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CAMINHOS PARA O DEBATE

mobIT focou em soluções para mobilidade urbana e desafios para as cidades

Como será o deslocamento de pessoas, produtos e serviços nas cidades do futuro? O que fazer para não perder energia, tempo, dinheiro e criatividade diante da falta de mobilidade? São perguntas feitas todos os dias por pesquisadores, especialistas, governantes, empresários, e até eu e você. Se por um lado essas questões são alvo de preocupação, por outro têm reunido boas ideias e despertado o interesse de comunidades em todo o mundo. Algumas cidades já fizeram a lição de casa e viraram objetos de desejo na busca por qualidade de vida e satisfação. Para conhecer e debater o que foi feito em algumas delas, o Porto Digital reuniu um time de peso para o I Seminário Internacional de Mobilidade (mobIT), realizado em 2013. Entre eles, especialistas internacionais e nacionais em transporte e tecnologia, pesquisadores, técnicos em transporte público e gestores, todos reunidos em um grande debate e apresentando suas experiências. Ao todo, foram dez palestras, além de painéis de discussão ao final de cada ciclo, debatendo temas amplos envolvendo desenvolvimento sustentável e inteligente, acessibilidade e inovações tecnológicas e tendo como foco principal a discussão sobre a cidade e a diversidade modal.

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Confira alguns assuntos pinçados das apresentações dos palestrantes:

JOHN G. JUNG

*PRESIDENTE DO CANADIAN URBAN INSTITUTE

Trouxe a experiência exitosa do Canadá em comunidades inteligentes e o desafio de reter os talentos em suas comunidades. As pessoas migram em busca de qualidade de vida e levam seus potenciais de inovação. Lembrou que mobilidade não envolve só pessoas, mas bens, serviços e resíduos. Citou as 12 cidades que tem características de comunidade inteligente, com exemplos de política de estimulo à educação, incentivo ao desenvolvimento pela arte e cultura, inovação aberta e boa governança.

MARTINO TRAN

*PROFESSOR DE OXFORD, INGLATERRA

Especialista em inovação tecnológica, energia sustentável e sistemas de transporte, falou sobre os impactos futuros de novas tecnologias nas cidades. Alertou para a preocupação não apenas com o uso do transporte público, mas com o tipo de energia que os veículos vão usar no nos próximos anos, que fará diferença na hora do próprio usuário fazer suas escolhas.

ULI SEHER

*ARQUITETO E PROFESSOR DA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DE TOULOUSE, FRANÇA

Destacou o poder de atração das cidades e a necessidade de aproveitar melhor os espaços públicos promovendo a integração com a cultura do local. Enfatizou a importância de priorizar o transporte público e ações em benefício da mobilidade coletiva, destacando exemplos de cidades que usam os mais variados modais. Apresentou exemplo de cidades francesas que resolveram problemas dividindo as cidades em polos. Citou a importância de manter o equilíbrio entre ambiente público e o privado.

JORDI PARDO

*ARQUEÓLOGO ESPANHOL Apresentou o projeto 22@, implantado na cidade de Barcelona, que representou uma renovação urbana a partir da construção de um polo tecnológico em uma área degradada na cidade. O projeto a transformou em um espaço agradável para se trabalhar e conviver, com impulso da cultura e economia criativa. Fez um paralelo com o que pode ser feito no Bairro do Recife, onde está o parque tecnológico do Porto Digital. MAURÍCIO BROINIZI

*SECRETÁRIO EXECUTIVO DA REDE SOCIAL BRASILEIRA POR CIDADES JUSTAS E SUSTENTÁVEIS

Apresentou o programa Cidades Sustentáveis, apontando para os 12 eixos temáticos analisados como indicadores para melhorar a vida nos centros urbanos. Mostrou exemplos de cidades no Brasil e no mundo. Falou da ação do movimento junto às prefeituras, que já conta com mais de 200 adesões, entre elas prefeituras de 20 capitais e 53% das cidades com mais de 200 mil habitantes.

CRAIG NELSON

*ESPECIALISTA EM SISTEMAS DE TRANSPORTE INTELIGENTES E DESENVOLVEDOR DE FERRAMENTAS SOBRE MOBILIDADE NA WEB

Mostrou como as redes sociais podem ajudar a disseminar informações e como isso pode melhorar a mobilidade. Falou da tendência de personalizar os aplicativos e reunir os dados em um só lugar, além de sermos smart travellers (viajantes inteligentes). Para ele, as pessoas vão se munir de informação cada vez mais, buscando qual o melhor meio de transporte a ser utilizado, qual o melhor caminho e se há trafego. Também falou do aumento do processo no qual as próprias pessoas alimentam essas informações.

CAIO FONTANA

*PROFESSOR DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES DA ESCOLA POLITÉCNICA DA USP

Falou sobre Sistemas Inteligentes de Transporte e aplicações práticas, como monitoramento das vias, semáforos inteligentes, e iniciativas como pedágio Sem Parar, BRTs e monotrilhos, todos em São Paulo, tipos de comunicação e dispositivos embarcados. “A Tecnologia é uma ferramenta importante para a mobilidade. Não há como conceber um corredor de transporte sem monitoramento das viagens em tempo real, por exemplo”, revelou.

NATÁLIA GARCIA

*CRIADORA DO CIDADESPARAPESSOAS.COM

Experiência pessoal da paulistana que trocou o carro pela bicicleta, redescobriu a cidade e criou um blog para contar suas histórias. Depois resolveu percorrer algumas cidades do mundo de bike e ver o que os moradores fizeram para melhorar as suas cidades.

WALDIR PERES

*SUPERINTENDENTE DE GESTÃO DA AGÊNCIA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS DO RIO DE JANEIRO

Mostrou a experiência do Rio de Janeiro com a ampliação da rede de transporte público existente, como metrô e trem, e adoção de novos modais, como o BRT, com uso de corredores exclusos para ônibus. Também falou da estratégia para receber eventos de grande concentração de pessoas e o bilhete único.

ÂNGELO LEITE

*PRESIDENTE DA EMPRESA SERTTEL

Mostrou diversos exemplos de tecnologia e soluções de tráfego e compartilhamento de bicicletas produzida pela empresa Serttel, que faz parte do Porto Digital e exporta soluções para várias cidades no Brasil e no mundo.

DANIEL VALENÇA

*OBSERVATÓRIO DO RECIFE

Boas Práticas de Mobilidade, estímulo à educação cidadã, racionalização do uso do automóvel e valorização do pedestre, do transporte público, e das bicicletas. Abordou ações para chamar a atenção da sociedade para a discussão sobre mobilidade urbana, como o Desafio Intermodal, que acontece em algumas cidades do Brasil, e a Vaga Viva, onde pelo menos 8 bicicletas são colocadas na vaga de estacionamento de um carro, mostrando quanto de espaço ele ocupa nas vias.

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PREFEITURA DO RECIFE

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