Revista Umbanda - Escola Iniciática do Caboclo Mata Verde nº 26, de Fevereiro/2021

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EXPEDIENTE Publicaçao da Escola Iniciatica do Caboclo Mata Verde Ano IV - número 26 - Fevereiro/2021 Distribuição gratuita

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Colaboradores desta edição: Cid Tavares Elisabete Lopes Elizabeth Rodrigues Leandro Perez Manoel Lopes Mariana Pereira

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Editorial

UM NOVO OLHAR

EDITORIAL

Amigos leitores,

O que voce achou da Imagem? Gostou?

A revista deste mes traz uma variedade enorme de temas, superamos o numero de paginas da ultima ediçao.

Envie seus comentarios para a revista. Umbanda a religiao do terceiro milenio! Voce ja pensou sobre isso? Uma religiao que mantem a tradiçao, mas que possibilita estar sempre se renovando.

Seguindo a orientaçao do Instituto Mata Verde, que propoe “Um novo olhar sobre o Mundo” e tambem um novo olhar sobre a Umbanda, incluímos nesta revista uma variedade enorme de assuntos.

Muitos outros textos de nossos colaboradores. Uma revista especial preparada com muito carinho especialmente para voce.

Podemos pensar o mundo atraves de uma otica umbandista? O que voce acha?

Queremos convidar mais uma vez para que voce participe da revista enviando seus comentarios e sugestoes de temas.

Aparentemente alguns assuntos parecem nao ter uma relaçao direta com a umbanda, mas se voce refletir um pouquinho vera que todos os assuntos sao pertinentes a umbanda.

Abraços!

Neste mes continuamos com o estudo sobre o culto ao fogo nas religioes antigas e neste texto de encerramento da materia, mostramos alguns comentarios de Matta e Silva — Pai da Umbanda Esoterica — sobre o orixa Ogum e o Deus Agni. Voce tambem vai poder ver em primeira mao a imagem de Iemanja que foi colocada na praia na cidade de Santos/SP.

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CONTEÚDO

Conteúdo 06

11

O fogo sagrado

A tábua de Esmeralda A Força de Xangô

19

20

Prece de Cáritas

Iemanjá em Santos Antítese

30

Mundo das ervas—Jambolão Plantio de árvores Os Caboclos na Umbanda

34

Umbanda—Religião do terceiro milênio Deus e os Orixás—João da Porteira Como caminhamos...

48

Umbanda quem és? As diferentes bandas da umbanda

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TATÁ PYATÃ

O FOGO SAGRADO

O fogo sagrado Continuamos nosso estudo sobre o culto ao fogo nas antigas tradições.

o comandante de toda a hierarquia responsável por este fase da formação do planeta.

Lembramos que na doutrina dos Sete Reinos Sagrados o primeiro Reino é o do fogo e não é por acaso, mas sim por ser a primeira etapa da formação do planeta Terra.

Quando falamos em Ogum, falamos em fogo, falamos no primeiro, naquele que abre os caminhos, o que vem na frente e prepara o caminho para os demais.

As sete forças primordiais comandadas pelos sete orixás primordiais vão se manifestando de uma forma lógica e sequen-

Mas, vamos voltar ao passado e continuar nosso estudo sobre as antigas religiões e culturas.

Quando falamos em Ogum, falamos em fogo, o senhor da forja, falamos no primeiro, naquele que abre os caminhos, o que vem na frente e prepara o caminho para os demais. cial conforme o processo de formação do planeta.

Continuamos a apresentar as informações de Fustel de Coulanges, que agora nos apresenta um pouco das tradições da antiga Índia.

Nosso planeta no início de sua formação foi uma bola de magma incandescente, este o motivo de chamarmos, por similaridade, esta fase de reino do fogo.

As leis de Manu, na redação chegada até nós, mostram-nos ainda a religião de Brama no seu apogeu e depois na decadência; e estas leis conservam vestígios e restos de religião mais antiga, a do lar que o culto de Brama relegou para segundo pla-

O Orixá responsável pelo reino e que é o primeiro dos sete orixás a atuar em nosso planeta é Ogum. Ogum é o Orixá que vem na frente. É ele @


TATÁ PYATÃ

O FOGO SAGRADO no, embora sem ter podido destruí-la.

do está ávido de grão e, não se sentindo honrado, arruína a vida do brâmane negligente.”

O brâmane tem o seu lar, que deve manter aceso noite e dia; todas as manhãs e todas as noites lhe oferece lenha para seu alimento; mas, como entre os gregos, só pode utilizar lenha de certas árvores permitidas pela religião.

Os hindus, como os gregos e os romanos, julgam os deuses como seres sôfregos, não somente de honras e respeitos, mas também ardentemente desejosos de bebida e alimento.

Tanto como os gregos e os itálicos, que lhe levam o vinho, o hindu derrama-lhe licor fermentado, a que dá o nome de soma.

O homem, para evitar-lhes a cólera, julgase, assim, obrigado a saciar-lhes a fome e a mitigar-lhes a sede.

A refeição aparece também aqui como ato religioso, estando os seus ritos escrupulosamente regrados pelas leis de Manu.

Entre os hindus muitas vezes se chama Agni a esta divindade do fogo. O Rig-Veda contém grande número de hinos dirigidos a ela.

Dirigem-se preces ao lar, tal como na Grécia; oferecem-se lhe as primícias da refeição, arroz, manteiga e mel.

Diz-se num deles: “Ó Agni, tu és vida, tu és o protetor do homem... Como prêmio de nossos louvores, dá ao pai de família que te implora a glória e a riqueza... Agni, tu és um defensor prudente e um pai; de-

Escreveu-se: “O brâmane não deve comer arroz de nova colheita, sem oferecer as primícias ao lar. Na verdade, o fogo sagra-

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TATÁ PYATÃ

O FOGO SAGRADO vemos-te a vida, somos a tua família.”

Verdadeira prova da antiguidade destas crenças e destas práticas, temo-la no fato de encontrá-las, ao mesmo tempo, entre os homens das margens do Mediterrâneo e entre os moradores da península indiana. Certamente os gregos não tomaram dos hindus esta religião, nem os hindus a aprenderam dos gregos. Mas gregos, itálicos e hindus provinham de uma mesma raça; os seus antepassados, em época muito afastada, moraram conjuntamente na Ásia Central.

Deste modo, o fogo do lar, tal como na Grécia, é um poder tutelar. O homem pede-lhe abastança: “Faz com que a terra seja sempre generosa para conosco.” Pede-lhe a saúde: “Que eu goze a luz por muito tempo, e alcance a velhice como o Sol o seu poente.” Pede-lhe mesmo a sabedoria: “Ó Agni, tu fazes encontrar o bom caminho a todo o

A religião do fogo sagrado data, pois, de época remota e obscura, quando ainda não existiam gregos, nem itálicos, nem hindus, havendo apenas os arianos.

homem que se extraviou pelo mal... Se cometemos uma falta, se caminhamos longe de ti, perdoa-nos.”

E aí pela primeira vez se formaram estas crenças e se estabeleceram estes ritos. A religião do fogo sagrado data, pois, de época remota e obscura, quando ainda não existiam gregos, nem itálicos, nem hindus, havendo apenas os arianos.

Este fogo do lar era, como na Grécia, essencialmente puro; proibia-se severamente ao brâmane lançar nele qualquer coisa suja e até mesmo aquecer os pés no seu calor.

Quando as tribos se separaram umas das outras, trouxeram consigo esse culto comum, levando-o, umas, até as margens do Ganges e trazendo-o, outras, para as costas do Mediterrâneo.

Como na Grécia, um homem culposo não podia aproximar-se do seu lar, sem antes se haver purificado do pecado. B


TATÁ PYATÃ

O FOGO SAGRADO Mais tarde, entre as tribos divididas, e não existindo entre estas quaisquer relações recíprocas, umas adorando Brama, outras Zeus, outras ainda Juno, cada um dos grupos imaginou os seus deuses.

me venerável antes do de quaisquer outros imortais. Ó Agni, seja qual for o deus honrado pelo nosso sacrifício, é sempre a ti que dirigimos o holocausto.” Certíssimo portanto, e assim na Roma de Ovídio, como na Índia dos brâmanes, ter o fogo do lar disposto em lugar destacado em relação a todos os demais deuses; não porque Júpiter e Brama não tivessem adquirido muito maior importância na religião dos homens, mas porque se lembravam de que o fogo do lar surgira como um deus muito anterior àqueles.

Mas todos mantiveram como tradição esta religião primitivamente concebida e praticada, conjuntamente, no berço comum da sua raça. Se a existência deste culto entre todos os povos indo-europeus não demonstrasse demasiadamente a sua alta antiguidade, encontrar-se-iam outras provas mais, nos ritos religiosos dos gregos e dos romanos.

Ocupava, desde muitos séculos, o primeiro lugar no culto e os deuses mais novos e maiores não tinham podido desapossá-lo desse lugar.

Em todos os sacrifícios, mesmo nos celebrados em honra de Zeus, ou de Atena, era sempre ao lar que se dirigia a primeira invocação.

Aqui abrimos um parêntese para comentarmos um pouco sobre a Umbanda esotérica, e incluirmos alguns comentários de Matta e Silva, autor do livro Umbanda de todos nós.

Toda a oração feita ao deus, fosse a que deus fosse, principiava e acabava por uma prece ao lar. Em Olímpia, o primeiro sacrifício que a Grécia reunida oferecia destinava-se ao lar, o segundo a Zeus.

Ao apresentar o orixá Ogum, na visão umbandista conforme seu entendimento, ele nos fala sobre o significado da palavra Ogum:

Da mesma forma, em Roma, a primeira adoração pertencia sempre a Vesta, representando esta o próprio lar; Ovídio, ao falar-nos desta divindade, diz-nos ocupar ela o primeiro lugar nas práticas religiosas dos homens.

Vibração original ou linha de Ogum. A linha ou vibração de Ogum é conhecida como linha de São Jorge. Ogum é a correspondência fonética da palavra AGAUM ou IGAUM ou AGOM ou IGOM.

Deste modo, lemos nos hinos do RigVeda: “É preciso invocar Agni antes de o fazermos a qualquer outro de todos os demais deuses. Pronunciaremos o seu no-

É o AGNI dos hindus, é a misteriosa pala-

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TATÁ PYATÃ

O FOGO SAGRADO

vra mística de evocação sagrada: AUM (ÔM) UM.

inovação, glória, salvação OGUM – inovação mística

As duas, afinal, vêm a ser a mesma... Ela está contida na palavra UMBANDA, donde foi extraída.

A vibração de Ogum é, portanto, o FOGO DA SALVAÇÃO OU DA GLÓRIA, o mediador, o controlador dos choques consequentes ao Karma. É a linha das demandas da fé, das aflições e das lutas, batalhas, etc... É a divindade que, no sentido místico, protege os Guerreiros... Na doutrina dos Sete Reinos Sagrados, a vibração primordial de Ogum, governa o elemento fogo e possui todas as características do elemento.

Vejamos seu significado:

É o senhor do primeiro reino, lembramos que aquela massa de magna incandescente do princípio do planeta Terra, ainda existe no interior do planeta.

AGAUM – O fogo sagrado – AG = FOGO

Encerramos este breve estudo sobre o Fo-

AGUM – O fogo da salvação – IG = Fogo

go Sagrado, o Reino do Fogo, o primeiro

IGUM – ou da glória – UM, AUM (OM) :

reino e o regente Ogum.

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YBY PYATÃ

SEGUNDO REINO — AS LEIS

A Tábua de Esmeralda

A Tabua de Esmeralda (tambem conhecida por Tabula Smaragdina ou Tabua Esmeraldina), e um texto que se pensa ter sido escrito pelo ícone helenístico Hermes Trismegisto.

Hermes. Tanto as lendas relacionadas a Hermes como os escritos atribuídos a ele levantam inumeras discussoes, uma vez que fazem parte dos saberes a partir dos quais serviram de base para a formaçao da cultura arabe em seu início.

Relata-se em textos arabes antigos um sabio que teria vivido no Egito antigo chamado Hermes Trismegisto ou Hermes, o Tres Vezes Grande, sendo esse o nome dado pelos alquimistas, neoplatonicos e místicos ao deus egípcio Thot, que e identificado com o deus grego

A tabua de Esmeralda revela os segredos sobre substancia primordial (aquilo que e omnipresente em tudo que forma o universo), e todas as suas formas e potencialidades. E um texto com enorme ;;


YBY PYATÃ

SEGUNDO REINO — AS LEIS relevancia nos dias de hoje por revelar o conhecimento antigo sobre o Universo, que tem se revelado verdadeiro por inumeras ciencias.

livro de conselhos, tratado e enciclopedia para todos os grandes governantes da epoca. Este livro fala sobre as ciencias que regem o universo, e foi um dos livros mais lidos da idade media por conter os maiores e mais poderosos segredos sobre o universo; desde a astrologia e proprieda-

O primeiro vestígio documentado sobre a Tabua de Esmeralda pode ser encontrado numa carta de Aristoteles a Alexandre o Grande durante a sua campa-

nha na Persia. Esta carta integra na versao em latim da grande obra “Secretum Secretorum” (“Segredo dos Segredos”); traduzida a partir do original em Arabe “Kitab Sirr al-Asrar”, que e um genero de

des magicas e medicinais de plantas e minerais, numerologia, e acima de tudo, o segredo sobre uma ciencia unificada. Outros vestígios sobre a Tabua de Esme-

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YBY PYATÃ

SEGUNDO REINO — AS LEIS

ralda sao documentados apos seculos deste, o que apenas prova que o texto existe e foi uma grande influencia para muitas culturas.

abaixo: (1) Verum sine mendacio, certum et verissimum: (2) Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius.

Isaac Newton foi um dos tradutores da Tabula Smaradigna, e ainda devotou parte de seu tempo no estudo da alquimia. O físico e matematico britanico Isaac Newton (1643-1727) entrou para a historia como "pai da gravidade" por lançar as bases da lei da gravitaçao universal, inspirado pelo dia em que uma maça caiu sobre sua cabeça em 1666.

(3) Et sict omnes res fuerunt ab Uno, mediatione unius, sic omnes res natæ fuerunt ab hac una re, adaptatione. (4) Pater ejus est Sol, mater ejus Luna; portavit illud Ventus in ventre suo; nutrix ejus Terra est.

Descobriu-se seculos mais tarde, contudo, seus "estudos ocultos", que mostravam seu interesse por ciencias alem da física, como cronologia, alquimia, cabala e interpretaçao de textos bíblicos.

(5) Pater omnes Telesmi totius mundi est hic. (6) Vis ejus integra est, si versa fuerit in Terram.

Hoje, a Tabua da Esmeralda e visto por conter uma das maiores verdades sobre o nosso universo, que e provado pela comunidade científica e pelas ciencias da física quantica.

(7) Separabis terram ab igne, subtile a spisso, suaviter, cum magno ingenio. (8) Ascendit a terra in cœlum, interumque descendit in terram et recipit vim superiorum et inferiorum.

E tambem guia de muitos outros ensinamentos e programas em seculos mais recentes, e que defendem a existencia de leis universais como A LEI DA ATRAÇAO e lei da vibraçao.

(9) Sic habebis gloriam totius mundi. (10) Ideo fugiet a te omnis obscuritas. (11) Hic est totius fortitudinis fortitudo fortis: quis vincet omnem rem subtilem omnemque solidam penetrabit.

Tabula Smaragdina

(12) Sic mundus creatus est.

O texto em latim, escrito por Joao de Sevilha (Johannes Hispaniensis), em Secretum Secretorum, e apresentado

(13) Hinc erunt adaptationes mirabiles quarum modus est hic.

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YBY PYATÃ

SEGUNDO REINO — AS LEIS

(14) Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiæ totius mundi.

(10) E se afastarao de ti todas as trevas.

(15) Completum est quod dixi de Operatione Solis.

Venceras todas as coisas sutis e penetraras em tudo o que e solido.

(11) Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:

(12) Assim o mundo foi criado. Tabua de Esmeralda

(13) Esta e a fonte das admiraveis adaptaçoes aqui indicadas.

A traduçao da Tabula Smaragdina: (1) E verdade, certo e muito verdadeiro:

(14) Por esta razao fui chamado de Hermes Trismegisto, pois possuo as tres partes da filosofia universal.

(2) O que esta embaixo e como o que esta em cima e o que esta em cima e como o que esta embaixo, para realizar os milagres de uma unica coisa.

(15) O que eu disse da Obra Solar e completo.

(3) E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas sao unicas, por adaptaçao.

Fontes:

(4) O Sol e o pai, a Lua e a mae, o vento o embalou em seu ventre, a Terra e sua nutridora;

https://www.jungnapratica.com.br/atabua-de-esmeralda-alquimia/ https://osegredo.com.br/tabua-deesmeralda/

(5) O Pai de toda Telesma do mundo esta nisto.

https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3% A1bua_de_esmeralda

(6) Seu poder e pleno, se e convertido em Terra. (7) Separaras a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia. (8) Sobe da terra para o Ceu e desce novamente a Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores. (9) Desse modo obteras a gloria do mundo.

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A FORÇA DE XANGÔ—YBY PYATÃ YBY PYATÃ

A Força de Xangô Manoel Lopes

Xango Agodo e sincretizado na umbanda como Sao Jeronimo.

plorarmos por justiça, pois se a nossa demanda for justa ele nos amparara mas se nao for justa, aos rigores de sua lei seremos chamados e o seu machado implacavel vira para cima de nos.

A força primordial regida por Xango e como a rocha, dura, justa, cega... E perfeita!

Entao quando nos sentirmos injustiçados, devemos pedir que Xango interceda e nos esclareça.

A Pedra Cubica! Portanto, devemos pensar duas vezes antes de batermos a mao, a cabeça e im;?


YBY PYATÃ

A FORÇA DE XANGÔ—YBY PYATÃ

Se estivermos corretos entao que ele esclareça a outra parte e se esta nao ouvir entao nao precisamos nem pedir por justiça, ja que a lei de açao e reaçao e automatica e a justiça de Xango e se cumprira em nossas vidas.

As imantaçoes sao realizadas utilizando as cores marrons e amarelas. E o encontro dos ventos com a pedreira, o entrecruzamento energetico das forças primordiais Ybytu Pyata do terceiro reino com a força Yby Pyata do segundo reino.

O santuario natural, sagrado, ponto de força, onde costumamos imantar seu axe

Na cachoeira, junto com Oxum, Xango

e no alto de uma pedreira ou na cachoeira.

nos purifica e nos energiza, nos da vida, vigor, saude e inteligencia.

No alto da pedreira, com Iansa, Xango nos traz o arrojo, a determinaçao, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentaçao.

As cores utilizadas nas imantaçoes sao o marrom e o azul escuro. Nesta situaçao temos a agua correndo sobre as pedras, e o entrecruzamento energetico das forças Y Pyata do quarto reino e da força Yby Pyata do segundo reino.

O controle da maledicencia, as pessoas vítimas de injurias, ou acusaçoes injustas devem utilizar a força primordial encontrada neste ponto energetico.

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YBY PYATÃ

A FORÇA DE XANGÔ—YBY PYATÃ

No esoterismo de Umbanda Xango e o Senhor das Almas, cujo atributo e a sabedoria a fim de exercer a Justiça Divina, aferindo em sua balança todas as almas.

iniciados. No sincretismo associou o Xango das Pedreiras a Sao Jeronimo, aquele que amansa o leao e que tem o poder da escrita e o livro onde escreve na pedra suas leis e seus julgamentos.

Neste caso temos o entrecruzamento da força primordial Anga Pyata e da força Yby Pyata. Neste caso utilizamos nas imantaçoes as cores marrom e preto. Atraves da manipulaçao do elemento fogo, Xango, mais do que fazer cumprir a lei karmica para todos os seres viventes, ilumina o caminho a ser seguido, bem como ajuda a libertar dos grilhoes milenares dos enganos que escravizam a consciencia. Neste caso temos o entrecruzamento da força primordial Tata Pyata do primeiro reino com a força Yby Pyata do segundo reino. Nas imantaçoes utilizamos as cores marrom e vermelho.

Protetor dos intelectuais, dos magistrados.

Os vários sincretismos de Xangô na Umbanda

Ja na cachoeira o sincretismo foi com Sao Joao Batista, por causa do batismo de Jesus, de lavar a cabeça na agua doce para se purificar.

No Nucleo Mata Verde nao fazemos uso do sincretismo religioso entre os Santos Catolicos e os Orixas, mas como ainda e muito utilizado em muitos terreiros, apresentamos para conhecimento dos

Alguns dizem que Sao Judas Tadeu, por ter um livro na mao tambem pode sincretizar-se com Xango ou que tem uma

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YBY PYATÃ

A FORÇA DE XANGÔ—YBY PYATÃ

linha espiritual que atua nas correntes de Xango.

Por este motivo, a linha dos ciganos, em muitos Terreiros, vem trabalhar nesta irradiaçao.

Assim, Tudo o que e ligado a trabalhos e pedidos de estudos, a cabeça, papeis, entregamos a linha de Xango.

Sincretizado no Rio de Janeiro com Sao Jeronimo tem o seu dia comemorado em 30 de setembro.

Xango e o regente do segundo reino sagrado, o reino da Terra, dos varios entrecruzamentos energeticos, entre as sete vibraçoes primordiais formam-se as diversas falanges que trabalham na Umbanda sob a irradiaçao de Pai Xango.

Encontramos tambem outras datas de comemoraçao porque este Orixa foi sincretizado com outros Santos Catolicos, em funçao de seus desdobramentos, a saber:

O seu machado e o símbolo da imparcialidade.

Xango Kao (Sao Jeronimo - 30 de setembro), Xango Abomi (Santo Agostinho - 28 de Agosto), Xango Alufam (Sao Pedro - 29 de junho), Xango Agodo (Sao Joao Batista - 24 de junho), Xango Aganju (Sao Joaquim - 26 de Julho), Xango D’jacuta (Sao Tiago - 25 de Julho). (Pesquisa Internet) Dentro da doutrina dos sete reinos sagrados seu numero cabalístico e o n° 2 que representa o segundo reino e tambem a balança, a justiça, o equilíbrio, a igualdade, os limites, os controles, as regras, as leis etc...

Xango, sincretizado com Sao Joao Batista, e tambem o patrono da linha do oriente, na qual se manifestam espíritos mestres em ciencia ocultas, astrologia, quiromancia, numerologia, cartomancia.

Sua Saudaçao e Caô Cabecile!

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YBYTU PYATÃ

PRECE DE CÁRITAS

Prece de Cáritas Deus, nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai força àquele que passa pela provação, dai luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus! Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai. Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem. Que vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé. Deus! Um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos. Oh, Poder! Oh, Bondade! Oh, Beleza! Oh, Perfeição! E queremos de alguma sorte, merecer vossa misericórdia. Deus! Dai-nos a força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura; dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se deve refletir vossa doce e divina imagem. Amém!

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Y PYATÃ

MÃE IEMANJÁ

Iemanjá em Santos Manoel Lopes

No dia 02/02/2021 as 9h foi inaugurada na cidade de Santos/SP, uma estatua em homenagem a 'rainha do mar' na praça Luiz La Scala, na Ponta da Praia. Nossas homenagens a todos que contribuíram para vencer a resistencia dos intolerantes que estavam opondo obstaculos a instalaçao da imagem na orla santista. Infelizmente na cidade de Sao Vicente, a imagem de Iemanja encontra-se empoeirada em algum almoxarifado da prefeitura.

Em 27 de Julho de 2012 (ha nove anos) fizemos um manifesto com os irmaos umbandistas preocupados com a instalaçao da estatua. Assista ao vídeo no youtube https:// youtu.be/7AyeMNcd3ns Ate hoje (10/02/2021) sem soluçao, devido a interferencia dos religiosos intolerantes existentes na cidade. Seguem algumas fotos da linda estatua inaugurada em Santos.

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Y PYATÃ

ANTÍTESE

Antítese Elizabeth Rodrigues

“Os fenômenos da vida podem ser comparados a um, sonho a um fantasma, a uma bolha, a uma sombra, a uma orvalhada cintilante ou a um raio luminoso, e como tal deveriam ser contemplados”. Budha (Sutra Imutável).

Deixo aqui pontos para reflexao, na tentativa de despertar mentes e coraçoes para o amadurecimento dos valores humanos, mas tambem para o perigo em que nos colocamos quando escapamos para as sombras da inveja e do egoísmo, por exemplo.

Falar sobre o Reino da Agua e falar sobre emoçoes, sentimentos, sobre o campo emocional, valores como aceitaçao, doaçao que a propria maternidade sugere, e outras tantas características. Uma das mais belas características desse reino e a generosidade que abraça outras nao menos importantes e belas como altruísmo, desapego, abnegaçao. Mas, como em tudo a antítese esta presente, desnudando os sentimentos e emoçoes sombrias.

Altruísmo O altruísmo (amor ao proximo; abnegaçao), que e liçao viva de caridade, expressao superior do sentimento de amor enobrecido, abre as portas a açao, sem a qual nao teria sentido a sua existencia. Dilataçao da solidariedade, alcança o seu mais significativo mister quando reparte

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Y PYATÃ

ANTÍTESE

bençaos e comparte afliçoes, trabalhando por minimizar os feitos, erradicando-lhes as causas. E o proprio amor ensinado por Jesus, que esquece de si mesmo para concentrar-se no bem do seu proximo, olvidando todo o mal para agigantar-se nas aspiraçoes do progresso, da ordem e da felicidade. Antítese do egoísmo e da inveja cicatriza as lesoes da alma, que este produz, fomentando a vigilancia da saude integral.

por ser-lhe a primeira manifestaçao pratica, portanto, a sua forma inicial de exteriorizar-se na açao. A generosidade mais se enriquece quanto mais distribui, mais se multiplica quanto mais divide, pois que tudo aquilo que se oferece possui-se, nao obstante, qualquer valor que se retenha passa-se a dever. A felicidade, desse modo, resulta da açao de doar, dos benefícios dela decorrentes. O homem generoso irradia simpatia e gera bem-estar onde se encontra.

O desejo de posse, de gozo, de superioridade, que tipifica o egoísmo e a inveja, na area libertadora do altruísmo, se converte em anelo de doaçao de felicidade, de fraternidade.

A generosidade nao e castradora, e etica, traz tranquilidade, serenidade, e paciente. A paciencia estimula a coragem, o esforço para continuidade, e o esforço bem direcionado caracteriza grau de evoluçao do ser, e por fim a conquista da sabedoria.

A existencia do altruísmo revela-se por diversos sentimentos de grandeza moral, que dao dignidade a vida. Entre esses a generosidade assume papel de destaque,

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Y PYATÃ

ANTÍTESE

“O que luta com monstros deve ter o cuidado de nao se tornar tambem um monstro. E se olhas muito para um abismo, o abismo acabara por olhar dentro de ti”. (Nietzsche).

“Quem não desce aos abismos da dor não sabe encontrar os caminhos para as estrelas”. (Bezerra de Menezes). “O que luta com monstros deve ter o cuidado de não se tornar também um monstro. E se olhas muito para um abismo, o abismo acabará por olhar dentro de ti”. (Nietzsche). Inveja Analisando as origens atavicas da evoluçao humana, podemos afirmar que a emoçao da inveja nao e uma necessidade aprendida. Nao foi adquirida por experiencia nem por força da socializaçao, mas e uma reaçao instintiva e natural, comum a qualquer criatura do reino animal. O agrado e o carinho a um cao pode provocar agressividade e irritaçao em outro, por despeito. As crianças, por serem ingenuas e naturais, mordem, batem, empurram, choram e agridem. A emoçao da inveja no <@

adulto, e produto das atitudes internas de indivíduos de idade psicologica bem inferior a idade cronologica. O invejoso e inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia ate a exaustao, sempre armando e alerta contra tudo e contra todos. Faz genero de superior, quando, em realidade, sente-se inferiorizado. Por isso quase sempre deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, para ocultar dos outros seu precario contato com a felicidade. A inveja e definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros sao, podendo tornar-se uma atitude cronica na vida de uma criatura. E uma ferramenta comoda que usamos sempre que nao queremos assumir a responsabilidade por nossa vida. Ela nos faz censurar e apontar supostas falhas das pessoas, distraindo-nos a mente do necessario desenvolvimento de nossas potencialidades interiores. Em vez de nos esforçarmos para crescer e progre-


Y PYATÃ

ANTÍTESE

dir, denegrimos os outros para compensar nossa indolencia e ociosidade. A inveja e a censura nascem da autorejeiçao que fazemos conosco, justamente por nao acreditarmos em nossos potenciais e por procurarmos fora de nos as explicaçoes de como deveremos sentir, pensar, fazer e agir, ora dando uma importancia desmedida aos outros, ora tentando convence-los a todo custo de nossas verdades. A necessidade de poder e de prestígio desmedidos que encontramos em inumeros homens publicos nas areas religiosa, política, profissional, esportiva,

filantropica, de lazer, e outras tantas, deriva de uma “aspiraçao de dominar” ou de um “sentimento de onipotencia”, com o que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de inferioridade que desenvolveram na fase infantil. Eis alguns sintomas interiorizados de

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inveja que podemos considerar como dissimulados e negados: - perseguiçoes gratuitas e acusaçoes sem logica ou fantasiadas; - inclinaçoes superlativas a elegancia e ao refinamento, com aversao a grosseria; - insatisfaçao permanente, nunca se contentado com nada; - manifestaçao de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes; - elogios afetados e amores declarados exageradamente;

- animaçao competitiva que leva as raias da agressividade. O carater invejoso conduz o indivíduo a uma imitaçao perpetua a originalidade e criaçao dos outros e, como consequencia logica, a frustraçao. Isso acarreta uma sensaçao cronica de insatisfaçao, escassez, imperfeiçao e perda, ale,


Y PYATÃ

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de estimular sempre uma crescente dor moral e prejudicar o crescimento espiritual das almas em evoluçao. Se tivermos o habito de investigar nossos comportamentos autodestrutivos e fizermos uma analise desses antecedentes em nossa vida, poderemos, cada vez mais, compreender o porque de permanecermos presos em certas areas prejudiciais a nossa alegria de viver. Muitos indivíduos nao se preocupam em estudar as raízes de seus comportamentos rotineiros, porque acreditam que, para assumirem responsabilidade de renovaçao íntima, precisariam despender um enorme sacrifício. Sendo assim, preferem permanecer apegados aos antigos costumes, utilizandose de preconceitos e de crenças distorcidas, sem se darem conta de que estes sao as matrizes de seus pontos vulneraveis. A inveja surge sempre como um relampago, atrelada a ideia que temos de nosso proprio valor e do valor que atribuímos aos outros. A cada confronto invejoso encontramos sempre algum obstaculo, que nos coloca em risco e dificuldade. A cada cobiça frustrada ha o perigo de naufragio moral. Mesmo quando somos invejados, sentimos uma atmosfera densa e nociva. A inveja dos outros nos insulta e zomba de nossas melhores intençoes. Ha os que procuram restringir nosso proprio valor, desabonando nossa imagem e, dessa maneira tentam sufocar nosso jeito de ser e de viver, intoxicando o dia-a-dia. A inveja e uma forma terrível de agressao. Remanescente dos atavismos inferio-

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res, a inveja e fraqueza moral, a perturbar as possibilidades de luta do ser humano. Ao inves de empenhar-se na autovalorizaçao, o paciente da inveja lamenta o triunfo alheio e nao luta pelo seu; compete mediante a trama da intriga e da maledicencia; aguarda o insucesso do adversario, no que se compraz; observa e persegue vingativo por insidiosa desdita íntima. Egocentrico, nao saiu da infancia psicologica e pretende ser o unico centro de atençao, credor de todos os cultos e referencias. Insidiosa, a inveja e resultado de indisciplina mental e moral que nao considera a vida como patrimonio divino para todos, senao, para si apenas. Trabalha, por inveja, para competir, sobressair, destacar-se. Nao tem ideal, nem respeito pelas pessoas e pelas suas arduas conquistas. Normalmente moroso e sem determinaçao, resultado da sua morbidez inata, o enfermo da inveja nunca se alegra com a vitoria dos outros, nem com a alheia realizaçao. A inveja descarrega correntes mentais prejudiciais dirigidas as suas vítimas, que somente as alcançam se estiverem em sintonia, porem cujos danos ocorrem no fulcro gerador, perturbando-lhe a atividade, o comportamento. A abordagem psicologica nao e menos importante, sobre a inveja. Vejamos: A inveja pode ser definida como o sentimento de frustraçao e rancor gerado perante uma vontade nao realizada de possuir os atributos, qualidades ou bens de uma outra pessoa. Assim, a inveja e uma experiencia de inferioridade e de desgosto diante da felicidade do outro. Uma forma mais maligna de


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inveja e aquela em que a pessoa deseja igualar-se a outra, procurando fazer com que ela perca as qualidades ou posses invejadas. Assim, a pessoa invejosa nao so e infeliz por sua inveja, mas tambem por desejar infligir desgraças aos outros. Nesse caso, a pessoa que inveja por vezes tenta destruir na outra as qualidades que inveja e nao obte -las tambem para si. Alem disso, adentrando-se ao campo da patologia psicologica, a inveja e um sintoma comum em certos transtornos de personalidade, como na Síndrome de Borderline, no Transtorno de Personalidade Passivo-Agressiva e no Transtorno de Personalidade Narcisista. Uma outra forma de se encarar a inveja e que embora a inveja seja geralmente vista como algo negativo, ela pode, por outro lado, ser uma força motriz que leva as pessoas a adquirir as qualidades positivas que invejam. Como cada pessoa reage à inveja? Pode-se, pois, ter dois tipos de inveja: uma inveja maliciosa e uma inveja benigna. A inveja maliciosa e uma força doentia que arruína uma pessoa e sua mente, fazendo com que ela deseje cegamente fazer sofrer a pessoa invejada, fazendo com que ela perca suas posses, físicas ou psicologicas. Por outro lado, a inveja benigna pode ser um tipo de força motivacional positiva que faz com que a pessoa aspire a ser tao boa quanto a pessoa invejada. Portanto, a inveja benigna pode ser usada de maneira correta e positiva. Uma teoria que ajuda a explicar a inveja e seus <C

efeitos sobre o comportamento humano e a teoria evolucionista de Darwin, quando aplicada a sociedade. Com base nela, pode-se predizer que os seres humanos se comportam de maneira a aumentar sua sobrevivencia individual e a reproduçao de seus genes. Assim, esta teoria fornece uma base para a compreensao de que cada indivíduo deseja o melhor para si. Dessa forma, o comportamento social e as experiencias da inveja estariam enraizadas nas tendencias biologicas para a sobrevivencia e a procriaçao. Os sentimentos sociais ou individuais de inveja podem gerar açoes e atitudes que de fato prejudiquem outras pessoas. Num sentido individual, algumas pessoas usam certos objetos como amuleto ou talisma para se protegerem contra a inveja e o mau olhado, entre eles, o olho grego, o pe de coelho, a figa, a ferradura, etc. Acredita-se que eles possam trazer sorte e proteger as pessoas de qualquer energia negativa direcionada pela inveja e mau olhado. Fontes: - Plenitude por Joanna de Ângelis/ Psicografia de Divaldo P. Franco. - O Ser Consciente por Joanna de Ângelis/Psicografia de Divaldo P. Franco. - Um Modo de Entender a Vida; As Dores da Alma e Renovando Atitudes por Hammed/ Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto. - https://super.abril.com.br -cepsc.br/biblioteca - www.abc.med.br


O MUNDO DAS ERVAS

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Jambolão Elisabete Lopes

Nome: Syzygium Cumini

para diabetes e processos inflamatorios.

Pertencente a família Mirtaceae. c)

E conhecido como azeitona preta, ameixa roxa, guape ou baga de freira. Arvore de grande porte. Origem: Sua origem e da India.

Otima para prevenir envelhecimento e para fortalecer o sistema imunologico.

Uso terapêutico: Seus benefícios podem ser obtidos a partir de varias partes da planta. a)

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Folha: O extrato das folhas apresenta açao antiviral, anticarcinogenica, anti-inflamatoria, antibacteriana e antialergica.

Uso religioso: Suas folhas sao usadas para banho nos filhos de Exu e no culto de Naçao para lavar animais que serao ofertados a Exu.

Fruta: Sua composiçao contem vitamina C, Fosforo, Flavonoides e Taninos potentes, açao antioxidante, hipoglicemiante e anticarcinogenica. E usada como auxiliar no tratamento de doenças cardiovasculares, diabetes e cancer.

Na doutrina dos Sete Reinos Sagrados e uma erva pertencente ao Reino das Almas, sua força primordial e Anga Pyata.

Casca do caule: Pode ser usada

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PLANTIO DE ÁRVORES

Os cientistas propuseram dez regras de ouro para o plantio de arvores, que eles dizem ser uma prioridade para todas as naçoes nesta decada.

matica e proteger a biodiversidade, mas a arvore errada no lugar errado pode fazer mais mal do que bem, dizem os especialistas do Royal Botanic Gardens, Kew.

O plantio de arvores e uma soluçao brilhante para enfrentar a mudança cli-

Leia o artigo completo aqui.

Fonte: Árvore, Ser Tecnológico

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OS CABOCLOS NA UMBANDA

Os Caboclos na Umbanda Mariana Pereira

Nesse mes de Oxossi, vamos falar um pouco sobre uma das linhas de frente dos trabalhos de Umbanda, os Caboclos.

endidas, que podem ser resquícios de línguas nativas perdidas, entoaçoes de preces ou cantos xamanicos e tambem tupi-guarani.

Caboclo e um termo utilizado para designar os filhos de índios com europeus, contudo esse termo ganhou uma nova conotaçao na Umbanda, geralmente associado a índios (nativos americanos) que se manifestam nas giras de atendimento de Umbanda.

Usualmente, os caboclos chegam (incorporam) dando um grito, o qual denominamos brado. E uma forma de mantra para alguns e um grito de guerra para outros. Mas isso nao e uma regra, muitos trabalhadores dessa linha chegam em silencio e mantem um porte e uma fala impecavel, pois devemos sempre nos lembrar que caboclo e um grau e nao uma condiçao.

Inclusive, pela historia, quem fundou a Umbanda no plano material foi um caboclo, denominado Caboclo das 7 Encruzilhadas, atraves do medium Zelio Fernandino de Morais.

O Caboclo representa o homem maduro, porem ainda nao velho, que traz consigo a força e o vigor, que vai em busca de seus objetivos.

Os caboclos trazem consigo a energia das matas e sao sustentados pela força de Oxossi, entao podemos dizer que o Orixa que irradia (vibra) para essa linha e Oxossi, que e o Orixa da Busca, Senhor das Matas, da Fartura e da Caça, tambem e considerado detentor de conhecimentos e chamado de grande feiticeiro. Por isso vemos que os caboclos geralmente sao espíritos aguerridos, austeros, com uma forte presença física e por vezes falam com um sotaque meio arrastado podendo ou nao intercalar algumas palavras que nao sao bem compre-

Eles sao profundos conhecedores das propriedades das ervas, principalmente a linha dos pajes, e atraves de unguentos, chas, banhos e defumaçoes conseguem obter melhoras e curas que por muitos sao tidas como milagrosas. E valido lembrar que a medicina ortodoxa se utiliza de alguns princípios ativos das plantas em seus medicamentos, a aspirina e um desses exemplos. Os caboclos tambem sao grandes dou=<


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OS CABOCLOS NA UMBANDA trinadores, atraves de conversas e conselhos, muitas vezes de forma direta e ate um pouco rustica, conseguem fazer o consulente enxergar os caminhos errados que estao tomando e tomar consciencia do que precisam mudar em suas vidas para atingir os intuitos desejados. Sao profundos conhecedores tambem da psique humana, tratam os trabalhos de consulta como verdadeiras sessoes de terapia, onde aprofundam o consulente do seu emocional em busca de suas respostas e para saciar suas inquietaçoes.

reiro, um de Xango trara a justiça, a determinaçao e etc. Ponto de Força: Matas. Saudaçao: Oke Caboclo! Oke Cabocla! Cor: Verde Alguns nomes de caboclos: ArrancaToco, Cobra-Coral, Tupa, Folha Verde, Samambaia, Caçador, Jurema, Jussara, Ventania, Rompe-Mato, 7 Flechas, 7 Folhas, 7 Matas, Pena Azul, Pena Branca, Pena Dourada, Pedra Roxa, Pedra Preta, Pedra Branca, Tupinamba, do Sol, da Lua, 7 Estrelas, etc.

Sua atuaçao pode ser ampla, mas eles sao especialistas nos domínios de Oxossi: cura, fartura, conhecimento, etc. E tambem podem trazer os fatores dos seus Orixas de vibraçao, um caboclo de Ogum trara consigo a força de um guer-

Fonte: https://perdido.co/2014/01/oscaboclos-na-umbanda/ Autor: Douglas Rainho

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UMBANDA—Religião do Terceiro Milênio

UMBANDA Religião do terceiro milênio Manoel Lopes

O Instituto Mata Verde convida todos os irmaos umbandistas para uma reflexao mais aprofundada sobre a Umbanda, sua natureza e seus fins.

Queremos sugerir a todos que façam uma reflexao sobre este assunto, reflitam sobre a Umbanda, sobre a finalidade da umbanda, sobre a finalidade da vida humana, sobre nossa existencia, sobre a importancia do planeta Terra e sobre o que estamos fazendo aqui e agora.

Os amigos ja devem ter notado que, na capa da revista, incluímos desde o ultimo numero a frase “Um Novo olhar sobre a Vida” e poderíamos tambem dizer “Um Novo Olhar sobre a Umbanda”, este e o sentimento que possuímos, neste momento, como umbandista.

Na Umbanda cultuamos forças espirituais vinculadas a natureza e qual e nossa relaçao com a natureza? Quais nossos cuidados com a mae Terra?

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ABÁ PYATÃ

UMBANDA — Religião do Terceiro Milênio Quais os nossos compromissos com o planeta e com os demais habitantes deste orbe.

As pessoas, de uma maneira geral, se apequenaram nos valores morais e eticos.

Quais os compromissos e comprometimentos com as demais pessoas que convivem conosco neste tempo e espaço.

O fanatismo, o orgulho e o egoísmo parecem dominar os dialogos (na realidade monologos) nas redes sociais e fora delas tambem.

Quais os nossos compromissos e cuidados com a vida existente no planeta? Embora o conhecimento científico, esteja sendo compartilhado de forma acelerada e rapida, atraves das redes sociais, observamos que o ser humano ainda conti-

Muitas pessoas ficaram vítimas destas forças invisíveis que sao as redes sociais, muitas estao presas e cegas nas bolhas sociais criadas artificialmente pelos algoritmos que controlam estas redes.

nua muito pequeno em sua visao do mundo e universo.

Viver se transformou em sinonimo de ser escravo do consumo.

De suas relaçoes intrínsecas com a vida do planeta.

As pessoas buscam a felicidade, iludidas que serao felizes atraves do consumo

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UMBANDA — Religião do Terceiro Milênio dos bens materiais, mas nunca encontram a tao almejada felicidade. Muitas se vangloriam de ter matado Deus, sao ateístas, dizem nao precisar de Deus e de qualquer força espiritual. Normalmente encontram o estresse, a ansiedade e a depressao. Consumir e possuir parecem ser as unicas finalidades da vida. Um consumismo desenfreado e neurotico. Uma vida sem um sentido maior, que leva muitas vezes os jovens ao desequilíbrio psíquico, ao desespero, a depressao e muitas vezes ao suicídio. A OMS — Organizaçao Mundial da Saude — alerta que o suicídio e a terceira causa

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de mortes de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos. No Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a propria vida por ano, quase 6% da populaçao. No mundo, sao cerca de 800 mil suicídios anuais. O Brasil so perde para os EUA. O fanatismo e agressividade se manifestam livremente em todos os lugares, a falta de espiritualidade e flagrante. Embora ainda existam nichos resistentes a estes comportamentos lamentaveis, temos a impressao que uma avalanche derruba e arrasta todos os seres humanos, jovens e idosos, que tentam resistir a estas mudanças. E necessaria urgentemente uma reflexao sobre a natureza humana, sobre o espíri-


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UMBANDA — Religião do Terceiro Milênio to humano e sobre a vida.

Um caminho simples, recheado de amor, simplicidade e humildade.

A Umbanda e um dos nichos sociais resistentes nesta sociedade desequilibrada e desorientada.

Um caminho espiritual dedicado em servir ao semelhante.

A Umbanda pode contribuir muito para o retorno ao equilíbrio, com sua visao humanista, com valores como a caridade, a humildade e o respeito as tradiçoes.

Umbandistas! Vamos nos unir e quebrar estes laços negativos que as trevas utilizam para dominar a humanidade, vamos dar bons exemplos.

A felicidade e encontrada nas coisas simples, em ser util a todos que buscam ajuda nos Terreiros, Tendas e Templos Umbandistas.

Umbanda e a religiao do terceiro milenio. Os tempos chegaram!

O umbandista sabe que a busca da felicidade, tao almejada por muitos, nao esta no consumismo desenfreado e sim no amor que oferecemos aos semelhantes.

Fontes: http://www.saude.ba.gov.br/2020/09/10/ oms-alerta-suicidio-e-a-3a-causa-de-mortede-jovens-brasileiros-entre-15-e-29-anos/

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DEUS E OS ORIXÁS

Deus e os Orixás Manoel Lopes

— Bom dia Joao da Porteira!

encarnaçoes.

— Bom dia! Como vai o sinho?

Tambem gosto muito daquela vida simples e meditativa que ele tem.

— Tudo bem, ja estava com saudades das nossas conversas.

—O sinho poderia me explicar melhor o que sao os orixas?

Eu gosto muito de conversar com o Joao da Porteira, sempre que encontro com ele fico muito feliz e percebo que a reciproca e verdadeira.

—Joao, voce sabe que eu gosto muito de conversar com voce. —E eu com o sinho.

Seus olhos brilham e sua feiçao resplandece em alegria. As vezes tenho a sensaçao que somos velhos amigos de outras

—Mas qual e sua duvida, perguntei? Eu sei que o Joao conhece muito sobre a umbanda e outros cultos africanos, ele

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DEUS E OS ORIXÁS nasceu e foi criado dentro de uma casa de candomble, mas percebo que sempre que me encontra demonstra muita humildade e propoe sempre um tema para nossa conversa.

com Deus, nao e? — Sim, a verdade depende de quem olha. Nos os seres humanos somos seres ainda muito atrasados, nossa compreensao do mundo ainda e muito limitada, muito pobre, muito simples e desta forma ainda estamos muito longe de enxergarmos a verdade.

—E que eu ja ouvi tanta coisa falando sobre os orixas, que eu fico em duvida. Olha! Uns dizem que e deus africano (que sao pretos), outros que sao santos, outros dizem que sao espíritos e outros afirmam que sao forças espirituais da natureza. Pra ser sincero com o senhor, as vezes fico ate muito confuso e isso chega ate atrapalhar minha convicçao, minha fe.

— Joao, o que precisamos, em minha opiniao, e respeitarmos as visoes e opinioes dos outros e nunca sermos, agressivos e autoritarios, tentando a todo custo impor nossas verdades as pessoas. Precisamos sim, e saber conversar, com respeito, de forma educada e com princípios logicos ir clareando as ideias. Ter convencimento.

—Joao! Vamos conversar um pouco. Naturalmente que nao sou dono da verdade, so vou poder te dizer aquilo que entendo e aceito, mas nao significa que seja a verdade.

— E verdade! Por isso que gosto de conversar com o sinho. — Vem Joao da Porteira, vamos sentar

— E como dizem sinho! A verdade e so

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ABÁ PYATÃ

DEUS E OS ORIXÁS aqui neste banco.

guei ao assunto principal da conversa.

Estavamos na praça central da cidade, uma pracinha bem arborizada e bem cuidada. Sentamos e continuamos nossa conversa, enquanto as pessoas transitavam tranquilamente em nossa frente.

Procurei manter o foco, para evitar nao fugir muito do assunto proposto. — Mas sinho, o povo Ioruba acreditava em varios deuses? — Nao Joao. Eles acreditam que Deus e unico, nao muitos.

— Joao o culto aos Orixas e de origem africana e muito antigo, e aqui no Brasil e representado pelo Candomble Ketu.

— Eles acreditam que a Terra e toda sua plenitude pertencem a este unico Deus.

— No passado nao havia nenhuma forma de documento escrito, tudo que foi preservado sobre suas divindades chegou ate nos por palavras faladas.

— Sinho, entao eles eram monoteístas? — Sim, Joao! Eles acreditavam neste Deus unico.

“Olha João, eu acho importante lembrar que nenhum culto é oferecido a Olorum, em forma de templos ou sacerdotes e também não é chamado de orixá e nunca foram feitas imagens ou pinturas dele.” — Este Deus unico e o criador do universo e abaixo dele esta a hierarquia dos Orixas.

— Coisa dos antigos, nao e sinho? —Sim, este conhecimento foi passando de geraçao a geraçao, e hoje se costuma chamar de tradiçao oral.

—Como e o nome deste Deus professor?

—Em outra ocasiao eu explico melhor os elementos que formam esta tradiçao oral.

As vezes o Joao me chamava de professor, era uma forma gentil que ele usava para se dirigir a mim.

Eu as vezes me perco nas palavras, um assunto vai puxando o outro e quando percebo ja falei tanta coisa e nao che-

— Eles chamam de Olorum ou Olodumare.

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DEUS E OS ORIXÁS — E os Orixas? — Os orixas recebem a incumbencia de dirigir os seres humanos, administrar os varios setores da natureza, e servem de intermediario entre os humanos e o criador. — Nao se esqueça de que estou falando sobre a visao africana e nao sobre a forma que a umbanda entende os orixas. Sao visoes diferentes. —Olha Joao, eu acho importante lembrar que nenhum culto e oferecido a Olorum, em forma de templos ou sacerdotes e tambem nao e chamado de orixa e nunca foram feitas imagens ou pinturas dele. — Olorun e o Ser supremo no mais absoluto sentido e sua autoridade jamais e contestada. — Sinho eu fico pensando qual o motivo de nao se cultuar este Deus tao poderoso? Sera humildade?

coisas materiais insignificantes perante o poder deste Deus unico e poderoso, criador de todo o universo. Fiquei pensativo alguns minutos, refletindo sobre isso. Que absurdo, que arrogancia destas pessoas. Dizem se dirigir diretamente ao criador, para proporem desafios, trocas e barganhas. Dizem que falam direto com Deus, nao admitem intermediarios. Como se Deus nao soubesse o que cada um de nos precisa ou merece. Senti uma tristeza imensa tomar conta de minha alma, ao comparar a grandeza do sentimento do povo Ioruba comparado com a arrogancia destes novos crentes do seculo XXI. — Mas entao Joao, os Iorubas designam as divindades servidoras da humanidade pelo nome generico de Orixa. — Entao os Orixas, segundo o sinho esta me falando, foram criados por Olorun? —Da mesma forma que Olorun criou o Orun e o Aiye, assim como todos os seus habitantes, igualmente criou as divindades e espíritos a fim de servirem ao seu mundo.

— Sim, Joao! Talvez seja isso. Nao tenho esta resposta, mas acredito que por ser Deus tao poderoso, criador de todo o universo, de todos os seres, os Iorubas nao se dirigiam diretamente a ele. Acredito que possa ser uma demonstraçao de respeito e humildade.

— Entao Olorun criou tudo?

Esta pergunta do Joao me fez refletir sobre algumas religioes da atualidade que demonstram arrogancia extrema, se dirigem diretamente ao criador, se colocam em igualdade com Deus, inclusive alguns gritam e dao ordens ao criador. Fazem desafios a Deus, para adquirirem >;

— Sim, e como ja comentei antes, criou os orixas com a incumbencia de dirigir os seres humanos, administrar os varios setores da natureza, e servirem de intermediario entre os humanos e o criador. Fonte: Orun e Aiyê—O encontro de dois mundos—José Beniste


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COMO CAMINHAMOS

Como Caminhamos... Cid Tavares

Tantas comparaçoes e ilustraçoes existem para ajudar na compreensao das nossas escolhas!!! Ha alguns anos um Caboclo me fez transmitir um ensinamento sobre a forma como conduzimos nossas vidas, ele falou sobre isso comparando com um caminho ou uma trilha pela mata. Inicialmente nossa vida nao nos exige muitas escolhas, quando crianças temos muita ajuda e ordens a cumprir. A medida em que crescemos podemos entao tomar decisoes sobre assuntos cada vez mais serios. Assim como ao caminhar

por uma trilha podemos passar de um caminho mais facil para outros mais tecnicos, que exigem mais perícia e atençao. Com o passar do tempo alguns podem se tornar tao peritos naquelas trilhas que se tornam guias e instrutores. ><

Tratarei aqui de uma forma unica acerca da vida mundana, material, e da nossa vida dita religiosa – ja que sabemos – na verdade se tratar de uma unica coisa. Nossa religiao deve ditar nossa conduta diaria e nossa conduta em todos os assuntos deve ser orientada pelos ensinamentos que afirmamos compreender e assimilar. No início de cada trecho do nosso Caminho de Vida somos meros aprendizes. Ainda que ja tenhamos percorrido muitos quilometros em outras paragens – precisamos aprender mais um pouco! No meio do Caminho precisamos, muitas vezes, sermos amparados e receber ajuda. Tambem temos a oportunidade de ajudar outros. Nossa ajuda sera limitada ao que podemos fazer – e a ajuda que receberemos tambem sera limitada aos recursos de quem nos socorre... afinal, eles tambem sao caminhantes – como nos.


ABÁ PYATÃ

COMO CAMINHAMOS Quando progredimos mais que os outros passamos a observar que poderíamos ter usado alguns atalhos, tomado algumas direçoes diferentes, desviando de certos obstaculos ou mesmo ido conhecer outras paisagens so entao consideradas atraentes... nos vemos tentados a avisar os outros para que usem nossa experiencia e aproveitem os atalhos, as dicas de caminhos melhores, de paisagens lindas e que evitem os obstaculos mais perigosos. Porem eles nao nos ouvem – nao assimilam o que escutam... Outros, porem, fazem bom proveito das nossas dicas!

caminhada, e entao pensamos novamente “sera que tomei o melhor caminho la atras?” Bem, vamos nos recordar que cada um de nos tem seu proprio caminho a seguir. Cada escolha, cada preferencia, cada aroma floral delicioso ou cada carniça fetida que nos direcionou para onde estamos e foi apreciada por nos... aqueles que nos ajudaram devemos a gratidao e o amor por nos terem contribuído com a sua experiencia – ainda que nao fosse a melhor do mundo, mas que era o seu melhor. Aqueles a quem ajudamos devemos o nosso desejo de que nos perdoem, pois nao fomos capazes ainda de

Tambem nos damos conta de que durante toda a caminhada conhecemos muitos outros caminhantes. Alguns nos acompanharam por um trecho curto, outros por longos quilometros, e uns poucos ainda podemos ver proximos de nos. Somos levados a pensar que sao fracos os que ficaram pelo caminho, indecisos os que relutaram em seguir, ingratos os que nos deixaram... No entanto, tambem somos lembrados de que apenas achamos que estamos em um ponto melhor que os demais na nossa

lhes orientar ou socorrer na grande perfeiçao... Aos que nos deixaram devemos >=


ABÁ PYATÃ

COMO CAMINHAMOS nosso carinho por terem compartilhado sua trilha conosco por um tempo, pois aprendemos com eles... Aos que desistiram devemos desejar o Amor e a Caridade como Disciplina, para que superem suas inseguranças. Aos que nao demonstraram qualquer apreço por nosso caminho e nos deram indiferença e arrogancia devemos desejar que compreendam melhor o sentido de tanto caminharmos tao proximos uns dos outros...

escolhera sempre! Use da Humildade, da Caridade, do Amor, do Autodomínio, da Fe, da Esperança e da maior capacidade animal que temos nessa existencia terrena – a capacidade do Discernimento! O Senhor dos Caminhos e o Senhor das Encruzilhadas sempre estao a nos observar, a nos amparar, a nos proteger nos alertando para as melhores trilhas, os melhores pomares, as melhores paisagens, as melhores companhias e os melhores abrigos!!! Faça uso desses ensinamentos com honestidade, humildade e bom senso – pois no final nao e apenas o seu caminho que existe... voce tambem esta influenciando outros nos caminhos por onde passa... Apenas, como diz o Caboclo Tupinamba, siga seu caminho com Alegria!!!

Nossos caminhos sao assim, como um rio serpenteante, uma trilha na mata, as ruas de uma grande cidade... se entrelaçam, se esgueiram, se sobrepoem, sao curtos, sao longos, sao de uma grande quantidade de pessoas, sao de apenas uma passagem estreita... E no fim, sao simplesmente o caminho que voce escolheu – onde aprendeu, onde ensinou, onde amou, onde teve sentimentos tristes, onde explodiu de felicidade... Pense em cada passo do seu caminho, meu irmao, minha irma! Cada passo e uma decisao, uma escolha, uma preferencia... Sempre desejo que voce escolha as melhores rotas – mas e voce que as >>


ANGÁ PYATÃ

UMBANDA QUEM ÉS?

Umbanda quem és? Elcy Barbosa

- Quem sou?

lhada do Exu, o jardim da Ibejada, o ioga do Hindu e o orun dos Orixas.

E difícil determinar.

Sou o cafe amargo e o cachimbo do Preto-velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pomba-gira e o doce do Ibeje.

Sou a fuga para alguns, a coragem para outros. Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.

Sou a gargalhada da Rosa caveira, o re-

Sou o cantico que chama ao convívio seres de outros planos.

quebro da Maria Padilha, a seriedade do Seu Marabo.

Sou a senzala do Preto-velho, a ocara do Bugre, a cerimonia do Paje, a encruzi-

Sou o sorriso e a meiguice de Maria

>?


ANGÁ PYATÃ

UMBANDA QUEM ÉS?

Conga e de Pai Jose; a traquinagem de Mariazinha, Risotinho, Joaozinho e a sabedoria do Caboclo Tupinamba.

Sou a humildade, mas cresço quando combatida. Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.

Sou o fluido que se desprende das maos do medium levando a saude e a paz.

Sou o misterio, o segredo, sou o amor e a esperança.

Sou o isolamento dos orientais, onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso.

Sou a cura. Sou de ti. Sou de Deus.

Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.

Sou Umbanda.

Sou livre.

So isso.

Nao tenho Papas.

Sou Umbanda.

Sou determinada e forte. Minhas forças? Elas estao no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade. Minhas forças estao nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento. Estao nos elementos. Na agua, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na cuia, no mandala do ponto riscado. Estao finalmente na tua crença, na tua fe, que e o elemento mais importante na minha alquimia. Minhas forças estao em ti, no teu interior, la no fundo, na ultima partícula da tua mente, onde te ligas ao Criador. Quem sou?

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ANGÁ PYATÃ

TRANSCENDER

>A


ANGÁ PYATÃ

TRANSCENDER

As diferentes bandas da Umbanda Leandro Perez

Cada um e diferente.

a nossa cultura, valores, fe.

Tem uma forma de pensar.

A nossa maneira de pensar.

Mas nem por isso alguem e pior. E so a forma de enxergar.

Se cada um e diferente, entao nao basta uma resposta.

A historia de cada vida

Uma unica linguagem.

e o que constroi cada ser.

E preciso a cada um

Por isso tantas possibilidades de viver.

ter uma certa abordagem.

Tantas formas de expressar

>B


ANGÁ PYATÃ

TRANSCENDER A umbanda e assim.

E nao precisamos por isso nos dividir,

Varias formas de dizer.

e sim, andar juntos, como irmaos.

Maneiras de trabalhar.

Formando uma grande corrente,

Mas entenda!

unindo nossas maos.

Nao porque a pratica e diferente,

Caminhando,

que o seu significado muda.

aprendendo,

A essencia permanece

vivendo.

Ela vibra.

Afinal, essa e a nossa missao.

Ela e pura. Ela leva o amor e a caridade a quem a ela busca. A quem lhe pede proteçao. Voce sempre reconhecera a Umbanda. Basta prestar atençao no conselho do caboclo, do preto velho...

Sao as palavras de Oxala que eles estao a lhe falar. E lembre-se: A fala pode mudar, mas a linguagem e universal. E sempre sobre o amor. O mais puro e real.

A diferença nao e um problema. E o que nos une e complementa.

>C


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