Tfc marceli 2014

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MARCELI LUISE FERREIRA

2014

ARQUITETURA DA VIDA


CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

ARQUITETURA DA VIDA - IMAGEM E CARATÉR DA ARQUITETURA NO AMBIENTE HOSPITALAR REVITALIZAÇÃO DO AMBULATÓRIO DO HC DE RIBEIRÃO PRETO

RIBEIRÃO PRETO 2014


MARCELI LUISE FERREIRA

ARQUITETURA DA VIDA - IMAGEM E CARATÉR DA ARQUITETURA NO AMBIENTE HOSPITALAR REVITALIZAÇÃO DO AMBULATÓRIO DO HC DE RIBEIRÃO PRETO

BANCA EXAMINADORA

_______________________________ Professora Orientadora Regina Angelini

_____________________________ Examinador 01

Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do titulo de graduação em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Professora Regina Angelini.

_____________________________ Examinador 02

Ribeirão Preto, ______ de _______________________ de 2014


03

AGRADECIMENTOS À Deus que sempre esteve ao meu lado, me dando forças e saúde para enfrentar as dificuldades. A toda minha família e amigos por todos pensamentos positivos e orações que fizeram, todo incentivo, amor e principalmente toda compreensão por muitos momentos em que estive ausente. Em especial a minha mãe, pelas palavras carinhosas que me encorajaram em muitos momentos que estive desanimada, e que me fez acreditar e continuar. Ao meu grande e sempre amigo Deivid, pela paciência, incentivo, conselhos e muita ajuda. Agradeço a todos que colaboraram direto e indiretamente com o desenvolvimento deste trabalho, e também à minha orientadora por toda atenção e disponibilidade, à todos aqueles que me forneceram conhecimento através de entrevistas e me ajudaram nas informações e acesso a importantes materiais. Principalmente ao senhor Celso Barione que, sem o auxílio dele não conseguiria entender de uma maneira geral o funcionamento do hospital, no qual foi sempre muito solícito, ajudando nas informações necessárias, explicou muitos detalhes importantes, e mais do que isso, foi um amigo que cuidou de mim nos momentos difíceis de fraqueza, dando conselhos e orando, o mesmo para sua esposa e principalmente seu filho, meu parceiro de todas as horas, compartilhando momentos de alegria e tristeza, a todo amor que me foi dado. Estar ao lado desta família todos os dias foi de grande importância para a conclusão deste trabalho.


04

RESUMO A proposta do presente projeto refere-se a uma revitalização do ambulatório do Hospital das Clínicas localizado na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. O objetivo é trazer melhorias nos aspectos físicos do local gerando um contraste emocional, não apenas para os pacientes, mas para todos os usuários. Este trabalho resume um pouco sobre a arquitetura hospitalar, a definição de profissionais sobre uma visão do edifício hospitalar mais humanizado e destaca como proposta do projeto a revitalização como dar nova vida. O estudo propõe o uso de cores adequadas, o controle da iluminação interna e externa, o contato com a natureza, o conforto acústico e térmico, uma maior e melhor organização espacial para o local. Propor um novo tipo de funcionamento onde altere suas características precárias atuais e torne um ambiente mais confortável. A humanização dos espaços faz com que o ambiente hospitalar adquira um valor mais humano, aproximando-se da vida do paciente e afastando-se do caráter unicamente funcional. O contato direto e indireto com características da arquitetura transforma o espaço que traduz tristeza, fraqueza, dor, desânimo para um ambiente que transmita força, ânimo, alegria, colaborando com o processo terapêutico do paciente, para a qualidade dos serviços e setores mais produtivos. Palavras Chave: Arquitetura, Arquitetura Hospitalar, Humanização, Ambulatório, HC Ribeirão Preto.


SUMÁRIO


07

INTRODUÇÃO

12

ARQUITETURA HOSPITALAR

16

HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO

23

AMBULATÓRIO

30

LEITURAS PROJETUAIS

43

PROJETO

51

REFERÊNCIAS


INTRODUÇÃO


08 O projeto destina-se a revitalização do ambulatório do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, estado de São Paulo. O Hospital das Clínicas campus foi inaugurado em 1978, projeto este desenvolvido por europeus. Na época contava com 525 leitos e atendia 700 consultas por dia. Nascia o primeiro hospital bem equipado em condições de atender a população de Ribeirão Preto, região e grande parte do Brasil. Reconhecido como centro de referência, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto estão às linhas de pesquisa de alta qualidade, ensino de medicina, enfermagem, fisioterapia, nutrição, fonoaudiologia, terapia ocupacional e informática biomédica. Referência também para atendimentos complexos, são mais de sete mil pessoas, entre médicos, docentes, residentes, enfermeiros e pessoal de apoio que lutam às 24 horas do dia para salvar vidas. Para o desenvolvimento do projeto foi necessário ter aprofundamento da complexidade do funcionamento e da rotina hospitalar para propor soluções que atendam as necessidades técnicas e de humanização. O edifício precisa ser flexível e expansível para atender todas as inovações tecnológicas e a demanda de crescimento dos pacientes atendendo também as necessidades da funcionalidade do ambiente, transformando e humanizando seus espaços físicos. O desgaste físico e emocional pelo qual passa a maioria dos pacientes, refletindo-se também sobre familiares e visitantes, bem como a exaustiva rotina do corpo médico e de enfermagem devem ser considerados. O espaço físico não poderá eliminar o sofrimento do paciente, mas pode contribuir para melhorar o seu bem-estar e o dos funcionários através da criação de um ambiente mais confortável, organizado e adequado às suas expectativas e

necessidades. A integração do exterior com o interior realiza uma harmonização do espaço. Tanto no exterior os aspectos de conforto térmico, a iluminação, o paisagismo, quanto no interior os acabamentos, as cores, a decoração, o mobiliário, melhoram a qualidade espacial do edifício existe e gera benefícios. Desde o surgimento das instituições hospitalares, o hospital é visto como um ambiente mórbido, triste, angustiante, onde há apenas enfermos e doenças. Essa visão, além de desagradável para seus usuários, influencia o psicológico dos pacientes, podendo atrapalhar seu tratamento. (CAVALCANTI, 2002) Planejar uma construção onde seu modo construtivo atenda as necessidades da funcionalidade do ambiente, transformando e humanizando seus espaços físicos, fazendo com que o sentimento de dor, tristeza e incapacidade sejam eliminados é o grande desafio nas construções hospitalares da contemporaneidade. Essas modificações, que já estão em pauta, refletem nos usuários, ampliando suas qualidades de vida. Segundo Guelli (2005, p.178 apud Wessels, 2004). “Um edifício de saúde deve atender às necessidades técnicas e funcionais envolvidas no cuidado à saúde integral e, além disso, considerar o valor da percepção subjetiva do espaço físico e sua influência sobre o paciente, o corpo profissional e os acompanhantes, necessidade que tem assumido, recentemente, relevante importância na busca pela excelência na atenção à saúde.”

O desgaste fisiológico e emocional pelo qual passa a maioria dos pacientes, refletindo-se também sobre familiares e visitantes, bem como

a exaustiva rotina do corpo médico e de enfermagem devem ser considerados. O espaço físico não poderá eliminar o sofrimento do paciente, mas pode contribuir para melhorar o seu bem-estar e o dos funcionários através da criação de um ambiente mais humanizado e adequado às suas expectativas e necessidades. A integração do exterior com o interior realiza uma harmonização do espaço, como no exterior o conforto térmico nas aberturas, aspectos da iluminação, o paisagismo e no interior os acabamentos, as cores, a decoração, o mobiliário, fazem parte da construção e gera benefícios. Segundo Vasconcelos (2004, p.10). “Esta nova visão abrange o conceito de

Humanização dos Hospitalares, considerada

Ambientes

fundamental para o bem estar físico e psicológico do paciente. A humanização aproxima o ambiente físico dos valores humanos, tratando o homem como foco principal do projeto. Consiste na qualificação do espaço construído através de atributos projetuais que provocam estímulos sensoriais benéficos aos seres humanos. A Integração interior/exterior apresenta-se como peça fundamental para a humanização do espaço arquitetônico por agrupar uma imensa variedade de estímulos provenientes do ambiente externo que provocam reações no corpo humano, como por exemplo, sons, aromas, texturas, ventilação e intensidade luminosa diferenciada, além de cores e formas diversas.”


09 Com a humanização no espaço hospitalar sua construção pode ser transformada em menos institucional possível, fazendo com que os projetos arquitetônicos para edifícios hospitalares tenham uma ambientação diferenciada com a que encontramos atualmente e transforme-se, criando uma aparência residencial, hoteleira, comercial ou no caso de alguns estabelecimentos mais específicos como, por exemplo, o da pediatria tenham possíveis ambientes temáticos. “Agora a ênfase está na qualidade do ambiente hospitalar e na preocupação em afastar o aspecto hostil e institucional que sempre predominou neste tipo de edificação.” (VASCONCELOS 2004, p.10). Para o desenvolvimento do projeto é necessário ter conhecimento da complexidade e do funcionamento da rotina hospitalar para propor soluções que atendam as necessidades técnicas e de humanização. O edifício precisa ser flexível e expansível para atender todas as inovações tecnológicas e a demanda de crescimento dos pacientes. Além disso, devem ser desenvolvidos com planejamento para evitar problemas futuros e custos elevados de manutenção, decorrentes de uma arquitetura inadequada para o local, o clima, e outras características que precisam ser observadas antes da execução da obra. “Dessa forma, o hospital do futuro, além da viabilidade econômico-financeira, deve atender aos requisitos de: expansibilidade, flexibilidade, segurança, eficiência e, sobretudo, humanização.” (MARTINS 2004, P.63). A visão que temos e formamos de um ambiente também influência na apropriação que dele fazemos, projetamos imagens que dificilmente conseguimos alterar. Todo ambiente gera sentimentos e níveis de satisfação ou insatisfação em seus usuários, deste modo, as condições e qualidades para a saúde física e emocional em um ambiente hospitalar são

essenciais para a satisfação de seus usuários. Segundo Guelli (2005, p.190). “Os empreendedores e arquitetos brasileiros intuem que o espaço construído influencia os usuários e o próprio resultado do tratamento, mas o acesso à qualidade da informação e às evidências de como e quando ocorre essa influência não são ainda difundidos. É importante, agora, ampliarmos o nível de sensibilização desses tomadores de decisão para a necessidade de considerarmos a percepção do espaço, além da técnica e da função, na concepção e dimensionamento dos espaços, fundamentados em dados científicos que demonstram a efetiva contribuição do espaço no resultado darecuperação do paciente, criando uma consciência de permanente busca de eficiência alocativa que eleva a qualidade da atenção da saúde, sem consumir recursos adicionais que venham a comprometer os limitados recursos do sistema de saúde.”

A arquitetura e a humanização do ambiente físico hospitalar proporciona a integração do interior/exterior, utilizando essas características no edifício, cria-se um ambiente com vantagens tantos para a recuperação de pacientes e para os funcionários que trabalham em um ambiente mais agradável. A humanização ocorre juntamente com a implantação de um novo conceito de arquitetura hospitalar. “A natureza transversal dessa política envolve todos os atores e pode ser colocada em prática de imediato, porque exige apenas decisão de mudar a forma de ver o outro.” (MARTINS 2004, P.66). A psicologia ambiental mostra que a

apropriação de determinado ambiente é orientada pela imagem que formamos dele. Segundo Fischer (1984, p.89) “A própria percepção do espaço envolve um processo de avaliação de acordo com nossas expectativas e valores”. Dessa forma, a percepção de cidade, de uma região, não será a mesma, se nela formos a passeio ou a trabalho, já que expectativas e imagens criadas previamente à viagem serão muito diferentes nas duas situações, influenciando as atitudes e comportamentos posteriores. (FISCHER, 1984). As pessoas atribuem a um espaço sentimentos e significados, correspondentes à apreensão que fazem dele, seu nível de satisfação ou insatisfação. Assim, todo espaço tem um valor social, simbólico e cultural, que são melhores compreendidos pelo estudo da percepção e do comportamento dos indivíduos que os utilizam. “Não existe, assim, espaço vazio ou neutro do ponto de vista psicológico: todo o espaço veicula significados que dependem tanto do conjunto arquitetônico como do contexto social.” (FISCHER, 1984, p. 105). Muitos são os significados atribuídos a imagem de um objeto, entre eles a função utilitária, que nada mais é que “explicitar o uso ao qual se destina”. (ECO 1987, p. 147). A função utilitária auxilia a utilização de um espaço e facilita a sua compreensão. Assim, chegamos a conclusão que uma edificação vista pela primeira vez é uma igreja por observarmos nela particularidades semelhantes a outras igrejas que já tivemos contato anteriormente. (ECO, 1987).


10 Nesta mesma obra, Eco (1987) afirma que, como a função utilitária, a função simbólica é igualmente importante. Segundo ele, a partir do momento em que a arquitetura abrange ideologias e conceitos, ela se torna um meio de comunicação de massas, ou seja, ela induz os modos que o indivíduo vivencia os espaços. “Arquitetura move-se numa sociedade de mercadorias; está sujeita as determinações de mercado, mais do que as outras atividades artísticas e tanto quanto os produtos da cultura de massa”. (ECO, 1987, p. 225) Como Eco (1987), Baudrillard (1972, apud CAVALCANTI, 2002), específica a importância da função simbólica de um objeto como fator determinante de seu valor. Assim, um objeto considerado inútil, pode ser um símbolo de prestígio a seu proprietário, mais ainda que objetos úteis. Como exemplo, pode-se pensar em um ambiente repleto de objetos decorativos. Pela necessidade de grande esforço para limpeza e manutenção desses objetos, os mesmos passam a ser representantes de uma elevada classe social. Este pode ser o significado que o proprietário queira expor para a sociedade, uma vez que, para manter esses objetos, é necessário ter boa condição financeira. Após as explanações de Eco e Baudrillard, é fácil compreender o trabalho de Marcus (1974, apud CAVALCANTI, 2002), quando o mesmo diz que uma edificação é carregada de simbolismos, e que suas imagens, tanto internas quanto externas são expressões de seus usuários. O caráter de um espaço é outro importante atributo, segundo Norberg-Schulz (1980, apud, CAVALCANTI 2002), pois permite a orientação e a identificação do espaço, possibilitando ao indivíduo a apropriação desse espaço e a sensação de pertencimento ao mesmo. Norberg-Schulz (1980 p. 93 apud

CAVALCANTI 2002, p.30) define caráter como: significado existencial do espaço, expresso através de sua imagem. Quando há uma correspondência entre o caráter e o potencial do espaço, isto é, quando o espaço condensa significados, este se torna um Lugar. Com frequência o caráter de um local é definido pelo uso de adjetivos, como por exemplo ‘aconchegante’ para se referir ao lar.

Cavalcanti (2002, p.39) exemplifica o conceito da seguinte maneira: Diferentes tipos de atividades se expressam através de caráteres distintos. Um “caráter solene” é algo que se pode esperar de uma igreja, e “festivo” de um salão de bailes. Isto é, o caráter corresponderia a atributos de um lugar que deveriam ser coerentes com a função à qual se destina. De acordo com Rivlin (2003, p.78, apud CAVALCANTI 2002, p.41), todos os ambientes têm identidade ou caráter, o qual é muito importante por que sugere determinados tipos de comportamento e percepções. A relação entre os atributos do espaço e seu impacto sobre as pessoas não é determinística, nem tão pouco facilmente mensurável. Porém entende-se que o caráter dos lugares, contribui também para conformar a identidade dos seus usuários assim como é por ela conformado. O caráter é, portanto um importante critério para a avaliação da qualidade de uma obra em Arquitetura, contribuindo para a legibilidade necessária a sua compreensão e utilização. Ele está relacionado à coerência entre as funções utilitária e sócio-simbólica da

imagem do espaço e a forma como elas efetivamente são expressas arquitetonicamente. É inquestionável que a permanência em um hospital é por si só causa de aborrecimento e stress para grande parte da população, o que é responsável também por atrasos na eficiência de tratamentos em geral. A distância das pessoas queridas (familiares e amigos), a própria patologia, o processo de tratamento (invasivos ou não), a grande redução da autonomia e a ausência da privacidade são algumas das razões que acentuam o estado psicológico já fragilizado do paciente (CAVALCANTI, 2002). Somado a isso, há as características do ambiente hospitalar, que pode provocar incômodo ao paciente, criando o chamado stress ambiental, cujas causas são destacadas por Kopec (2006, p. 33, apud CAVACANTI 2002, p. 32): a falta de familiaridade com o novo ambiente, decorrente do processo de hospitalização, por vezes traumático; a impossibilidade de controle sobre o espaço, quando este demanda esforços significativos do indivíduo para que possa utilizá-lo, comprometendo sua auto-estima; a ausência de estímulos sensoriais devido à monotonia e repetitividade frequentemente característica dos ambientes internos.


11 “Os especialistas têm sugerido recentemente, que a arquitetura hospitalar deve não apenas evitar o stress ambiental, como pode efetivamente contribuir para a recuperação do paciente” (CAVALCANTI, 2002, p.61). Segundo o autor, o hospital passou a ser um ambiente de suporte total ao tratamento, como uma técnica terapêutica, e a humanização hospitalar, nesse contexto, passa a ser uma característica indispensável. Além de potencializar o tratamento dos pacientes, esse ambiente hospitalar também influencia a atuação da equipe médica (médicos, enfermeiros, funcionários), favorecendo o desenvolvimento de suas atividades. Colaborando para a saúde mental e psicológica da equipe médica, o espaço contribui para a sua satisfação e aumenta a produtividade, o que se reflete no atendimento aos pacientes. No desenvolvimento de projetos na área da saúde, muitas vezes limitados aos programas básicos e satisfazendo apenas as necessidades funcionais primordiais de um hospital, deve-se dar prioridade também a ambiência. Para que esses objetivos sejam alcançados, o desenvolvimento de projetos na área da saúde não pode se limitar à satisfação das necessidades funcionais, em geral priorizadas em relação às demais. É importante dar ênfase à ambiência, isto é, a qualidade do espaço físico (interno e externo) resultante da proposta e seus efeitos sobre o comportamento dos usuários (ITTELSON, 1973, apud CAVALCANTI, 2002). Assim, seguindo o trabalho de Fischer (1984) sobre a psicologia ambiental, já

mencionado, o presente projeto visa, ao final de intenso estudo sobre o assunto, a elaboração de um projeto hospitalar, que, apesar da difícil situação dos usuários de um hospital, estimule, através de sua arquitetura, expectativas contrárias as que pacientes e familiares apresentam quando pensam em hospitais, fazendo-os elaborar uma imagem diferente da usualmente criada e fazendo com que o espaço apresente um significado que potencialize o tratamento e convívio em um hospital a equipe médica e usuários. Nesse contexto, a função utilitária, conceituada por Eco (1987) será repensada, já que ela agrega importância auxiliando e facilitando a compreensão e a utilização do espaço hospitalar. Entretanto, o uso desse equipamento não deve ser explicito de forma a reavivar experiências negativas ou criar expectativas que vão contra a proposta de humanização hospitalar. A função simbólica da imagem criada, de inquestionável importância tanto a Eco (1987), Baudrillard (1972, apud CAVALCANTI, 2002) e Marcus (1974, apud CAVALCANTI, 2002), será pensada de modo que o simbolismo do projeto arquitetônico leve criação de um caráter, como conceitualizado por Norberg-Schulz (1980, apud CAVALCANTI 2002), diferente do caráter explicito hoje nas instituições hospitalares. Desse modo, no presente projeto, o caráter frio e depressivo, comum aos hospitais, será substituído por um caráter humanizado, fazendo com que o usuário possa se apropriar e sentir a sensação de pertencimento ao local. Espera-se que, dessa forma, o stress ambiental (KOPEC,

2006, apud CAVACANTI, 2002 e CAVACANTI, 2002) seja eliminado, aumentando a autonomia dos usuários e levando em consideração a individualidade de cada paciente, eliminando a monotonia dos ambientes internos (proporcionando assim estímulos ambientais apropriados). Hospital – estabelecimento de saúde dotado de internação, meios diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades de prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência/emergência e de ensino/pesquisa. Hospital-dia (regime de) – modalidade de assistência à saúde, cuja finalidade é a prestação de cuidados durante a realização de procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, que requeiram a permanência do paciente na unidade por um período de até 24 horas. Ambulatório - unidade destinada à prestação de assistência em regime de não internação.


ARQUITETURA HOSPITALAR


13 HISTÓRIA Os hospitais ao longo dos anos tiveram grandes transformações funcionalmente através de mudanças culturais na sociedade e grandes descobertas na área da saúde, sofrendo diversas mudanças, desde a função dos espaços, o modo com que os pacientes são tratados e, principalmente a relação das pessoas com o ambiente em que estão inseridos. No início, a função primordial destes espaços era oferecer hospedagem a peregrinos, doentes ou não. A partir de um tempo, os hospitais surgiram como abrigo para doentes, principalmente os destinados a morte, servindo de isolamento aos enfermos para que a doença que eles possuíam não se alastrasse para a população em geral. Atualmente, este conceito está modificado, o hospital não é mais um ambiente

de morte para os enfermos, mas também não apenas um ambiente de cura. É um local que favorece o aumento de qualidade de vida dos doentes, sejam eles com chances de cura, ou destinados a morte. A intenção é provocar um sentimento menor de dor nestes pacientes, utilizando a medicina paliativa. Segundo Miquelin (2002, p.28) estão apresentados a seguir processos significativos na transformação histórica nos espaços destinados à saúde. Segundo Miquelin (2001, p.37) ―a morfologia básica de um hospital medieval é a nave polivalente que reflete os avanços das tecnologias estruturais, com vãos maiores e condições ambientais de iluminação e ventilação dos edifícios melhoraram muito. 0 Dois fatores começaram a ser incorporados ao projeto, a separação entre funções de alojamento e logística e a separação dos pacientes por patologia e sexo. Ficou também evidente a importância da água como

Ilustração: Evolução das formas hospitalares Fonte: Miquelin (1992, p.28)

fator higiênico, de modo que iniciou-se um estudo das formas de abastecimento. Antiguidade

Pórtico e Templos

Idade Média

Nave

Renascença

Cruz

Era Industrial

Pavilhões

Pré Contemporânea

Blocos

e

Claustro


14 Segundo Miquelin (2001, p. 40) ―as construções renascentistas, desfazem os conceitos medievais de organização através de naves. As novas edificações são mais complexas utilizando duas formas básicas: o elemento cruciforme e o pátio 43 interno ou claustro rodeado por galerias. Nos dois casos, os claustros eram elementos organizadores de outros elementos funcionais‖. Segundo Filarete (apud MIQUELIN, 2001, p.41) ―o hospital para homens é em forma de cruz e para mulheres em forma de T, pois sua capacidade é mais adequada ao número menor de mulheres doentes‖. Segundo Toledo (2006, p.20) ―a partir daí, os grandes hospitais que eram ocupados por todo

Ilustração: Modelo Hospitalar de Poyet Fonte: Miquelin (2001, p. 43)

o tipo de pacientes, passaram a ser condenados, ocorrendo novas propostas, dentre as quais a separação dos pacientes internados em um mesmo hospital, segundo suas patologias e a construção de hospitais com menor número de leitos, voltados para o tratamento de um único tipo de enfermidade. Surgiu então, no século XIX o hospital especializado‖. Segundo Toledo (2006, p.21) ―entre as inovações tecnológicas mais importantes estão às contribuições de Tollet, que criou uma solução de renovação do ar nas 46 enfermarias, por meio da construção de paredes com seção em arco. Seu livro também estudou outras propostas como o espaçamento entre as camas, as condições de insolação e ventilação das alas,

Ilustração: Hospital Santo Espírito de Lubeck, 1286 Fonte: Miquelin (2001, p. 37)

as instalações de calefação e a circulação de ar, custos por paciente e coeficientes de mortalidade‖. Segundo Miquelin (2001, p.44) ―A morfologia pavilhonar surgiu do conceito de enfermaria aberta ou como ficou conhecida mais tarde de enfermaria ―Nightingale‖. O Hospital Lariboisiere, 1846, em Paris é um dos exemplos da grande quantidade de edifícios. É composto por dois grupos de 5 pavilhões paralelos, separados uns dos outros por áreas ajardinadas e ligados por um corredor galeria, definindo um pátio externo. O sistema de ventilação é refinado apesar das críticas quanto ao insuflamento de ar que ocorre nos pavilhões masculinos e a exaustão nos femininos.

Ilustração : Ospedale Maggiore de Milão,1456 Fonte: Miquelin (2001, p.41)

Ilustração: Esquema dos Hospitais Pavilhonares


15 Segundo Miquelin (2001, p.44) ―A morfologia pavilhonar surgiu do conceito de enfermaria aberta ou como ficou conhecida mais tarde de enfermaria ―Nightingale‖. O Hospital Lariboisiere, 1846, em Paris é um dos exemplos da grande quantidade de edifícios. É composto por dois grupos de 5 pavilhões paralelos, separados uns dos outros por áreas ajardinadas e ligados por um corredor galeria, definindo um pátio externo. O sistema de ventilação é refinado apesar das críticas quanto ao insuflamento de ar que ocorre nos pavilhões masculinos e a exaustão nos femininos‖. De acordo com Centenaro (2009, p. 25) ―a escolha do partido arquitetônico não seu deu em função da dimensão do terreno, pois pela sua grandeza poderia abrigar perfeitamente um edifício pavilhonar. A escolha de monobloco vertical se deu em função de três quesitos básicos: custo menor de construção, escassez de mão de obra de enfermagem e possibilidade de

Ilustração: Good Samaritan Hospital Otawa Civic Hospital – New York Fonte: Miquelin (1992, p.55)

crescimento do complexo hospitalar pela implantação de novos blocos no terreno. Com esta escolha, os monta-cargas e elevadores contribuem para muitos deslocamentos de carinhos e de suprimentos pelos corredores do hospital‖ e conforme Miquelin (1992, p.54) ―os pavimentos são tão independentes quanto os pavilhões. De acordo com Miquelin (1992, p.59), ―após a Segunda Guerra Mundial, foi criada uma nova tipologia hospitalar que ficou conhecida como mista; que nada mais 51 era do que um edifício vertical que abriga as unidades de internação e o bloco cirúrgico apóia-se sobre um bloco horizontal que contém serviços de apoio e de diagnóstico. A concepção do projeto baseia-se já possibilidade da diminuição dos tempos de hospitalização através de maior eficácia do pessoal médico e paramédico e da qualidade dos meios de diagnóstico e tratamento. O

Ilustração: Hospital Lariboisieri Fonte: Miquelin (2001, p. 44)

hospital pode ser tornar uma simples máquina da cura‖. (MIQUELIN, 2001, p. 59) No Brasil, o hospital moderno nasceu na passagem do modelo religioso para o modelo pavilhonar, em meados do século XIX, e procurava acompanhar a trajetória dessas construções na Europa, regidas primeiramente sob o princípio da construção em claustro, mas que sofreram profundas transformações depois do higienismo e ainda mais com os trabalhos de Louis Pasteur e a bacteriologia. Durante as primeiras décadas do século XX, os projetos hospitalares estiveram sob a influência dessas ciências, porém atentos ao modelo que se consolidava nos EUA - a construção em bloco único, que é a tônica do modelo hospitalar até hoje.

Ilustração: Hospital Memorial - 1950 Fonte: Miquelin (1992, p.59)


HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO


17

HC UNIDADE DE EMERGÊNCIA

Fonte: Site - http://www.hcrp.fmrp.usp.br

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP) ou simplesmente "Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto" ("HCRP"), é uma autarquia, mantida pelo governo do estado de São Paulo, sendo vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Decreto Estadual n. 26.920, de 18/3/87) associada à Universidade de São Paulo - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Tem por missão desenvolver a assistência, o ensino e a pesquisa científica em estreita colaboração com as demais unidades ensino da Universidade de São Paulo na cidade de Ribeirão Preto, em particular com a Faculdade de Medicina. Quem chega ao HC sabe que está sendo atendido por uma equipe multidisciplinar da mais alta qualidade, que vive em busca constante pelas melhores técnicas para salvar vidas e atenuar a dor. Para isso, o complexo do HCFMRP-USP dispõe de três prédios: dois situados no Campus Universitário: HC-Campus e o Hemocentro e um situado na área central da cidade, onde funciona a Unidade de Emergência - UE. Além disso, oferece apoio profissional, financeiro, logístico e administrativo a um conjunto de unidades: Hospital-Dia de Psiquiatria, Centro Médico Social e Comunitário Vila Lobato, Centro de Saúde Escola "Joel Domingos Machado" e Centro Médico Social Comunitário Pedreira de Freitas em Cássia dos Coqueiros (SP). A área de atuação do Hospital concentra-se basicamente no município de Ribeirão Preto e região, entretanto, ante as suas características de hospital de referência para atendimentos complexos, é muito comum encontrar nos corredores dos ambulatórios e enfermarias pessoas vindas de outros estados e até mesmo de outros países. O HC Unidade de Emergência está localizado na Rua Bernardino de Campus, 1000 - Centro e o HC Campus esta localizado no Campus Universitário s/n — Monte Alegre.

VISTA AÉREA DO CAMPUS

HC CAMPUS

Fonte: Site - http://www.hcrp.fmrp.usp.br

Fonte: Site - http://www.hcrp.fmrp.usp.br/

AMBULATÓRIO

Fonte: Arquivo pessoal


18 LOCALIZAÇÃO

Fonte: Google

Fonte: Google

Fonte: Site - http://www.hcrp.fmrp.usp.br/


19 ACESSOS Ambulâncias Municipais:

ou

Ônibus Linhas de ônibus disponíveis:

O paciente deverá agendar o transporte junto à Secretaria Municipal de Saúde ou Unidade Básica de seu município. Ao chegar ao Hospital de Ambulância na portaria principal do ambulatório. Pacientes que vierem de ônibus deverão desembarcar na Plataforma de Embarque e Desembarque.

V 178 - D. Miele - HC; V 187 - Heitor Rigon; N 207 - Hospital das Clínicas; V 217 - Quintino - HC; N 307 - Cidade Universitária; N 370 - Jd. Recreio; U 199 - Circular 1; U 299 - Circular 2; U 399 - Circular 3; U 499 - Circular 4.

Ambulatório

Fonte: Site - http://www.hcrp.fmrp.usp.br/

Veículo Próprio:

AMBULATÓRIO

Fonte: Site - http://www.hcrp.fmrp.usp.br/

O Hospital oferece estacionamentos privativos ao final da rua Tenente Catão Roxo - atrás do Hospital (250 vagas) e outro ao lado do ambulatório (103 vagas). Existem vagas disponíveis em frente ao Ambulatório para Portadores de Necessidades Especiais e/ou com dificuldades de locomoção. Para ter acesso à vaga o paciente deverá exibir credencial emitida pelo órgão ou entidade executiva de trânsito sobre o painel do veículo ou em local visível para efeito de fiscalização. Existem ainda algumas vagas disponíveis nos estacionamentos livres na rua Tenente Catão Roxo (ao lado do Hospital Dia).


20 HISTÓRIA DO HC

1956 - O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) inicia as suas atividades no dia 30 de julho no Hospital da Fundação Sinhá Junqueira, cedido mediante convênio, onde funciona hoje a Unidade de Emergência. - A primeira cirurgia foi realizada em 06 de agosto de 1956 pela equipe do Prof. Ruy Ferreira Santos.

1950

1960

1962 - Em novembro é assinado o contrato para elaboração do Projeto e construção do HC (Hospital das Clínicas) Campus.

1968 - O primeiro transplante de rim do Brasil foi realizado no HC (Hospital das Clínicas) pela equipe do Prof. Antonio Carlos Pereira Martins.

1978

1992

- O Hospital das Clínicas inaugura sua sede no Campus. Na época contava com 525 leitos e atendia 700 consultas por dia. Nascia o primeiro hospital bem equipado em condições de atender a população de Ribeirão Preto, região e grande parte do Brasil. - A primeira cirurgia do Campus foi realizada dia 28 de março de 1978, também pela equipe do Prof. Ruy Ferreira Santos.

- Em setembro de 1992 foi realizado no o primeiro transplante de medula óssea sob o comando do Prof. Júlio Voltarelli.

1970

1980

1990

1982 - Inaugurada a Unidade de Queimados do HCFMRP USP (Hospital das Clínicas da faculdade de medicina de Ribeirão Preto), única da região, tem capacidade para 16 leitos.

1984 - Inaugurado Intoxicações.

o

Centro

de

Controle

de

1989

Fonte: Site – http://www.hcrp.fmrp.usp.br/

Fonte: Site http://www.hcrp.fmrp.usp.br/

- Inauguração do Serviço de Fertilização Assistida do Setor de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia , primeiro e único serviço de caráter público da cidade, o serviço ajuda a realizar o sonho de muitas mulheres que não conseguem ter filhos . O primeiro bebê de proveta do HC nasceu em 1993.


21

1994 - Atendendo

a demanda, em setembro foram inauguradas as novas instalações do Hemocentro, que desde então opera com diretrizes do Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde e plano diretor para o Sangue e Hemoderivados do Estado de São Paulo.

1990

1996 - A Unidade Especializada de Terapia e Tratamento de Doenças Infecciosas foi inaugurada em agosto. Sob os cuidados de uma equipe altamente especializada, a Unidade serve não só para o tratamento dos doentes imediatos, mas também para a educação preventiva.

2002 - A Equipe

do Prof. Júlio Voltarelli realiza o primeiro transplante de células tronco do Brasil para o tratamento de lúpus. - O Hospital recebe o Prêmio Qualidade Hospitalar do Ministério da Saúde. - A Equipe do Prof. Júlio Voltarelli e do Prof. Amilton Barreira realiza o primeiro transplante de células tronco do Brasil para o tratamento de Esclerose Múltipla. - O Hospital recebe o Certificado de Hospital Amigo da Criança.

2005 - A Equipe do Prof. Júlio Voltarelli realiza o primeiro transplante de células tronco do Brasil para o tratamento de Esclerose Lateral Amiotrófica.

2000 1995 - Em junho,

a Unidade de Transplante de Medula Óssea do HCFMRPUSP que é a quarta do país, ganhou instalações próprias com 4 leitos.

-

Inaugurado o Centro de Cirurgia de Epilepsia - CIREP, é um dos centros mais avançados nesta especialidade, desenvolvendo tecnologia pioneira no tratamento da doença.

2001 - Em dezembro, o CIREP foi escolhido pelo Ministério da Saúde para ser o Centro Regulador de Cirurgias de Epilepsia para todo território nacional.

2004 - A Equipe

do Prof. Júlio Voltarelli realiza o primeiro transplante de células tronco do mundo para o tratamento de Diabetes tipo 1. - O programa Classe Hospitalar do HCFMRP foi selecionada e intitulada como iniciativa de Boa Prática (Good Practice), pela Agência UN-HABITAT, do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos.


22 SUS O Sistema Único de Saúde (SUS) é foi criado pela Constituição Brasileira de 1988, com finalidade de modificar a situação de desigualdade da população brasileira em relação ao atendimento à saúde, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, pois o SUS é financiado pela população brasileira com o pagamento de impostos. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. O governo federal é o principal financiador da rede pública de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica metade de todos os recursos gastos no país em saúde pública em todo o Brasil. Estados e municípios, em geral, contribuem com a outra metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula políticas nacionais de saúde, mas não realiza as ações. Para a realização dos projetos, depende de seus parceiros (estados, municípios, ONGs, fundações, empresas, etc.). Também tem a função de planejar, criar normas, avaliar e utilizar instrumentos para o controle do SUS. Os municípios são incentivados a assumir integralmente as ações e serviços de saúde em seu território. Esse princípio do SUS foi fortalecido pelo Pacto pela Saúde, acertado pelos três entes federados em 2006. A partir de então, o município pode assinar um Termo de Compromisso de Gestão. Se o termo for aprovado na Comissão Bipartite do estado, o gestor municipal passa a ter a gestão de todos os serviços em seu território. A condição permite

que o município receba os recursos de forma regular e automática para todos os tipos de atendimento em saúde que ele se comprometeu a fazer. A remuneração é feita por serviços produzidos pelas instituições credenciadas no SUS. Elas não precisam ser públicas, mas devem estar cadastradas e credenciadas para realizar os procedimentos pelo serviço público cada tipo de procedimento. de saúde. O pagamento é feito mediante a apresentação de fatura, que tem como base uma tabela do Ministério da Saúde que especifica quanto vale. O Sistema Único de Saúde tem como princípio: - Universalidade: a saúde é um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado garantir o acesso e atenção universal à população; - Integralidade: garantia de um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos exigidos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência; - Equidade: princípio que busca a diminuição das desigualdades, investindo mais aonde a carência é maior, e/ou tratando com prioridade os casos mais graves de doenças acometidos na população; - Descentralização: um único gestor responde por toda a rede assistencial na sua área de abrangência; - Resolutividade: dar solução aos problemas do usuário de forma adequada, no local mais próximo de sua residência ou encaminhando-o aonde suas necessidades possam ser atendidas conforme o nível de complexidade; - Regionalização: a regionalização é a aplicação

do princípio da territorialidade. A hierarquização é expressão desta lógica, buscando entre outros objetivos, a economia de escala. - Participação Popular: como forma de garantir a efetividade das políticas públicas de saúde e controle social, é preciso criar canais de participação popular na gestão do SUS, em todas as esferas, municipal, estadual e federal. Atualmente, vem ocorrendo uma crise no Sistema Público de Saúde, com isso, a população vem sendo obrigada a procurar um melhor atendimento nos planos de saúde, fazendo com que profissionais optem pelo serviço privado, através da constituição de clínicas especializadas para melhor atender seus pacientes. Não deve ser esquecido, que a maior parte da população não possui acesso aos atendimentos da rede privada, sendo de vital importância a reformulação destes espaços de acordo com cada especialidade e resolubilidade, para promover aos pacientes uma rápida anamnese e com isso, proporcionar um tratamento mais eficaz. O ambulatório de Ribeirão Preto é credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) .


AMBULATÓRIO


24 O Ambulatório do Hospital das clínicas é destinado a atender retornos do Pronto Socorro e usuários encaminhados pelas Unidades de Saúde. O atendimento é realizado por especialistas. Podendo ser atendido pelo grupo de médicos residentes do Hospital, sob orientação do especialista. Não atende emergência e não atende procura espontânea. Os pacientes chegam até o ambulatório com sua consulta agendada, ou em alguns casos é feito o agendamento no local decorrente a algum encaminhamento. O usuário no dia de sua consulta deverá estar com sua guia de encaminhamento (ficha com código de barras que garante seu acesso ao local) e os resultados dos exames já realizados em alguns casos. Nele atende-se várias especialidades, dentre elas: Mastologia, Psicologia, Psiquiatria, Obstetria, Oncologia, Ginecologia, Endócrino, Oftalmo, Neurologia, Geriatria, Cardio, Pneumologia, Nutrologia, Odonto, Cirurgia Plástica, etc. O número de atendimentos varia em torno de três mil atendimentos dia, onde metade são de pacientes de cidades da região e metade da cidade de Ribeirão Preto. Seu horário de funcionamento é das 7:30 às 19:00. O ambulatório também realiza o atendimento da Clíníca Civil e dos Convênios. A assistência médica particular no HCFMRP, foi previamente programada no Regulamento ao Ensino, Pesquisa e Assistência), com direito à utilização dos serviços complementares da assistência médica, mediante o ressarcimento ao Hospital. Em 1997, como forma de incorporação de novos mecanismos de arrecadação de receita, a Diretoria da FAEPA definiu por ampliar o atendimento que instituiu a criação da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo), de acordo com a Lei Estadual 1467/51. Um termo de concessão, firmado com o Hospital, em 1990, colocou o funcionamento da Clínica Civil, sob a administração da FAEPA (Fundação de Apoio particular, para pacientes conveniados em planos e seguros de saúde. Conforme o que ficou estabelecido, em Termo de Ajuste de Conduta firmado em 1999, entre a Diretoria da FAEPA, a Superintendência do HCFMRP e o Ministério Público, o volume de atendimento de pacientes conveniados particulares, não poderia ultrapassar 6% do total do atendimento oferecido aos pacientes do SUS ( Sistema Único de Saúde). Instalada no prédio da Unidade Hospitalar, no Campus Universitário, a Clínica Civil realiza consultas médicas, procedimentos ambulatoriais, cirurgias de pequeno porte, inaloterapia e coleta de exames. Tem 15 consultórios e 22 leitos ativados.

Fonte: Fonte: Site - http://www.hcrp.fmrp.usp.br

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal


25 Seu projeto foi desenvolvido por europeus e executado por uma empresa brasileira. O projeto não atende a nosso clima muito quente. As aberturas foram fechadas devido a infestação de pombos, por isso o ambiente torna-se escuro, mal ventilado, com forte odor. Hoje seu espaço físico encontra-se debilitado e com pouca manutenção. Um dos grandes problemas defrontados pelo HCFMRP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) nos dias de hoje é a grande quantidade de pacientes e outras pessoas circulando pelos ambulatórios e adjacências ao longo do dia. São mais de três mil consultas diárias e milhares de outros pacientes que vêm para procedimentos como a coleta de sangue, exames complementares, hospital-dia, entre outros. Ainda melhorou devido a transferência da farmácia, que realiza entrega de medicamentos de alto custo e de antirretrovirais, para o centro da cidade, próximo ao HC (Hospital das Clínicas) do centro da cidade. A maioria dos pacientes pacientes vêm acompanhados de familiares, amigos ou cuidadores, o que aumenta, em muito, o número de pessoas que circulam diariamente. A situação piora porque os pacientes são trazidos pelos ônibus, vans e ambulâncias de outras cidades logo pela manhã e somente são recolhidos, de volta, ao final da tarde. Esta longa permanência dos pacientes e acompanhantes ao longo do dia nas dependências internas e externas do hospital torna o espaço físico existente insuficiente para dar-lhes uma acolhida à altura de um sistema de atendimento humanizado. Os abrigos e lanchonetes disponibilizados pelo HCFMRP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto) estão sempre lotados. Da mesma forma, as cadeiras dos ambulatórios e sanitários não comportam o tamanho da demanda. Algumas mudanças já foram realizadas,. Foram criados pontos de atendimentos em cidades vizinhas, sob a responsabilidade do HCFMRP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto).

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal


26 IMAGENS AMBULATĂ“RIO

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal


27 PLANTA ATUAL

ENTRADA

RECEPÇÃO


28 Segue levantamento das suas especialidades, número e tamanhos de salas de cada setor ocupa. SETOR AZUL CLARO Farmácia 02 Salas de armazenamento (4m x 5,30m) 01 Área de Atendimento (5,30m x 24,7m) SETOR VERDE CLARO Ginecologia / Mastologia / Climatério / Uroginecologia / Psicologia / Endócrino / Oncologia / Hipertensão Gestacional 18 Consultórios (2,90m x 3,65m) 01 Posto de Enfermagem (2,90m x 3,65m) 01 Sala de Orientação Enfermagem (2,90m x 3,65m) 04 Salas de Procedimento (2,90m x 3,65m) SETOR MARRON Oftalmologia / Ortóptica / Oftalmo Neuro / Glaucoma / Oncologia 18 Salas de Consultório (3,55m x 4,90m) 01 Sala de Curativo (2,50m x 2,64m) 01 Posto de Enfermagem (3,55m x 4,90m) 01 Sala de Orientação Enfermagem (3,55m x 4,90m) SETOR AMARELO Neurologia / Geriatria / Cefaléia / Dor Neuropátia 15 Consultórios (3,70m x 2,55m) 01 Sala de Procedimentos (3,70m x 2,55m) 01 Posto de Enfermagem (3,70m x 2,55m 01 Sala de Orientação de Enfermagem (3,70m x 2,55m) 01 Sala de Serviço Social (3,70m x 1,84m) SETOR ROSA Pediatria / Cardiologia / Obesidade / Reumatologia / Nutricionista / Hepatologista / Gastro 17 Consultórios (3,75m x 2,85m) 01 Sala de Procedimento (3,75m x 2,85m) 01 Sala de Orientação de Enfermagem (3,75m x 2,85m) 01 Sala de Peso e Medida (3,75m x 2,85m)

SETOR VERMELHO Urologia / Hematologia / Geriatria/ Proctologia / Pneumologia 18 Consultórios (4,10m x 2,93m / 5,30m x 2,95m) 02 Salas de Procedimentos (5,30m x 2,85m) 01 Sala de Orientação de Enfermagem (3,70m x 2,93m) 03 Salas de Provas (4,10m x 3,70m) 02 Salas de Curativos (4,10m x 3,70m) 01 Sala de Observação/Medicação (5,30m x 9,00m) 01 Posto de Enfermagem (5,15m x 3,88m)

SETOR VERDE ESCURO Odontologia / Cirurgia Plástica / Proctologia / Ortopedia / Oncologia / Urologia / Fonologia 16 Consultórios (5,25m x 2,95m) 01 Sala de Odonto (5,25m x 2,95m) 04 Salas de Procedimentos (5,25m x 2,95m) 01 Sala de Raio X (5,25m x 8,10m) 01 Sala de Orientação de Enfermagem (5,25m x 2,95m) 02 Salas de Curativos (5,25m x 2,95m) 02 Salas de (5,25m x 2,95m) 01 Sala de Observação/Medicação (5,25m x 2,95m) 01 Posto de Enfermagem (5,25m x 2,95m) SETOR ROXO Pneumalogia 11 Consultórios (3,60m x 2,85m) 01 Salas de Broncoscopia (4,00m x 5,80m) SETOR BRANCO Pediatria / Psiquiatria / Endócrino / Cardiologia / Geriatria / Hematologia 18 Consultórios (3,70m x 3,00m) 01 Sala de Medicação (3,70m x 3,00m) 02 Salas de Serviço Social (3,70m x 3,00m) 03 Salas de Procedimento (3,70m x 3,00m) 01 Sala de Reunião da Derma (3,70m x 3,00m)


29 SETOR AZUL Hematologia / Cardiologia / Pneumologia / Nutrologia / Endócrino / Gastro 27 Consultórios (3,70m x 2,93m) 02 Salas de Procedimento/Obervação (3,70m x 2,93m) 01 Sala de Serviço Social (3,70m x 2,93m) 01 Posto de Enfermagem (3,70m x 2,93m) 01 Sala de Líquor (3,70m x 2,93m) SETOR VERMELHO ESCURO Endocrinologia / Nefrologia / Sala de Coleta de Sangue 02 Consultórios (3,60m x 2,60m) 03 Salas de Coleta (3,60m x 3,00m / 3,60m x 14,60m)

01 Sala de exame (3,60m x 3,00m) SETOR LARANJA

Clínica Civil e Convênios 15 Consultórios (5,20m x 3,95m / 5,50m x 2,85m) 03 Salas de Enfermagem (3,60m x 2,85m) 02 Salas de pagamento e faturamento (4,70m x 2,65m / 2,65m x 3,30m) 01 Sala de procedimento (2,60m x 4,60) 01 Salas de exames (2,60m x 3,50m ) SETOR CINZA Recepção e Administrativo 04 Salas Serviço Social (3,65m x 2,75m ) 03 Salas de Chefia (3,45m x 3,55m ) 02 Salas de registro (3,35m x 5,52m ) 02 Salas de reunião (3,65m x 2,65m / 10,61m x 3,64m) 02 Salas de secretárias (4,35m x 4,35m ) 03 Copas (2,16m x 1,85m) 01 Vigilância Epidemiológica (4,30m x 8,65m)

CIRCULAÇÃO MÉDICO E FUNCIONÁRIOS

ÁREA 869,54/M²

CIRCULAÇÃO PACIENTES

ÁREA 3.104,44/M²


LEITURAS PROJETUAIS


31 HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK Local Rio de Janeiro, RJ Início do projeto 2001 Conclusão da obra 2008 Área do terreno 80.000 m2 Área construída 52.000 m2 Arquitetura João Filgueiras Lima (autor); Ana Amélia Monteiro e André Borém (equipe) Superintendência administrativa Francisco A. N. Filho Coordenação técnica Adriana Filgueiras Lima Coordenação administrativa Walmir Bulhon Paisagismo Beatriz Secco Obras de arte Athos Bulcão Instalações Kouzo Nishiguti Estrutura Roberto Vitorino Conforto térmico George Raulino Metalurgia Waldir Silveira (pesada) e Hurandyr Matos (leve) Marcenaria e plásticos Jurandir Amorim Pré-moldados Tomaz Bacelar Equipamentos Hurandyr Matos, Cláudio Blois Duarte e Antônio Carlos Correia

Ilustração : Hospital Sarah Kubitschek do Rio de Janeiro Fonte: Revista AU, Agosto de 2008

Iluminação zenital na circulação do hospital.


32

O Hospital Sarah Kubistchek, próximo à Lagoa de Jacarepaguá, o edifício mantém premissas de há muito adotadas nos demais hospitais da rede, como, por exemplo, a solução horizontal com áreas de tratamento e de internação integradas a espaços verdes; a flexibilidade dos espaços internos, potencializada em função das dimensões do complexo; e o sistema de iluminação natural para todas as áreas, com exceção do centro cirúrgico e das salas de equipamentos, cuja necessidade imperiosa de assepsia, entre outras razões técnicas, teve de receber luz artificial. Tipologia Ao conceber os projetos da Rede Sarah, Lelé utilizou edifícios com tipologias pavilhonar com organicidade (caso das coberturas em formas de sheds. Este método construtivo, desde as enfermarias de Nightingale (como já descritos anteriormente), possui maior controle da infecção hospitalar, facilidade da assepsia nos ambientes e utilização da iluminação e ventilação naturais.


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Concepção Espacial A concepção espacial visa à divisão hospitalar de setores através de blocos diferenciados, com ligações através de grandes circulações horizontais e verticais (rampas, escadas e elevadores).

Relação entre cheio e vazios A relação entre a massa sólida e os vazios espaciais ocorre ora de forma retilínea, ora sinuosa. A retilinearidade ocorre através massas edificadas, enquanto as curvilíneas dos espaços abertos, descobertos.


34 HILÉA – CENTRO DE VIVÊNCIA E DESENVOLVIMENTO PARA IDOSOS Tipo: Hospital Endereço: Rua Jandiatuba, s/ n - Vila Andrade - São Paulo/SP Prazo de Execução: 18 meses Início das Obras: dezembro de 2005 Projeto Arquitetônico: Aflalo & Gasperini Arquitetos Projeto de Paisagismo: Isabel Duprat Projeto de Decoração: Sig Bergamin Torres: 1 Pavimentos: 10 Total de Unidades: 119 apartamentos Pavimentos de Garagem: 3 subsolos Elevadores: 6 Área Construída: 13.686,12m² Área Total do Terreno: 2.598,85m² Incorporação: STAN e RFM Construção: RFM Construtora

A concepção de um projeto arquitetônico diferenciado requer atenção aos mínimos detalhes. Para reunir qualidade de atendimento e tecnologia sem prejudicar a sensação de aconchego, deve-se primeiramente priorizar um modelo que reúna todos os requisitos técnicos de saúde e também proporcione bem estar. O grande desafio do Hiléa foi concebido através da compreensão profunda das necessidades específicas dos idosos, seus hábitos e dificuldades. Construir um prédio com um conceito humanitário tanto para os residentes e visitantes, como para os cuidadores, através da elaboração de ambientes que interferem fortemente na integração humana. Para incrementar a qualidade de vida dos usuários foram observados princípios de construção da experiência européia e americana que representam o estado-da-arte para instituições para idosos. Tais benefícios foram explorados ao máximo e traduzidos nas diretrizes que vão de encontro aos valores do Centro como, por exemplo, o caráter residencial, com ambientes agradáveis e acolhedores. Com conceitos de arquitetura comportamental aplicados, o projeto teve consultoria de John Zeisel, arquiteto norte americano, graduado na School of Design, da Universidade de Harvard, e autor do clássico "Inquiry by Design". O restaurante leva assinatura de Sig Bergamin.


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36 HOSPITAL DE NEMOURS CHILDREN Orlando, Florida Data de Conclusão: 2012 Filme Square: 600000 LEED NC Ouro Prêmios: BOB Forum Design Awards, Best of the Best Winner, 2013 BOB, Winner Fórum Saúde de 2013 IIDA Geórgia

O objetivo do projeto era integrar clínica ambulatorial e internação hospitalar em um único instalação, para criar um modelo centrado no paciente de atendimento em que os pacientes se importa equipe permanece consistente de tratamento hospitalar para consultas clínicas, uma que permite que a equipe para fornecer a mais alta qualidade de atendimento em uma cura, nutrir ambiente. O projeto total dos espaços interiores foi inspirado no cenário de jardim rico, utilizando elementos de design de plantas, formas orgânicas, vista para o exterior, e conceitos de iluminação natural para estimular os sentidos e permitem que crianças e adultos a redescobrir as maravilhas da natureza. Após a chegada do "Hospital-emum-jardim" é imediatamente evidente com o paisagismo exuberante, as crianças e suas famílias são recebidos pela "luz da varanda", uma recepção iluminado que cria um ambiente acolhedor e reconfortante. O interior é realizado além dos lobbies públicos, atípica de muitos projetos do hospital, e se estende até os corredores do paciente, lounges equipe e quarto do paciente. Mesmo o corredor restrito de Cirurgia (Normalmente um sem luz, meio ambiente cave) é banhado por luz natural de janelas do chão ao teto, que por sua vez oferecem vistas do quarto paciente a jardins. O projeto oferece janelas do chão ao teto, para a abundância de sol e curando a vista da paisagem, bem como mobiliário que permite o conforto da família. Iluminação natural e vistas são maximizadas em ambos os espaços clínicos e públicos, enquanto exterior sombreamento sol reduz o ganho de calor e brilho. Os jardins e terraços fornecem alívio aos pacientes, famílias e funcionários e oferecer um ambiente terapêutico que inspira cura holística, literalmente, integrando ambientes exteriores e interiores.


37 AMBULATÓRIO EM SUZANO/ SP Data do projeto: 2006 Data da obra: 2009 Área do Terreno: 5.000 m² Área de construção: 1.000 m² Ficha Técnica Arquitetura: Elvis Vieira e Ricardo Hatiw Lú, da Diretoria de Projetos Públicos – SMPU – Prefeitura Municipal de Suzano Execução: Construtora Chaia Ltda (1ª fase) e PS Engenharia Construção e Comércio Ltda (2ª fase) Gerenciamento da obra: Eng. Civil Antonio Carlos Pereira de Souza Diretoria de Obras – SMIOIES – Prefeitura Municipal de Suzano

Criado para expandir os serviços e os procedimentos médicos do município de Suzano, pela Diretoria de Projetos Públicos, graças ao projeto, contemporâneo e humanizado, o novo prédio municipal possibilita um melhor acolhimento de usuários e condições diferenciadas de trabalho aos profissionais de saúde. Implantado de forma a compor um espaço de recepção de pacientes e reorganizar a paisagem urbana do centro expandido da cidade no lote de esquina por meio de uma praça, o Ambulatório de Especialidades Médicas, composto por dez consultórios clínicos, espaço para pequenas cirurgias, exames de eletrocardiograma, audiometria, ultrassonografias e mamografia, tornou-se referência para os usuários da saúde e transeuntes que passam pela região. Composto por um conjunto de volumes em concreto armado e vidro ligados por uma cobertura que delimita, organiza e distribui todo programa de necessidades, o edifício tem implantação mais livre e sem barreiras físicas, a qual o insere em um grande espaço verde. No setor mais reservado e protegido, foi locada toda área de procedimentos médicos e cirúrgicos, bem como salas de observação e medicamentos, com acessos e rotas exclusivas a cada uso. Sobre este, se encontra a administração, que surge como uma caixa de concreto translucida protegida pelo brise-soleil em madeira, reforçando o requadramento da paisagem local.


38 A área dos consultórios foi organizada em forma de “U” abraçando o acesso principal e marcando a entrada desde a rua, o ponto de ônibus e a praça até a recepção da edificação, enquanto que o auditório surge atrás da empena de concreto como um monolítico preto e entrada protegida por marquise “flutuante” na cor amarela. Os materiais foram empregados de forma rústica, assim como praticamente todo sistema estrutural, que se encontra aparente, intervindo abruptamente com o contexto. O concreto aparente nas empenas torna-se contraposição à leveza e permeabilidade do vidro presente na solução de fechamento das circulações, ao mesmo tempo em que sua força ou peso confere plasticidade e estética ao conjunto


39 NORMAS

VENTILAÇÃO Na maior parte do ano há predominância de ventos vindos de sudeste (SE), com exceção do período de dezembro – fevereiro, quando também há predominância de ventos noroeste (NW), período em que a velocidade média

Ilustração: Ambulância Área: 21,60 m² Fonte: SOMASUS

diária começa a diminuir. De agosto a novembro os ventos sopram com intensidade superior a média, sendo que o mês de setembro é o de ventos com velocidades mais elevadas, tanto noturnas quanto diurnas. De janeiro a julho os ventos são menos intensos, sendo o mês de abril o de menores velocidades médias. Ilustração: Consultórios e Atendimentos Área: 11,30 m² Fonte: SOMASUS

JULHO

DEZEMBRO


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Para permitir a abertura da porta com autonomia por uma pessoa em cadeira de rodas, deve ser deixado um espaço de 0,60 m de parede, do lado da maçaneta (que deve ser do tipo alavanca). Caso seja impossível de executar, devido às dimensões reduzidas do ambiente, existem sistemas simples de automatização para abertura de portas. As portas dos banheiros, bem como as dos boxes acessíveis, devem ter um vão livre de, no mínimo, 0,80 m. Quando a abertura for invertida, ou seja, abrir para fora do banheiro, torna-se necessário a instalação de uma barra horizontal na parte interna do ambiente a uma altura de 0,80 m do piso e próxima às ferragens, para facilitar o fechamento por uma pessoa sentada em uma cadeira de rodas. Caso se opte por uma porta de correr, o trilho deve ser instalado na parte superior.


41 ANTEPROJETO

SETOR VERMELHO ESCURO Farmácia

SETOR CINZA Recepção

SETOR ROXO Pneumalogia SETOR BRANCO Pediatria / Psiquiatria

SETOR VERDE ESCURO Odontologia

SETOR VERDE CLARO Ginecologia SETOR MARRON Oftalmologia

SETOR VERMELHO Urologia / Hematologia / Geriatria/ Proctologia

SETOR AMARELO Neurologia / Geriatria

SETOR AZUL Hematologia / Cardiologia / Pneumologia / Nutrologia / Endócrino / Gastro SETOR ROSA Pediatria

SETOR LARANJA Clínica Civil e Convênios

Primeiro estudo, onde a idéia inicial seria a recepção como centro e as especialidades ao seu entorno, facilitando o acesso e visibilidade de todo o complexo.

SETOR CINZA Administrativo (Salas Serviço Social / Salas de Chefia / Salas de reunião / Salas de secretárias / Copas)


42 ANTEPROJETO - ESTUDOS


PROJETO


44 MEMORIAL DESCRITIVO A proposta do projeto é reviver o ambulatório, trazer vida, esperança, bem-estar através da arquitetura. Anteriormente no externo do edifício encontrava-se um grande gramado, aonde as pessoas descansavam e passavam algumas horas em baixo das árvores, neste local hoje se encontra um estacionamento privado com 103 vagas. A proposta é resgatar este gramado, com árvores de pequeno porte, onde as pessoas podem aguardar sua consulta sendo também uma extensão da recepção. Neste gramado terá um caminho, levando as pessoas que chegam ao hospital serem direcionadas para a recepção. No subsolo, abaixo deste gramado haverá um estacionamento com 189 vagas. A recepção foi deslocada para fora do edifício, mais próxima do ponto de ônibus e para um melhor acesso dos pedestres. Por cima desta recepção haverá uma passarela coberta, onde ligará o estacionamento de funcionários com o segundo andar do ambulatório. Dentro dele o funcionário terá acesso tanto para o segundo quando para o primeiro pavimento, por escada e elevador. O paciente que chega pela recepção principal depara-se com o jardim interno, e ao

seu lado esquerdo encontram-se as recepções de cada setor, setorizados por cores. Também as salas de espera e as salas de atendimentos. À direita encontram-se as salas de vacinas, sala de relatório médico, salas de coleta de exames, coleta de sangue e salas de recuperação. Os corredores das salas de atendimento são menores que os atuais, levando maior iluminação e ventilação por todo o edifício. Toda a estrutura (pilares, vigas e laje) do pavimento térreo foi mantida, sendo reforçados. Todo o reforço e estrutura nova serão feitos por estrutura metálica. O pé direito existente tem uma variação de 3,00 metros a 4,15 metros foi mantida em todo o pavimento térreo a medida de 4,15 metros, mantendo também para o segundo pavimento. O desenvolvimento do segundo pavimento foi realizado para atender as mini cirurgias, salas de biopsia, exames, procedimentos, curativos, salas estas que exigem maior assepsia. O setor administrativo como salas de reuniões, sala da gerência, também localiza-se no segundo pavimento, uma capela e também uma abertura para uma marquise, onde os pacientes tem acesso e circulam sendo cobertos pelas copas das árvores do primeiro pavimento. Toda a circulação dos pacientes do pavimento térreo para o segundo andar é feita

por uma rampa projetada no centro do jardim interno, dois elevadores panorâmicos e duas escadas com o corrimão também em vidro, todos envolvidos pelo jardim. A circulação de médicos e funcionários é feita pelos corredores internos, corredores esses que tem acesso para todas as salas de atendimentos, onde eles podem circular sem ser vistos pelos pacientes. Nestes corredores também se encontra salas feitas para o descanso e auxilio dos docentes, salas de DML (Depósito de materiais de limpeza) e salas de utilidades (Pequenos serviços com medicamentos, descarte e limpeza. É um braço da central de esterilização, para onde são encaminhados os instrumentos à descontaminar). Todo resíduo do local também é retirado através desses corredores, por carros específicos, diferenciados por cores para cada tipo de resíduo: comum (sacos pretos), reciclável (sacos transparentes) e infectante (branco leitoso). Atualmente toda a portaria principal do ambulatório é feita pela lateral do edifício, esta entrada permanece na proposta sendo utilizada como uma recepção apenas para os pacientes vindo de ambulâncias. O proposta para o ambulatório possui uma área de 11.398 metros quadrados.


45 CORTES


46 ELEVAÇÕES


47 PERSPECTIVAS EXTERNAS


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49 PERSPECTIVAS INTERNAS


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BIBLIOGRAFIA


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