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Rio de Janeiro | Junho 2015 | Edição 2 | Ano 1 | facebook.com/jornaldosambista | jornaldosambista@gmail.com
Carnavália-Sambacon terá segunda edição no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova Eduardo Hollanda
ESPECIAL
A força das torcidas das agremiações Páginas 8 e 9
Quem é você que brilha nesse Carnaval?
Andrade Chefia, da Unidos da Tijuca Thiago Santos
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Iniciativa pioneira no mercado de carnaval, a Carnavália-Sambacon realizará sua segunda edição, entre os dias 18 a 20 de junho, no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, Rio de Janeiro. O evento vai reunir a cadeia produtiva da folia em uma feira de negócios (Carnavália) e, em parale-
lo, realizar o Encontro Nacional do Samba (Sambacon), com debates e palestras sobre temas artísticos, de infraestrutura e modelos de gestão. A expectativa é de geração de negócios em torno de R$ 20 milhões, volume 30% superior aos R$ 14 milhões negociados no ano passado. Após receber 7 mil visitantes em
2014, os organizadores estimam aumentar o fluxo de pessoas para 10 mil. Organizada pelas empresas cariocas AMI7 e Timbre, a Carnavália-Sambacon terá esse ano 25% mais expositores. Ao todo, serão 70 estandes em uma área de seis mil metros quadrados, 20% mais do que o espaço ocupado em 2014.
LIESA define ordem de desfiles das escolas do Grupo Especial
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MUSA
Miriam Duarte: Rainha do Cacique
A Liga Independente das Escolas de Samba definiu a ordem de desfiles do Grupo Especial do Carnaval carioca que acontecerão nos dias 07 e 08 de fevereiro na Marquês de Sapucaí. As agremiações foram divididas em pares. A Estácio de Sá, atual campeã da Série A, não participou do sorteio, porque já possui posição definida de desfile. Ela abrirá os desfiles no domingo. A Vila Isabel abre na segunda-feira. A União da Ilha trocou a sexta posição de domingo pela segunda posição com a Unidos da Tijuca. Já a Grande Rio, trocou a quinta pela quarta de domingo com a Mocidade Independente de Padre Miguel.
Mulheres e presidentes: o lado feminino de dirigir as agremiações Página 6
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Thiago Santos Que direito temos de apontar o dedo e julgar? Até que ponto vamos esquecer o real sentido da palavra RESPEITO? Até que ponto vale jogar a nossa insatisfação em forma de vaia pra cima daqueles que são o maior pilar de uma
| COLUNA |
Meus respeitos ... agremiação? Não foi para isso que a “ ESCOLA” de samba criada por Ismael Silva na década de vinte nasceu, e sim para ensinar, entreter e contar a história da nossa gente. Vencer é consequência. Seu papel em uma comunidade é social e de inserir sua gente na sociedade. Sua música e sua dança são levadas para o mundo inteiro como a maior expressão cultural desse país. O resto é vaidade criada por aqueles que acham que um troféu na quarta de cinzas é o bastante. Deixo aqui nosso
pedido de desculpas para a Velha Guarda da Beija-Flor de Nilópolis e todas as outras, por estar ali, naquele momento, e nada poder fazer contra esse terrível acontecimento. Mas a vida de sambista é tão maravilhosa que me veio em mente as palavras do amigo, compositor e principalmente, grande ser humano Zé Katimba “ Meu filho, quem consagra a Velha Guarda é a nova geração”. É com esses ensinamentos que levo a nossa bandeira por aí e a fora, sempre esperando dias melhores.
JUNHO • 2015
Entre confetes e serpentinas É portelense, colunista de carnaval no site SRZD.COM (Sidney Rezende), pesquisador de escolas de samba, publicitário, MBA em Marketing e padrinho da ala de passistas do Império Serrano.
Lá Vem o Império Serrano!
Hélio Ricardo Rainho Garboso, vultoso, majestoso, triunfal. Descendo a serra, adornando o asfalto com seu verde esmeraldino da esperança, lá vem ele, o menino g i ga n t e d o s a m b a , enaltecendo sua raiz, seu bamba mais prestigiado, sua história, no próximo Carnaval. Serrinha, Congonha, Tamarineira..."lá vem" o Império Serrano, o Reizinho de Madureira! Essa escola gigante com apelido de menino - o "Menino de 47", do ano em que despontou para a grandeza dos desfiles - é um celeiro exemplar. E o exemplo se reafirma e consolida no enredo escolhido para 2016: "Silas canta Serrinha", segundo car naval de Severo Luzardo na luta para r e s ga t a r o I mp é r i o Serrano a seu lugar devido, ascendendo ao Grupo Especial. Enquanto muitas escolas só têm janela, o Império Serrano tem espelho. Se enxerga, se valoriza, se dignifica. Está menos interessado em "aparecer" e mais interessado em "ser o que é " . G ra ç a s a D e u s ! Espelho que se reflete para transmitir seu saber ancestral, seu relicário de lições, preceitos e fundamentos. O Império Serrano é um Gigante que não cede com facilidade à marola dos t e mp o s m o d e r n o s . Sendo g rande, tem consigo mesmo e com seus correligionários
esse sagrado compromisso de preservar a riqueza de sua história. Comovente e encantadora essa sua jornada! Para isso, a escola apanhou muito. Apanhou lá atrás, quando quebrou a hegemonia d a s g ra n d e s e to rnou-se, num relance, grande também. Apanhou quando seu poeta-símbolo, Silas de Oliveira, foi chamado para depor sobre um certo samba que enaltecia a liberdade em dias de ditadura política. Apanhou, também, quando essa história de patrocínio começou no car nava l . Q u a n d o a b r i u seu livro pra contar a história de um empresário, no longínquo 1997: ali o Império entendeu que distanciar-se de sua ver ve histórica não combina com seu pavilhão. Mal poderia imaginar que, depois daquele incidente, o erro se tornaria regra, e ele seria o último bastião do samba a lutar e resistir contra a fúria invasiva dos temas patrocinados, personalidades e e l e m e n t o s e st ra nhos ao samba. Hoje, penalizados são os que não se rendem à mercadologia. Mas, já que "imperiano de fé não cansa", a briga tá comprada, e o Império não desiste. O Império é assim. Tem suas peculiaridades. É escola maiúscula, imperativo do masculino..."O" Império é homem com H! "Um filho do verde esperança não foge à luta / Vem lutar!" proclama em um de seus versos poéticos e autoexplicativos.
E mesmo que nossos filhos, e os filhos de nossos filhos um dia comecem a perder a referência do que leva uma escola de samba a desfilar, do que leva um povo a cantar com lágrimas um samba-enredo; e mesmo que um dia se perca a noção de que o espetáculo das escolas de samba pode crescer sem perder suas raízes fundamentais, bastará que alguém procure, onde quer que esteja desfilando, o Império Serrano! Com sua luta, sua coragem, seu encanto, seu exemplo, sua paixão. Então todo aquele que quiser conhecer um pouco mais do samba original e verdadeiro, poderá pisar pés descalços ou sapatos brancos - no jongo da Serrinha ou na quadra do Império para entender que um passado morre para quem não o preserva, mas vive e sobrevive lindo e límpido para quem nele projeta seu futuro. Obrigado, Império Serrano, por esse enredo que, antes de contar a sua história, mostra a todos nós, a p r e nd i z e s d a s e s colas de samba, que nem tudo se perdeu! Não serão os ricos, nem abastados, nem patrocinados os professores da Avenida em 2016! Virá do Império, da Serrinha, de Madureira, a maior lição de samba que a avenida já espera. Bendita coroa imperial! E é por isso que se diz: "Império Serrano: Uma Escola de Samba". Quem não tem essa patente, que corra atrás!
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Colaboradores: Hélio Rainho, Junior Escafura,
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| GRUPO ESPECIAL |
JUNHO • 2015
Confira a ordem de desfiles e novidades do Grupo Especial
Por Geissa Evaristo Domingo – 07 de fevereiro 1ª - Estácio de Sá: Retornando ao Grupo Especial a vermelha e branca do morro do São Carlos trouxe de volta o carnavalesco Chico Spinosa que trabalhará em conjunto com os carnavalescos Amauri Santos e Tarcisio Zanon. Na comissão de frente, Marcio Moura que esteve nos últimos carnavais tocando o quesito na Unidos do Porto da Pedra assume o comando. O pavilhão passará a ser defendido pela porta-bandeira Roberta Freitas. 2ª - União da Ilha: Após o 9º lugar a agremiação realizou algumas mudanças na sua equipe. Shayene Santos, que desfilou como segunda porta-bandeira no Carnaval deste ano, foi efetivada ao posto de primeira e defenderá o pavilhão da tricolor insulana. A dupla de carnavalescos Jack Vasconcellos e Paulo Menezes desenvolverá o enredo “Olímpico por natureza. Todo mundo se encontra no Rio!" que falará sobre os Jogos Olímpicos, que serão realizados no Rio em 2016. À frente da bateria, Bianca Leão entra no lugar de Bruna Bruno que reinou por 10 anos à frente dos ritmistas da Baterilha de mestre Ciça. 3ª - Beija-Flor : A escola de
samba Acadêmicos do Tatuapé do Carnaval de São Paulo fará uma homenagem à agremiação. “É Ela, A Deusa da Passarela – Olha a Beija-Flor aí Gente!” é enredo da escola paulista que contará os 66 anos de história de uma das escolas mais vitoriosas do carnaval do Rio de Janeiro, que conquistou 13 títulos, se tornando a terceira maior vencedora do carnaval carioca, só atrás da Portela (21 títulos) e Mangueira (17 triunfos). O responsável pelo desenvolvimento do tema será o carnavalesco Mauro Xuxa. A agremiação de Nilópolis definiu o tema do seu enredo 2016 ''Mineirinho Genial! Nova Lima – Cidade Natal. Marquês de Sapucaí – O Poeta Imortal''. 4ª- Grande Rio: Por mais um ano, a responsabilidade de produzir o desfile será do carnavalesco Fábio Ricardo, com o enredo "Fui no Itororó beber água, não achei. Mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei...". A cidade de Santos, no litoral paulista, é o tema para o Carnaval de 2016. 5ª - Mocidade: Após anunciar o enredo "#alendaimaginação" como tema para o desfile de 2016, a agremiação de Padre Miguel mudou seu enredo. Para o próximo Carnaval, a verde e branca que contratou o carnavales-
co Alexandre Louzada e o diretor artístico Edson Pereira em substituição a Paulo Barros apresentará o enredo ''Sou Miguel, Padre Miguel. Sou Cervantes, Sou Quixote Cavaleiro, Pixote Brasileiro''. Na direção de bateria, mestre Dudu que dividiu o comando com mestre Bereco (que permanece como diretor-auxiliar) e Andrezinho nos últimos quatro anos, terá a responsabilidade de comandar a bateria. 6ª - Unidos da Tijuca: O presidente Fernando Horta afastou qualquer possibilidade da agremiação mudar de endereço nos preparativos para o Carnaval 2016, por conta das obras do Porto Maravilha que acontecem na região da quadra da escola. A equipe do Carnaval 2015 segue mantida com alteração apenas na direção de harmonia que será coordenada pelo também diretor de carnaval, Fernando Costa. Segunda-feira – 8 de fevereiro 1ª - Vila Isabel: Após amargar um 11º lugar, a azul e branca do bairro de Noel contratou o intérprete Igor Sorriso, ex São Clemente, o carnavalesco Alex de Souza, ex União da Ilha e o mestre-sala Phelipe Lemos, ex Imperatriz Leopoldinense. Luciano Ferreira assumiu a presidência da agremiação,
após a renuncia de Elizabeth Aquino, a dona Beta. 2ª - Salgueiro: A agremiação renovou com 100% de sua equipe e anunciou o enredo “A Ópera dos Malandros”. Já a sua escola mirim, Aprendizes do Salgueiro, escolheu o baluarte Djalma Sabiá como tema para o desfile de 2016. Desenvolvido pelo Departamento Cultural, o enredo “Minha Terra é o Salgueiro, Onde Canta Sabiá”, mostrará a trajetória do sambista. 3ª - São Clemente: A amarela e preta que surpreendeu em seu desfile no último Carnaval, renovou o contrato com a carnavalesca Rosa Magalhães e apresentou o enredo “ Mais de mil palhaços no salão”. Leozinho Nunes assume o microfone oficial. Outra novidade é a mudança dos dias de ensaios que passarão a acontecer aos sábados de 17 as 22 horas. 4ª- Portela: A agremiação surpreendeu o mundo do samba com a contratação do carnavalesco Paulo Barros para desenvolver o enredo “No voo da águia, uma viagem sem fim...”. João Vítor Araújo, que assinou o desfile da Unidos do Viradouro em 2015 será seu assistente direto. A direção de harmonia passa a ser coordenada por Nilce Fran, Valci Pelé,
Jeronymo Portela, Leonardo Brandão e Tavinho Novello. 5ª - Imperatriz: A dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano será homenageada pela agremiação no próximo Carnaval. O enredo "É o amor que mexe com a minha cabeça e me deixa assim. Do sonho de um caipira nascem os filhos do Brasil" contará a trajetória da dupla na Sapucaí. A coreógrafa Deborah Colker, que assinou a comissão de frente de 2014, está de volta para Ramos. Na direção de bateria Lolo, ex mestre da União do Parque Curicica assume o comando dos ritmistas da Swingueira da Leopoldina. A verde e branca segue sem substituto para Phelipe Lemos, primeiro mestre-sala. 6ª - Mangueira: A agremiação apostará no carnavalesco revelação do Carnaval 2015, Leandro Vieira. Na comissão de frente, Junior Scarpin entra no lugar de Carlinhos de Jesus. “Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá” é o título do enredo que será apresentado em homenagem a cantora Maria Bethânia. A escolha do tema oficial reforça uma das mais reconhecidas e bem sucedidas vocações da Verde e Rosa em homenagear personalidades do cenário cultural brasileiro.
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| CARNAVAL NO BRASIL E NO MUNDO |
JUNHO • 2015
Atleta patrocinado pela Portela vence Ritmista atrai atenção de músico brasileiro que viaja o mundo tocando percussão campeonato mundial nos EUA Divulgação/Portela
Aos 13 anos, o jovem Lucas, filho de mestre Chuvisco, é uma das gratas surpresas que a escolinha de bateria da vermelho e branco revela. Craque no repique, o adolescente, que toca desde os 7, vem seguindo os passos do pai e atraindo os olhares de percussionistas como Gabriel Polycarpo, responsável pelo Projeto Maracatu Brasil. Gabriel, que viaja ao redor do mundo dando workshops de percussão e gravan-
do com personalidades da música, recebeu a vista de Chuvisco para um intercâmbio de conhecimento e Lucas, que acompanhou o pai na visita, chamou a atenção de Polycarpo pela facilidade com que lida com diferentes instrumentos. Cria da Viradouro, Gabriel será mais um mestre para Lucas que, a partir de agora, também frequentará as oficinas do Maracatu Brasil e aprenderá novos ritmos. Angélica Zago
Jeferson da Silva Ramos, de 15 anos, atleta patrocinado pela Portela, conquistou na Califórnia, Estados Unidos, o título mundial da categoria juvenil (faixa azul) de jiu-jitsu. Além de mais um título mundial, o
atleta conquistou, na mesma competição, a medalha de bronze no Absoluto, no qual atletas de diversos pesos se enfrentam. Ele já havia conquistado um título mundial em São Paulo, no ano passado.
Governador de Goiás recebe o
carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense Reprodução Instagram
Da Sérvia para a Sapucaí: Petkovic cai no samba
Principal homenageado pela Caprichosos de Pilares no Car naval 2016, com o enredo “Tem gringo no samba”, o ex-jogador de futebol Dejan Petkovic foi apresentado como fio condutor do tema que a agremiação apresentará na Sapucaí. O evento aconteceu no condomínio Mandala, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio e o homenageado caiu no samba.
Eduardo Hollanda
Destaque de Recife desfilará na Alegria da Zona Sul
O Governador do estado de Goiás, Marcone Perillo, a primeira dama do estado Valéria Perillo e o prefeito de Pirenópolis Nivaldo Melo recebem a camisa da Imperatriz Leopol-
dinense das mãos do carnavalesco da agremiação Cahê Rodrigues. A dupla de goianos Zezé di Camargo e Luciano será tema do enredo da agremiação.
Grande campeão dos desfiles de fantasias do baile municipal de Recife, em Pernambuco, João Bosco, desfilará no abre-alas da Alegria da Zona Sul representando o orixá Ogum, que será o enredo do Carnaval de 2016. João Bosco, que integra agora o time de destaques da vermelha e branca, recebeu o convite no final de maio e ficou muito contente, prometendo se empenhar para ajudar a escola a conquistar o tão sonhado título da Série A.
Divulgação
| COLUNA |
JUNHO • 2015
Meu pavilhão é minha paixão: Jerônymo da Portela Por Pedro Leite São quase 60 anos de história com a Azul e Branca. Frequentador da Portela desde os 3 anos de idade, Jerônymo foi um predestinado. Mestre-sala, passista, coordenador da comissão de frente, diretor de ala e agora diretor de harmonia. Foi ao acaso, na década de 90 que começou a sua história como mestre-sala. O presidente da Unidos do Jacarezinho o escolheu para defender o pavilhão da agremiação em 1990. - A ideia de ser mestre-sala surgiu de uma maneira engraçada. Faltando 15 dias para o carnaval, o Jacarezinho não tinha mestre-sala. Aí o presidente na época disse: "Eu não tenho mestre-sala, não tenho nada. Vai ser você!" Apontava em direção a mim. Dedo de ouro! Pouco depois da estreia, chegou a uma gigante do carnaval: Imperatriz Leopoldinense. O dever era substituir os lendários Chiquinho e Maria Helena que estavam afastados na ocasião. Missão dada foi missão cumprida! - Desfilei em 1993 na Imperatriz com a Neide e levei o "Estandarte de Ouro" (prêmio do jornal: "O Globo", destinado aos melhores do carnaval). Antes porém, em
1978 ganhou a mesma premiação na categoria passista masculino. O mestre-sala parou de dançar cedo, porém realizado e em ótima fase. Foram apenas sete anos: Jacarezinho em 1990, Santa Cruz em 1991, Arranco em 1992, Imperatriz em 1993, Portela em 1994 e 1995 e encerrou a carreira após dois anos na União da Ilha do Governador, nos anos de 1996 e 1997. - Tudo tem princípio, meio e fim. Achei que tinha que parar de dançar num momento bom para que as pessoas tivessem uma boa lembrança.- pondera. Jerônymo tem a alma estrela-
da. É possuidor de luz própria e faz críticas a atual dança dos casais.“Faltam muitas coisas nas danças dos casais de hoje em dia. Está muito coreografado. Estão perdendo a essência da dança, o cortejo e muitas das vezes o manuseio do mestre-sala é esquecido. Essas indumentárias estão muito pesadas. Isso faz com que os casais não evoluam melhor”. – analisa. Após o belo cumprimento da missão mestre-sala, Jerônymo aceitou com entusiasmo mais um desafio. Ele age com naturalidade, como se fosse um camisa 10, mata a bola no peito e domina com categoria para marcar o gol. Em 2016 será diretor geral de harmonia de sua amada escola de samba, a Portela e compõe a comissão com: Nilce Fran, Valci Pelé, Tavinho Novello e Leonardo Brandão. O craque fala um pouco do próximo dever: - Espero fazer um trabalho diferenciado. Que as pessoas notem que mudou a harmonia da Portela. Estou me preparando de verdade. Estou lendo muito, pesquisando muito. Já estou inclusive, fazendo aula de violão e de cavaco para poder saber uma nota musical, o tom por exemplo. Não estou de bobeira não! – concluiu.
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Conversa de sambista é samba O Pré-Carnaval
Junior Escafura Fo i d a d a a p a r t i da!!! Chegou o período em que os sambistas mais curtem n o p r é - c a r n ava l : o início dos ensaios das escolas de samba recebendo as co-irmãs em suas quadras, faz e n d o u m a g ra n d e confraternização entre os amantes de um bom samba. É muito bonito de se ver as velhas guardas e a ala das baianas sendo recebidas com todo carinho. As
baterias fazendo bossas e apresentando novidades, levando o p úb l i c o p r e s e nt e ao delírio com suas performances. E os sambas? Como é bom ouvir um samba-enredo clássico sendo entoado pelos interpretes das escolas q u e n o s l eva a u m saudosismo e nos faz viajar nas melodias. Depois das voltas das feijoadas nas quadras das agremiações em encontros mensais, esse encontro das escolas d e s a m b a ve i o p ra ficar e ser mais um ing rediente de fortalecimento do nosso Car naval. E que venham as disputas de samba-enredo. Emoções à flor da pele, risos, lágrimas e confraternizações do mundo do samba. Boa sorte a todos os compositores!
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| Mulheres e Presidentes |
JUNHO • 2015
Mães, femininas e dirigentes: o comando da agremiação é delas Regina Celi – Acadêmicos do Salgueiro Raphaela Nascimento – Tradição Por Pedro Leite
Estreante no cargo, a ex-rainha de bateria sente-se pronta para o desafio. “Primeiramente tem que ser determinada, tratar as pessoas como gostaria que fosse tratada. Eu montei uma equipe de jovens, onde a maioria está no Carnaval pela primeira vez, para ser um desafio para todo mundo. Precisamos estarmos sempre no foco, sermos do bem e em busca do que a gente deseja. Não tem TPM certa! A mulher tem o ar de mãe, de abraçar as pessoas e falar com um jeitinho. O homem quando está estressado xinga todo mundo. Então acho que a diferença está aí!”
Segunda mulher a comandar o Acadêmicos do Salgueiro cumpre seu segundo mandato. Foi campeã em seu primeiro ano como presidente com o enredo “Tambor”. “Trato o Salgueiro e os salgueirenses como se fossem meus filhos. O amor que eu tenho dentro da minha, passo para dentro do Salgueiro. No meu modelo de administração todos são iguais. Não vejo diferença entre homem e mulher. Temos que lutar pelos mesmos objetivos e os mesmos ideais. O meu é lema é fazer um bom Carnaval.”
Solange Cruz – Mocidade Alegre, SP
Vera Lúcia Corrêa - Império Serrano
Presidente desde abril de 2003. Seu pai, Carlos Augusto Cruz Bichara – já falecido – foi um dos fundadores da agremiação. Participando das atividades da escola desde criança, já foi passista, destaque, diretora de eventos, locutora oficial e vice-presidente. “Eu consigo dividir muito bem minha família com o Carnaval, até porque minha família é ligada ao samba. Meu marido é mestre de bateria, meu filho é ritmista. Então a rotina é essa. A mulher é detalhista. Hoje o carnaval está sendo decidido nos décimos e a mulher está sempre atenta às mínimas coisas. Estamos sempre com um olhar aqui, ali, somos chatas pra caramba, ficamos em cima. Hoje o que mais faço são palestras. Acho que isso acaba ajudando também. Estou sempre incentivando o meu pessoal, dizendo que a gente pode melhorar, que podemos ultrapassar e que barreiras são feitas para serem enfrentadas.”
Reprodução/facebook
Cumprindo seu segundo mandato, após um intervalo, a missão da presidente é resgatar a dignidade da agremiação. “Eu vim para o Império Serrano com oito anos de idade, cresci aqui e até me c a s e i a q u i . Te n h o muito amor pelo Império e quero resgatar a dignidade dessa escola. Acho que depois da minha família, a coisa que eu mais amo é o Império Serrano. Quando você tem o apoio da família o trabalho se torna ainda melhor. As mulheres hoje estão no comando e os homens que tenham cuidado. A mulher tem muito mais carinho, amor e dedicação quando está à frente de alguma coisa. A mulher é mãe, é avô, é esposa, então ela sabe muito bem comandar uma casa.”
Tatiana Santos foi empossada presidente do Arranco neste mês. A dirigente irá para seu segundo mandato à frente da azul e branco do Engenho de Dentro.
| EVENTOS |
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Feira de negócios do Carnaval acontece de 18 a 20 de junho no Centro de Convenções SulAmérica
Expectativa é que a Carnavália-Sambacon movimente R$ 20 milhões em negócios Iniciativa pioneira no mercado de carnaval, a Carnavália-Sambacon terá segunda edição de 18 a 20 de junho, no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade
Nova, Rio de Janeiro. O evento reúne toda a cadeia produtiva da folia em uma feira de negócios (Carnavália) e, em paralelo, realiza o Encontro Nacional do Samba (Sambacon), com debates e palestras sobre temas culturais, de infraestrutura,
modelos de gestão e políticas públicas para o setor. Organizada pelas empresas cariocas AMI7 e Timbre, a Carnavália-Sambacon terá 25% mais empresas expositoras do que na primeira edição, realizada ano passado.
A expectativa é gerar um volume de negócios 25% superior aos R$ 14 milhões negociados no primeiro evento. Após receber 7 mil visitantes em 2014, os organizadores estimam aumentar o f luxo de pessoas para 10 mil. Já o Encontro Nacional do Samba também trará novidades. A principal delas será a realização de um debate com convidados estrangeiros. O desenvolvimento de uma política pública que contemple todos os atores da cadeia produtiva do carnaval continua entre os principais objetivos da Sambacon, que terá presença de autoridades dos segmentos de turismo e economia criativa, empresários, carnavalescos e representantes de entidades organizadores dos desfiles de escolas de samba e de blocos do carnaval de rua. O ingresso válido para os três dias de evento custa R$ 30,00. O Centro de Convenções SulAmérica fica situado na Avenida Paulo de Frontin 1 – Cidade Nova.
Agenda do mês 20/06 – 16:30h Samba D’ Irajá Atrações: Roda de Samba com convidados Rua Lima Sucupira , 135 – Irajá Entrada Franca 20/06 – 17h Ensaio Geral da São Clemente Av Presidente Vargas 3.102 - Cidade Nova Preço único R$20 20/06 – 22h Eliminatória de Sambas do Império Serrano Av. Ministro Edgard Romero, 114 – Madureira Ingressos: R$ 10 20/06 – 22h Salgueiro convida Atrações: Imperatriz Leopoldinense e Acadêmicos do Grande Rio Rua Silva Teles, 104 – Andaraí Preço Único: R$ 20,00 21/06 – 13h Feijoada Nota 10 da Unidos da Tijuca Atrações: Alcione e Soul + Samba Avenida Francisco Bicalho, 47 - Leopoldina Ingresso antecipado: R$ 20 21/06 – 13h Festa da Velha Guarda – GRES Tradição Estrada Intendente Magalhães nº 160 Campinho Entrada Franca 24/06 – 13h Aniversário da Viradouro Atrações: Feijoada e apresentação dos segmentos Avenida do Contorno nº 16 – Barreto, Niterói Entrada Franca 27/06 – 17h Ensaio Geral da São Clemente Av Presidente Vargas 3.102 - Cidade Nova Preço único R$20 27/06 – 22h Eliminatória de Sambas do Império Serrano Av. Ministro Edgard Romero, 114 – Madureira Ingressos: R$ 10 27/06 – 22h Salgueiro convida Atração: Vila Isabel Rua Silva Teles, 104 – Andaraí Preço Único: R$ 20,00 28/06 – 13h Feijoada da Família Curicica Atrações: Samba Arte e Vai Vai Rua Arauá 385 – Curicica - Jacarepaguá Ingresso antecipado: R$ 15
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| ESPECIAL |
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“Na arquibancada tod
A força das Torcidas Organizadas no carnaval carioca: o amor incondicional do s Por Pedro Leite É nítido e notório o crescimento das torcidas organizadas no carnaval carioca. Presente principalmente nos ensaios técnicos das agremiações, as torcidas realizam um trabalho fundamental para a eclosão e o embelezamento do espetáculo. Integrantes dos movimentos organizados, vão para a Marquês de Sapucaí um dia antes do ensaio para dar início aos árduos trabalhos de ornamentação da festa. No grande dia, chegam logo pela manhã para encher bolas, pendurar bandeiras, esticar faixas, com apenas um propósito: exaltar a sua
escola amada. Não medem esforços, não ganham nenhum dinheiro e nem presentes. O que ganham nada e ninguém paga: a emoção ver sua escola pisar na Sapucaí com uma festa linda nas arquibancadas. Esse amor do sambista torcedor de arquibancada à sua escola tão amada é digno de exemplo para os torcedores de clubes de futebol. Recentemente criticada e comparada às torcidas dos clubes, as organizadas mostram através de fundamentos e atos como são bem diferentes. Perguntado sobre a comparação, o presidente da Nação Leopoldinense (tor-
cida da Imperatriz Leopoldinense), Guilherme Estevão, comentou sobre a acareação: “Na verdade eu vejo o inverso. As pessoas inicialmente tem medo da ideia das torcidas no samba pelo exemplo do futebol, mas o samba tem um aspecto muito fundamental que é a confraternização. As torcidas se ajudam, apoiam e festejam juntas, acima de qualquer rivalidade. Isso é muito fundamental para ter certeza que o exemplo do futebol nunca se refletirá no samba.” Concluiu o dirigente. No samba, as torcidas promovem festas e convidam as outras co-irmãs
para seus eventos. Como exemplo, podemos citar a festa de 5 anos da Torcida Raiz Mangueirense. Os integrantes das outras torcidas tinham que ir com a camisa de sua respectiva escola. Isso prova que o respeito e a amizade jamais desconstituirá o elo tradicional do sambista: o respeito. No futebol há presidente, no samba patrono. No futebol os presidentes se desrespeitam. No samba são amigos na maioria das vezes. Quando não são amigos, se respeitam. Pioneira no carnaval carioca, a Guerreiros da Águia tem 12 anos de existência.
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| ESPECIAL |
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do mundo canta junto”
sambista à escola de samba. Dedicação e trabalho para ter em troca a emoção!
Marcelo Moura presidente da Guerreiros da Águia: Como surgiu a ideia da criação de uma torcida organizada? Quando foi fundada? - A ideia partiu de um grupo de portelenses apaixonados por sua escola, a maior campeã até o momento, que no entanto havia se acomodado em não apresentar um Carnaval competitivo. Em 06 de dezembro de 2003, nasceu a GUERREIROS DA ÁGUIA, a Pioneira da Sapucaí, com a intenção de motivar os portelenses e sua diretoria em acreditar que a grande campeã poderia voltar a disputar o título. Qual é o objetivo principal? - O objetivo principal era motivar. E foi assim em todos ensaios técnicos, tanto na Sapucaí quanto em Madureira. Nas apresentações, feijoadas, enfim, todos os eventos da escola, onde a Portela iria, lá estavam os “guerreiros”. Porém, a partir do incêndio na Cidade do Samba afetando a Portela, União da Ilha e Grande Rio, houve uma “reviravolta” na postura da torcida. Enquanto os carros da Ilha saiam semi-prontos do barracão, os da Portela (como já era uma rotina
em atrasos) estavam no ferro. A torcida naquele ano não participaria do ensaio técnico, e depois de muita discussão e pedidos dos segmentos da escola, a “Guerreiros” em votação decidiu voltar atrás, porém com repúdio a administração do Presidente Nilo Figueiredo. A partir daquela data, a “Guerreiros da Águia” tomou uma posição política, junto aos demais grupos e segmentos da Escola, culminando na mudança da presidência, com a vitória da chapa “Portela Verdade” em maio de 2013. O que diferencia uma escola com ou sem torcida organizada nas arquibancadas? Faz diferença? - Hoje acredito que depende muito da cultura de cada escola. Por exemplo, Portela, Mangueira, Mocidade, Imperatriz, Tijuca, Vila Isabel, São Clemente, Estácio, Caprichosos, entre outras possuem torcidas organizadas e outras a própria escola distribui bandeirinhas e fazem das pessoas que estão na Sapucaí incrementar seu desfile. No entanto esta forma das organizadas, a meu ver, faz um diferencial, principalmente no incentivo a sua comunidade. A torcida necessita de verba pra sua sustentação. A “Guerreiros da
Águia” recebe verba de patrocinadores ou subsídios da escola para a manutenção do espetáculo? - Contamos com a colaboração dos próprios torcedores. Atualmente, com a nova gestão da Portela, tivemos a aquisição de bandeirinhas para a distribuição na Sapucaí. Faixas, bandeirões, balões, etc, são por conta da própria torcida. A “Guerreiros” não conta com patrocinadores. As torcidas organizadas do carnaval receberam algumas críticas negativas e foram comparadas com as torcidas do futebol. Você acredita que um dia a violência possa tomar conta das organizadas carnavalescas ? Por quê? - Esta pergunta sempre nos foi feita e já estamos indo para 12 anos e pelo contrário, contamos com a ajuda de amigos de outras torcidas. A Mangueira e a Imperatriz são um exemplo de reciprocidade e amor ao samba. Como funciona a direção de uma torcida? - Na minha postura sempre foi de democracia, amor, dedicação e amizade. Além das arquibancadas, aonde as torcidas inflamam a escola ? - Na quadra e nas ruas de seus
bairros, além das apresentações da escola em outras quadras quando convidada. Como é o relacionamento de uma torcida com outra? - A melhor possível. Amizade e união. Por que a Portela possui três torcidas diferentes? - A”Guerreiros” é a pioneira, já existíamos a anos, quando do surgimento das outras, mas foi bom para a escola com torcidas em mais de um setor na Sapucaí.Estamos num momento de transição. Para a que a Portela seja forte, há necessidade que todos segmentos, membros antigos e novos tenham a consciência de fato que a estrela é a Portela. Todos somos cédulas de um grande e único organismo, que precisam se relacionar, se ajudar e se respeitar. A Portela é uma só! Além das torcidas citadas, outras fazem belos trabalhos em prol da escola do coração, como: Garras do Tigre, Independentes Mocidade, Cobras da Caprichosos, Nação Verde e Rosa, Devotos da Coroa – Religiosamente Império Serrano, Leões da Estácio, Amigos da Águia, Portelamor, La Pandilla Clementiana, Família Tijucana etc.
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| COLUNA |
Quem é você que brilha nesse carnaval?
COLUNISTA CONVIDADO BREVE HISTÓRIA DA UNIDOS DA TIJUCA
Andrade Chefia: amor e dedicação pela Unidos da Tijuca Por Thiago Santos Alexandre Ferreira de Andrade nasceu em vinte quatro de abril de mil novecentos e trinta e três em Salvador, Bahia, filho de mestre de capoeira e ex-escravo Manoel Muniz, também conhecido como Gato Preto. A vinda do Sr Andrade Chefia para o Rio de Janeiro foi determinante para sua entrada no samba. Ainda jovem, participou das fundações de blocos como:Vai Quem Quer, Bafo da Onça, Caprichosos do Engenho e também muito contribuiu para a fundação da Acadêmicos de Duque de Caxias escola essa que deu origem ao Grêmio Recreativo Acadêmicos do Grande Rio. Mas, no meado da década de 60 outra agremiação mudaria de vez sua história: o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Tijuca, escola pela qual Sr Andrade dedicaria sua vida e amor ao samba. Por mais de vinte anos foi o locutor oficial da agremiação. Sua tarefa de dar a notícia de quando um samba era cortado da disputa era feita com muito carinho e então criou o termo “Hoje a Tijuca tira do seu convívio sambístico
Thiago Santos
Julio Cesar Farias
o samba de ... ” tudo isso para amenizar a dor do compositor que naquele momento via a sua obra derrotada. Como divulgador oficial, teve papel de destaque no cenário carnavalesco, levando a Unidos da Tijuca para a mídia, principalmente para o rádio, na época, o mais importante meio de divulgação do samba. Chefia passou por vários momentos com a escola do coração, mas com a chegada do atual
presidente Fernando Horta tudo mudou para a agremiação do Borel. Para Andrade Chefia, o dirigente português tem a mesma importância para a Tijuca que o sol e a chuva têm para a natureza. Hoje no auge de seus oitenta e dois anos, segue fazendo seu trabalho e com toda alegria no rosto tem o prazer de falar que tudo que tem deve a Unidos da Tijuca, mas com toda certeza a Tijuca deve muito também a Andrade Chefia.
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A partir do século 20, a cadeia montanhosa da Tijuca passou a ser habitada por escravos, descendentes e alforriados que deixavam para trás a falida zona cafeeira do Vale do Paraíba. A classe mais abastada que habitava a Usina e a Tijuca estava também em plena decadência. Foi nesta época que as famílias Moraes, Chagas, Santos e Vasconcelos se instalaram no complexo de morros do Borel. A agremiação foi criada a partir da fusão de quatro blocos existentes nos morros da Casa Branca, da Formiga e Ilha dos Velhacos. Em 1931, no dia 31 de dezembro, na subida da Rua São Miguel, 130, na casa 20, da família Vasconcelos, homens e mulheres se uniram para fundar a Unidos da Tijuca. Os fundadores foram: Bento Vasconcelos (o líder), Leandro Chagas (organizador e disciplinador), Alcides de Moraes (diretor de harmonia Tatão) e seus irmãos e primos com suas famílias formaram a base da escola: Jorge Vasconcelos, Pacífico Vasconcelos, João de Almeida, Ismael de Moraes, Alfredo Gomes, Tertuliano Chagas, Armando dos Santos, Turíbio dos Santos, Jacinto Ribeiro, Tarquínio Ramos, Orlando Godinho, Waldemar Gargalhada, João Cascorão, José Mamede D´Ávila, Álvaro e Dedé; Regina Vasconcelos, Marina Silva, Zeneide Oliveira, Margarida
Santos, Hilda Chagas, Ely Chagas, Elza Gomes, Doralice Caldeira, Hermínia Vasconcelos, Dora de Almeida e Helena de Souza. O G. R. E. S. Unidos da Tijuca é a terceira escola de samba mais antiga do Brasil. Seus fundadores tinham o objetivo de defender as raízes tradicionais do folclore brasileiro e também de lutar pelas causas populares. Lutas que sempre se fizeram presentes no sangue e na alma de seus antepassados, sofridos e expurgados da expressão cultural que mais amavam e cultivavam: o samba. A Unidos da Tijuca tem o pavão real como símbolo e o azul e o amarelo ouro como cores. Existem duas histórias que justificam a adoção desta identificação por nossa agremiação. Na época de sua fundação, a Escola primeiramente adotou como símbolo o emblema representando mãos entrelaçadas em união com o ramo de café, em referência à Tijuca antiga com suas plantações. As cores amarelo ouro e azul-pavão foram adotadas da Casa de Bragança, cores usadas na Corte Imperial e que significavam prova de bom gosto em suas vestimentas. Ambos, símbolo e cores, atribuídos como idéias de Bento Vasconcelos, um dos principais fundadores da Unidos da Tijuca. Outra vertente registra que, em 1931, existia no sopé do morro do Borel a “Grande Fábrica de Cigarros, Fumos e Rapé de Borel & Cia”. A vistosa figura de um pavão-real, nas cores azul e amarelo ouro, estampava as embalagens de alguns produtos dessa fábrica e tabacaria. No dia 31 de dezembro
desse mesmo ano, ali perto, na subida da Rua São Miguel, homens e mulheres, moradores do local e adjacências, fundaram o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Tijuca, adotando o pavão como símbolo e as cores azul e amarelo ouro, em referência ao logotipo identificador daquela empresa de cigarros do local. Mas para a inclusão do pavão como símbolo tijucano no carro Abre-Alas da agremiação há outra história: Em 1983, entre os meses de agosto e setembro, na disputa de samba-enredo para o Carnaval de 1984, a escola se preparava para abrir o desfile do Grupo Especial, inaugurando, assim, o Sambódromo. O pavão já figurava como símbolo chamativo com as cores da agremiação em camisetas com propaganda do enredo daquele ano Salamaleikum, a epopéia dos insubmissos malês. Consta que o compositor Carlinhos Melodia sugeriu ao então Presidente Luis Carlos Cruz que fosse colocado o pavão no abre-alas, pois enquanto as outras Escolas tinham aves e outros animais vistosos chamando a atenção do público, o antigo símbolo da Tijuca – duas mãos entrelaçadas e circundadas por dois ramos, um de café e outro de fumo, com as letras UT, abreviação de Unidos da Tijuca – trazia um símbolo de sofrimento e de resistência. A partir daí, atendendo à sugestão do compositor, a Unidos da Tijuca substituiu o símbolo anterior da agremiação, e em 1984 a escola entrou pela primeira vez na Avenida com o pavão como símbolo maior tijucano.
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Atenção Sapucaí !!!! Vanderlei Borges Ramos, a voz oficial da Passarela de Desfiles Por Geissa Evaristo Vanderlei Borges Ramos, 68 anos de idade e 44 deles dedicados ao samba. Por essa descrição você o reconhece? É ele o responsável pelo bordão “Atenção Sapucaí” anunciando a ficha técnica da próxima escola a ensaiar ou desfilar. Locutor oficial da Avenida, Vanderlei já fez muito sambista se emocionar ao ser apresentado por ele como responsável pelo seu respectivo quesito antes da sirene tocar. Sua vida profissional começou bem cedo: aos 13 anos, já trabalhava fazendo locuções em farmácias e supermercados, mas foi no início da fase adulta que seu talento foi descoberto. O profissional é radialista formado e já emprestou a sua voz para a Rádio Nativa e São Gonçalo FM, por exemplo. Mas a vida do locutor no Carnaval vai muito além do microfone. Com 32 anos de
Viradouro, o locutor começou no Carnaval em Nilópolis em 1976, mudando-se para São Gonçalo após o nascimento da sua filha, local onde fundou uma escola de samba mirim. Em 1985 chegou à Viradouro e em 1991 assumiu a função de diretor geral de harmonia e evolução por onde permaneceu até 2009, retornando em 2013 a convite do atual presidente Gustavo Clarão. No Carnaval, Vanderlei também já foi presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Gonçalo de 98 a 2013 e diretor de carnaval da Porto da Pedra. A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) entrou em sua vida em 2006 quando a convite de Elmo José dos Santos foi produtor do espetáculo “Forças da Natureza” realizado na Cidade do Samba. A partir daí, em 2008 coordenou a locução dos ensaios técnicos e em
2010 apresentou os desfiles do Grupo de Acesso. Não demorou para que os desfiles do Grupo Especial também fossem anunciados por Vanderlei que se tornou a inigualável voz oficial dos desfiles das escolas de samba. - Por ser radialista tenho uma colocação diferenciada na locução. Estou ali para dar o recado de forma formal, embora seja uma festa popular. Vibro com cada escola, esteja eu apresentando a minha escola ou não. Faço da mesma forma, passando emoção, mas entendo como um momento solene. A oportunidade de falar para 194 países, no entanto só veio aos 60 anos de idade é para se completar qualquer ser humano! Não assisto aos desfiles. Durmo e bebo água nos intervalos para preservar a voz. As pessoas me respeitam e é gratificante e prazeroso desenvolver este trabalho. Atenção Sapucaí!
Além da Avenida
Márcio Moura Dizem que no país do futebol todos nós somos torcedores e técnicos. Cada um tem um palpite para escalação, elenco, tática! E entendendo o brasileiro, e principalmente o carioca, porque
isso seria diferente no carnaval? Chove nas redes sociais ideias de desenvolvimento de enredo, pesquisas de pseudo sinopses e todo tipo de enquetes para acirrar ainda mais os ânimos para o próximo ano, mas em meio a tantas informações, muito do que é, ou não tem base, ou foi informado “por fonte segura”. Hoje vivemos o momento da profissionalização. Cada parte do desenvolvimento do Carnaval deve e pode ser gerido por profissionais que vem se preparan-
do ao longo do tempo. Pensando nisso, precisamos abrir os olhos para novos talentos que por vezes carregam uma vasta experiência que desconhecemos. Por isso, nas próximas edições, essa coluna tem como objetivo apresentar a trajetória artística dos profissionais (experientes ou não) que transformam em realidade os devaneios artísticos. Carnavalescos, coreógrafos, escultores, artistas plásticos, pintores..... O que fazem? O que criam? O que fomentam?" Além da Avenida ".
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Por onde samba você? Por Thiago Santos Lilian Rabello cursou Psicologia, mas foi na Escola de Artes do Parque Lage que encontrou sua verdadeira vocação. Hoje, diretora de artes, especialista em P&D – pesquisa e desenvolvimento em arte, foi em meados dos anos setenta, quando era assistente do famoso cenógrafo e figurinista Luiz Carlos Ripper que o Carnaval entrou na sua vida. Em parceria com Renato Lage, começou a trilhar sua carreira em 1978 na Unidos da Tijuca onde permaneceu ate 1982, quando se transferiu para o Império Serrano. Lá na verde e branco realizou os desfiles de 1983, 1984 e em 1985 com o tema “Samba, Suor e Cerveja” conseguiu através do seu trabalho na publicidade o primeiro enredo patrocinado do Carnaval carioca que alcançou o sétimo lugar naquele ano. Sua trajetória no Império Serrano durou ate 1986. No ano seguinte teve uma rápida passagem pelo Acadêmicos do Salgueiro. Seguindo seu caminho, foi para a Caprichosos de Pilares e por lá desenvolveu dois anos de trabalho. Todas essas experiências serviram de bagagem para o grande momento de sua carreira:1990. O destino foi a Mocidade Independente de Padre Miguel, casamento esse que levou a agremiação para uma
Coluna do Russo O Enredo do meu Samba
Lilian Sofia Rabello
era de conquistas. Já no primeiro ano contando a história da própria Mocidade, apresentou um desfile high tech na Avenida conquistando o primeiro título com o enredo “Vira virou, a Mocidade chegou”. O estrelato e a consolidação, no entanto, chegaram com o bi-campeonato em 1991. Título que se repetiria em 1996 com o enredo pensado por Lilian e desenvolvido por Renato Lage. Em 2003 desenvolveu o Carnaval da Vizinha Faladeira e em 2005 seu último trabalho foi pela Acadêmicos do Grande Rio. Lilian hoje faz parte da Comissão Nacional de Cultura e desenvolve em Brasília, no CNPC
(Conselho Nacional de Política Cultural), projetos em prol da valorização, reconhecimento e estruturação da cultura popular, abrangendo o Carnaval e as agremiações de todos os grupos. A artista se diz preparada para voltar ao maior espetáculo da Terra “Minha especialização em gestão colaborativa em economia criativa despertou-me a vontade de retornar ao Carnaval através do desenvolvimento de desfiles inovadores em qualquer grupo. Quero poder colaborar com minhas experiências e capacitação, em benefício da escola, possibilitando integração de todo o trabalho coletivamente.” Arquivo Pessoal
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Claudio Russo As Escolas de Samba pouco depois da origem com a linha de frente dos sambistas do bairro do Estácio de Sá, através da união de dois futuros quesitos (Samba e E n r e d o ) , a c a b a ra m por criar o ritmo tão envolvente que nos fez apaixonar pelos grandes desfiles: O samba-enredo. Conta à história que foi mais uma das g randes invenç õ e s c a r n ava l e s c a s do mestre maior portelense, Paulo Benjamim de Oliveira, no carnaval de 1939 com o seu Teste ao Samba ao aliar enredo, samba e fantasias. A interpretação dos desfiles ganhou uma leitura conjugada de quesitos, o que se canta é o que se desfila. Algo que nos parece básico precisou da genialidade de um mito do samba para ser criado. E dai então o samba-enredo ganhou cada ve z m a i s e s p a ç o e a chancela de carro chefe e porta voz do carnaval.
Crescemos ouvindo os clássicos, cantando, a cada ano, os sambas do ano e acima de tudo esperando, como o beato espera a missa, o lançamento do long play das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Meus senhores na época dos LPs, o disco das escolas chegou a superar, com folgas, a marca de um milhão de cópias. Pois bem, o ritmo, pouco a pouco, empobreceu, perdeu força e passou a cond i ç ã o d e f i g u ra n t e do maior espetáculo do planeta e como todos sabemos, música sem qualidade torna-se descartável. Exaltamos os antigos, temos dificuldade em lembrar o do ano e com mais de dois a n o s , n e m p e n s a r. Este é o diagnóstico do paciente samba-enredo. O que poucos sabem e a maioria não se atenta é que dentre vários fatores desta queda, talvez o mais importante esteja ligado à escolha dos enredos. A corrida desenfreada por patrocínio criou algumas aberrações neste ritmo tão amado e se continuar sem qualquer critério poderemos ver em pouco tempo a história da “Samambaia Chor o n a ” n a Ave n i d a
ou quem sabe “Da fantasia de um cabide ao aperto de um provador – A odisseia da liquidação”. Brincadeiras à parte, chega! Talvez a crise financeira no país, as baixas notas dos jurados ou o apedrejamento público, quiçá tudo junto esteja agindo em prol das boas novas. O cenário dos e n r e d o s p a ra 2 0 1 6 é o mais promissor dos últimos anos e o mais variado. Temos a grandeza da Ópera dos Malandros, Silas de Oliveira cantando a sua Serrinha, Mais de mil palhaços no salão e São Cosme e Damião . Ogum vai baixar na Sapucaí e o Quinto dos Infernos da Unidos de Padre Miguel se lança contra taxas, impostos e explorações afins... S e m fa l a r n a fo r ç a dos temas nordestinos como: Corações Mamulengos e a eng raçadíssima Farra do Boi. E ainda vem muita coisa boa, isso eu sei! C o nt i nua m o s p o r aqui louvando as escolhas dos enredos para 2016 e vislumbrando grandes sambas nos CDs do Grupo Especial e na Série A e que a cada ano de um banho de cultura e poesia, ou melhor, “Um Banho de Mar à Fantasia”.
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| MUSA |
Musa de Junho: Miriam Duarte Por Geissa Evaristo Miriam Duarte, atriz e rainha do tradicional bloco carioca Cacique de Ramos, neste mês dedica sua beleza ao Jornal do Sambista. A beldade que já integrou o elenco dos programas "Esquenta" e "Zorra Total", da TV Globo, também se dedica a montagem de projeto teatral
com crianças e adolescentes, que será desenvolvido e implementado na Baixada Fluminense, do estado do Rio de Janeiro. No Carnaval já foi destaque da Porto da Pedra, musa da Renascer de Jacarepaguá e Viradouro, rainha da Difícil é o Nome, madrinha da Acadêmicos do Vidigal, musa, princesa
e rainha do Cacique de Ramos. Em 2016, estreou no carnaval paulista na Tom Maior. “Ser a musa de junho é o reconhecimento de toda uma estrada de vida no Carnaval e no mundo artístico. Sempre busco melhorar como sambista e levo no meu coração o amor pelo Carnaval”.
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| ACONTECEU |
JUNHO • 2015 Geissa Evaristo
Giovana e Marquinhos, casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos do Viradouro
Célia Domingues e Kátia Paz no coquetel de comemoração aos 17 anos de fundação da Amebrás
As irmãs Nathalia e Simone Drumond da Imperatriz na premiação Samb@-Net
Thiago Santos
Presidente Déo Pessoa durante sorteio de ordem de desfiles da Lierj
Nego e mestre Lolo da Imperatriz Leopoldinense na premiação Samb@-Net realizada na quadra da Unidos da Tijuca
Equipe da Unidos do Viradouro na festa de lançamento do enredo 2016 realizada no restaurante Paludo, em Niteroi.
Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira durante feijoada na quadra
Presidente Heitor Fernandes, da Liesb durante sorteio da ordem de desfiles do Grupo B realizado na churrascaria Cruzeiro do Sul
Intérpretes Evandro Malandro e Diego Nicolau da Renascer de Jacarepaguá cantam na festa da premiação Samb@-Net
| GERAL |
JUNHO • 2015
Por Miss Chanel Não é só de faisões, cristais e paetês que vive a moda do carnaval! Ou pelo menos deveria ser! Estou chegando pra falar um pouquinho da moda que rola entre as celebridades nas quadras e eventos carnavalescos. Quer saber o que eu acho? Então, se prepare! Se ajeite! Se arrume! Ninguém será poupado dos meus pitacos! Resolvi começar pelo sorteio da LIERJ, e
Mitou - Cafona & Chic olha, posso adiantar vidada indo com roupa para vocês que a tarefa de avaliar os looks não foi nada fácil, haja vista que sempre rola aquele "Mais do mesmo!"Muito decote, muita roupa colada, muita roupa curta. Teve porta-bandeira errando feio no “dress code”. Informalidade demais fica feio em eventos oficias. Teve rainha de bateria repetindo o vestido que foi posto à vácuo. Teve con-
de passista do ensaio técnico, exagerando no tecido brilhante, rendas e transparências profundas: tudo em um look só! Nem Chanel Salva! Graças a Coco Chanel, não vi ninguém exagerando na maquiagem. Não vi ninguém com cara de panda! Os boys? Bem, esses parecem que combinaram e tiraram seus blazers do armário, e
Foco e Fé - "O caminho"
Wallace Ty Osoosi
"Cada caminho é apenas um entre um milhão de caminhos. Portanto, você deve ter sempre em mente que um caminho não passa de um caminho. Se você achar que não o deve seguir, não precisa segui-lo, de modo algum. Um caminho é apenas um caminho. Não é uma afronta para você ou outros se o largar se for isso que o seu coração lhe aconselha. Mas a sua decisão de continuar no caminho ou abandoná-lo deve ser livre de medo ou ambição. Eu lhe aviso:
não fizeram feio, mas o cheiro de guardado atacou minha alergia! Mas, como eu sou sambista e não desisto nunca, achei três belos exemplos de bom gosto, e hoje, todas as minhas notas 10 vão para as porta-bandeiras maravilhosas Raphaela Caboclo e Thais Romi e a majestosa rainha Raíssa Machado! Agora, é aguardar o próximo evento e conferir os looks. Será que vão repetir? Estou de olho!
examine cada caminho com atenção e propósito. Experimente-o quantas vezes julgar necessário. Depois faça uma pergunta a você, e só a você. É a seguinte: esse caminho tem coração? Todos os caminhos são os mesmos. Não levam a lugar algum. Há caminhos que passam pelo mato, ou vão para dentro do mato ou sob o mato. A única pergunta é se esse caminho tem coração. Se tiver, o caminho é bom. Se não, não tem utilidade. " (Léo Buscaglia, em Vivendo, Amando & Aprendendo)
Cozinhando com os Chefs Raul e Bruno Ingredientes: 1/2 kg de amendoim; 3colheres de achocolatado; 1 gema de ovo; 2 colheres de manteiga . Modo de preparo: Coloque o a m e n d o i m p a ra torrar, após torra do deixe esfriar, separe meia xícara dele que será usada no final. Descasque e moa os amendoins depois coloque em uma panela com as 3 colheres de achocolatado, a gema e as 3colheres de manteiga.
Mexa até soltar da panela em seguida vire numa vasilha para esfriar. Faça as bolinhas, passe no açúcar e coloque nas form i n h a s . Aq u e l e amendoim que sobrou coloque por cima para enfeitar. Raul Cesar juntamente com Bruno Mendonça é bi-campeão do Prêmio Concha de Ouro, pela Estação Primeira de Mangueira e campeão pela Acadêmicos do Grande Rio.
Cajuzinho de chocolate
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Tendências Jeans com jeans
Nath Drumond
Desde a década de 90, o jeans nunca esteve tão em alta como agora. Básico, versátil, fácil de combinar, o material é indispensável em qualquer guarda-roupa e é considerado o look da vez nessa temporada. Na hora de usar, vale saia com camisa, jaqueta com calça, short com colete e vale dizer que a combinação calça e camisa pode ser considerada a mais democrática entre as combinações, já que
fica linda em todas as mulheres e serve para qualquer ocasião. É claro que para dar um toque todo especial, vale investir nos acessórios para valorizar cada look como: lenço, cinto, chapéu e colares sofisticados. Uma dica super legal é abusar das lavagens, texturas diferentes, e não esquecer de diferenciar as cores do jeans para a produção não ficar muito carregada. Por exemplo: quando o jeans for muito escuro na parte de baixo, a peça de cima tem que ser mais clara e vice e versa. Mas, se você quiser optar por cores iguais abuse no calçado e na bolsa com cores vivas para diferenciar seu look. Tire seus jeans do armário e aproveite a beleza da peça que está em alta nessa estação.
Homenagem do Mês: Edmilton Di Bem
O Jornal do Sambista presta uma homenagem ao intérprete Edmilton Di Bem, grande perda para o mundo do Carnaval. Edmilton estreou como intérprete principal na Sapucaí defendendo "Passarinho, passarola... quero ver voar", samba que rendeu à Tradição o sexto lugar no desfile de 1994, o que garantiu à escola do Campinho o retorno ao Sábado das Campeãs e a sua melhor colocação no Grupo Especial. Ficou por lá durante três temporadas. Teve uma rápida passagem pela Estácio de Sá e logo depois defendeu a Alegria da Zona Sul entre 2009 e 2014. Neste carnaval,
desfilou pela Unidos de Lucas. Que descanse em paz! Geissa Evaristo
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