Fotografia na Cena Contemporânea - Algumas Considerações

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A FOTOGRAFIA NA CENA CONTEMPORÂNEA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

ALEXANDRE SEQUEIRA

performance+fotografia+vídeo+mul3mídia


SEMINÁRIO no REATOR

como parte integrante da bolsa “O Coração na Curva de um rio” aprovada no CONCURSO DE BOLSAS PARA CRIAÇÃO, EXPERIMENTAÇÃO, PESQUISA E DIVULGAÇÃO ARTÍSTICA do

IAP-­‐ Ins3tuto de Artes do Pará

performance+fotografia+vídeo+mul3mídia

A FOTOGRAFIA NA CENA CONTEMPORÂNEA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ALEXANDRE SEQUEIRA BELÉM SETEMBRO 2012



Definir a Fotografia


Fotografia = câmara + luz + materiais foto sensíveis + processo laboratorial


Desenho fotogênico de penas e rendas – Fox Talbot, 1839.


A fotografia é geralmente entendida como técnica e não como linguagem.

Fotografia = câmara + luz + materiais fotosensíveis + processo laboratorial


Em geral, a fotografia é abordada em escolas ou academias a partir de sua história (enumeração linear de eventos, autores, evoluções técnicas e estilos), e não a partir de um questionamento de suas especificidades enquanto linguagem, ou por um paralelismo com outros parâmetros ou disciplinas culturais. Para que a fotografia se torne transparente, é preciso apagar todo rastro de evidência material.


A Fotografia como imagem


Em nossa cultura, a imagem é o equivalente, o vestígio ou o “índice” de algo que existiu na realidade material. Se em nossa cultura valorizam-se o perfil funerário, a máscara mortuária e, agora, a fotografia, é porque todos eles são entendidos não como representações, mas como vestígios materiais. Segundo Barthes, na foto, o significado não está nela mesma, mas na realidade da qual ela surge e da qual é contingente. Contingente, é um objeto verdadeiro, um testemunho de existência do mundo real: “isso aconteceu”, propõe Barthes.


Vista da sua janela em Le Gras, 1826. 0,165 X 0,18 m. Heliogravura.Coleção Gernsheim, Universidade do Texas. Realizada em 1826 ou 27, esta é considerada, atualmente, a primeira fotografia.


A Fotografia como mem贸ria


Entendida como índice, a fotografia funciona como um equivalente físico e material da memória. Esta, como indica sua origem etimológica, está relacionada com a mente: memória deriva da raiz – men, que indica ter uma atividade intelectual. Relacionada com o verbo minisci, que quer dizer “colocar-se no espírito”, a memória implica uma dimensão espiritual: está ligada ao mundo dos espectros. Fotografia + realidade = imagem como índice A relação = contingência A função = memória


A imagem é o rastro que o percepto deixa na mente quando a percepção é descontinuada. Uma imagem é, portanto, a impressão visual que fica em nossa mente quando fechamos os olhos: só podemos vê-la por meio da memória. A memória se assimila com o vivido e com o processo de cognição. É um processo seletivo das experiências vitais e sensoriais mais importantes. Porém é um processo ativo e criativo que implica numa reciclagem contínua desses perceptos e conceitos (lembremos que perceber tem a mesma raiz que “conceber”, em seu sentido de cogitare ou pensar fecundante). As emoções modificam efetivamente a percepção. Socialmente, no entanto, a memória é entendida como algo neutro, transparente e mecânico.


Ambas, fotografia e memória, têm como objetivo principal armazenar algum tipo de essência imaterial, instantânea e volátil. “Aquilo que foi” existe agora, resistindo à morte na imagem e na memória. As duas funcionam de maneira parecida, trazendo ao presente imagens do passado de um modo visual. Uma, a memória, faz isso de modo mental, enquanto a outra, a foto, o faz de modo material.


Walter Benjamin, faz referência ao detalhe como um elemento central de diferença entre a pintura e a fotografia. Enquanto a pintura contempla a realidade a distância, a fotografia “penetra profundamente na textura dos dados”.


Só podemos nos lembrar daquilo que vivemos. Contudo, inconscientemente, todos acreditamos conhecer algo alheio à nossa experiência direta. Temos a certeza, por exemplo, de conhecer uma ameba, a Patagônia, a Grande Muralha da China, o Grand Canyon...Mas, na realidade, sabemos como eles são? Nós os conhecemos verdadeiramente ou apenas temos uma idéia, aquela expressa pela foto, aquela que todos os demais? Cremos, de maneira mais ou menos inconsciente, que a informação fornecida pela foto é verdadeira? Compartilhamos a sensação de possuir e participar de experiências que tivemos apenas por meio de imagens? Pode-se falar desse conhecimento de segunda mão como memória?


Mais que uma memória, as imagens públicas constituem uma invenção ou um substituto desta. O poder da memória social e do que ela constrói é tão grande que começamos agir como “replicantes”, que vivem de acordo com uma memória artificial implantada. Fazemos até as nossas fotos pessoais de recordação segundo padrões socialmente estabelecidos.


A FOTOGRAFIA NA ESFERA COTIDIANA


Os primeiros fotógrafos e os primeiros intérpretes da fotografia louvaram nela a representação precisa, a suposta impossibilidade da invasão do fantasioso e do impreciso na produção da imagem fotográfica, o seu caráter industrial e científico. A fotografia criava uma visualidade própria da sociedade industrial, supostamente bania da imagem as fantasias, crendices e fabulações barrocas da sociedade precedente.


LOUIS JACQUES MANDÉ DAGUERRE. Boulevard du Temple, 1838.


Porém, na medida em que a câmera e a lente ofereciam meios de se ver o que por outros meios não podia ser visto, a fotografia se apresentou como mecanismo de introduzir alterações nos processos interativos dada a diversidade de suas funções: das puramente técnicas às puramente artísticas, passando pelas relativas ao lazer e à memória do homem comum, e também pela pluralidade de sentidos que há tanto no lado do fotógrafo quanto no lado do fotografado e do espectador da fotografia.


Nesse sentido, a fotografia se afirmou como um dos componentes do funcionamento de uma sociedade cada vez mais visual e intensamente dependente da imagem. Mas, não seria ela o melhor retrato da sociedade? É nessa perspectiva que se pode encontrar o elo entre a cotidianidade e a fotografia. A fotografia como representação social e memória do fragmentário, que é o modo próprio de ser de nossa sociedade contemporânea. Mesmo que tenha tido uma origem difusa e funções inespecíficas, a fotografia vai se definindo, no contemporâneo, como suporte da necessidade de vínculos entre os momentos desencontrados do todo; como documento da tensão entre ocultação e revelação, tão característica da cotidianidade.


Por meio dela revela-se o oposto a um entendimento de uma estrutura cristalizada e imutável. Ela entrosa-se dinamicamente nas necessidades do processo social enquanto documento da cambiante suposição das personagens. Como nos jogos eletrônicos, ganha sempre. Antecipa-se ao jogo, reinventando a regra a cada jogada. A fotografia se propõe, aí, como documento da incerteza, e não da certeza.


O que se evidencia, não é o compromisso inequívoco da fotografia com o dado “real”, com o que aconteceu, mas sim, como ela o limita, o que do todo ela elege e preserva, já que ela seria, de direito, a imagem do todo e, no entanto, se reduz de fato àquilo que interessa ao fotógrafo e, em segunda mão, a quem a contempla. O foco se dirige então, não à perfeição de seu processo de captura do real, mas o fato psicológico que a fotografia satisfaz. Através dela nosso apetite de ilusão se perpetua. Sob a metáfora da pequena bola de cristal, a fotografia impõe ao imaginador o reinado da imaginação.


Nosso vínculo com a Arte é a evidência de que optamos pelo sonho por acreditarmos na ilusão da realidade. Isso não quer dizer que tudo está perdido, que não temos mais como sair do mundo das sombras, se aceitarmos a polissemia como um arranjo saudável, dada a revelação de uma certa positividade. Reconhecermos a existência de uma força resultante de uma envolvência sensitiva que nos impulsiona sempre em direção ao novo, com estímulos irresistíveis e atraentes aos sentidos, desenhados por uma espécie de acrobacia que executamos com os elementos que animam nossa vida.


Um importante deslocamento se configura: a fotografia se desloca de um domínio espacial – o império do visível, para uma esfera temporal – o fluir cotidiano, o devir, quem sabe buscando acompanhar o espírito veloz e fugidio de nosso tempo. A cena contemporânea revela uma nova relação da fotografia com o mundo, inserindo-se nas mais variadas formas no tecido social, sem propriamente se inspirar nele. Uma nova mitologia, a partir de modelos que tem em comum o fato de estabelecer vínculos entre a vida cotidiana e a formulação e afirmação de modos de viver ficcionais.


Nessa nova perspectiva, os estilos de vida assumem o

status de modos de ação performativa e vice-versa. O tempo vivido e o tempo da criação se sobrepõe um ao outro, numa a conformação de uma realidade provisória a ser experimentada e vivida, a partir de princípios de aglutinação dinâmicos em momentos de convívio construído. O ponto em comum entre essas práticas, reside tão somente em sua faculdade de indicar trajetórias possíveis dentro do caos que é a realidade. A imaginação se oferece, nesse caso, como uma prótese que se fixa no real para conceber espaços de intercâmbios possíveis.


Vivemos um tempo de verdades provisórias. Não há porque temer o novo, o que não coaduna com nossas certezas – afinal, de que certeza estamos falando? Aternos a certezas absolutas pode, em alguns casos, ocultar e afirmar uma pretensão de superioridade, por meio de uma privilegiada associação com um saber tradicional. Circunstâncias mutáveis e encontros com novas relações podem oferecer novo alimento à reflexão e ocasionar novas orientações, fazendo com que o conhecimento continue perene, mas num novo sentido.


Afirmar a produção e interpretação de imagens como o espaço da experiência do viver é a maneira de garantir possibilidades gratificantes de infinitas interpretações da vida – numa correspondência entre seu permanente fluir e a irremediável revisão das formas que a animam. Ao nos lançarmos de maneira livre e desarmada a essa experiência, recebemos em retorno nossa vida transfigurada esteticamente.


A fotografia afirma-se então, menos como “arte do instante” do que como “arte do devir”. Ela se apresenta como possibilidade de nos dar acesso à fragmentos descontínuos que o próprio fluir do tempo conforma em seu seio. Não como instrumento que revela o instante cristalizado, mas sim o instante temporalizado, que cintila entre os atos em permanente processo de transição.


Aniu


Aniu. Time of Illusion, 2008.


Aniu retrata o mundo e a sociedade chinesa moderna de uma maneira estranhamente fantástica. Vivendo e trabalhando em Shenzhen, ele tenta capturar uma realidade enigmática que se revela em recortes do todo que anima a vida da cidade.


Aniu. Time of Illusion, 2008.


Aniu. Time of Illusion, 2008. .



Yangyi


Baseado em sonhos de infância e nostalgia, Yang Yi criou uma série fotográfica carregada de ironia mórbida, onde os habitantes de sua cidade natal insistem em resistir à devastação decorrente de um projeto de uma grande empresa estatal chinesa.


Yangyi. Uprooted, 2009.



Chen Wei


As imagens de Chen Wei dialogam, de certa forma, com o

cinema, característica que ganha popularidade na cena contemporânea chinesa. Suas fotografias oscilam entre o caráter documental e uma atmosfera surreal.


Chen Wei. Joke Laboratory, da sĂŠrie Outsider, 2008.



Darren Soh Â


Darren Soh. Singapore XL, 2009.


Darren Soh é um fotógrafo que desenvolve trabalhos para

editoriais corporativos em Cingapura. Ele decidiu se dedicar integralmente à fotografia, após de retornar de uma missão jornalística que cobria o tsunami no Oceano Índico, occorrido em 2005. Desde então, Darren é disputado por grandes clientes corporativos.


Darren Soh. While you were sleeping, 2010.


Darren Soh. The Library Project, 2010.



Jeong Lok Lee


Jeong Lok Lee. Mythical Landscape, 2007.


Criado em uma atmosfera rural, o artista Jeong Lok Lee

tem uma forte e complexa ligação com a natureza, que se reflete em grande parte de suas obras. A série apresentada é uma visualização de uma realidade enigmática que, à partir de desconcertantes dobras do real, projeta-nos à uma dimensão repleta de mistério e beleza.


Jeong Lok Lee. Mythical Landscape, 2007. Â


Jeong Lok Lee. Mythical Landscape, 2007. Â


Jeong Lok Lee. Mythical Landscape, 2007.


Eiffel Chong


Eiffel Chong. A stroke of mortality, of a matter of life and death, 2008.


O trabalho de Eiffel Chong é uma destilação

intelectualizada de paisagens banais da Malásia. Seu trabalho elabora metaforas visuais que relacionam vida e morte de uma forma não-fatalista. Seu interesse se dirige a como o meio fotográfico pode traduzir um determinado tempo e espaço, memórias e pensamentos em algo permanente.


Eiffel Chong, A promise that can not be met, of a matter of life and death, 2008.


Eiffel Chong. Mathema0cal equa0ons with emo0onal contours, of a ma9er of life and death, 2008.



Lim Thian Leong Â


As imagens de Lim Thian Leong são registros altamente

sofisticados, executados com apurada habilidade e competência que revelam uma visão gloriosa de elementos banais da paisagem urbana asiática.


Lim Thian Leong, Billboards 2010.



Michael Wolf Â


Michael Wolf. Architecture of Density, 2006.


Michael Wolf aprofunda temas como a estética formal na improvisação de formas arquitetônicas de Hong Kong, negligenciando muitas vezes a presença humana. As formas idiossincráticas citadinas moldam seus arredores em uma "metrópole orgânica".


Michael Wolf. 100 Ă— 100, 2006.


Eikoh Hosoe Â


Eiko Hosoe realiza auto-retratos onde estabelece diĂĄlogos de forte conteĂşdo psicolĂłgico com a paisagem onde cresceu.


Eikoh Hosoe. Kamaitachi, 1965.



Hiroyo Kaneko Â


A série de Hiroyo Kaneko intitulada Educação Sentimenal recebeu o Prêmio 2009 de Santa Fé de Fotografia.


Hiroyo Kaneko. Sentimental Education, 2005.



Ma Leonn Â


Ma Leonn. Xangai Boys, 2005.


Ma Leonn desenvolve um trabalho intrigante, ao conceber

e dirigir cenas que questionam nossa percepção da realidade e muitas facetas da vida. Ele ocupou um importante papel na estrutura de poder econômico da China antes de decidir trabalhar exclusivamente com a fotografia. Desde então, tem recebido reconhecimento internacional por suas obras que mesclam uma atmosfera onírica e fantástica com um sutil toque de sarcasmo.


Ma Liang. Tabu’s Book, 2005.


Ma Liang. Nostalgia, 2006.


Ma Liang. Flagman, 2008.


Dayoung Kang


Dayoung Kang. da sĂŠrie Swallow, 2009.


A sĂŠrie Swallow, de Dayoung Kang descreve o anonimato e a falta de identidade na sociedade moderna. Personagens sem rosto habitam as imagens, incapazes de se comunicar com os outros na sociedade. As feridas ocultas que carregamos nos assombram, e seguimos engolindo a dor.


Dayoung Kang. da série Swallow, 2009.


Dayoung Kang. da série Swallow, 2009.



Koo Sung Soo


Koo Sung Soo. Magical Reality, 2005.


Certa parcela imaginativa de nós, vive em mundos particulares cheios de cor e totalmente divorciados da monotonia da realidade. As obras de Koo Sung Soo exploram a manifestação física dessa nossa “realidade imaginativa”. Cores brilhantes preenchem as imagens, normalmente tomadas em locais onde os seres humanos encontram alívio para seu marasmo diário: parques de diversões, galerias,ônibus de turismo, etc. É uma viagem para longe e para dentro - para uma realidade onde tudo é alegre.

Não há pretensão no trabalho, apenas apresentar uma realidade que só se pode chamar de mágica.


Koo Sung Soo. Magical Reality, 2005.


Shen Chao Liang Â


Shen Chao Liang. Stage 07, 2006-2009.


O fotógrafo chinês Shen Chao-Liang registra palcos decorados, freqüentemente encontrados em seu país. São palcos desconcertantes e surpreendentes de se ver, talvez mais desconcertantes do que as atrações neles apresentadas.


Shen Chao Liang. Stage 01, 2006-2009. Â


"O palco é um lugar físico que pede para ser preenchido, e que clama por sua própria língua para se expressar ."

Antonin Artaud


Shen Chao Liang. Stage 09, 2006-2009. Â


Shen Chao Liang. Stage 18, 2006-2009. Â


Shen Chao Liang. Stage 21, 2006-2009. Â


Wing Shya


Wing Shya registra personagens em sets de filmagem que

mais parecem avatares. Seu trabalho pessoal persegue identidades provisórias que emergem do universo ficcional dos filmes orientais. Ele foi o fotógrafo para vários filmes de Wong Kar Wai e apresenta uma impressionante lista de clientes da indústria cinematográfica.


Wing Shya. Interim identities, 2010.



Zhang Peng


Zhang Peng. Yi Fan No. 2, 2006.


Zhang Peng fotografa bonecas com expressões

congeladas, contra exuberantes formações ambíguas. Com experiência em pintura, suas imagens são impressionantes de se ver.

Em um sentido amplo, todos os meus trabalhos demonstram um tipo de opressão. Se as condições os permitirem, os pais planejam o futuro que acreditam ser bom para seus filhos. Se eles não são ricos o suficiente, esperam que seus filhos tenham uma habilidade e força-os a desenvolvê-la. Essas crianças crescem com seu caráter distorcido pela pressão inadequada dos pais e da escola. Busco ressaltar com minhas imagens o forte senso dessa distorção.


Zhang Peng. Angel no1, 2006.


Zhang Peng. Guifei, 2007.


Zhang Peng. Red No. 3, 2007.


Jeong-Mee Yoon


Jeong-Mee Yoon. Celine, Project Pink and blue, 2005-2007.


O Projeto Pink and Blue do fotógrafo coreano Jeong-Mee Yoon, mostra meninos e meninas cercados por uma coleção de seus itens pessoais que, pelas cores tipificam seu gênero.


Jeong-Mee Yoon. Emily, Project Pink and blue, 2005-2007.


Jeong-Mee Yoon. Yaechan, Project Pink and Blue, 2005-2007.


Jeong-Mee Yoon. Ethan, Project Pink and blue, 2005 - 2007.


Genevieve Chua Â


Genevieve Chua. Criado como uma matilha de lobos, 2008.


Esta série foi encomendada ao artista de Genevieve Chua

para o Singapure Fringe Festival 2009 . Como o próprio título sugere, a série nos conduz por uma narrativa sinistra e de uma sutil violência do universo juvenil chinês.


Genevieve Chua. Criado como uma matilha de lobos, 2008.


Wang Yiqun


Wang Yiqun. Série My beauty, 2008.


Wang Yiqun explora o limite entre beleza e horror com

suas fotografias de mulheres sem rosto na série “My Beauty". A série é plena de arranjos narrativos com uma meticulosa manipulação dos modelos e escolhas deliberadas de definições e requisitos específicos de adereços, convertendo-as em fragmentos de uma história que trata da visão de mundo do fotógrafo. Os retratos são inexpressivos e os detalhes faciais subtraídos evidenciam a crise identitária nos grandes centros urbanos asiáticos.


Wang Yiqun. SĂŠrie My beauty, 2008.


Lin Zhi Peng


Lin Zhi Peng. Ivan and Wewe, 2007, da SĂŠrie 223 stories.


Na série 223 Stories, ao fotografar espontaneamente seus

amigos, Zhi Lin Peng, nos revela facetas da vida dos jovens da China, capturando momentos tensos com temas abrangentes sobre sexualidade.

"A maioria dos fotógrafos têm alguma idéia do que querem fotografar, mas eu não. Eu simplesmente sigo os modelos – no caso, meus amigos".


Lin Zhi Peng. da SĂŠrie 223 stories.


Yoshinori-Kon Â


Yoshinori-kon. First Love, 2008.


Yoshinori Kon cria imagens que contêm verdades e significados ocultos, enquanto guarda fortes conotações da cultura e misticismo japones.


Yoshinori-kon. Akemi of Kawaguchi, 2006.


Sakiko Nomura Â


Sakiko Nomura. No Title, 2004-2006.


Ao tirar fotografias de pessoas nuas, Sakiko Nomura cria uma história sobre a vida e o tempo. Sua visão sobre a nudez está longe de ser a do senso comum. Sua nudez enfatiza o desamparo do homem para com o segredo da vida e do tempo. Privados de atributos diários - roupas ou casa, as pessoas por ele fotografadas parecem seres solitários na saudade de algo indefinido.


Sakiko Nomura. No Title, 1999-2005.


Sakiko Nomura. No Title, 2004-2006.



Tseng-Kwong-Chi Â


Tseng-Kwong-Chi. Self-Portrait 01, da série East meets West, 2008.


Tseng Kwong Chi, fotógrafo chinês nascido em Hong Kong, em 1979 adquiriu em um brechó novaiorquino um terno no estilo “Mao”, com o intuito de entrar em um elegante restaurante. Devidamente caracterizado, Tseng se passou por um diplomata chinês e, a partir de então, foi convidado para inúmeras festas e cerimônias na cidade ao longo da década de 80. Anos depois, Tseng alcançou o sucesso com a exposição Dinastia Ch'ing, no Metropolitan Museum of Art, posando com ricos e famosos como funcionário Comunista Chinês. Sua engenhosidade, coragem e determinação não só criou uma celeuma nos EUA, como também inspirou outros artistas da China. Infelizmente, Tseng faleceu em 1990 em decorrência da Aids.


Tseng-Kwong-Chi. Self-Portrait 03, da série East meets West, 2008.


Tseng-Kwong-Chi. Self-Portrait 02, da sĂŠrie East meets West, 2008.



Yi Cervos Â


Yi Cervos. Swing, 2004, da sĂŠrie Golden Fairy Tales.


Yi Cervos é um artista visual, cujo trabalho gira em torno da

história da China. Na série Ouro Conto de Fadas, ele se coloca como um personagem, coberto de tinta dourada da cabeça aos pés, em lugares historicamente importantes da Revolução Cultural chinesa.


Yi Cervos. Speaker, 2003, da sĂŠrie Golden Fairy Tales.


Chino-Otsuka Â


Chino-Otsuka. Bathtub, 2009.


A série autobiográfica de Chino Otsuka é concebida em um

apartamento abandonado de um conjunto habitacional de Tóquio. As imagens, longe de representar uma simples representação pictórica de seu passado, evocam uma sensação de deslocamento que acentua a profunda relação de vazio entre o fotógrafo e o ambiente urbano.


Chino-Otsuka. Door, 2009. Â


Chino-Otsuka. Kitchen, 2009. Â



Liu Bolin


Segundo Liu Bolin, a China é hoje em um paradoxo da adoção de valores capitalistas e sonhos econômicos que existem dentro de uma estrutura anacrônica comunista. Dentro deste contexto de um salto desesperado para um futuro "moderno", o artista sugere a desintegração do indivíduo.


Liu Bolin. Hidden in the city, 2011.



Shao Yinong e Mu Chen Â


Shao Yinong e Mu Chen. Without title, 2005. Â

Shao Yinong e Mu Chen. Without title, 2005.


As imagens de Shao Yinong e Mu Chen apresentam

espaços que dizem respeito à história da política e da sociedade da China. Como teatros onde importantes eventos políticos ocorreram, algumas dessas salas - quase em ruinas nos dias de hoje -, ainda irradiam certa aura, mesmo tendo sido ocupadas por outras atividades desprovidas de importância.


Shao Yinong e Mu Chen. Without title, 2005.

Shao Yinong e Mu Chen. Without title, 2005.


Fim




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