1126- Joyce Moreno e Alfredo Del-Penho lançam em Sampa álbum em homenagem a Sidney Miller *

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1126- Joyce Moreno e Alfredo DelPenho lançam em Sampa álbum em homenagem a Sidney Miller * Disco do selo Kuarup celebra a obra do compositor carioca de clássicos como A Estrada e o Violeiro, O Circo e É Isso Aí e dupla que interpreta as faixas protagoniza pocket show com entrada franca no Conjunto Nacional, em Sampa

*Com Renato Vieira, da assessoria de imprensa da Kuarup

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A Viola Caipira como estandarte (Sidnei de Oliveira)* Contato Dia do Violeiro (18 de maio) Parceiros e colaboradores

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A audição matinal deste sábado, 10, aqui na redação do Barulho d’água Música começou tocando as 16 belas faixas do álbum Argumento (Canções de Sidney Miller) , com Joyce Moreno e Alfredo Del Penho , uma das joias do catálogo da gravadora Kuarup , gentilmente nos cedido pelo amigo Rodolfo Zanke e que será lançado nesta terça-feira, 13, em São Paulo (ver guia Serviço). Amiga de Sidney Miller (1945 — 1980), Joyce foi convidada pelo Instituto Moreira Salles para revisitar as doze músicas do primeiro álbum do compositor, em apresentação da série Grandes Discos , em abril de 2012. O LP original saíra pelo selo Elenco , em 1967, após o cantor e compositor carioca participar do III Festival de Música Popular Brasileira , defendendo A Estrada e o Violeiro , ao lado de Nara Leão . Como o dueto era um dos grandes momentos da estreia fonográfica de Miller, Joyce chamou Alfredo Del-Penho para acompanhá-la no show que deu origem ao Argumento… . Poucos associam Sidney Miller à autoria de clássicos como O Circo (“Vai, vai, vai, começar a brincadeira, tem charanga tocando a noite inteira…” ). Lançada por Nara naquele mesmo ano de 1967, a música tornou-se tema de abertura da novela À Sombra dos Laranjais (1977), na voz de Marília Barbosa. Também célebre, É Isso Aí , que Sidney cedeu para Doris Monteiro interpretar no Festival de Juiz de Fora, em 1971, foi regravada por Paula Lima três décadas depois e até hoje enche pistas em bailes de samba-rock e festas dedicadas à MPB.

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Em 15 anos de carreira, Sidney Miller foi polivalente, produzindo discos e dirigindo espetáculos, além de trabalhar no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e na Funarte — entidade que mantém a Sala Funarte Sidney Miller na capital fluminense. Gravou nesta abreviada carreira apenas três LPs, mas Nara, Dóris, o Quarteto em Cy, Paulinho da Viola e o MPB4 se encarregaram de revelar músicas dele para o grande público e ajudaram a construir o lugar que ocupa na memória musical do país. Mais recentemente, canções dele


também foram gravadas por Roberta Sá, Teresa Cristina e pelo grupo Casuarina. Com boa repercussão na cena teatral carioca, o musical Deixa a Dor por Minha Conta (2017), escrito por Hugo Sukman e Marcos França, teve como base o cancioneiro do artista. O encontro de Joyce com Alfredo Del-Penho, representante do samba carioca contemporâneo que reverencia o compositor, mostra que a obra de Sidney Miller continua relevante para várias gerações. Alternando-se entre solos e duetos, a dupla passeia pelo repertório que ele construiu quando tinha apenas 22 anos, época em que chegou a ser comparado a Chico Buarque pelas afinidades estéticas das canções dos dois e por terem Nara Leão como principal intérprete. A influência do samba, a busca pelo diálogo com bambas de outrora expressa na máxima “Vá cantar um samba antigo pra entender o que há de novo” , da faixa Argumento (não confundir com a canção de mesmo nome de Paulinho da Viola) e a temática de músicas baseadas em cantigas de roda dão o tom da estreia de Sidney Miller em disco. Joyce e Alfredo homenageiam a dobradinha entre Sidney Miller e Nara Leão interpretando as duas canções que eles gravaram no bolachão de estreia do compositor: a ruralista A Estrada e o Violeiro e Menina da Agulha , ambas com letras construídas como diálogos. Vale a pena lembrar: A Estrada e o Violeiro arrebatou o prêmio de melhor letra do festival em que tinha concorrentes de peso como Domingo no Parque , de Gilberto Gil, e Alegria, Alegria , de Caetano Veloso. E, recentemente, o cantor e compositor Cláudio Lacerda a incluiu como faixa 2 do seu mais recente álbum, Canções para Acordar o Sol , que interpreta em dueto com Mônica Salmaso e arranjo de Neymar Dias tocando viola caipira e contrabaixo, mais Toninho Ferragutti (acordeon) e Luiz Ribeiro (percussão).

As imagens fotográficas que registraram Sidney Miller em ação são poucas, mas a produção da curta carreira o coloca no mesmo patamar de Chico Buarque e não apenas à época dos festivais, quando ambos despontaram

Joyce e Del Penho ainda interpretam no álbum da Kuarup Chorinho do Retrato e Passa, Passa, Gavião , inspirada


em cantiga de roda, assim como Marré-De-Cy , que Joyce canta sozinha. Ela também dá voz a O Circo e aos sambas Maria Joana , Argumento , Meu Violão e Pede Passagem . Esta, Joyce gravara em Passarinho Urbano (1975), versão que Sidney considerou a melhor de todas. Escritas por ótica masculina e boêmia, Minha Nega e Botequim nº 1 parecem feitas sob medida para a voz de Alfredo. Depois de repassarem as 12 músicas do primeiro disco de Miller, Joyce e Alfredo ficaram livres para cantar o que quisessem. Decidiram, então, fazer o que Joyce definiu como “baile do Sidney”, visitando pérolas que ele compôs posteriormente. Inédita por décadas até ser gravada pelo Casuarina, em 2007, Me Dá Um Dó é interpretada por Alfredo. Criada em meio ao flerte com o rock que gerou o álbum Línguas de Fogo (1974), a canção é prova de que Sidney Miller jamais deixou de ter o samba como referência. Na sequência, Joyce transmite segurança na tristeza contemplativa de O Navegante ; Inscrita no Festival de Juiz de Fora, em 1972, foi gravada pelo MPB4. A versão do grupo vocal entrou na trilha sonora da primeira versão da novela Mulheres de Areia (1973), exibida pela extinta TV Tupi. Encerrando a apresentação, a dupla canta Nós, os Foliões — lançada por Paulinho da Viola, em gravação irretocável de 1982 — e, para animar, É Isso Aí . (Volta a fita: enquanto pessoas da plateia choravam durante o show naquela ocasião da regravação do primeiro disco de Miller, Joyce fez o possível para segurar a emoção, especialmente ao ver a família de Sidney na primeira fila. Nos bastidores, a atriz e cantora Soraya Ravenle perguntou a ela: “O que este homem estaria fazendo agora?” . Nunca saberemos, mas é possível afirmar que a obra de Sidney vem bravamente resistindo ao tempo e Argumento (Canções de Sidney Miller) é prova disso).

Serviço Joyce Moreno e Alfredo Del-Penho apresentarão as canções de Argumento (Canções de Sidney Miller) em São Paulo nesta terça-feira, 13, durante pocket show com entrada franca que a Livraria Cultura do Conjunto Nacional promoverá a partir das 19 horas. Para quem é de Sampa e cidades do entorno, a livraria fica bem perto de estações do Metrô, na Avenida Paulista, 2073, no bairro Cerqueira Cesar. Cole na grade e prestigie! Leia também no Barulho d’água Música

1100 – Cláudio


Lacerda lança “Canções para acordar o Sol” e, mais uma vez, lava nossa alma! 1011 – “Sidney Miller”, de 1982, lançado pela Funarte, é o novo destaque da série “Clássicos do Mês”


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