotável do espaço que o contorna, que curva. Letícia Proença e Maira Públio Abril, 2018


Pudesse reter o fluir das coisas “Pudesse eu reter o teu fluir, ó quarto / Reter para sempre o teu quadrado branco / Denso de silêncio puro / E vida atenta”, da voz: Sophia de Mello Breyner Andresen Ação realizada para o encerramento da disciplina “Pensamento e Ação em Performance: um foco necessário nos dias perigosos em que vivemos” na Escola de Belas Artes (UFMG), coordenada pelo professor Marcos Hill Caroline Manso + Maira Públio Registro: Letícia Proença (2016) Link para registro em vídeo



/ Participações



Sem título

Série - ilustração (2017) *amostra

Trabalho realizado para compor o dossiê “Gênero” da Revista Três Pontos, periódico de publicação semestral editado pelo Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFMG (CACS), lançada em maio/2018. Para acessar o material, clique aqui.




Chamada de Arte Jardim Convocatória realizada pelo grupo fora na ocasião da exposição “Arte para uma Cidade Sensível” no Museu Mineiro, consistindo numa chamada para confecção de “pedacinhos de jardim”. Ao longo da exposição também houve a produção de uma publicação coletiva reunindo registros e relatos de jardins. “Entre 21 de setembro e 26 de novembro de 2017 os Terrários serão reunidos no Museu Mineiro para a exposição ‘Arte para uma cidade sensível’, com curadoria da Brigida Campbell. Ficarão sob uma estante botânica montada no jardim interno do museu. Os jardineiros serão os expositores. Esta estante funcionará como espaço de troca de objetos, narrativas de jardim e saberes relacionados às plantas e seus usos. Ao final da exposição, a troca e a doação dos terrários.” (grupo fora) Para acessar o material, clique aqui.



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