A batucada enquanto experiência

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A batucada enquanto experiência1 MODALIDADE: COMUNICAÇÃO SUBÁREAS: Educação Musical / Etnomusicologia Chico Santana2 Universidade Federal da Paraíba santanachico@gmail.com

Resumo: Este trabalho aborda o fenômeno da batucada, propondo uma visão ampla sobre este tipo de fazer musical e seu contexto cultural. A multiplicidade de definições para o conceito de batucada permite a compreensão deste fenômeno como uma experiência, isto é, um conjunto de ações que extrapolam o âmbito da música em si, abarcando outros aspectos inerentes a esta prática. Partindo de uma discussão sobre o que seria a batucada, o presente trabalho propõe uma reflexão sobre a experiência de batucar, suas reminiscências históricas e as relações que tais aspectos possuem com os processos de ensino e aprendizagem em baterias e seu caráter coletivo. Busca-se a transversalidade entre referências da área da etnomusicologia, educação e educação musical, tangenciadas pelo pelo conceito de “musicking" (SMALL, 1998). Palavras-chave: Batucada. Experiência. Aprendizagem coletiva. Batucada

as Experience

Abstract: This work approaches the phenomena of the batucada, proposing a broad view on this kind of musical making and its cultural context. The multiplicity of definitions for the concept of batucada allows the understanding of this phenomenon as an experience, that is, a set of actions that extrapolate the scope of music itself, encompassing other aspects inherent in this practice. Starting from a discussion about what would be the batucada, the present work proposes a reflection on the experience of “batucar" (to play batucada), its historical reminiscences and the relations that these aspects have with the teaching and learning processes in samba groups and their collective character. The cross-referencing between ethnomusicology, education and music education is sought, tangled by the concept of "musicking" (SMALL, 1998). Key-words: Batucada. Experience. Collective learning.

1. Do batuque à batucada Inicialmente, apresento uma breve reflexão sobre o que seria a batucada. Ela pode ser entendida como uma prática coletiva de percussão associada diretamente ao samba. O ritmo tocado pelas

baterias de escolas de samba e blocos carnavalescos, bem como variados grupos em diferentes partes do Brasil (e outros países), é chamado de batucada. Ao circular em diferentes escolas de samba, escuta-se "batucada" como um sinônimo de "batuque", ou seja, ambas as palavras são utilizadas para designar o ritmo tocado pelas baterias. É bastante claro que os termos se referem à ação de batucar. “Batuque” pode designar, ainda, diferentes danças afrobrasileiras e é o nome de culto religioso afro-gaúcho (Lopes, 2012, p.47). Este autor indica a etimologia controversa do termo “batuque”, apontando que o mesmo pode ser sinônimo de “batucada” (idem). Ao analisar diferentes fontes bibliográficas, nota-se que "batuque" é um termo utilizado de forma genérica para descrever uma série de manifestações musicais de ascendência africana e afrobrasileira, que acabam se confundindo com o próprio samba. Andrade (1953, p.53) define o 1


batuque como uma manifestação proveniente de Angola ou do Congo, normalmente praticada em roda, com dançarinos se alternando no centro. O autor explica que “a palavra batuque deixou de designar uma dança particular, tornando-se, como o samba, nome genérico de determinadas coreografias ou danças apoiadas em forte instrumental de percussão" (idem, grifo meu). Outros pesquisadores apresentam definições similares para o “batuque”, tratando-o como um termo genérico associado a diversas danças e ao samba. Sodré (1979, p.12) sugere que "o encontrão, dado geralmente com o umbigo (semba em dialeto angolano), mas também com a perna, serviria para caracterizar esse rito de dança e batuque, e mais tarde dar-lhe o nome genérico: samba". Muniz Jr. (1976, p.45) ao revisar teorias, concepções e registros sobre a origem dos batuques e do samba, conclui que existe uma ligação direta destas "danças sagradas e profanas" com o continente africano, e que no Brasil eles se alastraram por todo o território, adquirindo "feições variadas". Kubik (1979, p.18) também aponta o termo "batuque" como um nome genérico usado no Brasil para danças de origem angolana, citando ainda que em São Paulo, no ambiente rural, o termo seria análogo ao de samba. Osvaldinho da Cuíca, pesquisador e sambista, explica que “antes da consagração do samba carioca nos anos 30, o termo “samba" em São Paulo (como no resto do Brasil) não designava um gênero musical específico, mas apenas uma forma de lazer popular” (CUÍCA & DOMINGUES, 2009, p.21, grifo meu). Este sambista e pesquisador aponta que, mais do que danças e tipos de coreografias, ou músicas com determinadas características, batuque e samba eram eventos festivos. Pinto (2014) confirma que as descrições de viajantes que visitaram o Brasil no século XIX já indicavam como a música era sempre parte de outros contextos simbólicos, não existindo enquanto algo independente, mas sim vinculada a danças e eventos: “as práticas musicais dos trópicos estão sempre ligadas a uma dimensão mais ampla, representando parte de uma visão de mundo que deve ser considerada afim de entendê-las; sua lógica está baseada na relação de vários fatores que atuam conjuntamente na constituição destas práticas” (p.181, tradução minha, grifo original)3. No contexto atual das rodas e escolas de samba, bem como de outros grupos carnavalescos como os blocos -, “batucada" está associada ao toque de instrumentos de percussão. Entretanto, nas explicações de alguns pesquisadores o termo é utilizado majoritariamente, assim como “batuque”, associado à dança. Em seu didático livro “Sambeabá", Nei Lopes (2003, p.25) classifica a “batucada carioca” como uma das "diversas expressões de canto e dança derivadas do batuque africano e agrupadas como samba”, caracterizadas como "danças de umbigada executadas ao som de instrumentos de percussão”, quando observada dentro do contexto dos sambas rurais. O mesmo autor, em seu dicionário banto, define "batucada" como (i) ato ou efeito de batucar, (ii) ritmo ou 2


canção do batuque, (iii) reunião onde se batucada e (iv) jogo de pernada carioca (idem, 2012). Ou seja, a batucada costuma se referir mais especificamente à prática da percussão, mas pode ser vista como uma experiência, ligada ao amplo contexto cultural do samba. Este fenômeno extrapola aspectos musicais - no sentido acústico e estético - mostrando-se parte da cultura afrobrasileira.

2. A batucada enquanto experiência

Para uma compreensão mais profunda da batucada, é importante considerar a centralidade do corpo, visto a estreita ligação entre percussão, dança e canto, elementos concatenados neste fenômeno e mediados pela estrutura física. “Fazer batucada” extrapola a ação de tocar percussão, embora esta seja o eixo central deste tipo de prática. A batucada constitui uma experiência corporal, isto é, um conjunto de ações com significados diversos vivenciados de forma sensorial, vinculados à cultura afrobrasileira de maneira ampla. Nesse sentido, batucada pode se referir a: (i) ação: “vamos fazer uma batucada hoje”, (ii) evento/lugar: "fomos a uma batucada boa ontem”, (iii) música: "a batucada da Nenê de Vila Matilde é diferente”.

Fazer uma batucada significa se juntar com outras pessoas, tocar instrumentos de percussão, normalmente dançar e cantar, eventualmente comer e beber. Estas ações interativas acabam por configurar um evento, um lugar aberto à participação das pessoas. Ainda, a batucada pode se mover e ocupar fluidamente diferentes espaços, tornando-se uma manifestação em movimento - como num desfile carnavalesco de um bloco de rua. Nestas ocupações espaciais, a batucada apresenta sua sonoridade, com diferentes elementos estéticos e expressividade musical. Há um constante e contínuo movimento, uma fluidez que aponta para a batucada como uma experiência pela eminente integração de diferentes esferas: batucar consiste numa ação múltipla que cria eventos e espaços, e os ocupa com música. Enquanto experiência, a batucada é uma forma expressiva que apresenta reverberações simultâneas de diferentes ordens: sonoras, corporais, de saberes, simbólicas (SANTANA, 2018). Ela se mostra um fenômeno dinâmico que mobiliza dezenas de corpos através de uma prática coletiva. Assim, mais do que definir a “batucada”, é relevante entender o “batucar”. A batucada, enquanto experiência, cria uma rede flexível de interações que conjuga as dimensões individual e coletiva no âmbito musical e corporal. Através do corpo, o ritmo ganha contornos mocionais, numa ação dinâmica em que o som e os movimentos fazem parte da mesma ação; o corpo se move e produz o som, o som reverbera e move o corpo, simultaneamente. Da intersecção entre a corporeidade e a sonoridade da batucada está o ponto chave que caracteriza este tipo de fenômeno. 3


Sob uma perspectiva fenomenológica, os próprios corpos se tornam a batucada. Batucar significa experimentar o ritmo, mover o corpo em consonância com o som dos instrumentos, escutar, ver e sentir sua própria ação e a dos pares ao redor, a reação das pessoas que assistem e interagem. A batucada é uma experiência em movimento, ou seja, se constitui enquanto performance ao estabelecer diferentes relações interativas entre seus praticantes, ao ocupar lugares com corpos e música, de maneira integrada. A batucada pode ser compreendida enquanto uma experiência permeada por várias ações, que constituem este tipo de fazer musical. Small explica que "música não é em absoluto uma coisa, mas sim uma atividade, algo que as pessoas fazem. A aparente coisa ‘música' é uma invenção, uma abstração da ação cuja realidade desaparece assim que a examinamos de perto” (1998, p.02, tradução minha4 ). Assim como Small propõe o estudo do “musicar" (musicking), a batucada pode ser compreendida através do “batucar”, que extrapola a ação performática de tocar um instrumento de percussão, transitando pelas dimensões simbólicas do sagrado, lúdico e espetacular (SANTANA, 2018, p.47) concatenadas no universo cultural do samba. Segundo Bondía (2002, p.21) "a experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca”. Nesse sentido, a experiência de batucar é bastante pessoal e depende da vivência prática em cada contexto (escola de samba, bloco etc.) dentro de um olhar amplo para este fenômeno. Esta mirada aponta para os processos de ensino e aprendizagem inerentes à prática da batucada, isto é, ao “batucar”. O fazer musical coletivo indica aspectos miméticos da aprendizagem cultural, possibilitada pela interação corporal (sensorial) entre os batuqueiros que participam de uma batucada.

3. Reverberações de saberes As diversas estratégias e condutas envolvidas no ato de aprender e ensinar a batucar podem variar, são flexíveis. Sobremaneira, existem formas, dentro de cada contexto, que criam espaços de aprendizagem (SANTANA, 2018, p. 202, grifo original). Estas formas são inerentes à experiência da batucada, vinculadas ao fazer musical coletivo e suas características sonoras. Luciana Prass (1999, 2004) aponta alguns aspectos centrais nos processos de “transmissão de saberes” dentro de uma bateria de escola de samba: a "invenção" pessoal de “técnicas" de acordo com a necessidade de cada um, a aplicação destas técnicas no ato de ensinar e a associação do "saber individual" ao "saber do grupo”. Concordo com a autora ao afirmar que “erros e acertos são realizações coletivas" e "o saber individual só faz sentido associado ao saber do grupo” (idem, 1999, p.13). “Saberes” são mais 4


do que conteúdos isolados, indicam formas de articulação entre diferentes conhecimentos durante a participação em atividades coletivas. Mais do que "transmitidos", os saberes reverberam nos espaços de aprendizagem que se configuram durante a prática, se transformam na interação entre as pessoas, são apreendidos e ressignificados de diferentes maneiras, com vários sentidos. Assim, aprender a batucar se apoia fundamentalmente na participação em uma bateria, no envolvimento com a cultura do samba. Minha observação de diversos processos de ensino e aprendizagem em grupos de batucada apontam três formas fundamentais: (i) aprendizagem pela prática - aprender fazendo/tocando; (ii) integração dos papéis de aprendiz e tutor - aprender ensinando; (iii) desenvolvimento primordial da habilidade de interação - aprender interagindo. Estes aspectos são fluidos,

estão interligados e se apoiam na mediação corporal durante a prática da batucada. Eles indicam o caráter relacional do aprendizado, ou seja, a relação com o instrumento - direta desde o início - e a relação entre os ritmistas5 . Nos grupos dos quais participo (e os quais pesquisei6), desde o primeiro momento as pessoas tem contato com o instrumento musical, ou seja, desde o início já tocam - aprendem fazendo. Os ritmistas, mesmo quando iniciantes, tornam-se referência para os demais participantes e enquanto estão aprendendo a tocar, indiretamente, participam do aprendizado de outros ritmistas aprendem ensinando. Essa dinâmica colabora para o desenvolvimento de uma capacidade de interagir que torna-se primordial à capacidade técnica, isto é, ao estabelecimento de parâmetros rígidos do que seria "certo" ou “errado" - tanto na execução musical, quanto nos próprios processos de aprendizagem. Na batucada, a interação entre os participantes flexibiliza os conceitos de “certo" e “errado” - o mais importante é tocar "junto". Participar e observar os processos de aprendizagem em grupos de batucada traz à tona o dinamismo da aprendizagem coletiva. Embora em uma bateria haja um mestre - teoricamente o detentor máximo do conhecimento -, os participantes deste tipo de grupo aprendem muito mais uns com os outros, durante a prática, do que em momentos pontuais e intencionais de ensino. De fato, a prática coletiva conjuga estas duas ações - ensinar e aprender ao batucar. A figura do mestre faz parte de uma estrutura organizacional que age globalmente no desenvolvimento dos ritmistas; ele atua mais como um mediador da dimensão individual e coletiva na prática da batucada, coordenando/regendo o ritmo do conjunto e mantendo o funcionamento da engrenagem rítmica à qual integram-se os ritmistas. Nesta interação dinâmica, indivíduo-coletivo, se estabelecem relações de aprendizagem - reverberam os saberes musicais. Pesquisas na área da educação musical apontam o trânsito entre as funções de ensinar e aprender, através de processos fluidos vinculados a diferentes momentos da prática. Paulo Freire 5


(2003), em suas reflexões sobre a educação, afirma que há uma relação de aprendizado mútuo entre o educador e o educando, ou seja, um aprende com o outro. Na batucada, ao aprender também se está ensinando: aprender e ensinar são ações integradas. Aprende-se ensinando, ensina-se aprendendo, em um ciclo contínuo. Mesmo que um ritmista não perceba, sua ação performática está apoiando o aprendizado de seus pares por meio de processos miméticos. Segundo Wulf (2016, p.557), a aprendizagem mimética está fundamentada no corpo e nos sentidos e "permite a aprendizagem das imagens, dos esquemas, dos movimentos que dizem respeito à ação prática”. O autor explica que a abordagem mimética permite apreender características do “agir social”, indicando uma “aprendizagem cultural” (idem). Arroyo (2000, p.19) afirma que "educação musical deve ser muito mais do que aquisição de competência técnica; ela deve ser considerada como prática cultural que cria e recria significados que conferem sentido à realidade” (grifo meu). Assim, as formas de aprendizagem da batucada devem ser observadas como parte da cultura. Nesse sentido, a aprendizagem na batucada pode ser compreendida como uma "aprendizagem situada" (situated learning), onde "o conhecimento está, geralmente, em estado de fluxo, não estagnado, e transcorre dentro de sistemas de atividade que se desenvolvem social, cultural e historicamente, envolvendo pessoas que a eles se vinculam de maneiras múltiplas e heterogêneas” (LAVE, 2001, p.29, minha tradução7). Os processos de aprender fazendo-ensinandointeragindo apoiam-se no compartilhamento das diferentes experiências dos participantes de uma bateria. Segundo Lave & Wenger (1991, p.20), a aprendizagem pela prática é parte integrante da atividade "no" e "com" o mundo, o conhecimento sempre "se constrói" e "se transforma” ao ser usado - mostrando-se, assim, flexível. A aprendizagem não se reduz a uma questão de “absorver conhecimento”, mas sim a uma “compreensão e participação na atividade” (idem). O conhecimento e a aprendizagem se encontram distribuídos ao longo de uma complexa estrutura de atuação das pessoas em diversos ambientes, isto é, não há uma uniformidade do conhecimento, mas sim uma relação entre as tarefas, as ferramentas utilizadas e o meio (ibidem, p.21-27). Vygotsky, (2008, p.98) ao propor o conceito de "zona de desenvolvimento proximal” (ZDP), explica que "aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, (…) será capaz de fazer sozinha amanhã”. Este conceito, amplamente debatido na área da educação e da psicologia, indica como os processos de aprendizagem coletivos permitem que uma pessoa desenvolva suas habilidades individuais através da interação com os colegas, dentro de um contexto social. Na batucada, um ritmista desenvolve suas habilidades inserido no conjunto: tocar com a bateria lhe permite fazer algo que sozinho muitas vezes não conseguiria. 6


Seguindo essa linha de pensamento dialético, sob minha perspectiva os processos de aprendizagem na batucada se constituem através de reverberações de saberes. Os conteúdos e as formas presentes nos processos de aprendizagem na batucada “reverberam” durante a experiência de batucar, através da própria prática: os variados tipos de conhecimentos, habilidades e conteúdos (musicais e culturais) estabelecem uma relação dinâmica, afetando-se continuamente inseridos em um contexto e espaço de aprendizagem. Nesse sentido, os processos de aprendizagem coletiva na batucada seguem a fluidez da própria estrutura musical característica deste fenômeno, através de relações entre padrões rítmicos flexíveis com suas características sonoras, gestos e movimentos corporais, de maneira integrada. Nestes processos, reverberam, ainda, a própria cultura inerente ao samba e suas reminiscências dos batuques ancestrais.

4. Considerações finais

Considerar a batucada enquanto um tipo de experiência permite uma reflexão sobre os processos de ensino e aprendizagem característicos deste fenômeno. Há que se atentar para as reminiscências e reverberações históricas da batucada e suas características de ascendência africana afim de compreender o dinamismo desta prática. Small (1998) sugere o estudo do “musicar" (musicking) e neste sucinto trabalho proponho uma reflexão sobre o “batucar”, isto é, o fazer musical de baterias, que integra a dimensão individual e coletiva durante a ação performática. Ao se tocar junto, cria-se uma rede de interações e reverberações de saberes, configurando formas e processos de ensino e aprendizagem flexíveis e dinâmicos. Através da experiência de batucar, é possível um fazer musical significativo (MESTRINEL, 2015).

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Professor substituto do Departamento de Educação Musical da Universidade Federal da Paraíba, doutor em música pela Unicamp, pesquisador, educador e performer. Mestre da Bateria Alcalina e ritmista da Bateria de Bamba. 2

Musical practice in the tropics is always linked with a wider dimension, representing part of a worldview, and in order to understand it, this wider dimension must be considered. Its logic is based in the relations of various factors that work together and constitute the musical practice. 3

Music is not a thing at all but an activity, something that people do. The apparent thing 'music' is a figment, an abstraction of the action, whose reality vanishes as soon as we examine it at all closely. 4

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“ritmista" é o termo utilizado para designar um percussionista que atua em uma bateria.

Pesquisei especialmente os grupos Bateria Alcalina (Campinas SP) e Bateria de Bamba, da escola de samba Nenê de Vila Matilde (São Paulo SP). Ambos os grupos utilizam os instrumentos típicos de bateria de samba: surdos, caixas, repiniques, tamborins, agogôs de 4 bocas, chocalhos e cuícas (estas, no caso da Bateria de Bamba). 6

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El conocimiento está por lo general en un estado de cambio y no de estancamiento y transcurre dentro de sistemas de actividad que se desenvuelven social, cultural e históricamente, involucrando a personas que se vinculan de maneras múltiples y heterogéneas.

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