1092 – Danilo Gonzaga Moura lança primeiro álbum solo no acolhedor terraço do Museu da Casa Brasilei

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1092 – Danilo Gonzaga Moura lança primeiro álbum solo no acolhedor terraço do Museu da Casa Brasileira (SP) Músico do Trio José e Sampaio’70 receberá amigos e subirá ao palco acompanhado pela argentina Paola Albano para apresentar repertório autoral influenciado pela MPB e pela canção latinoamericana

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A Viola Caipira como estandarte (Sidnei de Oliveira)* Contato Dia do Violeiro (18 de maio) Parceiros e colaboradores

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Marcelino Lima

O cantor e compositor Danilo Gonzaga Moura é o convidado do projeto Música no MCB (Museu da Casa Brasileira) que a instituição vinculada à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo promoverá no domingo, 12 de agosto, a partir das 11 horas, com entrada franca. Moura estará comemorando o lançamento do


primeiro álbum solo, Alta Velocidade Parada, que apresenta repertório marcado pela MPB e por influências latino-americanas, produzido por ele próprio Danilo e pela cantora e musicista argentina Paola Albano, companheira do músico e que fará participação especial durante a apresentação. Moura também estará acompanhado por Pedro Macedo (contrabaixo acústico), Gabriel Deodato (violão 7 cordas) e Luis Felipe Gama (piano). Danilo Moura dedica-se profissionalmente à música há cerca de dez anos, desde que se transferiu da natal São José dos Campos, que fica no Vale do Paraíba paulista, para a Capital bandeirante . Com o Trio José lançou Puisia, em 2015, álbum dedicado à obra do poeta Juca da Angélica, desencarnado recentemente perto de completar 100 anos em Lagoa Formosa (MG). Mais recentemente, lançou o projeto Sampaio´70, tributo ao compositor e cantor capixaba Sérgio Sampaio, que conta ainda com as participações de Victor Mendes (violeiro que é parceiro dele no Trio José), André Rass (percussão) e Pedro Macedo. Em Sampa Danilo Moura vem trabalhando ao lado do letrista e poeta Paulo Nunes, ora produzindo canções, ora se apresentando com o Trio José ou com o Sampaio’70. Neste período também participou como violonista e cantor de gravações e trabalhos de artistas como Maria Ó, Victor Mendes e Wagner Dias. As gravações de Alta Velocidade Parada foram realizadas em estúdio de São Paulo como o Bojo Elétrico, do violeiro e produtor Ricardo Vignini. Uma das canções do disco, produzida em Buenos Aires, capital da Argentina, pelo músico e arranjador Roberto Calvo, pode ser conhecida em vídeo disponibilizado nesta atualização.

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Danilo Moura, primeiro à esquerda, forma com o parceiro do Trio José, Victor Mendes, mais Pedro Macedo e André Rass, o Sampaio’70 Foto: BRUNO MOREIRA

O cantor que conduz um carro feito de sons Sílvio Diogo A voz de Danilo Gonzaga Moura parece ser o principal dos instrumentos em seu disco de estreia, Alta velocidade parada. A ambiência, o tom, os movimentos que ressoam de canção a

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canção encontram um ponto de convergência no timbre do artista. A dança da voz desenha um percurso marcado por diferentes sonoridades e influências estilísticas, tendo por eixo o que se costuma chamar de música popular brasileira, em diálogo com ritmos dolentes e sincopados da canção em língua espanhola, sobretudo latino-americana. O álbum, produzido pelo próprio músico juntamente com a cantora argentina Paola Albano, é fruto de um especial diálogo com a poesia, seja nas composições de Danilo em parceria com o poeta e letrista Paulo Nunes, seja nos poemas de Cassiano Ricardo musicados por Joca Freire, ou ainda nos versos do espanhol Vicente Cerveras Salinas recriados na melodia de Wagner Dias e Rodrigo Rosa.

Esse diálogo com a poesia não é uma casualidade; pelo contrário, revela uma unidade conceitual que percorre o disco de ponta a ponta, tecendo gradualmente uma narrativa musical fértil em significados e em caminhos. Em tempos de audição fragmentada, aleatória, Danilo Gonzaga Moura não se furta ao desafio de conceber um álbum, no melhor sentido da palavra. Poderíamos dizer que o argumento do disco, por analogia com o roteiro cinematográfico, são as relações entre o abandono e a proximidade, entre a solidão e o estar em companhia das outras pessoas, entre a infância e a idade adulta, especialmente nos espaços da grande cidade. Em Alta velocidade parada, a canção-tema que abre o disco e norteia a sua concepção, com arranjo de Lisandro Massa, os versos de Paulo Nunes compõem a imagem do automóvel (feito para deslocar-se velozmente, mas forçado ao imobilismo, ao congestionamento) como alegoria de um desacerto existencial, um imaginário carrossel que gira em torno de si, movendo-se e permanecendo estático ao mesmo tempo. O cantor que nos conduz nesse carro constituído de sons está à procura de sentidos, de direções; abre a sua bússola e o seu mapa e convida-nos a viajar juntos. O ambiente sonoro do disco,


uma trilha melódica e territorial, descortina-se no encontro criativo com músicos, instrumentistas e arranjadores de variadas tendências e geografias. O percussionista Andre Rass teve importante participação na construção das ideias rítmicas do álbum, juntamente com o contrabaixista Pedro Macedo. Com o acordeon, Thadeu Romano criou o arranjo da valsa-circense Na lona, em que se brinca na corda bamba entre a alegria e os leões, entre o sorriso e o globo da morte. O violonista e compositor portenho Roberto Calvo compôs um arranjo de tango para Queixa Antiga, música de Joca Freire sobre poema de Cassiano Ricardo; numa atmosfera de salão, Danilo Gonzaga Moura solta a voz em versos potentes como “minhas longas raízes ficaram/ no chão duro de onde fui arrancado”. A levada das congas e das maracas, na linguagem da música caribenha, guia a canção El segundo viaje, poema de Vicente Cerveras Salinas musicado por Wagner Dias e Rodrigo Rosa. Chuva fina, de Sérgio Sampaio, é interpretada em forma de choro-canção, com arranjo de Gabriel Deodato no violão de sete cordas. O disco também conta com a participação do pianista mineiro Rafa Castro (em Competição, Mais perto e Sem tempo) e da pianista argentina Silvana Albano, que trabalhou no arranjo da música Arquivado (composição de Saulo Alves e Paulo Nunes) e como instrumentista em Manhãs eternas. A voz de Danilo Gonzaga Moura ganha força precisamente no encontro com outras vozes. Em Esencia, composição dele em parceria com a companheira Paola Albano, o timbre delicado passeia pelas interrogações em língua espanhola, em conversa melódica com os sopros da gaita de Victor Lopes: Donde quedó lo que éramos/ Antes de ser nosotros?. Última canção, música de Danilo e letra de Paulo Nunes, fecha lindamente o disco, na singeleza da voz e do violão: um desenlace tanto do ponto de vista estético quanto conceitual. Chama a atenção a forma como o compositor tece as ligações e as pausas dos versos em espiral, não deixando, em momento algum, a canção cair.


Serviço: Música no MCB – 19ª temporada Danilo Gonzaga Moura 12 de agosto, domingo, às 11h Entrada gratuita Local: Museu da Casa Brasileira Avenida Faria Lima, 2.705 – Jardim Paulistano Telefone (11) 3032.3727 Sobre o projeto Música no MCB Com edições contínuas desde 1999, o projeto Música no MCB já beneficiou mais de 240 mil pessoas, que tiveram acesso gratuito a shows de grupos como Pau Brasil, Zimbo Trio, Projeto Coisa Fina, Orquestra Bachiana Jovem, Grupo Aum, Mawaca e Traditional Jazz Band, entre outros. As apresentações, oferecidas em palco montado no terraço do Museu da Casa Brasileira entre os meses de março e dezembro, reúnem, atualmente, cerca de 400 espectadores em média a cada domingo.

1049 – Aniversário de Sérgio Sampaio (ES) será comemorado com show tributo no Espaço 91 (SP) 909 – Victor Mendes, integrante do Trio José, estreia carreira solo com “Nossa Ciranda”* Trio José lança “em casa” Puisia, álbum que homenageia o poeta mineiro Juca da Angélica


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