Paulo Barros e ClĂĄudia Leitte estĂŁo no time de estrelas a ocidade 2015 , ,
t,
.,
"DoLSanos ausente e, agora, eu quero sofrer com vocês, vLbrar com vocês. Espere de mLm apenas o meu amor, Padre MLgueU"
Independentes, é chegada a hora da nossa grande retomada! No ano passado ganhamos um sopro de esperança nos 28 dias que restavam para o nosso desfile. Sob muita persistência e sacrifício, colocamos um carnaval digno na Marquês de Sapucaí. Um mutirão de dedicados torcedores da escola, que não ganharam nenhum tostão para ajudarem, se juntou aos nossos competentes funcionários para cumprir a missão. Em conjunto com a força do nosso chão, fizemos um dos desfiles mais simpáticos e festejados pelo público, que reconhecia ali o início do ressurgimento de uma potência do carnaval. Com o apoio do nosso presidente de honra, a Mocidade começava ali a reconstruir a sua trajetória. No período de um ano, formalizamos todos os nossos vínculos trabalhistas, contratamos o carnavalesco mais aguardado e festejado da Avenida, reforçamos setores carentes, trouxemos uma rainha de bateria que faz jus a nossa história, nos reaproximamos da comunidade e transformamos a nossa quadra em uma referência para os shows na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A Mocidade Independente caminha a passos largos para voltar a ser uma referência do carnaval carioca. Aprende com os erros e objetiva sempre o melhor, com os principais sentimentos para quem quer alcançar a glória: dedicação, seriedade e honestidade. Nunca é demais lembrar que cada um dos torcedores, desfilantes e admiradores são importantes. Cada um possui sua parcela de contribuição para a Mocidade alcançar novamente o protagonismo. Somos uma agremiação que sempre se notabilizou pelas transformações artísticas, mas também pela garra da nossa comunidade, algo que ficou bem claro em alguns desfiles recentes e também no ensaio técnico realizado no mês passado. Sinto que o Independente está feliz! Sente orgulho por ver que a atual diretoria busca sempre o melhor para a Mocidade. Tenham certeza que a nossa Estrela Guia no lugar mais alto do pódio é o nosso objetivo. E não mediremos esforços para isso! Bom Carnaval a Todos! !!! Wandyr Trindade (Macumba)
R".; •• Mo"d.d, 2015
-I
rtlensa da lesa Vida ... A ela chegamos sem pedir, dela partimos sem desejar. Ou esperar. Pelo menos, costuma ser assim. Deixando a filosofia de lado, viver é algo instigante. Por isso muito se fala que devemos tentar realizar todos os nossos sonhos durante a nossa existência. Dentre as dúvidas que afligem todos os seres humanos, porém, uma é cruel: o que fazer no caso de se ficar sabendo quando deixaremos de viver? Pensando nisso, a Mocidade Independente de Padre Miguel provocará todos os foliões este ano com seu tema "Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só te restasse um dia?", inspirado na canção de Paulinho Moska e Billy Brandão, que há tempos percorre a mente e agita a criatividade de Paulo Barros, o novo carnavalesco da agremiação. Cantar todas as canções que gosta, desde a infância? Brincar como criança, ignorando as críticas? Divertir-se a ponto de ficar exausto? Rever amigos e compartilhar aventuras? Tentar voar como um pássaro, desafiando as leis da natureza? Ou, como diz a letra do samba-enredo da Escola, rezaria para o tempo parar e prolongaria este último dia? Vale tudo para aproveitar todos estes hipotéticos últimos minutos. Principalmente livrar-se da tristeza. E qual a principal receita para afastar os maus pensamentos, para tentar ser feliz? Simples ... Deixar-se levar pelo Carnaval, permitir-se envolver pelo rodar das baianas, sonhar embalado pela leveza da dança do casal de mestre-sala e porta-bandeira, agitar-se ao som dos surdos e tamborins ... Viver o Carnaval. Deixar o coração comandar o corpo e a mente, deixarse levar ... Bom Carnaval a todos!
Jorge Castanheira Presidente da Liesa
N
essecarnaval, a Mocidade aposta no lúdico para levar o folião em uma viagem a um possível fim do mundo. Com um enredo dos mais instigantes, a Verde e Branco de Padre Miguel vai mexer com a mente e o coração dos foliões, convidando a todos para pensar no que fariam se o mundo estivesse prestes a acabar. Eu, como todo bom carioca, não tenho dúvidas do que faria: cairia no samba.
Viva a Mocidade!
Eduardo Paes
EdLtOYLal Revista Mocidade Independente 2015 que você tem em mãos reflete em sua concepção o novo momento pelo qual a escola está passando. Conhecida por sua ousadia, em carnavais que marcaram a história e o imaginário carnavalesco, a Mocidade Independente de Padre Miguel vive um momento de resgate de todas as características que fizeram dela uma das potências do carnaval carioca.
A
Sintonizada com este otimismo e a nova virada de página da agremiação, esta edição aposta em textos de fácil leitura, acompanhados de uma diagramação cuidadosa que valoriza em detalhes as particularidades de cada matéria, história ou imagem. Viajamos pelas ideias geniais do carnavalesco Paulo Barros e mergulhamos em perfis de cada segmento da Mocidade, escritos por autores que tem uma relação intensa de paixão pela verde e branco. Ainda falando da instituição Mocidade, apresentamos ao público a nova mentalidade de gestão da escola, refletida em ações de visão empresarial, com uma preocupação constante na valorização dos trabalhadores, do excelente ambiente de trabalho e da construção de bases fortes de sustentação para que o crescimento e a profissionalização sejam parte da rotina a cada novo carnaval. As páginas a seguir registram um pouco desse novo momento da Mocidade. Do carnaval 2015 à homenagem ao saudoso Ivo Lavadeira, um de nossos fundadores. Da valorização do samba como cultura de nosso Rio de Janeiro ao fascínio da humanidade pelo fim do mundo através dos séculos. São páginas que marcam novos tempos, e que passarão para a história como o documento de uma Estrela Guia que voltou a brilhar com mais intensidade do que nunca. Se o mundo não acabar venha você se acabar com a Mocidadel Ótima leitura e um excelente carnaval! Saudações Independentes!
../.
VEM SE ACABAR No carnaval 2015, a Estrela GUla de Padre Mlguel provoca a lmaglnação do públlCO ao perguntar: Se o mundo fosse acabar; me aiz o que vocêfaria se só te restasse um dia?
Por Jefferson Rodrigues esde que o mundo é mundo a ideia do fim iminente sempre instigou religiões, cientistas, sábios e artistas. A história da humanidade é permeada por profecias, previsões e teorias sobre o extermínio da vida na Terra. Do Apocalipse à hecatombe nuclear, do Dilúvio bíblico à queda de cometas e colisão de planetas, o homem sempre se manteve inquieto com a possibilidade do fim. Mas, e se o mundo realmente fosse acabar? E se esse último dia fosse hoje? E aí, o que você faria?
COM A Fugindo da ideia de catástrofes, já exploradas em diversos filmes, pinturas e livros, ou das teorias científicas sobre o fim dos tempos, o enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel é um convite para as pessoas aproveitarem a vida, terem um dia de felicidade plena e absoluta, afinal, o mundo está chegando ao fim, não há mais preocupações! Inspirado' na música O último dia, de Paulinho Moska e Billy Brandão, o carnavalesco Paulo Barros quer provocar a criatividade do público. É o momento de se libertar e responder: "o que fazer antes do fim?".
alas e alegorias com a Mocidade. Na loucura do fim dos tempos as pessoas seguiriam sua rotina normal? Templos, igrejas, rezas ou orações pontuariam esse dia? Ou seria o momento do lazer na praia, no esporte e nas viagens? O espírito consumista seria liberado para torrar toda a grana possível nos shoppings? Não há mais limites no cartão de crédito ... E o corpo? Há espaço pra malhar e suar a camisa nas academias na hora derradeira? Ou seria melhor se entregar aos prazeres da gula?
O enredo apresenta, também, os desejos repri"Devido às leis, regras e convenções sociais, midos. Sem constrangimentos nem repressão, existem limitações para que as pessoas façam seria o momento para as pessoas "se jogarem" aquilo que o coraem busca da volúção delas gostaria pia e do prazer carde fazer. Quando nal. E, num mundo "A grande mensagem que a Mocidade anunciamos que o já sem leis, aquequer passar é: viva cada dia da sua mundo vai acabar, la vontade de sair vida como se fosse o último" o coração está liPaulo Barros explodindo tudo, berado para fazer tocando fogo nas o que cada um quicoisas e fazendo o ser. A grande mensagem que a Mocidade quer diabo pelas ruas poderia ser enfim realizada. passar é: viva cada dia da sua vida como se fosse o último", explica Paulo Barros. Quando a contagem regressiva estiver chegando ao fim, é a hora de cair na folia, invadir a Para ajudar as pessoas a responder essa per- Avenida e curtir o Carnaval. Pra isso, a receita gunta, a Mocidade decreta que os profetas não é "deixar a Mocidade te levar", pois a luz que mentiam e que as profecias vão se cumprir. O brilha lá no céu não é um cometa nem um asmundo vai acabar! Não há mais destino, contro- teroide, mas é a Estrela Guia de Padre Miguel! le, compromisso ou limite. É hora de aproveitar cada segundo enquanto há tempo! FIM? O resultado das vontades e desejos liberados neste último dia vai desfilar pela avenida em
(
o talento que etemiza espetáculos a cada
desfile
Por Jefferson Rodrigues aula Barros acredita que a vida nos abre portas e que cabe a cada um de nós escolher em quais iremos entrar e quais permanecerão fechadas. Entre as muitas portas com que se deparou até hoje, uma das que ele escolheu abrir e entrar sem medo foi a do carnaval. Dono de uma mente inquieta e criativa, o nilopolitano apaixonado pelos desfiles desde criança, trouxe para a avenida muito mais do que simples e tradicionais desfiles de escola de samba, mas verdadeiros espetáculos que mexem com o público e se eternizam na memória do carnaval.
P
Não é à toa que uma década após ter estreado no Grupo Especial do Rio de Janeiro, Paulo já exibe no currÍCulo três campeonatos e três vice-campeonatos. São resultados que coroam a trajetória de um profissional que transformou o desfile das escolas de samba na atualidade, conquistou uma legião de fãs, e que não se cansa de perseguir uma meta chamada inovação. E inovação é algo que sempre esteve presente nos desfiles da Mocidade Independente de Padre Miguel. Estreando na escola em 2015, Paulo sabe a expectativa que esse casamento despertou nos espectadores, mas garante que o resultado será um desfile baseado na alegria, na diversão e, claro, em surpresas para deixar o público boquiaberto na Sapucaí. "Levo para a avenida uma arma secreta, algo que nunca foi usado nos desfiles e que, juntamente com o conjunto de nossa apresentação, vai lavar a alma dos Independentes". Mais do que isso, le se recusa a contar, guardando a sete chaves os misté'os a serem desvendados na Avenida. A inspiração para as loucuras vistas em seus desfiles evisla Mocidade 2015
vem do dia-a-dia, e da busca constante por metodologias, elementos ou aparelhos tecnológicos que possam ser utilizados no desfile de uma escola de samba. Nesse ponto Paulo é categórico ao afirmar que só aposta "em loucuras que tenha certeza que darão certo na avenida". E se der errado? "Tenho uma equipe preparada para sanar qualquer imprevisto que aconteça no desfile. A margem de erro nos últimos anos foi quase zero. A chave desse sucesso se chama planejamento", conta. Paulo Barros acredita que a briga pelo título no carnaval atual começa a partir da administração da escola de samba, passando pelo planejamento, estudos, pesquisas e uma gestão empresarial. "Essa é a base que permite que uma agremiação tenha condições de entrar na avenida disputando o título". A visão de uma escola de samba como empresa, marca da atual administração da Mocidade Independente, pode ser vista, por exemplo, no funcionamento do barracão na Cidade do Samba. Organização, ritmo ininterrupto e um sentimento único de trabalhar em prol da escola. "A Mocidade é uma escola de vanguarda, de modernidade, dona de uma história belíssima. Uma escola que não passou a ser grande. A Mocidade sempre foi grande. Não chego como salvador da pátria, mas como alguém que quer ajudar no processo de resgate da escola. Estou me unindo à Mocidade, trazendo meu estilo, e percebendo que minha chegada ajudou a alavancar o sentimento, o otimismo. Nunca tive uma recepção como a que recebi aqui. Fui abraçado e adotado pela torcida que tem uma força e um amor pela escola únicos. A Mocidade e seu componente estão despertando, renascendo", afirma Paulo.
I I
Curtas Como chegou ao carnaval? Desde menino assistia aos desfiles pela televisão e me apaixonei, mas segui meu rumo, fui estudar, trabalhar. Fui comissário de bordo, até que um dia tive oportunidade de fazer carnaval. Se não fosse carnavalesco, o que seria? Hoje não me imagino fazendo outra coisa. Talvez algo na área de artes, mas não sei. Eu me encontrei como carnavalesco. Qual o seu balanço de uma década de Grupo Especial? Balanço de vitória, mas também de aprendizado. Ainda estou aprendendo e buscando coisas novas para inserir nos desfiles. Qual seu enredo mais marcante? Todos os meus enredos foram feitos com alegria, alguns com mais prazer que outros. Mas se tivesse que pontuar eu colocaria o segredo ("É Segredo", enredo campeão em 2010 na Unidos da Tijuca). Qual carro alegórico de sua carreira você salvaria do fim do mundo? Vários (risos). Mas o carro do DNA é um carro que me marcou muito. Algo que infelizmente o carnaval deixa a desejar é a falta de um espaço para salvarmos essas alegorias.
Uma rainha pronta ~ara brilhar à frente da imortal bateria Por Júnior Silva
U
m antigo samba-exaltação versa que a Mocidade reinará na eternidade do carnaval porque sua alma, a bateria, é a maior de todas. "E para o povo toda alma é imortal" ...
Reinar à frente de tamanha tradição é mais que uma honra, é uma responsabilidade. E na madrugada de 06 de setembro de 2014 quando uma quadra lotada, quase em êxtase, deu as boas-vindas à sua nova Rainha de Bateria, ficou claro que a responsabilidade havia sido assumida.
"Pisar na Avenida é um sonho que está se realizando. Quero muito conhecer essa comunidade, participar de tudo, viver a essência dessa escola", declarou Claudia. E no momento em que se colocou de frente para a Marquês de Sapucaí, no ensaio técnico da Mocidade, não foi possível conter a emoção e as lágrimas encheram os olhos daquela que era esperada por uma legião de Independentes, fãs e amantes do carnaval. Esse foi o impulso para ela mostrar um show de samba no pé e, mais uma vez, provar que tem DNA verde e branco.
A cantora Claudia Leitte, que dispensa apresentações, chega à Mocidade Independente para ocupar um posto inaugurado na história do carnaval pela eterna musa da escola Monique Evans. Com seu jeito doce, ela se assustou com tamanho assédio e expectativas de uma torcida apaixonada, mas logo se soltou e mostrou que tem o gingado carioca, a beleza da mulher brasileira e o carisma necessários para fazer jus ao posto de rainha da "Não Existe Mais Quente".
Sabendo de sua responsabilidade e de toda a expectativa em torno do desfile 2015 da Mocidade, a rainha Claudia não titubeia. Ela garante o samba, o carisma, a simpatia, e não esconde a felicidade por fazer parte desse momento mais que especial. "Agradeço a essa comunidade por me receber tão bem. Sinto como se na minha carteira de identidade o meu registro de nascimento fosse Padre Miguel. Estou honrada e emocionada e sempre serei Mocidade", afirma.
Desde que pisou na escola pela primeira vez, Claudia sentiu que este momento especial pelo qual vai passar confunde-se com o da própria agremiação. A Mocidade retoma sua posição de vanguardismo e pioneirismo em busca do sexto título, e a presença da "Negalora" - como ela é carinhosamente chamada por seus fãs, vem se somar a este novo caminho que a escola começa a traçar.
E que chegue o grande dia porque, ouçam bem, lá vem a bateria da Mocidade Independente ... Não Existe Mais Queote!
(
I
7; Guardlões do pavllhão verde e branco de Padre Mlguel Por Selminha
Sorriso
A
Mocidade Independente é afilhada da Flor e eu fico muito feliz por isso, pois escola pela qual tenho imenso carinho, já fiz parte como integrante do quadro de show cola.
Beijaé uma e que da es-
Tenho minhas lembranças da Lucinha desde a adolescência, onde tivemos várias passagens juntas, amadurecemos juntas, temos dois filhos lindos e quase da mesma idade. Ser mãe nos deu muita maturidade e com isso, estamos buscando sempre ser pessoas mel ores e profissionais melhores. Desde criança, Lucinha sempre sonhou em ser portabandeira, e graças a Deus se tornou uma das grandes. Lucinha Nobre já tem seu nome gravado na história do carnaval como uma pessoa determinada, dedicada, que realmente tem comprometimento com a arte. É incansável com os seus ensaios e isso acaba fazendo uma diferença muito grande na busca pelas notas 10 que todos os casais sonham. Esse ano ela terá mais uma vez a grande missão de dançar com um novo mestre-sala, o Diogo Jesus. Diogo é um querido, um bom menino, que me chama de "madrinha" e eu correspondo como "afilhado". É o "novinho", como é carinhosamente conhecido, bastante dedicado e determinado, além de possuir um grande talento.
Revista Mocidade 2015
Tenho percebido bastante dedicação nos dois, e o sonho de chegar na avenida e alcançar a meta pela qual estão trabalhando tanto. É sempre a busca pelo sonho, e eu espero de coração que eles o realizem. Estão se empenhando para isso e só posso desejar que tenham muito sucesso. E sucesso à Mocidade Independente, que tem se renovado, e a partir do último ano está voltando a dar esperanças aos torcedores para buscar melhores colocações e brigar pelo título. O torcedor da Mocidade voltou a sonhar e "sonhar não custa nada ... ou quase nada ...", e com isso, nós todos do carnaval ganhamos. Ver a Mocidade guerreira no seu lugar de direito, com grandes desfiles, grandes sambas e grandes profissionais como a Lucinha e o Diogo é o que o mundo do samba quer. Sucesso sempre! Um beijo! Selminha Sorriso é porta-bandeira do G.R.E.S. Beija-Flor de Nilópolis
COffltssão
C arnava [
A
o invés de concentrar as responsabilidades de um desfile nas mãos de um único diretor, a n~va concepção de carnaval da Mocidade exigiu a formação de uma Comissão de Carnaval. E o dividir para somar!
o porta-voz
da presidência e membro da comissão de carnaval, Rodrigo Pacheco, defende que um desfile de escola de samba atualmente é algo grandioso e complexo demais para que tudo fique concentrado em uma única pessoa. "Dividimos responsabilidades por área, permitindo maior atenção de cada profissional ao seu setor. É claro que uma área depende da outra, mas a nossa vantagem é que uma única pessoa não precisa responder por tudo. O trabalho flui bem dessa forma", conta Rodrigo.
1- Marcelo plácido Diretor de Barracão
2- Paulo Barros Diretor Artístico
3- Renato P lres
4- Rodrl£:o Pacheco Administrativo da escola
e porta-voz
5- Rômulo Ramos Direção de Harmonia
Diretor de Patrimônio Revista Mocidade 2015
Por
dentr
da Moc dade alza Bastos Coordenadora da Ala de Passistas
Tia Nilda Coordenadora da Ala das Baianas
Foi em 1979, ano do primeiro título da Mocidade, que Tia Nilda estreou na ala das baianas. Ali começava uma história de amor para a vida inteira, coroada por diversas homenagens e prêmios, o último deles foi a Medalha Pedro Ernesto, concedida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 2014. Hoje, aos 71 anos, Tia Nilda coordena esta que é a ala mais famosa e mais importante para os amantes das escolas de samba, as baianas. No desfile de 2015, a Mocidade contará com 80 senhoras trazendo toda a tradição de Padre Miguel para a Marquês de Sapucaí.
Revista Mocidade 2015
A analista de sistemas LaÍza Bastos desfilou pela primeira vez na Mocidade aos sete anos de idade. Integrante da ala de passistas desde 2002, ela assume a coordenação deste importante segmento responsável por um espetáculo de samba no pé na Avenida. Nos últimos dez anos, LaÍza fez diversos shows de samba ao redor do mundo. Sob o seu comando as cabrochas e malandros independentes prometem mostrar muita beleza e samba no pé. São 80 integrantes na ala.
Rômulo Ramos Diretor Geral de Harmonia Militar por formação, Rômulo Ramos retoma à Mocidade Independente de Padre Miguel depois de cinco anos ausente. Em sua última passagem, conseguiu todas as notas máximas no quesito harmonia, seara que conhece como poucos no carnaval. Além da direção do quesito, ele integra a comissão de carnaval ao lado de Paulo Barros, Rodrigo Pacheco, Marcelo Plácido e Renato Pires. Sempre alinhado aos preceitos tradicionais do samba, pauta o seu trabalho em cima da origem das agremiações.
ô C'l
õ
-s
';::: '§ ::l
oo U U oo .'2 ~ o
-a
-< ~
oi:i
Õ •... &
Por den o
idade Raphael Nascimento e Marcela Tavares Segundo Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira Os irmãos Raphael e Marcela - ele com 20 e ela com 18 anos - estreiam em 2015 defendendo o pavilhão da Mocidade, após passagens pela Lins Imperial, União do Parque Curicica e na nossa escola-mirim Estrelinha da Mocidade. Oriundos da Escola de MestreSala e Porta-Bandeira do mestre Manoel Dionísio, ambos valorizam o estilo tradicional do bailado do casal. Os ensaios podem chegar até cinco vezes por semana, com a garantia de um espetáculo digno dos grandes casais que já pisaram na Marquês de Sapucaí.
Velha Guarda Com o slogan "Velha Guarda só é quem é, e não quem quer", nossos baluartes se mantêm como parte integrante do grupo de pessoas que, direta ou indiretamente, fundaram a Mocidade Independente. O fundador da Velha Guarda da Mocidade, Tio Dengo, valorizava a preservação das tradições e histórias da escola, objetivando manter vivos na memória os diversos estilos de sambas compostos por nossos poetas. Fundada em 1967, a Velha Guarda possui, atualmente, 100 integrantes, e o mais antigo tem 81 anos de idade.
Os regentes da orquestra maLS famosa do carnaval Por Rodrigo Coutinho alma de uma escola é a bateria ... Os versos eternizados na voz da mangueirense Alcione: fazem parte de um lindo samba-exaltação à Mocidade. E não poderia ser diferente. Famosa antes mesmo de a escola colocar-se entre as grandes do carnaval, a "Não Existe Mais Quente" chega ao carnaval 2015 pronta para dar continuidade ao trabalho de manutenção das características que a transformaram na bateria mais aguardada da Marquês de Sapucaí.
A
No comando, um trio que tem muita história pra contar e raízes independentes. Criada para o Carnaval 2012, a superdireção de bateria é composta por Andrezinho, como coordenador geral, e os mestres Dudu e Beréco. Filho do lendário mestre André, o ex-integrante do grupo Molejo sabe desde moleque os meandros de um dos ritmos mais peculiares do Rio de Janeiro. "O nosso trabalho é de resgate. Passo a passo. Trabalhamos em cima de um ritmo que é só nosso e que durante alguns anos não foi tão bem trabalhado assim. Hoje me orgulho de chegar na bateria e ver uma molecada que tem o ritmo da Mocidade como referência , que sabe fazer como gente grande a nossa batida de caixa, que toca um repique muito bem", revela Andrezinho. O mais jovem dos três comandantes é mestre Dudu. Com ele, o talento hereditário também se faz presente. Filho do consagrado mestre Coé, regente da bateria no último ano que conseguiu todas as notas 10 - 2002 -, Dudu já era um dos melhores ritmistas da "Não Existe Mais Quente" ainda na adolescência. Depois integrou a diretoria de bater a comandada por seu pai, falecido em novembro de 08.
Para completar a equipe, um cara que teve a honra de conviver com os maiores mestres de bateria da história da Mocidade. Luiz Carlos Leitão de Oliveira é o mestre Beréco, que comanda a bateria da Mocidade desde 2010. Teve contato com praticamente todos os mestres que a Estrela Guia já teve, incluindo André e Coé, genitores daqueles que são hoje seus companheiros de batuta. "Tive sorte de ter convivido com esses dois e também com vários outros que foram muito importantes aqui dentro. A Mocidade sempre foi um celeiro de grandes mestres, ritmistas e de muita criatividade. Uma referência de ritmo para o carnaval. Estamos retomando esse posto aos poucos", projeta Beréco. Entre outras coisas, a bateria da Mocidade Independente foi a responsável pela criação das paradinhas e do surdo de terceira, artifício e instrumento que todas as bateria usam atualmente no carnaval.
r
Os coreógrafos que prometem uma Comissão de Frente inesquedvel algumas delas de tirar o fôlego. Conseguimos realizar todo o nosso Projeto Comissão de Frente Mocidade 2015: elenco, coreografia, cenografia, figurino, maquiagem e efeito. Não houve cortes", revela Saulo. A rotina para criar esse espetáculo de abertura começou em agosto de 2014, em reuniões com o carnavalesco Paulo Barros para desenvolverem a ideia da comissão. A partir daí tiveram início as pesquisas de movimentos e os primeiros ensaios. "Eu dei início às pesquisas de movimento no mês de outubro, na cidade de Ourinhos (SP), com 13 bailarinos da Companhia Brasileira de Ballet. Filmava e mandava para o Saulo, que cuidava do outro grupo de mais 11 bailarinos aqui do Rio, que ensaiavam no clube Arouca, que fica na Barra da Tijuca. Em dezembro, juntamos os dois grupos, e por necessidade incluímos mais 8 bailarinos ao elenco. Trabalhávamos uma média de 4 horas por dia de segunda a sexta-feira. E a partir do mês de janeiro, intensificamos os ensaios e passamos a mesclar os ensaios da Barra com ensaios na Sapucaí. Temos uma comissão com 32 bailarinos", conta Jorge.
Por Jefferson
Rodrigues
e o mundo fosse acabar amanhã, Jorge Teixeira gostaria de estar na companhia de amigos e familiares, ao som de Maria Bethânia, comemorando a vida com um bom vinho. Saulo Finelon faria uma grande festa para celebrar o resultado de um trabalho que exigiu muita dedicação e noites mal dormidas. Mas ambos têm uma certeza e um desejo: ver a Mocidade campeã.
S
Ambos garantem que a tradição das comissões de frente de apresentar a escola e reverenciar os jurados foi mantida, mas ganhou alguns toques de novidade para resultar num espetáculo à parte no desfile. Jorge Teixeira revela que a cobrança, e a responsabilidade em se superar a cada ano fazem parte do processo de criação, mas que o trabalho mantém, sempre, as características da dupla. Saulo resume tudo em duas frases: "estamos indo para o tudo ou nada! Essa comissão vai ficar eternizada".
É nas mãos desses dois artistas, já consagrados por gran-
des comissões de frente, que está a misteriosa abertura que a Mocidade Independente promete para o carnav 2015. "Trazemos muitas coisas novas e inéditas,
Sementes de curiosidade lançadas, eles, com bons artistas, não revelam mais nada, deixando no ar a sensação de que o fim do mundo vai valer a pena.
~
o carisma de um dos maiores intérpretes
ao carnaval carioca
Por Diego Nicolau uando os primeiros acordes do cavaquinho independente tocarem, prepare-se. Um trovão vai entrar em cena na Marquês de Sapucaí! Calm , apesar do enredo da Mocidade começar com algumas profecias do Juízo Final, o impactante som não virá dos céus. Trata-se de uma das mais potentes e melodiosas vozes que a avenida mais famosa do carnaval mundial revelou.
Q
Bruno Ribas, dono do microfone número um da Mocidade Independente pela quarta vez, terá novamente a maravilhosa oportunidade de conduzir uma apaixonada e revigorada legião de ávidos Independentes prontos para receberem seu comando de felicidade. Reconhecidamente um dos mais carismáticos cantores de sua geração, o sorriso fácil se alia à liderança nata que possui. Sem muitas delongas e pormenores, Bruno sabe comandar seu grupo com maestria e simplicidade invejáveis. Eu, que tenho o prazer de fazer parte de seu time pelo terceiro ano, atesto que é fácil e enriquecedor estar a seu lado aprendendo a cada ensaio. A criatividade em seus bordões e grito de guerra como não identificar instantaneamente o famoso "entra em cena" ou o inicial "está presente a nação verde e branca da Zona Oeste" ou mesmo o mais recente "tá querido?" entoado pela comunidade de Padre Miguel na faixa do CO de sambas de enredo 20157 - fazem parte da faceta jocosa do cantor e se tornaram sua marca registrada. É com esse leque de qualidades pessoais e profissionais, que Ribas vem ano a ano se firmando como patrimônio musical do carnaval carioca, deixando sua marca na história da maior festa popular do planeta e multiplicando fãs Iadmiradores de seu trabalho.
Bruno surge sem dúvidas como um norte obrigatório de postura e musicalidade. Para o sambista brasileiro, ele já tornou-se respeitado e estabelecido como referência de grandes interpretações. E para o torcedor e/ ou desfilante da Mocidade, ele é a força que vai impulsionar, durante cerca de 82 minutos, o sonho de conquistar mais uma vez a vitória. Como ele mesmo diz, vai ser o mundo se acabando! Obrigado pela honra, mestre! ./
Diego Nicolau é membro da ala de composi ores e integrante do carro de som da Mocidade I
Para nós, cantore que estamos começando a carreira, R~i", Mooid,d,
,J4
Os poetas do
fim do mundo
ram quase 05:30h da manhã de domingo, 19 de ou ubro de 2014, quando a Mocidade anunciou o samba escolhido para o carnaval 2015. Dentre os mais de 40 sambas de enredo inscritos na disputa, a obra composta por Ricardo Mendonça, Tio Bira, Anderson Viana e Lúcio Naval sagrou-se a grande campeã de um processo acirrado de eliminatórias.
enredo de forma correta. Acredito que a maior qualidade do samba é que ele está totalmente dentro da proposta do carnaval, isto é, as pessoas não vão apenas ouvir o samba, mas também assistir o que ele narra. Aposto que teremos uma conversa com o público. Sem contar que é um samba fácil, com palavras populares.
A parceria, que venceu pela primeira vez na Mocidade, compõe sambas para a escola há quatro anos, chegando por três vezes à final. E o samba, de melodia leve e letra contagiante, caiu no gosto da Nação Independente, prometendo sacudir a Sapucaí. Confira nosso bate-papo com Ricardo Mendonça, um dos compositores campeões.
Qual o seu verso ou trecho preferido do samba?
Esta é a primeira vez que sua parceria ganha um samba na Mocidade. Isto acontece num período de mudanças, em que a escola resgata sua essência e se prepara para voltar a disputar títulos. Como é saber que o samba-enredo de vocês vai representar a Mocidade num momento como este? Ricardo Mendonça - Eu costumo dizer que Deus não poderia ser mais generoso com a minha parceria. Ele separou o melhor pedaço do bolo, o melhor momento da festa. É uma sensação que não dá para explicar. Ganhamos no ano em que a escola volta a ser a Mocidade, com chances reais de ser campeã. Não tenho dúvidas que este ano será um divisor de águas, e faremos parte dessa história.
Como foi a composição deste samba? Quais são as maiores qualidades dele, na sua opinião? RM - Desde o início procuramos elaborar o samba tentando seguir o trabalho do carnavalesco. Nosso escopo foi tentar entrar na cabeça do Paulo Barros e passear pelo
RM - Cada um de nós na parceria tem a sua preferência, mas a maioria gosta do verso "Vem ... É o Juízo Final/Viva ... O amanhã não vem mais", pois esse trecho resume bem a ideia do enredo. Eu gosto da parte "eu já tô louco sou Vintém, sou Padre Miguel, cada segundo vou curtindo a vida". Porque? RM - Hoje a Mocidade vive um momento especial, e essa parte do samba se trata de um recurso anafórico de retomada, e tem, por objetivo, reafirmar uma ideia. Nesse caso, tentamos mexer com o brio dos componentes que vem da Vila Vintém e de Padre Miguel. A escola mais do que nunca precisa da sua comunidade de volta. E sinto que essa comunidade entrará mordida na avenida. Como é a sua relação com a Mocidade? O que a escola representa para você? RM - Eu vivo Mocidade! Estou na escola desde os 10 anos de idade e tenho um amor imensurável por essa Estrela Guia. Sem dúvida ela é a minha maior paixão, o meu primeiro amor. Sou Mocidade e só!
/J MA ESTRE A Gestão empresarLal, plan~amento, LnvestLmento em Lnfraestruru.ra e valorLzação dos profissLonaLs são algumas das VLsõesque caracterLzam a nova admLnLstração da MocLdade Por Gabriel Franco, Jefferson e Rodrigo Coutinho
U
Rodrigues
maempresa de sucesso precisa de uma gestão que tenha foco, planeje suas ações, estabeleça metas de curto e longo prazo, valorize seus funcionários, e ofereça boas condições de trabalho, entre outras atitudes que, somadas, vão gerar crescimento e, consequentemente, lucro. Essa visão comum no chamado "mundo dos negócios" é o que a nova administração da Mocidade Independente começou a implantar na escola nos últimos meses. A única diferença é que para a Mocidade a palavra lucro se chama campeonato.
VOLTA A BRILHA o cenário
é de extrema organização e limpeza. A impressão que se tem é que tudo está no seu devido lugar, de forma a otimizar a ocupação do espaço. O ambiente é arejado, oferecendo tanto o conforto da livre circulação do ar quanto o controle do ritmo de trabalho. Os funcionários estão uniformizados e com equipamentos de segurança. A infraestrutura é pensada para facilitar e agilizar. Acredite, tudo isso que estamos descrevendo se refere a um barracão de escola de samba. Esse é novo barracão da Mocidade. Reestruturada desde a sua base, diversas mudanças ocorreram para trazer de volta à escola o brilho dos seus melhores anos. O resultado deste esforço é uma verdadeira empresa, profissional, competitiva e preocupada em cumprir sua função: fazer com que cada um de seus desfiles permaneça na memória.
Limpeza, organização, além de manutenção em todo sistema elétrico caracterizam a nova estrutura da Mocidade
Disposta a oferecer excelentes condições de trabalho aos seus funcionários e uma estrutura que permitisse a execução de grandes carnavais, a Mocidade realizou uma ampla reforma em sua sede na Cidade do Samba. A parte administrativa foi remodelada, com salas bem equipadas para atender aos profissionais, além de uma repaginada total nos banheiros, refeitórios, e áreas de circulação comum, como escadas e recepção. Os gradeados no quarto andar permitem melhor ventilação nos ateliês
Almoxarifado
reorganizado com materiais para confecção de fantasias e adereços
Fotos: Diego Mendes e Marcelo Pácido
No quarto andar, famoso pelo calor insuportável nos meses de verão, as divisórias de tapumes foram substituídas por grades, facilitando a circulação do ar. No teto, cabos de aço funcionando como "araras" para dependurar as fantasias produzidas. Os almoxarifados (são dois) estão bem equipados com materiais para produção de alegorias e fantasias. Além de novas mesas de trabalho e manutenção total nas instalações elétricas. Rodrigo Pacheco, porta-voz da Mocidade e membro da comissão de carnaval, resume os trabalhos na escola em uma palavra: profissionalismo. "Quando assumimos não tínhamos materiais, documentação ou organização. Os pagamentos estavam todos atrasados. Nossa primeira missão foi regularizar tudo, recuperar crédito no mercado e resgatar a marca Mocidade. Hoje temos em mente a ideia de uma grande empresa, e nossas ações estão todas voltadas nesse sentido. Temos uma nova infraestrutura, reestruturamos a parte administrativa e focamos numa equipe de experiência e bastante competitiva", conta.
o refeitório
foi repaginado oferecendo mais qualidade e conforto aos funcionários
Fotos: Diego Mendes e Marcelo Pácido
J
Valorização dos profissionais As velhas relações de trabalho, muitas vezes apalavradas, ficaram para trás na escola. Em uma atitude pioneira, a Mocidade regularizou a situação de todos os seus funcionários. Uma parte dos profissionais tem a carteira assinada diretamente pela escola, outra parte é cadastrada no Microempreendedor Individual (MEl), e uma terceira parte é registrada em empresas terceirizadas. Além disso, o ambiente de trabalho passou a valorizar a segurança, com funcionários uniformizados e portando capacetes, óculos, luvas, protetores faciais e botas. "Dentro do barracão, vivenciamos um ambiente industrial. Brindes sorteados na confraternização de fim de ano para os funcionários do barracão Trabalhamos com ferro, solda, (Foto Rodrigo Coutinho) madeira, produtos de limpeza, tinta, fibra. Muitas coisas que podem gerar um ferimento grave ou um problema de saúde em um de Estes novos alicerces, somados à preparação de um desfile grandioso para 2015, fazem com que as prinnossos funcionários. Trabalhamos com todo o equipamento de proteção individual, fazendo com que cipais características da agremiação já voltem a ser o trabalhador se sinta seguro e valorizado", afirma notadas. A Mocidade Independente de Padre Miguel está se preparando, com coragem, inovação e a pero diretor operacional do barracão, Marcelo Plácido, sonalidade que sempre lhe foi peculiar, para voltar lembrando também as quatro refeições diárias que a escrever grandes páginas na história do carnaval. são servidas para os trabalhadores.
Um sambódromo especial para ensaios Disposta a profissionalizar seus ensaios, aprimorar as técnicas de canto e evolução dos componentes e garantir a preservação dos segredos e surpresas da comissão de frente, a Mocidade decidiu investir no ousado: construir uma pista de desfiles inspirada na Marquês de Sapucaí. Através de parcerias com o setor privado, o sambódromo independente será construído no terreno onde está a sede da escola, na Avenida Brasil.
Sonho antigo do diretor de harmonia, Rômulo Ramos, o projeto da Mocidade prevê uma pista de 215 metros de comprimento e 13 de largura (a Sapucaí tem 700 metros), dois recuos de bateria, além da instalação de arquibancadas provisórias e caixas de som, num sistema bastante similar ao da pista oficial de desfiles. As obras estão na fase de terraplanagem e em breve a construção terá seu início.
Mocidade: vulto de ousadia, zirig~üdum e balacobaco na história Por Fábio Fabato Mocidade não é uma qualquer. Ela tem topete, é petulante, desceu ao planeta - e até cismou de encontrar outros mundos num certo carnaval campeão ... - para incomodar. Mocidade basicona, quadradona, amarelona não é Mocidade. Desde sempre. Se já foi feito por alguém, nem sonhe usar na Estrela. Ela é partidária até do abre-alas de papel higiênico, da assimetria, mas dispensa o que todas abraçam. Quem começou time de futebol e, logo cedo, teve a ousadia de trocar chuteiras pelo surdo de terceira (criação do revolucionário gênio da raça Tião Miquimba), tudo na maior incerteza do improviso, jamais escondeu o tom de sua prosa. E verso. Em 1959, criou a famosa "Paradinha", e não há santo pagão do samba que não saiba pelo menos uma das milhares de histórias para a invenção da manobra rítmica (até mesmo a que dá conta de um escorregão do mestre-sala). Mas naquele mesmo ano, a moça - e vou chamá-la assim porque já sou íntimo, e trate você, leitor, de também garantir tamanha proximidade, de modo a garantir emoções presentes, futuras, frio na espinha e encrespar cutâneo -, misturou clássico e popular. É mole?
A
O enredo era "Os vultos que ficaram na história", homenagem ao maestro Carlos Gomes, ao "príncipe dos poetas", Olavo Bilac, e a Rui Barbosa, um dos nossos maiores homens públicos. Tudo assim mesmo, meio misturado demais, improvável, ufanista à beça, bem ao sabor de pedagogia de massas
vigente à época. Não é que no trecho do samba que se referia diretamente ao criador de "O Guarani", a melodia executada flertava com a da própria ópera? Sim, uma levadinha de samba com aqueles acordes que conhecemos desde mole cotes, marca e DNA de "A voz do Brasil", campeã de audiência nos engarrafamentos. Meu povo, estamos falando de 59 (Brasília ainda estava em posição fetal), primeiro ano da moça entre as grandes (ela jamais caiu desde aqueles tempos inocentes, e eu adoro repetir isso em todo artigo meu, como pai babão de Miss). Ora, vai ser ousada assim .... Lá em Padre Miguel! E ela foi. Partindo de lá mesmo, da terrinha gravada em seu nome -mantra - no balanço do trem ou nas curvas da Brasil-, até desembarcar no palco iluminado em que arrebatou corações a perder de vista. A bandeira roceira - sem qualquer demérito nesta definição -, fez-se a moderninha do clube das grandes. A liturgia deste "cargo", a vanguarda, pede que ela não fraqueje diante dos maiores desafios. Quis ser índia, viver pelada pintada de verde, num eterno domingo. De carnaval, de preferência. Aliás, ganhou duas vezes neste dia, contrariando os prognósticos bocós de que apenas os desfilantes da segundafeira têm vez nas Cinzas. Bobagem. Padre Miguel pode tudo, escangalhar convenções,
Mestre André revolucionou o riuno com suas paradinhas e fez história (Foto de Alcyr Cavalcante) ,
Revista Mocidade 2015
homenagear Avenida Brasil, contravenção e muamba, sonhar e realizar, promover sincretismo e paz entre os povos, fundar metrópoles indígenas improváveis, doarse para o seu povo, sem medo de errar. Meninos, eu vi. E ainda menino, que é pra ficar guardado na memória, feito tatuagem. A escola que me enfeitiçou quando dobrou o abre-alas naquele carnaval, naquele ano, naquele tempo, naquela Avenida, naquela conjugação de fatores, astros, sonhos depositados, naquele festival do couro, alegria da cidade, foi mesmo a Mocidade. Salve ela! Sensual, provocativa, descarada, abstrata. Não havia como não ser a madame, com o jeitinho sui generis de estar à frente do tempo, lençol nas convenções, nas pretensas verdades. Jamais foi a preferida da crítica e do júri, jamais. Ganhou cinco vezes, mas perdeu à beça, até quando não merecia, até mesmo quando saía da pista nos braços da multidão. Ficou a marca: é do povo.
Vai, Padre Miguel, vai acreditar de novo que é grande nesta vida! E justamente no domingo folião, para despertar a ira de alguns, o desvario de outros, bagunçar os percentuais estatísticos de quem enxerga a vida por números e matemática simples. Prefira os devaneios. E de carnavalesco novo, o maior da contemporaneidade. Sim, você é aquela da maior bateria, mas, fundamentalmente, uma escola de formação de estilos, grêmio "de carnavalesco", com identidade moldada num liquidificador artístico onde foram despejadas as melhores doses de Arlindo Rodrigues, Fernando Pinto, Renato Lage, ziriguidum, balacobaco, delírio sensual e arcoíris de prazer. Estou contigo. Mais uma vez. Em busca daquela primeira impressão. Selo com um beijo, nada mais.
Fábio Fabato é jornalista e escritor, comentarista de carnaval da Super Rádio Tupi. Autor de diversos livros sobre as escolas de samba, é o curador da série "Família do Carnaval" (editora Nova Terra), biografia em crônicas das maiores agremiações cariocas. Colunista do site Galeria do Samba, já comentou os desfiles pela Rede Bandeirantes de Televisão. (Foto de Vicente Almeida)
Revista Moc
~
Samba, naclona cu!tuY[a! o samba carloca é PatrlmônlO Cultural
do Brasll
Por Pituka Nirobe e Tiãozinho da Mocidade epoisde seis dias semanais de trabalho forçado, finalmente o dia de branco. Alguns amigos, com panela, garrafa, prato, colher, inicia-se o batuque, e rapidamente vão chegando outros afro-brasileiros batendo as palmas da mão, entoando uma música que todo mundo conhece, mesmo não sabendo quem fez. Em meio à cantoria, uma negra alegre e saltitante começa a dançar, cedendo o espaço para tantos outros, aumentando a roda. Pronto, está formada a roda de samba, e essa brincadeira onde todos interagem num diálogo livre, sem palavras, com muito ritmo e sem hora para terminar.
D
da identidade brasileira. Mas ainda há muito caminho a trilhar. Alguns sambistas reunidos numa luta incansável buscaram a salvaguarda do samba como cultura afro-brasileira. Em 10 de outubro de 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou oficialmente as matrizes do samba do Rio de Janeiro como Patrimônio Cultural do Brasil, solicitado pelo Centro Cultural Cartola, com apoio da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Ufa! Conquistamos mais uma vitória. É pouco para o muito que o samba oferece ao país. Será
Num passado recente toda celebração que envolvesse instrumento percussivo era considerado "batuque", proibido e perseguido. Quem fosse pego nas rodas de batuque ou portando algum desses instrumentos ia direto para o xilindró, pois com toda certeza era um vagabundo. As autoridades em nome da moral e dos bons costumes queriam eliminar do país tudo o que evocasse "as matrizes da cultura afro-brasileira". Mas como fazer? Entretanto, ao perceberem que o samba poderia ser um veículo politicamente correto no controle da massa popular, resolveram consumi-lo como arte do povo e, não podendo retroceder, acabou reconhecido como gênero musical. Aí então nasce a música popular brasileira, tendo o samba como a espinha dorsal. Por outro lado, por conveniências, passa a ser um produto reconhecido também como "bem econômico, gerador de direitos e benefícios". Daí se inicia a desafricanização e o embranquecimento do samba ocasionando o afastamento de suas raízes ancestrais, dessa forma, de vilão o samba passa a herói. Seria pura conveniência? Hoje o samba esta se reafirmando como a maior marca
Revista Mocidade 2015
que ainda veremos o samba como um produto da cultura nacional, inserido no sistema educacional brasileiro, enriquecendo o processo de ensino-aprendizagem, não como folclore, mas como conteúdo curricular valorizando a matriz afro-brasilidade? O samba está presente no cotidiano de nossa sociedade educando, informando e transformando, não há como negar. É personagem principal em quase todo cenário nacional, nas escolas, nas comunidades, nos blocos carnavalescos, nas escolas de samba, no dia-a-dia do povo brasileiro, isso é a paixão que ultrapassa gerações enriquecendo cada uma delas. Desvalorizar a cultura negra é ignorar nossa própria história. Salve o SAMBA, a identidade brasileira.
Pituka Nirobe é Diretora Cultural da Mocidade e Membro do Conselho do Samba do Rio de Janeiro. Tiãozinho da Mocidade é Diretor Cultural da Mocidade, Vice-Presidente do Centro Cultural Cartola e Membro do Conselho do Samba do Rio de Janeiro.
"É uma canção sobre liberdade e não sobre ofim" Por Jefferson
Rodrigues
M
ediz o que você faria se a música que você compôs se transformasse no enredo de uma das maiores escolas de samba do Brasil? Essa é uma respos!a que só Paulinho Moska e Billy Brandão podem dar. Composta pela dupla em 1995, a música "O Ultimo Dia", serviu de inspiração para o carnavalesco Paulo Barros criar o enredo da Mocidade para 2015. Na contagem regressiva para entrar na Sapucaí e viver esse momento único, Paulinho Moska, atencioso e esbanjando simpatia, abriu espaço na agenda para conversar um pouco sobre a expectativa e as emoções de ver sua obra na Avenida.
As escolas de samba são conhecidas por levar para a avenida enredos com homenagens a personalidades, municípios ou estados. Em 2015, a Mocidade inova ao buscar inspiração em uma música para seu enredo. Como é para o senhor, como compositor, ver sua obra ser transformada em fantasias e alegorias? Paulinho Moska - Acredito que o desfile que a Mocidade vai apresentar na Avenida será a melhor e maior
festa de aniversário que uma canção poderia sonhar em ter. Em 2015 "O Último Dia" completa 20 anos. Acho que será como uma ópera em que a letra da canção será "interpretada" por atores com seus figurinos, cantando a alegria do samba e dançando em delírio. Nunca pensei que isso pudesse me acontecer. Eu perguntei para o Paulo Barros: "Isso existe?" E ele me respondeu: "Não ... Por isso que eu vou fazer". Adoro gente corajosa. Estou muito feliz e ansioso.
BiI1yBrandão e Paulinho Moska com o carnavalesco Paulo Barros
De onde veio a ideia ou a inspiração para falar sobre esse último ato das pessoas? Moska - Estávamos em 1995, perto do ano 2000 e falava-se muito em Apocalipse, Nostradamus e outras profecias. Mas o que me impressionou na letra do Billy Brandão foi que o foco não era exatamente o fim do mundo, e sim o que as pessoas fariam diante desse fim. Regras seriam quebradas e muitas outras coisas (como o dinheiro) não teriam mais sentido. É uma canção sobre liberdade e não sobre o fim. Eu adoraria que todo mundo refletisse um pouco sobre isso. Instigar as pessoas a pensarem no que fazer num último dia de vida pode ser uma forma de mostrar o valor da vida? Moska - A verdade é que o mundo pode acabar a qualquer momento ... O universo tem forças que ainda não compreendemos. Vivemos hoje em uma sociedade que se mede pelos excessos, e a vida é bem mais simples. Todo dia é único e o sol nasce e morre diante dos nossos olhos, nunca anda para trás. Quando entendemos que a vida é feita desses dias que passam rápido, podemos transformar essa sucessão de instantes em algo criativo, humanitário e artístico. É fundamental que possamos construir uma vida a partir de nossas sensações e não de regras que a sociedade nos impõe. Descobrir o que é realmente essencial e o que é absolutamente supérfluo nos conduz à uma nova perspectiva de vida. O fim do mundo nos coloca diante dessa questão.
o senhor
consegue imaginar como vai ser na hora H, quando "fizer a curva" e se deparar com a Sapu caí lotada, assistindo a um desfile que nasceu a partir de sua música?
são de algo que nunca aconteceu. Já cantei em três edições do Rock in Rio, no Japão, na Argentina, na Alemanha, França, Portugal, Espanha e muitos outros lugares do mundo, mas nada foi tão novo e deslumbrante, nada foi tão explosivo e grandioso, nada foi tão carioca e universal. Estou com a barriga congelada. Sei que será um delírio louco e maravilhoso. Qual o seu balanço sobre seus 22 anos de carreira? Moska - Aprendi que construir uma carreira devagar nos dá mais liberdade criativa que fazer sucesso rápido. Pude experimentar muito estando longe dos holofotes nos primeiros 10 anos de carreira. Depois, quando juntei algumas canções conhecidas, pude compreender a força de uma obra construída com a própria vida. Sempre fiz o que eu queria, não cedendo às pressões que me chegavam de todos os lados. A sua obra é bastante versátil, seus discos são bem diferentes. É possível estabelecer um ponto em comum ligando o conjunto da obra? Moska - Sou compositor de canções ... Às vezes gosto de vesti-las de um modo diferente. Minha curiosidade com o mundo não me deixou ser um especialista. O que me encanta é a diversidade, a pluralidade, a multiplicidade ... E assim sigo fazendo muitas coisas que não sei fazer. Mas poesia é assim mesmo, não tem explicação. Quais composições o Pau linho Moska salvaria do fim do mundo? Moska - Toda composição é um sopro legítimo da vida, mas acho que se só sobrasse a obra dos Beatles, do Cartola, já estaria muito bom pra recomeçar (risos)!
Moska - A verdade é que não se pode ter a dimenRevista Mocidade 2015
CJridW~taele,M-etUo MenW e 11llW.l&útN. 11teMl&útt. c~~taek, ~a~~ ()~~
.. ' ~~~ ~ ~sa" nWfó'útl· nt9tó'fAt\;. ~
,
J
,
//
\
//
,,
rr-
~
SOMANDO FORCAS SOMANDO FORCAS
GO V ERNO GOVERNO
SECRETARIA SECRETARIA DE CULTURA DECULTURA
...•._.
~ PETROBRAS ~ PETROBRAS
INC(NTtIIO 'CUl.T1Jl\A
o
desafio desafio é a nossa nossa energia energia
I' I O!RAL 'EDERAL
Ministério Ministério de Energia Minas e Energia PÁTRIA
IDUCADOAA
ZIRIGUI 30 anos de um detlYto Por Renato Buarque
P
ara muitos parece que foi ontem. Porém, um dos desfiles mais marcantes da história do carnaval está fazendo trinta anos em 2015. "Ziriguidum 2001 - Um carnaval nas estrelas", do carnavalesco Fernando Pinto, foi tão inovador que, mesmo revendo o desfile nos dias de hoje pela tevê, ainda nos surpreendemos.
cial de Fernando era terceiro grau" - nome ria da escola na época. pouco ousado demais,
"Requebros imediatos do que foi vetado pela diretoConvenhamos que era um não?
Na teoria, a proposta do enredo era relativamente simples: a Nave Mãe da Mocidade levaria o nosso carnaval para o espaço sideral e fincaria nossas raízes carnavalescas por onde passasse, ultrapassando os limites do planeta Terra e fazendo um verdadeiro carnaval em todo o universo.
Na década de 1980, a maioria das escolas de samba falava basicamente sobre temas históricos ou prestava homenagens a personalidades. Fechando a primeira noite de desfiles - que já era dia, e com o sol a pino -, adentrou a passarela uma escola lá de Padre Miguel que rompeu com tudo o que já tinha sido visto até então no carnaval, mostrando planetas, astronautas e naves espaciais. Uma loucura. E que deu muito certo!
Porém, o que se viu na avenida foi um verdadeiro delírio carnavalesco-espacial. Elementos do carnaval brasileiro se misturavam com os do espaço sideral, fazendo do desfile uma grande miscigenação cultural.
o titulo do enredo é tão bem bolado que chega a parecer estranho pensar que não seria esse. A ini-
Dá para imaginar o que seria um "Boi-Robô" ou um "Frevo Uraniano"? Que tal curtir a passagem
'-
e
o Maracatu Revista Mocidade 2015
Solar, um dos vários elementos inusitados criados por Fernando Pinto
2001 lnesqueclvel Detalhe das componentes
da ala das baianas, que desfilaram de extraterrenas
do "Afoxé dos Filhos de Plutão" ou dançar um "Maracatu Solar"? E as ousadias não paravam por aí. Vestir uma ala de baianas de extraterrenas, com antenas e asas de insetos, e uma madrinha de bateria (Monique Evans) de metaleira, por exemplo, jamais estaria nos planos de qualquer outro carnavalesco. Para coroar um desfile tão brilhante, a trilha sonora não poderia ser melhor. Com um incrível poder de síntese do enredo em sua letra, e uma melodia pra lá de diferenciada, Gibi, Tiãozinho da Mocidade e Arsênio compuseram um dos sambas mais bonitos da história da escola, que até hoje emociona quando é cantado na quadra. Foi tudo tão perfeito que o resultado não poderia ser outro: mais um campeonato para Padre Miguel! Renato Buarque é vice-presidente cultural da Mocidade
A enorme Nave Mãe, que fechava o desfile da escola
Fotos: Arquivo Depto. Cultural
A "metaleira"
Monique Evans e os astronautas da bateria~ Revista Mocidade 2015
fi)
"Pa'la
semp'le no seu CO'lqÇãO Ca~nava! da 2Joação "Um ato de amor", é com esse lema que a escola mirim, Estrelinha da Mocidade, entra na Avenida no Carnaval 2015, reeditando o enredo desenvolvido por Chico Spinosa na Mocidade Independente em 2003.
o desfile
ergue a bandeira da campanha de doação de órgãos, doando o próprio coração da escola num gesto pleno de amor e alegria. Esse gesto será representado pelo triângulo amoroso formado por Pierrô, Arlequim e Colombina. Essas figuras, tradicionalíssimas no carnaval, aparecem de forma quimérica. São seres alados e mitológicos que unem a fantasia, o transplante, o amor e a folia através da fusão de corpos.
Com os sentimentos da alma, a Estrelinha da Mocidade convida as pessoas a amarem, doando livremente sem ter razões ou pré-requisitos. Como resume a sinopse do enredo: "amar é se doar sem cobranças. Doar é amar gostando, vivendo e partilhando. Verbalizando ou agindo. Sonhando e vivenciando. Sou doador e vocês? Abracem esta ideia junto a Estrelinha!". Ficha Técnica Presidente: Dhiego Gervazoni Carnavalesco: Marcos Salles Intérprete: Millena Wainer
nvade nvade ... Sejoga Se joga na na Mocldad MocLdad
,
•
Jorge Aragão
Pérides Pérides
Revista Mocidade Mocidade 2015 2015 Revista
'
Apresentação de Paulo Barr~ e novos contrata~o
A eterna musa da Mocidade, MO)1iqpeEvans, acompanhada do casal Diogo Jesus e-L clOha Nobre
Rogério de Andrade, presidente de honra da Mocidade, recepciona o carnavalesco Paulo Barros
Quadra lotada para recepcionar o time da MocIdade para 2015
Fe~oadas da MocLdade
Foto: Diego Mendes e P; roa;odo 1\:2 'vedo
Coroação de Cláudia Leitte como Rainha de Bateria da "Não Existe Mais Quente"
Gravação do CD de Sam.bas de Enredo
Gravação do CD de Sambas de Enredo 2015 na Cidade do Samba Falos: Diego Mendes
2015
Por Gabriel Franco
"1Iavía sete íJlnjosprontos com seteyraaas. ~stas eram as úftímas yraaas, yoís com eras o furor de '1Jeus ficará consumado." íJlyoca(íyse de São joão (15,1)
esde o registro bíblico feito pelo apóstolo João, passando por teorias, profecias, visões e previsões, o homem sempre demonstrou certo fascínio com o dia em que o mundo chegaria ao fim. A história acumula episódios e relatos de agitações populares provocadas pelas crenças e prenúncios de que o dia derradeiro havia chegado. Ainda hoje, a certeza do fim permeia a vida das pessoas. Uma pesquisa realizada pela Ipsos Global Public Affairs, em 2012, revela que uma em cada sete pessoas acredita que o mundo vai acabar no curso de sua vida. Em mais de 20 países que participaram do estudo, quase 15% das pessoas acreditam no fim no iminente. E de onde vem essa preocupação?
D
Na Vlsao religiosa existem diferentes explicações. Crenças como o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, entre outras, pregam que houve uma criação do mundo e que haverá o seu fim, e com ele uma eternidade de paz e contemplação. Já as religiões orientais como Budismo ou Hinduísmo acreditam que o mundo passa por um eterno ciclo de criação e destruição. E é das religiões que vem um dos relatos mais contundentes sobre o fim do mundo: o Dilúvio. A inundação que dizimou quase todos os seres vivos do planeta aparece no livro do Gênesis, em que Jeová (Deus) arrependido por ter criado o homem decide enviar uma grande quantidade de chuvas capaz de inundar e devastar tudo que havia sido criado até então. Cabe a Noé, homem justo, a missão de construir uma arca de madeira e abrigar, junto à sua família, um casal de cada espécie animal. A mesma história da inundação que destruiu o mundo é encontrada em outras culturas. Para os africanos Olokun, senhor dos oceanos, invadiu a Terra e enviou um grande Dilúvio. Coube a Olorun, senhor dos céus, salvar parte da humanidade de perecer. Na mitologia grega, o mundo acaba através de um Dilúvio enviado por Poseidon após Zeus se enfurecer com os homens, por terem aceitado o fogo roubado por Prometeu do Monte Olimpo. Encontramos referências também nas culturas dos sumérios, hindus, maias, incas, astecas, com pequenas variações, mas todas tendo, em comum, a fúria de deuses com os homens. A história registra que na Idade Média, às portas do
ano 1.000, a humanidade teve o primeiro grande temor sobre o Fim dos Tempos. Interpretações dos textos dos Evangelhos e do Apocalipse levaram as pessoas a acreditar que Satanás conseguiria se libertar após mil anos de prisão e invadiria a Terra. A grande dúvida era: a partir de quando se contariam esses mil anos? Já no século XX, a passagem do cometa Halley, em 1910, e o fim do milênio em 1999 são algumas das datas que despertaram teorias e medos sobre o provável Juízo Final.
o que pode se tornar realidade Embora ninguém possa afirmar com certeza a data que o mundo vai chegar ao fim, existem alguns fatores que, segundo a ciência, podem influenciar na destruição de tudo. Cientistas têm se preocupado bastante com fatores perigosos no planeta Terra, que podem vir a acabar com toda a vida. Entre esses fatores, podemos citar: o aquecimento global, que desestabilizaria o clima criando cenários de secas e inundações, afetando ecossistemas e deixando o planeta em difíceis condições de ser habitado; a queda de um cometa ou asteroide, como o que provavelmente causou a extinção dos dinossauros; uma pandemia global, como os recentes surtos de gripe aviária, suína ou do vírus ebola; uma não tão provável guerra nuclear causada por desequilibrados líderes políticos; a superpopulação mundial, que poderia sobrecarregar o planeta; e, por fim, uma combinação de todos esses fatores em que um levaria ao outro, como um efeito "bola de neve". Assim, em vez de um grande evento catastrófico, vários pequenos fatores iriam, gradualmente, levar a vida na Terra até a extinção.
Linha do tempo Acom anhe o fim do mundo ela história 1524 - Um grupo de astrólogos
(e não
astrônomos) afirmou que uma inundação de proporções bíblicas aconteceria nesta data. Mais de 20 mil londrinos deixaram suas casas buscando abrigos em lugares 1000 - Diversos sacerdotes cristãos da época, inclusive o Papa Silvestre lI,
da grande altitude.
acreditavam que o novo milênio traria com ele o fim do mundo.
1504 - Um dos ícones do Renascentismo, o pintor Sandro Bolti634 AC - Umas das primeiras profecias apocalípticas de que se tem registro. Fazia parte da crença que a cidade de Roma seria destruída no 120" ano de sua fundação.
•
Revista Mocidade 2015
celli previu que o mundo teria seu fim três anos e meio depois
de 1500.
Se diveYztindocom o Apocalipse 9 fill? do _mundo tillTIbém já. povoou ~ lIDagmaçao de artIstas, escntares e CIneastas de todas as épocas. Confira algumas das terríveis tragédias que se tomaram sucesso pelo mundo mteiro:
"O Último Homem", de Mary SheUey (1826): Uma terrível guerra assola o mundo e leva a humanidade à destruição devido a uma praga que gradualmente mata todos os seres humanos. "A Guerra dos Mundos", de H. G. Wells (1898): É uma história sobre a invasão da Terra por marcianos inteligentes, dotados de um poderoso raio carbonizador e máquinas assassinas. "A Dança da Morte", de Stephen King (1978): Narra a saga de um grupo de sobreviventes após o mundo ter sido devastado por um mortal vírus da gripe, o "capitão viajante".
"O Juízo Final", de Michelangelo Buonarroti: O mestre renascentista se inspirou na Bíblia para criar seu afresco que ocupa a parede atrás do altar da Capela Sistina, no Vaticano.
Armageddon (1998) Cientistas da NASA tentar destruir um gigantesco asteroide que se aproxima de uma colisão com a Terra e pode extinguir a vida no planeta. O Dia depois de Amanhã (2004) Após grandes alterações climáticas, a Terra passa por drásticas transformações que modificam a vida no planeta. O hemisfério norte se resfria, passando por uma nova era glacial. 2012 (2009) Um dos mais catastróficos cenários visto nos cinemas. O filme retrata as destruições causadas por terremotos, tsunamis e supervulcões em erupção, e os planos dos líderes mundiais para salvar parte da humanidade.
1658 - O navegador Cristóvão Colombo, em seu manuscrito "O Livro das Profecias" afirmou que o mundo foi criado em 5343 AC, e que duraria 7000 anos, chegando à sua extinção em 1658.
1910 -A passagem do cometa Halley provocou pânico após o astrônomo francês Camille Flammarion afirmar que sua cauda continha um gás capaz de extinguir a vida na Terra.
1999 - Intepretação de uma profecia de Noslradamus apontava que o mês de julho marcaria a "era do terror", e um eclipse traria o mais tenebroso e escuro verão desde a morte de Cristo.
2012 -A famosa previsão do apocalipse do calendário maia prevista para 21 de dezembro. Diversas teorias envolvendo desastres naturais em larga escala, buracos negros, asteroides e até invasões alienígenas afirmavam que o mundo chegaria ao seu fim.
2000 - No dia 5 de maio daquele ano, ocorreu o alinhamento planetário entre Marte, Saturno, Júpiter, Mercúrio e Vênus, o Sol e Lua, com o eixo da Terra, o que causaria, segundo defenderam alguns especialistas, o fim do mundo.
Projetos e ações que garantem nota lona quesito social Por Gabriel Franco o carnaval de 2003 a Mocidade cantava que "um gesto de amor faz alguém sorrir". Esse verso do samba-enredo resume bem o trabalho do Departamento Social da Mocidade, composto por pequenos gestos de doação que, somados, reforçam os laços mais fortes que existem no mundo do samba: os da comunidade com sua escola.
N
Para o vice-presidente social, Dhiego Gervazoni, a palavra de ordem, hoje, é socializar! "Com grande apoio da nova administração, em especial da madrinha de nosso departamento, a primeira-dama Fabíola Oliveira de Andrade, estamos desenvolvendo novas ações para resgatar cada vez mais a nossa comunidade, que encontra-se um pouco mais distante da nova quadra da Mocidade, e ao mesmo tempo manter vivas as ações lá na Vila Vintém, em Padre Miguel, com trabalhos culturais e assistenciais. Temos que manter viva a nossa história, os relatos e os personagens que construíram e ainda constroem a história dessa grande Estrela Guia", afirma Dhiego.
tb
Escola de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
R<,;""
Mod""d, 2015
Os projetos desenvolvidos pelo Departamento Social da Mocidade se acumulam e envolvem tanto o poder público quanto o privado, além de instituições religiosas. Em parceria com o SESCIRJ acontece a "Oficina de Artesanato Sustentável"; crianças e jovens podem participar do projeto "Abadá Capoeira"; e numa parceria que engloba a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) Olímpia Esteves, o projeto "Fortalecimento de Vínculos" atende crianças da comunidade com aulas de reforço escolar, cidadania, palestras de saúde, artesanato e atividades lúdicas psicomotoras.
Natal
~~~~ I
I
"O lndependente é aquele que sabe amar" "Costumo dizer que não fui eu que escolhi a Mocidade, mas a Mocidade que me escolheu! Ainda criança, meu irmão ia à quadra e trazia o panfleto da letra do samba timbrado com uma estrela. Ficava decepcionado porque ele ia sem me avisar ou me levar, e no dia seguinte aparecia com o papel dizendo que trouxe de lembrança para mim. Pela televisão, quando via despontar aquela inesquecível "estrela em neon" fazendo com que eu fosse sozinho para a Av. Preso Vargas procurar a tal "estrela acesa".
Projeto Sopão
Quando sacerdote, em minha primeira missa em Padre Miguel, a Mocidade me procurou através da saudosa e querida amiga porta-bandeira Soninha, para que eu celebrasse a missa do padroeiro São Sebastião e o aniversário de 50 anos da escola. Certamente, foi um dos momentos mais especiais que marcaram minha vida.
o
futuro da escola de samba Mocidade também começa a ser desenhado com os projetos "Percussão Estrelinhas da Mocidade", para formação musical; e o "Passistas Mirins", para garantir a qualidade do samba no pé e revelar os novos talentos que em breve brilharão na Sapucaí.
o "povão"
de Padre Miguel sempre esteve de portas abertas ao anúncio de Cristo e sempre acolheu tão bem a mim e a todas as pessoas que levei para conhecer sua Estrela Guia. Sempre que visito a escola, as pessoas me reconhecem e me pedem a bênção com tanto carinho, gratidão e devoção. O Independente é aquele que sabe amar!
Completando a ala da responsabilidade social, vem o "Projeto Sopão". Criado no aniversário de 59 anos da escola, a ação procura levar amor e palavras de fé para a comunidade, distribuindo sopa para moradores de rua e dependentes químicos que habitam os entornas da Vila Vintém. O projeto, coordenado em conjunto com o capelão da Mocidade, Pe. Júlio Cesar Costa, faz o resgate social de menores e jovens que estão nas ruas.
I
Um dos temas mais inquietantes e discutidos na história da humanidade está sendo levantado pela Mocidade no seu enredo de 2015 sobre o "último dia". O que move o mundo não são as respostas, mas a capacidade de questionar a vida todos os dias. Nesse mundo tão violento e complexo, onde os valores humanos e cristãos vão sendo esquecidos, é sempre uma oportunidade de séria reflexão sobre as direções que estamos dando a nossa vida e ao nosso tempo. E o tempo não espera ninguém! A hora é essa! Como diz o samba: "é contagem regressiva"! Por isso, vivamos o hoje como se fosse o primeiro, como se fosse o último de nossas vidas. A vida é dom do Divino Artista! O amanhã não existe, existirá. E a Deus pertence! O tempo que vivemos aqui deve ser o mais bem empregado para fazer a diferença! E a Mocidade, com isso, mostra mais uma vez que é uma Escola de Samba, uma Escola de Fé e uma Escola de Vida! Salve a Mocidade!" Pe. Júlio Cesar Costa, 37 anos, completa 10 anos de sacerdócio em 2015. É Pároco da centenária Matriz de São Geraldo de Olaria e Capelão da Mocidade Independente há nove anos.
Oficina de artesanato
Fotos: Arquivo Depto. Social
Revista Mocidade 2015
RogĂŠrio de Andrade, presidente de honra da Mocidade, com a primeira-dama FabĂola Oliveira, e filho Gustavo Andrade
Foto : Diego Mendes, IrapuĂŁ leferson e Thiago Mattos
A lnovação
voltou!
Por Bárbara Pereira verbo inovar está para a Mocidade Independente de Padre Miguel assim corno a goiabada está para o queijo e o feijão para o arroz. E o ingrediente está de volta à escola, com a escolha de um enredo para 2015 que relembra a ousadia de outros tantos carnavais campeões da verde e branco. Urna característica que marca a Mocidade desde a sua criação, quando um grupo de rapazes de um pequeno time de futebol fundou, com instrumentos improvisados, um bloco de carnaval e em seguida a Estrela Guia da Zona Oeste. Padre Miguel ainda era, na década de 1950, um desconhecido bairro longe do centro da cidade e logo se tornaria famoso por revelar novos inventos e inventores dessa arte que é fazer samba. Foi a primeira das ousadias.
O
Do bairro saíram Mestre André, seus ritrnistas e alguns dos instrumentos que até hoje fazem parte das baterias de outras escolas, corno o surdo de terceira, inventado por Tião Miquimba. Não podemos esquecer jamais que foi de lá também que surgiu a paradinha, usada e abusada atualmente por diversas escolas. Ousadia maior não há. Assim corno colocar urna mulher para interpretar o samba na Avenida, numa década em que os papéis femininos na sociedade ainda estavam muito associados aos afazeres domésticos. Mas ela era Elza, cria do lugar e dona da sua história. Ela não foi a pioneira na função, segundo os historiadores, mas foi a primeira a erguer essa bandeira lá pelas bandas da Zona Oeste. Ousou geral. Outra que deixou sua marca no clube da inovação do Carnaval foi Monique Evans. Modelo badalada dos anos 1980, conquistou um lugar para sempre na galeria das beldades do Carnaval ao sair à frente da bateria da escola, entre os anos de 1984 a 1987. Um lugar que já havia sido inaugurado por outras mulheres, mas foi Madame Evans quem deu ao posto o status que tem hoje. Nunca antes na história dos desfiles urna mulher havia chamado tanta atenção, não só pela beleza corno também pela irreverência na forma corno incorporava o enredo. Ousadia sem fim. Repetir o verbo ousar para falar de carnavais da escola campeões ou não - talvez não seja tão inovador assim num breve texto. É melhor, quem sabe, relembrar passagens
que de em sentido à palavra, corno a comissão de frente composta de robôs mirins em Ziriguidum 2001, um carnaval nas estrelas (1985), assim corno a bateria vestida de astronautas e ainda o carro nave-mãe. Tudo com o carimbo de inovação de Fernando Pinto. Foi o que carimbou também Renato Lage ao decidir falar da trajetória da própria escola logo na sua estreia. Ousadia por demais, segundo críticos da época. Afinal, a Mocidade ainda nem era urna quarentona e já queria tratar de história? Em 2015, prestes a se tornar urna sessentona, a escola foi mais urna vez destemida ao trazer para o carnaval um terna que atrai e ao mesmo tempo gera repulsa. Sem medo de ser feliz, ela invadiu esse terreno movediço e se jogou nos braços da ousadia. O fim do mundo, quem sabe, pode ser o começo de um novo mundo para a Estrela Guia de Padre Miguel. Liberemos as nossas fantasias!
Barbara Pereira é jornalista e autora do livro "Estrela que Me Faz Sonhar - Histórias da Mocidade", lançado em 2013 pela Verso Brasil Editora
Histórias do preservadas Os membros do Departamento CuJtural registram as histórias e estórias da escola num trabalho movido pela paixão que só os lndependentes conhecem Por Renato Buarque e Pedro Simões reservar e divulgar a memória da Mocidade Independente de Padre Miguel, valorizando os baluartes que construíram a sua história. Essa é uma das funções mais importantes de um Departamento Cultural. Em nossa escola, não é diferente, e o trabalho é realizado por uma equipe de cinco apaixonados pela Estrela Guia: Renato Buarque (Vice-Presidente Cultural), Pedro Simões, Bruno Derani, Pituka Nirobe - de volta ao Departamento -, além de um reforço de grandeza inestimável: Tiãozinho da Mocidade, compositor de grandes sambas campeões, como "Ziriguidum 2001 - Um Carnaval nas Estrelas" (1985), "Vira, Virou, a Mocidade Chegou" (1990) e "Chuê, Chuá ... As Águas Vão Rolar!" (1991).
P
**(f)** DEPARTAMENTO
CULTURAL
MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL
A primeira grande missão dessa nova fase do Departamento Cultural tem sido aproximar ainda mais a escola de sua imensa torcida. Afinal, para uma escola de samba que possui torcedores espalhados pelo mundo inteiro, o acesso às histórias que construíram a Mocidade é primordial. Pensando assim, o Departamento Cultural lançou, em setembro de 2014, na rede social Facebook, a página "Memória Mocidade" (www. facebook.com/MemoriaMocidade), em que registros de desfiles anti- . gos, personalidades, baluartes e diversos materiais recolhidos ao longo do tempo pelo Departamento são postados regularmente. O sucesso foi grande e imediato, e a página conquistou mais de 1.000 seguidores somente no primeiro dia de veiculação.
# ,
RAPSODIA DE SAUDADE
Outra iniciativa recente é a gravação de depoimentos do chamado "pessoal da antiga". Tradicionalmente, a história das escolas de samba foi sendo transmitida com base na cultura da oralidade, e muito pouco era
.
~@\fu)Jfn@n ENR~DO
AUTOR:
@I@ OO@\~~nIliJil@IID~@ DO _CARNAVAL DE 1971 I>O
5. . E. S.
e
'-_
Membros do Departamento Cultural Revista Mocidade 2015
D
DEITE DE
r
Capa da sinopse do enredo "Rapsódia de Saudade" (1971), que gerou um dos mais bonitos sambas da Mocidade
passado
para [] futuro registrado de maneira escrita. Assim, quem se ocupa apenas com o preto no branco pode acabar perdendo muita história em verde e branco ... Por isso é fundamental registrar para a posteridade a história contada por quem a viveu. Somando a esses depoimentos um trabalho constante de pesquisa em jornais antigos e em diversos arquivos públicos e privados, o Departamento Cultural tem enriquecido a história da escola com novas informações a cada dia. Além disso, o Departamento Cultural também colabora com a realização desta revista, distribuída nos camarotes, frisas e arquibancadas da Marquês de SapucaÍ durante o carnaval. Tradicional veículo de comunicação do carnaval carioca, a Revista Mocidade Independente também é, afinal, um documento histórico sobre todo o processo de construção do carnaval.
Novos projetos Em novembro de 2015, a Mocidade completará 60 anos de fundação. Diversos projetos estão sendo pensados desde já para comemorar a efeméride. A construção de um Centro de Memória na quadra, além da gravação de um CD comemorativo com sambas antigos que não possuem registro fonográfico são alguns dos projetos que estão na agenda do Departamento. Existem outras ações planejadas em paralelo, como a realização de um seminário na quadra da escola, em que serão convidados os Departamentos Culturais e membros de outras agremiações do Rio de Janeiro e de outros estados do país, e a volta do concurso dos sambas de quadra, com o objetivo de prestigiar e movimentar a ala de compositores da Mocidade fora da época do concurso de sambas-enredo.
lh,ha do ternpo
SObt~
.•-
_ 1.S301llrtld.ft,
"", mao
> e.tIc~60 ~
p~
0AuraI60
GJU
S
Foto!
Curtidas
Ata da primeira reunião - 1955
~
M.ptórl. NO(ldillde
"'_~N
QI.- fio!"
•..•.
botroba. faz o •.• mba
o.w'az~~ Qut.~ •••••.w C••.N .•••• , li Mocldador......-onde o Mu .'va1.... (Cr~.c.nalu"a.1P96) ..•••.••.....-
A borTOa
MOc:lCSaOt~C.OtPacnIollOW
(
A página Memória Mocidade relembra momentos e personagens marcantes da história da escola Fotos: Arquivo Depto. Cultural
A Revista Mocidade Independente é uma das mais tradicionais publicações do carnaval carioca ' ~ Revista Mocidade 2015_
o ano que passou, a Mocidade Independente de Padre Miguel sofreu uma perda irreparável. Faleceu no dia 14 de outubro de 2014 Seu Ivo Lavadeira, um dos fundadores e baluartes de nossa agremiação. Seu nome de batismo era Ivo Teixeira. Antes mesmo de completar seus vinte anos de idade, quando morava na rua K, em Padre Miguel, comprou uma bola e um conjunto de camisas verdes e brancas, para fundar um time de futebol de várzea, o Independente Futebol Clube, no dia 2 de Março de 1952. Fez isso motivado por uma aposta e pela constatação de que esta seria a única maneira de ser escalado - ele nunca escondeu de ninguém que era ruim de bola. O samba, que não lhe agradava no começo, foi aos poucos caindo no seu gosto, conforme crescia o sucesso das batucadas que o pessoal do time armava depois das partidas. O menino alto e magro, cuja elegância se tornou uma marca pessoal, havia lançado a pedra fundamental de uma das maiores, mais tradicionais e inovadoras escolas de samba da história do carnaval carioca: a Mocidade Independente de Padre Miguel. Teixeira virou Lavadeira por conta de um castigo aplicado pela mãe, que, inconformada ao descobrir que o garoto matava aula para soltar pipa, o obrigou a pendurar as
roupas no varal usando um vestido da irmã. É claro que os amigos que assistiram à cena não perdoaram, e o apelido pegou. Aliás, as pipas de sua juventude - uma tradição em sua família - renderam mais que uma punição. Nelas, que pareciam estrelas, Ivo Lavadeira encontrou inspiração para o símbolo do Independente, que a escola acabou por adotar. Veio daí a Estrela Guia. A perda desse baluarte, justamente em um momento de renovação e resgate da grandeza de nossa escola, faz crescer em nós a certeza de que a evolução de uma escola de samba em nada se opõe à preservação de sua história e de sua identidade. Muito pelo contrário, pois ao conhecermos nossa raiz, a história e as referências fundamentais, passamos a nos conhecer melhor e nos tornamos, assim, mais fortes. Cientes de nossa própria importância e grandeza. Esperamos que sua energia jovem e alegre - como a própria escola que ajudou a fundar - esteja sempre conosco. Descanse em paz, Seu Ivo! E muito obrigado pelo nosso grande amor: a Mocidade Independente! Prometemos cuidar do seu legado com todo o carinho. Departamento Cultural do G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel
Lá vem a
Mocidade!
Por Haroldo Costa ste grito, dado com a força de todos os pulmões pelos intérpretes oficias da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, detona a emoção de milhares de componentes e admiradores desta agremiação carnavalesca tem um bela trajetória pontilhada por enredos inesquecíveis e vitórias memoráveis. O compositor Luiz Reis, autor de obras que o povo consagrou, fez um samba com esta exclamação que a voz de Elza Soares espalhou pelos quatro cantos mundo.
E
Celeiro de talentosos carnavalescos corno Fernando Pinto, Arlindo Rodrigues e Renato Lage, ela tem este ano o mais aplaudido talento desta fase dos desfiles das escolas de samba: Paulo Barros, que já é, sem dúvida o mais novo ícone do nosso carnaval. Ousado, transgressor, abusado, surpreendente, são alguns dos muitos adjetivos que Paulo tem provocado no público que assiste ao desfile das escolas de samba. Com um enredo que pergunta "O que você faria se só te restasse um dia?", não é de admirar a expectativa que reina entre os componentes da verde e branco de Padre Miguel, e entre as pessoas que assistem os desfiles e torcem com paixão. Bruno Ribas, dono de um timbre raro, já vem trabalhando, em silêncio, para sustentar a harmonia da escola e a integridade do samba, porque mais urna vez a Mocidade vai arrepiar na avenida. É só aguardar ... Lá vem a Mocidade! !!
Haroldo Costa é ator, escritor, produtor e um apaixonado salgueirense. Comentarista de carnaval por vários anos, é uma das maiores referências sobre carnaval e escolas de samba.
,
,I
Letterfrom the pres ldent we reinforced lacking sectors; we brought the Queen for our drummers which live up to our history; we reconnected with om community; and transformed our samba's court in Rio de laneiro's West Area in a concert's reference for the borough. The Mocidade Independente make strides to become once again a reference in Rio's carnival. We learn with our mistakes and aims for the best, with the biggest feelings for those who crave for glory: dedication, seriousness and honesty. It never hurts to remember that each one of our supporters and fans are important. Each one have contributed for Mocidade attain protagonist again. We are a samba school recognized for it's artistic metamorphosis and our community's will, something that became very clear at several parades and auditions performed.
Independentes, it's time for our comeback! In the last year, we got a breath of hope for the 28 days remaining for our parade. Under much persistence and sacrifice, we put a worthy carnival at MarquĂŞs de SapucaĂ. A task force of dedicated school fans, which didn't gained a penny for their assistance, joined our competent employees to accomplish om mission. Together, with our strength, we made one of the nicest and most celebrated parades, which was acknowledged by the spectators as the resurgence of a carnival's powerhouse. With om honor president's support, the Mocidade resumed the rebuilding of it's path. In just one year we formalized all our employer's contracts; we hired the greatest carnavalesco from sambĂłdromo;
Revista Mocidade 2015
I believe that the Independente is happy! He is proud to see the management searching always for the best to Mocidade. Be sure that our Guiding Star at the top is our goal. We will not measure efforts for that! A good Carnival for everyone!
Wandyr Trindade (Macumba) President of Mocidade Independente
Let it go with Maeida e Padre Miguel's [odestar provokes your imagination on Camiva[ 2015 when asks: the wor[d were about to end what wou[d you do you had on[y one more day?
1f
if
ince the world is world, the idea of the imminent end always intrigued religions, scientists, wise people and artists. The history of humankind is permeated by prophecies, predictions and theories about the extermination of life on Earth. From apocalypse to nuclear catastrophe, from the biblical flood to the fall of comets and collision of planets, man has always remained uneasy about the pos-sibility of the end. But if the world really were over? If the last day were today? 50, what would you do?
S
Fleeing the idea of disasters, as explored in several films, paintings and books or scientific theories about the end times, the plot of the Mocidade Independente de Padre Miguel is an invitation to the people to enjoy life, have a day of complete and absolute happiness. After all, the world is ending, there no more preoccupations! Inspired on the song "The last day" of Paulinho Moska and Billy Brand達o, Paulo Barros wants to raise the public's creativity. This is the moment to break free and answer: "what should I do before the end?" "Due to the laws, mIes and social conventions, there are limitations for people to do what their hearts would like to do. When we announced that the world will end, the heart is free to do what it wants. The great message that Mocidade wants to leave is: to live each day of your life as if were your last day", says Paulo Barros. To help people answer this question the Mocidade says that the prophets did not lie and that the prophecies will be fulfilled. The world will end! There
are no more destination, control, compro-mise or limito lt's time to enjoy every second while still there is time! The result from will and desires liberated on this last day will walk down to the avenue in wings and floats with the Mocidade. In the end of times, crazy people would follow their normal routine? Temples, churches, prayers would be the apex of this day? Or would be the leisure time on the beach, on the sports or at the trips? The consumerist spirit would be released to spend all possible money in the malls? There are no more limits on the credit cards ... What about the body? There is room to work out and breaking a sweat in the gym in the last hour? Or would it be better to surrender to the pleasures of gluttony? The theme also presents the repressed desires. Without constraints or repression, would be the time for people to play themselves in search of lust and carnal pleasure. And in a world already without laws that willleave exploding all, set things on fire and making the devil on the streets could be finally held. When the countdown ending it is time to get revelry, to invade the avenue and enjoy the Carnival. Thereunto, the tip is let the Mocidade carry you beca use the light that shines in the sky is not a comet or an asteroid but is Padre Miguel S lodestar! THE END?
Revista Mocidade 2015
Paulo Barros s
Paulo Barros, creator of the Mocidade parade in 2015, has a restless and creative mind. Love the parades as a child, he brought to the sambódromo much more than simple and traditional samba school parades, but true spectacles that deal with the public and perpetuate in earnival memory. No wonder that a deeade after his debut in the Elite Group of the samba schools, Paulo already displays the curriculum three championships and three second places. These results crown the career of a professional who turned the parade of samba sehools today, won a legion of fans, and do not get tired of ehasing a mark ealled innovation. Innovation is a feature that has always been present in the parades of Mocidade Independente de Padre Miguel. Debuting in school in 2015, Paulo knows the expectation that this partnership awakened in viewers, but he ensures that the result will be a parade based on the joy, the fun and surprises to make the gaping
public in Sapucaí. "I take to the sambódromo a secret weapon, something that has never been used in parades and, together with alI of our presentation, will wash the soul of fans". More than that, he refuses to tell, to keep under loek and key mysteries to be revealed on the avenue.
Cláudia Leitte Claudia Leitte, a very famous Brazilian's singer, debuts in 2015 as Queen of Group of Percussion of Mocidade. After shine alongside Jennifer Lopez and Pitbull, singing the official song of the FIFA World Cup Brazil 2014, the blonde girl promises to delight the sambódromo with his swagger and dancing the samba. Knowing your responsibility and from all the expectation around the Mocidades parade 2015, the queen Claudia doesn't hesitate. She guarantees the samba, charisma, sympathy, and doesn't hide her happiness to be part of this moment more than special. "I thank this community for having me as weIl. I feeI as if I was bom in this samba school. I'm honored and thrilled and I always will be Mocidade': she says.
•
Revista Mocidade 2015
The
of Ceremonies anel the Flag Carrier
Master
They're the First Couple of Mocidade. The Master of Ceremonies and the Flag Carrier are responsible for exhibiting and protecting the flag, the most important symbol of the samba school. Experienced Lucinha Nobre, who turns 31-year career in 2015, and the young Diogo Jesus, only 24 years, newcomer to the school, form Moeidade's First Couple. Willing to gain the highest score of the jury, the two don't hide the anxiety for the parade, one of the most anticipated of recent years in school. To Diogo, any master of ceremonies dreams of dancing with Lucinha, and for her, the partner is sure that once again the Youth will reveal a great talento
Our Singer Bruno Ribas is the official singer of Mocidade. Owner of a powerful and distinctive voice, he carries in his curriculum the participation in important schools of samba and the winning several awards. For the Brazilian sambista, he has become respected and a reference. Moreover, for the Moeidade's fans, he's one of the forces on the winning route.
Direetion ofPercussion lnstruments "The soul of a samba school are percussion instruments" ... These verses are part of a beautiful samba-exaltation to Mocidade. Moreover, it couldn't be otherwise. Famous even before the samba school beco me one of the great in carnival, the Mocidade's Percussion Ensemble comes to Carnival 2015 ready to continue the maintenance work of the features that made it the most famous percussion group in Brazil.
ã! o
Õ
~ >-
S ::l
õ' ()
o c ::lo
In charge of the group are the maestros Andrezinho, Beréco and Dudu. The trio has the Mocidade in the blood. Andrezinho is the son of Maestro André, one of the greatest music directors in the history of carnival; Dudu is the son of Maestro Coé, another great musical director; and Beréco knows in details the techniques and styles that make the best percussion of carnival.
Revista Mocidade 2015
Front Line One of the most anticipated moments of Mocidade, the front line promises surprises never seen in a samba school parade. Under the direction of choreographers Jorge Teixeira and Saul Finelon, the group promises an opening show to go down in history. The performance features 32 dancers that rehearsed for four months. Jorge Teixeira is director of Companhia Brasileira de Ballet, teacher at the National Ballet Dell Sodre of Montevideo / Uruguay. Saul Finelon is dancer in the Municipal Theater of Rio de Janeiro.
Carnival Direction Mocidade has five directors who are responsible for the management of each show's production sector. The spokesman of the presidency and carnival direction member, Rodrigo Pacheco, argues that a samba school parade is currently something big and toa complex so that everything is concentrated in one person. "We share the responsibility for each area, allowing for every professional a bigger attention at their block. Of course, the areas depends on each other, but our advantage is that a single person do-
Velha Guarda The Old Members Associadon
Revista Mocidade 2015
esn't have to answer for everything. The work flows well that way", says Rodrigo. The Mocidade team has: Marcelo Placido (Director of the Costume Factory Floats), Paulo Barros (Artistic Director), Renato Pires (Property Director), Rodrigo Pacheco (Administrator), and Romulo Ramos (Harmony Director).
The Baianas Eighty ladies
Samba Dancers Eighty members
Mocidades history ocidade Independente de Padre Miguel is one of the most famous samba schools in Brazil. Having its origins in an amateur football team, Mocidade was founded in 1955 and, two years later, it was already history with the famous "paradinha" (a type of arrangement in their percussion instruments) created by Maestro André, a novelty in cadenced parades of the time.
M
In the 1970s, Mocidade showed that in addition to an impeccable group of percussion, also knew how big carnivals. With the refinement of carnavalesco Arlindo Rodrigues, the samba school presented memorable parades as "A Festa do Divino" (1974) and "Mãe Menininha do Cantais" (1976). And in 1979, with the theme about the discovery of Brazil, Mocidade won its first victory. The 1980s mark a new phase of the samba school. Leaving Baroque style aside, Mocidade starts to bet on more contemporary themes, with social criticaI,
irreverent and very good mood. The great name of this period is Fernando Pinto. The carnavalesco toasted the audience with parades that valued indigenous issues and traveI in outer space. In 1985, Mocidade raise the second title in its history. In the 90s, under the baton of carnavalesco Renato Lage, Mocidade lives their golden age, with its high tech themes. In 1990 wins his third title with the theme about your history, and another victory in 1991, with the theme about the water. Later, in 1996, the fifth title with the theme "Creator and Creature", confirmed a decade that would never leave fans' thinking. The years following 2014 Mocidade faced administrative difficulties, which departed from its path of victories. But the will to rediscover his winning ways made the Padre Miguel's samba school, under a new administration, to mount an all-star team to become one of the great favorite of carniva12015.
"O
::r-
o
Õ
cr
'<
> g o
::l
õ'
n o
":l. Revista Mocidade 2015
Projeto Gráfico Mário Pinheiro
Realização Departamento Cultural da Mocidade Renato Buarque (vice-presidente cultural) Bruno Derani Pedro Simões Pituka Nirobe Tiãozinho da Mocidade AG~N[IA
ETH(O)S chal Deodoro 882/804 - Juiz de Fora / MG comercial@agenciaethos.com.br www.agenciaethos.com.br Jornalista Responsável Jefferson Rodrigues
Fotografia Acervo Departamento Cultural da Mocidade, Acervo Departamento Social da Mocidade, Agência O Globo, Assessoria de Imprensa Prefeitura do Rio, Alcyr Cavalcante, Antonio Couri, Diego Mendes, Fábio Rossi, Fernando Azevedo, Gustavo Miranda, Henrique Matos, Irapuã Je ferson, Lúcio Naval, Marcelo Plácido, Marcelo Reg a, Marco Antonio Cavalcante, Marcos André Pinto, Rodrigo Coutinho, Thiago Mattos, Vicente Almeida, Victor Costa. Tratamento de Imagens Mário Pinheiro Capa Paulo Barros e Cláudia Leitte Foto de Diego Mendes Contracapa Foto central: homenagem a Marlene Paiva Fotos do Acervo Departamento Cultural
(MTB 13066IMG)
Editores Gabriel Franco Jefferson Rodrigues Renato Buarque Assistente de Produção Júnior Silva Textos e Artigos Bárbara Pereira, Diego Nicolau, Fábio Fabato, Gabriel Franco, Haroldo Costa, Jefferson Rodrigues, Júnior Silva, Pe. Julio Cesar, Pedro Simões, Pituka Nirobe, Renato Buarque, Rodrigo Coutinho, Selminha Sorriso, Tiãozinho da Mocidade Revisão Júnior Silva Tradução Francine Miranda Gabriel Franco Jefferson Rodrigues
Impressão Ediouro Publicações - Edigráfica Agradecimentos Wandyr Trindade (Vô Macumba), Rogério de Andrade, Eduardo Paes (Prefeitura do Rio), Jorge Castanheira (LIESA), Aydano André Motta, Bárbara Pereira, Dhiego Gervazoni, Diego Mendes, Diego Nicolau, Fábio Fabato, Fabíola Oliveira, Haroldo Costa, Ivson Gusmão, Jorge Teixeira, Luiz Cláudio, Marcelo Plácido, Maria das Graças de Carvalho, Neumar Cortes, Paulinho Moska, Paulo Barros, Pe. Julio Cesar Costa, Renato Pires, Ricardo Mendonça, Rodrigo Coutinho, Rodrigo Pacheco, Rômulo Ramos, Saulo Finelon, Selminha Sorriso, Vicente Dattoli, Wadeco, e demais colaboradores. A revista Mocidade Independente 2015 é uma publicação oficial do G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel, produzida pela Ethos Serviços em Comunicação Ltda. É permitida a reprodução parcial ou total das matérias, desde que citada a fonte. Circulação Gratuita - Venda Proibida. Tiragem: 10.000 exemplares
••
Revista Mocidade 2015
G.R.E.S. MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL Fundação: 10 de novembro de 1955 Campeã do Grupo Especial: 1979 - 1985 - 1990 - 1991 - 1996
CARNAVAL 2015 Presidente: Wandyr Trindade (Vô Macumba) Presidente de Honra: Rogério de Andrade Carnavalesco: Paulo Barros Comissão de Carnaval: Paulo Barros, Marcelo Plácido, Renato Pires, Rodrigo Pacheco, Rômulo Ramos Porta-Voz: Rodrigo Pacheco Diretor de Patrimônio: Renato Pires Diretor de Barracão: Marcelo Plácido Intérprete: Bruno Ribas Coordenação de Bateria: Andrezinho Mestres de Bateria: Bereco e Dudu Diretor Musical: José Mauro Mendes Rainha de Bateria: Cláudia Leitte Diretor Geral de Harmonia: Rômulo Ramos Coreógrafos da Comissão de Frente: Jorge Teixeira e Saulo Finelon 1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Diogo Jesus e Lucinha Nobre 2° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Raphael Nascimento e Marcela Tavares Coordenadora da Ala de Baianas: Tia Nilda Coordenadora da Ala de Passistas: LaÍza Bastos Coordenador dos Destaques: Rodrigo Leocádio Vice-Presidente Social: Dhiego Gervazzoni Assessoria de Imprensa: Rodrigo Coutinho (Elloo Comunicação)
Quadra: Av. Brasil, 31.146 - Padre Miguel- CEP: 21.725-001 Rio de Janeiro - RJ
Barracão: Cidade do Samba - Barracão n° 10 Rua Rivadávia Correa, 60 - Gamboa - CEP: 20.220-290 Site Oficial: www.mocidadeindependente.com.br Facebook Fan Page: www.facebook.comlMocidadeIndependenteOficial Facebook Perfil: www.facebook.com/mocidade.independente