Carnaval * Nívea Alves dos Santos ** Magnair Barbosa
É
a festa profana mais antiga que se tem registro. De caráter popular, representa a inversão, a informalidade, tendo como característica a coletividade
– há registros de sua existência, datados de mais de três mil anos. As suas raízes mais antigas foram encontradas na Grécia Antiga, no culto a Dionísio (o Baco da mitologia Romana), deus da colheita das uvas. Atualmente é realizado em diversas partes do mundo, com características próprias em cada localidade, mas, com um sentimento comu: a alegria. Trata-se de manifestação cultural que acontece em dias e espaços definidos, onde pessoas ou grupos se encontram, com alegria e espontaneidade. A reconfiguração de espaços e a inversão de valores são elaboradas e definidas, para aquele contexto festivo, lúdico, simbólico. No contexto cultural, pode ser considerado o lugar da significação, da representação, da simbolização, da diversidade. Todas estas categorias estão associadas ao modo como as pessoas, nas suas práticas, revivem a cada época, já que cada realidade cultural tem sua lógica e dinâmica própria, em cada sociedade. Para Roberto DaMatta 1, é no carnaval que a sociedade pode ter uma visão
diferente de si mesma. Isso explica porque, nesses momentos, pessoas ou grupos de pessoas incorporam personagens que fazem contraponto ao cotidiano, * Antropóloga ** Historiadora.
1
26
Roberto DaMatta. O que faz o Brasil?, 2001.
27