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1089- Disco de estreia do Quinteto Violado, de 1972, é tema do retorno da série Clássico do Mês Extraindo das mais simples manifestações populares a sua essência rítmica e melódica, o grupo pernambucano criou uma nova concepção musical, cujo traço fundamental é a interação entre o erudito e o popular, sem desfiguração, reafirmando a ideia de que toda arte é sempre a universalização do popular. Marcelino Lima, com Quadrada dos Canturis, Criatura de Sebo, e Apólogo 11 O Barulho d’água Música , devido ao entrave de renovação do seu domínio junto ao provedor do canal, deixou de publicar em junho a matéria da série Clássico do Mês , que, agora, retomada, enfocará o álbum de estreia de um dos grupos mais

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longevos e admirados do país, o Quinteto Violado . O álbum, que originalmente tem o nome do grupo, é de 1972, lançado pouco tempo depois de o Quinteto Violado dar início à sua trajetória, ainda em 1971, em Pernambuco, propondo-se a traçar um novo caminho para a MPB. Diante da indecisão no cenário da música nacional, após a irrupção do movimento tropicalista , o Quinteto Violado apresentava uma proposta fundamentada nos elementos musicais da cultura regional, promovendo trabalhos de pesquisa e da própria vivência de cada um dos seus integrantes, originários da região Nordeste do Brasil .

Extraindo das mais simples manifestações populares a sua essência rítmica e melódica, o Quinteto Violado criou uma nova concepção musical, cujo traço fundamental é a interação entre o erudito e o popular, sem desfiguração, reafirmando a ideia de que toda arte é sempre a universalização do popular . Com excepcional criatividade e talento, o Quinteto Violado, em seu disco de estreia talvez nem sequer imaginasse que, muito mais que uma nova roupagem orquestradora, estava produzindo a semente de uma mudança no modo de sentir e expressar a música brasileira.

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Já são 47 anos de trabalho, tempo no qual se intercalam pesquisas, espetáculos, discos, festivais e excursões internacionais. A saga do Quinteto Violado percorrendo o

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Brasil inspirado numa filosofia mambembe, desde o Sul, com

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toda a sua influência nativista, até a Amazônia, imensa região onde os ritmos e sons da natureza falam mais alto, está hoje registrada em livro, vídeo e mais de 47 discos lançados no Brasil e no exterior. Além da memória, fixada em mais de um milhão de quilômetros percorridos em estradas brasileiras, conquistando e despertando o interesse das mais variadas plateias que representam a motivação maior para sua caminhada, hoje há um amadurecimento cultural e


profissional do grupo, que se mantém dinâmico em seu trabalho e com a consciência crítica de que não se acomodou ou fez concessões aos modismos da indústria cultural. Capa polêmica O primeiro álbum do Quinteto Violado, com músicas calcadas no repertório popular nordestino, traz logo na abertura uma das mais belas leituras de Asa Branca , que se tornou o hino do sertão. À parte o repertório primoroso, esse disco ficou marcou também por histórias controversas como a que envolve a criação de sua capa – muitas das capas de vários discos do grupo, diga-se de passagem, estão entre as mais belas de todo o cancioneiro . Há quem atribua a criação a Watson Portela , ilustrador brasileiro, enquanto outros conferem o crédito a Roger Dean — que tornou-se mundialmente conhecido por desenhar as capas de álbuns de grandes bandas do rock dos anos de 1970. A ilustração foi usada, também, na capa do disco da banda de hard rock Paladin . Possivelmente, por conta dessa confusão, na segunda edição do LP brasileiro, a gravadora usou uma foto de gaivotas — em alusão equivocada à asa branca, pombo típico do Nordeste, que dá nome à faixa, notabilizou o Quinteto Violado e rebatizou o disco. Da formação original, Luciano Pimentel e Toinho — que compuseram Reflexo (#4) no álbum de estreia, por exemplo — morreram em 2006 e em 2008, respectivamente, mas o Quinteto Violado resolveu manter o curso — trajetória que pode ser apreciada não apenas ouvindo a risca discografia, mas também lendo a biografia Lá Vêm os Violados (Edições Bagaço/2012), do jornalista e crítico musical paraibano José Teles , entre outros livros sobre a música de Pernambuco. Teles lançou o livro quando o Quinteto Violado chegava aos 40 anos de estrada e narra fatos desde a estreia nos lajedos de Nova Jerusalém (PE), em outubro de 1971, até o recebimento pelas mãos da então Ministra da Cultura, Ana de Hollanda , da comenda da Ordem do Mérito Cultural , em novembro de 2011. A narrativa é focada em shows, discos, momentos engraçados ou tristes. Uma história contada a partir de fontes dos músicos, amigos, parceiros, matérias de jornais e revistas, além do arquivo guardado pelo próprio grupo. Retrata a importância do grupo Quinteto Violado na cultura e na música brasileira de qualidade. Apoiando-se em entrevistas e vasto material de arquivo, Teles aborda em sua narrativa os 39 discos (muitos ainda não editados em CD naquela ocasião), os espetáculos musicais e as turnês do grupo pernambucano que hoje conta com apenas um remanescente da formação original: o violonista e também paraibano Marcelo Melo. Influenciado pelo seminal Quarteto Novo (Hermeto Pascoal,


Heraldo do Monte, Théo de Barros e Airto Moreira), ao qual foi muitas vezes comparado, o Quinteto Violado estreou com o disco de 1972 já em meio a grande expectativa graças a elogios do tropicalista Gilberto Gil amplificados pela mídia nacional. “Mas o que é que o Quinteto Violado trazia em seu matulão para atrair tamanha atenção? A música da região nordestina, mais a pernambucana, com um tempero pop, palatável. Somente em Pernambuco poderia ter surgido um conjunto assim! ” , afirmou Teles, destacando que um dos méritos do grupo foi ter divulgado, fora de seu Estado, ritmos pouco conhecidos, como o maracatu, a ciranda ou mesmo o frevo. Teles também observa ao longo do livro que a música do grupo nem sempre foi bem compreendida pela imprensa do eixo Rio-São Paulo . Eram frequentes, por exemplo, as errôneas associações do Quinteto Violado ao Movimento Armorial , liderado pelo escritor e “guru” Ariano Suassuna , outro paraibano. “Com exceção da utilização de elementos da cultura popular, nada convergia para a semelhança estética ou ideológica do QV com os Armoriais”, observou o jornalista. Tradição e contemporaneidade De sensação na cena musical brasileira dos anos 1970, o grupo pernambucano se viu relegado à produção independente, nas décadas seguintes, com menor exposição nacional, mas não desistiu de sua meta inicial. Já nos anos 1990, seu álbum Quinteto Canta Vandré (1997) voltou a atrair grande interesse no resto do país. Bem recebido, também, foi Farinha do Mesmo Saco (1999), no qual o grupo interpretou repertório de compositores da nova cena musical pernambucana, como Chico Science , Jorge Du Peixe , Fred 04 , Ortinho e Lenine . Como já fazia desde 1972, o Quinteto Violado misturou mais uma vez nessas gravações tradição e contemporaneidade, imprimindo sua estética sonora. Não é à toa que continua a ser uma referência na música popular brasileira. Sempre mantendo o foco nas tradições nordestinas, o grupo sobe ao palco com um repertório cheio de ritmos carnavalescos, juninos e natalinos e mantém mesmo com nova formação — Marcelo Melo (voz, violão e viola), Dudu Alves (voz e teclado), Roberto Menescal (voz e bateria), Ciano Alves (flauta e violão), Sandro Lins (baixo) — o compromisso com uma linguagem artística indissociável à identidade e à herança cultural de comunidades brasileiras . E se preocupa, ainda, com as novas gerações. Por isso, de maneira pedagógica e lúdica, apresenta as variantes rítmicas brasileiras, as obras clássicas do nosso cancioneiro popular, os


compositores e artistas que contribuíram para a sua expressão, assim como as conexões dessas manifestações com as festas populares. Sobre a polêmica em torno da imagem da capa do disco de estreia do Quinteto Violado, vale a pena consultar o linque abaixo, mas discussões sobre este tema à parte, a obra de um grupo prestes a completar meio século não deve ter a originalidade, a qualidade e a brasilidade contestadas jamais. A maioria dos discos deste valioso baú poderá ser baixada em Mp3. do portal Quadrada dos Canturis , bastando, para tanto, clicar no nome do blogue destacado em negrito. O blogue, entretanto, apoia não apenas os músicos, como, também, os demais profissionais e artistas envolvidos na produção de um álbum e recomenda que sejam adquiridos os discos originais. O contato para tanto poderá ser feito por meio dos números de telefones +55.81-3241.2132 e +55.81-99671.2790 (celular/whatsapp) http://apologo11.blogspot.com/2009/04/opolemico-caso-das-capas-semelhantes Atual formação do Quinteto Violado Marcelo Melo (voz, violão e viola), Dudu Alves (voz e teclado), Roberto Menescal (voz e bateria), Ciano Alves (flauta e violão), Sandro Lins (baixo) Formação original (1972) Marcelo Melo, Fernando Filizola, Luciano Pimentel, Toinho Alves, Sando


Discografia [1972] Quinteto Violado [1973] Berra-Boi [1974] A Feira [1975] Folguedo [1976] Missa do Vaqueiro [1977] Antologia do Baião [1978] … Até a Amazônia?! [1979] Poligamia do Baião [1979] Quinteto Violado in Europe [1980] O Rei e O Jardineiro: Uma Opereta Infantil [1981] Desafio [1982] Notícias do Brasil [1983] Coisas Que Lua Canta [1984] Enquanto a Chaleira Não Chia

[1986] O Guarani [1987] História do Brasil [1989] Kuiré: O Concerto [1989] Ilhas de Cabo Verde [1991] Missa do Vaqueiro [1993] Algaroba: Quinteto Violado & Patrícia de França [1994] Ópera do Bandoleiro [1994] Criar e Recriar: A Música Fátima Maia [1995] Retrospectiva em 5 Movimentos [1996] 25 Anos Não São 25 Dias [1997] Quinteto Canta Vandré [1999] Farinha do Mesmo Saco [2001] Visão Futurística do Passado [2001] Programa Ensaio [2003] Retirantes de Sanfona e Violadas [2005] 5 Peba Na Pimenta [2008] 100 Anos Depois… É Frevo no PE [2008] Quinto Elemento [2008] Canção Que Virou Concerto [2010] Quinteto Canta Zé Marcolino [2011] Quinteto Canta Adoniran Barbosa e Jackson do Pandeiro [2011] Quinteto Violado 40 Anos [2013] Quinteto Canta Gonzagão


[2014] Eu Disse Freeevo! Leia também no Barulho d’água Música: 1067 – Canção do amor demais, disco que funda a Bossa Nova, é o novo tema da série “Clássico do Mês”

1051 – Segundo disco de Rita Lee, com Os Mutantes, é destaque do Clássico do Mês Próximo Clássico do Mês : Gravado também em 1972, o segundo álbum dos Novos Baianos, Acabou Chorare , encabeça a lista elaborada pela Revista Rolling Stones Brasil dos 100 /melhores discos nacionais de todos os tempos!

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