intervenções temporárias
Esse Manual é produto do trabalho final de graduação em Arquitetura e Urbanismo de Manuela Cristina Rêgo de Carvalho, pela orientação da Professora Dra. Ruth Maria da Costa Ataíde na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ele tem por objetivo ser um guia prático de como intervir no espaço público de forma lúdica e consciente através de intervenções temporárias. E teve com base um estudo realizado em cima do Movimento Eco Praça na cidade de Natal, RN, com enfoque nas práticas de ocupações realizadas por este e a percepção dos seus usuários junto ao sentimento coletado por eles à essas ações e à cidade. Espera-se com isso promover reflexões sobre como ocupar e ressignificar o espaço público insurgindo e ajudando a compor novos movimentos de resistência.
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sumário Introdução Inspiração Conceitos Diretrizes Caixa de ferramentas
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imagens Imagem 1 - Montagem I produzida pela autora em 15 de maio de 2017. Escalas humanas de Pimp my drawing. Disponível em: www.pimpmydrawing.com. Imagem 2 - Montagem 2 produzida pela autora em 15 de maio de 2017. Escalas humanas de Pimp my drawing. Disponível em: www.pimpmydrawing.com. Imagem 3 - Montagem “Não deixe a ecoo praça/cidade morrer”. Produzida pela autora em 15 de maio 17. Fotografia da autoria de Luis Levy. Disponível em: www.facebook.com/ecopraca. Imagem 4 - Montagem “A cidade”. Produzida pela autora em 22 de maio de 2017. Fotografias da página oficial Eco Praça. Disponível em: www.facebook.com/ecopraça. Imagem 5 - Eco Praça na Praça dos Eucaliptos. Fotografia da autoria de Rudá de Melo. Disponível em: www.facebook.com/events/1451545221752634, acesso em 23/05/17. Imagem 6 - Eco Praça na Praça de Capim Macio. Fotografia da autoria de Indica Natal. Acesso em 22 de maio de 2017. Disponivel em: www.facebook.com/events/1551705858381976, acesso em 23/05/17. Imagem 7 - Eco Praça na Praça Cívica. Fotografia da autoria de Rayanne Fonseca. Disponível em: https://www.facebook.com/events/1573111006238591, acesso em 23/05/17. Imagem 8 - Eco Praça na Area de Lazer Panatis. Fotografia da autoria de Rodrigo Morais. Disponível em: https://www.facebook.com/events/1552917034990626, acesso em 23/05/17. Imagem 9 - Eco Praça na Praça André de Albuquerque. Fotografia da autoria de Taline Freitas. Disponível em: https://www.facebook.com/events/966505810061083, acesso em 23/05/17. Imagem 10 - Eco Praça na Praça do Ralf. Fotografia da autoria de Pardal Silva. Disponível em: https://www.facebook.com/events/852406414847378, acesso em 23/05/17.
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Imagem 11 - Eco Praça na Praça Edgar Borges. Fotografia da página oficial do grupo 4 elementos. Disponível em: https://www.facebook.com/pg/Projeto4Elementos, acesso em 23/05/17. Imagem 12 - Eco Praça na Praça Central de Neópolis. Fotografia da autoria de Naya Toscano. Disponível em: https://www.facebook.com/events/1427050947312061, acesso em 23/05/17. Imagem 13 - Eco Praça na Praça Anjo Azul. Fotografia da autoria de Rayanne Bastos. Disponível em: https://www.facebook.com/events/1427050947312061, acesso em 23/05/17. Imagem 14 - Última ocupação da Eco Praça na Praça 7 de Setembro. Fotografia da autoria desconhecida. Disponível em: https://www.facebook.com/events/1776280845953503, acesso em 23/05/17. Imagem 15 - Placemaking. Disponível em: http://thecolab.info/portfolio/placemaking-halifax/. Adaptada pela autora em 23/05/17 Imagem 16 - Urbanismo tático. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/800866746206373595/. Adaptada pela autora em 23/05/17. Imagem 17 - Espaço público. Disponível em: http://www.tribunapr.com.br/cacadores-de-noticias/vila-izabel/alem-do-lazer/. Adaptada pela autora em 23/05/17. Imagem 18 - Espaços de resistencia. Disponível em: http://sintag-rn.blogspot.com.br/2015/08/horta-urbana-escolar.html. Adaptada pela autora em 23/05/17. Imagem 19 - Corpografias. Disponível em: http://jc.ne10.uol.com.br/blogs/terceiroato/2016/02/20/ensaio-o-corpo-e-o-recife-em-performances/. Adaptada pela autora em 23/05/17.
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O que é??? Inspirado no Movimento Eco Praça, esse manual tem por objetivo difundir idéias e abstrações para novas formas de apropriação e uso do espaço público através de intervenções temporárias. Esse movimento é uma iniciativa social, com ações de ocupação e apropriação das praças públicas subutilizadas na cidade de Natal, que busca promover a transformação desses espaços de lugares de passagem a locais de integração e significado. Através da análise desse movimento e de conceitos como urbanismo tático e placemaking, esse manual traz dez diretrizes e uma caixa de ferramentas ações e materiais fundamentais a essas ocupações - que buscam servir de inspiração para novas ações de luta e reconquista do espaço público.
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eco Apoiados no conceito de Placemaking, o Movimento Eco Praça visa transformar praças subutilizadas na cidade de Natal em pontos de encontro, em lugares vivos, com a participação ativa da comunidade. As suas ações tiveram início em Dezembro de dois mil e treze, no bairro de Candelária, na Praça dos Eucaliptos. Posteriormente, o grupo idealizador juntamente com parceiros e pessoas interessadas no movimento, passaram a intervir em outras praças em diferentes bairros, e o movimento toma maior notoriedade a partir de dois mil e quatorze, passando por diferentes praças em vários bairros da cidade.
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praça dos eucaliptos
praça cívica 2014 Imagem 6.
2013 Manual | 9
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2015 parque de capim macio
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praça 7 de setembro
praça do ralf
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área de lazer panatis
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praça edgar borges praça andré de albuquerque
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Os conceitos abordados neste manual partem do referencial teórico da pesquisa “Práticas de resistência através de intervenções temporárias na cidade de Natal-RN: O caso da Eco praça” por essa mesma autora. Essa abordagem é valida para um melhor entendimento do processo de apropriação através de intervenções temporárias e as diretrizes propostas posteriormente. Esses conceitos se relacionam principalmente a táticas urbanas de intervenções - temporárias ou não - que busquem reinventar o espaço público; assim como também compreender esse espaço e a sua relação com os corpos e a forma como estes resistem.
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making É um processo de criação de espaços públicos voltado para as pessoas, na busca pela transformação de espaços ruas, praças, calçadas, canteiros - em locais de encontros que estimulem maiores interações entre as pessoas e promovam comunidades mais saudáveis e felizes. Project for public spaces.
O urbanismo tático consiste em intervenções de caráter efêmero que buscam experimentar mudanças na cidade, oferecendo uma aproximação ao impacto causado caso a iniciativa fosse, de fato, executada. Tactical Urbanism Guide
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TÁTICO
conceitos
PÚBLICO Imagem 17.
As corpografias resultam de uma experiência espaço-temporal onde o corpo emerge na cidade como agente e transgressor de todas as ações, capaz de modificar a forma como as estruturas urbanas - muitas vezes restritas e padronizadas - se mostram. Elas nos permitem analisar a história e a forma como o espaço é apropriado através de uma memória corporal resultante dessa experiência de espacialidade. Paola Berenstein
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O espaço público, além de ter a função de circulação é definido como espaço público, aberto e acessível a todos a todo momento, o qual pertence à coletividade. São as vias, ruas, vielas, bulevares e avenidas, largos e praças, passeios e esplanadas, cais e pontes, mas também rios e canais, margens e praias. Phillipe Panerai
Resistência
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grafias Espaços de resistência são lugares públicos onde se impõem e se naturalizam as categorizações que respondem a uma determinada ideologia; são os locais onde as pessoas e os grupos resistem a determinadas regras, buscando novos repertórios de significados, reformulando os marcos coletivos e da remodelando uma nova política na cidade contemporânea. Alessandra Olivi Manual | 12
diretrizes Observe o entorno e aprenda com a comunidade.
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Promova a diversidade através da criação de espaços que gerem a troca de conhecimento entre grupos- tribos diversas.
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Crie atrativos para que as pessoas permaneรงam nesses espaรงos;
Priorize o pedestre e incentive o uso de transportes alternativos atravĂŠs do equilĂbrio entre o trânsito de pedestres e carros.
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Recupere espaços utilizando materiais limpos, reaproveitando o que você tematravés de soluções rápidas e baratas;
Incentive práticas sustentáveis dialogue sobre a importância da valorização do meio ambiente;
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Transforme intervenções temporárias em permanentes pensando na manutenção delas a longo prazo e capacitando as pessoas para que elas deem seguimento a essas ações;
Influencie prĂĄticas culturais promovendo expressĂľes corporais na cidade e possibilitando a diversidade de usos e atividades.
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Encontre apoios: amigos, conhecidos, ongs, organizaçþes de bairros.
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Faça uso das midias sociais para a divulgação das ocupações mas não se esqueça da importância do “boca a boca”.
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ferramentas O espaço aqui destinado às “ferramentas” busca mostrar objetos simples - do uso cotidiano, de baixo custo e fácil acesso - que podem ser usados para recriar espaços dentro do processo de intervenção temporária. Esses objetos, podem ou não, permanecer no espaço dependendo da sua finalidade. É importante destacar que o uso de cada um deve variar de acordo com o local, suas necessidades e a atividade a que ele se destina. “Ferramentas são um conjunto de processos presentes na ação de reeditar realidades e reprogramá-las.” (ROSA, 2011)
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referências FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias, marcas permanentes. Apropriações, arte e festa na cidade contemporânea. Ed. 1. Rio de Janeiro: Casa da Palavra: FAPERJ, 2013. Intervenções temporárias, marcas permanentes.GEHL, Jan. Cidade Para as Pessoas. São Paulo. Perspectiva. 2013. KARSSENBERG, Hans. et al. A Cidade ao Nível dos Olhos: Lições para os plinths. 2.ed. JACQUES, Paola Berenstein. Vitruvius (website). Corpografias Urbanas. São Paulo, ano 08, fev. 2008. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.093/165>. Acesso em: 03 set. 2016. PANERAI, Philippe. Análise Urbana. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006. 198 pg. Portal Placemaking Brasil (website). Disponível em: <http://www.placemaking.org.br/home/>. Acesso em: 29 set. 2016. Project for public spaces. Placemaking and the Future of Cities. 2015. Disponível em: <http://www.pps.org/wp-content/uploads/2015/02/Placemaking-and-the-Future-of-Cities.pdf>. Acesso em: 25 março 2016. Project for public spaces. What is placemaking? Dezembro. 2009. Disponível em: <http://www.pps.org/reference/what_is_placemaking/>. Acesso em: 14 dezembro. 2016. ROSA, Marcos L. Microplanejamento: práticas urbanas criativas. São Paulo: Editora de cultura, 2011. 232 p.
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