Tablóide O Beija-Flor nº 07

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Aniversariantes

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Sucesso 1 A novidade aconteceu no dia 22 de maio, na edição de domingo do jornal O Dia. Sob o título Com toda a fé no carnaval, uma matéria do jornalista Fábio Varsano desvendava um pouco da personalidade do padre diocesano Geraldo Magela. Personagem controvertido da Baixada, o padre merece o destaque. Interessante nisto tudo é que o Padre Magela havia sido o entrevistado do O Beija-Flor, em seu número 6, que saíra dias antes da edição do O Dia.

o fato revela uma situação gratificante para nós que fazemos, com todo o cuidado e carinho, o O Beija-Flor nosso de cada mês: fomos pauta para um jornal de grande circulação do Rio de Janeiro. O que num primeiro momento pode ser encarado apenas como uma "chupada" é na verdade resultado da maturidade e do profissionalismo dos editores do O Beija-Flor. Se comparada com a matéria do O Beija-Flor, a matéria do jornal O Dia mostra-se quase uma cópia. A não ser pela idade do Padre Magela, que preferimos não revelar. No mais são muito parecidas. Ponto pra gente do O Beija-Flor. Crescemos e somos cada vez mais respeitados. Depois de nós, fala-se em outros jornais de nossas co-irmãs. Todos bem-vindos. Jornalistas e personalidades do mundo do samba querem escrever no O Beija-Flor. E terão espaço. Em outubro, que já se aproxima, faremos um ano. O que só foi possível com muitos apoios, aos quais queremos agradecer sempre. Um em especial; do Presidente de Honra da Beija-Flor de Nilópolis, Anízio Abrahão David, que nos recebeu e acreditou.

Sucesso 2 A Anízio, aniversariante do mês de junho, um abraço do pessoal do O Beija-Flor e votos de sucesso em sua vida pessoal e com a escola de samba de seu coração.

Fale com O Beija-Flor ,Av. Rodrigues Alves, sln - Centro - Praça Mauá .,. Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 2253-2860 e-mail: admbeijaflor@veloxmail.com.br

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No último dia 30, um almoço no barracão da Beija-Flor comemorou o aniversário de quatro queridos membros da escola. Após saborearem um apetitoso bobó de camarão e filé de peixe frito, o diretor de Harmonia e presidente da Com issão de Carnaval Laíla (27/5), a porta-bandeira Selminha Sorriso (30/5), Tadeu (12/5) e a costureira Dona Lúcia (28/5) receberam os parabéns de todos os seus companheiros de barracão e de Marcus Togni (camiseta branca) , presidente da Câmara dos Vereadores de Poços de Caldas, cidade que servirá de enredo para o próximo carnaval .

,, ~t· Dia 7/6

Agenda

An iversário do Presidente de Honra da Beija-Flor de Nilópolis, Anízio Abrahão David.

Dia 1016 Quarenta integrantes da Beija-Flor fazem um show para os funcionários da Volkswagen em São Paulo. Liderada por mestre Paulinho, a escola se exibirá com 15 ritmistas , baianas, crianças e um casal de mestre-sala e porta-bandeira. No show, apresentado pelo jornalista Chico Pinheiro, da Rede Globo, um resumo da história da tricampeã do carnaval carioca será mostrado através de pequenos filmes, fotos e slides. Dia 15/6 A partir das 20 horas, leitura e entrega da sinopse do enredo Poços de Caldas derrama sobre a terra suas águas milagrosas: do caos inicial à explosão da vida , água, a nave-mãe da existência para os componentes da ala dos compositores da Beija-Flor.

A família Beija-Flor acordou no último dia 23 de maio de luto, com o falecimento de Marcelo Borges Mascarenhas, filho da ex-rainha da bateria e destaque da escola Soninha Capeta, uma das maiores personalidades da azu l-e-branco de Nilópolis. Casado, 21 anos, e com uma filha de um ano e meio, Marcelo tinha saído recentemente da Marinha e já havia trabalhado no barracão da escola . Costumava freqüentar os ensaios da Beija-Flor, onde era reconhecid o por seu espírito alegre e brincalhão .

.......~.......... Uma publicação da G.R.E.S. ESCOLADE SAMBA BEIJA-FLOR DE NILÓPOLlS - Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025 - Centro - Nilópolis Rio de Janeiro - Te I. : (021) 2791-2866 . Presidente de Honra: Anízio Abrahão David ; Presidente Administrativo : Farid Abrão David; ViceIIIIIIN... Presidente: NelsonAlexandre Sennas David ; Presidente do Conselho Deliberativo:Ary Rodrigues - Editores: Walter Honorato Gomes e J. C. Marins ; Jornalista Responsável: Walter Honorato Gomes (RP 20.559); Projeto Gráfico e Diagramação: Marcos Caram ; Redação: J. C. Marins , Miro Lopes e Murillo Victorazzo ; Fotógrafos: Miro Meirelles e Henrique Mattos; Produção e Marketing : Unità ; Impressão : Gráfica .............fIII. . Ediouro; Tiragem : 10.000 exemplares .

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A cara da Beija-Flor Mauro No meio dos mais diversos materiais usados na confecção do carnaval da Beija-Flor, Mauro Francisco da Silva, 44 anos, vive intensamente todos os passos do barracão nilopolitano. Nascido e criado em Nilópolis, morador do bairro de Olinda, há 20 anos ele dá o seu suor em nome da escola trabalhando no almoxarifado, mas, até conseg uir este emprego indicado por um vizinho, não era muito ligado em samba. Desde então, no elltanto, a paixão pela Beija-Flor só aumentou . "Eu não freqüentava a escola até vir trabalhar nela. Hoje não saio daqui de maneira alguma. Vesti com amor a cam isa azul e branca. Nem o que sinto pelo Botafogo supera isso", afirma. Com humildade , Mauro cuida de todos os detalhes que envolvem o dia-adia de guardar, receber, enviar e controlar peças essenciais a um desfile, sempre levando em conta a importância da equipe do almoxarifado. "Eu sou o encarregado, mas divido tudo

com meus companheiros. Cada um faz uma parte", enfatiza. Devido ao ritmo alucinante do carnaval , Mauro desde 1993 não consegue mais desfilar na escola. Nada que o faça se sentir menos componente do que os que vão para a Avenida. "No dia do desfile é muito trabalho aqui no barracão. Entra e sai material a noite toda. É muito cansativo ir para a Sapucaí e voltar. Abri mão de desfilar para me dedicar melhor" , diz. Com um ar de nostalgia e orgulho, Mauro lembra do carnaval que, para ele, foi o mais marcante: "Ratos e Urubus, larguem minha fantasia foi inesquecível. Todo mundo que estava na Avenida tinha certeza que o título de 1989 era nosso, mas, depois da apuração, foi aquela frustração", lamenta. Embora já não mais desfilasse, Mauro guarda também com carinho o título de 1998, com o enredo O mundo místico dos caruanas nas águas do patu-anu. "Foi muito prazeroso trabalhar o

ano todo e ver a escola ser campeã depois de muito tempo. Eram 15 anos de jejum", explica, sem deixar de ressaltar com orgulho o atual tricampeonato depois de quatro segundos lugares: "É sinal que estamos na direção certa. Se as outras escolas não melhorarem , o tetra vem aí." A união de todos, independentemente de cargo e importância, é o que mais

incentiva Mauro a fazer parte da comunidade Beija-Flor. "I sso aqui é uma família , e o "seu" Anízio é um pai para mim", revela, deixando transparecer todo o carinho e admiração pelo presidente de honra da escola, Anízio Abrahão David. É por essa gratidão , dedicação 24 horas por dia e amor pelas cores e personalidades da azul-e-branca nilopolitana que Mauro é a cara da Beija-Flor.

o Nilopolitano entende o significado da palavra evolução. A palavra evolução ganha um significado especial quando a comunidade de Nilópolis desfila. Este quesito, traduz seu jeito de ser porque o Nilopolitano evolui da Mirandela ao calçadão o ano inteiro e só quem vive nesta cidade sabe que a avenida é uma extensão da sua vida. Evoluir é fazer cada vez melhor e com muito prazer, aquilo que já se faz bem. A BeijaFlor Tintas abre suas portas no município de Nova Iguaçu a partir do próximo mês. Venha conhecer um novo conceito de loja de tintas . Você é nosso convidado. Agradecemos de coração a todos que acreditam em nosso trabalho.

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Nilópolis Pça.Nilo Peçanha, 77 a 79 - Centro Te1.2691-0125

Nova Iguaçu

Rua Dr.Athaide Pimenta de Moraes, 702 Te1.2668-1515

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Mensagem a AnÍzio Dia 7 de junho é data especial para rodos nós, amigos e admiradores de Aniz Abraão David, a quem carinhosamente chamamos Anísio. É dia de seu aniversário. Anísio pertence à categoria de pessoas privilegiadas, dotadas de inteligência fora de série, que carregam o que o médico suíço C. G. Jung chamou de memória ancestral, que representa o acúmulo de experiências milenares da humanidade. Essas criaturas são dotadas de inteligência fora do habitual. Aprendem ouvindo, guardam e sabem tudo , por isso independem dos conhecimenros teóricos ou de formações universitárias para manterem conversações de padrões intelectuais mais elevados. Seus sentidos são apurados, enxergam o que nós , pessoas comuns, não conseguimos ver. De imediaro percebem quando as pessoas se aproximam, se são do bem ou do mal. Adivinham suas intenções . Parecem que lêem suas auras invisíveis. Esses seres humanos possuem "chispas" no raciocínio. Suas respostas saem de pronro, imediato, não precisam de tempo para as réplicas. Quando seus neurônios são estimulados, logo se acendem as luzes do raciOClnlO, que funcionam como relâmpagos . As palavras, então, saem rápidas, galopantes, envolventes . E brilhantes. Esses indivíduos são viroriosos nas atividades que exercem na sociedade, como desbravadores de obstáculos, por isso são líderes. Suas vidas flutuam entre a realidade e a ficção, passando rapidamente do plano real para os planos fictício e simbólico , mítico e ritual, alcançando a magia e o mistério. Não há forma melhor de enquadrá-los senão, pelo designativo Rei. Como diziaArthur da Távola:

"O Rei é símbolo poderoso de realidades psíquicas profundas do Homem e das sociedades: sua figura não aparece apenas nas monarquias políticas. Da linguagem popular técnica passando pela poética, a esotérica e a iniciática, o símbolo da realeza atrela-se a ideais humanos, a reconhecimenro de valores, altas aspirações, necessidade de atribuir a alguém poderes especiais ou reconhecer a existência de qualidades de exceções, valores elevados, dignos, acima da média. Num primeiro sentido pois o símbolo de Rei relaciona-se com a ânsia de superação do trivial. É a existência de virtudes e qualidades atribuídas a deuses e heróis. Não é por outra razão que as monarquias sempre se fundaram na direta filiação das figuras do monarca, a misteriosas disposições da divindade. Assim acorre nas monarquias, como o cristianismo, por exemplo. Seu máximo avatar, Crisro , é filho de Deus e o Seu representante na Terra o Papa, escolhido por influência do Espíriro Santo. Há, portanro, em imagens arquétipicas poderosas de qualquer civilização, tempo, templo ou religião a íntima vinculação entre figuras basilares e a divindade. São tais figuras a expressão da certeza, intuição, ou esperança humanas em relação à existência dos triviais, transcendendo-os. " É dessa forma que nós, amigos deAnísio, o vemos. Ele é rei . Rei de Nilópolis. Rei do samba. Rei de Nilópolis, pelo trabalho que desenvolve através de inúmeras iniciativas: na creche J úliaAbraão David, entre outrOS benefícios. Rei do samba através de suas atuações intensas e diversificadas na Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis e na Liga Independente das Escolas de Samba. Parabéns, Anísio , e longa vida.

HiramAraújo

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Entrevista

Débora Rosa e Nelson Costa Por J. C. Marins

Mágica em azul e branco Débora Rosa Santos Cruz Costa é a presidente da ala da Velha-Guarda da Beija-Flor de Nilópolis e Nélson Costa o vicepresidente. Eles viveram a emoção do primeiro show da Velha-Guarda no Canecão. São pioneiros e vitoriosos. São também agradecidos. Dona Débora lembra que no dia seguinte ao show telefonou para o presidente de honra Anízio para agradecer. "Disse a ele que nós não o tínhamos envergonhado, que havíamos feito tudo direitinho, que havíamos tomado todos os cuidados e tinha sido lindo". Em verdade, foi o público que saiu agradecido a todos os componentes do grupo, eleito uma das melhores apresentações entre todas as velhas-guardas. Muito têm pela frente, sabem Dona Débora e Seu Nélson, mas o caminho está aberto. Entenda nesta entrevista um pouco do momento encantado que aconteceu no Canecão no dia 10 de maio.

o Beija-Flor - Foi o primeiro show

de shows do Rio de Janeiro é um privilégio para nós.

da Velha-Guarda? Nasceu agora? Como foi formada essa VelhaGuarda para os shows?

o Beija-Flor - Quantos fazem parte da Velha-Guarda Samba Show da Beija-Flor?

Dona Débora - Selecionamos alguns membros, alguns componentes, e começamos a cantar. Ano passado fizemos duas vezes um show com o Neguinho no Teatro Rival. Dividimos a Velha-Guarda em duas, em dois dias. Mas ainda não tínhamos esse encontro total, de música, de vozes. Fomos convidados pelo Jorge Aragão para um trabalho que está se fazendo com as velhas-guardas de todas as agremiações. Então nós formamos o grupo e estamos aí para botar esse barco para frente.

Seu Nélson - Cantamos com 15, mas na verdade o número certo seria 11 , né, Débora? Dona Débora - É, trabalhamos com 15. Esse lançamento nos trouxe talentos, porque convidamos também três pessoas da casa: o Bira, que é a segunda voz da escola; o Almir, que é um compositor da escola, e seu Zé. Nós não sabíamos que dentro da nossa escola teríamos o talento do seu Zé tocando o cavaquinho, o Almir tocando violão. Só os víamos cantando! Foi uma grande surpresa!

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Beija-Flor - Aquela festa da semana passada no Canecão foi o lançamento da Velha-Guarda Show da Beija-Flor? Vocês ficaram muito nervosos , apreensivos? Dona Débora - Foi ali sim . A princípio, fiquei até sem dormir, não vou mentir a vocês não. A minha preocupação era a apresentação, porque aqui na quadra é uma coisa diferente. Aqui é samba, é voz. Você canta, grita, fica eufórico. Lá estávamos cantando como profissionais. O Jorge Aragão é um cantor profissional , é um cantor de multidões. Então era uma realidade muito diferente. Subir no palco de uma das maiores casas

o Beija-Flor - Vocês estão com aulas decanto?

Dona Débora solta a voz. Alto estilo na apresentação do Canecão

Dona Débora - Não podemos omitir isso de vocês. Eu a princípio fiquei muito nervosa e tive que recorrer a um profissional. Quando vi a casa de show em que iríamos nos apresentar, procurei a Escola de Música de Nilópolis, através do Armando. A esposa dele nos deu a maior força, e a professora Mônica foi uma professora autêntica. Ela pelo menos fez o encontro das vozes. Deu as diretrizes, voz com voz, tudo isso é um casamento. Não adianta cantar de qualquer jeito, porque vai se atrapalhar. Para fazer essa seleção, eu não teria condição, porque eu não tenho música. Então eu t ive


realmente q ue procurar um profissional.

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Beija-Flor - Eu queria que o senhor falasse um pouco do orgulho de, depois de tantos anos , a Beija-Flor lhes oferece r isso. Seu Nélson - Fiqu ei muito orgulhoso mesmo. Tantos anos es p e rand o qu e i sso aconte cesse .. . Eu sabia que aconteceria um dia, e foi mais rápido do que pensava. Achava que ia demorar mais um pouquinho. Como a Débora disse há pouco, nós descobrimos talent os, memórias dentro da Velha-Guarda de sambas antigos. Sempre questionei que havia tanto samba bonito e a gente não apresentava em outros lugares para que todos conhecessem. Para mim, foi uma satisfação enorme. O coração está meio fraco, mas agüentou bem. E vai agüentar outras também!

o Beija-Flor - Uma vida inteira se dedicando a uma cidade, a uma comunidade, e quando a escola retribui, não dá mesmo para para , dona Débora! E agora, daqui para frente?

Dona Débora - Nosso encontro é muito gos t oso . Ago ra nós tomamos gosto! Não deveriam nos ter dado esse gosto. Agora estamos aí na luta. Essa escola gosta do que é bom , disso eu tenho certeza.

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Beija-Flor - E a questão do resg ate? Vocês foram lá e cantaram sambas mais antigos, de memória mesmo. Seu Nélson - Os compon entes antigos são co nhecedores dos sambas, que há muito tempo não eram cantados. Começamo s a fazer um levantamento entre nós mesmos . Por exemplo, eu sei um certo samba, uma determinada parte da letra. Ela (Débora), uma outra . Então tocaria comigo também. Nós fomos nos acertando , nos completando. Nós terminamos o show com um samba justamente falando de Nilópolis . "Nilópolis, terra da magia .. ." Aquela coisa de "ser de Nilópolis é a mesma coisa que ser da Bahia". Esse samba foi preparado para sairmos do show com ele .

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Beija-Flor - Essa memória mus ica l, junto co m toda a elegância, não é para qualquer um ...

ajeitando, ajeitando e chegamos.

Dona Débora - Fizemos isso num do min go no no sso trailer . Combinei com o pessoal que faz parte desse grupo e sentamos, copiando. O Jorge não queri a vir, mas disse que ele é cri a daqui, mais velho do que eu, com uma memória muito boa, e canta muito bem. Aí foi junto com o Nélson, fui copiando, cantava um pedaço , a gente errava, acertava, copiava de novo. No final , conseguimos. Depois arranjamos uns discos antigos para poder fazer uma correção, porque antigamente o cantor, como Cabana, Ozório ... Eu tenho essa vantagem: nasci , formei , amadureci e hoje estou aqui , no mesmo local. Eu vim dessa terra, tá? Essa terra é minha! Então conheço todos os compositores antigos. Aí peguei o Bira. Ele disse que estava esquecido; mas eu disse que ele ia lembrar. É aquilo que estava dizendo: o compositor antigo não tinha cuidado com a gramática, a concordânc ia. Então fomos

Dona Débora - Não podemos deixar essa criatura. Ele nos in ce ntivou de mais. Saía do trabalho e vi nha direto para a Escola de Música. A gente saía de lá, vinha para a quadra, e o Pau linho junto conosco. Depois parava para tomar nossa cerveja e ainda pagava um bocado! Vamos ser vaidosos, o Paulinho foi o início da nossa carreira! Ele é o padrinho! Ligava para mim, preocupava-se muito com a gente, perguntava se não queria que falasse com o Anízio sobre a roupa. Eu dizia que não precisava, porque não ia envergonhar ninguém. Não ia pedir mesmo. A gente pede tanto a esse homem. Eu mesmo fiz as roupas lá em casa. Tenho uma ala comercial. Tiramos dinheiro da Velha-Guarda mesmo, porque era em prol dela. Tenho certeza, pelo brilho nas pessoas, de duas coisas no show: da beleza do canto do coral e de como todos nós estávamos fin íssimos!

o Beija-Flor -

O mestre Paulinho é o padrinho do grupo?

Seu Nélson, em momento de tranquilidade na quadra da Beija-Flor de Nilópolis, e a V6!ha Guarda Samba Show em momento de glória 7


Entrevista

Mestre Pau linho Por J.

c. Marios

Bateria nota dez é a da Beija-Flor Ganhar carnaval não é tarefa fácil para escola alguma. Ser tricampeã muito menos. Tem que haver perfeição, quesito por quesito. E se o coração da escola não bombar direitinho, já era. Paulo José Botelho, o Mestre Paulinho, sabe bem disso. Comandando baterias há 15 anos, ele sabe que não há espaço para brincadeiras. Há oito anos à frente da bateria da azul-ebranco de Nilópolis o cara foi campeão de prima, parece que lá encontrou seu verdadeiro ninho. Cuida da bateria, mas também de seus ritmistas. E hoje é uma unanimidade. Segundo os jurados, sua bateria é perfeita. Mas alcançar essa perfeição não foi fácil. Paulinho e seus companheiros trabalham muito e trazem dentro do coração, sem nenhuma vergonha, amor e carinho pela Beija-Flor de Nilópolis, e sabem que esse é o único caminho para o sucesso. Mestre Pau linho falou com O Beija-Flor de seu trabalho e do muito de orgulho que tem de sua profissão. Acompanhe e se emocione.

o Beija-Flor - Liderança não cai do céu. Como é que você cultiva isso? Mestre Paulinho - Eu respeito os ritmistas. Na realidade, eles é que são importantes, que têm valor. Na Avenida , o mestre de bateria é uma figura decorativa. Ele simplesmente é a máquina que puxa o vagão , mas que tem , na retaguarda, 250 pessoas que pensam diferente. No entanto, naquele dia só pensam na BeijaFlor. Por isso, nosso trabalho é vitorioso. Comunidade não é um tirar onda com o outro, é unir em busca de um ideal, que é a nota máxima. Nisso, eu estou para ver igual à Beija-Flor. Ela tem os seus defeitos, como todas têm. Em todas as escolas que passei , preguei coleguismo , mas a Beija-Flor é diferente. O pessoal aqui . veste mesmo a camisa, e esquece qualquer animosidade que um tenha com o outro naAvenida.

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Beija-Flor - São quantos ritmistas?

Mestre Paulinho - Saímos com 250, mas temos mais que 300 . Temos que priorizar a qualidade. Não é o cara ser o melhor. A qualidade está nele querer tocar junto com outro, colaborar.

o Beija-Flor - Qual o trabalho que

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você faz, além da bateria propriamente dita, na posição de líder não só de ritmistas, mas de um grupo de homens, que servem à escola?

Mestre Paulinho - Passo para eles que há um líder em que podem confiar. Nós temos um grupo de diretores que reza pela mesma cartilha na Avenida . O segredo é ser humilde. Eu tenho um nome formado, mas que foi o samba que me deu. Já que lidero homens , coloco na cabeça deles que eles são os verdadeiros baluartes. Eu só os lidero. Não existe cacique sem seus guerre iros. Sinto-me numa tribo de fabulosos guerreiros. Hoje posso dizer que temos uma bateria musical.

o Beja-Flor - Esse ano, a bateria da Mocidade, que sempre fazia paradinha , não fez. A outra , que nunca havia feito, inovou. A da Beija-Flor é constante, a gente conhece de longe. Como é ter uma bateria "fino da bossa" ?

Mestre Paulinho - Eu estou aqui desde 1998, e só não fiz paradinha em 2000 e 2005. Não vou fazer paradinha que não tenha nada a ver com a melodia do samba. Não sou responsável pela Beija-Flor toda , apenas por um departamento. Por que iria usar uma paradinha se a bateria está em harmonia com o cantor, com o canto da escola? Por que vou desandar uma coisa que está certinha? Eu tenho que ter responsabilidade de saber que carrego oito quesitos comigo. Eu sou muito criterioso. Se eu fizer algo só para me enaltecer, para dizerem "o Paulinho é o cara , fez a

paradinha tal ", e der certo , tudo bem. Mas se eu fizer e desandar uma escola? Não estou brincando com uma bateria, e sim com uma comunidade. Quando fiz uma paradinha, era porque tinha a ver com a melodia, enriquecia o samba. Não vou trazer para mim uma responsabilidade que não é minha. Eu sou condutor e o Neguinho é o cantor. A harmonia tem que estar junto a ele e eu acompanhá-lo o tempo todo. Não vou fazer coisas que não combinam com a minha consciência. Quando saio da Avenida, tenho certeza que fiz um bom trabalho. Sempre apostam em mim, e não vim para cá para perder.

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Beija-Flor - A bateria faz show o ano todo. Como é esse caminho que ela faz, ocupando as pessoas, dando trabalho, realizando uma função social? E a questão dos avanços que houve aqui, como o conforto?

Mestre Pau linho - É aquilo que disse anteriormente. O ritmista quer carinho, conforto. O cara não pode vir do trabalho para o ensaio e não ter aqui jantar, uma televisãozinha, um local para ficar jogando. Assim ele chega até mais relax em casa. O stress está pegando todo mundo de jeito. Quero proporc i onar aos meus ritmistas todo conforto possível

para que possa cobrar deles responsabilidade . Dou carinho, mas sei puxar a orelha também. Quem não se enquadrar no nosso método, que vá para outra escola e seja feliz. Aqui temos uma bateria feliz, em que todos se respeitam .

o Beija-Flor - Como foi reger a orquestra sinfônica? Mestre Pau linho - Me pegaram de surpresa. Cheguei no ápice! Nenhum mestre de bateria fez isso. Fui condecorado. É um negócio diferente. Estou acostumado a sair na Marquês de Sapucaí lotada; viajei o mundo todo, shows com a Simone, praça em Madri cheia, mas nada parecido com a música clássica . Tenho que agradecer ao maestro pelo convite. Ele veio na Beija-Flor, foi mu ito bem recebido e ficou muito gratificado também. Voltou para Par i s emocionado, com lágrimas nos olhos. Quando o cara pensa em bateria , pensa em marginalidade , mas aqui todos os acenos ()ue ele fez para a bateria foram compreendidos. Ele ficou fascinado e me fez o convite para reger a Sinfônica. Lá, a pessoa estuda dez anos , tem que ter postura, coordenação motora. E diferente. Foi um momento único. Vai ficar marcado para o resto da minha vida. Foram mil Estandartes de Ouro em um. O mundo todo viu , e levei o samba para a música clássica. Estamos conversando com a Globo para fazer algo bem melhor. Minha bateria merece. Não é o Paulinho , é a minha bateria que merece fazer um concerto com a Orquestra S infônica.


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Festa da Vitória Muita descontração e alegria. Foi esse o ritmo da festa da vitória, realizada pelo Mestre Paulinho no Clube Internacional de Regatas, no centro do Rio, em comemoração ao segundo tricampeonato da BeijaFlor. Desde que chegou à Azul-ebranco de Nilópolis, há exatos oito an os, Mestre Paulinho ve m mantendo a tradição de realizar uma grande festa nos anos vitoriosos da Beija-Flor no desfile do carnaval carioca. Este ano a festa da vitória recebeu mais de 500 convidados, como os jornalistas José Carlos Netto e Robertinho do Rio, além do patrono da Escola, Anízio Abrahão David, e Neguinho da Beija-Flor. Sobre a festa, Mestre Pau linho comenta com O Beija-Flor.

Beija-Flor - Não está ficando um pouco "chato" esse negócio de ficar comemorando todo ano? E a sua festa? Paulinho - Gostaria muito que desse seguimento! Trabalho na escola para ser campeão. Numa competição todos querem ganhar, e a Beija-Flor tem se saído muito bem, graças a Deus. Na minha festa, na realidade, eu reúno todos os meus amigos. Não

Anízio, Paulinho e Laíla, campeoníssimos na festa da vitória promovida pelo diretor de bateria tem bandeira, não. Só a da BeijaFlor, porque a vitória é da escola, na qual também saio vitorioso. Tomara que venha o tetra, e que tenha outra festa, que será melhor que a desse ano, com certeza.

Beija-Flor - Essa festa acontece desde quando? Quantas pessoas reúne? Paulinho - A primeira, há três anos, tinha cerca de 200 pessoas, a segunda foi uma feijoada para 800

pessoas e agora esse churrasco teve umas 500 pessoas , porque o Fia x Flu dividiu um pouquinho. Todo mundo ficou satisfeito , rolou alimentação e bebida para todos, além de muito divertimento. Foi um prazer. Meus amigos colaboram com a presença e comportamento deles . Minha satisfação é a alegria dos outros , e a Beija-Flor tem muito a ver com isso .

Beija-Flor - É muita ousadia preparar já a festa do ano que vem?

Paulinho - A gente tem que ser sempre ousado , mas dentro de um critério. Eu naturalmente sou a favorda vontade. Tem que rolar vontade e isso culmina com o campeonato . Se vier o quarto título , e se Deus quiser virá , vamos fazer outra festa. Vou ficar muito feliz , porque ganho dois presentes: eu e a escola ganhamos mais um tí t ulo e temos mais uma festa , com os amigos colaborando conosco .

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Sob a bênção das águas Por Murillo Victorazzo Junho pode ser considerado o mês em que a Beija-Flor começa a colocar em prática o carnaval de 2006. Rumo ao inédito tetracampeonato, a escola apresentará no dia 15 de junho a sinopse do enredo Poços de Caldas derrama sobre a terra suas águas milagrosas: do caos inicial à explosão da vida, água, a nave-mãe da existência. A partir dessa data, os compositores que pretenderem participar da escolha do sambaenredo poderão se inscrever na disputa. Para discutir os detalhes iniciais do enredo, a Comissão de Carnaval , presidida por Laíla, se reuniu no último dia 30 no barracão da escola com Marcus Togni , presidente da Câmara dos Vereadores de Poços de Caldas,

cidade que inspirou o enredo da azul-e-branco nilopolitana . "Tenham a certeza absoluta que será um carnaval diferente daquilo que as pessoas pensam que vem . A criatividade e brasilidade são o nosso forte , e manteremos essa marca. Vamos falar das águas para chegar a Poços de Caldas", conta Laíla . Segundo Cid Carvalho , integrante da comissão, o desfile já tem seus setores divididos, com algumas fantasias desenhadas e os carros a l egór i cos sendo idealizados . " Conseguimos desenvolver uma leitura totalmente diferente do enredo sobre Araxá. Vamos dar um banho na Avenida", promete , referindo-se à cidade mineira tema do carnaval de 1999.

Marcus, por sua vez , não poupou elogios à Comissão de Carnaval na reunião. Ele se mostrou exultante com a chance de poder trocar idéias com o que chamou de "os novos gênios do carnaval carioca". "Todos são muitos inteligentes, com muitos conhecimentos em suas áreas", elogia, empolgado como um aluno no primeiro dia de aula. Para ele, presenciar por dentro e de perto como o enredo está sendo desenvolvido é um aprend izado que lhe dá a certeza do sucesso tanto para a escola como para Poços de Caldas. "Quando tudo estiver pronto, o desfile da Beija-Flor vai

se tornar um ícone propulsor da venda da imagem da nossa cidade. É muito importante casar o nosso interesse com a vocação da escola de ser tetra", afirma Marcus, que é presidente de escola de samba em Minas Gerais. "A Saci-Po tem o apelido de Beija-Flor de Poços, porque ganha muitos títulos, é competente e se veste luxuosamente", compara. Uma cidade que atrai muitos casais em lua de mel parece ser o enredo ideal para quem quer uma união bem sucedida. E é nisso que Marcus acredita: ''Tenho a impressão que esse casamento vai render frutos, que será o tetra. Poços está muito feliz pela oportunidade. Todos querem vir desfilar, dar palpite. A expectativa é de sucesso".

Da esquerda para a direita , Bira , Fransérgio, Shangai, Cid Carvalho, Marcus Togni e La íla comemoram a escolha do enredo pa ra o carnaval 2006


Carnaval e Cidadania: dois anos de sucesso Às vésperas de comemorar seus 15 anos de existência e resistência, a Escola de Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte do Rio de Janeiro, oriunda de um projeto do mestre Manoel Dionísio dos Anjos Santos, festeja dois anos de uma de suas maiores e mais recentes conquistas: o Espaço Cultural de Carnaval e Cidadania. Para marcar o seu segundo aniversário, completado no dia 17 de abril, aquele espaço cultural incluiu na sua exposição as fantasias de mestre-sala e porta-bandeira doadas pela Beija-flor de Nilópolis, além da comercialização de outros itens com a marca da tricampeã do carnaval carioca. Um dos objetivos do espaço cultural, explica mestre Dionísio, é permitir que as pessoas, especialmente aquelas que não assistiram o desfile das Escolas de Samba, possam apreciar, através da exposição de fantasias, o precioso trabalho produzido por carnavalescos, estilistas e artesãos , essas personalidades anônimas que fazem o carnaval. Dependendo da generosidade das agremiações , anualmente o acervo da exposição é renovado , va l orizando

permanentemente seus criadores e criações. O espaço é pequeno, mas tem "coração grande": há lugar para novas fantasias, adereços e artesanato. Mestre Dionísio espera que todas as escolas ain da não representadas através de suas cores e criatividade dos artistas que constroem seu carnaval visual mandem material para exposição. Mesmo com a existência do Museu do Carnaval, que fica na outra extremidade do Sambódromo, o número de turistas supera as expectativas. São cerca de cinqüenta mil pessoas por ano. Três atendentes, um de les bilíngüe , recepcionam os visitantes nacionais e estrangeiros. Além da exposição de fantasias, os visitantes podem ver um vídeo do desfi ~e mais recente, comprar souvenires (chaveiros, cinzeiros , camisetas, etc.), tirar foto no painel cenográfico (R$1 ,00 por pessoa) , com a imagem de um casal de mestre-sala e porta-bandeira Com esses recursos, mestre Dionísio mantém, com alguma dificuldade, o funcionamento do local, a limpeza dos banheiros (condição obrigatória para que o espaço fosse cedido para o projeto) , e o pagamento

dos garrafões de água potável e geladinha, despesas com luz, transporte e lanche para a equipe de voluntários. Numa parceria firmada com a AMABRAS - Associação das Mulheres Empresárias do Brasil no Estado do Rio de Janeiro, o Espaço Cultural de Carnaval e Cidadania coloca à venda produtos artesanais, todos com motivos carnavalescos (bonecas fantasiadas, máscaras, etc) . Os artesãos são oriundos de áreas carentes circundantes às favelas e até integrantes de escolas de sambas. Segundo o último levantamento, até outubro do ano passado, haviam sido comercializadas 5.116 peças. O projeto beneficia cerca de trezentas pessoas das mais diversas profissões , especialmente artesãos das oficinas das escolas de samba do Rio. O Espaço Cultural de Carnaval e Cidadania funciona no prédio do Ministério Público, anexo ao Ginásio Darcy Ribeiro, no Setor 1 da Passarela do Samba. Fica aberto das 9 às 17h, de segunda a sexta-feira. A entrada é franca.

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Por Walter Honorato email: walterhonorato@yahoo.com .br

no dia 24 de junho palestra às 20h , com o tema "Carnaval em Três Rios - Profissionalização e atuação social". Participantes: Hiram Araújo - Diretor Cultural da Liesa, Rachei Valença : Vice-presidente do GR.E .S. Império Serrano, Paulo Barros: Carnavalesco do GR.E.S. Unidos da Tijuca e Almir Frutuoso: Diretor de Harmonia do GR.E .S. Unidos da Tijuca.

» Neguinho da Beija-Flor está em turnê de três meses pela Europa. A voz oficial da Beija-Flor fará shows pela Itália e depois segue para Suíça, França, Portugal, Áustria, Alemanha e Inglaterra. Serão 28 apresentações.

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Foram eleitos no mês de maio os presidentes Wilson Moisés, da Vila Isabel, e Humberto Carneiro, do Império Serrano. Moisés manterá os reforços contratados pela antiga direção, o carnavalesco Alexandre Louzada e o diretor de carnaval Ricardo Fernandes, exPorto da Pedra . Já Humberto contratou o carnavalesco Paulo Meneses, ex-Mocidade, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Robson e Ana Paula, ex-Caprichos de Pilares, e Roberto Peixoto é o novo diretor de carnaval, Jamelão, ex-mestre-sala do Império, o novo diretor geral de harmonia e a atriz Quitéria Chagas será a nova rainha da bateria da verde-e-branco de Madureira.

» 24/06/05 - O sorteio da ordem de desfile das escol1as de samba dos Grupos de Acesso A, B,C, D e E foi adiado devido à viagem que a Acadêmicos da Rocinha , escola anfitriã, estava realizando no início do mês de junho. A nova data é 24 de junho às 20h no Hotel Intercontinental. No mesmo evento acontecerá a entrega dos troféus de campeão e vice do carnaval de 2005 das escolas da Associação.

» » 23 e 24/06/05 - Fórum Temático Três Rios é Cultura , uma iniciativa

27/06/05 - O sorteio da ordem de desfile das escolas de samba do Grupo Especial será no dia 27 de junho às 20h no Canecão.

do SESC Rio de Janeiro em Três Rios, com apoio da PMTR, que visa promover a cultura como dimensão fundamental da vida contemporânea na sociedade em que está inserido, apresentará

» O Beija-Flor indica o livro: A História do Cordão do Bola Preta, de Murilo Brasil, da Editora Teatral.

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Babadao da Folia e Beija-Flor, • urna parceria que dá Samba. ~~J...

&A&ADÃO~ ~ DA

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