Jornal Amazonas em Tempo - Caderno Carnaval - 16/02/2015

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Especial

Carnaval MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO DE 2015

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redacao@emtempo.com.br

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Das trevas à luz, tema da Kamélia marca sua estreia MÁRCIA OLIVEIRA* Equipe do AGORA

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om uma bateria forte e ritmada, a escola Império da Kamélia estreou no grupo especial e abriu os desfiles na noite de sábado (14) no Centro de Convenções do Amazonas, na Zona Centro-Oeste, iniciando o momento mais esperado do Carnaval amazonense, cujas agremiações campeãs de cada grupo serão conhecidas hoje, com a apuração que começará às 9h no sambódromo. A disputa pelo título no grupo especial está entre A Grande Família, Reino Unido, Vitória-Régia e Unidos do Alvorada, que ganharam a preferência do público no último sábado e foram apontadas como favoritas durante o desfile. Mesmo com o Centro de Convenções vazio, a escola Império da Kamélia não se intimidou e mostrou a que veio, trasbordando beleza, luxo e muita animação. Ainda na concentração, os componentes aguardavam ansiosos pela tão esperada estreia. Segundo a professora Ariane Oliveira, 28, uma das componentes da escola, o desfile da agremiação foi mais que esperado. Conforme a brincante, o último ensaio teve uma carga muito grande de emoção e expectativa. “A Kamélia é uma escola de bairro, e apesar da tradição de mais de sete décadas, apenas agora teve o lugar de destaque que merece”, conta a professora. A escola campeã do grupo de acesso iniciou sua apresentação por volta das 19h13 e levou para o sambódromo o tema “Luz, energia que move o mundo”, contando a história da evolução da luz na humanidade, e em sua entrada surpreendeu quem estava esperando, com muitas plumas, paetês e brilho, em um Carnaval digno de grupo especial. O luxo adornou a escola desde a comissão de frente, que representava o

surgimento da luz, tanto o divino como o tecnológico, passando pelos quatro carros que cruzaram a avenida do samba. Já no carro abre-alas, a escola mostrou o trabalho realizado pelos seus artistas, chamando a atenção do público com 14 destaques suspensos. As alas da escola representaram tanto a luz quanto a falta dela. A primeira, a “Ala das trevas”, simbolizava o período escuro e sombrio, seguido pela idade da pedra, recontando como o povo da época descobriu o fogo, tema da terceira da ala. Já a quarta ala, “O Sol”, representava a Grécia Antiga. A bateria foi um dos grandes atrativos, ritmada, forte, harmônica e “nervosa”, contagiando os 2,2 mil componentes da agremiação e todos os foliões que começaram a preencher

GARRA

Mesmo com o Centro de Convenções ainda vazio, a escola Império da Kamélia não se intimidou e mostrou a que veio, transbordando beleza, luxo e muita animação em sua estreia no grupo especial o sambódromo na metade da apresentação da escola. “Estou muito emocionada, minha primeira vez como madrinha”, contou a apresentadora Norma Araújo, madrinha da bateria, que também estreou no Carnaval. A apresentação da Kamélia durou aproximadamente 60 minutos. Para a dona de casa Maria José Oliveira, 31, que prestigiou a apresentação, a agremiação surpreendeu. “Eu venho todos os anos assistir ao desfile, e confesso que me surpreendi. Eu não esperava que uma escola do grupo de acesso pudesse realizar um desfile tão rico”, contou. Para o presidente da escola, Almério Botelho, o desfile teve um saldo positivo. “Nossa escola não vem brigar pelo título, porém viemos para ficar”, desabafou. * Com texto de Karine Pantoja, do AGORA

Alegria e confiança no resultado: receita do vigor nas apresentações

Em sua estreia no grupo especial, Império fez bonito

FOTOS: IONE MORENO

Escola desfila pela primeira vez no Grupo Especial contando a história da luz – e de sua falta nos dias atuais


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Problemas afetam desfile da Andanças de Ciganos com a rou sarel t n e pas o ola Esc aso na drom ó r b t a sam do

ANA SENA Equipe do AGORA

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dançaram, prejudicando assim a beleza da alegoria. Os integrantes da primeira ala trouxeram uma dança tipicamente indígena, mas ainda pareciam um pouco perdidos no compasso da música. O casal de mestre-sala e porta-bandeira apresentou beleza e luxo em suas vestes dourada e preta mostrando todo samba no pé e cumprimentando o público. A ala das baianas ganhou destaque trazendo idosas como a aposentada Marluce Gomes,66, que com um grande sorriso se emocionou ao falar que todos os anos ela faz questão de descer a avenida com a agremiação, e que a escola faz parte da vida dela. “Toda vez eu fico nervosa e animada para dançar. Essa animação do público é que me mantém viva”, afirmou. Mostrando toda sua euforia, a funcionária pública Francieli Santos, 37, que é cadeirante, veio vestida de baiana e disse que este ano resolveu descer a avenida em sua cadeira de rodas. “Todos os anos eu venho suspensa na alegoria, mas resolvi desafiar meus limites, e estou adorando essa adrenalina de estar aqui pertinho de todos”, declarou. O terceiro carro alegórico trouxe algumas mulheres com seios à mostra, ilustrando as índias adoradas do lendário guerreiro Ajuricaba, dançado em harmonia umas com as

outras, mas a alegoria teve problemas em meio ao desfile e deixou a avenida com espaço vazio. Todas as alas estavam com fantasias cheias de penas e muito brilho, ilustrando a riqueza em que vivia aquele povo. Cores vibrantes como o amarelo, vermelho e o verde predominaram. O quarto carro alegórico trouxe o Teatro Amazonas como foco ilustrando os espectadores que usavam leques luxuosos para aliviar o calor e binóculos para assistir o espetáculo. Um acidente no meio do desfile assustou o Corpo de Bombeiros e espectadores, quando um drone (câmera móvel) de uma emissora de televisão caiu em cima dos foliões e integrantes da corporação. O aparelho acabou ferindo levemente um idoso. Levado para uma das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele foi liberado. A escola fechou o desfile com 61 minutos e 59 segundos de duração e teve muitas críticas do público. A dona de casa Maria Rosa Sena, 43, disse que gostou da animação dos brincantes, mas achou a bateria fraca e sem ritmo. Ao sair da avenida, o presidente da escola, Wilson Benayon, ressaltou que a agremiação deu o máximo de si , mas afirmou não ter gostado do desempenho.

MORENO FOTOS: IONE

om um atraso de 20 minutos, a G.R.E.S. Andanças de Ciganos foi a segunda escola a desfilar no Centro de Convenções de Manaus, na noite do último sábado (14). A agremiação entrou na avenida com defeitos no primeiro carro alegórico, problemas no som e com a primeira ala em desarmonia com o enredo. Em sua segunda apresentação como escola do grupo Especial, a agremiação trouxe o tema “No clamor do seu povo desperta o guerreiro esquecido, Ajuricaba, o herói Manaó”, contando a história de um lendário guerreiro do século 18. Ainda na concentração, os foliões já mostravam o samba no pé e o sorriso no rosto para ganhar o público e os jurados. “Estou só na expectativa para nossa entrada, fomos prejudicados este ano pela falta de verba, mas mesmo assim nós ensaiamos muito”, comentou o intérprete Agnaldo do Samba. A escola iniciou seu desfile às 20h30, e logo no começo, o primeiro carro alegórico teve muitos problemas. O guerreiro Ajuricaba representado nele teve a sua cabeça virada ao contrário, as luzes da alegoria não ligaram e os dez brincantes que estavam suspensos não pareciam animados e pouco

FOTOS: IONE MORENO

Atrasada em sua entrada, a segunda escola a desfilar enfrentou problemas em alegorias, afetando seu desempenho

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UNIDOS DA ALVORADA

Focada na saúde e no exotismo JOSEMAR ANTUNES Especial EM TEMPO ONLINE

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O Grêmio Recreativo Escola de Samba (G.R.E.S.) Unidos da Alvorada foi a terceira escola a desfilar no Carnaval 2015, após a Andanças de Ciganos, na noite de sábado (14). De modo geral, a apresentação foi tranquila e os torcedores na arquibancada do sambódromo vibraram com agremiação. A escola saiu da avenida com o tempo de uma hora e três minutos, dentro do prazo estabelecido. A agremiação levou para avenida o tema de enredo “Saúde, alegria e paz – o resto a gente corre atrás”. O enredo surgiu de uma sugestão do presidente da agremiação, Heroldo Linhares. De acordo com o carnavalesco, a saúde vem sendo discutida em todo o país com descaso. “Nossa ideia é levar à sociedade e ao poder público

que a saúde deve ter mais atenção de todos a cada dia. E que a saúde bem cuidada significa vida prolongada”, explicou o presidente. Os 3,5 mil brincantes da escola de samba foram divi-

MENSAGEM

Os 3,5 mil brincantes da escola de samba Unidos da Alvorada foram divididos em 26 alas que mostraram, cada uma, desde o nascimento do homem até os cuidados com a saúde didos em 26 alas que mostraram, cada uma, desde o nascimento do homem até os cuidados com a saúde. Nas alegorias, muitas figuras de rosto, alguns exóticos, além da beleza da

mulher da amazônica com traços exuberantes, mas sempre reforçando a ideia proposta pela agremiação de que “a saúde deve ser tratada com seriedade por todos nós, independente de classe social”. Um dos principais destaques foi a comissão de frente, que trouxe a magia do surgimento da vida, com integrantes vestidos de médicos e enfermeiros, além de monges que representavam a vida. O carro abre-alas também chamou atenção do público, trazendo a figura da era Egito. A escola desceu a passarela do samba com quatro alegorias e 26 alas. Ao todo, 80 baianas se apresentaram no segundo setor do desfile. A bateria fez estremecer o coração dos brincantes e dos torcedores na arquibancada. O samba-enredo foi interpretado por Auzier do Samba.


2015 E3 IONE MORENO

Carnaval

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Escola r história esgatou a de mat das religiõe s riz afr icana

A Grande Família revela influência da cultura afro Contando a história do candomblé desde os porões dos navios negreiros, escola entrou firme para conquistar o título

DIEGO JANATÃ

DIEGO JANATÃ

Com essa proposta de mostrar o que a cultura afro tem de mais influente na cultura brasileira, a agremiação trouxe uma ala representando os orixás coordenada pelo babalorixá Alberto Jorge, principal articulador nacional de luta contra o preconceito e ódio religioso no Estado. A escola apresentou ainda, durante o desfile, problemas mecânicos em dois dos carros alegóricos, rapidamente solucionados pela equipe de harmonia coordenada por Arleson Mota. A agremiação trouxe ainda personalidades conhecidas do cenário artístico da cidade, como as cantoras Márcia Siqueira e Lucilene Castro, o ator e diretor teatral Michel Guerreiro e os comediantes Rosa Malagueta e Raimundo.

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gigante da Zona Leste, A Grande Família, iniciou seu desfile às 23h de sábado (14) e levou para a passarela do samba 21 alas, cinco carros alegóricos, 3,6 mil brincantes e 250 ritmistas com o enredo “Orixás: a força que vem da natureza”, composta por Alan Vasconcelos, Gueivy Garcia, Gleison Garcia, Val Fernandes, André do Banjo e Júnior Feijão. A agremiação apresentou uma surpresa logo na primeira alegoria, que fazia parte da coreografia da comissão de frente, com efeitos especiais que davam ilusão do lançamento de um foguete. Esse foi o primeiro ano de participação de Luiz Gilberto Andrade Lima, o Luizinho, filho do patrono da escola, Luiz Gilberto, que foi por mais de 20 anos presidente da agremiação. Um dos pontos cruciais e o mais importantes do desfile foi a alegoria viva, com os integrantes da comissão de frente executando uma coreografia bem sincronizada, harmoniosa, que interpretava a história dos orixás. Nessa estreia como presidente, Luizinho falou da importância de estar com essa responsabilidade este ano e dos desafios que o esperam. “É uma emoção muito grande estar como presidente da escola, descrevendo em cada ala e no próprio enredo o verdadeiro amor pela escola. Nessa nova fase vamos mostrar quem faz o verdadeiro Carnaval e quem é a melhor”, afirmou. A agremiação contou, por meio de suas alegorias, a história de

navios negreiros que chegaram entre os séculos 16 e 19 trazendo centenas de africanos para trabalharem como escravos no Brasil Colônia. Em seus porões, viajava também uma religião estranha aos portugueses, considerada feitiçaria pelos colonizadores, surgindo assim uma das religiões mais populares do país: o candomblé. O candomblé, com seus batuques e danças, é uma festa para os adeptos e, com suas divindades geniosas, é a religião afro-brasileira mais influente do país. Por isso, para levar os manauenses ao mundo do candomblé, a agremiação trouxe para a avenida do samba o enredo “Orixás: a força que vem da natureza”, que mostrou a origem dos orixás e sua importância para o destino da humanidade.

DIEGO JANATÃ

MAIRKON CASTRO Especial EM TEMPO ONLINE

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FOTOS: IONE MORENO

Lutas e muito luxo na

escola Sem Compromisso Dos gladiadores romanos ao UFC, escola mostrou a relação do homem de várias épocas com a luta

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A história de diferentes épocas da luta foi o tema da escola este ano

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om muita criatividade, o Grêmio Recreativo Escola de Samba (G.R.E.S) Sem Compromisso transformou a avenida do samba em um ringue a céu aberto seguindo o enredo “Lutar sempre, vencer talvez, desistir jamais”. Em exatos 59 minutos de apresentação, a quinta escola da noite narrou a relação do homem de diferentes civilizações e épocas com a luta. Desde os primórdios até a criação do Ultimate Fighting Championship (UFC), os três mil brincantes, distribuídos em 25 alas, passearam pela força dos homens de neanderthal, a agilidade dos gladiadores romanos e dos guerreiros espartanos, a organização das tropas medievais, a sutileza dos samurais japoneses e a mistura moderna das técnicas do M.M.A. Os artistas da comissão de frente, fantasiados de lutadores, surgiram de dentro do carro abre-alas em formato de tucano, o símbolo da escola. Foram cinco carros alegóricos e um dos mais criativos representou a arte da luta milenar do povo japonês. A estrutura trazia um guerreiro em posição de combate, cercado de dragões e atrás de um palácio de estilo oriental. De branco com detalhes em prateado, a fantasia das baianas fez referência à cultura africana, que também desenvolveu diferentes técnicas de luta. A luta moderna foi representada pelos foliões “preparados para entrar no ringue”, trajando roupão, short e, claro, o famoso cinturão dos vencedores. Contudo, uma das alas mais irreverentes foi sem dúvida a dos super-heróis mascarados, com direito à capa e balõezinhos de onomatopéias sobre a cabeça. Cada cultura foi representada por uma combinação de nuances que coloriu a avenida. O último carro alegórico trouxe imagens de lutadores famosos, como Mike Tyson, John Jones e do amazonense José Aldo, que não participou do desfile.

À 0h09 de domingo, a escola tomou toda a avenida. Oito minutos depois foi a vez de a bateria ocupar o recuo, sem deixar buracos e sem prejudicar sua evolução. Antes de deixar a passarela, a bateria - sempre coreografada - parou próximo à saída e tocou para a arquibancada. A Sem Compromisso driblou o atraso na liberação do patrocínio do Estado – feito somente um dia antes do desfile, na sexta-feira (13) – e o aumento significativo dos preços dos materiais como ferragens e plumas, com trocas inteligentes mas sem perder o brilho. Em algumas alas, por exemplo, as penas foram produzidas com um material emborrachado e nos pés os brincantes usaram meias sobre os calçados. “Tivemos que abortar 40% do nosso projeto inicial. O certo era nos repassarem o dinheiro pelo menos com três meses de antecedência. Mas deu certo, viemos com um samba bonito e a comunidade da Zona Norte nos abraçou. A escola estava linda, veio com garra e vamos para as cabeças”, afirmou o carnavalesco Augusto Maciel, que trabalha no Carnaval desde 1981. Cantores amazonenses participaram do desfile da escola. “Gosto de todas, mas por esta tenho mais apreço desde quando tive a honra de ser homenageado e receber o título benemérito”, afirmou o cantor Chico da Silva. O enredo foi entoado também pelo cantor e atual apresentador do boi Caprichoso, Arlindo Júnior, que desde 2000 desfila pela Sem Compromisso. “Eu vim do samba. É minha raiz. Nosso enredo está muito bom, para cima, agitado, com tons altos, bom para a galera cantar”, disse. Emocionado após a apresentação, o vice- presidente da escola, Batista Lima, acredita na vitória. “A Sem Compromisso foi linda, o público esteve com a gente todo o tempo pulsando, foi muita alegria. Vamos chegar lá”, afirmou.

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DIEGO JANATÃ

IVE RYLO Equipe EM TEMPO

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Mocidade de Aparecida

homenageia o vizinho Acre Jacaré de 30 metros levou espanto ao público que assistiu ao desfile da Aparecida

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Sem brin limites c p ram ar, foliõ ara es fi a ale zegria

Fantasias mostravam o luxo e a criatividade da escola

antendo a tradição de levar para a avenida um desfile luxuoso, a G.R.E.S. Mocidade Independente de Aparecida mostrou as belezas e a história do Acre com o enredo “Aquiri – Orgulho do Brasil” na madrugada de ontem. Durante 63 minutos de apresentação, a sexta escola do Grupo Especial a se apresentar levou alegria e animação para o Centro de Convenções, com destaque para o carro abre-alas – um jacaré de 30 metros com movimentos e com acabamento impecáveis – e os efeitos especiais das outras alegorias. Para o carnavalesco da Aparecida, Saulo Borges, a escola levou ao sambódromo uma história que merece ser contada. “Falamos de Acre, Acre e Acre. Independente de qualquer coisa, é a nossa homenagem a um povo guerreiro, que lutou, sobretudo, para ser brasileiro. Um povo que enfrentou todos os inimigos e até hoje enfrenta, por conta das dificuldades pelas quais o povo passa”, declarou. Para Borges, escrever o enredo sobre a história do Estado vizinho não foi a tarefa mais fácil. “Nós percebemos a dificuldade quando começamos a escrever a sinopse e notamos que se tratava de um assunto que não dominamos e, por isso, buscamos ajuda de historiadores. Apesar disso, conseguimos contar magnificamente a trajetória desse Estado, desse povo que, além das lutas, se misturou e ainda se mistura, criando multifaces”, completa. A bateria foi um show à parte. Para o mestre Lucas, a animação dos foliões foi a peça-chave para fazer um bom desfile. “Este ano trouxemos muitas novidades, com a

bateria, como sempre, muito ousada. Fizemos várias bossas, e o momento mais especial foi quando estávamos próximos da nossa galera. Trouxemos alegria, antes de tudo”, comemorou. Amor verde e branco Do recuo da bateria até a saída do Centro de Convenções, a Aparecida contou com um folião para lá de animado: o senador Omar Aziz – torcedor de carteirinha e presidente de honra da escola –, ao lado de sua esposa Nejmi Jomaa, que fizeram questão de ir do camarote até o carro de som onde ficam os intérpretes para pular e cantar junto com os componentes da escola. Para a empresária Maria Cristina Silva, 47, que desfila pela escola há 10 anos, a emoção de estar mais uma vez colaborando para dar vida ao enredo da agremiação não tem preço. “Amo essa escola e faço tudo para ajudá-la a brilhar na avenida. Até trago meus filhos e minha família, porque somos todos apaixonados por Carnaval. É uma delícia poder ver minha escola tão linda e estar ao lado de quem a gente ama”, disse a animada foliã. Os primeiros acordes do samba-enredo aconteceram à 0h53. O primeiro carro a sair pela dispersão saiu à 1h35, o que gerou certa correria entre os componentes da harmonia. No entanto, a situação foi contornada e a Aparecida terminou o desfile após 63 minutos, sem grandes percalços, de acordo com a equipe responsável por cronometrar a passagem da escola pela avenida. Ao final do desfile, houve um início de confusão na área da dispersão entre membros da diretoria da escola, mas a situação foi controlada e a passagem da Aparecida pelo sambódromo acabou sem maiores problemas.

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MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO

iciart u a p os ixo a d o de nida i r ã g e Ale tes n a av pan ejar n des IONE MORENO

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História do Estado foi a inspiração para a sexta escola do grupo especial a se apresentar no sambódromo ontem

O cantor Zezinho Corrêa, um dos participantes do desfile da Mocidade


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Balaku-Blaku revela os encantos da ‘Princesinha’

FOTOS: IONE MORENO

Manacapuru, a terra das cirandas, foi o tema da agremiação, que se mostra otimista na disputa do campeonato

GERSON FREITAS Equipe do AGORA

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em mesmo as dificuldades encontradas antes e durante o desfile conseguiram tirar o brilho, a garra, a determinação e a superação do Grêmio Recreativo Escola de Samba (G.R.E.S.) BalakuBlaku, que se apresentou nas primeiras horas de ontem na passarela do samba. A Vermelha e Branca do Centro levou o público, durante 60 minutos, a uma viagem que contou a história do município de Manacapuru. A águia de ouro, que teve como enredo este ano “Canta, alto cirandeiro, com orgulho e amor, conta a história de Manacapuru, o sonho que se realizou”, mostrou e exaltou em quatro alegorias e 32 alas os encantos da “Princesinha do Solimões”.

“Apresentamos toda a história desse município tão querido que é Manacapuru e desse povo tão sonhador. Desenvolvemos nosso Carnaval contando a história desde o início, quando os índios mura resistiram aos ataques protegendo a cidade. Mostramos também suas belezas naturais, sua economia, sua paixão pelo futebol e principalmente pelas tradicionais cirandas”, disse o presidente da escola, José Renato Junior. Um dos pontos altos do desfile da Balaku-Blaku, que arrancou aplausos e levantou a torcida, foi a apresentação da comissão de frente, que este ano veio ousada e inovou na troca dos brincantes dentro da passarela do samba. As cirandas Flor Matizada, Tradicional e Guerreiros Mura, que vieram de Manacapuru em caravanas para abrilhantar o desfile, também deram um show à parte

com o seu bailado. Emocionado, o presidente destacou no final do desfile que mesmo com todos os obstáculos encontrados nos últimos meses, a Balaku-Blaku se mostrou uma escola determinada e pronta para continuar no grupo especial no próximo ano. “Infelizmente, não deu tudo certo. A dificuldade financeira foi muito grande este ano e adiou o sonho de conquistar o nosso terceiro título no grupo especial, mas a escola veio com o lema superação e conseguimos mostrar essa bela história, mesmo que não tenha sido 100% como havíamos planejado. A comunidade se empenhou e deu o seu melhor para que a escola fizesse um desfile emocionante. Só tenho a agradecer e dizer que fizemos o nosso trabalho com garra, determinação e superação”, finalizou José Renato.

FOTOS: DIEGO JANATÃ

Manacapuru e suas cirandas foi a inspiração da escola de samba Balaku-Blaku

Cores e brilho na avenida: Balaku-Blaku foi para a avenida com superação

Escola se empenhou em mostrar muita harmonia em seu desfile de ontem

Religiosidade e alegria foram as marcas da agremiação na passarela do samba

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Reino Unido usa criatividade ao homenagear construções DANIEL AMORIM Especial para o Em Tempo

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om o enredo “Construção - Obra Prima da Humanidade”, a Reino Unido da Liberdade homenageou as maiores construções de todos os tempos. Da criação divina, passando pela Torre de Babel e o Coliseu até chegar ao Teatro Amazonas, os carros alegóricos e as alas mostraram criatividade. Por volta das 3h15 de ontem, a escola entrou na avenida do samba já consolidada como uma das favoritas do Carnaval 2015. Apesar de problemas na concentração, a escola completou seu desfile em pouco mais de uma hora de apresentação. A arquibancada promoveu um espetáculo à parte. Vários balões nas cores verde e branca saudaram a representante do bairro Morro da Liberdade, Zona Sul de Manaus. A Bateria Furiosa, por sua vez, marcou o ritmo de maneira fluente e coesa. “Enfrentamos algumas dificuldades, mas considero o desfile um sucesso. É um sinal do profissionalismo que marca o nosso trabalho”, disse Jairo Beira-Mar, presidente da Reino Unido. Ele considera o favoritismo um reflexo do trabalho social feito pelo grupo no Instituto Reino do Amanhã. A iniciativa promove atividades lúdicas e educativas a 300 crianças carentes. Grande parte dessa turma integrou a ala mirim do desfile. Encerrando a apresentação, o carro alegórico “Terreirão do Samba Mãe Zulmira Gomes” dá nome à nova quadra de ensaios, com inauguração prevista para abril. A ex-diretora do terreiro Santa Bárbara já foi homenageada no enredo “Mãe Zulmira, O Amanhecer de Uma Raça”, de 1989. Naquele ano, a escola faturou seu primeiro título no Carnaval de Manaus.

FOTO: IONE MORENO

A Torre de Babel, o Coliseu de Roma e o Teatro Amazonas foram algumas das criações representadas pela escola

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FOTOS: DIEGO JANATÃ

“Construção - Obra prima da humanidade” foi o tema escolhido pela Reino Unido

A Reino Unido apostou em coreografias ousadas para prender a atenção do público

O símbolo da escola foi destaque em uma das alegorias na passarela do samba

Brincantes de todas as idades entraram em cena em busca do título deste ano

Sensualidade no figurino e também na perfomance durante as apresentações


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Vitória-Régia encerra

o Carnaval com muita fé Vitória-Régia fechou o Carnaval amazonense já no início da manhã de domingo

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Devoção do povo amazônico a Nossa Senhora foi o tema da escola que fechou os desfiles deste ano do Carnaval amazonense

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ISABELLE VALOIS Equipe EM TEMPO

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Religiosidade foi o tema da escola de samba

om 3,5 mil foliões divididos em 26 alas e cinco carros alegóricos, a escola de samba Vitória-Régia fechou o desfile do grupo especial na manhã de ontem, com o tema “Fé de Nazaré à Conceição nos Caminhos das Águas”, sobre a devoção a Nossa Senhora na região amazônica. O abre-alas da VitóriaRégia relembrou a anunciação do anjo Gabriel a Maria, mãe de Jesus Cristo. O desenvolvedor do tema, Adson Garcia, explicou que trouxe na abertura mulheres vestidas de verde e rosa – as cores da escola - que lembraram uma rosa para ser oferecida a Nossa Senhora. Para embelezar a avenida, os ritmistas trouxeram luzes rosas nos tamborins. O primeiro carro da escola trouxe a basílica do Círio de Nazaré carregada por jacarés, lembrando a devoção e a cultura do povo paraense. Para continuar a homenagem, após o primeiro carro a escola de samba apresentou suas baianas, todas relembrando a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Os problemas surgiram no segundo carro, com o tema “Mística Paraense”. A cabeça de um dos animais foi quebrada, mas carregada durante todo o desfile pelo grupo de apoio da escola. Como um dos destaques no segundo carro, a esco-

la de samba Vitória-Régia trouxe o marinheiro mais antigo da comunidade, que também tem raízes paraenses, conhecido como “Delay”. Uma imagem de Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Parintins, veio no terceiro carro junto os principais destaques do festival folclórico - azul de um lado e vermelho do outro. Continuando a homenagem às santas, o quarto carro, com anjos e trombetas, trouxe a imagem de Nossa Senhora da Conceição, além de lembrar nos destaques toda a população amazônica. Para fechar a apresentação, a última ala apresentou a devoção do paraense. Nele, estavam como destaques algumas candidatas do concurso Miss Amazonas e a vencedora de 2015. Com uma hora de desfile, a Vitória-Régia fechou o Carnaval amazonense com o trecho do samba-enredo: “Podem falar o que quiser, eu sou a primeira mãe do samba”. O presidente da agremiação Vitória-Régia, Ivan Martins, disse que se sentiu satisfeito em poder fazer um desfile mesmo com as dificuldades enfrentadas por todas as escolas. “Se não tivéssemos o apoio da comunidade, o Carnaval de Manaus não existiria. A situação do repasse do dinheiro atrapalha, pois se tudo fosse conforme o acordado, nosso Carnaval sem dúvida seria um modelo para o país”, desabafou.

DIEGO JANATÃ

IONE MORENO

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