Jornal de Brasília Nº 15.414

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R$1 SEGUNDA-FEIRA 4 de março de 2019 Ano 47, nº 15.414 www.jornaldebrasilia.com.br Assinaturas: 0800-612221

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GOVERNO DO DF

NEM A CHUVA ACABA COM ESSA ALEGRIA O temporal que caiu sobre o Rio de Janeiro atrapalhou, mas não impediu a festa. Império Serrano abriu o desfile da Sapucaí. 5

Nove foram esfaqueados e muitos presos nos Raparigueiros Polícia Militar teve muito trabalho nos blocos do DF. Houve prisões e apreensão dos mais variados armamentos. 3

Pequenos ganham espaços especiais para brincadeiras

Este ano não terá mais desconto para dar aos sindicatos

Lojistas da capital esperam faturar mais neste ano

Houve grande número de festas dirigidas às crianças: casos como o Mamãe Me Segura, onde se fez até conscientização 2

Contribuição sindical acaba de vez após publicação de medida provisória que 7 dificulta decisões judiciais favoráveis

Só 180 mil moradores do DF viajaram no Carnaval deste ano, contra 380 mil em 9 2018. Isso dará 4% mais no consumo.


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CIDADES.

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Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

Muitas opções de brincadeira No Carnaval de Brasília, bloco Mamãe me Segura reúne crianças e faz conscientização FOTOS: FÁBIO LINO

FÁBIO LINO Especial para o Jornal de Brasília

Carnaval de Brasília abriu o segundo dia com muita festa dedicado os pequenos no Bloco Mamãe me Segura. Desde das 9h da manhã de ontem (3), dezenas de super-heróis, fadinhas e pierrôs, acompanhados de seus pais, chegavam ao Parque da 104/105 Sul para uma folia animada e diferente. “Adoro este bloco, que apesar de novo, é perfeito para fazer com que o Lucas comece a gostar de carnaval”, afirmou a advogada Maria de Lurdes com o filho no colo e com cara de sono. Fundado em 2017, o Bloco Mamãe me Segura tem o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), que promove ação de conscientização sobre respeito aos direitos da população LGBT, combate ao racismo, proteção a crianças e adolescentes e outros temas de direitos humanos em dois blocos durante o carnaval. O outro é o “Encosta que Cresce”, que saí hoje (4), às 15h no Mané Garrincha. Ao chegar no parque, as crianças eram recepcionadas pelos bonecos Chico e Lia do Detran e convidadas a aprender um pouco sobre a Leis de Trânsito. “Vamos ensinar os pequenos a atravessar apenas na faixa”, disse o Chico. Além disso, os pais recebiam uma pulseira para identificação dos filhos e uma máscara do Segurito.

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Bonecos Chico e Lia foram colocados na entrada do parque pelo Detran para recepcionar os pequenos foliões que chegavam à festa

Após a apresentação, as crianças caíram no samba com o show da banda As Chiquitas e os Bacanas. Teve ainda oficina de instrumentos musicais e brincadeiras de rua, piquenique coletivo e sorteio de distribuição de brindes.

Nada de contramão Quatro histórias Antes de cair na folia, os pequenos foram presenteados com a apresentação do Grupo de Teatro Paepalanthus, que contou com quatro histórias. Tudo acompanhado por uma intérprete de libras. Formando pelas artistas Rosy Costa, Aldanei, Icléia Maranhão e Miriam Rocha, o grupo arrancou risada da criançada. “É muito gratificante trabalhar a arte e a conscientização ambiental com este público infantil”, resumiu Icléia Maranhão.

Depois de 41 anos, a W3 Norte está liberada foi liberada para os carros no domingo de carnaval. Isso foi resultado da desistência do Pacotão, bloco mais tradicional do Distrito Federal, em desfilar na contramão como é de costume. Em nota, os seguidores de Charles Preto, presidente ditador vitalício e plenipotenciário do Pacotão, alegaram que não tem recursos suficientes para bancar o desfile. Entretanto, No entanto, a concentração marcada para as 11h desta terça-feira (5) está confirmada.

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Ao chegar ao parque, os pequenos recebiam pulseiras para identificação, que podiam ser colocadas pelos próprios pais, de modo a acompanhar a festa

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Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

70 mil foliões brincaram nos blocos em vários pontos da cidade

Chuva forte não afasta o brasiliense da folia Mesmo com reforço policial, primeiro dia de festa teve registro de um estupro e uma tentativa de homicídio esmo debaixo de muita chu- a transeunte. A Polícia Civil tamva, cerca de 70 mil foliões bém fez um registro de tentativa compareceram aos blocos de homicídio, uma tentativa de lacarnavalescos no sábado (2) de trocínio, um caso de roubo em coacordo com a Polícia Militar letivo, um furto em veículo, do Distrito Federal uma ocorrência de estu(PMDF). Foram emprepro, um caso de injúgados em torno de ria por sexo/gênero e 900 policiais em toum porte de arma dos os eventos do branprimeiro dia de Carca. POLICIAIS NAS RUAS naval, que terminou O Corpo de BomNO CARNAVAL na madrugada deste beiros do Distrito Fedomingo (3). deral (CBMDF) atenMesmo com o reforço deu, até a zero hora de na segurança durante os dias domingo, registrou 24 casos de carnaval, tanto a PMDF quanto a de abuso de álcool, quatro vítimas Polícia Civil do Distrito Federal de arma branca, quatro pessoas (PCDF) contabilizaram, entre a noi- agredidas e três pessoas com fratute de sábado e a madrugada de do- ras. Duas pessoas foram atropelamingo, 21 casos de furto de celular, das. cinco ocorrências de lesão corpoMesmo investindo em camparal, cinco flagrantes por porte de nha de conscientização, a Compadrogas e três por tráfico de drogas, nhia do Metropolitano do DF regisquatro flagrantes de embriaguez trou nove trens vandalizados, com no trânsito e outras três por roubo 2 janelas e sete portas danificadas.

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Polícia registra nove pessoas esfaqueadas em bloco de carnaval Realizado no estacionamento do Estádio Mané Garrincha, em vez de no Eixão, o bloco de carnaval Raparigueiros teve, pelo menos, nove pessoas esfaqueadas nesse domingo (3), de acordo com dados divulgados pelo Corpo de Bombeiros às 21h de ontem. Segundo a PMDF, dentre as vítimas está ainda um policial militar que foi atingido por uma facada na perna. A corporação acredita que todos foram agredidos pelo mesmo autor, uma vez que os crimes ocorreram da mesma forma: nenhum deles foi roubado e não houve conflito antes das agressões. O criminoso foi detido e encaminhado para a 5ª Delegacia de Polícia. O caso mais grave foi de um homem esfaqueado na altura do tórax que foi levado às pressas para um hospital. Conhecido como o bloco mais violento do DF, esta não é a primeira vez que o Raparigueiros registra

REPRODUÇÃO

PAULO H. CARVALHO/ AGÊNCIA BRASÍLIA

CIDADES.

Policial apresenta várias facas apreendidas com foliões em bloco

casos de confusão, agressão e assalto. Ontem (3), também foram registradas brigas. Em alguns casos, policiais interviram com spray de pimenta. Ao tentar conter uma das confusões um outro PM ficou machucado após levar socos e teve

que ser atendido pelos bombeiros. A corporação atendeu 28 pessoas em todo o Distrito Federal das 18 às 21h. Sete pessoas feridas por objetos perfurocortantes foram encaminhadas para atendimento no Hospital de Base.


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Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

BRASIL. Sapucaí fecha festa do samba Mais sete escolas passam pela avenida na noite de hoje, no segundo dia de desfiles FERNANDO GRILLI/RIOTUR

ANDREIA SALLES, JORGE EDUARDO ANTUNES, PAULO GUSMÃO E SORAYA KABARITE Especial para o Jornal de Brasília

Avenida Marques de Sapucaí recebe, hoje, mais sete escolas de samba para a segunda noite de desfiles do Grupo Especial. São Clemente, Unidos de Vila Isabel, Portela, União da Ilha do Governador, Paraíso do Tuiuti, Estação Primeira de Mangueira e Mocidade Independente de Padre Miguel vão passar no segundo dia de um carnaval inchado de agremiações após a virada de mesa do ano passado. Na ocasião, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) decidiu que nenhuma das agremiações cairia para o Grupo de Acesso por conta do desastroso desfile da Acadêmicos do Grande Rio, o que ajudou também a manter na elite do samba o outrora tradicional Império Serrano. Nesta segunda noite de desfiles, a primeira a passar é a São Clemente, 11ª no ano passado. O enredo “E o samba sambou”, desenvolvido pelo carnavalesco Jorge Silveira, o mesmo do ano passado, é a reedição do Carnaval de 1990, que fez bastante sucesso naquela época. E, claro, critica o modelo atual do samba, excessivamente mercantilizado e com personagens secundários colocando de lado os verdadeiros astros da festa, os sambistas. De quebra, a São Clemente promete revisitar os carnavais antigos. Logo depois é a vez da tradicional Unidos de Vila Isabel apresentar o enredo “Em nome do pai, do filho e dos santos, a Vila canta a cidade de Pedro”, do carnavalesco Edson Pereira, campeão do Grupo de Acesso em 2018 com a Viradouro. Trata-se de uma homenagem à cidade de Petrópolis, construída por imigrantes e adotada pelo império brasileiro no século retrasado. A escola campeã em 1988, 2006 e 2013 quer se recuperar dos maus momentos do desfile passado, quando ficou em nono lugar. A passagem da Portela, quarta colocada em 2018, promete muitas emoções. O enredo deste ano, da campeoníssima carnavalesca Rosa Magalhães (ostenta sete títulos no Grupo Especial), leva o nome de “Na Madureira Moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá”, uma homenagem à cantora Clara Nunes, falecida em 2 de abril de 1983. A carnavalesca promete contar a carreira de Clara desde a chegada a Madureira, bairro da Portela, seu encantamento com a escola, sua religiosidade e obra. “Ela era uma coisa rara, era uma mulher que cantou samba enredo na avenida”, detalha Rosa Magalhães. A União da Ilha do Governador, quarta agremiação a desfilar, propõe uma viagem à cultura do Ceará com o encontro de dois mitos da literatura do estado, Rachel de Queiroz e José de Alencar. O carnavalesco Severo Luzardo foca nos livros para mostrar um Ceará guerreiro, glorioso e pujante. Décima colocada ano passado, a pequena escola insulana tem como maior objetivo se manter na elite do samba.

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A Paraíso do Tuiuti foi vice-campeã no ano passado e quer repetir o bom desempenho este ano. A escola desfila hoje na Marquês de Sapucaí com um enredo político. TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

Tuiuti quer se reafirmar como a voz da oposição

A Beija Flor, que passou ontem, ganhou o título ano passado e espera repetir a dose

A Paraíso do Tuiuti, a surpreendente vica-campeã do carnaval do ano passado, volta a apresentar um enredo político. O carnavalesco Jack Vasconcelos leva à avenida o enredo “O salvador da pátria”, que conta a história do bode Ioiô, que perambulava por Fortaleza, capital cearense, e foi “eleito” vereador em 1922, em protesto da população contra os políticos – o animal foi empalhado e doado ao Museu do Ceará, em 1931. O enredo também passeará pela famosa Feira de São Cristóvão, reduto dos migrantes nordestinos no Rio de Janeiro. A multicampeã Mangueira, quinta em 2018, vem com o enredo “História pra ninar gente grande”, do carnavalesco Leandro Vieira, que promete homenagear heróis esquecidos da história. Para embalar, um samba que cita até a vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros em 14 de março do ano passado. Sexta ano passado, a Mocidade Independente de Padre Miguel fecha os desfiles com o enredo “Eu Sou o Tempo. Tempo é Vida”, do carnavalesco Alexandre Louzada, que fala da relação entre o homem e a passagem de anos, meses, dias, horas, minutos e segundos.


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Desfile abre sob chuva forte Império Serrano não consegue empolgar no início do desfile de escolas de Samba do Rio FÁBIO MOTTA/AE

ANDREIA SALLES, JORGE EDUARDO ANTUNES, PAULO GUSMÃO E SORAYA KABARITE Especial para o Jornal de Brasília

desfile das sete primeiras escolas da elite do Carnaval carioca começou com um banho. Não que o Império Serrano tenha feito um desfile como nos tempos do histórico “Bumbum paticumbum prugurundum”, de 1982, seu último título. É que a chuva castigou a Passarela do Samba, na Avenida Marques de Sapucaí. Embaixo d’água, o Império fez pouco, o que prova que não basta apenas ter grandes ideias. O enredo “O que é, o que é?”, do carnavalesco Paulo Menezes, era baseado na clássica música de Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha. Mas, com perdão do trocadilho, o desfile foi uma droga. Mesmo ainda cedo para cravar algum prognóstico de título - afinal, era a primeira de 14 escolas -, a passagem da tradicional escola do bairro de Magno deu mais a sensação de que, se fosse no Grupo de Acesso, poderia até ser campeã. Mas, no Grupo Especial, sairá no lucro se permanecer na elite mais um ano. Nem mesmo o empolgante refrão “é bonita, é bonita, é bonita”,

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do sucesso de Gonzaguinha, usada como samba-enredo, empolgou o encharcado público. Fantasias e carros alegóricos pobres não serão compensados pela alegria dos desfilantes. De especial mesmo só a homenagem à dona Ivone Lara, no último carro. E olhe lá.

Blocos dispersados A forte chuva do início da noite

Bolsonaro é mote para marchinhas É uma tradição carnavalesca brasileira quase tão antiga quanto a República, capaz de abarcar de Getúlio Vargas ao japonês da Federal: para cada assunto sério, haverá uma marchinha a tripudiá-lo. O alvo maior, claro, é quem está no poder. E o presidente Jair Bolsonaro facilitou o trabalho dos galhofeiros neste ano com uma agenda conservadora que diverge do espírito transgressor do Carnaval. A família Passos, em Curitiba, perdeu a conta das visualizações de seus vídeos de marchinhas desde que Isis, 40, conversava com a mãe, Marília, 76, sobre discursos raivosos na web e as duas decidiram transformar tudo em música. Assim nasceu a irônica "A Culpa é do PT", com versos como "nossa bandeira jamais será vermelha", "vamos acabar com isso daí" e "bandido bom é bandido morto" -todos

tirados de redes sociais. Desde então, a família já fez marchinhas criticando a reforma da Previdência, tirando sarro de Flávio Bolsonaro e dos eleitores que chamam de pobres reaças de direita. Coautor do hit "Japonês da Federal", o advogado Thiago Souza tem um palpite sobre o interesse dos carnavalescos pelo novo governo. "É um governo supercontraditório, a retórica da moral com os laranjas, o [ex-assessor de Flávio Bolsonaro] Queiroz, por si já é piada. Se governar um país não fosse uma coisa séria, seria muito divertido." Para ele, quanto mais um governo for radical, à direita ou à esquerda, mais sujeito à sátira estará. "A narrativa conservadora é boa de virar piada. É muito inflexível. E os progressistas têm comportamento muitas vezes esdrúxulo. Por isso viram piadas boas também".

de domingo antecipou o encerramento dos blocos no Rio de Janeiro. Às 17h40, a prefeitura decretou estágio de atenção por causa do temporal, que alagou ruas de diversos bairros. Segundo a RioTur, 662 mil pessoas participaram dos desfiles dos blocos no domingo. O Simpatia é Quase Amor terminou o cortejo às 18h, duas horas antes do horário

GOZAÇÃO

Bolsominions somem INTEGRANTES NÃO CHEGARAM • O bloco Bolsominions, que estava programado para desfilar neste domingo (3), nem deu as caras no ponto de encontro, entre as ruas Harmonia e Girassol, na Vila Madalena, São Paulo. • Sem perfil nas redes sociais, como a maioria dos demais blocos, o Bolsominions deveria começar às 15h. Não dá para saber, portanto, se a proposta foi homenagear o presidente Jair Bolsonaro ou reunir críticos ao seu governo. • Grupos de foliões que passavam pelo local estavam mais interessados em saber onde estava outro bloco, concentrado na rua Harmonia, o Lets Block.

previsto, quando a chuva se intensificou na praia de Ipanema. O bloco Cachorro Cansado também foi prejudicado. O grupo cancelou o desfile no Flamengo. A chuva deve atrapalhar o desfile do Grupo Especial das escolas de samba do Rio. A previsão para as próximas horas é de chuva forte, possivelmente acompanhada de raios e rajadas de vento.

Império Serrano não empolgou ao abrir o desfile das primeiras sete escolas da elite do Carnaval Carioca, também pela chuva


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OPINIÃO. ARTIGOS

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COMENTARIOS DO JBr

União por Brasília uando os governos atuam em parceria com o setor produtivo, as chances de fortalecer a economia aumentam consideravelmente. Sempre acreditei na formação de alianças com o Governo do Distrito Federal, com a Câmara Legislativa e com outros Poderes em benefício da cidade. Precisamos trabalhar em conjunto para vencer obstáculos como a excessiva carga tributária, a falta de segurança jurídica, a burocratização e a informalidade. Hoje, esses problemas corroem a nossa competitividade. Como consequência, temos mais de 300 mil desempregados, muitos sem capacitação e milhares sem acesso a saúde, educação e cultura. Com o interesse em buscar soluções para boa parte desses problemas, o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, tem procurado autoridades dos Três Poderes em todo o País e demonstrado a relevância do Sistema Nacional do Comércio. Em Brasília, Tadros ofereceu ao GDF uma parceria para ampliar os serviços ofertados gratuitamente pelo Sesc e Senac para to-

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da população. Tive a honra de assinar o protocolo, na última quarta, junto com o governador Ibaneis Rocha, que tem atuado fortemente para destravar nossa economia, e com o primeiro vice-presidente da CNC e presidente do Conselho Regional do Sesc-DF, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante. Com isso, conseguiremos ampliar a qualificação profissional dos cidadãos e inserir centenas de pessoas no mercado de trabalho. Suas famílias também terão acesso a saúde e cultura. Foi uma demonstração de harmonia entre o GDF, a Fecomércio e a CNC. Também participaram do ato secretários de estado, deputados distritais e federais e o senador Izalci Lucas. Ficou evidente o quanto podemos fazer se estivermos juntos. Procuramos deixar claro que a Federação do Comércio está de portas abertas para os empresários, para a classe política e para todos os cidadãos interessados em transformar Brasília. Fazer dessa união uma prática será uma de nossas prioridades. FRANCISCO MAIA é presidente da

Fecomércio-DF

Onde está a alegria egando o gancho nessa festa linda que é o Carnaval, começo esse artigo citando o Padre Emanuel Dias, um visionário e servidor da luz, que conquistou meu coração em uma de suas pregações, dizendo que é muito mais fácil encontrar Deus dentro da multidão dos foliões do que no banco de uma igreja. Você pode imaginar a cara de espanto de muitos fiéis, mas o que ele quis dizer é que o Criador, ou seja lá qual for o nome que você dá a essa experiência do sagrado, reside onde está a alegria. Por essa razão, é perfeitamente natural que muitos prefiram pular na Sapucaí a escutar uma entidade eclesiástica explicando um monte de regras escritas há dois mil anos. Você já deve ter escutado a frase “atraímos o que vibramos” e, a nossa vibração de fábrica, nossa essência, é de puro gozo, abundância e contentamento. Isso quer dizer que nascemos para atrair unicamente amor, gratidão e compaixão e tudo o mais que gira em torno desses três pilares. Logo, é muito mais fácil nos en-

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contrarmos em lugares que têm esse foco explícito. Importante: não estou me referindo aos eventos festivos cujo objetivo é mergulhar no universo inconsciente do álcool e das drogas – esses também nos deixam muito distantes de quem somos. A palavra entusiasmo significa Deus no coração, e, em minha opinião, é a que melhor descreve os momentos de nossa existência em que tudo parece estar no lugar perfeito. Não há dor e nem julgamentos. É, simplesmente, sorver cada sopro de vida com a inocência do primeiro e a atenção como se fosse o último. Perceber que somos parte de um plano maior, que nunca estivemos e, jamais, estaremos desconectados da Unidade. A partir de hoje, escolha locais que façam a sua luz brilhar e revelam somente o seu melhor. Faça valer a pena, todos os dias, celebre e honre esse presente que é a vida. NATHALIE MALKINE, monja Pranada

Ishaya, é coach e meditação para alta performance na Reinvente Ser

(61) 99606.4199 Envie suas sugestões de reportagem, imagens e vídeos para o nosso WhatsApp

Saem presidente e diretores da Vale O esquema foi montado, agora entra um novo presidente que não sabia de nada , que não estava lá e o outro sai inocente: esse é o país da corrupção.

CARTASDOLEITOR

VANDERLEI GARCIA, PELO FACEBOOK,

Orgia

Gilmar Mendes

Este país não tem jeito mesmo. Por anos a fio, vimos na imprensa falada e escrita notícias relativas a verbas indenizatórias, auxílio-moradias e vários outro penduricalhos no Senado e na Câmara dos Deputados. Essa turma que entrou agora nos enganou a todos. Já receberam mais de R$ 100 mil cada. Dois meses de salário e um de transferência para Brasília. Esses idiotas, sem exceção, são verdadeiros sanguessugas. Só mudou a panela. O conteúdo é o mesmo. Mudamos quase 60% dos palhaços, mas não adiantou nada. Continuamos mantendo a orgia do dinheiro público. Pior, sabe-se agora que a Odebrech deu mais de R$ 1 bilhão a vários deputados e senadores entre eles, Maia, Agripino (não eleito), Jucá e tantos outros usurpadores do dinheiro que era público. Essa turma recém-eleita tinha o dever de mudar essa...

Ao sugerir que está havendo uma desinstitucionalização dos setores da administração pública, o ministro Gilmar Mendes esqueceu, apenas, de declinar a origem de tal processo: a soltura indiscriminada, por membros do STF, de criminosos que dilapidaram o erário público, levando o Brasil à beira do abismo.

JOSÉ MONTE ARAGÃO,

Sobradinho/DF

Assaltos Um alerta ao GDF vide PM e Polícia Civil sobre onda de assaltos à mão armada por moradores de rua na comercial 309 Sul onde funciona o Big Box e Pão de Açúcar, salões de beleza tem sido assaltado em plena luz do dia, afastando-se os clientes desses locais e gerando desemprego pela fuga de clientes. Espera-se uma solução ao problema da falta de segurança que abarca as quadras 309 e 308 Sul, comercial! SIMÃO SZKLAROWSKY, Asa Sul/DF

CARTAS PARA A REDAÇÃO:

sobre a matéria: “Vale demite presidente e três diretores após reunião do Conselho

Vale II Agora é que resolveram demitir, nossa! Há muito tempo já era pra ter sido demitido. Foram vidas que se foram de maneira trágica. SILVA OCIANIDE, PELO FACEBOOK,

Norte/DF

sobre a matéria: “Vale demite presidente e três diretores após reunião do Conselho

Não abuse...

Vale III

Visto que saiu ileso, é preciso que alguém convença Juan Gerardo Guaidó Márquez, presidente interino da Assembleia Nacional da Venezuela, que não volte ao país. Até porque, o presidente Nicolás Maduro, deve cair de maduro muito brevemente. Com trocadilho, por favor!

Que a empresa intensifique todas as medidas efetivas, necessárias e urgentes para reparar tudo o que causou e evitar novas situações do gênero! Todas!

ELIZIO NILO CALIMAN, Lago

CLÁUDIO L. SALES PACHE, PELO FACEBOOK, sobre a matéria: “Vale

demite presidente e três diretores após reunião do Conselho

MARIA ELISA SANTOS, São Paulo/SP

E o ventilador? Cabral está abrindo o bico. Disse que é viciado em roubar, portanto, réu confesso, e está dando nome aos bois. 60% do que falou já do conhecimento da justiça. Os outros nomes anexados é que são novidade. Deve ter gente do MP, do Judiciário, etc. Acho que esta jogando m..... no ventilador. Se não estiver ajudando posso compará-lo ao gato (tudo a ver) Garfield em uma de suas máximas: "se não puder convencê-los, confunda-os". IRIA DE SÁ DODDE, Rio de

Janeiro/RJ

cartas@jornaldebrasilia.com.br

SIG trecho 1 - Lote 765 - Brasília - DF - CEP 70610-400. Inclua nome completo, endereço e identidade

Hospital de Base Deve ser só ai mesmo porque ontem no Hospital do Gama tinha gente que chegou ao meio dia e até às sete da noite não tinha sido atendida ainda. Tinha só o nome dos médicos na escala na parede, mas não apareceu um só, deviam estar todos pulando carnaval... BETINHO LIMA, PELO FACEBOOK,

sobre a matéria “Hospital de Base mantém programação de cirurgias no Carnaval”

Dois casos de meningite no DF É bom que essa escola tenha a responsabilidade de garantir que outros pais busquem precaver a saúde de seus filhos. RAQUEL REGIS, sobre a matéria “Caso

de meningite do DF tem baixo risco de contaminação”


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POLÍTICA. LUIS MACEDO / CÂMARA DOS DEPUTADOS

NOMEAÇÕES

PÁ DE CAL

Militares em porto, banco e até Ibama

Para Marinho, a medida é necessária devido ao "ativismo judiciário, que contradita o Legislativo e permite a cobrança"

Acaba de vez a farra da contribuição de sindicato Medida provisória barra recolhimento compulsório feito a partir de desconto nos salários de todos os trabalhadores para beneficiar entidades sindicais cabou de vez a contribuição sindical, aquela correspondente a um dia de salário de todo trabalhador registrado pela CLT. Era descontada automaticamente do pagamento dos assalariados e caia diretamente na conta do sindicato da categoria. Este ano já não será feito o desconto. É que o governo do presidente Jair Bolsonaro editou a Medida Provisória 873 para reforçar o caráter facultativo da contribuição sindical. O texto ainda extingue a possibilidade de o valor ser descontado diretamente dos salários dos trabalhadores. O pagamento agora deverá ser feito por boleto, enviado àqueles que tenham previamente autorizado a cobrança. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) de 1º de março. O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, explicou em sua conta no Twitter que a medida é necessária devido ao "ativismo judiciário, que tem contraditado o Legislativo e permitido a cobrança". Marinho é ex-deputado federal e, em 2017, foi relator da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados. Foi ele quem incluiu no texto a medida que pôs fim ao imposto sindical, cobrança até então obrigatória a todos os trabalhadores. A contribuição sindical equivale ao

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valor recebido por um dia de trabalho. "A MP deixa ainda mais claro que contribuição sindical é fruto de prévia, expressa e individual autorização do trabalhador", explicou o secretário na rede social. O texto também deixa claro que nenhuma negociação coletiva (que ganhou força sobre a legislação após a reforma trabalhista) ou assembleia geral das entidades terá poder de devolver ao imposto sindical o status obrigatório. Pelas novas regras, o boleto bancário (ou equivalente eletrônico) precisará ser previamente solicitado e obrigatoriamente enviado à residência do empregado ou, na impossibilidade de recebimento, à sede da empresa. Quem descumprir essa medida poderá ser multado. A MP ainda deixa claro que é vedado o envio da cobrança sem que haja autorização "prévia e expressa" do empregado. O governo prevê que a autorização prévia do empregado deve ser "individual, expressa e por escrito". Não serão admitidas autorização tácita ou substituição dos requisitos por requerimento de oposição (quando o trabalhador indica ser contrário ao desconto). O desconto da contribuição assistencial - recolhida quando há ce-

ENTENDA

Só vale se voluntária TRIBUNAIS REFERENDAM LEI • Antes da aprovação da reforma trabalhista, era obrigação do empregador descontar da remuneração do empregado o equivalente a um dia de trabalho por ano, sendo o valor repassado ao sindicato representante da categoria. • O texto da recém aprovada reforma trabalhista dispõe que apenas é lícito ao empregador descontar a contribuição sindical do empregado quando este expressamente assim autorizar. • Diversos sindicatos têm impetrado mandados de segurança, bem como ações de inconstitucionalidade, alegando que a nova redação viola a Constituição. Perderam em todas as instâncias.

lebração de acordo ou convenção coletiva - também deverá ser previamente autorizado.

Explosão O número de sindicatos no Brasil passou dos 17,2 mil este ano, no governo Michel Temer. Em setembro de 2015, antes do impeachment de Dilma Rousseff. o total já era impressionante: 15,9 mil entidades. Quando Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito, o Brasil virou campeão no número de o Brasil virou campeão no número de sindicatos, com mais de 90% do total mundial. Foi autorizada a criação de 9.382 sindicatos em 2006, mais da metade dos 17.289 de hoje. Na origem dessa explosão estava justamente a contribuição sindical: bastava um sindicato registrar-se, com uma determinada categoria e uma base física para passar a pingar em sua conta a arrecadação compulsória dessa contribuição. Mais, como nos governos petistas estabeleceu-se a divisão desses valores com as centrais sindicais, também elas passaram a expandir-se. O Brasil já tem as seguintes centrais: CUT, OTB, UST, CBDT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, CGTB, CSB, Pública, e Central Unificada dos Profissionais Servidores Públicos.

O governo de Jair Bolsonaro vai ampliar a militarização na máquina pública federal, com a entrega para a Marinha de postos de comando nas superintendências de portos, no Ibama e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Após a nomeação para ministérios importantes, os militares agora são chamados a ocupar também cargos no segundo e terceiro escalões. Trata-se de uma nova fase do movimento crescente de escolha de oficiais da reserva das Forças Armadas para posições estratégicas e setores historicamente envolvidos em denúncias de corrupção. Levantamento feito pelo Estado contabiliza pelo menos 103 militares na lista dos cargos comissionados de ministérios, bancos federais, autarquias, institutos e estatais, entre elas a Petrobrás. Fatores como o desgaste da classe política permitem o avanço dos militares na burocracia federal. Na última semana, foram escolhidos os almirantes da reserva da Marinha Francisco Antônio Laranjeiras e Elis Triedler Öberg para comandarem os portos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, respectivamente. Para o cargo de diretor-presidente da Companhia Docas de São Paulo, que controla o Porto de Santos, o governo nomeou o engenheiro naval civil Casemiro Tércio Carvalho. Ele, no entanto, terá a seu lado um militar da Marinha para "sanear" o órgão e acabar com "entraves" burocráticos. Em defesa desse movimento do governo, um oficial do Alto Comando das Forças Armadas disse que a escolha de militares tem por objetivo conferir credibilidade aos postos com base em "um modo eficiente de administrar", com "zelo pelo dinheiro público". Deputados que procuram o governo para pedir cargos nos Estados relatam que recebem de ministros um pedido: "Você tem um militar para indicar?"

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OFICIAIS EM CARGOS COMISSIONADOS


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POLÍTICA.

Jornal de Brasília

Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

ESPLANADA. HINO DESAFINADO A despeito de ter admitido que errou ao pedir que escolas filmassem professores, alunos e funcionários cantando o Hino Nacional, sem autorização prévia, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez (foto), pode ser alvo de processo na Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Advogados da oposição finalizam a representação que será protocolada nos próximos dias no colegiado com pedido de abertura de processo disciplinar contra Vélez. A Coluna antecipou no Twitter, na última segunda, que não é novidade a obrigatoriedade do Hino – vem do Governo Dilma Rousseff, sob Fernando Haddad então ministro do MEC. Mas filmar a garotada é invenção.

Leandro Mazzini

Com Walmor Parente (DF), Beth Paiva (RJ) e Henrique Barbosa (PE) reportagem@colunaesplanada.com.br

Gatilho

FBI x Rei

O PT já protocolou na Comissão contra o ministro da Justiça, Sérgio Moro, por não responder a representação do PSOL a respeito de seu encontro com diretores da Taurus.

Há gente graúda torcendo no Brasil para que a Polícia Federal encontre primeiro que o FBI o foragido Arthur Soares, o Rei Arthur, denunciado pelo MPF no esquema de compra de votos pela escolha do Rio de Janeiro para a Olimpíadas de 2016. Suas empresas tiveram contratos com os quatro últimos governadores do Estado.

Fundo da patota Nas eleições de 2018, o valor do Fundo eleitoral passou de R$ 1,7 bilhão. Para o senador Márcio Bittar (MDB-AC), além de gastar o dinheiro que poderia ir para áreas sociais importantes, “o fundo cria concentração de poder exacerbada nas direções dos partidos, que distribuem os recursos como querem, sem regras definidas”.

Lava Jato Yankee Arthur Soares mora nos Estados Unidos e sumiu do mapa desde que foi denunciado. Foram bilhões em contratos com as últimas gestões. E o FBI? Se ficar comprovada a suspeita de que ele lavou dinheiro nos Estados Unidos, a coisa piora, piora muito para ele. E lá a cana é dura. Que o diga José Maria Marin, ex-CBF.

Fogo no paraíso

Linhão vem aí

A Polícia Ambiental e a Polícia Civil do Sul da Bahia têm a oportunidade de investigar os misteriosos focos de incêndio na reserva florestal do Frade, na chamada Reta do búfalo, entre Trancoso e Caraíva. Os paraísos praianos ficaram com céu esfumaçado nas últimas três semanas. Força tarefa dos bombeiros de Porto Seguro e Salvador, com aviões e caminhões-tanque, controlaram os incêndios. Mas muita madeira foi vista em caminhões nas noites nas estradas, contam moradores à Coluna.

Em reunião com a bancada federal de Roraima no último dia 27, o presidente Jair Bolsonaro anunciou prioridade na construção do Linhão de Tucuruí, com uma previsão de início da obra para até o dia 30 de junho. A obra será tratada como uma questão de soberania nacional para possibilitar a aceleração dos trâmites.

Apagões Como notório, o Estado depende de energia com linhas oriundas da Venezuela, afundada em crise sócio-política-econômica, e há risco de o Estado ficar às escuras. “Finalmente a população de Roraima recebe a resposta de demanda antiga” conta o senador Mecias de Jesus (PRB-RR), que lembra os constantes apagões.

UESLEI MARCELINO/REUTERS

Conta alta O projeto está no papel desde 2011. Com a crise da Venezuela a preocupação aumentou: os apagões têm sido constantes, e o alto custo do óleo diesel para colocar as termelétricas em funcionamento acaba subindo as tarifas de energia dos roraimenses.

Índios Problema crucial é que o Linhão precisa passar por terras da reserva dos índios Waimiri-Atroari, que colocam ob$táculo$ à obra. Sem a questão da soberania, precisa-se de avais da Funai e do Ibama. De quebra, a questão se judicializou, com decisões do Tribunal de Justiça do Amazonas, contrárias à obra.

Pé torto Apesar da boa e bela folia na capital, Recife está toda esburacada nas principais vias, reclamam os moradores. A prioridade do prefeito Geraldo Júlio (PSB),dizem aliados, é deixar a capital um verdadeiro tapete. Mas ano que vem.

ESPLANADEIRA .André Figueiredo, líder do PDT na Câmara Federal, curtiu o Bloco Órfãos do Brizola, que se concentrou em frente à Fundação Leonel Brizola, no Rio . Carlos Lupi, presidente do PDT, mandou mensagem de solidariedade a Lula pela morte do neto, Artur. "É uma dor insuperável. Que Deus conforte o ex-presidente e toda a sua família”.


Jornal de Brasília

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Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

ECONOMIA. Lojistas do DF esperam faturar mais 4% desta vez

KLEBER LIMA

VENDAS NO CARNAVAL

Como em 2019 a festa cai em março, menos brasilienses estarão fora da cidade e o consumo deverá crescer que apenas 180 mil pessoas deixaram o Distrito Federal para curtir a festa. Em 2017, este número foi de arnaval deixou de ser sinôni- 410 mil e no ano passado 380 mil mo de pouca movimentação brasilienses pularam Carnaval em no Distrito Federal. Com cerca outra cidade. de 200 blocos nas ruas e 50 bailes A quantidade menor de foliões em clubes durante os quatro dias viajando foi visto como uma grande folia, quem também esperar co- de oportunidade para os shopmemorar é o comércio. Menos pes- pings que, pela segunda vez na hissoas deixaram a capital federal e a tória de Brasília, abriram o comérinflação diminuiu. Com isso, a ex- cio de shoppings no dia de ontem, pectativa do setor é domingo de Carnaque o feriado repre“A estratégia funMenos pessoas val. sente um crescimencionou muito bem deixaram a to de 4% das vendas no ano passado, porem relação ao mesque uma coisa é ter o capital e a mo período do ano shopping fechado só inflação caiu, o com a praça de alipassado. O grande trunfo funcioque estimula as mentação dos varejistas neste nando, outra é o concompras dos sumidor ver tudo ano foi a data em que a comemoração aberto. Isso estimula foliões caiu. De acordo com o consumo”, afirma Edson de Castro, preEdson de Castro. sidente do Sindicato Do Comércio Com mais estabelecimentos Varejista Do Distrito Federal, o Car- abertos, as vendas no comércio do naval acontecer em março faz com DF para o Carnaval - nos dias 3, 4 e 5 que menos pessoas programas- - devem subir 4% contra 3% do ano sem viagens. “Quando cai em feve- passado. “Os juros e a inflação caíreiro, geralmente é antes das aulas ram, isso impulsiona a economia e começarem. Isso faz com que mui- o poder de compra das pessoas”, tas famílias procurem cidades dife- diz Edson. rentes para passar o feriado. Como Preferência entre os consumidoo ano letivo já começou, fica mais res, os cartões de crédito devem difícil”, avalia. responder por 95% do faturamento Por conta disso, a estimativa é de do comércio.

MATHEUS GARZON redacao@grupojbr.com

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Com mais gente na cidade durante o Carnaval, o comércio tem vendas maiores e o movimento, em especial nas feiras e supermercados aumenta muito com as festas

SERVIÇO

O que funciona no Carnaval? COMÉRCIO • Hoje, dia 4, e amanhã, dia 5, as lojas ficarão fechadas. É o que estabelece a Convenção Coletiva de Trabalho, feita entre o Sindicato do Comércio Varejista – Sindivarejista – e o Sindicato dos Empregados no Comércio. • Na quarta-feira de cinzas, dia 6, o comércio de rua e de shoppings funcionará normalmente. Essa é outra novidade já que, em anos anteriores, os estabelecimentos abriam apenas a partir das 13hrs. • Supermercados, bares e restaurantes abrem normalmente.

Bares e restaurantes vão lotar. Hotéis se esvaziam. Outros dois setores que estão diretamente ligados ao Carnaval se encontram em situações bem diferentes. Enquanto os bares e restaurantes esperam aumento nas vendas, os hotéis estarão pouco movimentados. De acordo com uma pesquisa feito pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília, o Sindhobar, a expectativa é de que haja um crescimento de 20% no faturamento no ramo gastronômico. Cerca de três mil vagas de emprego temporário devem ser criadas. “Sem dúvida é o setor com maior expectativa. As contratações

para esse período mostram como a demanda desses serviços é alta”, analisa Francisco Maia, presidente da Fecomércio. Já pelo lado da ocupação de vagas nos hotéis, o número não é animador. Outro levantamento aponta que apenas 25 mil pessoas estão hospedadas na capital federal para a data festiva. “No setor hoteleiro, a situação não é das melhores. Brasília não é uma cidade turística. Hoje é a quinta cidade com maior movimentação de Carnaval do país, mas não são muitas pessoas que vem de fora”, diz Maia.

Preço populariza Corote As garrafinhas redondas de plástico nas mãos (e bocas) de jovens causam olhares tortos dos mais velhos. A embalagem e a marca Corote -conhecida por causa das suas cachaças de R$ 2- prometem virar hit do Carnaval de 2019. Ao contrário do que parece, ninguém está bebendo cachaça como se fosse refrigerante. A Corote Sabores é feita a base de vodca. E diferente da sua "irmã mais velha", de

quem herdou a embalagem "barrigudinha", possui 13,5% de graduação alcoólica, bem menos que os 40% da aguardente. Os 500ml de vodca misturada com essências que vão do tradicional limão ao exótico blueberry eram vendidos por de R$ 8 nos blocos. Nos bares, três garrafas saiam por R$ 10 -mesmo valor pago por três latinhas de 269ml de cerveja. No varejo, a garrafinha custa R$ 3.


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Jornal de Brasília

Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

MUNDO. DONALD TRUMP CONTRA KIM JONG-UN

VENEZUELA REUTERS

Guaidó tem data para seu retorno

Nem a falta de avanços na cúpula entre Trump e Kim desanimou as duas Coreias, que apostam em um acordo

Coreias ainda acham que obterão o acordo nuclear Impasse na cúpula do Vietnã poderá ser superado, já que não se falou em uma ruptura das negociações pesar do fracasso da cúpula entre o presidente Donald Trump e o líder Kim Jong-un, em Hanói, em 27 e 28 de fevereiro, as duas Coreias estão decepcionadas, mas relativamente otimistas sobre o futuro e acreditam que não está à vista um rompimento as negociações. Para a Coreia do Sul, a falta de resultados reflete mais uma dificuldade para encontrar um terreno comum do que um impasse. Lamentando a ausência de um "acordo completo", a Casa Azul (a presidência sul-coreana) considera que até agora, apesar de turbulências ocasionais, houve "avanços significativos nunca vistos no passado" . Ou seja, o impasse surgido no final de fevereiro não foi suficiente para se considerar um retrocesso em relação aos avanços nas negociações anteriores. Ao contrário do seu hábito de atacar os Estados Unidos ao menor disputa, a agência oficial de notícias da Coreia do Norte, a KCNA,disse que o país anunciou algumas horas após o fim súbito da cúpula em Hanói que " os dois líderes con-

A

cordaram em continuar suas frutíferas discussões sobre a desnuclearização da península coreana e a melhora das relações com os Estados Unidos ", sem mencionar a falta de resultados. De acordo com a KCNA, Kim Jong-un elogiou os "esforços positivos" do presidente Trump para reduzir a tensão na península. A verdade é que Donald Trump está fazendo com que a demanda norte-coreana para que os Estados Unidos levantem as sanções econômicas sirva de pretexto para o colapso das negociações. Mesmo assim, as Coreias se dispõem a fazer cara de paisagem para a estratégia de Trump P yongyang evita culpar Washington pelo impasse da cúpula, apesar de Trump ter sabotado a exigência norte-coreana de suspender sançõesa. Essa versão foi até mesmo contestada pelo ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, durante uma conferência incomum realizada na noite de quinta-feira, 28 de fevereiro, em mais um sinal de boa vontade.

SAIBAMAIS » Em Hanói, foram os termos de troca que foram considerados problemáticos. Donald Trump disse ter a certeza de que Kim Jong-un queria que o levantamento de todas as sanções ao seu país em troca o desmantelamento imediato do arsenal nuclear, concentrado no centro de Yongbyon.

» Já o ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, mais tarde assegurou ter pedido um levantamento parcial sobre as medidas que, disse ele, criam problemas mais sérios para a população, em troca do fechamento das usinas nucleares.

» Mas há um problema adicional, ainda oculto. A inteligência dos Estados Unidos considera que Pyongyang tem pelo menos um outro local de produção físsil, ainda não admitido.

Guerra dos egos ajuda a complicar A extrema personalização das negociações entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte, com os egos gigantes de Trump e Kim, foi considerada a base de uma dinâmica sem precedentes. Pode ter sido a principal razão para o fracasso em Hanói na quinta-feira, 28 de fevereiro, quando Donald Trump e Kim Jong-un se separaram sem chegar a um acordo sobre qualquer declaração conjunta. A primeira cúpula realizada em Cingapura em junho de 2018 já havia mostrado os limites desse quadro. Após este primeiro encontro histórico, o presidente dos Estados Unidos tinha assegurado em sua conta no Twitter que "não havia mais ameaça nuclear norte-coreana" , apenas para descobrir mais tarde que os dois lados tinham uma leitura divergentes da desnuclearização que se haviam estabelecido Enquanto se falava, de um lado em limites apenas à Coréia do Norte, do outro se combravam medidas de reciprocidade dos EUA, conforme solicitado por Pyongyang.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, reafirmou na noite de sábado que regressará ao país. "Anúncio meu retorno ao país e a convocação de manifestações em todo o território nacional para esta segunda-feira e terça. Vamos espalhar essa mensagem e fiquem muito atentos ao nosso chamado através das redes oficiais", escreveu Guaidó em sua conta oficial no Twitter. Na quinta-feira, Guaidó já havia informado que retornaria ao seu país ainda no final de semana ou na segunda-feira, apesar das ameaças de que poderá ser preso no retorno. Em nota, ontem o ministério das Relações Exteriores do Brasil disse esperar que a volta de Guaidó à Venezuela ocorra sem incidentes e que "os direitos e segurança do político e de seus familiares e assessores sejam plenamente respeitados por aqueles que ainda controlam o aparato de repressão do regime". O governo venezuelano sinalizou que está aberto a negociar com a oposição, mas para isso impôs cinco condições, entre as quais estão a não interferência de outros países nos assuntos internos do país e o respeito a soberania da Venezuela. Os outros pontos são: respeito ao direito a paz do país; retirada de sanções e o estabelecimento de um mecanismo para dirimir por meios pacíficos as diferenças entre governo e oposição. A proposta foi anunciada pelo vice-presidente para Comunicação, Cultura e Turismo da Venezuela, Jorge Rodríguez, em entrevista à agência russa Sputnik Nóvosti. O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, já anunciou que retorna para casa após concluir a visita ao Equador, elevando a perspectiva de um confronto com o governo que tenta derrubar. "Estou anunciando meu retorno para casa", disse após encontro com o presidente equatoriano, Lenín Moreno.

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PAÍSES RECONHECEM POSSE DE GUAIDÓ


Jornal de Brasília

Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

SEMFIRULA.

TORCIDA.

Vicente Dattoli

CAMPEONATO PAULISTA

BOLA LARANJA

LUCIANO CLAUDINO/AE

Pablo aproveitou rebote e não perdoou: encheu o pé, acertou o ângulo direito de Alex Alves e abriu o placar

São Paulo retoma a liderança com vitória Com dois gols no segundo tempo, time consegue vencer após três rodadas e fica mais perto de sua classificação São Paulo derrotou o Bragantino por 2 a 0, neste domingo, no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP), pela nona rodada do Campeonato Paulista, em um resultado que recolocou o clube na liderança do Grupo D. O atacante Pablo e o zagueiro equatoriano Arboleda marcaram os gols da vitória no segundo tempo. Beneficiado pelas derrotas de Oeste (para o Santos) e Ituano (para o Palmeiras) na rodada, o time do Morumbi subiu para 13 pontos e assumiu a ponta. O São Paulo não vencia há três rodadas no Paulistão: derrotas para Corinthians e Ponte Preta, ambos fora de casa; e um empate sem gols como mandante contra o Red Bull Brasil. Na 10ª rodada, o Bragantino - que está na terceira colocação do Grupo C, atrás de Corinthians e Ferroviária - buscará a reabilitação contra o Botafogo, nesta sexta-feira, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto (SP). No sábado, o São Paulo vai tentar ficar mais próximo da classificação contra a Ferroviária, às 21 horas, em casa. O São Paulo foi melhor que o Bragantino no primeiro tempo, mas ainda distante de apresentar um futebol convincente, que faça o seu torcedor olhar um horizonte promissor. Prejudicado por um Bragantino defensivo, que pouco se arriscou ao ataque e se compactou

O

na defesa, as duas melhores chances na etapa inicial aconteceram através de cobranças de faltas: com Pablo, aos 14, e Hernanes, aos 37 minutos. Hernanes, por sinal, também não fez uma boa partida. Desarmado em três oportunidades, errou passes simples e teve rendimento abaixo do esperado. No segundo tempo, o técnico interino Vagner Mancini decidiu arriscar. Com o Bragantino chegando muito pouco ao ataque, abriu mão do esquema com três zagueiros e colocou Diego Souza em campo A alteração, em um primeiro momento, não deu o resultado esperado. O time se perdeu em campo, passou a viver de bolas longas ao ataque e por muito pouco não levou o gol depois que Wesley desperdiçou uma grande chance. Insatisfeito com o rendimento na segunda etapa, Vagner Mancini

colocou Nenê em campo e, justamente quando o São Paulo era inferior ao adversário, chegou ao gol. Aos 17 minutos, Tiago Volpi lançou, Diego Souza desviou de cabeça, a bola bateu nas costas de Juliano e sobrou para Pablo, que não perdoou: encheu o pé, acertou o ângulo direito de Alex Alves e abriu o placar. Foi o quarto gol do atacante nesta temporada. A vantagem deu novo panorama ao confronto. O Bragantino se abateu com o gol sofrido. O São Paulo ganhou confiança, passou a valorizar a posse de bola e ampliou o placar aos 30 minutos. Nenê cobrou escanteio, Arboleda subiu mais que a defesa rival e deu números finais ao jogo. O São Paulo ainda esteve próximo do terceiro gol, já nos acréscimos, após jogada individual de Antony, mas a conclusão saiu sem força e facilitou a defesa de Alex Alves.

SAIBAMAIS » No duelo entre líder e vice-líder do Campeonato Italiano, deu vitória do primeiro colocado. A Juventus venceu o Napoli por 2 a 1 neste domingo (3), fora de casa, aumentou a vantagem na ponta para 16 pontos e deu um grande passo rumo ao oitavo título nacional consecutivo.

» Cristiano Ronaldo teve uma atuação abaixo do normal, e o Napoli aproveitou o início fraco da Juventus para pressionar. Só que a defesa napolitana se atrapalhou, o goleiro derrubou o português na entrada da área e na cobrança de falta, Pjanic fez um golaço. Caminho aberto.

O título seria "Laranjada", mas achei melhor passar batido por qualquer dupla interpretação que pudesse ser feita. Vou falar sobre a Copa do Mundo masculina de basquete, que será realizada na China, de 31 de agosto a 15 de setembro deste ano. Para fugir da concorrência do futebol, a Federação Internacional de Basquete (FIBA) decidiu alterar a data de sua principal competição (o Mundial deveria ter sido realizado ano passado), mas, vejam a ironia, não fugiu do nome "Copa do Mundo". Como no futebol - e as referências conduzirão a coluna -, a Copa do Mundo de basquete cresceu. Ou inchou, podem escolher. A deste ano terá 32 países. Isso mesmo: 32 países disputarão a Copa do Mundo masculina de basquete. Ao lado da China, anfitriã, teremos cinco africanos (Angola, Costa do Marfim, Nigéria, Senegal e Tunísia); sete americanos (Estados Unidos, Argentina, Brasil, Canadá, República Dominicana, Porto Rico e Venezuela); sete asiáticos fora os chineses (Austrália - que como no futebol jogou as eliminatórias na Ásia -, Irã, Japão, Jordânia, Coreia do Sul, Nova Zelândia - mesmo caso dos australianos - e Filipinas); e 12 europeus (República Tcheca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Lituânia, Montenegro, Polônia, Rússia, Sérvia, Espanha e Turquia). Gente demais, ou melhor, países demais. Ao contrário dos mundiais anteriores, onde torneios continentais valiam vagas e tínhamos torneios qualificatórios específicos, a FIBA decidiu realizar eliminatórias continentais. Como no futebol. Em alguns casos, as eliminatórias duraram 15 meses. As fórmulas de disputa foram variadas. Eram jogos em ida e volta; grupos e sub-grupos; passavam os x melhores de cada grupo, na segunda fase, mas havia lugar para o y melhor... Falando a verdade? Uma confusão. E com o detalhe que não houve aquela empolgação que caracteriza as eliminatórias do futebol. Para que o leitor tenha ideia, a última vaga das Américas foi decidida na segunda-feira, dia 25 de fevereiro. A República Dominicana recebeu a seleção brasileira - o ginásio estava vazio. Os donos da casa perderam a partida, mas se classificaram. Isso mesmo: os dominicanos perderam para o Brasil, mas como o Uruguai também foi derrotado, na outra chave, por Porto Rico, eles acabaram com a vaga de melhor quarto colocado da segunda fase das eliminatórias. Frustrante, não é mesmo? Aliás, o ginásio vazio se explica: só uma catástrofe tiraria a vaga dos anfitriões, mesmo perdendo a partida. Desinteresse absoluto. E o leitor que acompanha o basquete deve estranhar, por exemplo, a ausência da Croácia - a vice-campeã mundial de futebol. Os croatas sempre tiveram equipes de qualidade. Numa hora em que 32 países disputarão o Mundial, ou melhor, a Copa do Mundo, ficam de fora - e veem a Jordânia classificada, por exemplo. Este tipo de distorção era corrigida com os qualificatórios mundiais, que foram extintos com este novo modelo. Agora, dia 16 de março, em Shenzhen, haverá o sorteio dos grupos. A Copa do Mundo será realizada em oito cidades chinesas (Pequim, Xangai, Shenzhen, Wuhan, Foshan, Dongguan, Guangzhou e Nanjing) e o sorteio pode aumentar consideravelmente as chances brasileiras de lutar por um pódio - caso chegue ao torneio com o time completo, é sempre bom frisar. A FIBA assegura que a Copa do Mundo será um marco para "um novo basquete". Pode ser. Neste momento, porém, não é bem isso que se vê.

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Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

TVOIRVACI.DA. NO TIME QUE DESENHOU A EUROPA MODERNA

Uma reinvenção da esquerda Mitterrand surge de biografia como personagem ambíguo e capaz de malabarismos surpreendentes para ampliar o poder com que conseguiu redesenhar a Europa e até renovar Paris

EDUARDO BRITO edubrito@grupojbr.com

ais do que qualquer estadista francês dos últimos cem anos, com a possível exceção do general De Gaulle, François Mitterrand deixou uma herança notável, não apenas para a França, mas para a Europa e, em consequência para o mundo. Sem Mitterrand não haveria a união europeia como a conhecemos, não teria ocorrido o desenvolvimento de uma potência econômica alternativa à atual bipolaridade, não se realizariam avanços culturais notáveis. Até o perfil de Paris seria diferente, sem a Pirâmide do Louvre ou o polo alternativo de La Défense. O Mitterrand que surge de A Taste for Intrigue, de Short, não é apenas um, porém. O Mitterrand político é visceralmente diferente do Mitterrand ministro e este nada tem a ver com o Mitterrand presidente. A propósito, ele mesmo avisava disso seus interlocutores. Sua maior marca, porém, está no título do livro: o talento na estratégia política. Foi assim que, eleito presidente na terceira tentativa, conseguiu construir uma fortíssima base política, nela incluindo com enorme esforço os comunis-

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tas, então a terceira força política da França. Só para, como se perceberia depois, para destruí-los. O adjetivo mais comum usado para descrevê-lo, quando presidente, era “maquiavélico”. Durante seus 50 anos de política, ele parecia sempre improvisar as alianças políticas precisas necessárias para assegurar sua própria sobrevivência. Ele socializou um terço da economia francesa, bancos inclusive, só para depois se virar e privatizaruma parcela ainda maior. Sua vida pessoal era tão emaranhada: ele mantinha duas famílias, uma com a esposa e a outra com uma amante, enquanto compartilhava amigavelmente imóveis com o amante de sua esposa. Tanto a esposa quanto a amante compareceram ao seu funeral público em 1996. Short entrevistou mais pessoas do que ninguém. O livro traz assim o melhor relato das extraordinárias maquinações de um político ambíguo e polêmico, mas bem-sucedido.

O paradoxo mais perturbador da vida complicada de Mitterrand surgiu quando ele conseguiu escapar do campo de prisioneiros de guerra em 1941 e aceitou uma posição com o regime colaboracionista de Vichy na parte então desocupada da França. Mais tarde, ele insistiu que era apenas uma cobertura para suas atividades de resistência: "uma carreira oficial, cercada de amigos de direita", como Short descreve, e "uma existência não oficial e cada vez mais clandestina, trabalhando com outros ex-prisioneiros contra os alemães e seus Aliados franceses ”. Mesmo assim, o próprio Mitterrand foi atormentado pela dúvida:“Se eu tivesse uma crença firme em algo, nada seria um sacrifício para mim ”, escreveu ele. "Mas o que posso fazer sem terra firme sob meus pés antes de pular?" A biografia política começa quando Mitterrand foi nomeado para um posto no governo provisório de guerra de Charles de Gaulle, o mais jovem dos ministros em exercício. "De novo!" De Gaulle disse quando Mitterrand entrou na sala onde uma reunião de gabinete foi realizada, um sinal inconfundível de que o ambicioso jogador de 27 anos estava em jogo. Ainda assim, o úni-

co emprego que conseguiu encontrar depois da guerra foi como editor de moda de uma revista feminina, o que o levou a avaliar as oportunidades da política do pós-guerra. Ele se candidatou à eleição para a Assembleia Nacional e logo depois ganhou uma nomeação como ministro para veteranos de guerra e vítimas da guerra, cargo menor, mas que lhe garantia espaço político. Em 1965, ele conseguiu forçar De Gaulle a um humilhante segundo turno para a presidência. Perdeu, mas saiu com gosto de vitória. Perderia de novo, mas por muito pouco, para Giscard D’Éstaing, em 1974, só para ganhar dele em 1981 e se reeleger em 1988. Governou por 14 anos, o mais longo mandato na França desde Napoleão III. As realizações de Mitterrand são significativas na história francesa. “Mitterrand transformou a França num estado democrático forte e moderno ”, resume Short, “ legitimou a esquerda como uma voz responsável nos assuntos políticos da nação e, juntamente com Helmut Kohl, empurrou a Europa para a união política”. Em outras palavras, foi um dos grandes artífices do quadro político e econômico da virada do milênio.

SERVIÇO

A Taste for Intrigue THE MULTIPLE LIVES OF FRANÇOIS MITTERRAND • Autor: Philip Shirt • Editora: John MacRae Books • Páginas: 640 • Preço: R$ 110,90 François Mitterrand: vidas múltiplas, seja no plano pessoal, seja no político, seja no exercício do governo

REUTERS


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Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

E-mail: contato@lucianabarbo.com.br instagram: @lucianabarbo

Goût de France chega à quinta edição

Evento vai movimentar mais de 20 endereços de Brasília em 21 de março

riado há cinco anos, o festival Goût de France já está virando tradição. Inspirado nos jantares de Epicuro, realizados pelo chef Auguste Escoffier, o evento reunirá 5 mil cozinheiros ao redor do planeta em 21 de março, sob a organização do Ministério da Europa e das Relações Exteriores da França. O objetivo da iniciativa é contribuir para a promoção da cozinha francesa, considerada patrimônio imaterial da humanidade desde 2010, e do país como destino turístico. O tema desse ano é o desenvolvimento sustentável e a preservação do planeta por meio da gastronomia e do engajamento dos cozinheiros. A novidade é que 5% dos lucros obtidos com a vendas das refeições sejam doados à fundação No More Plastic, que trabalha para redução dos rejeitos plásticos nos oceanos. Os chefes poderão propor um menu de inspiração francesa ou provençal em seus restaurantes, incluindo produtos locais às receitas. Em Brasília A capital federal participa da festa com 20 representantes. Para a Grand Cru (QI 9, do Lago Sul), os chefs Alexandre Aroucha e Leônidas Neto criaram um menu a R$ 198, com canapés (de azeitonas pretas e anchovas e de queijo de cabra fresco com geleia de tomates e lavanda), brandade de bacalhau, cordeiro ao vinho com legumes e torradas de brioche, mais filé de lagosta com molho de manteiga e bottarga. A

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tarte tatin de melão com mel biológico, acompanhada por sorvete de figo e tomilho será preparada pelo chef confeiteiro Daniel Briand. No Nossa Cozinha Bistrô, do chef Alexandre Albanese, o jantar (R$ 120) começa com consomê de lagostim e spetzel de mandioquinha, segue com o ravióli de queijo da Canastra, pesto de menta e baru condimentado, e com a mil folhas de filé com foie gras, rosti de goiaba, pimenta de macaco e aligot de milho verde. A finalização fica por conta da seleção de queijos franceses, compota de pera e cachaça e do red velvet Goût de France. Quem está com saudade do Aquavit, pode aproveitar a oportunidade para visitar o chef Simon Lau Cederholm. Para a ocasião, ele prepara ostras defumadas a frio com sorbet de birbiri; essência de tomate com frutos do mar; e barriga de porco, cajá, mangarito e redução. Em seguida, serve queijos artesanais brasileiros com geleias do cerrado, e a sobremesa elaborada com chocolate, cajuzinho e baunilha do cerrado. Café, chá e mimo de castanha de pequi também estão incluídos no jantar, que custa R$ 280 (sem vinho) e R$ 400, 00 (com vinho). No Piauíndia, os chefs Nicole Magalhães e Evandro Viana escolheram os champignons à provençal para iniciar o almoço (R$ 49). O mix de cogumelos salteados na manteiga ghee, vi-

nho branco, tomatinhos, cebola e ervas de Provence, será servido numa torrada de brioche. Já o tradicional boeuf bourguignon terá a companhia de batatas salteadas no azeite e ervas. Para a sobremesa, a dupla reservou a mousse de chocolate amargo com tuille de avelã. Todos os representantes de Brasília no Goût de France, assim como seus cardápios e preços e outras informações podem ser acessados na versão online dessa matéria, em nosso site.

SERVIÇO

Goût de France 2019 • Dia 21 de março em 20 endereço de Brasília • https://bit.ly/2T4vFoq

DIVULGAÇÃO

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Brasília, segunda-feira, 4 de março de 2019

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RAFAEL LOBO

Novos drinques São de Vittor Moretti os novos drinques do Rapport. As doze receitas apostam em releituras de clássicos como Negroni e Dry Martini, ambos a R$ 29, e composições exclusivas para a casa, como o Pink Tonic (R$ 29) com gin rosa, água tônica, amora e hortelã e o Extrakt Tonic (R$ 26), com vodka sueca, cardamomo, maçã, gengibre, shrub de limão, vermute branco artesanal, água tônica, abacaxi e folha de sálvia para perfumar. Mais fortes são o Salé (R$ 29), whisky com infusão de chá chinês preto defumado, shrub de limão, finalizado com presunto de Parma crocante e sálvia; e o Toronto (R$ 26), com tennessee whisky, calda de açúcar, bitter mentolado, destilado de ervas e per fume de laranja. Há outras opções com gin, rum e vodka. A cada quarta-feira, uma delas é eleita para figurar como dose dupla, das 19h às 21h. Nesse dia também há programação musical com o DJ Maraskin (couvert a R$ 5). Reservas pelo telefone 3322-0259.

Hamburgada

Menos plástico

A Sweet Cake se rende aos hambúrgueres e sanduíches no próximo dia 23 de março. A partir das 12h, o buffet arma um evento dedicado a eleas, na unidade da QI 21 do Lago Sul. Da parrilla sairão quatro receitas: blend de fraldinha, chuck eye roll (produzido com miolo do acém), choripan e sanduíche de costela angus. O convite, a R$ 160, dá direito a comer à vontade e ainda apreciar os chopes IPA e Viena da Activista e as opções de acompanhamentos e sobremesas. Vinhos e drinques serão vendidos à parte. Informações: 99673-7553.

O aplicativo Uber Eats também está preocupado com a sustentabilidade e o consumo de plástico no mundo. Por isso lançou na última semana convite aos restaurantes parceiros das 38 cidades em que atua no Brasil para que passem a enviar talheres plásticos apenas aos clientes que realmente precisarem. A estimativa atual mostra que 65% dos pedidos mediados pela plataforma envolvam o uso desses objetos e a ideia é reduzir esse número pela metade. Quem aderir, vai passar a exibir em seus cardápios um campo para que usuários optem, ou não, pelos acessórios. Também serão identificados como "restaurante com uso de plástico reduzido".

SOLUÇÃO ANTERIOR

DIVULGACÃO

SUDOKU Solução anterior

Curso de gelato De 18 a 22 de março, os chefs gelatiers Paolo Callanchini e Mirko Stortini ministrarão a segunda edição do curso de gelato na Cremeria Italiana (206 Sul). Com 24 anos de experiência no mercado italiano e internacional, os profissionais montaram uma programação para quem deseja aprender ou aprimorar suas técnicas de produção. Os encontros incluem atividades teóricas e práticas. Inscrições pelo telefone (21) 98869-6442 ou pelo e-mail info@projetogelatoitaliano.com.br. Vagas limitadas.

Instruções do Sudoku Preencha cada quadrinho com um número de 1 a 9. Cada conjunto de nove quadrinhos deve conter todos os nove dígitos, sem que nenhum algarismo se repita.


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CLASSIFICADOS&EDITAIS.

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(61) 3343.8008 / 3343-8005 classificados@grupojbr.com


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MARCELOCHAVES.

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FOTOS: CÉSAR REBOUÇAS

ZIRIGUIDUM O clima carnavalesco tomou conta dos arquitetos e decoradores da capital. O Núcleo Brasília de Decoração, que reúne 17 empresas do segmento de arquitetura e interiores, movimentou o restaurante Oliver, no Setor de Clubes Sul, com um animado baile. Prestigiado por mais de 200 convidados, e com o tema “Ah la la ô, mas que decô”, o evento representou de forma fiel e extrovertida a essência do NBD Brasília. Ao som da Banda Vital, o encontro foi prestigiado por vários nomes da arquitetura e design da cidade.

Mônica Pinto, Arnaldo Pinho e Isabel Veiga

Hélio Albuquerque e Nelma Caixeta

Amanda Vital, Cássio Veiga e Taiza Greca

Miguel Gustavo, Yeda Garcia, Cybele Barbosa e André Martins

Marcelo Motta

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