Viola Perpétua

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Governo do Estado de São Paulo e Secretaria da Cultura apresentam:

VIOLA PERPÉTUA Pessoas que encontram na música de viola suas principais formas de expressão e celebram valores em comum reunidas em orquestras de viola caipira e outros grupos do estado de São Paulo. Seus conflitos e descobertas compõem parte da trajetória do instrumento que é símbolo da cultura brasileira.

DOCUMENTÁRIO DE LONGA-METRAGEM

l 72 MINUTOS l DIREÇÃO: MÁRIO DE ALMEIDA l 2018

Realização

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APRESENTAÇÃO

Na trilha das orquestras de viola

As orquestras de viola caipira são grupos de pessoas que se organizam para executar repertórios musicais associados a este instrumento, bem como para a celebração de valores ligados à cultura caipira. A primeira orquestra de viola foi fundada em 1969, a segunda em 1979, ambas na região metropolitana de São Paulo, respectivamente nas cidades de Osasco e Guarulhos. Iniciativas como essas só iriam reverberar de maneira significativa na década de 1990 no estado de São Paulo, bem como na região centro-sul e outros estados. São Paulo sempre foi o centro irradiador da música caipira e do segmento musical sertanejo, e hoje é o estado com maior número de atividades em torno da viola. Além disso, é no estado de São Paulo que se encontra o maior número de orquestras. Em estudo recente, o pesquisador Renato Cardinali Pedro (Unicamp) identificou 81 grupos, tendo a maior parte deles surgido entre os anos de 2001 e 2009, período em que foram fundadas 49 orquestras no estado. O surgimento deste grande número de orquestras de viola, em um período tão curto e recente, configura-se como um fenômeno sócio-musical da atualidade. Viola Perpétua lança luz sobre as diversas formas de envolvimento com a música de viola e sobre as possibilidades e conflitos, no que tange a coexistência da cultura caipira no ambiente das orquestras e outros grupos que se utilizam do instrumento. Através de depoimentos de pessoas ligadas à cultura e à música em questão, o documentário proporciona uma imersão em fragmentos das vidas dessas personagens. Mais do que isso, a abordagem visa a aproximação do espectador aos contextos de pessoas que refletem sobre as suas próprias raízes. 2


“Assim como reconhecemos a representação da imagem de uma dupla caipira para o segmento sertanejo, as orquestras representam um novo modo de se conceber a música de viola, seja pela formação do grupo, dos arranjos (instrumental e vocal) ou do repertório. Mais do que cantar clássicos do cancioneiro sertanejo, as orquestras têm inovado com composições diversas que anteriormente permaneciam em campos musicais separados.” Saulo Alves Músico e pesquisador

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HISTÓRICO Sob o olhar do diretor

Em 2012 , Mário iniciou a pesquisa para o projeto “Viola Perpétua”, com recorte principal em orquestras de viola e grupos que trabalham atualmente com o instrumento no estado de São Paulo, especialmente no interior: “Neste projeto, desde o início, a busca foi por encontrar nas memórias e nas histórias das pessoas um sentido para o fenômeno do crescimento da viola. Queria ouvir desde aqueles que não têm muito contato com a cultura caipira até os que nasceram na roça ou têm uma forte ligação com a tradição. Sempre me interessou ir atrás de saber quais os sentimentos que uma cantoria, o som de viola ou mesmo o cheiro do fogão de lenha, despertam nessas pessoas. Na literatura a gente sempre vai encontrando pistas, mas é na conversa com as pessoas que a gente confirma que a viola é, por excelência, a porta-voz desses sentimentos.” Mário de Almeida Diretor

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HISTÓRICO - Sob o olhar do diretor

A realização, em 2013, do curta-documentário “REIS - os violeiros de Palmital”, sobre a importância da viola caipira na Festa de Reis de Palmital-SP, foi importante para o diretor aprofundar sua pesquisa e entrar em contato com a cultura e a música caipiras em suas formas mais tradicionais: “Apesar de ser um instrumento muito poderoso e representativo, a viola era apenas um dos meios para eu fazer a viagem pra dentro da cultura caipira. Quando me vi enfiado nesse panorama atual da viola eu pensei que tinha que voltar pra raiz pra continuar, tipo pedir a benção. Seguindo a ideia de que a música caipira se dá no ritual, no encontro, fui percebendo que conseguia as melhores histórias com pessoas que se reuniam em grupos para celebrar a fé e os valores em comum. Então, no meio do caminho, decidi ir atrás das Folias de Reis e acabei fazendo um curta sobre a maior festa de Santos Reis do Brasil, em Palmital. Esse filme foi pra vários festivais no Brasil e no exterior. Até na Eslovênia ele passou” No início de 2017, Mário lançou o curta documentário “A mão direita do Itapuã”, que trata da busca do músico e pesquisador Saulo Alves acerca da parceria entre o Maestro Itapuã e Tião Carreiro na criação do ritmo do pagode sertanejo: “Quando conheci o Saulo eu estava finalizando o “REIS- os violeiros de Palmital” e ele, recém chegado de Ituiutaba em São Paulo, estava iniciando o pós-doutorado na Unicamp. Nos encontramos para ele ver o filme, em primeira mão, e acabamos tomando umas e outras. De lá, novas ideias para um novo projeto surgiram. Nos tornamos grandes parceiros e logo que ele iniciou a pesquisa sobre o pagode sertanejo, ritmo que consagrou Tião Carreiro e Pardinho nos anos 60, vimos que a história que ele estava buscando podia dar em algo mais. Então filmamos a pesquisa dele, fizemos o curta documentário “A mão direita do Itapuã” e uma espécie de site, o “Tudo É Pagode”, e disponibilizamos online o filme e os conteúdos da pesquisa. Temos feito vários eventos pelo estado de São Paulo, nós dois, falando sobre o pagode sertanejo e cultura caipira e exibindo o filme. Expandir este tipo de conhecimento acadêmico para as telas e as novas mídias é algo que nos interessa muito.”

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HISTÓRICO - Sob o olhar do diretor

A parceria entre Mário de Almeida e Saulo Alves se estendeu também para a pesquisa do projeto “Viola Perpétua”, que se intensificou em 2015, ano em que foram a campo para entrevistar integrantes das antigas orquestras de viola e procurar pessoas que tivessem histórias especiais nos grupos que se formaram mais recentemente: “Quando a gente estava indo a campo para pesquisar, me dei conta de que era preciso filmar o quanto antes. A orquestra de Osasco foi fundada para rezar uma missa sertaneja na cidade em 1969, a de Guarulhos começou no final dos anos 70 para acompanhar Tonico e Tinoco em um show no Teatro Municipal de São Paulo. Estes grupos tem histórias incríveis, mas seus integrantes já têm uma idade avançada e fiquei com a sensação de que se fosse esperar conseguir alguma verba para começar a rodar, a qualquer momento poderíamos perder a oportunidade de filmar com eles. Uma das coisas que tenho aprendido, tanto com a cultura caipira quando com o documentário, é que na maior parte do tempo temos que saber trabalhar e lidar com o que é dado pra gente. Portanto começamos a filmar e não paramos. A pesquisa foi ultrapassando o limite das orquestras e nos levando também para outros grupos, inclusive os da tradição, como o São Gonçalo. Em 2017 inscrevemos um projeto no edital do ProaAC e fomos contemplados. Deu uma força pra não precisar bancar tudo do próprio bolso. O projeto ganhou mais fôlego. Aí a gente já tinha toda pesquisa e começou mais produção mesmo. A parceira Carolina Scatolino entrou no projeto, produzindo e fazendo som direto, e junto com o Saulo nós fundamos o Coletivo Viola na Tela, para arrematar esse longa e iniciar novos projetos.” 6


HISTÓRICO - Sob o olhar do diretor

Agora, em 2018, Mário de Almeida está lançando o seu primeiro longa-metragem, o documentário “Viola Perpétua”: “Este longa metragem contou com uma pesquisa de mais de seis anos, em busca de aspectos acerca de grupos e pessoas que se expressam através da viola no estado de São Paulo. A busca me levou ao recorte em cima das orquestras de viola e de seus integrantes, desde os primeiros grupos até os mais atuais, relacionando a formação destes grupos com as novas formas de expressão do instrumento e da cultura que o cerca. Neste processo, me deixei levar no rastro de histórias que tinham as orquestras como ponto de partida ou de personagens que me levaram até seus grupos. Me deparei com contextos singulares, nas vivências de cada uma das personagens e em suas experiências coletivas. É isso que quero compartilhar por meio deste filme. A ideia não é traçar um panorama geral sobre o surgimento de várias orquestras em tão pouco tempo ou de fazer o espectador entender exatamente este fenômeno. Diferente disso, a intenção é compartilhar este processo de imersão nos fragmentos que compõem um universo tão cheio de significado e proporcionar uma viagem pelas riquezas dos saberes populares e da luta por manter a cultura viva no Brasil. Quem sabe possa gerar reflexões que se estendam para além do que está na tela?”

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SOBRE O DIRETOR

Mário de Almeida é documentarista e trabalha há quinze anos em projetos audiovisuais e multimídia. Formado em Rádio e Televisão pela Universidade Anhembi Morumbi, atua nas funções de diretor, roteirista, produtor e editor, participando de projetos em diversos segmentos. É diretor e produtor dos curtas "REIS - os violeiros de Palmital" (2013) e "A mão direita do Itapuã" (2017) e do longa “Viola Perpétua” (2018), filmes que são resultado de sua pesquisa e busca acerca da cultura caipira e a música de viola. Cresceu na periferia de São Paulo, mas em 2017 mudou-se para Bragança Paulista, cidade do pai, onde, ainda na infância, teve seus primeiros contatos com a vida do interior, bem como na cidade vizinha de Pinhalzinho. “Quando eu era criança, meu pai comprou uma chácara em Pinhalzinho e a gente sempre ia pra lá. Naquela época a cultura caipira ali era bem mais presente e eu pude ter um contato muito rico com os vizinhos, em pescarias, plantando e colhendo, andando à cavalo ou apenas passeando pelo mato. Mas foi ali que eu acompanhei pela primeira vez uma reza cantada para um falecido. Isso foi o que mais me marcou. Essas lembranças ficaram e afloraram mais tarde.” FILMOGRAFIA REIS - os violeiros de Palmital (doc l 25min. l 2013) A mão direita do Itapuã (doc l 22min. l 2017) Viola Perpétua (doc l 72min. l 2018) 8


VIOLA PERPÉTUA DOCUMENTÁRIO DE LONGA-METRAGEM

l 72 MINUTOS l DIREÇÃO: MÁRIO DE ALMEIDA l 2018

MARAVILHA FILMES PESQUISA, DIREÇÃO e MONTAGEM MÁRIO DE ALMEIDA PRODUÇÃO CAROLINA SCATOLINO e MÁRIO DE ALMEIDA ENTREVISTAS MÁRIO DE ALMEIDA e SAULO ALVES FOTOGRAFIA DOMINGOS BERNARDINO E MÁRIO DE ALMEIDA MÚSICA DOMINGOS DE SALVI, DINO VICENTE e FÁBIO MIRANDA PRODUTORA

EXIBIÇÕES DE LANÇAMENTO 19/07 – CIS GUANABARA – CAMPINAS-SP 26/07 – CENTRO CULTURAL ADAMASTOR – GUARULHOS-SP 28/07 – CASA MORA MUNDO – SÃO PAULO-SP 31/07 – INSTITUTO SÃO GONÇALO DE ESTUDOS CAIPIRAS – SÃO PAULO-SP 01/08 – CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO SESC – SÃO PAULO-SP 03/08 – CASA DE CULTURA PEDRO BUZATO – TORRINHA-SP 18/08 – CENTRO DE CULTURA CHICO PIMENTA – BRAGANÇA PAULISTA-SP

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CONTATO filmesmaravilha@gmail.com Facebook / violaperpetua @viola_perpetua_documentario 11 97430 7237

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11 97173 4443

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