TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Discente: Marcel Andrade docente: ALLINE SERPA
Sumรกrio
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APRESENTAÇÃO
Resumo ................................................................................................... [7] Objetivos Gerais...................................................................................... [8] Objetivos Específicos............................................................................... [9] Objeto ..................................................................................................... [10]
Justificativa do Tema....................................................................................... [11] Motivação Pessoal .......................................................................................... [15]
TERMINOLOGIA E CONCEITOS
Terminologia ........................................................................................... [17] Tipos de Deficiência ................................................................................ [18] Conceito de Reabilitação......................................................................... [19] Conceito de Centro de Reabilitação........................................................[20]
PROBLEMATIZAÇÃO
Barreiras Sociais ..................................................................................... [22] Deficiência Adquirida.............................................................................. [23] Início da Reabilitação no Brasil ............................................................... [24] Contexto Histórico................................................................................... [25] Discussão Sobre a Humanização dos Espaços na Ambiência Hospitalar.[25] O Desenho Universal .............................................................................. [26]
A Qualidade dos Espaços de Equipamentos de Saúde.................................... [26] A Importância do Conforto Ambiental ........................................................... [27] O Uso da Vegetação como Elemento Terapêutico .......................................... [29] Os Jardins Terapêuticos/Healing Gardens ...................................................... [29] Prover Uma Boa Ambiência Também Para os Funcionários ........................... [30] Compreender as Patologias ............................................................................ [30]
Procedimentos metodológicos
Procedimentos Metodológicos............................................................... [32]
Proposições iniciais
Referências.............................................................................................. [34] Diretrizes Projetuais................................................................................ [43] Programa de Necessidades .................................................................... [44] Escolha da Região e Estudo da Área .......................................................[48] Escolha do Terreno e Estudo do Entorno ...............................................[51] Entorno do Terreno ................................................................................ [52] Equipamentos de Assistência à Pessoas com Deficiência .......................[54]
Uso do Solo ................................................................................................... [55] Gabarito .................................................................................................. ....... [56] Vias ......................................................................................................... ....... [57] Condicionantes Físicos ........................................................................... ....... [58] Parâmetros Urbanísticos ........................................................................ ....... [59] Croquis ................................................................................................... ....... [60]
o projeto
Memorial Justificativo ............................................................................ [62] Planta Baixa Térreo ................................................................................. [63] Planta Baixa Pavimento Superior............................................................[64] Planta Baixa Cobertura............................................................................ [65]
Cortes AA e BB ............................................................................................... [66] Cortes CC e DD................................................................................................ [67] Planta Baixa Jardim Terapêutico ..................................................................... [68] Fachadas ......................................................................................................... [69] Perspectivas .................................................................................................... [71]
Referências Bibliográficas
considerações finais
Referências Bibliográficas........................................................................ [78]
Considerações Finais............................................................................... ....... [79]
1 . Apresentação
resumo O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como proposta a elaboração de um Centro de Reabilitação física, visual, auditiva e intelectual, no bairro Vinte e Cinco de Agosto, município de Duque de Caxias – RJ, prestará atendimento ambulatorial oferecido pelo SUS, funcionará em conjunto com outras instituições de saúde e parcerias com universidades. Devido a centralidade da área escolhida e a ausência de outros equipamentos do mesmo porte que prestam este serviço, terá caráter regional, atendendo a demanda de outras cidades. O grande diferencial do projeto será um elemento que há décadas vem sendo discutido e inserido nos âmbitos hospitalares: a vegetação, que já foi provado cientificamente que contribui efetivamente no tratamento de pacientes. A paisagem não terá apenas a função contemplativa, mas também função terapêutica, aliando-se ao tratamento tradicional. Este trabalho traz uma análise crítica das dificuldades enfrentadas pelos deficientes, geradas pelas barreiras sociais, e como a arquitetura pode contribuir na melhora do seu quadro de saúde e bem-estar, além de tornar o cenário dos equipamentos de saúde mais agradável e humanizado.
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objetivos gerais Objetivo geral de pesquisa: Identificar a demanda de um centro de reabilitação no município de Duque de Caxias e como a arquitetura pode contribuir com a melhora do quadro dos pacientes a partir dos ambientes.
Objetivo geral de projeto: Elaborar o projeto arquitetônico de um Centro de Reabilitação física, auditiva, visual e intelectual, referência em Duque de Caxias, trazendo uma proposta de repensar os ambientes de reabilitação, fugindo totalmente da sensação monótona e fria que a maioria dos ambientes de saúde proporcionam. Através da relação entre os espaços internos e externos, integrar arquitetura e natureza para criar “espaços que curam”, tornando-os parte do tratamento, já que estudos afirmam que a saúde do ambiente e a humanização dos espaços estão diretamente ligadas à saúde do corpo e da mente.
Imagem elaborada pelo autor.
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objetivos específicos • Proporcionar acolhimento, conforto, acessibilidade, independência e autonomia aos pacientes durante sua vivência no Centro de Reabilitação, tornando seu tratamento mais prazeroso;
• Promover espaços que permitam o convívio social entre pacientes, familiares e profissionais, evidenciando a importância de um tratamento coletivo e socialização dos indivíduos, agregando positivamente ao processo terapêutico;
•
Gerar uma identidade entre os usuários e o equipamento, propiciando uma sensação de pertencimento;
• Resgatar a autoestima, a autoconfiança e maximizar sua integração social, que foi reduzida pela falta de estrutura de suporte às pessoas com deficiência nas cidades.
• Incluir a participação da comunidade no Centro de Reabilitação, tendo em vista a importância de conscientizar a população de se construir uma sociedade inclusiva e solidária. Serão realizados eventos como palestras, feiras, apresentações, oportunidade de trabalho voluntário, entre outros, para atrair o público.
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objeto Um Centro de Reabilitação que atenderá as modalidades física, auditiva, visual e intelectual, que será implantado no bairro Vinte e Cinco de Agosto, em Duque de Caxias- RJ. Tendo como público alvo, pessoas com deficiência de todas as faixas etárias. Estará realizando parcerias com instituições de ensino e saúde, contribuindo com a construção de conhecimento, além de oportunidades de estágios para universitários e estudantes de nível técnico, sendo polo de qualificação profissional. O intuito é oferecer além do tratamento tradicional, atividades coletivas conectadas à natureza que promovam a interação social e o aprendizado: jardinagem, compostagem, recreação, reuniões de troca de experiências, pinturas ao ar livre, contato com animais, meditação em jardins terapêuticos, entre outras, levando a terapia para além da sala de consultório. Os espaços do objeto serão pensados para aguçar os sentidos dos usuários, podendo sentir texturas, sons, aromas, etc.
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Justificativa do tema
Fonte: Censo 2010 do IBGE - Grรกfico elaborado pelo autor.
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Segundo o Censo de 2010 do IBGE, 23,92% da população brasileira possui pelo menos um tipo de deficiência (45.623.910 pessoas). Observando o gráfico da página anterior, com o quantitativo e o percentual de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência dos Estados brasileiros, mostra que o Rio de Janeiro é o terceiro com maior número de pessoas com deficiência, ficando abaixo apenas de Minas Gerais e São Paulo. Percentual Brasil
23,92%
Percentual RJ
24,40%
Agora se analisarmos o percentual de pessoas com deficiência x pessoas sem deficiência do Brasil e do Rio de Janeiro, podemos observar que o Rio de Janeiro tem um percentual acima do nacional.
Fonte: Censo 2010 do IBGE
Em Duque de Caxias, segundo o Censo de 2010 do IBGE, 32,02% da população residente (298.830 pessoas) possui alguma dificuldade, grande dificuldade ou deficiência total (auditiva, visual, física ou intelectual).
Pessoas com dificuldade, grande dificuldade Pessoas com dificuldade, grande dificuldade ou deficiência ou total. deficiência total. (298.830 pessoas) (298.830 pessoas) Pessoas sem deficiência. Pessoas sem deficiência.
Fonte: Censo 2010 do IBGE Gráfico elaborado pelo autor.
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Desde a escolha do tema, a partir de um diagnóstico, pôde-se observar a pouca oferta de equipamentos próprios para comportar esse tipo de serviço que atendam pelo Sistema Único de Saúde em Duque de Caxias. O único CER - Centro Especializado em Reabilitação que existe em Duque de Caxias regularizado e listado pelo Ministério da Saúde, atende as modalidades física e intelectual, fica localizado na rua Nilo Vieira, número 353, bairro Vila Paula. Os demais locais identificados (através de pesquisas e visitas in loco) que prestam estes serviços se resumem a salas de hospitais, postos de saúde, residências alugadas pela prefeitura e igrejas, muitas das vezes com dimensões inadequadas para receber os equipamentos e profissionais, limitando os tipos de procedimentos e consequentemente não atendendo a demanda. Todas as pessoas entrevistadas dizem que é difícil conseguir vaga ou esperam longos prazos. Por isso, surge o interesse de se projetar um equipamento voltado para a reabilitação de pessoas com deficiência em Duque de Caxias, tornando a arquitetura e a paisagem colaboradoras para a melhora do quadro dos pacientes.
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alguns equipamentos existentes:
Fonte: Google Earth
Fonte: Google Earth
CER II – Mod. Física e Intelectual. Rua Nilo Vieira – Vila Paula.
Igreja São Judas Tadeu - Fisioterapia. Av. Primavera – Jardim Primavera.
Fonte: Google Earth
Hosp. Infantil Ismélia da Silveira - Fisioterapia e Psicologia. Av. Presidente Kenedy, s/n – Centro. 14
Fonte: Google Earth
Hosp. Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo - Fisioterapia. Rodovia Washington Luiz, 3200.
Motivação pessoal Experiência Negativa
Nos últimos sete anos, trabalhei em três hospitais, um deles público, e pude perceber o quanto a arquitetura é importante nesses equipamentos. A fragilidade emocional que muitas das vezes o paciente e familiares se encontram em equipamentos de saúde tem que ser extremamente levada em consideração. Tais equipamentos, muitas das vezes possuem ambientes que passam sensação de frieza, impessoalidade, hostilidade, a partir de cores neutras, iluminação fria, mobiliários padronizados, e locais fechados.
Durante um serviço de manutenção realizado em um centro de fisioterapia, enquanto trabalhava para prefeitura de Guapimirim, tive meu primeiro contato com esse tipo de equipamento e pude observar como ele funcionava: o centro de fisioterapia foi instalado em um galpão, com divisórias improvisadas, uma sala de espera muito pequena, corredores estreitos e as salas onde os pacientes eram atendidos eram escuras por não possuírem janelas, consequentemente sem a entrada de iluminação e ventilação natural, o espaço era totalmente fechado, e refrigerado por ar condicionado. Ali eram oferecidos tratamentos para pessoas com deficiência física e devido a limitação espacial, não poderiam oferecer outros tratamentos. A infraestrutura do local também não era a mais adequada, visto que um dos equipamentos que utilizava água, molhava parcialmente o corredor principal trazendo risco aos pacientes. Fiquei muito incomodado com aquela situação, me preocupando com o ambiente onde pessoas com deficiência realizam seu tratamento, e após me aprofundar em pesquisas relacionadas à área, surgiu uma paixão pela arquitetura hospitalar e como ela pode tornar a ambiência de equipamentos de saúde mais agradável.
Portfólio
Pelo fato de querer me tornar especialista em arquitetura hospitalar, este tema de trabalho de conclusão de curso é uma ótima oportunidade para me aprofundar em estudos relacionados à área e um objeto a introduzir em meu portfólio.
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2 . Terminologia e conceitos
Terminologia Deficientes? Portadores de Necessidades Especiais? Qual é a terminologia adequada? Até a década de 1980, a sociedade adotava termos como “aleijado”, “defeituoso”, “inválido”, entre outros. Passou-se a utilizar o termo “deficientes”, por influência do Ano Internacional e da Década das Pessoas Deficientes, estabelecido pela ONU, em 1981. Em meados dos anos 1980, entram em uso as expressões “pessoa portadora de deficiência” e “portadores de deficiência”. Por volta da metade da década de 1990 , a terminologia utilizada e considerada adequada passou a ser “pessoas com deficiência”, resumida na sigla PCD, que permanece até os dias de hoje. De acordo com a Converção sobre os Direitos das Pessoas Com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ratificou com valor de emenda constitucional em 2008 que é totalmente inadequado termos como “deficientes”, pois denota incapacidade ou inadequação à sociedade e “portadores de necessidades especiais” ou “portadores de deficiência”, pois as pessoas não portam ou carregam suas deficiências, simplesmente as possuem, sendo parte de suas vidas e são pessoas como qualquer outra.
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Tipos de deficiência De acordo com o DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999, Art. 3º, § 1º uma pessoa com deficiência é aquela que possui perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. O Art. 4º, § 1º do mesmo decreto, considera pessoa com deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: Deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; Deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; Deficiência visual - na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; Deficiência mental - funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização dos recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer, trabalho;
Deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. 18
Aqui está sendo considerado um desempenho de atividade dentro do padrão considerado normal para o ser humano, aquele onde a pessoa realiza suas atividades de forma autônoma e sem dificuldades físicas e intelectuais, dispensando o auxílio de terceiros e de equipamentos, quando estes substituem completamente sua capacidade de realizá-las.
Conceito de reabilitação Segundo o Relatório Mundial sobre Deficiência, reabilitação é: um conjunto de medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir deficiências a terem e manterem uma funcionalidade ideal (física, sensorial, intelectual, psicológica e social) na interação com seu ambiente, trazendo o auxílio necessário para atingir a independência e a autodeterminação.
O processo de reabilitação:
Esquema organizado pelo autor.
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Conceito de Centro de Reabilitação De acordo com o Manual de Ambiência dos Centros Especializados em Reabilitação (CER), Centro de Reabilitação é: um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação que realiza diagnóstico, avaliação, orientação, estimulação precoce e atendimento especializado em reabilitação, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde no território, e poderá ser organizado das seguintes formas:
CER II - composto por duas modalidades de reabilitação; CER III - composto por três modalidades de reabilitação; CER IV - composto por quatro modalidades de reabilitação.
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3 . PROBLEMATIZAÇÃO
Barreiras sociais A pessoa com deficiência enfrenta muitas dificuldades no seu dia a dia que limitam sua autonomia e minimizam sua integração social, devido às diversas barreiras que se deparam, podendo obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas. Mesmo com a existência da Lei Federal 10.098 de 19 de dezembro de 2000, regulamentada pelo Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004, muitas cidades, incluindo Duque de Caxias que receberá o objeto fruto desde trabalho de conclusão de curso, estão despreparadas no que diz respeito a acessibilidade. O ranking Connected Smart Cities avaliou mais de 500 municípios brasileiros e na lista de 50 melhores cidades no quesito mobilidade e acessibilidade, Duque de Caxias não é encontrada, enquanto São João de Meriti está na 39º colocação. Dentre as dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência pode-se citar: a falta de acesso às calçadas, ou as rampas existentes em não conformidade com a NBR 9050, falta de vagas de estacionamento para pessoas com deficiência, ausência de piso tátil de direcionamento e alerta, desnivelamento e barreiras em passeios públicos, buracos na pavimentação, falta de sinalização, desrespeito de motoristas, entre outras. Tais problemas urbanos não só impactam diretamente as pessoas com deficiências, mas também as que não possuem, podendo vir a sofrer algum acidente, sendo necessário sua reabilitação.
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Deficiência Adquirida
No Brasil, 56,6% das deficiências são adquiridas, ou seja, não desenvolvidas no período embrionário, e sim, ao longo da vida. Todos os meses, 8.000 pessoas adquirem uma deficiência. O gráfico abaixo traz informações desenvolvidas pela Rede Sarah, e mostra as principais causas de deficiência adquirida no Brasil.
Acidentes de Trânsito
Acidentes por Mergulho
Agressões
Impacto por Objeto
Quedas
Outras
Gráfico elaborado pelo autor.
Ou seja: Qualquer
um está passível a adquirir uma deficiência.
Com isso, pode-se observar a relevância e importância de um centro de reabilitação, capaz de diagnosticar e reabilitar pessoas, permitindo sua reinserção dentro da sociedade.
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Início da Reabilitação no Brasil No século XIX, mais especificamente em 1854, D. Pedro II cria o Instituto Imperial dos Meninos Cegos, que funciona até hoje com o nome Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro.
Em 1857 surge o Instituto dos Surdos-Mudos, atualmente com o nome Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), também criado por D. Pedro II, no Rio de Janeiro.
Fonte: museubenjaminconstant.blogspot.com
Fonte: helb.org.br
Já no ano de 1932, foi criada no Rio de Janeiro, na faculdade de Ciências Médicas, a cátedra de Fisioterapia Médica, e foi a primeira instituição de medicina do Brasil a ensinar fisioterapia para os graduandos
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O que proporciona uma boa ambiência em equipamentos de reabilitação para pessoas com deficiência? Contexto Histórico - A influência da Segunda Guerra Mundial: O número exorbitante de soldados com lesões pós guerra, fez surgir a necessidade de novas áreas de especialização e técnicas médicas. Foi nesse período que ocorreu nos Estados Unidos e na Europa um movimento para organização de centros de reabilitação. Muitos médicos demonstram interesse em se especializar nessa nova área ainda pouco disseminado no Brasil. É nesse momento que o desenvolvimento dos centros de reabilitação cresce por todo o mundo.
Discussão sobre a humanização dos espaços na ambiência hospitalar: Após a Segunda Guerra Mundial, há uma ampliação dos serviços de saúde, com esse novo desafio a frente, os planejadores copiam modelos organizacionais do mundo dos negócios, para a organização do hospital modernista: “os conceitos fundamentais passaram a ser eficiência, racionalidade, produtividade e conformidade”, (LOPES & MEDEIROS, pág. 3, 2004) valorizando assim, a função e deixando a estética em segundo plano. Na década de 1960, as construções padronizadas modernistas e o coletivo sobre o individual são duramente criticados e a arquitetura pós-moderna traz um debate sobre os espaços impessoais e frios dos equipamentos de saúde. A humanização desses espaços, processo que há mais de três décadas é discutido internacionalmente e apenas alguns anos no Brasil, “visando o resgate da condição integral do ser humano e de um repensar as atitudes dos profissionais e dos pacientes em face da doença e da hospitalização, a humanização expressa um movimento de resposta aos problemas ocasionados pelo excesso de objetividade e impessoalidade trazido pelo avanço científico e tecnológico na área da saúde”, (LOPES & MEDEIROS, pág. 6, 2004). Nesse contexto, no que diz respeito à arquitetura, “ambiente humanizado” tem sido, de um modo geral, classificado como um ambiente aconchegante e que traz sensação de bem-estar para os usuários. “Destacando as cores, a iluminação, as texturas, os objetos decorativos ou a presença de vegetação” (LOPES & MEDEIROS, pág. 2, 2004), mostrando que o espaço físico e a arquitetura sensorial podem contribuir 25 com a melhora dos pacientes aliando-se aos profissionais da área da saúde.
O Desenho Universal: O Manual de Ambiência dos Centros Especializados e das Oficinas Ortopédicas, cita os princípios do desenho universal, explicando que eles ampliam a compreensão das diferenças de habilidades e de interações com objetos e espaços. “Para tanto é necessário que a ambiência seja pensada de modo a: eliminar barreiras arquitetônicas e comunicacionais, promover acesso, respeitando as capacidades individuais, atender aos diferentes níveis de compreensão dos indivíduos, promover legibilidade espacial e informativa, prevenir riscos, ofertando ao trabalhador e usuário segurança física e psicológica para ocupar e atuar no espaço, promover o menor desgaste físico, mental e emocional possível e garantir adequada ergonomia, considerando a flexibilidade dos espaços, capacidades e funcionalidade dos trabalhadores e usuários”. (Manual de Ambiência dos Centros Especializados em Reabilitação (CER) e das Oficinas Ortopédicas, pág. 4, 2017).
A qualidade dos espaços de equipamentos de saúde: Equipamentos de saúde, por estarem diretamente associados à saúde do ser humano, exigem mais que qualquer outro tipo de equipamento, conforto e qualidade, não só para os pacientes, mas também para os funcionários destes ambientes. Conforto e qualidade estão associados a diversos fatores como: “(i) satisfação das necessidades tecnológicas da medicina (ou seja, ter espaços flexíveis que possam acomodar sofisticados equipamentos constantemente redesenhados); (ii) satisfação dos pacientes, permitindo tranquilidade, bem-estar, confiança e condições de uma pronta recuperação; (iii) satisfação da equipe de profissionais, com locais de trabalho que propiciem um atendimento de melhor qualidade, maior rendimento, mais produtividade, segurança e o mais importante, que esse profissional desempenhe melhor a sua função; e (iv) satisfação dos administradores, sendo uma construção econômica, de fácil manutenção e operação.” (SAMPAIO & CHAGAS, pág. 156, 2010). Para tal, questões importantes devem ser levadas em consideração na concepção de projetos arquitetônicos de equipamentos de saúde, de modo a prover uma boa ambiência, como: o clima do local onde será implantado o projeto, estudo de insolação, a topografia do terreno, as condições ambientais e paisagísticas, o programa de modo a atender toda a complexidade do equipamento, sua flexibilidade e possível expansibilidade, a acessibilidade, declividade das rampas, largura e comprimento de corredores, escadas e circulações, adaptação dos espaços para pessoas com deficiência, a segurança, a eficiência na realização das atividades, a adaptabilidade a novas descobertas e tecnologias e pensar sempre no bem estar de seus usuários.
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A importância do conforto ambiental: O conforto ambiental é um grande aliado de todo projeto arquitetônico, e se tratando de um centro de reabilitação, assim como qualquer ambiente de saúde, ele é extremamente importante por serem espaços onde os usuários estão debilitados físico e emocionalmente. “Uma pessoa está confortável com relação a um acontecimento ou fenômeno quando pode observá-lo ou senti-lo sem preocupação ou incomodo. Então, diz-se que uma pessoa está em um ambiente físico confortável quando se sente em neutralidade com relação a ele”. (CORBELLA & YANNAS, pág. 32, 2003). Alguns pontos a serem levados em consideração referentes a conforto ambiental de modo a gerar uma boa ambiência em equipamentos de saúde: Conforto térmico: Segundo a NBR 15220, conforto térmico é a satisfação psicofisiológica de um indivíduo com as condições térmicas do ambiente. Como dito anteriormente, o clima do local deve ser muito bem estudado pelo arquiteto antes de iniciar o projeto, pois em cada local serão elaboradas soluções diferentes, que resultarão em condições diferentes de conforto, de modo a atender melhor seus usuários. Ambientes refrigerados mecanicamente estão cada vez mais sendo desencorajados e a ventilação natural incentivada, substituindo o ar condicionado por vãos que proporcionem ventilação cruzadas e vista para o exterior melhoram as condições dos ambientes. O grande arquiteto brasileiro João Figueiras Lima, Lelé, é reconhecido especialmente pelos projetos realizados para a rede Sarah de hospitais, que são destinados ao atendimento de politraumatismos e problemas locomotores, objetivando sua reabilitação. Lelé dava muita importância ao conforto térmico em seus projetos e propôs que os ambientes deveriam ser os mais naturais possíveis, indo contra a lógica de ambientes de saúde condicionados mecanicamente. “O arquiteto Lelé é muito conhecido por utilizar em seus projetos estratégias passivas de conforto ambiental, visando a construção de edifícios mais agradáveis, confortáveis e econômicos”. (LUKIANTCHUKI & CARAM, pág. 1, 2013). Alguns dos elementos arquitetônicos utilizados por ele para proporcionar conforto térmico foram: coberturas sheds, que permitem uma maior entrada de luz e ventilação natural nos ambientes durante o dia, forros basculantes de policarbonato, trazendo permeabilidade visual e iluminação zenital, galerias subterrâneas com resfriamento evaporativo, amenizando a temperatura do edifício, vegetação, espelho d’água e protetores solares. Esses projetos do Lelé serão mais abordados e comentados no tópico referente às referências projetuais, mais a frente deste documento. 27
Conforto visual e luminoso: Um ambiente com conforto visual e luminoso é aquele que possui quantidade de luz adequada para a realização de tarefas visuais de modo satisfatório. Equipamentos hospitalares requerem ambientes bem iluminados, visto que os profissionais estão lidando com o tratamento de pessoas e qualquer erro pode ser irreversível: “É importante também prever uma distribuição homogênea de luz no ambiente, preocupando-se na elaboração do projeto, com a localização, a orientação, o tipo, o tamanho e a forma geométrica das aberturas, o tipo e a cor dos vidros que serão utilizados, as cores que serão utilizadas nos caixilhos, nas superfícies internas como teto, paredes e piso e nas superfícies externas, como muros, piso e construções adjacentes”. (SAMPAIO & CHAGAS, pág. 159, 2010). A entrada de luz natural no ambiente proporciona um dinamismo no espaço, já que com o passar do dia há uma modificação de sua cor, no contraste e na intensidade, quebrando assim a monotonia do interior que uma iluminação artificial proporcionaria. O contato com o exterior também é outra vantagem: “As aberturas, para a passagem da luz natural, propiciam aos ocupantes uma vista do exterior, do céu, que interfere no seu estado de espírito”. (SAMPAIO & CHAGAS, pág. 159, 2010). Conforto acústico: Está relacionado com a quantidade de som que um ambiente produz e se esse som produzido é audível satisfatoriamente pelos usuários, e com a ausência de ruídos que interfiram ou incomodem no bem-estar dos mesmos. Vários estudos demonstram que o ruído interfere no quadro de saúde do paciente, causando estresse e elevando a ansiedade. Por isso, além dos profissionais da área da saúde tomarem as devidas preocupações, o arquiteto também deve prever soluções para promover um bom conforto acústico para pacientes e profissionais, a começar na escolha do terreno que será implantado o equipamento, sendo desejável em uma área com baixa poluição sonora: “Um som agradável, o canto de passarinhos, o murmurar de uma miniatura de fonte d’água são exemplos sonoros que podem ser utilizados em locais para diminuir a ansiedade e o estresse”. (SAMPAIO & CHAGAS, pág. 160, 2010).
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O uso da vegetação como elemento terapêutico: Levando esses conceitos em consideração, pode-se observar que a vegetação tem um grande potencial no que diz respeito a conforto térmico, visual, acústico e até mesmo olfativo, além de proporcionar tranquilidade e bem-estar. Por isso a natureza será bem explorada no projeto do centro de reabilitação fruto deste trabalho de conclusão de curso, já que os pacientes possuem uma ou mais deficiências, os outros sentidos não afetados são mais aguçados, deste modo o verde proporcionará aos ambientes, experiências mais agradáveis e intensas, através das cores, texturas, aromas, sabores, etc. Contribuindo assim para que sua reabilitação seja mais prazerosa. “A simples visualização das plantas pode reduzir o estresse de pessoas em situação de desconforto físico. Pesquisas demonstraram que pessoas poucos dias após sofrerem uma grande intervenção cirúrgica toleraram melhor dores severas em ambientes com a presença de plantas assim como pessoas com pequenos desconfortos também se sentiram melhores”. (SAMPAIO & CHAGAS, pág. 161 e 162, 2010).
Os jardins terapêuticos/HEALING GARDENS: Segundo LOHR & PEARSON (2009), a vegetação pode alterar positivamente o nível de conforto de pessoas em ambientes fechados. Além deles, outros pesquisadores já comprovaram que os jardins podem ser agradáveis recursos de cura, já que um simples passeio por eles diminui expressivamente a pressão sanguínea, normaliza os batimentos cardíacos, relaxa os músculos e ativa o cérebro. Efeitos esses que são fundamentais para o tratamento de reabilitação dos pacientes. O contato com o verde também diminui a ansiedade e a depressão, contribuindo principalmente para aqueles que possuem uma deficiência adquirida ao longo de sua vida, e teve sua rotina alterada devido as limitações geradas pela perda da autonomia. Não se trata de um jardim comum, há características especificas que devem ser levadas em consideração para que o mesmo se torne terapêutico: o cuidado com a segurança, instalando pisos antiderrapantes e ruas largas, com espaços para caminhar e para circulação de cadeira de rodas, também devem ser previstos espaços para descanso e meditação, fontes e outros elementos com uso de água corrente também são fundamentais para prover tranquilidade. Outro ponto importante é a escolha das espécies, que incluem plantas medicinais que são utilizadas simbolicamente, aromáticas e ornamentais, que liberam aromas agradáveis, além de atraírem pássaros e borboletas. É um ambiente capaz de despertar os sentidos.
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Prover uma boa ambiência também para os funcionários: Uma preocupação com os funcionários também é fundamental, pois são eles que lidam diretamente com os pacientes. Prever ambientes de descanso, aconchegantes e com uma atmosfera mais humana também para os profissionais, proporcionando assim um ambiente de trabalho que possibilita uma maior satisfação e um atendimento de maior qualidade.
Compreender as patologias: Outro ponto importante é entender as patologias e seus tratamentos, as particularidades de cada tipologia de deficiência ajudando a compreender as reais necessidades e cuidados que se deve tomar em relação ao espaço projetado, evitando assim, ambientes genéricos e padronizados. Proporcionando acessibilidade e praticidade, contribuindo com o tratamento e induzindo a independência necessária aos pacientes mesmo diante de suas limitações e reintegra-los a sociedade trazendo novos limites de superação. “...Analisando as patologias frequentes da deficiência física, psíquica, motora, visual e auditiva. Foram alcançadas informações funcionais e seus tratamentos necessários, podendo assim entender e analisar espaços físicos adequados para as diversas patologias”. (PUGLIESI, pág. 20, 2013). É vasto o conteúdo cientifico que trata das ambiências hospitalares e não só os profissionais da saúde, mas cada vez mais, os arquitetos produzem materiais que contribuem para melhores equipamentos de saúde, visando as necessidades e bem-estar do indivíduo.
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4 . Procedimentos metodolรณgicos
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Foi adotada como metodologia de pesquisa, a análise de um conjunto bibliográfico que inclui artigos, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e matérias pertinentes ao tema, de autores que ajudam a compreender o atual cenário de equipamentos hospitalares e de reabilitação de pessoas com deficiência, como eles funcionam, sua importância e como podemos melhorar sua ambiência para pacientes, familiares e funcionários. Além de dados do IBGE, Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, Connected Smart Cities, Norma 15200, Decreto de Lei Nº 3.298, Manual de Ambiência dos Centros Especializados em Reabilitação (CER) e das Oficinas Ortopédicas, a problematização do tema, resgate do contexto histórico, organização do programa de necessidades, análise de referências conceituais e de partido arquitetônico e análise da região onde será inserido o projeto. Temas e Autores: Foi extraído o tema “contexto histórico da humanização e arquitetura hospitalar”. (LOPES & MEDEIROS, 2004). Foi extraído o tema “qualidade de ambientes hospitalares”. (SAMPAIO & CHAGAS, 2010). Foi extraído o tema “conforto ambiental em ambientes de saúde”. (CORBELLA & YANNAS, 2003). (LUKIANTCHUKI & CARAM, 2013). Foi extraído o tema “projetos de centro de reabilitação”. (HORA, 2014) Foi extraído o tema “a natureza como elemento terapêutico”. (LOHR & PEARSON 2009). Foi extraído o tema “compreender as patologias para conhecer suas necessidades em relação à arquitetura”. (LYRA, 2013). Também será realizada uma visita ao terreno, que está situado na esquina entre as ruas Evaristo da Veiga e General Mitre, no bairro Vinte e Cinco de Agosto, no Centro de Duque de Caxias, RJ.
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5 . Proposições Iniciais
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Referências
Centro Internacional de Neurorreabilitação e Neurociências Sarah:
Arquiteto (autor): João Filgueiras Lima (Lelé) Local: Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Brasil. Início do projeto: 2001. Conclusão da obra: 2008. Área do terreno: 80.000m² Área construída: 52.000m²
Fonte: arqguia.com
Vista aérea.
O projeto está implantado em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, ele tira partido da vista e condições climáticas favoráveis da Lagoa de Jacarepaguá. O hospital faz parte da Rede Sarah. Está em uma cota acima do nível da lagoa, por precaução em relação a risco de inundação. Lelé preenche a área predominantemente verde, com volumes brancos contínuos e dispostos linearmente no sentido norte/sul, contrastando cheios e vazios. Ele direciona as maiores fachadas no sentido leste/oeste para receber o sol da manhã e do fim da tarde, protegendo-as com elementos verticais e grandes beirais. 34
Implantação do projeto. 1-Estacionamento 2-Auditório 3-Hospital 4-Serviços e Administração
Fonte: arcoweb
Fonte: arcoweb
No corte AA – Longitudinal, pode-se observar o projeto implantado linearmente, onde há da esquerda para a direita: o prédio de serviços e administração, o hospital, solário e o auditório. Podemos visualizar também a cobertura shed com suas aberturas. 35
Fonte: arcoweb
A imagem mostra a cobertura shed com as aberturas possibilitando a entrada de ventilação e iluminação natural.
Também são adotas premissas já adotadas nos demais hospitais projetados por ele: a solução horizontal com áreas de tratamento e de internação integradas a espaços verdes; a flexibilidade dos espaços internos, potencializada em função das dimensões do complexo; e o sistema de iluminação natural para todas as áreas, com exceção do centro cirúrgico e das salas de equipamentos, cuja necessidade imperiosa de assepsia, entre outras razões técnicas, teve de receber luz artificial.
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Foram elaborados sistemas alternativos de ventilação natural e de ar-condicionado, privilegiando o primeiro para permitir que os ambientes se mantenham abertos durante a maior parte do tempo. Por isso, foram criadas grandes coberturas com pé-direito que variam de tamanho, o menor com 8m, formando enormes sheds, que integrados com os forros basculantes de policarbonato em caixilhos metálicos, formam um grande colchão de ar ventilado, além de permitir a entrada de luz natural.
Lelé sempre visa a relação entre o paciente e a área externa, onde a natureza e o próprio espaço projetado auxiliam no tratamento, por isso, são usados espelhos d’água, solários, jardins internos, pé direito duplos, entre outros elementos.
Nesta imagem pode-se observar os pacientes se exercitando no solário, reafirmando a intenção de utilizar o exterior e natureza como auxiliador do tratamento.
Nesta imagem observamos o auditório no fundo com uma estrutura que se abre no topo como uma flor, o solário e o espelho d’água.
Vista do bloco do hospital.
Vista do interior mostrando a rampa de acesso ao segundo pavimento e a adição de vegetação no interior da edificação.
Fonte: arcoweb
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UCSF Medical Center: Autor: Escritório Stantec Architecture. Local: São Francisco, Califórnia. Início do projeto: 2009. Conclusão da obra: 2015. Área do terreno: 267.614m².
O UCSF inaugurado dia 1º de fevereiro de 2015, proporciona espaço para os programas altamente conceituados de câncer, crianças e mulheres.
Fonte: Stantec.com
Fonte: ucsfmissionbayhospitals
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O edifício implantado em um terreno de 267.614m², está dividido em três centros de excelência que compartilham uma Vista aérea. mesma plataforma de serviço de apoio e espaços de tratamento de diagnóstico organizados ao longo de uma coluna principal.
Vista dos jardins dos pátios centrais.
UCSF Medical Center é um dos hospitais urbanos mais verdes dos Estados Unidos, recebeu a certificação LEED Gold. Possui 16 jardins individuais, alguns acessíveis aos pacientes, totalizando 4,3 hectares de área verde, que inclui mais de um hectare de jardins na cobertura para ajudar a reduzir o escoamento das águas pluviais. O Complexo oferece 100% de ar externo, em vez do condicionado, para todos os espaços. Tornando o local hospitaleiro conectado ao ambiente natural e contribuindo para o tratamento dos pacientes.
Steno Diabetes Center Copenhagen: Arquitetos: Vilhelm Lauritzen Architects, Mikkelsen Architects. Local: Copenhagen, Dinamarca. Início do projeto: 2016. Conclusão da obra: Em construção. Área total: 18.200m² Baseado no princípio de criar uma conexão com a natureza, o Centro entrelaça o interior e o exterior, a fim de estimular e nutrir pacientes e visitantes.
Fonte: Archdaily
A entrada principal do projeto está voltada para o sul garantindo a iluminação natural e evidenciando uma paisagem ondulada que leva para o interior, com um caminho de concreto moldado in loco Vista de um dos pátios. e escadas ajardinadas que se conectam a um jardim público no último pavimento. As áreas comuns e de tratamento situam-se no pavimento térreo, rodeando seis pátios e intercaladas por uma série de áreas de espera, salas silenciosas, espaços de biblioteca e bancos para leitura, com áreas de pesquisa e tratamento situadas no primeiro andar.
Fonte: Archdaily
As áreas comuns são dispostas em torno de pequenas praças temáticas, por exemplo um restaurante e café são a “praça da nutrição”, a biblioteca e exposições são a “praça do conhecimento”, espaços para exercícios e treinamentos são a “praça fitness” e ofiVista do exterior com jardins e árvores frutíferas. cinas a “praça da exposição”. 39
Staggered Spaces Arquitetos: Yiduan Shanghai Interior Design Local: Xangai, China. Início do projeto: 2018 Conclusão da obra: 2018 Área total: 1800,0 m² Apesar de não se tratar de um equipamento de saúde, a Staggered Spaces foi escolhida como referência por conta dos elementos de destaque do projeto: ripas de madeira alinhadas verticalmente, que reveste parcialmente a edificação, funcionando como brises, que proporcionam sombreamento, privacidade e ventilação, e ainda assim, permite um contato com o que está acontecendo no exterior. Fonte: Archdaily
Os tons escolhidos no projeto também são usados como referência: a arquitetura geral apresenta uma paleta coordenada de cor de madeira natural clara e branca, que proporciona uma impressão visual limpa, simplista e moderna. Além disso, combinado com a pastagem verde circundante, a arquitetura combina harmoniosamente com a natureza.
Fonte: Archdaily
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Hospital Infantil do Legacy Emanuel Medical Center Local: Portland, EUA.
Cobrindo um modesto espaço de 6.900 pés quadrados, o novo jardim oferece sol e sombra, com bancos, cadeiras e mesas em configurações variadas e áreas para acomodar grupos ou proporcionar privacidade. Com perímetros bem projetados e uma variedade de plantas, paisagens e cheiros de quatro estações em constante mudança, ela fica aberta 24 horas por dia e é acessível a pacientes e visitantes com uma ampla gama de condições e necessidades físicas.
Fonte:www.asla.org/Portland/default.aspx?id=43609
41
Hospital Premier Local: São Paulo, EUA. Os jardins que cercam o prédio do Hospital Premier, na Vila Cordeiro, em São Paulo, são espaços destinados para convivência, o projeto prevê também a instalação de espelhos d’água, pedras talhadas e a reprodução de mosaico em flores no piso, semelhante ao existente na Mesquita de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A presença das águas é, segundo Laila Salman, arquiteta no Premier, uma das características mais importantes do projeto. “Não é a toa que a água entra em nosso projeto dos Jardins de Soraya. Realmente acreditamos muito que estes espaços e ambientes - que são terapêuticos e remetem à casa da pessoa - trazem melhorias significativas para os pacientes”, diz Salman. Desde a fase inicial de pesquisa e elaboração do projeto, os arquitetos apontam que desenvolver qualquer tipo de construção dentro de um hospital é uma tarefa extremamente complexa. Em se tratando de uma instituição que observa o paciente em sua multidimensionalidade, como no caso do Premier, a arquitetura se orienta também da mesma maneira e deve estar preocupada em refletir isso.
http://premierhospital.com.br
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Diretrizes projetuais Conceito: Entre as diretrizes conceituais do projeto estão: o uso da natureza para criar “espaços que curam” e que ela se torne aliada ao tratamento tradicional contribuindo para a reabilitação dos pacientes, dando à vegetação não apenas um papel de elemento contemplativo, mas também sendo ponto chave do projeto, tendo uma função terapêutica, propor ambientes que não transmitam a sensação monótona, fria e impessoal que a maioria dos equipamentos de saúde proporcionam e sim, ambientes acolhedores, que gerem identidade e sensação de pertencimento aos usuários, tornando o tratamento mais prazeroso, além disso, auxiliar na quebra das barreiras sociais e colaborar com o resgate da autonomia, independência, confiança e inclusão social dos pacientes. Promover parcerias com universidades e hospitais, oferecendo oportunidade de estágios, palestras, estudos e trabalho voluntário e trazer visibilidade para a Baixada Fluminense, tornando Duque de Caxias referência em serviços de reabilitação pública.
Partido: Entre as diretrizes de partido do projeto estão: criar interação entre os espaços internos e externos, através da permeabilidade visual, fazendo edificações e paisagem dialogarem entre si, criar áreas de convivência internas e externas como pátios verdes e praça, integrando o usuário à natureza, utilizar espécies de flores e plantas ornamentais, que liberem aromas e árvores frutíferas, apurando os sentidos dos pacientes, criar espaço para hortas coletivas, compostagem e áreas de aprendizado ao ar livre, que permitam a interação de pacientes, familiares e profissionais, além de atividades como recreação, pintura ao ar livre, contato com animais, etc. Aproveitar árvores existentes do terreno para prover sombras e áreas de permanência, além de uma volumetria que valorize o uso da ventilação e iluminação natural.
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Programa de Necessidades Para a elaboração do programa de necessidades, foi utilizado o Manual de Ambiência dos Centros Especializados em Reabilitação (CER) e das Oficinas Ortopédicas, para compreender o programa mínimo para esse tipo de equipamento, e foram adicionados ambientes para aprendizado, lazer e conexão com a natureza.
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45
46
47
Estudos
Escolha da região e Estudo da Área Com o intuito de definir a escolha do local onde será implantado o equipamento, foi realizada uma análise de dados para compreender a atual situação da assistência pública à saúde de pessoas com deficiência no Rio de Janeiro, identificando a região onde há uma maior necessidade de receber o projeto, atendendo assim, a demanda e contribuindo para o cenário ideal e possível. Para isso, inicialmente foi realizado um levantamento macro de Centros Especializados em Reabilitação encontrados no Rio de Janeiro, com o auxílio da listagem de CERs regularizados pelo Ministério da Saúde: Ao todo, são 14 Centros Especializados em Reabilitação inseridos em 8 municípios do Rio de Janeiro, como mostra o mapa ao lado: Niterói Rio de Janeiro São Gonçalo Três Rios Barra do Piraí Duque de Caxias Maricá Volta Redonda
48
Baixada Fluminense
Mapa elaborado pelo autor.
49
Essa análise mostra que o único Centro Especializado em Reabilitação situado na Baixada Fluminense encontra-se em Duque de Caxias, atendendo apenas duas modalidades de reabilitação: física e intelectual, não oferecendo tratamento para outros tipos de deficiências. Como o objetivo é a elaboração de um equipamento de caráter regional, que torne a Baixada Fluminense referência e atraia visibilidade no que desrespeito à reabilitação de pessoas com deficiência, o município escolhido é Duque de Caxias, por ser o mais populoso e segundo maior em extensão na região e por sua centralidade espacial na Baixada Fluminense, atendendo assim a demanda de outras localidades.
Mapa elaborado pelo autor.
Duque de Caxias é integrante da Região Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, dispõe de uma variedade de transporte público, como ônibus municipais e intermunicipais, ramal ferroviário Saracuruna x Central do Brasil, além de possuir acesso às principais vias do Estado, permitindo um fácil deslocamento dos futuros usuários do projeto, são elas: Washington Luiz, Linha Vermelha, Av. Brasil, Av. Presidente Kennedy, Rio - Teresópolis e Arco Metropolitano.
50
Escolha do terreno e Estudo do entorno O terreno escolhido para o projeto fica no bairro Vinte e Cinco de Agosto, no Centro de Duque de Caxias, mais especificamente na esquina entre as ruas General Mitre e Evaristo da Veiga. O local foi escolhido devido ao fácil acesso dos futuros usuários do equipamento, visto que está localizado a aproximadamente 900 metros da rodovia Washington Luiz e a aproximadamente 1,2km da estação ferroviária de Duque de Caxias e principais rodoviárias. Está também a 60m da Av. Brigadeiro Lima e Silva, que oferece uma variedade de coletivos para bairros do município ou de outras regiões.
3
N Terreno Remembramento
4
1
Equoterapia
2 0
25m
50m
Fonte: Google Earth
51
Entorno do Terreno
Fonte: Arquivo Pessoal
1
Fonte: Arquivo Pessoal
Fonte: Arquivo Pessoal
3
Fonte: Arquivo Pessoal
Fonte: Google Earth
2
4
A proposta de remembramento dos lotes, surge pensando na necessidade de uma generosa área livre para transmitir o conceito do projeto, e também no avanço e inovações tecnológicas. É imprescindível prever uma área para futuras expansões, adequando o objeto e o flexibilizando para comportar os novos tipos de tratamento que estão por vir, pensando sempre na qualidade de vida dos pacientes. A área dos fundos do lote possui residências à venda, além de um cenário de abandono com carcaças de carros. Pensando em uma requalificação urbana daquele espaço, será proposta uma apropriação dos lotes à venda e a unificação deles ao terreno escolhido para implantar o projeto. 52
Legenda: Unigranrio Estácio de Sá Senac Hospital do Coração Caxias D’or Hospital Infantil Hospital Santa Branca SESC Vila Olímpica Praça Humaitá Parque Glicério Terreno Raio 500m
Raio 1km
Fonte: Google Maps, organizado pelo autor.
Outro fator decisivo para a escolha do local, é a proximidade com universidades e outros equipamentos de saúde, podendo haver atividades conjuntas e parcerias de estágios e pesquisas. Perto da Vila Olímpica de Duque de Caxias, a aproximadamente 300 metros, também poderão ser realizadas atividades em conjunto, utilizando-se do amplo espaço aberto e gramado, das pistas de corrida, quadras e outras áreas do equipamento. 53
Equipamentos de assistência à pessoas com deficiência
Fonte: Google Earth, organizado pelo autor.
Legenda: Equipamentos Públicos
0
700m
Equipamentos Particulares de Fisioterapia Os equipamentos existentes no entorno limitam-se a serviços de fisioterapia e psicologia, não atendendo toda a demanda de pessoas com deficiência do município.
54
Uso do Solo
Legenda:
0
50 100(m)
Mapa elaborado pelo autor.
A partir da análise do uso e ocupação do solo da área de estudo, nota-se quadras com usos muito diversificados, havendo predominância de uso misto nas quadras próximas ao terreno em sua grande maioria residências. Há também a presença de equipamentos destinados à saúde, lazer, esporte, entre outros, além de uma área de preservação ambiental ao fundo do lote escolhido, tornando essa área com menos poluição sonora.
55
Gabarito
Mapa elaborado pelo autor.
Legenda:
0
50 100(m)
Os edifícios com gabaritos mais altos se localizam nas quadras que ladeiam a Av. Brigadeiro Lima e Silva, que está ao norte do terreno, apesar das quadras próximas do lote escolhido possuírem edificações com até 4 pavimentos, elas não são predominantes, sendo as com até 3 pavimentos maioria, não comprometendo a visibilidade do projeto. Além disso, os edifícios não apresentam relação entre sí: são voltados para o interior e possuem identidades visuais muito diversificadas, não havendo harmônia entre si 56
Vias
Legenda:
Av. Br
igad
Rua
Mar ech
eiro
al F
Mapa elaborado pelo autor.
Lim
ae
Silv a
loria
no
0
50 100(m)
O terreno está próximo de duas vias arteriais de grande importância no bairro, a Av. Brigadeiro Lima e Silva e a rua Marechal Floriano, possuindo grande fluxo de veículos e variedade de transporte público, com pontos de ônibus a menos de 100 metros do local do projeto. Além disso, as duas dão acesso à Rodovia Washington Luiz, que liga Duque de Caxias a outras regiões do Estado. Nota-se a localização privilegiada, permitindo fácil acesso dos futuros usuários do equipamento a ser projetado, vindos de todas as regiões, por veículos particulares ou públicos.
57
Condicionantes físicos
N
0
50 50
100
150(m) 150(m)
Mapa elaborado pelo autor. Orientação Solar
Quadras
Áreas Verdes
Vias
Terreno
Vegetação Existente Direção dos Ventos
58
Altas temperaturas durante todo o ano e grande adensamento urbano são características marcantes da região, por isso foi realizado um estudo de condicionantes físicos para poder compreender como amenizar os impactos gerados por esses fatores, identificando e aproveitando recursos naturais, como vegetação existente e direção dos ventos. Tais elementos serão norteadores para iniciar estudos volumétricos e de implantação, de modo a prover a melhor qualidade espacial e de conforto ambiental possível.
Fonte: earth.nullschool.net
Analisando o mapa global dos ventos pode-se observar que os ventos predominantes da região onde será inserido o projeto vêm a partir do Leste, onde está localizada a Baia de Guanabara.
Parâmetros Urbanísticos Zona Habitacional 1 - ZH1 Uso Comunitário (Centros Sociais, Templos, Saúde, Ensino, Repartições, etc)
ZH1 ZH4
Taxa de Ocupação (%)
60
Taxa de Utilização (%)
240
Alinhamento do Lote (m)
3
Divisas Laterais (m)
0/2,5
Fundo do Lote (m)
2,5
Terreno
Fonte: Imagem cedida pela prefeitura de Duque de Caxias
Após verificar o Decreto 4590/2005 de Duque de Caxias que define o zoneamento com respectivos parâmetros de uso e ocupação do solo do município, foi constatado que o lote escolhido para inserir o projeto está localizado entre duas zonas: Zona Habitacional 1 e Zona Habitacional 4, sendo orientado pela prefeitura a adotar os parâmetros do zoneamento onde se encontra a testada do lote, assim, ficando definido o uso dos parâmetros da Zona Habitacional 1 - ZH1.
59
croquis
60
6 . o projeto
61
memorial justificativo O presente projeto destina-se a um Centro Especializado em Reabilitação localizado na rua Evaristo da Veiga, no bairro Vinte e Cinco de Agosto, município de Duque de Caxias - RJ. O equipamento prestará em média 400 atendimentos diários, de reabilitação física, visual, auditiva e intelectual, a partir de serviços ambulatoriais e terapias. Além do tratamento tradicional, traz a paisagem como elemento de destaque, que não terá apenas a função contemplativa e decorativa, e sim, de contribuir efetivamente na reabilitação dos pacientes, levando os atendimentos para além dos consultórios. A forma arquitetônica adotada, em “L”, abraça o jardim do equipamento, maximizando a interação entre os espaços internos e externos, permitindo a contemplação do jardim de todo o interior do prédio, além de ser um limitador do acesso de veículos. O volume setoriza o centro de reabilitação em três blocos: O bloco terapêutico, onde será realizada a maior parte dos atendimentos, possuirá uma cobertura shed, vedada com policarbonato alveolar e cobogós, permitindo a entrada de iluminação e ventilação natural, além disso, possuirá canteiros centrais de formas amebóides que receberão vegetação, de modo a humanizar o interior do bloco, o tornando mais agradável e convidativo. O bloco de espera e convívio interno, destina-se a recepção e permanencia dos usuários, onde será implantada uma árvore central, além de canteiros com forrações de cores alegres e arbustos, integrando arquitetura e paisagem. O bloco administrativo, onde receberá todos os setores destinados aos funcionários, no térreo, com salas administrativas,vestiários, e ambientes de apoio e serviço. Já no pavimento superior, um terraço jardim é proposto, além de contemplativo, será utilizado para terapias ao ar livre. Um coffee shop torna o ambiente convidativo e aconchegante para pacientes e acompanhantes. O acesso principal de pedestres se dá pelo jardim terapêutico que possui uma paginação de piso que convida o usuário a entrar no equipamento. O jardim foi projetado para se tornar um refúgio para pacientes, acompanhantes e funcionários, e seus ambientes pensados de modo a minimizar qualquer sensação de frieza e impessoalidade que um equipamento de saúde pode proporcionar: um espelho d’água de forma amebóide centralizado no terreno, separa as áreas destinadas para pacientes e a aberta ao público que oferecerá feiras e outros eventos, convidando a população a interagir com o equipamento; árvores de diferentes portes projetam sombras generosas em áreas de permanencia, canteiros, e caminhos, tornando a vivência no jardim mais agradável e confortável; compondo a paisagem, também serão integrados ao jardim, arbustos e forrações que agucem os sentidos: com cores alegres, texturas diversas e aromas; a praça com pisos intertravados de cores diferentes, poderá receber atividades em grupo educativas e terapêuticas ao ar livre, integrado a mesma, um deck terapêutico receberá parte das terapias que foi subtraída do bloco principal, para serem realizadas em contato maior com a área externa e a natureza; na lateral esquerda do equipamento, de modo a aproveitar de forma útil o afastamento exigido pela legislação, foram propostos um pomar com espécies de pequeno porte e uma horta com compostagem, de modo a permitir que os próprios pacientes cultivem e cuidem das frutas e hortaliças. Propor mais que um equipamento de saúde, é propor um transformador de vidas: contribuindo com a autoestima, autonomia e socialização dos pacientes. 62
N ACESSO
1
2
4
3
13
15
17
18
20
22
24
25 26
19
5
16
5
5
14
21
23
5
LEGENDA: 6
7 27
8
9
9
9
9 ACESSO
10
11
12
1 - Sanitário Feminino - 9,22m² 2 - Sanitário PCD - 3,75m² 3 - Sanitário Masculino - 9,22m² 4 - Fraudaria - 6,13m² 5 - Sala de Triagem - 8,85m² 6 - Enfermaria - 13,45m² 7 - Átrio para Prescrição Médica - 13,87m² 8 - Hall - 122,50m² 9 - Box de Terapias (Eletroterapia) - 8,90m² 10 - Vestiário Masculino - 31,65m² 11 - Vestiário Feminino - 31,65m² 12 - Hidroterapia - 123,15m² 13 - Vestiário Funcionários Masculino - 22,94m² 14 - Vestiário Funcionários Feminino - 22,94m² 15 - Almoxarifado - 8,88m² 16 - Depósito de Cadeiras de Rodas e Macas - 14,80m² 17 - Arquivo Médico - 8,88m² 18 - Sala de Reuniões - 18,15m² 19 - Hall - 41m² 20 - Administração - 18,15m² 21 - Estar dos Funcionários - 51,45m² 22 - Direção - 18,40m² 23 - Copa / Cozinha - 24,75m² 24 - Depósito de Material de Limpeza - 5,60m² 25 - Armazenamento Temporário de Resíduos Sólidos - 5,60m² 26 - Substação Elétrica - 6,70m² 27 - Recepção / Espera / Convívio Interno - 164,75m² 0
PLANTA PAVIMENTO TÉRREO
2,5
5
10
20m
N
1
2
3 17
4
5
6
7
18
LEGENDA:
8
9
10
11 12 10
13
14
15
16
1 - Sanitário Feminino - 9,22m² 2 - Sanitário PCD - 3,75m² 3 - Sanitário Masculino - 9,22m² 4 - Consultório Diferenciado (Neurologia) - 18,15m² 5 - Consultório Diferenciado (Otorrinolaringologia) - 18,15m² 6 - Consultório Diferenciado (Oftalmologia) - 18,15m² 7 - Atendimento Individualizado (Cabine de Audiometria) - 18,15m² 8 - Laboratório de Prótese Ocular - 8,85m² 9 - Sala para Exame Complementar Potencial Evocado Auditivo - 13,50m² 10 - Depósito de Limpeza - 1,60m² 11 - Hall - 222,60m² 12 - Sala para Seleção e Adaptação de AASI - 13,50m² 13 - Consultório Indiferenciado (Sala de Estimulação Precoce) - 18,15m² 14 - Consultório Indiferenciado (Sala de Atividade de Vida Prática) - 18,15m² 15 - Ateliê Multiuso Adulto - 31,70m² 16 - Ateliê Multiuso Infantil - 31,70m² 17 - Terraço Jardim Terapêutico - 274m² 18 - Coffee Shop - 11,50m²
0
PLANTA PAVIMENTO SUPERIOR
2,5
5
10
20m
N Cobertura para Ambulância em Estrutura Metálica e Vidro
Laje Impermeabilizada
Brises de Madeira Plástica Cobertos com Policarbonato Alveolar
Telha de Fibrocimento i = 15%
Telha Ecolôgica i = 18% 8
Shed com Policarbotado Alveolar e Cobogós
0
PLANTA DE COBERTURA
2,5
5
10
20m
W.C MASC.
W.C MASC.
HALL
HALL
HIDROTERAPIA
CORTE A-A Bloco Terapêutico
Pergolado para Ciclo-ergometria
HALL SALA DE ESTIMULAÇÃO PRECOCE
SALA DE AVP
VEST. MASCULINO
VEST. FEMININO
SALA DE TERAPIA EM GRUPO INFANTIL
CORTE B-B Bloco Terapêutico
Caminho Principal
Espelho D’água
Deck Terapêutico
0
2,5
5
10
20m
Bloco Administrativo e Terraço Jardim Terapêutico
Estacionamento
Deck Terapêutico
TERRAÇO JARDIM TERAPÊUTICO
SALA DE REUNIÕES
ESTAR DE FUNCIONÁRIOS
CORTE C-C Caminho Arcado Multicolorido
Bloco Terapêutico
Espelho D’água
Canteiros e Bancos
Bloco Recepção e Espera
Bloco Administrativo e Terraço Jardim Terapêutico
CONSULT. DIF. (Oftalmologia)
HALL
SALA DE TRIAGEM
HALL
CONSULT. DIF. (Otorrinolaringologia)
TERRAÇO JARDIM
SALA DE TRIAGEM
VEST. MASCULINO
DEPÓSITO DE MACAS E CADEIRAS
COZINHA/ COPA
ESTAR DE FUNCIONÁRIOS
CORTE D-D
0
2,5
5
10
20m
FACHADA SUDOESTE
FACHADA SUDESTE
0
2,5
5
10
20m
FACHADA NOROESTE
FACHADA NORDESTE
0
2,5
5
10
20m
N
LEGENDA DE AMBIENTES: 1 - Espelho D’água 2 - Caminho Arcado Multicolorido 3 - Playground 4 - Praça para Atividades Externas 5 - Área de Redes 6 - Pergolado para Ciclo-ergometria 7 - Deck Terapêutico 8 - Área para Feiras e Eventos 9 - Viveiro 10 - Espreguiçadeiras 11 - Horta 12 - Pomar
5
12
2
4
3
LEGENDA DE ESPÉCIES: 7 Forração - Espécies sugeridas: Cistus albidus (Roselha Grande), Coronilla valentina (Pascoinhas), Tagetes erecta (Tagetes), Evolvulus glomeratus (Azulzinha)
6
11
10
1 Arbustos Aromático - Espécies sugeridas: Aloysia citrodora (Lúcia-lima), Cestrum nocturnum (Dama-da-noite), Manacá-decheiro (Brunfelsia uniflora).
9
Arbustos - Espécies sugeridas: Myrtus (Murta), Clusia fluminensis (Clúsia)
8 Plantas - Espécies sugeridas: Bromelia (Bromélia), Philodendron bipinnatifidum (Guaimbê),Nephrolepis exaltata (Samambaia).
PLANTA JARDIM TERAPÊUTICO
0
5
10
20m
PERSPECTIVA AÉREA
63
PERSPECTIVA ENTRADA DE PEDESTRES
64
PERSPECTIVA BLOCO CENTRAL
65
PERSPECTIVA BLOCO TERAPÊUTICO
66
PERSPECTIVA terraรงo jardim
67
PERSPECTIVA jardim terapĂŞutico
68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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considerações finais Finalizo este trabalho de conclusão de curso com muita satisfação, pois durante este ano desde a sua fundamentação, pude me aprofundar em pesquisas referente à arquitetura hospitalar e a importância de humanizar os ambientes de equipamentos de saúde, percebendo como a função do arquiteto é importante para tornar tais espaços mais receptivos e convidativos para seus usuários. O conceito proposto no projeto, foi incorporar à arquitetura e à paisagem a função de contribuir com a reabilitação dos pacientes tornando o tratamento e a vivência no centro de reabilitação mais prazerosos, não apenas para estes, mas também aos acompanhantes e funcionários, subtraindo ao máximo a impessoalidade e frieza que normalmente equipamentos deste tipo possuem. Compreender a importância dos centros de reabilitação foi de grande valia, pois eles não oferecem apenas um serviço, mas também contribuem com a inserção cada vez maior dos indivíduos na sociedade. Finalizando este projeto, me sinto contribuindo efetivamente com esta causa, além de ter um contato maior com a arquitetura hospitalar, na qual, desejo me especializar.
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