A importância da consultoria empresarial gillian

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A IMPORTANCIA DA CONSULTORIA EMPRESARIAL PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS1 Gillian Barbosa de Souza2 Ivanir Casagranda3 RESUMO A consultoria é um ramo da área da Administração, que objetiva auxiliar empresários, quando estão ou não com algum tipo de problema, buscando melhorar a gestão das empresas contratantes. Existem dois tipos de consultor: o consultor interno e o consultor externo. Para cada necessidade, que uma empresa possa vir a ter, existe um tipo de consultoria mais adequada. O consultor não tem autoridade perante a empresa que solicitou a consultoria, apenas pode sugerir soluções ou ideias. Para as grandes empresa as consultorias podem ser importantes, mas para as pequenas empresas em determinados momentos poderá ser essencial, uma vez que as pequenas empresas são menos estruturadas para resistir a certos problemas, que não abalaria uma empresa de grande porte. As Micro e pequenas empresas são a maioria das empresas abertas nacionalmente, gerando a maior quantidade de empregos formais do país. Porem esse tipo de empresa é a que apresenta o maior índice de mortalidade. Sendo assim destaca-se a importância de incentivar os serviços de consultoria empresarial para este segmento.

PALAVRAS-CHAVE: 1. CONSULTORIA. 2. TIPOS DE CONSULTORIA. 3. MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. _________________________

INTRODUÇÃO A consultoria é um ramo da Administração que busca orientar empresários utilizando técnicas de gestão, que na maioria das vezes não são conhecidas pelo contratante da consultoria. Oferecendo ideias que o empresário pode não estar conseguindo

observar e

podendo

apresentar soluções para

determinados

problemas.

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Texto elaborado a partir de leituras sobre consultoria empresarial e micro e pequenas empresas para acrescentar conhecimentos sobre a importância da consultoria empresarial nessas empresas. 2 Acadêmico da Universidade Católica Dom Bosco, do curso de Administração, 4° Semestre. Turma A. E-mail: giba_lp@hotmail.com 3 Mestre em Desenvolvimento Local, pós-graduado em Gestão em Marketing e graduado em Administração. Professor nos cursos Presenciais, Ead, Extensão e Pós-graduação. Orientador do Artigo do 4° Semestre do Curso de Administração, na disciplina Gestão de Materiais e Patrimônios II. E-mail: casa@ucdb.br

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Dentre os tipos de empresa existente, foi escolhido as micro e pequenas empresas para serem estudadas e avaliadas se tais empresas necessitam de intervenções de serviços de consultoria empresarial. E qual a importância desta intervenção nas micro e pequenas empresas, pois elas podem ser um exemplo de tipos de empresas que na maioria das vezes não tem o conhecimento necessário para a solução de determinados problemas. Foi escolhido estudar a consultoria neste trabalho, devido ao fato de ser uma área da Administração que mais está crescendo atualmente. O índice de fechamento de empresas é alto, e a consultoria objetiva auxiliar as empresas em seus problemas, metas e objetivos. O auxilio de empresas é de extrema importância para o mercado de um país, as empresas tem um papel significativo na economia de um país. Objetiva-se nesse trabalho conhecer os teóricos que tratam do assunto “consultoria”, podendo assim se ter a ideia do quem vem a ser a consultoria e qual a sua importância. Estuda-se também o que são as micro e pequenas empresas, sua importância para o mercado nacional e como a consultoria pode auxiliá-las. 1. CONSULTORIA EMPRESARIAL A consultoria empresarial é uma ferramenta que ajuda consideravelmente o empresário, podendo auxiliar nas decisões a serem tomadas na empresa, para que os objetivos traçados possam ser atingidos. Segundo Oliveira (2009. P.4): “Consultoria empresarial é um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da situação.” 4

Como podemos constatar o consultor tem o poder limitado para com a empresa, ele não pode tomar decisões diretas, e tem o papel de nortear alguns processos ou ideias que poderão ser usadas dentro da empresa para corrigir possíveis problemas administrativos, processuais ou demais fatores que estejam interrompendo o fluir das metas e objetivos do empresário. 4OLIVEIRA,

Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de Consultoria Empresarial. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. P.4

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Segundo Oliveira (2009)5, existe duas situações em que se é possível usar o serviço de consultoria: primeira nas necessidades atuais da empresa, analisando os resultados alcançados; segunda no futuro desejado pelo empresário, buscando alcançar os objetivos a partir de seus resultados atuais. Para auxiliar a empresa a alcançar os objetivos almejados, sejam eles para situações atuais ou futuras. O consultor deve escolher o modo pelo qual deverá ser executada a consultoria, optando pela que melhor atenda as necessidades do executivo, podendo assim oferecer as melhores opções e ideias para o desenvolvimento da empresa. Garcia (2000) propõe um modo de consultoria diferenciada o qual ele o chama de Terapia Empresarial, que pode ser aplicado aos grandes, médios, pequenos e micros empreendimentos, essa consultoria diferenciada deve achar “o ponto de equilíbrio da empresa” 6 o autor ainda cita três pontos que essa consultoria deve fazer: encontrar o que está causando os problemas na empresa; realizar uma atuação preventiva para evitar os problemas; e por fim o autor lista uma serie de atuações que empresas já estruturadas e bem sucedidas devem fazer. Neste trabalho o terceiro ponto deste autor não nos interessa, visto que buscaremos pesquisar apenas as áreas de micros e pequenas empresas. A Terapia Empresarial se mostra importante também para o empresário que esta começando o seu negocio, pois apresenta estratégias que são cruciais para o bom andamento de uma empresa. Diagnosticar as causas dos problemas é essencial para as micro e pequenas empresas, uma vez que os problemas dentro de uma micro ou pequena empresa tem impacto maior do que em uma empresa mais estruturada, que possivelmente não sofrerá tanto, pois sua capacidade de se manter no mercado é maior do que as empresas de menor porte. Para Garcia (2000. P.17): “Pequenas empresas são pouco resistente à má gestão. Porém, as grandes corporações, inclusive as transnacionais, quando mal 5

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de Consultoria Empresarial. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. P.74 6 GARCIA, Edmilson e CAMERUN, D.P. Terapia Empresarial: Diagnose Técnica e Soluções Práticas ao Empreendedor. Campinas SP: Pontes 2000.P.31

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administradas, sofrem os mesmos efeitos menores só que (geralmente, não sempre) conseguem atenuar os impactos. Quando a grande empresa quebra é porque a estrutura hierárquica já está toda deteriorada.”7

Por isso que se para a empresa que já está consolidada no mercado é interessante que haja em determinadas épocas a intervenção de uma empresa de consultoria, para a micro e pequena empresa essa intervenção será essencial para a sua consolidação. Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE (2010) (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) aponta que 27% das empresas abertas no estado de São Paulo fecham em seu primeiro ano de atividade8. Em outra pesquisa, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que de cem empresas abertas no Brasil quarenta e oito encerram suas atividades em três anos9. O SEBRAE (2010) aponta ainda, que os principais motivos para o insucesso dessas empresas são: “Comportamento empreendedor pouco desenvolvido; falta de planejamento prévio; gestão deficiente do negócio; insuficiência de políticas de apoio; flutuações na conjuntura econômica; problemas pessoais dos proprietários.” 10

Estas causas de insucessos podem ser previstas, com o uso da consultoria empresarial que pode detectar estes tipos de falhas. No entanto não basta detectar tais falhas é necessário que haja uma postura da empresa para resolução destes problemas, uma vez que o consultor não pode tomar decisões sobre a empresa, apenas sugerir soluções. 7

GARCIA, Edmilson e CAMERUN, D.P. Terapia Empresarial: Diagnose Técnica e Soluções Práticas ao Empreendedor. Campinas SP: Pontes 2000.P.17 8 SEBRAE-SP. 12 anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas – ago/10. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/index.php/235-uncategorised/institucional/pesquisassobre-micro-e-pequenas-empresas-paulistas/mortalidade-das-empresas/10130-12-anos-demonitoramento-da-sobrevivencia-e-mortalidade-de-empresas-ago-10-> Acesso em: 18 de outubro de 2014. 9 Uol. No Brasil, quase metade das empresas fecha em 3 anos, diz IBGE. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/27/no-brasil-quase-metade-dasempresas-fecha-em-3-anos-diz-ibge.jhtm> Acesso em: 17 de outubro de 2014 10 SEBRAE-SP. 12 anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas – ago/10. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/index.php/235-uncategorised/institucional/pesquisassobre-micro-e-pequenas-empresas-paulistas/mortalidade-das-empresas/10130-12-anos-demonitoramento-da-sobrevivencia-e-mortalidade-de-empresas-ago-10-> Acesso em: 18 de outubro de 2014.

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1.2. TIPOS DE CONSULTORIA O ramo da consultoria empresarial pode ser dividido em tipos. No entanto antes de se tratar dos tipos de consultorias, é interessante que seja conhecida as diferenças entre os dois tipos de consultores: o consultor externo e o consultor interno. Segundo Oliveira (2009. P.52): “Consultor externo representado por um consultor autônomo ou por um profissional de uma empresa de consultoria (...). Consultor interno, representado por um funcionário da empresa cliente, o qual realiza serviços para áreas diversas da referida empresa.”11

O consultor externo normalmente terá mais experiência em relação aos serviços de consultoria do que o consultor interno, pelo fato de ter realizado mais vezes esses tipos de serviços em empresas diferentes, ao contrário do consultor interno, que realizará esse serviço apenas na empresa a qual ele pertence. Porem o consultor externo não terá muito conhecimento nos assuntos informais da empresa, que necessita dos serviços de consultoria, pois não fará parte do quadro de funcionários. Já o consultor interno possivelmente apresentará grande afinidade com esses assuntos informais, podendo ter maior liberdade de agir, pois terá melhor acesso aos grupos da empresa e aos outros funcionários. Como normalmente o consultor externo tem maior experiência nos serviços de consultoria, com isso ele poderá executar um leque maior de tipos de consultoria. Podendo assim identificar e oferecer o tipo que melhor se adeque as necessidades do empresário. É importante identificar qual o tipo de consultoria deverá ser usada na empresa, pois facilitará o trabalho a ser realizado pelo consultor, norteando a sua forma de atuação, para que possa fornecer as opções que melhores se adequarão as necessidades do executivo. Segundo Oliveira (2009. P.51): “A identificação do tipo de consultoria é importante tanto para o consultor como para a empresa-cliente que solicita o serviço de consultoria. Isso porque, para o consultor, a identificação do tipo de consultoria em que atua facilita o estabelecimento do seu produto de 11

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de Consultoria Empresarial. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.P.52

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consultoria, de sua forma de atuação, bem como de sua carreira como consultor.”12

Existem diversos tipos de empresas que podem possuir vários tipos de problemas, para cada tipo de problema provavelmente haverá um determinado tipo de consultoria que responderá melhor as necessidades apresentadas pela empresa. Se o empresário já tiver algum tipo de noção do problema que sua empresa sofre ou o que ele pretende realizar futuramente na empresa, ele poderá otimizar o tempo gasto com a consultoria para atingir seus objetivos. O tempo é um fator importante para as empresas, não podendo ser desperdiçado, pois ele pode tanto prejudicar como favorecer uma determinada empresa. Uma empresa que consegue identificar quando é necessário o uso da consultoria e qual o tipo necessário para atender as necessidades de uma empresa, destaca-se perante as demais que demorarem em identificar quando estão com problemas e quando é necessária a intervenção de uma consultoria. E isso é um fator competitivo que pode fazer com que a empresa possa se destacar sobre suas concorrentes. Oliveira (2009)13 faz referencia a cinco tipos de consultoria, que serão listadas abaixo e de forma resumida: 

Consultoria por pacote: ela pode ser aplicada a diversas empresas, para atender diversos problemas. O contato é realizado com a

média

administração – que são os gerentes e diretores – e na realização do projeto também é efetuado contato com a baixa administração – que são os supervisores –, normalmente têm grandes índices de resistência, devido as suas fortes mudanças. Esse tipo de consultoria propõe mudanças rápidas, com o valor de consultoria baixo. No entanto torna a empresa dependente, pois normalmente a empresa não se acostuma facilmente com as rápidas mudanças. 

Consultoria artesanal: seu atendimento é personalizado segundo as necessidades da empresa. É contratada pela alta administração – que são

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OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de Consultoria Empresarial. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. P.51 13 Id., 2009, p. 54-68

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Presidentes, Vices, Executivos e etc. – mas é desenvolvida com a média administração. Sua implementação tem contato com todos os níveis hierárquicos. Normalmente não existe uma resistência grande, por atender exatamente as necessidades da empresa. Esse tipo de consultoria faz com que a empresa tenha maior independência em relação ao consultor. 

Consultoria especializada: É a que mais cresceu nos últimos tempos. É um tipo de consultoria que se especializa em um determinado ramo de atuação, trabalhando apenas neste ramo no qual é especializado. Seu contato é com a média administração, a negociação pode ser demorada, mas sua resistência é pequena. A baixa administração também é envolvida no ato da consolidação do projeto.

Consultoria total: Atua em praticamente todas as áreas, mas tem sido questionado pelas empresas por atacar todos os problemas mesmo não havendo ligações entre eles, o que faz com que as empresas possam ter esforços desnecessários. Nesse tipo de consultoria podemos estruturar melhor a maneira de agir apresentando a Consultoria total integrada que também atua em todas as áreas da empresa, porem de uma forma mais interativa. A diferença entre a consultoria total e consultoria total integrada é grande apesar delas não ficarem evidentes. A consultoria integrada por ser mais interativa fornece uma grande sintonia entre os diversos trabalhos de consultoria e os sistemas da empresa. O contato é com a alta administração, tendo negociação rápida com baixa resistência. Porem no desenvolvimento do projeto sua resistência torna-se alta devido ao fato do seu contato ser com a média administração. Na implementação do projeto tem contato com toda a estrutura hierárquica, mantendo ainda a alta resistência.

Consultoria globalizada: Atua em diversos países, e seus serviços estão voltados a empresas globalizadas. Os serviços da consultoria deixam de ser pelos assuntos abordados e passam a ser territoriais, por exemplo, essa consultoria pode facilitar a interação entre países por meio de alianças entre empresas. O contato é com a alta administração, podendo ter resistência baixa, se anteriormente existir uma interação profissional com a sede da empresa. A negociação é demorada, e no desenvolvimento do projeto tem contato com a média administração, podendo elevar a resistência. Esse tipo 7


de consultoria tem o problema da distância física entre consultor e quem recebe o serviço de consultoria, porem é um tipo de consultoria que poderá ter grande evolução em determinados assuntos administrativos. 1.3. IMPORTÂNCIA DE SE CONTRATAR UMA EMPRESA DE CONSULTORIA EMPRESARIAL O mercado atual tem se mostrando muito competitivo pelo fato de existirem muitas empresas, e a cada dia esse numero de empresas só tem a aumentar. Com isso os empresários devem cada vez mais se preocupar em manter suas empresas atualizadas, para que elas não percam mercados para outras empresas. A cada dia surgem novos equipamentos, empreendimentos, formas de vender seus produtos, etc., o que faz com que o empresário deva estar atento para as mudanças que ocorre no mercado e no mundo, pois a não observação a essas mudanças pode dar espaço para que uma concorrente consiga vantagens sobre a clientela de determinada empresa. Garcia (2000. P.7) diz: “Na dinâmica do mercado mundial, muitos dos negócios que hoje estão em evidencia, num futuro próximo estarão fatalmente ultrapassados, pois serão substituídos por outros de tecnologias mais avançada.” 14

Mas nem todos os executivos tem essa capacidade de enxergar que sua empresa precisa ser atualizada, que os materiais devem sempre estar atualizados com as novas tecnologias, que as mudanças às vezes serão necessárias. E isso pode gerar um problema para a empresa, além dos outros tipos de problemas que poder aparecer naturalmente. Segundo Garcia (2000. P. 22): “O ideal é antecipar-se aos problemas, buscando soluções criativas. Quando se administra com visão preventiva, evita-se os ‘colapsos presumíveis’ que incidem na maioria dos casos.”15.

Nem sempre uma empresa conseguirá ter em seu pessoal alguém que consiga ter uma visão de prevenção sobre os problemas. Com isso, torna-se 14

GARCIA, Edmilson e CAMERUN, D.P. Terapia Empresarial: Diagnose Técnica e Soluções Práticas ao Empreendedor. Campinas SP: Pontes 2000.P.7 15 Id., 2000.P.22

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importante a contratação de uma empresa de consultoria, para que ela possa mostrar o que deve ser feito na empresa para torna-la cada vez mais competitiva no mercado. A consultoria deve apresentar algumas soluções para os problemas encontrados na empresa, para que o empresário tome a decisão de qual ele escolhera para sua empresa. Normalmente o consultor trabalha em situações já problemáticas para a empresa. Para Oliveira (2009. P.74): “A circunstancia de o consultor, normalmente, trabalhar com situações de problemas e de irracionalidade é porque poucos executivos solicitam aconselhamentos quanto tudo está ocorrendo de maneira racional.” 16

Ou seja, normalmente quando o executivo de uma determinada empresa procura um consultor, é porque a empresa já está sofrendo algum problema. A consultoria é importante para as micro e pequenas empresas, pois são empresas que estão começando no mercado, e que normalmente não tem muita experiência técnica, financeira, administrativa, etc., com isso a empresa de consultoria ou consultor autônomo pode apresentar os melhores caminhos a serem seguidos para que essas micro e pequenas empresas possam crescer no mercado ou até mesmo se manter nele, umas vez que o índice de fechamento dessas empresas se mostra elevado como foi constatado na pesquisa que já foi apresentada. Para Garcia (2000. P.10): “Muitas vezes o empresário confessa que desconhece a real condição financeira da sua empresa. Ele percebe o dinheiro entrar e sair, mas ignora o quanto daquele montante – é efetivamente seu – ou de sua empresa! Outra confusão comum nas MPE’s é a mistura perigosa entre ‘capital de giro, lucro e pro labore’” 17

É comum nas micro e pequenas empresas o empresário não ter ciência do lucro real de seu empreendimento, normalmente por falta de um controle específico. Não diferenciam quanto do montante pertence à empresa e quanto

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OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de Consultoria Empresarial. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. P.74 17 GARCIA, Edmilson e CAMERUN, D.P. Terapia Empresarial: Diagnose Técnica e Soluções Práticas ao Empreendedor. Campinas SP: Pontes 2000.P.10

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pertence a ele, cabendo assim um auxilio da consultoria para apresentar ao empresário melhores maneiras de gerir seus negócios. Garcia (2000) “O empreendedor deve ter noção plena de seu negócio e quais as suas reais possibilidades” 18 pois com essa noção o empreendedor poderá traçar seus objetivos e as áreas em que irá investir, de forma que ele não gaste tempo e dinheiro em coisas desnecessárias para a empresa. A consultoria também pode mostrar ao empresário que parcerias podem ser proveitosas para o empreendimento, sendo essas parcerias: com outras empresas – sendo elas concorrentes ou não –, com fornecedores e até mesmo com clientes. As parcerias, provavelmente, são benéficas para ambos os lados, fazendo com que isso seja uma ótima maneira de se manter no mercado. Isaac Rincaweski (2012) diz: “Não basta apenas uma boa ideia ou um bom produto para se criar uma empresa de sucesso. Você precisa criar vínculos e parcerias saudáveis e duradouras (em todos os setores da empresa), pois são elas que irão dar suporte ao crescimento sustentável de sua empresa.”19

As empresas devem estar atentas também à manutenção dos materiais e de seus estoques. Saber quanto e quando deverá ser os armazenamentos de determinados produtos. Muitas empresas falham nesses quesitos, fazendo assim que seja necessário o uso de um serviço de consultoria para nortear quais as ações que serão necessárias para aprimorar sua gestão, evitando erros que podem ser fatais. 2. O QUE É MICRO E PEQUENA EMPRESA A cada ano o número de empresas abertas no Brasil tem aumentado consideravelmente. Dentre as empresas abertas podem ser citadas as micro e pequenas empresas, que tem uma representatividade considerável dentro do mercado. Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE entre 2000 e 2011 aponta que até 18

GARCIA, Edmilson e CAMERUN, D.P. Terapia Empresarial: Diagnose Técnica e Soluções Práticas ao Empreendedor. Campinas SP: Pontes 2000.P.20 19 Isaac Rincaweski. A importância das parcerias nos negócios. Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/805/a-importancia-das-parcerias-nos-negocios/> Acesso em: 17 de outubro de 2014.

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essa data o Brasil devia ter mais de seis milhões de micro e pequenas empresas, o que representaria noventa e nove por cento dos negócios brasileiros20. Como é possível constatar, elas são a maioria no Brasil, e empregam mais da metade das pessoas economicamente ativas, correspondem a 27% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro21. No entanto elas apresentam um grande índice de falência, como foi possível constatar em pesquisa apresentada anteriormente. Podemos atribuir o alto índice de falência, normalmente, por causa da falta de experiência do empreendedor, que inicia seu empreendimento sem provavelmente ter realizado uma pesquisa de mercado, ou por sua falta de experiência administrativa, fazendo com que normalmente sua empresa tenha como um dos maiores problemas a falta de capital de giro. As micro e pequenas empresas são conceituadas pela lei complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006, Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas, esta lei faz a distinção entre o que venha a ser micro empresa e o que é pequena empresa. Tal lei define que a micro empresa é aquela que tem sua receita bruta em até R$ 360.000,00 (Trezentos e sessenta mil reais), e as pequenas empresas as que tenham a renda superior a R$ 360.000,00 (Trezentos e sessenta mil reais) e menor ou igual a R$ 3.600.000,00 (Três milhões e seiscentos mil reais) 22. Segundo o SEBRAE (2007) as micro empresas devem ter até nove pessoas empregadas no caso de comércio, ou até dezenove, nos casos de indústrias, e as empresas de pequeno porte, devem empregar de dez a quarenta e

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G1 Economia. Micro e pequenas empresas são 99% do total no país, mostra pesquisa. Disponível em:<http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2012/02/micro-e-pequenas-empresas-sao-99-do-totalno-pais-mostra-pesquisa.html> Acesso em: 19 de outubro de 2014. 21 Exame.com. Micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/micro-e-pequenas-empresas-geram-27-do-pib-do-brasil> Acesso em: 18 de outubro de 2014. 22 Lei complementar Nº 123, de 14 de Dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/leis/lei123_2006.htm> Acesso em: 18 de outubro de 2014.

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nove em caso de comércio, e vinte a noventa e nove pessoas em caso de indústria.23 Muitas dessas micro e pequenas empresas trabalhavam de forma irregular, e isso ocorria devido o fato dos altos valores dos impostos que poderiam ser cobrados delas caso estivessem de maneira regular. As empresas que estavam com suas situações regulares perante o governo, poderiam sofrer com os impostos altos cobrados, o que provavelmente incentivava as empresas se manter irregulares. No entanto foi criada pelo governo, incentivos para que o empreendedor regularizasse sua empresa. Uma das medidas criadas foi o chamado “Simples Nacional” e o “Super Simples” que são uma nova maneira de tributação das micro e pequenas empresas. A Lei complementar n°123 de 2006 (Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas), 24 fala sobre essa nova maneira de tratamento tributário, que sendo explicada grosso modo, oferecerá isenções e estabelecerá novos prazos de pagamentos dos impostos, ou seja, algumas empresas poderão pagar mais impostos do que outras. A lei também cita todos os impostos que serão cobrados das micro e pequenas empresas. Nem todas as empresas que seguem a “Lei Geral para Micro e Pequenas Empresas” terão acesso ao “Super Simples”. Por exemplo, algumas empresas que não terão direito: empresas que tenham sócios domiciliados em outros países; que preste serviço de comunicação; que realize atividade de consultoria; que exerça atividade de importação de combustíveis, entre outras. 2.1. PORQUE O MERCADO DAS MICRO E PEQUENAS? Como visto anteriormente, as micro e pequenas empresas possuem um papel de relevância no mercado nacional. No entanto as pesquisas apontam que o índice de mortalidade destas empresas é elevado. 23

HowStuffWorks. Quem são as micro e pequenas empresas. Disponível em: <http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/micro-e-pequenas-empresas-no-brasil1.htm> Acesso em: 18 de outubro de 2014. 24 Lei complementar Nº 123, de 14 de Dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/leis/lei123_2006.htm> Acesso em: 18 de outubro de 2014.

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Esses índices elevados mostram que há uma necessidade grande de que essas empresas recebam algum tipo de auxílio para que consigam se estabelecer no mercado. O SEBRAE é uma instituição criada para auxiliar esses tipos de empresas, no entanto, pelo índice de mortalidade, podemos concluir que o SEBRAE e leis voltadas a esses tipos de empresas não garante o sucesso das micro e pequenas empresas. Normalmente, a micro e pequena empresa é constituída por pessoas que não tem muita experiência em mercado, como se planejar, como solucionar os problemas, e essa falta de experiência pode ser constatado pelos autos índices de falência, mesmo com uma série de medidas governamentais, que há atualmente, os ajudando. O pequeno empresário, normalmente, não tem o conhecimento do quanto uma consultoria em sua empresa poderia ajuda-lo, talvez se houvesse este tipo de conhecimento a consultoria poderia ajudar o pequeno empresário a solucionar problemas que tem potencial para levar sua empresa à falência. Provavelmente para um consultor o mercado das micro e pequenas empresas, não seja um mercado de fácil acesso, uma vez que são empresas pequenas e como visto na lei complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006, o valor que elas podem arrecadar para serem enquadradas como tais têm limites. OU seja, são empresas que não lucram tanto e normalmente tem pessoas inexperientes sob seu controle. No entanto são empresas que possuem 27% do PIB nacional, como já foi visto e apesar de unitariamente serem empresas pequenas, representam uma parcela significativa do PIB nacional. Por isto, neste artigo, foi escolhido tal tema, como a consultoria pode auxiliar este tipo de empreendimento, uma vez que o mercado das micro e pequenas empresas só têm a crescer. Como foi percebido ao longo do trabalho as micro e pequenas empresas, são empresas nas quais não contam normalmente, com pessoas com experiência 13


sobre o mercado e com capacidade de detectar problemas que podem levar a falência de seus empreendimentos. Devido a esse fato o consultor que deseja trabalhar em micro e pequenas empresas deve fazer uma abordagem de forma diferenciada da maneira como se faz com as empresas grandes e consolidadas. O consultor deve mostrar de forma mais explícita possível às vantagens de uma consultoria e mostrar para o empresário porque investir em uma consultoria, mesmo com uma empresa que não tenha um índice elevado de lucro. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo buscou compreender como a consultoria empresarial pode ajudar o empresário com os problemas ou dar ideias de melhorias para os processos da empresa. Foi possível constatar com este trabalho a importância da consultoria para que a empresa se mantenha competitiva no mercado de trabalho, conseguindo assim concluir suas metas e objetos. Muitas empresas necessitam desse auxilio de consultoria, principalmente micro e pequenas empresas, que podem sofrer mais que as outras por não terem uma estrutura mais arrojada. Fazendo com que alguns problemas possam ser fatais para o andamento dos negócios, podendo escolher o tipo de consultoria que atenderá melhor as necessidades apresentadas pelas empresas. O conhecimento desses tipos diferentes de consultorias é relevante, pois através do conhecimento de quais os tipos existentes de consultoria, pode-se identificar qual o melhor tipo para ser usado em determinada empresa. Este conhecimento prévio pode fazer com que sejam reduzidos esforços desnecessários no ato do serviço de consultoria. O fato das micro e pequenas empresas serem a maioria entre as empresas no Brasil, gerarem a maioria dos empregos para as pessoas economicamente ativas, e, no entanto, serem as empresas com o índice de mortalidade mais elevado, mostra que há a necessidade de se incentivar o uso dos serviços de consultoria empresarial, na tentativa de diminuir esse índice de 14


mortalidade e ajudar a tornar essas micro e pequenas empresas mais duradouras e competitivas. REFERÊNCIAS

Exame.com. Micro e pequenas empresas geram 27% do PIB do Brasil. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/micro-e-pequenas-empresas-geram-27do-pib-do-brasil> Acesso em: 18 de outubro de 2014. GARCIA, Edmilson e CAMERUN, D.P. Terapia Empresarial: Diagnose Técnica e Soluções Práticas ao Empreendedor. Campinas SP: Pontes 2000. G1 Economia. Micro e pequenas empresas são 99% do total no país, mostra pesquisa. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2012/02/microe-pequenas-empresas-sao-99-do-total-no-pais-mostra-pesquisa.html> Acesso em: 19 de outubro de 2014. HowStuffWorks. Quem são as micro e pequenas empresas. Disponível em: <http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/micro-e-pequenas-empresas-nobrasil1.htm> Acesso em: 18 de outubro de 2014. Isaac Rincaweski. A importância das parcerias nos negócios. Disponível em: <http://www.contabeis.com.br/artigos/805/a-importancia-das-parcerias-nosnegocios/> Acesso em: 17 de outubro de 2014. Lei complementar Nº 123, de 14 de Dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/leis/lei123_2006.htm> Acesso em: 18 de outubro de 2014. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de Consultoria Empresarial. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009. SEBRAE-SP. 12 anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas – ago/10. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/index.php/235uncategorised/institucional/pesquisas-sobre-micro-e-pequenas-empresaspaulistas/mortalidade-das-empresas/10130-12-anos-de-monitoramento-dasobrevivencia-e-mortalidade-de-empresas-ago-10-> Acesso em: 18 de outubro de 2014. Uol. No Brasil, quase metade das empresas fecha em 3 anos, diz IBGE. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/27/no-brasilquase-metade-das-empresas-fecha-em-3-anos-diz-ibge.jhtm> Acesso em: 17 de outubro de 2014.

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