WILKERSON THOMAs DE OLIVEIRA SOUZA
MUSEU OAS ESCOLAS DE DE SAO PAULO
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Ttabalho de Conclusao de Curso apresenlado ao Centro Universitario Senae como requisito a oblen~o do titulo de Bacharel em Arquitetura e Utbanismo. Otientadot: Prof. Me Rail J. Castanheita Flores
Sao Paulo 2019
RESUMO
ABSTRACT
o Samba paulista tern as suas raizes ligadas as festas religiosas realizadas no interior de sao Paulo e a collura dos negros dos tempos da escrayidao. A cidade rapidamente vai se transformando e com ela as manifesta(f6es camavalescas tambem. Os batuques ganham espa(fO nas escolas de samha e elas lomam-se lITI grande
The Samba of sao Paulo has its rools linked to the religious festivals held in the interior of sao Paulo and the culture of the blacks of limes of slavery, The city is quickly changing and with it the carnival manifestations as well. The batuques gain space in the samba schools, and they become a great cultural spectacle of international
espetciculo cultural de dimen~ inlemacionais.
dimensions.
Este trabalho tern como objetivo 0 desenvolvimento do Museu das Escola de Samba de sao
This study has been developed by Samba School Museum of sao Paulo that preserves and maintains the history of samba in the capital and presents the elements that make up the parades of the communities.
Paulo que preserver e manlenha a memoria e 0 processo histOrico do samba na capital e apresente os elementros que comp&! os desflles lias comunidades.
Palavras-chaves: CI/mIII.J, ,.rrim6nio _retial, projrto MqUirrtiinico, IJIf!!m6tY.
ptHet't~
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Palavras-chaves: CMU'taI, ,.trimOnio inutrri.J, mrm6tia.
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MqUirrrOnico,
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SUMARIO INTRODUI;Ao 1. 0 MUSEU DO S£CULO XXI 1.1. DEFINII;AO 1. 2. A EVOllJ(:Ao DAS FOOMAS DE SE PENSAfI OS MUSEUS 2. 0 SAMBA ESUAS ORIGENS 2.1. 0 NASCIMENTO 00 SAMBA 2.2. as BATUQUES DE PIRAPQRA 2.3. 0 SAMBA PAULISTANO 20
3. DAS RUAS A PASSARELA 00 SAMBA l.l . AS MANIFESTACOES CARNAVAlESCAS NA CIDADE
, 13
"" "" 11
20
3.2. as DESFilES DO GRUPO ESPECiAl
23 25 26
3.3. UM SONHO EM CONSTRUCAo: A FABRICA
27
•. REFER~CIAS PROJETUAIS 4.1 SAP GLOBAL SERVICE CENTER 4.2. EDIFlclO ROUXINOL 4.3. RESID~ NCIAS EM Al CACER DO SAL 5.0 PROJETO DO MUSEU 5.1. PARTIDO
5.2.IMPlANTAGAO 5.3. PROGRAMA 5.4. PROJETO 5.5. ESTRUTURA PRINCIPAL 5.6. ESTRUTURA EXTERNA 5.7. COMPOSlcAO OA FACHAOA 5.S. AREAS EXPOSITIVAS: OCUPACAo 5.9. VENTILAcAo MAQUETE ElfTRDNICA
REFERENCIAl BIBUOGWICO
29
30 31 31 33
3< 3< 35 36
"" "50 51
52
AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, 30 meu marido William Silva que me incenlivoo a iniciar esla faculdade e esteve sempre ao meu lado durante lodos esses anos. Aos meus pais: Maria das G~s e lrineu Braodalise e a minha irma: Carolina de Olivei ra que loram a base para os meus estudos. Aos amigos que fizer-am parte do meu processo de aprendizagem: Erik Boslelman. Klauss Schramm, Henrique Araujo. Thais Salomao e Lucas Agnello. Ao meu orientador Ralt Flores pelas crilicas construtivas que me fizer-am cresce" durante 0 desenvolvimento do projeto. Alados que direta ou iodirelamenle fizer-am acompanharam a minha formac;ao.
Imptrio dos Misttrios Vern meu samba desvendar Mel! axpo arrep;a, Sou~deemo¢es
Traga no pelto urn senlmenlo sem mislfflo Bale Iotle axat;lO
Minha palXBo,le amo 1m" ...... DeWanle, alemda~
amundo ~ mesmo inexplUie{ que ,~ TetTa sagrada. abenI;:cada Enma decifral' 0 seu valor Duro de rara beiela, fkkxado encanladot A ,~ na minh8 VIda ~ e5pertJnf;a F0ff;8 {XO mell caminhar
Sigo a /1mftB rb deslina Cada 11m com sila crenqa Crenda na ClJra ria a/rna e no poder divino
figa oode andar~ MOSSO jardim Paraiso a encoolrar, riquela sem frm
No Egilo 8 pet'~ e slIlilela omllf de jIJS6es. AllAnI~ Mislerios dessas civmlat;6es Sinais em pednJ, 0 dam de CUfar
Caminho Irat;ado a OIl/tO iIpar PovoWmmadoo It:l f~did Eo amanhA 0 que ~? GWndI asaudade me abrat;a. eu oIIro pro ceu Vt;:l a Iuz que me acama na imensidAo sm/o a vida em OO/fa ditnensAo Cheqoo ro tspM;O sideral l.tna ~ guerfUa
A tÂĽaOOe eslrela des:se Garnaval
Deflnimos 0 patrim6nio imaterial como toda e qualQuer vivencia, mem6ria e experiencia que tenha um signifICado maior, assim reconhedda e legilimada peIo grupo diretarnente ligado a etas. Eainda, que diga res peilo a lJ/lla heran~a, a al90 Que atinja a vida de OO1a coletividade, e Que na maioria des casos, traz em seu bojo valores e necessidades da vida humana. sao pralicas que reIlnem experiencias humanas naquilo que ~ comum e inalienavel a lodes os seres humanos. (TEIXEIRA. 2014, p_ 39)
o camaval e uma das mais tradicionais manifesta~es populares do mundo e urn dos maiores exemplos de patrimonio imateriaL Sua origem e bern incerta, acredita·se que tenha surgido ha muitos seculos a.C. nos ritos de fertilidade as terras realizados por diversos povos, e posteriormente nas festas dadas pelas civiliza«Oes grecMomanos em honra aos seus deuses (URBANO, 2005, p. 21). Na idade media, a Igreja Cat61ica estabelece 0 camaval como marco inicial da Quaresma, quarenta dias antes do domingo de Pascoa, definido a partir do calendario liturgico criado pelo Papa Gregorio XVIII. o carater democratico e contagiante sempre esteve presente nas comemora«oes: Mudam'se os costlJffieS, os mitos, os deuses, mas 0 perlodo carnavalesco continua flrme e intocavet, transmitindo, sempre atraves de sua hist6ria, alegria e diversao a lodos os po'IOS, sem dislil'lQOO de ra~a ou cor, mesrno 3Q1Jetes com os costumes bern diferenles. (URBANO. 2005, p.26) DUrante os primeiros seculos, as manifesta«Oes no Brasil tiveram fortes influencias dos camavais europeus, em especial 0 de Veneza. No primeiro imperio, nobres e senhores ja se divertiam nos bailes de mascaras e fantasias. Ate 0 seculo XIX, 0 entrudo era brincado por grande parte da popula<;ao. No seculo seguinte, surgem os primeiros cordoes que mais tarde se transformariam nas tradicionais escolas de samba paulistanas. Hoje os desflles dos gremios tornaram·se verdadeiros espetaculos culturais que alem de contagiar 0 publico durante 0 periodo do Camaval e responsavel por movimentar a economia da cidade 0 ano inteiro. Por que 0 interesse pelos desfiles das escolas de samba? Para melhor justiflcar a minha vontade de desenvolver urn projeto a partir deste tema epreciso entender a minha rela<;iio com 0 camaval. em especial com as escolas de samba. o meu interesse com~u em 2015 ap6s presenciar os encantos e magias das agremia~es no SambOdromo do Anhembi. Foi urn momento unico e intenso que me despertou uma imensa curiosidade. Como os desfites eram pensados? Como as fantasias e alegorias eram produzidas? 0 que representava cada urn daqueles elementos e como eles se articulavam? Para responder algumas dessas questOes, passei a frequentar as quadras das comunidades e acompanhar mais de perto os trabalhos que eram feitos. Participei das principais atividades que antecedem os desflles: lal'K(amento do enredo, escolha do samba, apresenta<;ao das fantasias, eosaios ti!cnicos, entre outros. Cabe destacar que em paralelo
a esses eVentos, ha urn gigantesco trabalho durante 0 ana com profissionais de diferentes areas para que 0 camaval aconte<;a. Urn dado do Censo Samba Paulistano de 2012 (2012), realizado pelo Observatorio do Turismo da cidade de Sao Paulo, destaca que para que os enredos das escolas de sambas do grupo especial do sao Paulo fossem apresentados de acordo com 0 esperado foram gerados mais de mil novos empregos, entre aderecista, marceneiro, aramista, escultor, pintor, decorador e etc; com uma media de 186 proflssionais por agremia«ao. Na medida que fui conhecendo mais sobre os processos criativos e organizacionais que estavam por tras das produ¢es e tambem 0 papel social das agremia«Oes, minha paixao e admira«ao cresceram. Oiante disso, desperta um enorme desejo de unir esses sentimentos ao meu projeto de conclusao de curso. Iniciei os estudos e posteriormente surge a seguinte inquieta«ao: pelo fato de estar mais proximo das escolas e tambem de pessoas ligadas ao mundo do samba fez com eu tivesse acesso aos bastidores das apresenta~es; entretanto, de uma maneira geral,o publico que quiser conhecer e se aprofundar mais sobre 0 assunto, nao encontrara urn espa«o dedicado a expor os trabalhos e processos artisticos e criativos desenvolvidos antes, durante e apOs os desflles. Apartir dessa percept;ao comecei a pesquisar sobre 0 que poderia ser esse local: urn centro cultural. urn espa~ expositivo flxo ou itinerante, ou ate mesmo urn museu; e oode seria implantado. Ap6s novas investig3(foes, descubro que esta previsto na Fabrica do Samba a cria<;iio de urn museu destinado as escolas. Ao entrar em contato com a lIGA, responsavel pelo complexo, e informado que 0 projeto do mesmo nao havia sido defmido. Assim, ateodendo a demanda pre existente, proponho como produto fmal 0 desenvolvimento do Museu das Escolas de Samba de Sao Paulo. Este museu tern como objetivo alem de apresentar todo 0 processo que compile os desfiles, sera tambem responsavel em manter e preservar a memoria das antigas manisfesta«Oes que aconteciam antes da forma«ao das escolas de samba. o trabalho sera dividido em cinco caprtulos. 0 primeiro trara urn breve conceito de museu e a evolu<;iio nas formas de pensar os museus do seculo XXI. 0 segundo capitulo introduzira as origens do samba e como era vivido na capital paulista. Ja 0 terceiro fa lara como os desfiles de rua se transformaram ate chegar ao Anhembi. 0 quarto capitulo mostrara referencias projetuais e por flm, 0 quinto capitulo apresentara todo processo de desenvolvimento do Museu das Escolas de Samba.
As fotograflas presentes neste trabalho sao autorais e fa zem parte de diferentes momentos vividos no Anhembi. Aproveite os sambas e tenha urn otimo desflte!
LUI,
Camera e Terror!
Uma Produ~io Independente Em cartaz. 1mB prcxU;Jo IIIrPpianle Me!! Iifme /taz CffilS de pavor ,cada mlanle
t lempo de feitr;1II11J. ,magaa esla no 111 Ha santa chama, c/eiu a btuu quei'nar
A ClllrUagem reve/a 0 ¢nio macaIwo nacionaI Faz 0 anema vilxlll no CfI'Iob:I cant3VaI lumbis lomam conIa da s8va de pedra A ~Ia bern ronlfa 0 mal ~
'*'
'*'
Has ruas 0 caos ~ 8SS(J$/adOt Tem vampiros enlrando em lII;.Jo A m brilha fla escvrid.Jo Segue 0 boJile no meio do povo Olobisomem alllCll den<MJ EslrarJhas visOes, asscmbta¢es Ressurgem causando espan/o ~ illMo
na embarca(:Ao'
Fafllasmas em lados os canlos Famosos 'li0es da hisl6rja ltIatcaram a nossa memCtia Ha noile dos homns
o final que que sempte quis Fazendo a testa Sen medo de set" feliz
Hoje 0 bicho vat pe;JaI. I'I!m I'ef Ap/alfla delE.. enIocJquecer SaW ria lela. enlTOO f\a mtn(e to lerror independenle
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Imperio de easa Verde / 2016
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1.1. DEFINI~AO
centro PompidoI; (/977) maa museu tit al1~ trIOdtma ria f!rO(Jd.
A palavra museu nasce da palavra latina Museum derivada do lermo grego Mouseion, templo ateniense dedicado as musas gregas, fllhas de Mnemosis, divindade da mem6ria (SUANo, 1998). Se9undo a mitoiogia, eram as musas QUe, por moo de dartlias e musicas, ajudavam os hcroens a esquecer seus problemas. Bes, em agradecimento, deposilavam
no templo escudos, vases, j6ias e escul!uras, como ofereodas. Mas, embora as ohras eslivessem ali expostas mais para as divindades, do que para serem obsff'ladas petos humanos, a reunioo de pec;as faz surgir a prirneira C1)~ao de arle. Assim, 0 museu se origina do a10. inerenle ao horrem, de coIecionar. (NEIVA; PERRONE, 2013, P 85)
1. 2. A EVOW~AO DAS FORMAS DE SE PENSAR OS MUSEUS o colecionismo sempre esteve presente nas sociedades. Por muitos anos monumenlos, attefatos e fragmenlos serviram de extrema importancia para cria«ao da identidade e entendimento das antigas civiliza«Oes (CHOAY, 2006). Essas cole«oes eram dispostas em palacios, casas de campo ou castelos. Nao existia uma arquitelura especifica, nem uma deflni«ao para a edifica«iio museal. (NEIVA; PERRONE, 2013, p. 85) Foram atraves dos ideais iluministas de democratiza«ao do saber, que progressivamenle, as cole«Oes tornaram-se publicas e comec;aram a surgir os primeiros projetos de museus, 00 si!culo XVIII. £ import ante deslacar que ate enlao os acervos eram reslritos a pequenos grupos sociais e somente a partir da Revolu«ao Francesa que 0 patrimonio adquire seu carater coletivo. A convi~an de que as riquezas nan eram propriedade exclusiva de poucos se espalham Assim, com a passagem da noyao de col~an a de pallimOnio, surgem os mU5e\lS no senlido mais popJlar - a institui'13o que expOe ob)elos. (NEIVA; PERRONE, 2013. P 89)
Durante a RevolUlfao Industrial grandes transfonna«Oes economicas, politicas e sociais acooteciam por toda a Europa. £ nesse momenta que ' a Fran«a passa a ser 0 centro das novas teorias arquitelOnicas, dilando modelos para a arquitelura das fabricas, pavilhOes de exposi«oes, habita«ao e tambem dos museus.' (NEIVA; PERRONE, 2013, p. 90) Entre os seculos XX e XXI, os museus adquirem grande importancia no desenvolvimenlo economico das cidades e se forlalecem como poderosas inslitui«<ies (CHOAY, 2006). £ lambem neste periodo que eles sofrem modiflca«oes radicais, a fim de atenderem a alual sociedade de consumo (NEIVA; PERRONE, 2013). Sua arquitelura assume novas formas e diferentes usos: lojas, cafes, espa«os de estar, bibliolecas, auditorios e etc; sao iocorporados ao programa. 0 que era antes considerado como mero local de depOsito, passa a atuar como urn agente cultural e social. capaz de estruturar politicas ioovadoras e estimulanles que fortale((3 0 local no qual sera inserido e inleraja direlamente com os seus usuarios. (FILHo, 2012, apud GROSSMANN). o Centro Pompidou, localizado em Paris, foi urn dos primeiros museus a adolar essa nova tipologia. 0 projelo dos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers inc lui uma grande biblioleca publica, salas de cinema e shows, urn instilulo de pesquisa musical, areas de atividades educativas, livrarias, um reslauranle e urn cafe. (GRESPAN, 2012)
FOlD: An;:h();jjly I Aur()l: 13991)4 {A"xallay/
£ a partir desse olhar que esle projelo se desenvolve. De um olhar de que 0 museu do si!culos XXI devera nao somenle preservar e manter 0 seu acervo, mas proporcionar discussOes e reflexoes acerca do passado e futuro e promover espa«OS que contemplem diferentes usos no local onde se foi inserido.
t que ell sou da pete pt'rla 0uiI0mb0 d::I poYO, ell sou Vai-Vai t.m fXNiIegio que nJo t fXa QIJi3/quer lrTI Prolegidoe~{XJI ~
Axl!, etJ sou a negra abna do Bixiga Heranr;a que marrou a min/l;! vida Tem que respeilfJI minha {ail
oDrum VIi desvendfJI loda a verdlKie Pra resgalar a nossa identidade Oas 1mas que ahisl6ria apagou
Afrrca. a negra m.!ie da fxJtnaOOade Nas marcas de urn passalkJ lao pteSeJlte A hAa que Mandela ensinoIJ
t a frxr;a de Ivlat (XX nossa genIe C/amando aJUSI;,;a IR Xangd
aIniJt, rainha do mar AIode, laM, Odoy;f ClJida IR mim. mamae, .....a f1lt'IJ ptan/o Em seus ~ 0 meu acaIanJo
Eooa 0 grito fotle fIB senzala Nos oIfrJs. txiIha 00l1lOW> amanhecer
AIIIanda. e, Aroanda Trago a fOfr;a IR PalmfJIf!S Pra veneer demanda
AIiberdalR t minha /XX dire;lo Nlo vamos lolerat 0 pteCfJI'ICeilo Samos lados itmaos Ea Ivz da razllo vai fIOS griM
Smi; srn. lids podemos S«'Ihat Pais lemos 00l MilO pela frrnle
-~-
A Satacura esla ()ff'serlle
I
2.1. 0 NASCIMENTO 00 SAMBA
2.2. OS BATUQUES OE PIRAPORA Brasil loi
Eu era menino
contaminado saudavelmente com as diferen!es manifesl3«Oes da cuilura africana (CUfCA,
MamAe disse: yamos embora
2009, p. 24). Atem da mao de obta valiosa, os negros trouxeram seus costumes, crenc;as, e dat'Kf3S dos seus lugares de origens; espalhando-as por diferentes regiaes do terril6rio brasileiro. Eram em senzalas e terreiros que os batuques ~ danC<3 marcada pelo rilmo de
Voce va! ser bafilado
Com a chegada dos escravos advindos de diversas regi6es da Africa.
0
lamOOres· aconleciam. Urbano (2005) relata que antes da entrada dos africanos no Brasil. 0 $Om da balida do tambor ja era executada pot indios que aqui se encontravam: A uniao dos rilmos musicais, tanto vindo de Pol1ugal, quanto os da batida mais lema dos
indlgenas e a mais forte e cadenciada dos alr~nos loi aos poucos tomando forma e se diversiflcando, !ornando-se mlisica popular cern 0 nome de Samba Que vern da palavra Semba Que, em 'Quimbundo' (lingua afr~na), signiflca umlligo. Como a lradiciooal umbigada foi uma darn;a criada pelos ~ros descenden!es de africanos, M obviamen!e uma grande rela~ao entre umbigada e samba. (URBANQ 2005, p. 95) Aos poucos 0 samba perde 0 seu aspecto ptimitivo pata se lomar um lermo generico de dan~ popular brasileita (URBANO, 2005, p. 95). Manifesla-se de difetenles form as, confotme a regiao que se desenvolve. Segundo Simson (2008): ].. ] 0 samba era daOQadoaosom de grandes bumbos (tambores), cavados com logo nos troncos de tip/ores enormes. Essas concavidades cilindricas eram depois recobertas cern couro de anirnais e produziam uma batida grave e profunda Que se !I)"OOU a marca do samba paulis!a (SIMSON, 2008, p.3) Com a decadencia da economia a~ucateira, a mao de obra escrava foi incotpotada as planta¢es de cafe que florescetam na Provincia de sao Paulo durante 0 seculo XtX. Para comemorar as ooas colheitas, eram dados aos escravos festas em que 0 baluque, umbigada e oultas manifesta~6es estavam presenles. 0 samba, assim, se fortalece nas grandes fazendas paulistas (SIMSON, 2008, p. 3) e tem 0 seu carater ruralista marcado.
No samba de Pirapota Mamtie fez urna promessa Para me vestir de anjo Me vesf;u de azul-celeste Na cabe<;a urn arranjo Quviu-se a voz do festeiro
No meio da multidao Mfoninc prefO nao sa! Aqti ~ Plocissao Mamtie, mu/her decidida
Ao santo ped!u pedia perdoo
Os bambas da Pauliceia Nao COIlsigo esqU€'C1!r Frederic30 na labumba Falia aterra tremer Cresci na roda de bamba
No melD da alegria EUflice puxava 0 (XJtIfO Dona OIimpia reS(XJtldia
SinM caia na roda Gastando a sua sanda/ia Ea paeira levantava
Com 0 V!'I1to das sete saias La no terreiro Tude era alegria
Jogou minha asa fora
Nego balia na zabumba
Me /emu pro barracoo La no bar(JCo
Eoboigemia
Tudo era a/egria
Nego balia na labumba
Eo boigemia
Inidado 0 neguinho Num baruque de terreiro Samba de Piracicaba
La no ferreiro Tude era alegria Nego balia na zabumba Eo boi gemia, Mtisica: Batuque de Pirapota - Geraldo Fdme
Tiere e campineiro
As homenagens ao Bom Jesus tomaram-se tambem urn importantissimo evento musical (CUICA. 2009, p. 24). Palco de muitas peregrina~6es e festejos religiosos, a cidade de Pirapota de Born Jesus teve urn papel fundamental no fortalecimento do Samba Paulista. Geraldo Filme, urn dos mais importanle sambista de sao Paulo, tegistrou suas mem6rias em belas can~6es como a ' Batuque de Pirapora' . A composi~ao traz uma visao social e ctitica ao falar sobre 0 preconceito sofrido por ser negro e de como as comemota~Oes etam tealizadas na cidade interiorana. Com a crescente romaria II Pirapora, advindos de diferentes regiOes do eslado de Sao Paulo, ate mesmo do sui de Minas Gerais Mato Grosso e norte do Parana; surge a necessidade de se ler uma "casa dos romeiros". A pedido do Dom Lino Doedato de Carvalho, enlao Bispo de Sao Paulo, e conslruido em 1880 0 primeiro barracao. 0 edificio possuia 30 metros de ftente pot 60 de comprimento e tinha dois andares. (URBANO. 2005, p. 108). Em 1921 e conslruido oUlro barracao com os mesmos moldes do primeiro.
Tenninadas as obriga~s religiosas, negros, mutatos e brancos reuniam·se nos barraciies e realizavam rodas de samba, nnde imperavam os desafios de improvisos entre
elerniza 0 momento em que famllias sao obrigadas a desapropriar suas moradias:
os batuqoeiros e seus cordaes. Acontecia ali urna intensa ttoea de culluras, em especial das african as, que deram origem ao Samba Paulista.
OUando 0 oflCial de justir;a chegoo
- Pra mim nac rem j'Jrobrema'
A fesla de Bom Jesus de Pirapora tem urn aspecto re~gioso e ootlO profano_ A noile a
til na favela
Em qua/quer canto eu me arfUfOO
igreja noo chega para cooter as pessoas, lodavia M muila IuZ e muito barulho. sao os
E, contra seu desejo
De qua/quer /elro e!J me aJtiro
negros a sambarem ou os lusos poxados a sanfona Que WRli2Vlm animar-se. ~ a fesla profana Que d("le durar ale alIa madrugada· (MELLO. 2007, alXJd CUNHA, MMio Wagner da,1937)
Entregoo pm Se!J narciso
Depois. 0 que e!J renho e tao (XJUCO
Urn aviso, uma orriem de despejo
Minha mudanrra tao peQuerJa
A grande mobilizactao em torno do samba em Pirapora passou a concorrer com os interesses religiosos, (CUfCA, 2009, p, 30) Em 1936 os dois barr3COeS foram desativados e na decada de 50 sao demolidos, As restrictoes impostas ao samba, fizeram, gradativamente, que 0 peso cultural da festa de Born Jesus fosse diminuindo, nao sendo a mesma de outrora, (CUfCA, 2009, p. 31) Hoje a cidade possui 0 Espact0 Samba Paulista Vivo, inaugurado em 2003, que e responsavel por divulgar 0 Samba de Roda de Pirapora e em suas mais diversas manifestactoes.
Com 0 declinio da economia cafeeira e com as crescentes transforffi3ctOes na cidade de Sao Paulo, desde metade do si!<:ulo XIX, um enorme cootingente de famflias negras que trabalhavam na cullura ca feeira sao atraidas pelo promissor mercado de trabalho na capital. Dozena (2009) relata que e: Neste contexto e momento ~ Que 0 samba se coosolida na cidade, tendo como matrizes as caracterlsticas rurals trazidas petos Que chegavam do interior 1--1- Em um ~ urbano em expansao, os dilerentes Mhrtos culturais se entrecruzavam na oonflgu r~ do samba paulistano [.). {DOlENA. 2009, p) Inicialmente, as fam~ias de negros concentraram-se no Bexiga, Baixada do Glicerio, e Barra Funda, territorios coosiderados perifericos naepoca. Na medida que 0 desenvolvimento urbano chegava, essa populactao era deslocada das areas mais centrais para area mais adjacentes da cidade (DOZENA, 2009). Ha uma higienizactao do territ6rio, fazendo com as camadas menos favorecidas fossem excluidas. Em entrevisla, Fernando Penteado, direlor da escola de samba do Vai Vai, coota a Dozeoa (2009) que: Conforrne feli chegando 0 progresso, acidade loi 'embranquecendo' [...1Ali onde oo)e esta a camara Municipal era woo sobrado de corti(j'Os onde moravam os negros [.-1 Entao a cidade foi crescendo e'embranQuecendo· [---1 Este e0 termo ceno, pois os negros l()I'am jogados para a Bela Vista ea Barra Funda, emum segundo momento para a Casa Verde, Umao e Freguesia 00 e em um terceiro momento para 0 Gralau, Cidade Tiradentes e Tawape [...1Estou te explicando lsto porQue 0 samba ia junto, entendeu? [...1AQueles sambistas Que moravam pot aQui loram para outras areas da cidade e levaram 0 samba lunto com eles. (ooZENA, 2009, p., apud Penteado)
a
e
Que calle 00 boIso de flas - Assmada, set) douror Assimdiziaa 'ped~'
_..Mas essa 9fflre a( hein?
'Dentm de del dias
Comoequefaz?
(}lJ('ro a favela vazia
Mas essa 9fflre ai, hein?
Eos barraccs todos 00 c1lao'
Comi'quefaz? ~
6, 6, 0, 61, meu senhor!
- t uma ordem superior
Essa gente al
6 0, 6, 6, 61, meu sen/)()(!
Comoequefaz?
t uma orden! superior
2.3.0 SAMBA PAULISTANO
,
Adoniran Barbosa. maior sambista paulista, em seu samba Oespejo da Favela,
~ 6, 6, 0,
61, meu senhor!
6 0, 6, 6, 61, meu sen/)()(!
Essa 9fflte a( hein?!
t uma orden! superior
Comoequefaz?
- Nao tem nada nao, seu douror
Musica: Des~jo da Favela - Adoniran Barbosa
Nao tem nada nao AmanllJ mesmo \IOU delxar meu barr8Cao Nao tem nada nao, seu doulor You sair daqui Pra nao Mir 0 (()(l(;O de flalor
Nao somente os COrtictos foram engolidos pela metropolizactao, os espactOs de enconlro da comullidade negra lambem loram Se perdendo. 0 Largo das Bananas, situado atras da eSlactaO lerroviaria Barra Funda, recebia carregamentos de bananas e oulros produtos vindos da fetrovia Santos-JundiaL Eventualmente as cargas eram Iransferidas para os trens que iam para 0 interior do eslado. La se lormaram as mais famosas rodas de Samba de Sao Paulo como retrala Cuica (2009): Ningut!m 'civilizado' se metia ali. Cootudo, justamente por isso, aQuele eraOO1lugar muito pr6pr~ para 0 florescimento do nascente samba paulistano, pois a marginalidade social implicava tam~m no distanciamento 00 olhar regulador da soc~de da ~_ Assim. tal como acontecia com os sambistas conflnados nos barraroes de Pirapora, 0 desprezo ea re)ei~ao da sociedade era, paradoxalmente, 0Que lhes proporciona maior liberdade de expressao aos Que tocavam a vida no largo das Bananas. (CUICA, 2009, p_ 84)
e
uma flgura muito importante na historia. Entre um e outro servi«O, eles se reuniam e faziam rodas de samba com os seus proprios ' instrumentos' de trabalho. A originalidade desses personagens e apresentada por Cuica (2009) de forma bem detalhada:
{.j Veio 0 progresso
(I Ao experimentar com criatividade as cai xas de madeira, por exempfo, perceberam que,
As memorias e saudades desse marcante local para a comunidade de sambistas imortalizada na letra do compositor Geraldo Fim, 0 ultimo sambista.
Fez do bairra U/1lil cidade Levou a noSS8 a/egria taml1l!m a simplicidade Levasaudade
La do Largo da Banana Onde- n6is !alia samba Todas noites da semana Dei~o esse samba Leva no peI/o a saudade nas moos 0 meu cav8Quiflho
MetiS Barra Funda {.j
I
batendo na lateraf iIlferior com os calcanhares, conseguiam uma frequfficia sonora mais grave, semelhanle ~ dos slXdo. BaItx;a!1do com as pafmas das mOOs na pane superior da lateral. faziam um som medio, de caixa. Da mesma lateral. ainda, depois de usada para para fem~a r a graxa das moos, era possf-leltirar um gemido gra~e de cu(ca, atraves de um habit rnovimento de Iric~ dos dedos. As escOl'as tambem tinham grande utilidade: as grandes, perculidas uma nas outras, davam um som vigoroso de palmas, enquanlO as peQueI1as eram usadas como tlaquetas do principal 'instrumento' daquelas balllCadas: as lallljlas das lalinhas de graxa. Essas tampas, leilas de ferro (..oJ, liniam como ageis Irigideiras ( .J. (CUrCA, 2009. p. 93)
Nao apenas as infonnais rodas 'de rua' que fazi am parte do cotidiano dos sambistas, as gafleiras tambem se consagraram tambem como important es espa«os para acomunidade (CUfCA, 2009, p. 99). Frequentada por negros e mulatos, as gafleiras paulistanas eram bast antes modestas. "0 que se ouvia era 0 samba, desde 0 rom antico.can«ao ate os festivos sambas de carnaval, passaodo tambem pelo saboroso samba·sincopado". (CUiCA, 2009, p. 102)
Musica: 0 ulTimo sambista . Gem/do Filme I
o intenso contato com Santos, em virtude do movimento portuario, influenciou bastante a forma«ao do reduto de samba na Barra Funda. Esse vai e vem representava "uma das principais portas de entrada do samba carioca (de ascendencia baiana) no estado de Sao Paulo'. (CUrCA, 2009, p. 86) Alias, cabe ressaltar que 0 transporte ferroviario, simbolo da modernidade no inicio do seculo XX, teve uma signiflcativa rela«ao com 0 samba. Milhares de paulistaoos iam e vinham dos suburbios. 0 samba viajava com os trilhos, criando um encontro entre os sambistas de todos os cantos. Nos trens, 0 vagao preferido destes era 0 ultimo carrro. "La que flcavam todos os persooagens que povoavam 0 cotidiano das batucadas.' (CUrCA, 2009, p.97) Marginalizado pela sociedade, os terreiros da capital tiveram suma import ancia na fonna«ao do samba paulista. Sobre os terreiros, Cuica (2009) descreve que era la:
(.1 oode alrodescendenles professavam a sua Ie nos orixas e tinham a litlerdade para fazer uma musica que espelhasse sua mem6ria ancestral, Ionge da repressao e do precor.ceilo que manilesta¢es desse tipo sofriam em lugares pubficos, sob 0 oIhar da elite maJorilariamente branca. (CUICA. 2009, P 90)
Apesar de estar espalhado por todas as regioes de Sao Paulo como aponta CUlca (2009, p. 91), apenas 0 centro era onde se podia encontrar batucada durante 0 ana todo de fonna segura e sem repressao. Na segunda metade do seculo XX, os engraxantes tornam·se
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Mae Africa conta a sua historia: Do betfo sagrado da humanidade .i abelJfosda terra do grande Zimbabwe
Raw /10 haizoole meu deslina A vKJa flfsse sob vi brolar Sou ell a negra role ria humanidade Em meu ven/Je a VMlade furiIdade e ana A fOlf;S de 1m fIHrJ ~ Herant;a de ~Ia e cJcy
Alxara a iberrJade a K)U8kJade em COi1IIJI'IMo A realm eslarnpMa na peIe Coroada /!WI 56 /X)(~50 Bale 0 lamba deia girar
Pra e~a/lar metJ$ ori~~~ Urn canto livre de amar Na f~. na re/igi50 Somos lados irm§os
Veio metJS ~/hos lrilhando camin/!os Com /J prol~ de obala/~ Em poesia brilla a cuJrura /10 oJ/Iaf
Ha giIga 0 baluque espalla ~ !.leu samba hoje vai exalrar Tal 0menino ria lerra do Dmll.nl .lc"',iMb ...· L/!YO a mensagem ~ pata 0 tII!.WJIk: Tolerlinc/a pal C amar
Ede iIfM ~ ,eu Essa kurxnba de I.nI POVO feliz
Eu sou /J Atrica derramo meu a~~ Canla Tal:J~
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Tatuape / 2017
3.1. AS MANIFESTACOES CARNAVALESCAS NA CIOADE Ate meaclos do seculo XIX, Sao Paulo assim como restante do Brasil erll dominado pelo entrudo, uma brincadeira trazida pelos portugueses durante a colonizacao que consistia, inicialmente, em jogar baldes de aguas naqueles que estivessem distraidos. Cufca (2009) relata que: 1...1Errtlora de mau 905to, 0 enlrudo t'la urn divertimento ate deln:X:I~lico, IX)is todes. inclusive os estf8'o'OS, Iotna'o'am parle, sujando-se entre si e aos brarcos. A dife-~ social s6 se percebla fIllS 'armasollSOOas peIos folioES: enquanlOOS mais nd>res prefe-iam os liToOes~o I.-La ·ra!.!° usava 0 qUI' Ir.esse AmOO (avos 00ns au pobres, fariMa. ooma. frulas es\lagadas, visct'las de animai$...). (CUiCA. 2009, p. 36)
No derorrer do mesmo skulo, 0 entrudo passou a set calla vez mais reprimido pela elite brasileira. Nesse mesmo periodo, um carnaval'civilizado' ganha forlfa e em 1840 iniciase a era dos bailes elegantes, inspirados nos bailes de mascaras italianos (CUfCA. 2009, p. 36). Em 1848 0 Carnaval de Sao Paulo foi para as lUas conseguirnlo 0 status de festa social. A atralfao principal continuava sendo 0 centro, onde aconteciam os desflles do Corso, dlls Sociedades, dos Blocos e das pessoas fantasiadas . Os blocos erllm form ados por pesSOliS da classe media que se organizavam entre vizinhos e bairros, para comemorar em famnill . Em 1989, urn grupo de estudantes mulheres proclamou a liberdade feminina com 0 bloco ·Sociedade Pauliceia Vagabunda'. cabe ressaltar que, no inicio, participavam apeOlis homens brancos e prostitutas, sendo excluidos mulheres e negtos. Um dos personagens rnais rnarcantes desse periodo sao as 'lias quituteiras·, que reuniam compositores, cantores e todos os amantes de musica popular. Os encontros eram anirnadlls por grupes de choro, e com farta mesa de comidas. Entre 1857 e 1869 se tem noticia do primeiro cordao da cidade. Chamado de Zuavos, era forrnado par comerciantes, funcionarios p(Jblicos, peliticos e elementos da sociedade paulistana. No reduto negro da Barra Funda, em 12 de marr;o de 1914, surge 0 primeiro cordao carnavalesco do sb:ulo XX, 0 Grupo carnavalesco da Barra Funda, fundado par Dionfsio Barbosa. compositor paulista. Faziam parte do cordao balizas, porta-estllndarte, damas antigas, rei, rainha, principe, princesas, alem das pastoras. 0 batuque reunia 'os instrumentistas au batuqueiros, com cerca de dez tambores surdos, doze caixas claras. aito de Camisa Verde e Branco. ApOs a cria~ao do primeiro cordao, outros importantes grupos nasceram.Tambem na
Barra Fuoda, 0 cordao Campos Elfseos enquanto existiu foi considerado insuperavel, sendo mais impertante da epoca. No final da decada de 20, no Bixiga surge 0 Cordao Camavalesco Esportivo Vai-Vai. Urbano (2005) conta como originou 0 nome do grupe da !SCola de samba que mais possui tftulos no carnaval paulistano: Na Rua A1rnirante Marques Leoo, na Bela Vista, havia urn clut)e de futebol amador
chamado eai Cai. Efoi af que ludo ccme~.L
[...1 0 Cai Cai patrocinava bailes mensais. Urn grwo de rapazes do bairro tentava
parlicipar dele, porem por eIes nao lazerem parte do time. !ram barrados na porta e ouviam conslanlemente 'va<', vae emtxra"___ Resolveram entlkt criar 0 seu prOprio grupo, saindo lis ruas peIa primei"a vel 000) desfllecarnavalesco. Partiram da Bela Vista e {()fam alt! Pilheiros, e, para marcar jrxxlsarnente a rivalidadeccm outro gr~. deoominanm-se Vae Vae. (URBANO, 2{l()S, p. 104.)
Para que os cord6es pudessem sair pelas ruas da cidade, era necessiuio ler reqislro junto a prefeilura de 530 Paulo. ApOs definidas as cores que seriam utililadas nas apresenlac6es e as taxas tetem sidos pagas, 0 grupo linha autorilac;1io para desftlar. Os cordOes cairam no 90slo popular e muitos outros surgiram em diferenles bairros da cidade. Alguns ainda sao aluanles ale hojl!, outros tomarem-se estolas de samba a partir dos aoos 50. OeIes tambem nasceram grandes sambistas. o primeiro desftle carnavalesco de Sao Paulo, aconteceu em 1g34, na gestao do prefeito Fabio da Silva Prado. Nessa epoca que tambem nasce a primeira escola de samba que denominoo-se: Escola de Samba Ptimeira de sao Paulo. A partir de 1936, os desfiles passaram a ser na Avenida Sao Joao, No carnaval de 1941 criou-se a 'Cidade da Folia', no Parque da Agua Branca onde acontecia a "Feira Nacional das Industrias'. A Cidade tinha urna area 150 mil metros quadrados. Era nesse palco que desfllavam os blocos, cordoes e escolas de samba da cidade de Sao Paulo. Em 1937, outra import ante escola de samba surge: Dona Eunice, uma das fundadoras do bloro Baianas Teimosas, apOs voltar dos desf,les das escolas de samba no Rio de Janeiro, cria a Sociedade Recreativa Benef,cente Esportiva Escola de Samba lavapes-, nos moldes cariocas. E assim, a Lavapes torna-se a escola mais tradicional de sao Paulo. (URBANO, 2005, p. 117) Durante 0 periodo de 1C144 a 19450s carnavais de rua foram praticamente suspensos na cidade par causa da II Guerra Mundial. ApOs a guerra, os desf,les voltaram a ser na Avenida sao Joao e tambem no Vale do Anhangahau. No ana de Ig67, os sambistas decidiram formar uma comissao com importantes r'guras pUblicas para solicitar ao ate entao prefeito Faria Lima uma coIabor~o dos poderes pUbiicos a fim de centralizar os desfiles de carnaval em urn unico local. Faria Lima aceita a ideia, entretanto, exige que fuodassem urna federacao au confedera.;ao, com responsabilidades juridicas. a flm de poder receber subsidios par meio da Secretaria de Turismo e Fomento da Ptefeitura. (URBANO. 2005, p. 118) Um dado curioso e que Evaristo de Carvalho, radialista e urn dos mais importantes defenSOfes dos sambistas nas radios, e encarregado de ir ;to Rio de Janeiro conhecer 0 regulamento das escolas cariocas. Assim, a partir deste que cria-se 0 regulamento para as escolas paulistanas. ' Oesta forma, explica-se 0 porque ate hoje as escolas de sao Paulo estao estruturadas de acordo com 0 modelo carioca'. (URBANO, 2005, p. 11 9) Com a oflcializa~o do carnaval pelo prefeito no mesmo ano e com a regulamentalfao
das escola s de samba, blocos, e cordOeS; aconteceu prime ito desfile oflcial na ' Passarela do Anhall9abau". (URBANO, 2005, p. 119).
De 1967 ate 1972. interessantes individuais geraram cooflitos e muitas federa~Cies que repfesentavam as escolas e cordCies fOfam exlintas. Entre 1973 a 1986, 0 carnaval paulista esteve sob a responsabilidade da UESP (Uniao das Escolas de Samba Paulistana s). Em 1966, novamenle ha uma nova desuniao entre as escolas e UESP e dividida. Cria-se a liga Independente das Esrolas de Samba de sao Paulo no mesmo ana, ' flCando 0 Grupe Especial e Grupe de Acesso subordinados a lIGA e os demais grupes e blocos, a UESP." (URBANO. 2005, p. 120) incentivo dado a prefeitura permitiu que as escotas de samba Cfescessenl a cada ano. As sim, os desflles passaram a set produzidos na Avenida Titadentes. o
Em 1990, a prefeita luiu Erundina. oflCiatiza os desfiles e eventos camavalesros na cidade. Tambem nesle ana eslava sendo planejado a coostruc;ao do POlo de Arte e Collura da Cidade de sao Paulo. 0 projeto de Oscar Niemeyer fei criado para abrigar com maiOf comodidade e inlraeslrulura os dtsflles das escolas de samba que nao paravam de Cfescet. Em homenagem ao grande sambista Grande Otelo, 0 complexo passou a set chamado de Polo Cultural e Esportive Grande Otelo. 0 complexo do Anhembi, como passou a ser chamado porpulamente, possui mais de 400 mil m' de area total, divididos em tres grandes areas: Pavilhao de Exposi~Oes, Palacio das Conven¢es e Samb6dromo. Este e um dos maiores do parses, passui capacidade para 35 mil pessoas e sua passarela tem 530 metros de extensao por 14 metros de largura. Sua inaugur~ao foi realizada em 1996 e partir desta data que os desfiles das escolas de samba do grupe especial, grupo de acesso 1 e 2 sao realizados hi. ~ importante lembrar que em difetentes regiOes da cidade os oulros grupos realizam os seus des files nas ruas, mantendo a tradi~o de anos.
3.2. OS DES FILES DO GRUPO ESPECIAL
o grupo especial e composto par 14 agremia.roes que investem em media RS 2,5 milhOes par desflle. Juntas, as escolas produzem um espetaculo que consome mais de 35 milhOes de reais e e encenado par mais de 50 mil integrantes durante os dais dias de festa, sexla-leira e sabado de carnaval. (CENSQ (100 ANOS) DO SAMBA PAUUSTANQ 2014) Duranle as apresent~ as escolas sao avaliadas em nove quesitos. cada urn deles desenvolve um importantissimo papel na composi~ao do desfile. Os quesitos submetidos ao julgamento dos jurados sao; BATEJlIA: A bateria da 0 rilmodos desflle$. ~o cora.;:oo das escoIas de samba. No quesito. os JlJ"ados \eYam em conta a manuter"lCOO e a SUSlenta.<OO cia cadencia do S3fTlba.erwedo. a perfeita ~~ <los sons de tados os i'lstrumentos, a crialividade e a Yefsalilidade doCJUpo· HARMONIA: 0 entrosamento entre 0 rilmo da bate«a, 0 canto (meIodia) e a dan;a (evoI~) <los ~nles sao fI.ndamentais no QUeSito harmonia. A escoIa deve manter a mesma cadenc:ia durante 0 desflle, cantar rom igual vil}Ol" e evoIuir com a mesma garra durantetempo QUf' estiver na avenida
EVOLi.k;AO: A progessao da da~ dos compooenles de acordo com 0 rilmo do samba executado pela balena eavaliada na evoI~. Po.- isso, a movimefIt ~ <los integranles na avenida e 0 aroamenlo da darK;il e das COfell9rafJas sAo fuodamentais para garantir uma boo nota, evitando a aberlUfa de 'clar6es' (buracos) entre as alas. E~ VO(l«OO, agilidade, vigor eesponlaneidade sAo falores que balizam aanalise da eYOIuoyao <las escoIas na avenida. SAMBA ENREOO: A letra do S3f11ba.eryedo parle sempre da sWIopse do erwedo apresentada par cada escoIa. Neste quesilo, os )lJ"ados avaliam a !etra e a meIodia da
canr;ao e Ievam em conta a riqUf'za poetica, a criatividade e a capaci:lade da harmoria musical em lac~itar 0 canlo ea danc;a dos canponenIes.
MESTIlE·SALA EPORTA BAN~IRA: 0 pavilhOO (bandeira) e 0 sflltJolo mbimo de cada escoIa. Ele representa a hist6ria, lado 0 Irabaiho envoMdo e as pr6prias comlSlidades de cada 3I1em~ Os responsayeis par resquarda.- e carreg3r 0 pavill-OO de cada escoIa. os casais de mesl1e-sala eporta-bandeira. 0 casal de mestre-sala eporta-bandeira nu"IC3 samba, eIes bailam na avenida. COMissAo Of FRENTE: A romissOO ~ respoosavel JIOI dar as boas"';ndas ao pUbioo e aos ;..wadas. A proposla e a capacidade de causar impacto sAo fundamentais para a ~ clas romiSSi'les de Ilente, que abrem os desfdes. ~ da darK;il apresentada pela comissao, os jIXados lambffil avaliam nesse Quesito a indt.rnen~ria e 0 que a e<rnissoo de freme represenla na hisl6ria prOfXlsta. AlEGOOIA: Crialividade, adequ1l«OO ao lema e acabamento sao alguns dos principais ilens julgados neste quesito, queengloba desde os elemef1los cenogrMlCOS sabre rodas. como os carros aleg6ricos, ale aqueles sem fodas. como os tripes. ENREOO: 0 ervedo e a hisl6ria que a escoIa levara para a avenida. 0 enredo e a base de ludo e e a partir dele qUf' saem a letra do samba-enredo. as fantasias. os carros aleg6rtcos e tados os elemenlos cenicos <los desflles. Neste quesito. 0 jIXado analisa a capacidade de compreensoo do lema proposlo em todas as paries do desflle. FANTASIA: As fantasias deYem eslar de acado rom 0 enredo P"OfX1Sto de cada ala e os delalhes dt:-Iem set iguais em tados os componenies. As roupas precisam permiti' a
espontiinea movimenta((30 dos CCIfllICJIIef1Ies, eest31 bern acab3das.
(AlVES, 2017)
No fmal, as duas escolas que possuirem as menores notas sao rebaixadas para 0 grupo de acesso 1 e as duas escolas com as maiofes notas do grupo de acesso 1, sobem para 0 grupo especial.
3.3. UM SONHO EM CONSTRU~AO : A FABRICA Com poucos recursos financeiros muitas escolas de samba sao obrigadas a criar seus catnavais em galp6es improvisados embaixo de pontes ou viadutos, pon!m, esses locais nao oferecem estruturas e condi<;Oes adequadas para desenvolvimento das atividades com seguran<;a, totnando·os sUSCf!tiveis a grandes tragedias. No ana de 2012, urn incendio no barracao da Mocidade Alegre, umas das maiores escolas de samba de sao Paulo, interditou o Viaduto Pompeia. A escola perdeu algumas esculturas, mas nao teve 0 seu desflle afetado. Ja em Janeiro de 2018, um mes antes do carnaval, urn galpao da Academicos do Tucuruvi, escola da zona norte, entrou em chamas e 90%das fantasias foram queimadas. Naquele ano a Tucuruvi nao chegou a ser julgada, mantendo·se no grupo especial de sao Paulo. Com 0 crescimento do carnaval na cidade e a carencia de espa<;os mais seguros de para as agremia<;Oes e fez com a prefeitura anunciasse, em 2008, a constru<;ao da Fabrica do Samba.
A esquerda 9IMpl1es em cbfas ~ a direjra 9afJA::1 em fmciooamenlo. Foro."fufeiwra ~ SOO Paulo
Com uma area de maisde 77 mil m' , a Fabrica esta localizada no baitrodo Born Retiro e apenas mil e cern metros de distancia do SamOOdromo do Anhembi.
o complexo abtigara os 14 barracOeS das escolas de samba do grupo especial de Sao Paulo, cada barracao tern 4.200 m' de area construfda e 18 metros livres para a consttut;ao
das alegorias. Alem dos batra~es 0 ptojeto preve a constru«ao de urn museu e uma pt3«3 para shows e evenlos numa area central de aproximandamente 6.600 m'. Desde 2012, a Fabrica esta em obras sem previsao para set finatizada. Atualmente, setf! escolas ja possuem seus barracoes la. Em entrevista com 0 Membro do Departamento Cultural. numa visita realizada ;i UGA Sp, Jose carlos Lisboa, informou que a entidade tern cobrado os poderes pliblicos e tambem tem buscado solu¢es que ocorra a fmaliza<;ao do projeto. DUrante a visita, tambem foi possivel conversar sobre 0 espa<;o que devera ser implantado 0 museu do samba. Segundo Lisboa: "existe 0 espa<;o e as ideias do que queremos la, mas nao ha 0 projeto"
Peruche Celebra Martinho I 80 Anos do Dikamba da Vila Va; ler kizomba e ad
PMJche ~ samba no pt ~ I~ID CPfto de bambas Oilen/a fem tIIOS a CtIIllat
Deu a Inslen pta U
o sam dos tambaes ecoa no at
t foo;a. ~ tnagIa we Africa! llJis~ ImJ sd~
NIIffl eIo de amor e IIJiAo Enos cafezais do IfIlerior
Desperla 0 laienlo de um menino Efrxam la"las innuhlcias tnuslcais
No ciNlllNo/ar da procissJo A luz da Mgu;ava 0Sell cor~o
tria Vila ria Vila Partideiro menesUei do fJOYO L~do~deNMJ Rena~
das cnzas meu /aiat~
Feitr;o que encanla 0 Boulevard Eass.im. aumu 0$ trW!:S Fez da poesIiJ a mID
Redescobnndo sua KienIIdiJde Nt! semeIIant;B com nossos.-m.ils roca rioIa epandelro, verrtrecadar DiJcamba /lOS \e/WS e nas meIodias Celebrando emboeJ,lid Sonhos via alffll ria qvarl~eira AJiberdade ~ rail verdadera MartWio d~ 0 10m /iii filia( ~ pta U de bam
4.1 SAP GLOBAL SERVICE CENTER Desenvolvido pelos arquilelos Eduardo de Almeida e Shundi Iwamizu em 2009, 0 edifieio adminislralivo SAP Global Service Center paSSU! uma volumetria simples e de facil leitura. 1000 0 conjunto e determinando urn sistema construlivo nexi~ e cOOfdenado que possibilita espat;Os confortaveis, eficienles e estimulantes. (FERNANDES. 2011)
Facliada eXlema FOIO: Solo PatJo Alquire1Ufa
4.2. EDIFfclO ROUXINOl
4.3. RESIDENCIAS EM AlCAcER DO SAL
Deseovotvido peto arquiteto Vuri Vital, a fachada do edificio corporativo Rouxinol e composta por diversas sacadas que ajudam na climatizac<3o do conjunto, geram sombras que contribuem para diminuir a incideocia solar, gerando ecooomia de eoergia. Essa disposic<30 tambem garante uma iluminac<3o difusa sem a entrada do feixe de sot.
Projetado peto arquiteto Aires Mateus em 2010, as Residencias em Alcacer do Sal em tocalizadas em Portugal. tambem possuem um jogo de cheios e vazios que compiie a fachada, gerando formas e perceptivas interessantes aos seus moradores.
Fach.xJa eXltfll8 Auror Fernando G!)ffld
Oragots Cant' As, Branca De lanlo '00'0 soJ 'quejm.i' a lerra
Feilo fogueira de ~ JoJo Puxei 0 fole. embaIado me inspiei
oaperreado ccxat;ao aIMei De joeIhos paI/J 0 pIJI. pedi Can as oIfns fflIIfPjados. senti Tanl/J IristezlJ broIar de: :e chAo rachado Pefdimeugach 'flJf//J',igua,udanat 'Fita'seca que caSlIl)/J meu jJgat
Vou me emborIJ setPr meu deslina Sou ncxdestino IJfTf!lado. WI senhd Ena bagagem IrlJfJO 0
soma de '>'eI'lCeI
Dh RosinhiJ, sem 'ore' nAosa viver ~
saudade queinvadeomeucor/Jl(Jo Das canligas. folclore. culrura Dos lemperas que /embram meu cMo Espero no ~ 0 relampejar A chIN/J cak 0 pranro seear Seus oJhos hAc de rel1erir o renasar da planrat;kJ NkJ clrxe TJJo. viu QIe ell 'iOOiJffl:
viti
Pro meu 5eftkJ
QuE' 0 sanfonerm wi IOCiIr
Meu sambIJ em kxma de orat;.il Eu sou CJriJg6es EAsa Branca embaIand:J gera¢e5
5.1. PARTIDO
consequentemente cria-sf! uma grande pr3Cf3 em frente ao museu. Aideia e que ao entrar no complexo 0 visitante seja recepciooado pot esla pr3{j3 e que ao fundo seja possivel enxergar
o Museu das Escolas de Samha se desenvolve a partir de urn olhar voltado para as alegotias do carnaval. Elas sao tesponsaveis pot gerar grande impacto visual ao publico pela sua lonna e gtandiosidade. Oulro principio que norteou a composi~o do edilicio loi a maneira de como os componentes que eslao desfllando veem e sao vistos. Ha sempre uma troca de quem esta na arquibancada e com quem esta no carro alegOrico e vice--v~sa. Desta forma, 0 museu loi projetado para que possa existir a aproxima~o daquele que esta denlro (Museu) e com aquele que esta lora (Fabrica). Assim, cria·se um jogo de cheios e vazios que se repetem nao somenle na lachada, mas tambem internamente, articulando e contribuindo para a lormaifao de interassantes eSp3ifos.
o volume da institui{jiio, conforme ilustrado na imagem a acima.
5.2.IMPLANTACAO Para implantaifao foi levado em consideraifao dois import antes Iluxos: 0 principal realizado pela Av. Abrahao Ribeiro e 0 secundario alraves da alifa da Marginal Tiete. Este ultimo, no geral, e utilizado apenas nos eventos que acontecem na Fabrica. o ediffcio e posicionado na lace norte do terreno que possui 0 maior comprimento e
£ import ante destacar que este Irabalho tern como objetivo desenvolver apenas 0 projeto arquitetonico do museu, 0 paisagismo da pr3Cf3 fara parte de urn segundo momento.
Entretanto, destaco algumas considera«Oes que devem ser incorporadas ao projelo: ·0 paisagismo devera contribuir para que a arquitetura do museu seja revel ada; • A sua area contemplara uma ' passarela" para os desfiles que acontecem na Fabric3.
-Devera ser projelado espa«os que seja possive! realizar rodas de sambas e outras atividades das escolas, como ensaios da bateria, passisislas e etc.
5.3. PROGRAMA
Re/aI;Jo dll implanlllt;Jo 00 museu C(Iffl OS diferfflles fMos dd FJbrica. Em vermeIIIo 0 princfhi ~ MllIIIi 0 lICtSSl! secund;lrt)
Internamente, 0 programa e resolvido a partir de um atrio que articula tanto as cireula¢es entre os pavimentos como tambem os diversos usos do museu. Nas extremidades localizam-se as escadas de emergeneia e ao leste urn elevador de earga que atende 0 auditOrio e a reserva tecniea e pode ser utilizado pelos funeionarios como urn acesso independente. Oulro ponto a ser destaeado e que no lerreo e subsolo estao situadas as atividades que independem do cireuilo de visi la~o do museu, como oflcinas, apresentac<oes no auditorio e etc. Para proporeionar maiorconforto acusticodos usuarios em relac<ao aos rurdos no lerreo, a biblioteca foi projelada no ultimo pavimento. Seus mais de 11 mil m' de area construrda incluem: · Uma loja de 60 m'; · Quatro areas exposilivas de ate 650 m' · Uma biblioteca de 350 m'; · Um auditorio para 320 pessoas; · Um galeria dedicada as esculturas do eamaval com 760 m'; · Tres salas para oficinas, sendo duas delas com 100m' e a terceira com 60 m'; · Uma reserva leeniea eom 820 m'; · Uma area administraliva eom 360 m'.
EXPOSf~O
BfBLfOTECA
ADMfNfSTRAt;.AO
RESERVA TECNICA , EXPOSI~O
LOJA
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OFICfNAS
Avenida Pres. Castelo Branco! Marginal Tiete
IMPLANTACAO
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1. Galeria das Escu/turas 2. Foyer 3. Audil6rio 4. Camarim
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2. Biblioteca 3. Adminislraqao 4. Salas dos Presidenles das Eseo/as 5. Refeil6rio 6. Sani/arios 7. Apoio
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5.5. ESTRUTURA PRINCIPAL
5.6. ESTRUTURA EXTERNA
AeSlrutura principal do museu e composta por lajes nervutadas e vigas ptotendidas. Buscou¡
Os volumes externos que comp6e a fachada possuem urn importante papel na identidade e qualidade espacial do museu. Alem de compor a volumetria da fachada, eles tambem ofetecem urna Vf!rsatilidade na sua utiliz3{jao. Oependendo do tipo de intervenÂŤao que esliver acontecendo no museu, eles poderao ser transformar em vittines, areas de
Sf! aproveitar 0 maximo de cada urna dessas estruturas para que os esP3Cfos fossem bern flexiveis urna vez que a estrulura eresolvida com poucos pilares.
permanencia, areas de estudo e etc. Sua estrulura 'oi pensada em ser independent!! para nao sobrecarregat a estrutura principal do pn!dio. Ela ecomposla pot vigas e pilares melalicas, revestidas com paineis de alumfnio ACM que proporcionam urn born desempenho lermica e acustica e esta disponfvel em diferent~ cores.
fsquetT13S ria eslrul!ld que ~ os voItmes ellffllOS ria faclJadada
ReI!der da esrtulUta da esltU!urn principal do m~.
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5.7. COMPOSI~AO DA FACHADA Para chegar ao resultado das tonalidades da fachada, foi feilo um levantamento das cores que compiie as escolas de samba do grupo especial, sendo elas vermelho, azul, verde, amarelo e rosa; sem eonlar 0 pteto e braoco. Nao satisfeito, aumenlei a quanti dade de tons e comecei a aplica-Ios de forma linear. Logo na sequencia utilizei as cores de modo mais aleat6tio, 0 resultado foi ate agradavel, porem nao lazia um senlido. ApOs mais um esludo, passei a aplicar as cores na diagonal e percebi que as mesmas nao estava mais estaticas, a
sua sequencia gerava movimento. Para que a quantidade de Ions aumenlasse na mesma linha, dividi as cores em dois blocos onde 0 primeirocontinha os tOIlS mais escuros em cima
eo segundo os tons mais escuras em baixo. Desta forma cheguei a 16gica que foi aplicada na fachado do museu. A ideia e que mesmo sendo estatico, as cores possam chamar a atenc;ao e gem urn movimento na arquitetura do predio.
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5.8. AREAS EXPOSITIVAS: OCUPACAO As areas expositivas do museu poderiio ser ocupadas de diferentes modos, mas gostatia de deslacar duas lonnas que podem set mais comuns. Aprimeira delas e utilizando tada a area disponivel de forma mais organica em que 0 publico poder<i circular livremenle entre as obras que estiio expostas. Asegunda proposla, seria altaves de urn circufto mais linear em que
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publico e direcionado. Ambos os casns funcionam perfeitamente. mas
cada urn oferecem urna parlicularidade que cabera ao curador escolher 0 'armato que os ttabalhos serlin apresetltados.
£ importante destacar que em ambos os casos,
as circula!j:oes perifeticas deveriio
set manlidas, urna vez que as escadas de emergencia e banheiros encontra·se nas mesmas.
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5.9. VENTILACAO Pelo fato das aberturas das fachadas eslarem em lados opostos, conlribui para que 0 ediffcio tenha urna ventila((ao cruzada que aulomaticamente diminui os de energia e aumentam a qualidade do at. Adepender tipo de ocupac<ao que sera realizada nos espa~s sera necessario a Uliliz3<;ao de ventila<;ao mecinica. Portanto, loi previsto a utiliza<;ao do at condicionado como sistema chiller localizado na cobertura do ediffcio.
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A VOl do Samba t a VOl dt Dtus. Depois da Tempestade, Vem a Bonan~! Quem canla os males espanla
Nessa ksla quemnlo~ S«pa a~ Chegoo x-9, 0 chao II!ITII!I1 A roz do samba ~ I IfOZ de Deus Pode acredilat ~ I IfOZ de Deus OOOmda~
A /uz da cnat;lo nos concedeu ovema do pat. ~ div6JaJ Ha boca dopovoeu "16' 00 IJfCO da veIha ~ meu ~aI AIR pecka ql.ll!m qlJiser Ha China 01110 grande nIo vai enltar Quem pianla ~ vai coIllef Quando I lempestlde paSSat t de arrepiat! Quem noo pede com mandinga nIo Clfrega paIva Orapois, vempra d EnIo vais recusar MlJfla val com IS 0111'85
t hera de samb:Jr! A rama mandou liberar Se I'IJ conlo urn ron/o aumetllO WI ponlO
Pode apeslat Sw ~tsnfNf!aoo apaUonado obtcho vii peg¥ r.ro da cartrU 0 que no balsa nIo tem Hem sempre 0 que bdha ~ pnla meu bern /kna atrJorinha sd nIo Taz wCiiJo Hoje a zona norte ~ I.fIi.Jo Quem lem boca VIi a Rana A espeflJfKtl nIo fIl()j~ Seale a puIsat;§o do meu ziriglJidum lkn {XX lados e lodos par urn
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