A Folha dos Valentes

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Setembro-Outubro 2013 ANO XXXVII

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PUBLICAÇÃO MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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05. Por uma Igreja local... missionária! -

14. Experiência de missão em Moçambique 20. Adoção e solidariedade 24. Grtatos e agradecidos 28. Dossier mês missionário 34. ”Sou mãe e...?” 38. FM 2013! 42. JD 5 Sars -

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Setembro-Outubro 2013 ANO XXXVII

PUBLICAÇÃO MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

FICHA TÉCNICA Diretor: Juan Noite Administrador: Juan Noite Secretária: Margarida Rocha Redação: Magda Silva, Marco Costa, Romy Ferreira. Correspondentes: Maria do Espírito Santo (Açores), Amândio Rocha (Angola), André Teixeira e Maurília Araújo (Madeira), Joaquim António (Madagáscar), Tiago Esteves (Lisboa). Colaboradores: Adérito Barbosa, Alícia Teixeira, André Teixeira, António Augusto, Fátima Pires, Fernando Ribeiro, Florentino Franco, Francisco Costa, J. Costa Jorge, João Chaves, José Agostinho Sousa, José Armando Silva, José Eduardo Franco, Juan Noite, Jorge Robalinho, Manuel Barbosa, Manuel Mendes, Nélio Gouveia, Olinda Silva, Paulo Cruz, Paulo Rocha, Rosário Lapa, Victor Vieira. Colaboradores nesta Edição: Filipa Freire, Marta Vilas Boas (MissãoPress), Cheila Martins, Diamantina Silva, Cátia Rodrigues, Tânia Camacho, Sónia Gonçalves, Alberto Bisarro. Fotografia: AFV, ALVD Madeira, Sofia Rodrigues, Juan Noite. Capa: Jovens nas FM 2013, Besteiros.

da atualidade

03 > alerta! > Recomeçar... mais uma vez! 04 > sal da terra > Nova época 06 > atualidade > Por uma Igreja local... missionária da família dehoniana

08 > recortes dehonianos > Notícias SCJ 10 > entre nós > A CM tem nova presidente e novo C. Geral 12 > com Dehon > Como turista 14 > alvd > Experiências de missão em Moçambique - Agosto ‘13 dos conteúdos

18 > vinde e vereis > “Vinde e vereis” 19 > onde moras > Entrar na barca com Ele 20 > doses de saber > Adoção e solidariedade 22 > pedras vivas > Comunidade cristã do Forte da Casa 24 > palavra de vida > Gratos e reconhecidos 26 > leituras > Com o Credo 28 > sobre a Igreja > Dossier mês missionário 32 > sobre a fé > A Luz da fé

Grafismo e Composição: PFV. Impressão: Lusoimpress S. A. - Rua Venceslau Ramos, 28 4430-929 AVINTES * Tel.: 227 877 320 – Fax: 227 877 329 ISSN – 0873-8939 Depósito Legal – 1928/82 Tiragem – 3200 exemplares Redacção e Administração: Centro de Espiritualidade Betânia Associação de Imprensa de I nspiração Cristã Travessa de Palhais, 114 4580-872 DUAS IGREJAS (PRD) Telefone: 226 174 765 - E-mail: valentes@dehonianos.org Proprietário e Editor: Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) * Rua Cidade de Tete, 10 - 1800-129 LISBOA Telefone: 255 871 800 - Contribuinte: 500 224 218 isenta de registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6, artigo 12º, nº 1 a

do mundo

34 > outro ângulo > “Sou mãe e...?” 35 > nuances musicais > Cantar em português 36 > novos mundos > ALFS 37 > minha rede > Criação de banda desenhada da juventude

38 > jd-Porto> Férias Missionárias 2013 // Valentiadas 2013 42 > jd-Madeira> JD 5 Stars // Despedida do Pe. Juan 44 > jd-Açores> 1º encontro JD Açores 2013/2014 46 > agenda-JD > Calendário de atividades 47 > tempo livre > Passatempos 48 > atenção > Cartaz EEJD Agosto 2014

Ajude a revista de acordo com as suas possibilidades!

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da atualidade

alerta! –

03

Recomeçar... mais uma vez! Estimados amigos e amigas, é com alegria que me dirijo a vós neste novo recomeço de mais um ano pastoral. Recomeçar não é simplesmente começar de novo… mas sim continuar um caminho já trilhado há tantos anos. E este mês de outubro é de recomeços. É uma nova etapa para mim no contacto mensal convosco e orientação de “A Folha dos Valentes”, no trabalho apostólico de tantos confrades SCJ que mudaram de comunidade... Uma nova etapa também para muitos de vós jovens no início de mais um ano letivo. Recomeçar traz sempre grandes desafios, alguns receios, adaptação a novas realidades… mas a vida é isto mesmo! O que é a vida sem desafios? Não tem nenhuma piada... Por isso, no início de mais um ano pastoral nas nossas paróquias e comunidades, recomecemos as nossas actividades com a coragem e a confiança que nos vem da nossa fé em Jesus Cristo. Este também é o mês das Missões, em que nos unimos a tantos missionários e missionárias, sacerdotes, religiosos e leigos que anunciam o Evangelho nos quatro cantos do mundo. Na sua mensagem para este dia o papa Francisco reforça, entre outros pensamentos, que a fé é um dom precioso de Deus, que nos leva a conhecê-lo e amá-lo. E é um dom que não se pode conservar exclusivamente para si mesmos, mas tem de ser oferecido generosamente através do anúncio do Evangelho. Lembro também a todos os leitores a mudança de endereço da revista, em destaque na página 46 (Agenda), sobretudo para aqueles que enviem correspondência ou vales e cheques. Caros leitores, que este seja um mês vivido intensamente, vivendo na confiança os novos desafios de mais um ano académico e pastoral, procurando oferecer àqueles que estão à nossa volta o precioso dom da fé.

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Juan Noite, scj


04

da atualidade

– sal da terra Estamos numa mudança epocal

Nova Época Não se trata de futebol, do início de um novo campeonato, com aquisições ainda mais galácticas. Em causa o futuro: para onde nos levam dias de crise? Que renovação está a acontecer na Igreja com a eleição de um Papa vindo de muito longe? D. Manuel Clemente afirma que estamos numa mudança epocal. Como nos grandes momentos na História Universal, as mudanças de época aconteceram em momentos de incerteza, de indefinição quanto ao futuro imediato: os antigos não se aperceberam logo que estava para chegar uma nova época, a Idade Média; e neste momento da história, antes que os povos se tivessem apercebido que tinha chegado a Idade Moderna, muitas questões se colocaram quanto ao que estava para chegar; e o mesmo se diga na transição da Idade Moderna para a Contemporânea, em que vamos estando. Mas até quando? E o que vem aí? – São estas respostas que é difícil adiantar: não sabemos o que aí vem; estamos numa mudança epocal. Com a eleição do Papa Francisco, as suas primeiras palavras e sobretudo os gestos com que foi surpreendendo o mundo, rapidamente surgiram horizontes novos para a Igreja Católica. Alguma coisa – ou mesmo muita coisa - dava a entender que a palavra renovação passaria a estar mais presente no vocabulário e no agir da Igreja. O mês de outubro começa com a reunião dos oito cardeais, de todo o mundo, chamados pelo Papa para o ajudar no governo da Igreja, onde o tema da renovação da Cúria Romana, dos vários departamentos que presidem às decisões da Igreja Católica nas várias áreas e para todo o mundo, ganha particular relevo. Entre as atitudes a promover, destaque para os apelos ao diálogo, ao trabalho próximo entre os

vários departamentos, onde uns se interessem pelo que se passa nos gabinetes vizinhos, sempre em ordem à melhor resolução de todos os problemas e desafios. Por outro lado, parece ser necessário facilitar a ligação das dioceses de todo o mundo e das conferências episcopais a Roma, às estruturas setoriais do governo pastoral da Igreja Católica. No ambiente de renovação, outro dado: o número um desta grande estrutura, da Cúria Romana, o secretário de Estado do Vaticano, será ocupado por uma nova pessoa a partir do dia 15 de outubro, o arcebispo italiano Pietro Parolin. Será que estamos também numa mudança epocal na História da Igreja Católica?

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Paulo Rocha



06

da atualidade

– atualidade Artigo MISSÃOPRES

Por uma Igreja local... missionária O Concílio Vaticano II pôs em evidência de modo especial como seja próprio de cada batizado e de todas as comunidades cristãs o dever missionário, o dever de alargar os confins da fé: «Como o Povo de Deus vive em comunidades, sobretudo diocesanas e paroquiais, e é nelas que, de certo modo, se torna visível, pertence a estas dar também testemunho de Cristo perante as nações» (Decreto ‘Ad Gentes’. , 37). Papa Francisco

A partir, sobretudo, do Concílio Vaticano II operouse um grande avanço (que não é outra coisa que a volta às origens cristãs) na forma de conceber a missão e a atividade missionária dentro da Igreja. No entanto, num tempo em que celebramos os cinquenta anos deste grande acontecimento, ainda que a nível teórico vão-se dando significativos avanços, na prática pastoral ainda temos muito caminho para andar. Desde a nossa experiência no Centro Missionário da Arquidiocese de Braga (CMAB) que nos deparamos com a necessidade de uma séria reflexão sobre a animação missionária para ir dando passos para a interiorização de uma nova consciência missionária que os cristãos e as igrejas locais deverão ir vivendo e articulando. A animação missionária não pode continuar a ser encarada como uma ‘componente’ da atividade pastoral da paróquia ou diocese, ela deve ser sim, a dimensão da mesma. Não deve ser um capítulo (último e pequenino) mas sim o tom pela qual

tudo se pauta. Infelizmente ainda vamos encontrando, com alguma abundância, uma perceção da animação missionária como sendo a realização de algumas campanhas de solidariedade e a sensibilização para a problemática dos países chamados de Terceiro Mundo e consequente visão dos missionários com sendo um conjunto de homens e mulheres “especialistas” que a Igreja envia… mas que não são sua pertença. Esta visão faz, com que em muitos casos, ainda hoje, a atividade missionária se converta num apêndice relativamente marginal da pastoral ordinária e, quando aparece essa preocupação, esta é amiúde intermitente, como se fosse um apartado pelo qual se pode ou não optar e não como uma atividade essencial e fundante de toda a Igreja.


Verdade que vão aparecendo algumas comunidades que se vão sentindo interpeladas e nelas vai nascendo uma nova consciência missionária, seria de todo injusto não o reconhecer. Existem já comunidades paroquiais nas nossas Dioceses que estão empenhadas nesta missão de encontrar caminhos de renovação e integração da atividade missionária que tornem, de facto, a sua ação mais fecunda na missão de evangelizar. Dada a importância desta tarefa, vai-se descobrindo a necessidade imprescindível do ministério do animador missionário. Não se trata somente do que possam fazer alguns religiosos/as, pois ao longo da história da evangelização também existiram sempre leigos/as generosas (muitas vezes no anonimato) que foram missionários/as e realizaram esta tarefa a partir dos seus contextos pessoais, familiares e sociais. E, tendo em conta que esta missão é de todos os batizados, todos devem sentir-se chamados a realizá-la. Assim, é nosso objetivo criar formas novas de despertar este ardor missionário nas nossas comunidades locais, a partir de dentro, como fermento na massa… fazendo parte, sendo uma mais valia para a fundamental atividade de levar Jesus a todos aqueles que ainda não ouviram d’Ele falar ou, de algum modo… já d’Ele se esqueceram.

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Marta Vilas Boas, diretora do CMAB


08

da família dehoniana

– recortes dehonianos

Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)

NOVOS PADRES.

Os Dehonianos contam mais dois padres em Portugal. O Albino Eduardo foi ordenado sacerdote no Santuário do Sameiro, Braga, no dia 21 de julho, pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga; celebrou missa nova em Moreira de Cónegos, sua terra natal, a 4 de agosto. O Flávio Guido foi ordenado por D. António Carrilho, na Sé do Funchal, a 27 de julho, celebrando missa nova no dia seguinte, no Porto da Cruz. Ambos estavam no Seminário de Alfragide, mas já partiram para outras comunidades: o Padre Flávio para a Madeira, o Padre Albino Eduardo para Coimbra.

12 DE AGOSTO EM AVEIRO.

Como habitualmente, celebramos neste dia em Aveiro o aniversário da morte do Padre Dehon. Iniciámos com uma oração no cemitério de Esgueira, junto ao jazigo dos Padres Dehonianos, por todos os confrades falecidos. Seguiu-se a celebração solene da Eucaristia, presidida pelo Superior Provincial. O dia terminou com a entrada do António no Noviciado.


MUDANÇAS E NOVAS PARÓQUIAS. O mesmo dia 12 de agosto coincide com a recomposição dos membros das 15 comunidades dehonianas em Portugal, em particular a mudança de Superiores e de Párocos. De realçar a aceitação do cuidado de novas paróquias: Montes Claros em Coimbra e Esgueira em Aveiro. As paróquias constituem um importante setor pastoral da atividade dos Sacerdotes do Coração de Jesus em Portugal. PROFISSÕES PERPÉTUAS. 14 de setembro em Alfragide. O Jorge Magalhães e o Vítor Oliveira celebraram com a Igreja, Congregação, família e amigos a sua Profissão Perpétua. Foi no Oratório do Seminário Nossa Senhora de Fátima, numa celebração eucarística presidida pelo Superior Provincial, que estes jovens religiosos se consagraram de uma vez para sempre a Deus pelos votos de castidade, pobreza e obediência. Nesta cerimónia pudemos agradecer a Deus o dom da vocação destes jovens e agradecer o seu sim a este projeto de vida, iniciado pelo nosso Fundador. Um outro membro da comunidade, o Ando, já havia celebrado a Profissão Perpétua em Madagáscar durante o mês de agosto.

RENOVAÇÕES E RECOMEÇOS. Vários jovens religiosos fizeram a sua renovação de votos na vida religiosa como dehonianos, no dia 6 de setembro em Alfragide, após uma semana de retiro espiritual orientado pelo jesuíta Padre Manuel Morujão. Setembro é também tempo de recomeços nas paróquias, nos seminários, no colégio e noutras obras. De destacar o encontro que decorreu em Alfragide de 10 a 14 de setembro, com aqueles que se encontram na formação inicial: jovens religiosos, noviço e postulantes, juntamente com os respetivos formadores.

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Manuel Barbosa, scj


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da família dehoniana

– entre nós

A Companhia Missionária tem nova presidente e novo Conselho Geral De 11 a 19 de julho do corrente ano, realizou-se, em Borguonovo - Bolonha, a VIII Assembleia Ordinária da Companhia Missionária, subordinada ao tema “NÓS COMPANHIA MISSIONÁRIA DIANTE DO HOJE DA HISTÓRIA: ESCULPIDAS PELO ESTATUTO… IMPELIDAS PELO ESPÍRITO”. Estiveram presentes missionárias de quatro continentes: África (Guiné e Moçambique); Ásia (Indonésia); América (Argentina) e Europa (Itália e Portugal), para participar neste acontecimento eclesial. Participaram, também, neste evento a Responsável Central dos Familiares e um Familiar, como Secretário. O número 86 do Estatuto da CM, alínea a) indica como finalidades da Assembleia Geral da CM “eleger a Presidente e os membros do Conselho Central, examinar e possivelmente resolver, à luz de Deus, os problemas de maior relevo acerca da vitalidade, desenvolvimento e missão, em harmonia com os ensinamentos da Igreja e com as exigências da realidade histórica na qual o Instituto opera”.

Presidente: Martina Cecini Martina tem 67 anos e nasceu em Grosio (Sondrio) no norte da Itália. Antes de entrar na Companhia Missionária foi durante alguns anos empregada de escritório e isto forneceu-lhe uma experiência que pôs a render mais tarde, sendo durante 12 anos (de 1990 a 2002) Administradora Central da Companhia Missionária. Fez também o Curso de Educadora Infantil. Manifestou sempre uma acentuada sensibilidade social que a levou a ser Coordenadora Diocesana da Cáritas em Moçambique e na Itália e uma forte paixão missionária. Partiu para Moçambique em 1973, apenas um ano depois da sua consagração na Companhia Missionária. De 1973 a 1986 trabalhou na Zambézia sobretudo no âmbito da pastoral. A Moçambique regressou depois do seu serviço

como Administradora Central e nos últimos anos (desde 2004) foi a Responsável da Formação naquele País. Serafina Ribeiro tem 68 anos, nasceu em Sobrosa – Paredes. É Licenciada em Ciências Religiosas. Fez a primeira emissão dos votos na Companhia Missionária em 21.09.1980. Foi Responsável de Formação no grupo do Porto. De 1974 a 1993 exerceu funções administrativas numa Escola Secundária e de 1994 a 2012 funções docentes como professora de Educação Moral e Religiosa Católica. Empenhos pastorais: Catequese, Pastoral de Adultos, Animação Vocacional, Ministro Extraordinário da Comunhão. Elemento do Secretariado da Família Dehoniana em Portugal e


do Secretariado da Pastoral Vocacional da Diocese do Porto. Fez formação Novahumanitas e tem acompanhado adultos no seu itinerário formativo. Foi responsável de um Internato Feminino num Colégio Católico. Graciela Magaldi tem 51 anos; nasceu em Resistência – Argentina. O pai é filho de emigrantes italianos e a mãe de emigrantes alemães. É licenciada em economia, especializada em direitos do trabalho e dirige com a irmã um escritório de técnica de contas. Os seus empenhos pastorais são vários: é membro do Departamento de Leigos do Episcopado argentino, da Equipa de Animação pastoral da Diocese de Resistência, da Federação Nacional dos Institutos Seculares argentinos...Fez a sua primeira emissão dos votos na Companhia Missionária em 1997. Foi a primeira Responsável do grupo da Argentina. Orielda Tomasi tem 48 anos e nasceu em Vittorio Veneto - Treviso, no nordeste italiano. Fez o Bacharelado em Telogia e um Curso de Ciências para a Formação (habilitação “counselor”). Fez a sua primeira emissão dos votos na Companhia Missionária em 1995. Trabalhou no Grupo de evangelização itinerante da CM, na nossa revista “In Dialogo”, na nossa Casa para férias, na forma-

ção, fez parte da comissão para a animação vocacional. Foi conselheira geral no último sexénio. Atualmente faz parte do grupo da Lombardia que tem a sua sede em Brugherio, arredores de Milão. Lucia Capriotti tem 59 anos, nasceu em S. Benedetto del Tronto (Itália central). É Licenciada em Teologia com especialização em Espiritualidade. Fez a sua primeira emissão dos votos na Companhia Missionária em 1985. Faz parte do Grupo de evangelização itinerante da CM, trabalhou na Casa para férias, animou cursos de espiritualidade, fez parte da redação de “In Dialogo” e da comissão de animação vocacional. Atualmente faz parte do grupo que tem sua sede em Sant’Antonio Abate, próximo de Nápoles. Em nome da Família Dehoniana da Europa e de Portugal e porque não dizer do mundo inteiro, e em nome da ALVD de Portugal desejamos um bom trabalho e uma boa continuação de colaboração com todos os outros grupos da Família Dehoniana no mundo inteiro.

Orgulho-me muito da nova presidente vir da África e da sua primeira conselheira ser portuguesa.

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Adérito Barbosa, Scj


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da família dehoniana

– com Dehon

A viagem - Peregrinação ao Oriente

Como turista No século XIX as «Viagens ao Oriente» tornaram-se uma espécie de moda. Ao longo de todo o século, motivados pela cultura romantica, pelo desenvolvimento da Arqueologia, pela descoberta de novos valores civilizacionais e comerciais, surgiram numerosos romances, estudos, notas de viagens e sobretudo «narrativas» de aventuras, perigos, milagres, conversões experimentados por diversos «viajantes» solitários ou em grupo em terras do Oriente. Foi nesse ambiente histórico, cultural e religioso, fascinante e misterioso, que Leão Dehon empreendeu a Viagem ao Oriente. Do ponto de vista turistico, toda a viagem foi caracterizada por um espírito de observação cuidadosa e rigorosa dos detalhes, de considerações profundas, de comparações e comentários a partir da cultura de Dehon. A beleza natural, a arte e os monumentos são um livro aberto para conhecer e louvar a criatividade do espírito humano. Não são poupados os adjetivos usados para descrevê-los. É como um verdadeiro turista «com bastão nas mãos e mochila às costas» que o vemos subir a montanha Gotthard nos Alpes e chegar à Itália. Na Suiça, vêmo-lo esclamar: «Que abundância de contrastes, de efeitos, de panoramas, de coisas impressionantes. O Bom Deus fez este país como um jardim de fantasia para a Europa». Deslumbrado com a beleza «mística» da natureza, da arquitetura e da religiosidade da Itália teve a oportunidade de satisfazer a sua curiosidade natural e os sonhos provocados por seus estudos humanísticos, clássicos e geograficos. Tudo era novo e absolutamente magnífico para a mente deste jovem turista francês. Observava e tomava notas detalhadas sobre o que o impressionava: paisagens, monumentos, arte, autores e costumes. O mesmo aconteceu em todos os pontos do seu percurso.


Assim, na Grécia, experimentou uma espécie de «encantamento» no contacto com a história e a civilização clássicas. Ficou deslumbrado com a natureza, com o recorte geográfico do país, com as ruinas das antigas cidades clássicas e os seus monumentos e pessoas. No Egito, em Alexandria, ou no Cairo sente o pulsar de uma civilização em mudança. Durante dois meses sobe o Rio Nilo faz a experiência quase «mistica» da imersão na civilização faraónica. A visita às pirâmides e a participação nalguns acontecimentos das populações preenchem as medidas do jovem turista observador. No percurso do Egito para a palestina atravessaram montes, vales e desertos. Os oásis e a imensidão do deserto marcaram profundamente o espírito do jovem Dehon. Na Palestina vemos o nosso turista maravilhar-se com as memórias da terra sagrada: «tudo é maravilhosamente belo e santo e cada passo pisa ora terra maldita ou terra bendita». È como turista que visita Jerusalém e as outras cidades da Palestina e fica fascinado com os lugares em que Jesus passou.

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João Chaves, Scj


14– ALVD

da família dehoniana

Experiências de voluntariado em missão

Alto Molócuè A

O desejo de lá voltar...

No passado mês de Agosto o núcleo da Madeira da ALVD promoveu mais uma experiência missionária no Alto Molócuè. O grupo, constituído por 7 voluntários e acompanhados pelo Pe. Juan, deu continuidade a um trabalho que a ALVD vem realizando desde 2006 no Centro Juvenil Padre Dehon. Durante 1 ano, desde Setembro de 2012, este grupo esteve em formação, normalmente 1 vez por mês e onde pôde aprofundar as razões e motivações que levaram cada um a querer atravessar os oceanos para ir ao encontro de uma realidade em muitos aspectos diferente da nossa. A formação foi fundamental e permitiu o grupo conhecer-se e criar dinâmicas de trabalho em conjunto, aprofundar a espiritualidade dehoniana, compreender os padrões de uma cultura diferente da nossa e definir o projecto concreto de intervenção. Só assim, tão bem preparados, foi possível desenvolver ao longo do mês aquilo a que o grupo se tinha proposto, alguns aspectos melhor, outros que ficaram um pouco aquém do esperado… A experiência de missão em si foi muito enriquecedora para cada um dos voluntários, não só pelo trabalho realizado mas sobretudo pelos laços criados… e que fizeram correr algumas lágrimas no momento do regresso! Ficou o desejo de lá voltar… com outros voluntários, com outros projectos a amadurecer! Assim o esperamos no futuro…

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Juan Noite, scj

De África, com saudade…

Ingressar numa missão é saber-se ser uma semente numa terra prometida. Na primeira pessoa, senti-me uma (muito pequena) semente numa imensidão de terra (e que linda terra!). O trabalho foi árduo, mas aqueles sorrisos valeram cada minuto dispensado. Para mim estará gravado para sempre o som dos “tátás”, os infantis “mucunha” o tímido som dos risos quando se viam numa fotografia, o mais maravilhoso pôr-do-sol, e é isso que me vai sempre saber a África. Para eles deixei-lhes uma semente, uma muito pequena semente, e enquanto ela for viva, um bocadinho de mim estará em África.

V

Cheila Martins


da família dehoniana

è Agosto 2013

Continuar a ser missionária...

Já há muito que o desejo de dedicar algum do meu tempo a uma experiencia de missão era notória. Este ano tornou-se realidade, foram deixados alguns projetos para trás e lá fui eu com o grupo de voluntários “agosto 2013” nesta aventura fantástica que guardarei para sempre na memória! Quando me predispus a participar na missão foi sobretudo com o objetivo de dar um “pouquinho” de mim a quem tanto precisa, por outro lado foi um processo de Desapego Conseguido. Apenas

comunidades –

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A razão da vinda dos dehonianos para Portugal

procurei estar disponível para ajudar onde a minha ajuda fosse necessária, contribuir para o bemestar de alguém que precisa. Foi com muito empenho, que me envolvi nas mais variadas atividades realizadas pelo grupo desde ajudar na escolinha, na biblioteca, ajuda nas lides do centro, contato direto com as crianças na IBIS , formação aos jovens do centro no âmbito do projeto construindo o meu futuro. Enfim, o mais importante é sem sombra de dúvida a nossa presença, basta tão pouco para os ver a sorrir! Guardarei para sempre o olhar das crianças, a entoação de algumas palavras durante alguns minutos aquando da nossa passagem (mocunha, tatá….) e principalmente a força a alegria da música e das danças, era impossível não entrar no ritmo. O que mais me impressionou não foram as condições do quotidiano pois estas fizeram-me regressar ao passado a freguesia onde vivi até aos meus 18 anos, o lavar da roupa no rio, levar a lenha a cabeça, a venda de carvão (lembro-me da minha avô falar que era assim), cozinhar a lenha, ir buscar a água para consumo, a própria casa com a dita casa de banho fora e a respetiva cozinha…sentime serena como se aquele lugar pertencesse. Impressionou-me sim as condições precárias onde e como recebem instrução, é caso para dizer: ”não vou reclamar mais” Resta-me continuar a ser missionária, mas por enquanto cá!

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Diamantina Silva


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da família dehoniana

– ALVD

Experiências de voluntariado em missão

Lichinga A

Um grupo de três portugueses com mais nove italianos estiveram durante o mês de agosto de 2013 a fazer voluntariado dehoniano em Lichinga/Niassa (Moçambique). Tiveram intervenções nas Escolinhas (crianças, monitores, pintura da escola), aos professores da Escola Primária de Majune, aos alunos e professores da UCM em Lichinga, com jovens da pastoral universitária e da comunidade de Santa Bahkita. As voluntárias portuguesas estiveram em Marrupa a dar formação às monitoras das escolinhas. Os jovens italianos estiveram, nessa altura, em Maua dois dias a ouvir o P. Frizzi, especialista na cultura Macua. Com os jovens de Santa Bahkita organizaram uma feira para angariação de fundos para melhorar a capela (toda de palha). Com os jovens da pastoral universitária organizaram uma peregrinação ao santuário de Massangulo. Um mês de formação, de acções concretas, sempre em movimento e empenho.

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Adérito Barbosa, scj


Agosto 2013


18

dos conteúdos

– vinde e vereis “Tu nos chamaste...”

“Vinde e vereis!”

Na manhã do dia em que me dispunha a sossegar para redigir estas linhas, celebrei a Eucaristia com uma comunidade de religiosas. Enquanto me encaminhava para o altar, despertou a minha atenção o cântico de entrada. Fez-me logo pensar no teor desta breve mensagem, que já há algum tempo bailava no meu espírito. Cantava-se: “Senhor, Tu nos chamaste e nós vamos a Ti. A tua Palavra alegra a nossa vida”. “Tu nos chamaste”. Pensei logo no “vinde”. O Senhor, de facto, chama-nos. Não nos chama é certo de modo sensível, através dos ouvidos. Os seus chamamentos são apelos dirigidos à consciência de cada um. Só pela consciência, portanto, os podemos perceber. E tal como os chamamentos que se dirigem aos sentidos só são percebidos, se deles tomarmos consciência prestando-lhes atenção, assim também os chamamentos insensíveis destinados à consciência só podem ser realmente reconhecidos e acolhidos na medida em que lhes prestarmos a devida atenção. E aqui está um dos nossos males: mal próprio da nossa natureza mais facilmente sensível aos estímulos exteriores, mal ainda por cima agravado pelo mundo que nos envolve, tão cheio de solicitações de toda a espécie que nos atordoam a ponto de nos absorver e distrair. Os chamamentos do Senhor chegam-nos de muitos modos. Normalmente através de mediações que podem ser humanas, mas não só. Há pessoas que falam em nome de Deus. Independentemente de serem particularmente dignas e exemplares, há pessoas que têm por missão serem porta-vozes de Deus, como é o caso dos pais em relação aos filhos, por exemplo. Fala-nos através da sua Palavra revelada, sempre merecedora da nossa atenção, interesse e disponibilidade. Fala-nos e chama-nos através de situações concretas aparentemente fortuitas, de acontecimentos e circunstâncias à primeira vista desprovidos de significado, mas tantas vezes prenhes de alcance surpreendente. Faz-nos falta aprender a ler os “sinais dos tempos”, a descodificar as mensagens de Deus. Há cristãos que se especializaram nesta arte e ei-los atentos ao que se passa com eles e à sua volta, para tomarem as atitudes e fazerem as opções desejadas por Deus. Os santos foram mestres com os quais temos tudo a aprender nesta matéria

De Maria diz-nos S. Lucas que “guardava no coração os acontecimentos” que se iam verificando na pessoa e na vida do Menino, muitos deles humanamente incompreensíveis. Teve a intervenção do Anjo no momento referido pelo Evangelho, mas não consta que a sua vida perfeita e totalmente agradável ao Senhor tenha decorrido sob o comando de forças e intervenções sobrenaturais. Ela foi a donzela simples e disponível de Nazaré, que aceitou uma missão única e, como “serva” fiel, foi vivendo o seu dia-a-dia e os grandes e desconcertantes momentos da sua vida conforme as circunstâncias lhe mostravam ser do agrado do Senhor. Vem tudo isto a propósito daquele cântico de entrada. O Senhor chama-nos e todos os seus chamamentos destinam-se a aproximar-nos d’Ele: “Vinde”. “Vinde e vereis”. Também dirá: “Ide”. Mas nunca sem antes ter dito “vinde”. É nem mais nem menos o movimento que podemos verificar nos grandes chamamentos, como é o caso dos Profetas e dos Apóstolos. A uns e outros o Senhor os enviará. Mas antes disso os chamará para junto de Si: “Vinde”. E eles, os Profestas, os Apóstolos e todos os mensageiros de Deus “foram” e “viram”. Foram e “ficaram com Ele”. Fizeram a experiência do seu amor, da sua intimidade. E, na escuta da sua Palavra, descobriram a verdadeira felicidade, para si e para aqueles a quem acabaram por ser enviados. Com efeito, como diz o cântico – e isso vale para nós como valeu para eles: “A tua Palavra alegra a nossa vida”. Nós que, quem quer que sejamos, andamos todos em busca da felicidade corremos o risco de a procurar onde ela não se encontra. Como “filhos da luz” mais espertos e sagazes do que “os filhos das trevas”, fechemos os olhos às falsas luzes que nos encandeiam e desorientam, e os ouvidos ao “canto das sereias” que nos encanta. Mantenhamo-nos atentos e disponíveis: atentos, para nos apercebermos dos “vinde” que se sucedem nas nossas vidas, e disponíveis para “irmos”, na certeza de que verdadeiramente “veremos”.

V

Fernando Ribeiro


dos conteúdos

onde moras –

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O Mestre é o Bom Pastor

Entrar na barca com Ele Caros leitores de “ A Folha dos Valentes”, mais um ano letivo se inicia, é uma etapa importante sobretudo para quem é mais jovem e inicia um ano escolar. Mas ao mesmo tempo, Jesus chamanos a entrar na “ barca “ com Ele. Jesus “entrou no barco e os seus discípulos o acompanharam. E nisso, houve no mar uma grande agitação, de modo que o barco era varrido pelas ondas. Ele, entretanto, dormia. Os discípulos então chegaram a Ele e o despertaram, dizendo: “Senhor salva-nos estamos perecendo!” Disse-lhes Ele: “Porque tendes medo, homens fracos na fé?” Depois, pondo-se de pé, conjurou severamente os ventos e o mar. E houve grande bonança.” (Mt. 8, 23-27) Esta barca hoje é a Igreja, eu e tu, todos nós seguimos Jesus, entramos na barca com Ele no dia do nosso Batismo. Pelo Batismo todos somos chamados/as a segui-Lo; a uns o Senhor chama a seguir na vida sacerdotal e/ou religiosa, a outros a segui-Lo em diversos ministérios como leigos comprometidos na expansão do Reino de Deus e na vida da Igreja, catequistas, acólitos, leitores etc… a viver a vida matrimonial de acordo com os valores cristãos. Nós vamos nesta barca por vezes agitada pelos múltiplos desafios da família, dos amigos, dos colegas, de nós próprios, da sociedade em geral. Viver é um desafio constante! Neste tempo em que tanto se fala de crise, por vezes sentimo-nos como os discípulos, parece-nos que o Senhor dorme na barca e que estamos sós, que naufragamos no meio da tempestade. Às vezes também nós gritamos por socorro, acordamos o Mestre. Também a nós Jesus diz que a nossa fé é fraca. A verdade é que Ele está, todos/as nós temos experiência disso, quantas vezes nos parece que tudo se desmorona e de repente o Senhor acorda, tudo se resolve e Ele nos faz perceber e sentir a sua presença. É bom estar com o Mestre! A crise é um risco, mas também uma oportunidade de crescimento. Pode ser para nós um trampolim para crescermos na nossa vida espiritual, para nos voltarmos mais para os valores cristãos. Para arriscarmos em novos projetos, para estarmos mais livres e disponíveis na escuta do Mestre que nos fala, chama, interpela constantemente. O importante é termos a força e a coragem para sabermos ultrapassar os novos desafios e não nos deixarmos desencorajar no meio das dificuldades. Peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé, que nos dê a força e a coragem para o seguirmos na barca para onde Ele quiser, a audácia para o chamar quando necessário e a liberdade para sentirmos a sua presença. Entreguemos-lhe tudo o que temos e somos, toda a nossa vida. Ele sabe o que é melhor para nós.

V

Fátima Pires


20

dos conteúdos

– meias doses de saber Em nome do superior interesse da criança

Adopção e solidariedade Toda a criança necessita de um ambiente propício para crescer, educar-se e desenvolver-se. A família tem sido essa pequena célula mais ou menos alargada das sociedades que, ao longo da história e no quadro das diferentes civilizações, mais adequado se revelou para esse natural desenvolvimento. Por isso, uma das metas de estruturação harmónica da sociedade passa por garantir o direito de todas as crianças a terem uma família para se prepararem para a via adulta. Na verdade, os modelos alternativos de institucionalização infantil fora da esfera familiar – propostos para a formação da infância, nomeadamente as soluções utópicas que foram avançadas no século XIX e aplicadas em alguns estados totalitários –, revelaram-se desastrosos. Realizou-se recentemente, por iniciativa da cooperativa Pelo Sonho é que Vamos uma Conferência Internacional em Lisboa dedicada a repensar a adoção como via que deve ser facilitada burocraticamente em Portugal para garantir o acesso das crianças sem pais a ter uma família. Num tempo como o nosso em que se apregoa tanto os direitos das crianças, o direito a uma família é certamente um dos direitos fundamentais para que estas se possam desenvolver integralmente. A adoção como meio de proteção da infância marcada por fragilidades de vária ordem tem raízes civilizacionais antiquíssimas. A adoção ou a prática social equivalente é recomendada e definida pelos documentos escritos fundadores de várias religiões e civilizações e corresponde a uma preocupação fundante da estrutura social e familiar, nomeadamente da nossa civilização. Esta prática visava, em favor da suficiente harmonia da vida em sociedade, enquadrar e garantir sustento e educação suficientes a crianças afetadas por vicissitudes que impossibilitaram os pais biológicos de exercer na plenitude o seu papel paternal ou maternal.


Os escritos conhecidos das civilizações mais antigas que estabelecem práticas familiares e sociais com preocupação de ordenar a vida humana em sociedade dão atenção particular à proteção dos nascituros em risco de não terem o acompanhamento dos pais biológicos. Esse cuidado com a prescrição de normas para proteger um ser humano que nasce e que precisa de assistência no período frágil da infância é um dos dados fundadores das civilizações que estão na génese da nossa. Embora os modelos de família e de organização social divergissem, em alguns aspetos, daquelas que hoje conhecemos, não divergia o superior desiderato de não deixar que o infortúnio de uma criança sem o apoio dos pais ficasse sem solução ou se tornasse uma fatalidade. Aliás, nesses textos fundadores, a que nos vamos referir analiticamente, verificaremos a consciência de que as sociedades humanas subsistem e perpetuam-se à luz de dois nascimentos: o nascimento biológico para a vida garantido pela maternidade e paternidade de sangue, e o nascimento para a sociedade que implica oferecer educação e meios de subsistência durante a infância. Este último nascimento não é menos importante e menos necessário para a harmonia social e pode ser garantido ou não pelos pais biológicos. Podem também sê-lo pelo que podemos chamar os pais sociais. Assim sendo, a adoção que confere uma paternidade e maternidade solidária e alternativa às regulares dos pais biológicos passa a ter um valor antropológico-social de importância semelhante. Os diferentes sistemas jurídicos procuraram conferir legitimação e ordenação a esta prática supletiva. De acordo com as perspetivas atuais a adoção é uma das vias mais recomendadas que permite a concretização do desejo de se ser pai e mãe e também uma forma de servir o superior interesse da criança.

V

Eduardo Franco


22

dos conteúdos

– pedras vivas Uma paróquia que quer crescer no amor do Coração de Jesus...

Comunidade cristã do Forte da Casa

Há tempos, nestas páginas em que só falo de Pedras Vivas que vão fazendo parte da minha vida, apresentei-te o Pe. Gil, recentemente falecido, pároco do Forte da Casa, uma vila do concelho de Vila Franca de Xira, Patriarcado de Lisboa. E dizia-te que certamente não seria eu a substituí-lo. Na altura estava indigitado para Pároco de Eixo, em Aveiro. Não me perguntes como nem porquê, que não saberia responder-te, mas a verdade é que hoje te escrevo como Pároco do Forte da Casa, que o sou desde o dia 14 de setembro. O que então disse nestas páginas, o posso agora corroborar. E mais, muito mais, porque há muito mais a dizer do que foi dito. Quem chega aqui, à sede da paróquia, depara com um grande complexo paroquial. Pode não encontrar o padre, mas encontra sempre gente, à semana e ao domingo, homens e mulheres, a trabalhar e/ou a rezar, no exterior ou no interior... Os jardins estão cuidados, as grandes instalações paroquiais estão limpas e asseadas. A igreja e a sacristia, tal como todo o seu recheio, nomeadamente as alfaias litúrgicas, estão sempre impecáveis. São um encanto pela decoração e pela limpeza... Há muitas salas e salões, espaços amplos e bem iluminados... Há arruamentos e pátios externos, e há espaçosos átrios, corredores e escadarias. Há duas grandes cozinhas e três bares (sem contar o dos escuteiros). E num átrio interno até há um forno e churrasqueira, onde se fazem petiscos e broa. Há salões com palco para teatro e um auditório em anfiteatro. Há uma carrinha de 9 lugares, oferta do governo civil de Lisboa, para servir as atividades da paróquia. Os escuteiros, mais de 100, também têm aqui a sua sede. Por aqui passam peregrinos para Fátima e Santiago. Todos cá comem e alguns até dormem. Há um grupo chamado SPES (Serviço Paroquial de Entreajuda Social), que está atento aos mais carenciados, indo buscar e distribuindo comida do Banco Alimentar, assim como recolhendo e distribuindo, roupas, calçado, comidas e bebidas, mobília e utensílios, livros e material escolar. Para isso, dispõem de duas salas para armazenagem e distribuição de comidas e dum salão onde funciona a “Loja da Spes”, para a distribuição de tudo o resto...


Uma sala está cedida aos Neocatecúmenos, que

P.e aJosé Gil, scj – dadosa biográficos adaptaram e decoraram seu gosto.

E também há duas capelas mortuárias, para depósito e oração pelos defuntos... E, com tudo isto, sabes quantos/as funcionários/ as tem esta paróquia? Nem imaginas?!... Nem um/a sequer! Como é possível? Também não sei. A verdade é que ainda não senti necessidade de os/as ter, porque gente não tem faltado e desde que cheguei que todos os dias aparece mais alguém a oferecer os seus préstimos e tudo está a funcionar. Estarás a pensar que a atividade duma paróquia é sobretudo de outra ordem: evangelização, catequese, formação, liturgia... Tens toda a razão, mas nisso também não há motivos de queixa. Há um grande grupo de catequistas, há um grupo de reflexão sobre a Palavra de Deus, há bastantes ministros da comunhão e leitores, há um grupo coral para o domingo e outros que vão animando a missa de sábado... Há muitas crianças na catequese e nos escuteiros, há três grupos em preparação para o Crisma, sendo um de adultos. Há alguma preparação para o Batismo. Não há CPM (=preparação para o Matrimónio), porque é feito numa paróquia vizinha... Há um grupo de Neocatecúmenos. E há um grande grupo de pessoas que garantem um dia por semana de adoração ao Santíssimo Sacramento, a quinta feira, das 9h às 22h. E haverá muitas outras coisas que eu ainda irei descobrir, porque cada dia me vão aparecendo novas realidades. Quantas pessoas há em todas estas atividades? Muitas! Muitas mesmo, para glória e honra do Coração de Jesus, que com elas e por elas vai construindo o Seu Reinado, nas almas e nas sociedades. Uma paróquia perfeita? Não, que isso não existe! Não é uma paróquia perfeita, mas uma paróquia que quer crescer no amor do Coração de Jesus, seu Patrono, e no amor ao próximo em quem Jesus se encontra, sobretudo na pessoa dos mais carenciados, disso tenho a certeza! E por saber que isso é mérito também dos meus antecessores (Pe. José Rota, Pe. João Manuel e Pe. José Gil), dou glória a Deus por cada um deles e espero que, com a ajuda de tantas Pedras Vivas que por aqui deixaram, a Paróquia do Forte da Casa conserve a vitalidade que sempre teve e motive outras pessoas a pertencerem a este Povo que Deus ama, e com quem o Coração de Jesus, o Bom Pastor, quer edificar o Seu Reino.

V

António Augusto


24

dos conteúdos

– palavra de vida Desafios que o Senhor nos faz durante o anúncio da Boa Nova do Reino

Gratos e reconhecidos Outubro tem este condão de pôr tudo a mexer: depois da pausa das férias de verão, pelo menos para quem as pode ter, tudo vai voltando à normalidade. O mês de setembro marca a chamada rentrée, mas é o mês de outubro que marca o arranque em definitivo das atividades. É assim nas escolas, nas paróquias e igrejas, no comércio e nas empresas… E não será também assim um pouco em relação à nossa vida pessoal e espiritual? O verão é um bocado anárquico, não há horários, não há programas rígidos a cumprir. Outubro chegado, retomamos horários ritmos e atividades. Já que retomamos os hábitos de antes, façamo-lo também em relação à leitura e reflexão do evangelho. De entre os textos dos domingos deste mês, proponho-vos o do 28º domingo do tempo comum, 13 de outubro (Lc 17, 11-19).

Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservandose a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?» E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».

Mestre, tem compaixão de nós

São Lucas apresenta-nos o episódio dos leprosos que saem ao encontro de Jesus no caminho entre a Samaria e a Galileia. Jesus vai percorrendo os caminhos das cidades e aldeias, anunciando a Boa Nova do Reino, no longo caminho para Jerusalém, para o momento supremo da redenção. Ao longo do caminho Jesus vai anunciando e testemunhando a misericórdia do Pai e são muitos os que vêm ao seu encontro ou que param para O escutar. Muitos desses seguidores e ouvintes fazem parte dos marginalizados, dos que ninguém quer, dos que não entram nas contas da sociedade e dos fiéis do Templo. Estão nesse grupo os leprosos, absolutamente proibidos de se aproximar de quem quer que fosse ou mesmo dirigir palavra a quem passasse. Mas desta vez era Jesus que passava e aqueles homens acreditam que o maldito destino que se abatera sobre eles podia mudar. Jesus não era como os outros, não passava pelo caminho com desprezo ou indiferença, mas com atenção e compaixão. É essa diferença de Jesus que leva aqueles homens a gritar com confiança: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós.


Onde estão os outros que foram curados?

A dor e o desespero unem aqueles 10 homens num mesmo grito de pedido de socorro. Mas já não são iguais na forma como reagem à graça recebida. Apenas um dos 10 voltou atrás para manifestar o reconhecimento e gratidão pelo dom recebido. E era uma espécie de “dois em um”: à maldição da lepra juntava a maldição de ser samaritano! Aos olhos dos “fiéis” da religião, aquele homem não tinha salvação possível. No entanto, ouve de Jesus uma palavra que certamente o encheu de alento: Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou. Esta cena do evangelho de Lucas não está muito distante da realidade da nossa vida. Somos muitos a gritar por compaixão e às vezes muito poucos os que voltamos para agradecer os dons, bênçãos e graças que o Senhor nos concede, mesmo sem lhos pedirmos. O Senhor espera que a nossa fé nos conceda a confiança suficiente para pedir ajuda e a força bastante para louvar e agradecer e a arrastar com o nosso exemplo os nossos irmãos para esta atitude de reconhecimento da presença constante de Deus nos caminhos da nossa vida. Que a Virgem Maria, Senhora do Rosário, que invocamos particularmente neste mês, nos sirva de exemplo e modelo e faça de nós missionários da gratidão e do louvor ao Senhor da misericórdia e do amor.

V

José Agostinho Sousa


26– leituras

dos conteúdos

Celebrações em jogral para grupos e leitores individuais

Com o Credo Professar a fé

A presente publicação vem no seguimento da proposta do Papa Bento XVI para celebrar e viver o Ano da Fé, tendo em conta diversas circunstâncias da vida da Igreja, como os 50 anos de início da abertura do Concílio Vaticano II e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica, num certo ambiente de esmorecimento da prática da fé cristã. Bento XVI sugeriu que se fosse ao fundo da questão e à raiz do problema, para se encontrarem as soluções profundas no sentido de a Igreja renovar a sua fidelidade ao seu único Senhor: «o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo» (Carta apostólica Porta Fidei, 6). Nessa prioridade Bento XVI elencou uma série de preciosas indicações das quais destaco três dinamismos no contexto da proclamação da fé: celebrar a fé com dignidade e fecundidade nas casas e famílias, nas catedrais e igrejas, nas comunidades paroquiais e nas comunidades religiosas; professar, celebrar, viver e rezar a fé na liturgia (Eucaristia) e no testemunho (compromisso); viver a fé como encontro com uma Pessoa que vive na Igreja, qual dinamismo do Catecismo da Igreja Católica. É neste horizonte que a Igreja sempre professou a fé vivida, desde as primeiras fórmulas densamente abreviadas até às atuais fórmulas mais explicitamente elaboradas. Esta publicação pretende apresentar, em forma orantemente dialogada, a profissão de fé no Antigo Testamento, no Novo Testamento e na vida da Igreja. Contém ainda uma boa parte introdutória assim como uma parte conclusiva em que a fé convida a um profundo olhar contemplativo de Deus. Antes desta celebração conclusiva, inclui ainda a apresentação do extenso Credo do Povo de Deus, em que Paulo VI procura elencar, de forma organicamente exaustiva, todas as verdades proclamadas nos vinte e um concílios ecuménicos da história da Igreja. Manuel Joaquim Gomes Barbosa, scj


A Igreja tem muitas orações significativas e fundamentais. Elaboraram-se muitas formulações da profissão de fé. O Credo é uma das principais. O Credo é o núcleo da fé cristã. A fé é como o coração (de sístole e diástole), que depois de acolhida, aprendida, compreendida e interiorizada, é proclamada e confessada O Credo tem as suas raízes na Bíblia. É vinculante para o crente e é oração da comunidade, da unidade. Muitas pessoas não sabem que, para chegarmos aos dois credos oficiais da Igreja Católica, esta oração teve um grande percurso iniciado na fé do Povo de Israel, escrita nos livros do Antigo Testamento. O Novo Testamento está carregado de pequenas fórmulas de fé. (At 2, 22-36). Este texto apontado é a segunda parte do discurso de Pedro; o querigma, o essencial da fé cristã. Há quem diga que era decorado pelos catecúmenos que se preparavam para o batismo. Deus confiou Jesus Cristo à humanidade que o matou. Deus ressuscitou-o. Podemos afirmar que o versículo trinta e seis resume o essencial. Deus estabeleceu como Messias e Senhor, este Jesus a quem vós crucificastes. Assim, a fórmula original da fé cristã refere que Jesus é o Senhor. O Credo começa com as três perguntas sobre as três pessoas da Santíssima Trindade. Depois, foi aumentando, ao longo da história da Igreja, para responder a algumas heresias doutrinais, sobretudo em relação ao Filho e ao Espírito Santo. Depois de tantas formulações, a Igreja aprovou duas fórmulas: o Símbolo dos Apóstolos e o Credo Niceno-Constantinopolitano. O Símbolo dos Apóstolos é mais pequeno e o de Niceia-Constantinopla é chamado o credo grande. Na zona oriental, quando cada bispo entrava na diocese, entregava um credo novo. Com o Concílio de Niceia, ficaram fixos apenas os dois credos, referidos anteriormente. No início, além dos símbolos dos apóstolos, colocámos duas orações: Angelus e Vinde, Espírito Santo. Esta pequena obra aparece em jogral, em vozes, em diálogo, para poder ser feita em grupos, participativa, mas também, individualmente, para que cada pessoa possa fazer uma leitura com calma e meditada. É um texto para grupos de crianças, jovens e adultos leigos e consagrados. É um texto para jovens e adultos, individualmente, aprofundarem o Credo da Igreja. É um texto que pode ser útil às famílias como reflexão e oração. Este texto pode ser proclamado, seguidamente, ou então, pode selecionar-se apenas uma ou duas celebrações para cada encontro.

V

Adérito Barbosa


28– dossier mês missionário dos conteúdos

Estratos da mensagem do papa para o Dia Mundial das Missões

Ano da fé “A fé é um dom precioso de Deus, que abre a nossa mente para O podermos conhecer e amar. Ele quer entrar em relação connosco, para nos fazer participantes da sua própria vida e encher plenamente a nossa vida de significado, tornando-a melhor e mais bela. Deus nos ama! Mas a fé pede para ser acolhida, ou seja, pede a nossa resposta pessoal, a coragem de nos confiarmos a Deus e vivermos o seu amor, agradecidos pela sua infinita misericórdia. Trata-se de um dom que não está reservado a poucos, mas é oferecido a todos com generosidade: todos deveriam poder experimentar a alegria de se sentirem amados por Deus, a alegria da salvação. E é um dom que não se pode conservar exclusivamente para si mesmo, mas deve ser partilhado; se o quisermos conservar apenas para nós mesmos, tornamo-nos cristãos isolados, estéreis e combalidos. O anúncio do Evangelho é um dever que brota do próprio ser discípulo de Cristo e um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja. «O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial» (Bento XVI, Exort. ap. Verbum Domini, 95).”

“A missionariedade não é questão apenas de territórios geográficos, mas de povos, culturas e indivíduos, precisamente porque os «confins» da fé não atravessam apenas lugares e tradições humanas, mas o coração de cada homem e mulher. O Concílio Vaticano II pôs em evidência de modo especial como seja próprio de cada baptizado e de todas as comunidades cristãs o dever missionário, o dever de alargar os confins da fé: «Como o Povo de Deus vive em comunidades, sobretudo diocesanas e paroquiais, e é nelas que, de certo modo, se torna visível, pertence a estas dar também testemunho de Cristo perante as nações» (Decr. Ad gentes, 37). Por isso, cada comunidade é interpelada e convidada a assumir o mandato, confiado por Jesus aos Apóstolos, de ser suas «testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo» (Act 1, 8); e isso, não como um aspecto secundário da vida cristã, mas um aspecto essencial: todos somos enviados pelas estradas do mundo para caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e fazendo-nos arautos do seu Evangelho.”


“Devemos sempre ter a coragem e a alegria de propor, com respeito, o encontro com Cristo e de nos fazermos portadores do seu Evangelho; Jesus veio ao nosso meio para nos indicar o caminho da salvação e confiou, também a nós, a missão de a fazer conhecer a todos, até aos confins do mundo. Com frequência, vemos que a violência, a mentira, o erro é que são colocados em evidência e propostos. É urgente fazer resplandecer, no nosso tempo, a vida boa do Evangelho pelo anúncio e o testemunho, e isso dentro da Igreja. Porque, nesta perspectiva, é importante não esquecer jamais um princípio fundamental para todo o evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar nunca é um acto isolado, individual, privado, mas sempre eclesial.”

“A própria convivência humana está marcada por tensões e conflitos, que provocam insegurança e dificultam o caminho para uma paz estável. Nesta complexa situação, onde o horizonte do presente e do futuro parecem atravessados por nuvens ameaçadoras, tornase ainda mais urgente levar corajosamente a todas as realidades o Evangelho de Cristo, que é anúncio de esperança, de reconciliação, de comunhão, anúncio da proximidade de Deus, da sua misericórdia, da sua salvação, anúncio de que a força de amor de Deus é capaz de vencer as trevas do mal e guiar pelo caminho do bem. O homem do nosso tempo necessita de uma luz segura que ilumine a sua estrada e que só o encontro com Cristo lhe pode dar. Com o nosso testemunho de amor, levemos a este mundo a esperança que nos dá a fé! A missionariedade da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida que ilumina o caminho, que traz esperança e amor. A Igreja – repito mais uma vez – não é uma organização assistencial, uma empresa, uma ONG, mas uma comunidade de pessoas, animadas pela acção do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam partilhar esta experiência de profunda alegria, partilhar a Mensagem de salvação que o Senhor nos trouxe. É justamente o Espírito Santo que guia a Igreja neste caminho.”

“Por fim, o meu pensamento vai para os cristãos que, em várias partes do mundo, encontram dificuldade em professar abertamente a própria fé e ver reconhecido o direito a vivê-la dignamente. São nossos irmãos e irmãs, testemunhas corajosas – ainda mais numerosas do que os mártires nos primeiros séculos – que suportam com perseverança apostólica as várias formas actuais de perseguição. Não poucos arriscam a própria vida para permanecer fiéis ao Evangelho de Cristo. Desejo assegurar que estou unido, pela oração, às pessoas, às famílias e às comunidades que sofrem violência e intolerância, e repito-lhes as palavras consoladoras de Jesus: «Tende confiança, Eu já venci o mundo» (Jo 16, 33).”


dos conteúdos

30– dossier mês missionário

, a n r e t a i r á n o i s s i m a j e r Uma Ig s e r b o p s o pobre e para Mensagem da Comissão Episcopal das Missões

1. A Igreja de ontem, de hoje e de sempre, tem de ter os traços do rosto de Jesus Cristo, bom e belo pastor. Tem de ser, portanto, filial e fraterna, afectuosa e terna, próxima e acolhedora, casa de Deus no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas, como bem a retratou o Beato Papa João Paulo II na Catechesi tradendae (1979), nº 67, e na Christifideles Laici (1988), n.º 26, e como saiu da paleta de tintas do Autor do Livro dos Actos dos Apóstolos, que nos mostrou uma Igreja bela, permanentemente à escuta da Palavra de Deus, aberta à comunhão, à fracção do pão e à oração (Actos 2,42-47; 4,32-35; 5,12-15), átrio permanente de fraternidade aberto ao mundo, de modo a ser e transparecer uma Igreja jovem, leve e bela, de tal modo jovem, leve e bela, que as pessoas lutavam por entrar nela. Na verdade, crescia, crescia, crescia, dia após dia. 2. O Papa Francisco escreveu a sua primeira Mensagem para o Dia Missionário Mundial, a celebrar pela Igreja inteira no próximo dia 20 de Outubro, em pleno Ano da Fé. Por isso, o Papa articula o dom da fé, em que Deus vem ao encontro dos seus filhos com um amor ardente, reclamando de nós uma resposta ardente, que passará sempre pelo mais simples e mais comovente anúncio de que a Igreja é devedora ao homem: todos somos amados por Deus. Para fazer este anúncio, essencial e não secundário, a Igreja tem de sair de si e de ir sempre até aos confins do mundo, até às periferias existenciais. O Papa Francisco toca assim temas que lhe são queridos, e mobiliza a Igreja inteira – bispos, presbíteros, consagrados, conselhos presbiterais e pastorais, todas as pessoas e todos os grupos –, para entrarem naquela «doce e reconfortante alegria de evangelizar», frase com que o Papa Francisco termina a sua Mensagem, e que já por mais de uma vez pediu emprestada a Paulo VI (Evangelii Nuntiandi, 80). Quer o Papa que a dimensão missionária não fique esquecida ou marginalizada. Ela deve ficar inscrita no coração de cada homem e de cada mulher, mas também em todos os programas pastorais e formativos.

3. E aí está, cravada no texto da Mensagem, outra ideia cara ao Papa Francisco: envolvida por este amor primeiro, a Igreja não pode ter o estilo e o método de uma empresa ou de uma ONG, pois deve saber que é uma comunidade de pessoas, animada pelo dinamismo do Espírito, que vive com alegria e espanto de Jesus Cristo e com Jesus Cristo, que não pode guardar só para si, mas transmitir a todos os homens. 4. «Evangelizar – escreveu com vigor e amor Paulo VI – constitui, de facto, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda» (Evangelii Nuntiandi, 14). É por este caminho que a Igreja peregrina se compreenderá a si mesma como enviada e anunciadora, completamente vinculada ao seu Senhor (João 20,21), não seduzida pela novidade da última moda, mas bem assente na fidelidade ao seu Senhor, traduzida no dom total de si mesma, num estilo de vida pobre, humilde, despojado, feliz, apaixonado, ousado, próximo e dedicado. Sim, é Jesus Cristo, morto às nossas mãos, ressuscitado às mãos do Pai, o único fundamento posto para sempre por Deus (1 Cor 3,11). Preocupemo-nos então com o fundamento, e não passemos o nosso tempo, como os atenienses, sempre à espera das últimas novidades (Act 17,21). 5. Passa por aqui o caminho e o rosto da Igreja, que tem de fazer a memória do seu Senhor, configurando-se com o seu Senhor e transfigurando-se no seu Senhor. Impõe-se, portanto, uma verdadeira conversão do coração, e não apenas uma mudança de verniz. Ao estilo do Papa Francisco, precisamos de anunciadores do Evangelho pobres e leves, sem ouro, prata, cobre, bolsas, duas túnicas (Mt 19,9-10; Mc 6,6-9; Lc 9,3-4). Sim, foram assim os Santos, que se esforçaram tanto, e com tanta alegria, por ser pobres e humildes, enquanto nós nos vamos esforçando tanto, e com tristeza (Mt 19,22; Mc 10,22; Lc 18,23), por ser ricose importantes!

V

D. António Couto



32– sobre a fé dos conteúdos

Enciclica do papa Francisco sobre a fé: “Lumen fidei”

A luz da fé A iniciar o período de verão e quase a terminar o Ano da Fé, a Igreja recebeu a primeira Encíclica do Papa Francisco, que, segundo a sua própria expressão, foi escrita a “quatro mãos”, reconhecendo assim, que o documento tem o precioso contributo do seu antecessor, o papa emérito Bento XVI. A sua publicação, apesar de antecipadamente anunciada, passou quase despercebida para a maior parte das pessoas, mesmo para alguns católicos. Todavia, trata-se dum monumental documento, uma bela meditação sobre a primeira virtude teologal, que a tradição da Igreja designou com a expressão Luz da Fé, para falar desse grande dom trazido por Jesus. Numa rápida abordagem ao documento, destaco três notas que me parecem fundamentais. Primeiramente a indicação de que a fé ilumina a vida, a vida quotidiana, enchendo-a de sentido e de grandeza espiritual. Na verdade, como refere o texto, “quem acredita, vê; vê com uma luz que ilumina todo o percurso da estrada, porque nos vem de Cristo ressuscitado.” (nº 1). Trata-se, portanto, na óptica do papa, duma luz a ser constantemente redescoberta, “pois a luz da fé possui um carácter singular, porque é capaz de iluminar toda a existência do homem. A fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida. Transformados por este amor, recebemos olhos novos e experimentamos que há nele uma grande promessa de plenitude e se nos abre a visão do futuro. A fé que recebemos de Deus como dom sobrenatural, aparece-nos como luz para a estrada, orientando os nossos passos no tempo. Por um lado, provém do passado: é luz duma memória basilar – a da vida de Jesus -, onde o seu amor se manifestou plenamente fiável, capaz de vencer a morte. Mas, por outro lado e ao mesmo tempo, dado que Cristo ressuscitou e nos atrai de além da morte, a fé é luz que vem do futuro, que descerra diante de nós horizontes grandes e nos leva a ultrapassar o nosso “eu” isolado, abrindo-o à amplitude da comunhão. Deste modo, compreendemos que a fé não mora na escuridão, mas é uma luz para as nossas trevas” (nº 4).


Uma segunda nota a ressaltar da encíclica é a importância que é dada ao tema da transmissão da fé. Sendo a fé um dom (oferta) para nós (e que por nós foi e é recebido), ela é também um dom (oferta) que deve ser vivido, celebrado em Igreja e transmitido aos outros com alegria. Na verdade, “é impossível crer sozinhos”, afirma o papa, e só é “possível responder ‘creio’, na primeira pessoa, porque se pertence a uma comunidade grande, dizendo também ‘cremos’ (…). Por isso quem crê nunca está sozinho; e, pela mesma razão, a fé tende a difundir-se, a convidar outros para a sua alegria” (nº39). Assim, continua o papa, “como sucede em cada família, a Igreja transmite aos seus filhos o conteúdo da sua memória (…) e aquilo que se comunica na Igreja, o que se transmite na sua Tradição viva é a luz nova que nasce do encontro com o Deus vivo, uma luz que toca a pessoa no seu íntimo, no coração, envolvendo a sua mente, vontade e afectividade, abrindo-a a relações vivas na comunhão com Deus e com os outros” (nº 40). Os verbos utilizados aqui, indicam os sacramentos, como celebrações e sinais (sacramentos) da fé. Neles, dá-se o encontro entre Deus e nós; neles somos tocados; neles somos totalmente envolvidos pela graça, sempre gratuita, e neles nos dilatamos às dimensões de Deus e do mundo, a que somos enviados e chamados a servir, transformado-o por dentro.

O terceiro e último aspecto que queremos salientar da encíclica tem que ver com a relação entre a fé e o mundo, sobre a fé e a sociedade. Aqui também a fé é luz para a vida da sociedade e tem que ver com o bem comum (Cf. nº 50-55). Segundo, o papa, a “fé ensina-nos a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim, que a luz do rosto de Deus me ilumina através do rosto do irmão” (nº54). Na verdade, a fé está ligada à prática do bem e do amor, “a luz da fé coloca-se ao serviço concreto da justiça, do direito e da paz. A fé não afasta do mundo, nem é alheia ao esforço concreto dos nossos contemporâneos. (…) Por isso, a fé é um bem para todos, um bem comum: a sua luz não ilumina apenas o âmbito da Igreja nem serve somente para construir uma cidade eterna no além, mas ajuda também a construir as nossas sociedades de modo que caminhem para um futuro de esperança” (nº51). Por fim, “a fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir um grande chamamento – a vocação ao amor – e assegura que este amor e fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade” (nº 53). Em suma, pelo que se pode ver, trata-se dum texto a revisitar sempre para esclarecer e iluminar a nossa própria fé, tornando-a luz a indicar sempre o caminho, nosso e dos outros.

V

Nélio Gouveia


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do mundo

– outro ângulo Ser mãe... a prioridade de amar os filhos!

“Sou mãe e...?”

Por várias vezes tentei e quis escrever este artigo antecipadamente. Ainda mais nesta primeira edição do nosso novo diretor! Mas quando acho que vou aproveitar um, aparente, belo soninhos da nossa Madalena eis que... a princesa rapidamente acorda! E dou por mim, exausta, numa correria constante como se não quisesse que eu, os meus amigos, familiares, colegas de trabalhos e chefes se apercebam que a minha vida mudou. Penso que falo por todas as mães de hoje que sentem-se na obrigação, e querem mesmo, ser e estar a 100% em tudo... será mesmo possível? Somos mães: sei que é cliché, mas só quem passa pela experiencia sabe. No entanto, por mais incrível que possa parecer, ser mãe é o que custa menos e não tem mesmo nada com Maternalismo. O mais complicado é fazer todos os esforços para não alterarmos as nossas rotinas, não adiarmos os nossos sonhos e objetivos. Porque felizmente, não podemos ser pura e simplesmente mães. Somos mães-mulheres que passaram por uma enorme alteração física e emocional, mas na mesma sentimos a obrigação de ficarmos logo em forma, caso contrário somos “as descuidadas”. Tem de haver disponibilidade para correr, tonificar glúteos, ancas, pernas... Para não falar na maquilhagem, o cabelo, a roupa, os acessórios, saúde dentária, dermatologia, ginecologia... ou seja tudo para continuarmos a ser saudáveis e interessantes... e tudo com mais uma elemento no agregado e com o mesmo, ou menos, orçamento. Somos mães-mulheres-esposas/namoradas, bem... isso então, muitas vezes, pensamos que é a última das nossas tarefas. E pensamos mal! A minha solidariedade para com os pais! Acreditem, não fazemos mesmo por mal! Somos mães-mulheres-esposas-trabalhadoras: mesmo com redução de horário, que é um direito, sentimos o dever de sermos igualmente produtivas e quem sabe fazer um esforço ainda maior, com o medo constante de sermos chamadas à atenção ou quem sabe as próximas a ser despedidas. Para além disso, temos de estar constantemente atualizadas, o que implica disponibilidade para a pesquisa, inovação, novas formações... Entidades patronais, se querem pessoal trabalhador, contratem mães!

Somos mulheres-mães-esposas-trabalhadoras-filhas e irmãs: são o grande pilar da nossa saúde mental e merecem todo o nosso apoio, mas nem sempre estamos tão disponíveis como queríamos. Que isso nunca coloque em causa o nosso amor e respeito para com os nossos pais e irmãos. Somos mulheres-mães-esposas-trabalhadoras-filhas e irmãs-amigas que continuam a gostar de sair, de descomprimir, estar com quem nos sentimos bem. No entanto, o tempo é contado. Se antes bastavam 10 min. para nos arranjarmos, temos de pensar em tudo com 10 dias de antecedência (com quem vai ficar a Madalena? como vou lá pô-la ou a que horas consigo deixala? arranjar-lhe o comer, a roupa para o possível frio, sol, chuva, vento...). Quando chegamos ao local combinado, estamos mais que exaustas e saímos mais cedo do que o combinado. “Oh Alicia, mas podes levá-la contigo!” Claro, mas digam adeus às conversas com principio meio e fim, ao cafezinho quente ou apreciar aquela comida saborosa que fizeste com tanto amor e carinho. Amigos e amigas, por mais vezes que tenhamos que dizer que não, ou desmarcar em cima da hora, porque aconteceu um contratempo ou termos que sair mais cedo, não se esqueçam de nós! Não imaginam a importância que têm para nos lembrarmos de quem realmente somos! Somos mulheres-mães-esposas-trabalhadoras-filhas e irmãs-amigas-de uma sociedade ativa, portanto casa-trabalho trabalho-casa começa a cansar... vamos recomeçar e voltar a lutar por boas causas! Ao mesmo tempo que este corre-corre surge do receio de ser esquecida, ultrapassada, desconsiderada e vista como pouco disponível/produtiva, futuramente, será benéfico. Afinal de contas os nossos filhos terão de seguir a sua vida e nós a nossa! Não há realmente tempo para tudo. Está na hora de fazer melhores opções, e a nossa prioridade será amar os nosso filhos, mas a nossa vida não vai, nem pode parar!

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Alícia Teixeira


do mundo

nuances musicais – Preservar a nossa lingua e cultuta...

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Cantar em Português A preservação da nossa língua é hoje justificada pela necessidade de enaltecer a cultura e as tradições herdadas dos nossos antepassados. Sem impor um modelo separatista em relação à feroz imposição da língua inglesa nos mercados comerciais e artísticos é de realçar o facto de nos acostumarmos cada vez mais a ela, estando cada vez mais presente nas nossas conversas e em diversos objetos que nos acompanham no nosso dia a dia. Os motivos que levam os artistas a imporem o português como língua oficial das suas canções não são sempre o dever missionário de propagar e manter viva a nossa língua da nossa pátria. A apreciação do mercado a que se destina e o tipo de música que compõem são fatores relevantes na escolha. No entanto, existem modelos composicionais que se adaptam a qualquer uma das línguas, havendo até versões das mesma música nas duas línguas e até indo mais longe, ou não, fazendo versões bilíngue. Aparentemente a escolha da língua inglesa supõem uma aposta na internacionalização, e até certo ponto resulta, tendo em conta que o grupo mais internacional português canta em inglês. Porém, existe o assumir gostar mais do inglês independentemente da adesão do exterior à música proposta. E até há uma certa coerência

na escolha, apesar de vermos grupos portugueses muito bons a cantar em inglês e sempre nos perguntamos: porque não têm uma carreira internacional? São muito melhores do que alguns famosos consolidados em todas as playlists do canais de música internacional. Apesar de ser unânime a necessidade de preservar e divulgar a nossa língua, o certo é que, apesar do português ser a quinta língua mais falada no mundo, a tradição internacional da língua inglesa em canções ofusca qualquer nicho que por vezes tenta impor-se neste universo. O exemplo mais flagrante é “Festival Eurovisão da Canção” que já foi referido num artigo anterior. Lá, quase só ganha quem canta em inglês. Tendo em conta que os juris são pessoas dos vários países concorrentes torna-se óbvio que a língua inglesa soa melhor ao ouvido, deixando cair por terra excelentes letras e composições que são cada vez mais deixadas ao abandono. E neste abandono envolvo, claro, composições portuguesas mais recentes que têm a qualidade de “E depois do Adeus”, “Tourada” ou “Lusitana Paixão”.

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Florentino Franco


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do mundo

– novos mundos

ALFS

Caro leitor, acabaram-se as férias! Passaram a voar… Agora é tempo de regresso a aulas, ou ao trabalho. Trago-te uma notícia caso sejas aluno, professor, ou um leitor curioso com novidades tecnológicas. Já falei neste tipo de óculos, mas a inovação é, agora, maior. É provável que o professor não fique propriamente com um ar inteligente com estes novos óculos, mas vai ficar a perceber melhor o que se passa na sala de aula. Foi criado por engenheiros da Universidade Carlos III, Madrid, e está preparado para um professor que dê aulas a um grande número de alunos. Não tem, ainda, o aspeto devido, mas que funciona, funciona! Tem o nome de ALFS (Augmented Lecture Feedback System), um sistema de realidade aumentada para dar feedback ao professor. O dito professor terá acesso, através dos óculos, a símbolos acima da cabeça de cada aluno. Os símbolos indicam o “estado” do aluno. “Esses símbolos são ativados pelos próprios alunos através dos seus telemóveis, e são usados para informaro professor que eles não entenderam a explicação, ou que entenderam. Podem indicar que querem que o professor avance mais devagar, ou para dizer se sabem ou não a resposta para a pergunta que o professor acaba de fazer…”, explica Telmo Zarraonandia, um dos criadores dos óculos.

Desta forma, olhando simplesmente para o símbolo de um aluno, mostrado acima da sua cabeça, o professor sabe exatamente o que o aluno deseja. Além disso, na parte superior dos óculos, o sistema mostra um diagrama com o total das respostas dadas pelos alunos, o que pode ser particularmente útil em salas cheias de alunos. A ideia dos Engenheiros é integrar, posteriormente, o sistema do Google Glass que já te trouxe cá. Neste caso, seria uma tecnologia sem precedentes e que viria a melhorar em grande escala o ensino e a aprendizagem por ambas as partes. E aproveitando o espaço, dou as boas vindas ao novo Diretor d’ A Folha dos Valentes, Pe. Juan Noite! Será um prazer trabalhar consigo.

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André Teixeira


do mundo

minha rede –

a b e d o Criaçã

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a d a h n e nda des

Olá mais uma vez, amigos leitores valentes. O acesso democratizado à Internet permite-nos, hoje em dia, a utilização de ferramentas digitais para a concretização de tarefas que outrora seriam impensáveis. Neste número da revista, apresento-vos o ToonDoo que serve, nem mais nem menos, para a criação de quadradinhos de banda desenhada e respectiva publicação, por exemplo numa página ou num blogue. Esta ferramenta permite a criação de histórias, tiras e cartoons ao gosto de cada um. É um software online gratuito em língua inglesa, com o qual se pode conceber personagens personalizadas ou utilizar uma série delas já disponíveis. As tiras podem ser também personalizadas através da escolha de cenários e objetos disponibilizados no menu. Mas, primeiro que tudo, é necessário o registo no sítio http://www.toondoo.com/. Depois é só escolher o aspecto da tira de banda desenhada que vamos criar e o número de quadradinhos. A partir da aí a imaginação dá o mote. Apesar de o programa se encontrar em inglês, é muito fácil e intuitivo, uma vez que os menus têm imagens associadas a cada tipo de ação possível. Com as tiras já planeadas, qualquer criativo pode adicionar, a partir dos menus, os elementos adequados à sua “história”, desde personagens, fundos, objetos ou balões de fala com um simples gesto de “clicar e arrastar” para o local desejado. O menu de ferramentas permite gerar ou alterar o figurino à semelhança de um qualquer software de desenho ou texto, conforme as ações desejadas. As bandas, ou tiras, podem ser guardadas sendo pedido que se atribua um título, uma breve des-

crição, palavras-chave, definição de privacidade (público, amigos, privado) e a possibilidade de edição por parte de outros. Há ainda uma série de opções disponíveis, nomeadamente: o DoodleR, que permite a edição de desenhos de forma semelhante ao “Paint”; o TraitR, que admite a criação do nosso ToonDoo avatar que depois pode ser utilizado nas bandas desenhadas através de uma galeria de imagens onde pode ser guardado; o ImagineR, com o qual se pode carregar as nossas próprias fotos e alterá-las com efeitos de cartoon; temos também o Completoons, em que somos desafiados a comentar ou preencher balões de fala de outros utilizadores. Finalmente, falta só referir que, concluídos os trabalhos, podemos imprimir, enviar por correio electrónico ou partilhar em páginas, blogues ou redes sociais através de um código html criado para o efeito. Para os mais curiosos e não só, fica aqui a sugestão de visitarem o ToonDoo e descobrirem as possibilidades de diversão.

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Victor Vieira


38– jd porto da juventude

FM Besteiros 2013

Férias Missionárias 2013

A Missão é um chamamento que nos leva a atingir um objetivo, não maioritariamente individual, mas também para a comunidade. E foi a esse chamamento que 35 jovens oriundos de vários pontos do país (Besteiros, Cristelo, Gandra, Louredo, Oliveira do Douro, Porto, Torreira, V. N. de Gaia e Vilela) ouviram o chamamento para a Missão, as Férias Missionárias, que se realizaram de 20 a 29 de Julho em Besteiros. Alguns de nós já partilham esta experiência há vários anos e outros pela primeira vez embarcaram nesta semana repleta de emoções e novas lições para as nossas vidas, com a orientação Pe. Paulo Vieira e Ir. Maria José. O lema destas FM foi “A Fé ou se apega ou se apaga”. Os testemunhos de vida e fé do Pe. Paulo Vieira e da Ir. Maria José, mostraram-nos um modo de vida possível à imagem de Deus, em Comunidade e Missão. Ao longo desta semana a Fé foi celebrada de diversas formas desde a Oração da Manhã, Terço, Eucaristia seguida de Adoração, Encontros da Noite direcionados para a comunidade e com diferentes dinâmicas terminando cada dia com a Oração da Noite. Os diversos temas abordados nos Encontros da Noite começaram com o tema “Ser Família” (segunda feira dia 22), centrado no exemplo de família de José, Maria e Jesus. Nos dias seguintes os temas abordados foram “Ser Catequista”, “Ser Igreja” e “Ser Sábio”. Na quarta-feira, dia 24, proporcionamos um convívio com idosos, cujo tema, incidia em “ser solidário”. Para os idosos que lhes foi impossibilitada a presença neste convívio, no dia seguinte (dia 25), em pequenos grupos dirigimo-nos às residências de modo a passarem algum tempo com estes, sendo proporcionados momentos de partilha de experiências de vida bem como algumas gargalhadas. Nessa mesma noite deslocamo-nos à comunidade de Sobrosa. Na sexta-feira, dia 26, fizemos uma caminhada, em que passamos por vários pontos de interesse nos arredores de Besteiros. Tendo passagem por Beire onde ficamos a conhecer a lenda que se esconde por de trás do conhecido Santo de Beire, bem como pela capela de Santiago. Finalizada a caminhada recarregamos baterias para o Rio in Douro que decorreu nos dias 27 e 28 de julho no Porto. Das experiencias vivas e marcantes desta semana para o grupo destaca-se o Rio in Douro. Foi um momento de grande partilha, diversão e oração, com ligação às Jornadas Mundiais da Juventude, no Rio de Janeiro. Destacamos a Vigília feita na noite de Sábado

que nos encheu a alma e o coração, como também a Eucaristia no domingo. O momento de despedida do Rio in Douro não poderia ter sido mais especial, em que os mais de 2500 jovens presentes dançaram ao som do hino deste ano que acompanhou as Jornadas Mundiais da Juventude e o Rio in Douro, “Vem caminha nesta estrada”. Para os estreantes nas Férias Missionárias ficou a experiência que deu outro rumo à vida e a vontade de voltar a repetir. A Fé neste grupo apegou-se e levamos as lições e ensinamentos para que o fogo que nos enche o coração e faz seguir o caminho de Deus não se apague. Levamos os exemplos para que nas nossas vidas possamos cada vez mais marcar a diferença como discípulos de Deus e anunciadores da Sua palavra. Como referiu o Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude: “Ide, sem medo, para servir”.

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Cátia Sofia Rodrigues



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da juventude

– jd porto Lançamento das atividades da JD Porto

No passado dia 22 de setembro, realizou-se mais um encontro da Juventude Dehoniana, as Valentíadas. O ponto de encontro foi em Betânia à 9h30. Vieram pessoas de vários locais: Besteiros, Cristelo, Gandra, Paços Ferreira, Vila Nova de Gaia e Torreira. Estavam cerca de 40 jovens todos com o alento de passarem um dia de descontração sempre na presença de Jesus Cristo. Iniciou-se o encontro com uma apresentação feita no exterior, cada participante tinha que dizer o seu nome ou o nome da pessoa do lado segundo as orientações dum “atira bolas” que ia atirando uma bola de ténis e ditando as regras. Foi uma forma singela de apresentação que fez descontrair um pouco, pôr-nos à vontade uns com os outros e também dar algumas gargalhadas por as bolas saírem um pouco mais ao lado do que deviam… Sucedeu-se a visualização de um vídeo das Férias Missionárias realizadas em Besteiros. Foram recordados pequenos pedaços das nossas vidas daquela semana, momentos que não saírão das nossas memórias. Após a visualização do vídeo, nove pessoas falaram de cada dia desta semana, o que sentiram e o que levaram desta semana para as suas paróquias e vidas. Após um momento de convívio e de conhecerem os cantos à casa já eram horas de alimentarmonos. Foram partilhados alimentos, alegrias e muito boa disposição. Durante a tarde foram feitos vários jogos: o da

Valentiadas 2013

tesoura cruzada ou descruzada, o de comer uma bolacha que se tinha na testa, o de empilhar garrafas, o atira fósforos e por fim o mais esperado “A Caça ao Tesouro”. Formaram-se quatro equipas e cada equipa em cada jogo arrecadava pontos dependendo se a sua prova fosse ou não superada. Às 16h participamos ativamente na Eucaristia em Betânia, fizemos também o momento de envio na Ação de Graças. Simbolizando o arranque do novo ano que tem como lema “A Paz é Contigo!” foi entregue a cada participante uma pomba feita em origami com esse lema. No final da Celebração seguiu-se o lanche e a entrega de prémios aos vencedores dos jogos realizados durante a tarde. O balanço desta atividade foi bastante positivo. Tal como na nossa vida, há momentos para tudo, momentos para brincar, momentos para conversar, momentos para darmos atenção ao próximo e momentos de oração. Se conseguirmos transpor estas formas de agir para a nossa vida do dia a dia, sem dúvida que seremos pessoas melhores e viveremos mais. Para mim, em particular, foi um dia muito especial, pois foi o dia do meu aniversário e fui acarinhada por todos que me fizeram uma grande surpresa. Um obrigada a todos vós que participaram nesta atividade e que fizeram com que a comemoração do meu 22º aniversário fosse a mais especial que alguma vez tenha tido. Obrigado e “A Paz é Contigo!”.

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Filipa Freire



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do mundo

– jd-Madeira

Tive oportunidade de participar na tão falada atividade da JD Madeira, em volto do Contemplar das Estrelas. Fomos 14 participantes, de várias partes da ilha. Nesta atividade consegui pôr-me a prova. Consegui escutar, saborear, cheirar, confiar e contemplar Deus. Consegui encontrar-me e ver o que é o meu limite e também com esforço, dedicação e fé, consegui obter os meus objetivos para esta atividade. Gostei imenso de ver as estrelas, senti-me no céu ao ter subido até o ponto mais alto da Madeira, ao ver o céu com algumas estrelas a cintilar senti que estava ligada a quem já cá não permanece. Para finalizar em grande, um lindíssimo nascer do sol. Foi a primeira vez que o presenciei e fiquei maravilhada com tal coisa. Quero agradecer à Juventude Dehoniana da Madeira e a todos aqueles que participaram nesta atividade. Gostei imenso de a ter feito e espero voltar a realizar mais atividades com estes jovens e esta espiritualidade.

V

Tânia Camacho


da juventude

jd-Madeira –

Despedida do Pe. Juan

No passado dia 7 de Setembro culminaram as preparações e o segredo muito bem guardado pela ALVD, JD Madeira, Grupo de Jovens da Camacha e a comunidade religiosa do Colégio Missionário. Em conjunto, preparou-se uma despedida digna daquela pessoa que foi presença ativa e exemplo de cordialidade para todos nós, ao longo dos 10 anos da sua permanência na Madeira. Descansado da vida, o Pe. Juan chegou ao Colégio para celebrar a Eucaristia, quando se deparou com o Grupo de Jovens da Camacha, elementos da ALVD e JD que animaram e dinamizaram com cânticos, ofertório animado por um cântico em lomwe e um momento de ação de graças especial. As surpresas não ficaram por aqui, pois o Pe. Juan dirigiu-se ao refeitório para jantar com os seus confrades, como de costume, e viu o local todo enfeitado, com elementos dos vários grupos que prepararam a ementa e momentos de diversão, para a refeição de despedida. A animação com alguns vídeos relatando situações caricatas com o Pe. Juan, testemunhos e até a presença do seu sósia, na pessoa da Andreia, que muito bem o representou e teve direito a bolo, pois celebravase o seu aniversário. No final, não podia faltar o momento musical, com o “remix” madeirense, caraterístico do Pe. Juan. Apesar do cansaço, valeu a pena esta “partida” àquele que nós temos grande estima e respeito, pela pessoa que foi, é, e certamente continuará a ser. “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. Simplesmente, OBRIGADA!

V

Sónia Gonçalves

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da juventude

– jd-Açores

Um novo ciclo a iniciar...

1º Encontro JD Açores 2013/2014 Com o final do mês de Setembro e o início do mês de Outubro, começam também os preparativos para o novo ano pastoral. A este facto também não é alheia a JD Açores, que teve o seu primeiro encontro de animadores no passado dia 19 de Setembro no Centro Missionário. Foi o nosso primeiro encontro com o Pe. Paulo Vieira, que foi recebido com entusiasmo e alegria em solo açoreano. Esta reunião serviu para expormos e colocarmos sobre a mesa as nossas dificuldades e os recursos de cada grupo, para assim podermos saber qual o nosso ponto de partida para este novo ano pastoral que está mesmo à porta. Foi um momento para apresentarmos a fase em que cada um dos nossos grupos se encontra, salientando as actividades que estes já realizam nas suas comunidades paroquiais. Do encontro ficaram assentes algumas ideias chaves, como a necessidade de se criar um secretariado permanente da JD Açores, constituído por jovens dos vários grupos, e a criação da página da JD Açores no facebook, que será sem dúvida um ponto de união e “comunhão” entre todos. Entre vários assuntos abordámos, ainda que de forma breve, o encontro europeu da JD, que se realizará em Agosto do próximo ano no nosso país, e em jeito introdutório e para reflexão, foi-nos entregue o texto “ A paz é contigo”, da autoria de José Eduardo Franco. Não programámos nenhuma actividade, pois estas serão agendadas no próximo encontro, devido ao facto de os grupos ainda não terem definido o seu calendário de actividades para o próximo ano pastoral, no que diz respeito à vida das suas comunidades paroquiais. Na próxima reunião iremos então calendarizar as actividades da JD Açores. Termino este meu pequeno comentário, com as palavras de Jesus, as quais fizeram parte da oração com a qual iniciámos estes encontro: “Que todos sejam um, como Tu, ó Pai, estás em mim e eu em Ti: que também eles estejam em Nós, a fim de que o mundo creia” (Jo. 17,21). Que na nossa diversidade sejamos apenas um só exemplo de que Jesus está relamente no meio de nós.

V

Alberto Bizarro



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da juventude

– agenda

JD-Madeira Outubro

20 − Dia Mundial das Missões - Colégio Missionário

JD-Porto Outubro

20 − Dia Mundial das Missões no SMPD 27 − Brigada ABC - Obra ABC

Novembro

16 e 17 − “Procura a Paz”– Centro Espiritualidade Betânia 17 − Magusto JD/AFV – Centro Espiritualidade Betânia Brigada ABC

JD-Lisboa Outubro

19 − Pac Missões - Sem. Nª Srª Fátima - Alfragide 20 − Tarde das Missões - Sem. Nª Srª Fátima - Alfragide

! o ã nç

que a AFV mudou de morada. a t e A Lembramos nova morada, para onde poderão mandar a vossa correspondência é a seguinte:

CENTRO DE ESPIRITUALIDADE BETÂNIA Travessa de Palhais, 114 - Alto da Vila 4580-872 DUAS IGREJAS (PRD)


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tempo livre

passatempos –

tem piada

Perícia do piloto! O avião contacta a torre: - Torre, aqui Cessna 1325, piloto estudante, estou sem combustível. Na torre, todos os mecanismos de emergência são accionados, todas as pessoas ficam atentas e já ninguém tem sequer uma chávena de café na mão. O suor corre em algumas faces e o controlador responde ao piloto: - Roger, Cessna 1325. Reduza velocidade para planar. Tem contacto visual com a pista? - Er… quer dizer… eu estou na pista… estou à espera que me venham atestar o depósito…

Uma voz sexy Uma mãe muito stressada, pede ao filho para ligar ao pai, a dizer-lhe que o jantar está pronto. - Já ligaste?! O que o teu pai disse?! Já vem? - Já liguei três vezes, mãe, mas só atende uma mulher… A mãe, interrompendo-o, bruscamente, grita: - … Aaaah…, deixa comigo!… Quando ele vier, vai ver!!! Mal o pai chega a casa, ela aplica-lhe uma valente tareia, com tudo o que encontra à disposição: vassoura, frigideira, panela, micro-ondas, enfim…tudo o que estava à mão. Os vizinhos correm em socorro e dificilmente conseguem tirar o homem debaixo dela; ela ainda furiosa… ralhava, continuava a atirar com as coisas, enquanto esperavam pela ambulância… - Ordinário, eu mato-te!!!… Filho, anda cá! Diz, aqui, a toda a gente, o que foi que aquela vaca te disse, ao telefone! - Ela disse: “TMN – o número que marcou não está disponível. Por favor, tente mais tarde. Obrigada.” Solução de julho/agosto

curiosidades Sono de beleza

Sim, os cientistas confirmam esta teoria. Digamos que fica mais económico dormir oito horas do que cremes e tratamentos afins. Segundo os cientistas, o “sono de beleza” das pessoas que dormem oito horas, torna as pessoas mais bonitas e “bem cuidadas” do que aquelas que dormem um período inferior a esse. Na pesquisa, 23 pessoas tiraram fotos depois de uma boa noite de sono e também depois de uma noite com poucas horas. Depois as fotos foram classificadas por outros voluntários. Todas as fotos que foram tiradas depois das oito horas de sono agradaram mais e por fim ganharam. Algumas restrições foram feitas: as mulheres deveriam usar seus cabelos presos nas fotos sem nenhum tipo de maquiagem, para garantir que fatores externos não alterassem sua aparência. Na primeira noite as pessoas dormiram às 11 da noite e acordaram às sete da manhã, já na segunda noite, elas não dormiram mais do que cinco horas. Apesar do sono de beleza ter sido sempre considerado um mito, essa pesquisa mostra que ele realmente funciona. Em outras pesquisas mostraram que o sono pode reduzir rugas no rosto e no pescoço, isto porque, quando dormimos suamos mais e a humidade da pele acaba suavizando as marcas.

quebra-cabeças Supermosca Dois comboios estão na mesma linhas, separados por 100 Km. Começam a andar um em direção ao outro, a uma velocidade de 50Km/h. No mesmo momento, uma supermosca sai da 1ª locomotiva de um dos comboios e voa a 100 Km/h até a locomotiva do outro comboio. Quando chega, dá meia volta e regressa até a primeira locomotiva, e assim vai e vem de uma locomotiva para a outra até que os dois comboios se encontram e chocam e assim morre no acidente. Que distância percorreu a supermosca?

Os homens de 60 e 65kg atravessam. Um deles volta. O que pesa 80kg atravessa sozinho. O barco volta com o que havia ficado. Finalmente os de 60 e 65kg atravessam, e os três estarão do outro lado do rio.

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Paulo Cruz


Entramos no Ano Pastoral 2013-2014, em que faremos memória dos 100 anos do início da Primeira Grande Guerra, refletindo sobre a nossa dimensão de “profetas do amor e servidores da reconciliação”. Faremos os nossos encontros a nível regional em cada Centro e, de 3 a 10 de agosto de 2014, teremos o Encontro Europeu da Juventude Dehoniana, com o tema “A Paz é contigo!”. Este é o cartaz oficial do Encontro Europeu da Juventude Dehoniana


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