Tablóide O Beija-Flor nº 08

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Já é Carnaval Tricampeã do carnaval do Rio, a Beija-Flor de Nilópolis vai para a Avenida em 2006 em busca do inédito tetracampeonato com o enredo Poços de Caldas derrama sobre a Terra suas águas milagrosas: do caos inicial à explosão de vida, água, a nave-mãe da existência. Se o tema é recorrente, a Comissão de Carnaval promete muita criatividade para contar não apenas um pouco da história da cidade mineira, mas principalmente falar da água como elemento essencial. A tarefa não parece fácil. Mas, considerando os recentes títulos da escola, é esperar por muita ousadia. Última escola a desfilar no domingo de carnaval, a Beija-Flor terá a missão de mudar uma história que parece se perpetuar como lenda do carnaval do Rio de Janeiro, a de o campeão do carnaval só sair do desfile de segunda-feira. Lançado mais este desafio, é aguardar pelo banho que se espera a escola possa dar na Avenida. Hoje a Beija-Flor é a escola de samba a ser batida no carnaval de 2006. Naquele que pode ser um dos maiores espetáculos dos últimos tempos. Escolas que não vinham bem se organizam, contratam novos carnavalescos, mestres-salas e porta-bandeiras, e prometem incomodar as favoritas . Também aquelas que estão desde já na disputa querem quebrar a seqüência vencedora da azul-e-branco de Nilópolis. Em época de Cidade do Samba, com bom dinheiro em caixa e muita visibilidade, é de se esperar mesmo que as escolas de samba do grupo especial façam um grandioso carnaval. E que as águas da Beija-Flor sejam a tradução da alegria e beleza de ser tetracampeão.

Fale com O Beija-Flor Av. Rodrigues Alves, sln - Centro - Praça Mauá Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 2253-2860 e-mail: admbeijaflor@veloxmail.com.br

No dia 7/6, o diretor de bateria mestre Pau linho, a Velha-Guarda e crianças da Beija-Flor - ritm istas, passistas, mestre-sala e porta-bandeira mirins - fizeram uma agradável surpresa para o presidente de honra da escola, Anízio Abrahão David, ao irem ao apartamento dele para felicitá-lo pessoalmente pelo seu aniversário. Ao descer para o playground de seu edifício e ver todos cantando "Parabéns para você" no ritmo da bateria, Anízio se emocionou. Dona Débora, presidente da Velha-Guarda, leu um texto em sua homenagem , levando-o quase às lágrimas. Nada que o impedisse de, muito feliz, fazer questão de tirar fotos com todos os presentes.

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Notas

No dia 22 de junho, em nome do presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis, Anízio Abrahão David, representado pelo produtor Alceu ''Teteu'' Silva, da Rede Globo de Televisão, a bateria tricampeã do carnaval carioca, juntamente com o mestre-sala Allan e a portabandeira Juliana, encerrou a cerimônia de entrega do mérito Pedro Ernesto à jornalista Albeniza Garcia. A solenidade aconteceu na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio de Janeiro. Aos 76 anos de idade e 57 de profissão, ela, que foi a primeira repórter policial da imprensa brasileira, não escondeu a satisfação. "Estou contente. Era uma festa assim mesmo que eu queria", declarou. No dia 25 de junho, em Poços de Caldas, a Comissão de Carnaval da Beija-Flor, representada por Cid Carvalho, apresentou a sinopse do enredo da escola para 2006 e entregou fichas de inscrição para os compositores da cidade interessados em participar da escolha do sambaenredo. A cerimônia aconteceu no salão nobre do Palace Casino, sede da Secretaria Municipal de Turismo, e teve a presença de políticos, empresários e representantes das escolas de samba locais. Estavam também presentes o presidente do Conselho Deliberativo da Beija-Flor, sr. Ary José Rodrigues, o vice-presidente de Patrimônio, Jorge Veloso, e os compositores Jota Coelho, um dos autores do samba tricampeão, e Tamir Dias. No dia 7 de julho, no Salão Azul do Palace Casino, será feito o primeiro corte dos concorrentes de Poços de Caldas. Os classificados disputarão com os concorrentes cariocas em data a ser marcada pela Comissão de Carnaval. No dia 16/06, a creche Júlia Abrão realizou sua festa junina. Com direito a com idas típicas, como canj ica e cocadas, as duzentas e dezoito crianças da instituição, todas a caráter e acompanhadas de suas famíl ias, puderam se divertir dançando quadrilha, brincando em piscinas de bolinhas, pescarias com prendas e outros jogos. A festa aconteceu entre 15:00 e 20:30 horas e teve a presença de Maria Abrão Geber, irmã do presidente de honra da BeijaFlor, Anízio Abrahão David. "Foi uma tarde muito agradável, uma grande confraternização", contou Maria de Lourdes Goulart, diretora da creche.

-.!,.....~...IIW. . . Uma publicação da G.R.E.S. ESCOLADE SAMBA BEIJA-FLOR DE N ILÓPOLlS - Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025 - Centro - Nilópolis Rio de Janeiro - Tel. : (021) 2791-2866 . Presidente de Honra : AnízioAbrahão David ; Presidente Administrativo: Farid Abrão David; Vice-

I11III..... Presidente: NelsonAlexandre Sennas David ; Presidente do Conselho Deliberativo: Ary Rodrigues - Editores: Walter Honorato Gomes e

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J. C. Marins; Jornalista Responsável : Walter Honorato Gomes (RP 20 .559) ; Projeto Gráfico e Diagramação : Marcos Caram ; Redação : J. C. Marins, Miro Lopes e Murillo Victorazzo ; Fotógrafos: Miro Meirelles e Henrique Mattos ; Produção e Marketing: Unità ; Impressão : Gráfica Ediouro; Tiragem : 10.000exemplares .


Foto: Arquivo

A cara da Beija-Flor Margareth Com ela tudo começou muito cedo. Era uma beleza todo sábado à tarde acompanhar no Programa do João Roberto Kelly aquela garotinha tipo índia se requebrando como gente grande. Já naquela época, Margareth Oliveira de Souza Gomes era só orgulho se ser passista mirim da Beija-Flor de Nilópolis. Margareth cresceu e há cerca de um ano é a nutricionista da escola. Mudou o cardápio no barracão, mas em nada alterou seu amor pela azul-e-branco. Esse é um CARA DA BEIJA-FLOR especial em bate-bola, para mostrar que o samba pode ser um dos caminhos para a maioria das crianças pobres desse país. A Beija-Flor já descobriu isso há muito tempo.

o Beija-Flor - Você foi uma passista mirim, uma das primeiras da escola. O samba pode e deve ser uma ferramenta para tirar uma criança da rua, por exemplo. Como foi sua experiência? Margareth - Eu comecei na Beija-Flor em 1976, com 10 anos. Desfilei durante cerca de 15 anos, participando do primeiro tricampeonato. Comecei bem pequena. Isso não me impediu de estudar, formar-me, casar-me, montar uma família. Hoje fico muito feliz de entrar na quadra e ver todas essas crianças. Eu me vejo nelas. O Beija-Flor - Qual foi a importância daquele movimento todo na sua vida? Você compreendia aquilo? Como foi aquela experiência para os seus pais? Margareth - Com os meus pais, foi tudo nota dez! Eles davam muito apoio, desfil avam também . Meu pai saía na diretoria justamente para ficar pertinho de mim, para me acompanhar. O Beija-Flor - Você nota essa presença dos pais aqui na Beija-Flor?

Margareth - Não sei se tem essa integração. Não posso te responder, porque não acompanho essa parte. Mas é algo muito importante. O Beija-Flor - Porque parece que é muito cedo para decisões ... Margareth - Exato. Se você não tiver o acompanhamento dos pais, fica muito difícil para uma criança. Uma menina de 10 anos não tem noção do que está acontecendo, do assédio. O Beija-Flor - Como você lidava com a escola naquela época? Educação sempre foi importante para você? Margareth - É aí que aparece a importância do meu pai. Eu sa ía à noite, ia para show de madrugada, mas faltar aula, nunca. Tinha que estar no outro dia de manhã, na hora certa, no colégio. Nunca deixei de ir à escola porque vim para ensaio, muito menos repeti ano. O Beija-Flor - Como era o programa do João Roberto Kelly? Como ele era contigo? Margareth - Nossa, eu era o xodozinho!

Só aquelas mulatonas e eu, aquele "pinguinho" de gente. Ele me tratava muito bem. Fez um contrato comigo e com o meu irmão. O programa era aos sábados, mas tinha também os shows • fora. Ganhava um salário. O Beija-Flor - Entre ser passista e profissional de Nutrição, houve l:Im tempo que você esteve fora da escola Margareth - Eu fiquei afastada uns oito anos da escola. Fu i convidada pelo Rogério e Leandro para voltar, porque a escola estava querendo melhorar a alimentação dos funcionários. O Rogério nem se lembrava quem eu era. O Laíla, que me conheceu pequena, também se surpreendeu , achou muito legal eu retornar à escola, até como um exemplo. O Beija-Flor - Qual é o recado que você manda para a garotada da BeijaFlor? Margareth - O principal é não deixar de estudar. E sempre sonhar. Estudem , porque lá na frente certamente vai haver um lugarzinho para cada um de vocês.

o Nilopolitano entende o significado da palavra evolução. A palavra evolução ganha um significado especial quando a comunidade de Nilópolis desfila. Este quesito, traduz seu jeito de ser porque o Nilopolitano evolui da Mirandela ao calçadão o ano inteiro e só quem vive nesta cidade sabe que a avenida é uma extensão da sua vida. Evoluir é fazer cada vez melhor e com muito prazer, aquilo que já se faz bem.

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A BeijaFlor Tintas abre suas portas no município de Nova Iguaçu a partir do próximo mês. Venha conhecer um novo conceito de loja de tintas. Você é nosso convidado. Agradecemos de coração a todos que acreditam em nosso trabalho .

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Mensagem a Ailton Guimarães Jorge abril de2005 o Sr.Ailton GuimarãesJorgeassumiu o mandato de presidente da LIESA triênio 2005 a 2007. A LIESA, no plano mi tológico, represen ta o Olim po das escolas de samba. Em sua morada convivem os deuses e sacerdotes responsáveis pelos destinos das 14 escolas de samba que formam o universo do show

business. Atualmente sentado à cadeira desse magnífico palácio se encontra a figura carismática deAilton Guimarães Jorge. Ailton Guimarães Jorge, que carinhosa e respeitosamente chamamos de Capitão Guimarães, incorpora a figura mitológica do deus Júpiterque, dizem os poetas, é o pai, o rei dos deuses e dos homens. Júpiter, de sua morada, no alto das regiões terrestres, nos extremos confins do éter, no espaço invisível, preside as evoluções do mundo, observa os povos, provê as necessidades dos homens, assiste às suas rivalidades, toma parte nas suas discórdias, persegue e pune os culpados, vela pela proteção da inocência - em resumo, se desempenha dos deveres, reúne seus comandados e no Olimpo, em sua corte e sob seu cetro estabelece, entre todas as divindades, um trato incessante e faz com que os imortais se aproximem dos mortais, para se unir com eles; reciprocamente, os mortais generosos que aspiram às honras do Olimpo pelas suas ações heróicas, esforçam-se por obter dos deuses a imortalidade. Ailton Guimarães Jorge, pelo respeito que impõe, credibilidade e força, reúne qualidades fundamentais para dirigir a LIESA. Ao tempo em que exerceu seus primeiros mandatos foi um desbravador de obstáculos, passando por situações limites, que só foram superadas por seu pulso forte, discernimento e, sobretudo, habilidade na condução dos problemas. Não fossem esses seus atributos de grande negociador, as escolas de eamba teriam tido perdas em suas conquistas. Ao iniciar sua gestão , tão logo terminou o carnaval de 1988, sua visão futurista entendeu que as escolas de samba do Grupo Especial já se encontravam amadurecidas e preparadas para assumirem seus próprios destinos. Nesse sentido encaminhou um projeto às autoridades para a privatização dos desfiles. Em represália a Câmara dos Vereadores aprovou a lei 1272 de autoria de Maurício Azedo, para estatizar o carnaval carioca. Começou, então, uma luta que exigiu muita habilidade e prudência. Ante a reação da entidade máxima das escolas de samba, o Poder Público recuou sancionando o projeto-lei com vetos que descaracterizavam a estatização dos desfiles. A privatização não saiu, mas foram lançadas as sementes que iriam permitir, num futuro próximo, uma maior libertação económica das escolas de samba. O contrato Riotur-LIESA foi assinado como pacote ficando a Riotur com a comercialização e a LIESA com a transmissão. Quando tudo parecia resolvido a Riotut interviu comercialmente na pista de desfiles, colocando seus patrocinadores nos espaços reservados à TV. Tudo então voltou à estaca zero, até que, em dezembro, o presidente da LIESA conseguiu o recuo da Riotur e o contrato foi assinado. Ao término do carnaval de 1989 tudo parecia tranqüilo quando a Riotur voltou à carga para estatizar os desfiles, oferecendo às escolas de samba valores aparentemente favoráveis. Não fosse a experiência do presidente Ailton Guimarães Jorge denunciando a medida como retrocesso, as escolas de samba teriam caído no can to da sereia. O tempo foi passando, as escolas de samba ficaram assustadas e preocupadas. Com calma e perseverança Ailton Guimarães Jorge não recuou um milímetro nos seus objetivos. Ofereceu outras opções, como transferir os desfiles para Niterói . A retirada dos desfiles da cidade do Rio de Janeiro não seria boa, nem para escolas de samba, nem para a Prefeitura, mas a estratégia permitiu o prosseguimento das negociações. No dia 12 de outubro por interferência do Prefeito Marcelo Alencar a questão foi resolvida. Mais conquistas foram acrescentadas nas escolas de samba, com cada parte levando 50 % da arrecadação; 1% para a construção dos barracões. ARiotur retirou 1970 de sua parte para o pagamento dos direitos de arena para os compositores. Para o carnaval de 1991 o contrato foi assinado nas mesmas bases, mas com clima de mais tranqüilidade. Eleito em 1988, reeleito em 1990, novamente reeleito em 1992, Ailton Guimarães Jorge se afasrou da presidência da LIESA em 1993, deixando uma série de conquistas para as escolas de samba. Em 2002 novamente Ailton Guimarães Jorge retorna ao pOSto de presidente administrativo da LIESA. Com uma administração mais tranqüila, mercê de um bom diálogo com o Prefeito César Maia, Ailton Guimarães Jorge prossegue sua missão de oferecer cada vez mais condições financeiras as escolas de samba do Grupo Especial, para prosseguirem em suas criações artísticas. No dia 4 de agosto de 2004 inaugura no 2 0 andar do prédio da Av. Rio Branco, nO 4, o Centro de Memória do Carnaval, um espaço único na cidade do Rio de Janeiro dedicado ao estudo e pesquisa do carnaval, uma de suas maiores iniciativas na cultura. Ainda em 2004, juntamente com o Prefeito César Maia, dá início à construção da Cidade do Samba, um complexo turístico carnavalesco que abrigará as 14 Fábricas de Samba, cada 2 uma com área de 7.200 m , que substituirão a partir de setembro de 2005 os antigos barracões dos armazéns das Docas. Outra iniciativa de maior importância foram as criações dos ensaios técnicos no Sambódromo , a partir de dezembro, quando o público pôde assistir gratuitamente os preparativos para os desfiles nos finais de semana. Os ensaios técnicos têm atraído cerca de 40 mil pessoas por dia. Graças às suas administrações ousadas, as escolas de samba do Grupo Especial faturam nos desfiles em torno de 2 milhões de reais cada uma. HiramAraújo

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Sinopse Carnaval 2006

Poços de Caldas /

Derrama Sobre a Terra Suas Aguas Milagrosas - Do Caos Inicial, à explosão da Vida Agua - a Nave-Mãe da Existência. /

Certa noite, enquanto relembrávamos velhas estórias do mar, olhava o reflexo da lua sobre o espelho d 'água quando ouvi relatos que há bilhões de anos at rás deu-se grande explosão no caos inicial e o universo em fogo se contorceu , se moldou e tomou forma. Então, da poeira universal , nasceu o sistema solar. A gra n de estrela cuspia labaredas em direção à jovem Terra, não menos rude e escaldante . Sobrevieram os gigantescos catacl is mos e mudanças climáticas violentas!!! Dos céus, em forma de imensas tempestades, veio a água que resfriou a superfície e impeliu a centelha da existência para os rios e oceanos rudimentares . Nas ág uas, enfim , manifestouseavida! !! Durante muito tempo evoluiu e ganhou contornos complexos mas fomos, enquanto seres vivos, gerados na água, legítimos filhos da água, como gotas de um gigantesco oceano. Divina Fonte de Energia, banho u de progresso a antiguidade, que irrigada e fértil, assistiu as antigas civilizações floresce rem ao longo dos rios e mares. A água estava no princípio e é o próprio "gêneses" da existência. Provavelmente, por conta disso, através dos tempos a água passou a ser vista como um

fascinante mistério a ser desvendado. E foi este fascínio, enquanto ingrediente mágico e fecundo, que gerou lendas e mitos que cresceram , multiplicaram-se e resistiram através dos séculos, povoando o imaginário mundial até os dias de hoje. Apresentada às vezes como morada de monstruosas serpentes e dragões ou das fascinantes sereias , outras tantas como local escolhido por Netuno para erguer seu reino ou até mesmo associada à catástrofe que fez submergir a cidade perdida de Atlântida, a água desperta o encanto enquanto se man t ém enigmática. Banhado pelo Atlântico, recortado por rios de proporções espantosas e ponteado por lagos e cascatas de rara beleza, nosso território é tão rico na quantidade das águas quanto nas narrativas a e l as associadas, um gigantesco e deslumbrante reino de todas as águas. Como dizem por aí que todo homem das águas tem um causo pra contar , é lógico que eu, meus senhores , como velho do mar, tenho o meu pra narrar. Para não perder o espírito misterioso, convido-os para a mágica travessia da ponte da ilusão e um mergulho nas águas da reflexão, pois vou contarlhes a sedutora estória de Poços de Caldas, a nossa Cidade das Águas:

Conta-se que antes de Atlântida e sua civi lização serem tragadas pelo oceano, alguns de seus habitantes para lá fugiram pelo mar. Adoradores das águas, logo se encantaram com aquele lugar e descobriram o poder curativo das águas termais e sulforosas que ali eram abundantes. Organizaram uma sociedade sábia e sem males. Por muitas gerações seus corações foram verdadeiros e nobres, e eles eram a própria expressão da gentileza associada à sabedoria. O progresso se banhava na força das águas e jorrava por todos os lados. Mas quando chegou o homem de espírito mau, envenenado pelos pecados capitais , procurando cegamente por riquezas, não enxergou o valor e a importância das águas. Aqueles, dentre os Atlantes que se mantiveram puros, partiram então rumo ao infinito, temerosos que nova catástrofe sobre eles se abatesse. Quando o ímpio fosse subjugado e os cânticos de paz se tomassem mais altos que os hinos de guerra, e se fizessem ouvir por todo universo como uma oração, seria então a hora de voltar. Neste dia brilhará com incrível força, como o fogo do vulcão, o grande "farol de ferro" que guiará as carruagens celestiais que finalmente retornarão à Cidade das Águas e transmitirão às novas gerações

a sabedoria e os conhecimentos dos Atlantes. Mostrarão para toda a humanidade o grandioso e verdadeiro valor das águas e o quanto a vida no Planeta depende da sua preservação. Como uma música interpretada para embalar a dança do tempo, contarão a própria história do futuro ou, se preferirem, o futuro da própria existência. E seremos , finalmente , detentores de sabedoria suficiente para entender: Que o equilíbrio das forças naturais não é um inimigo a ser vencido pela nossa soberba, mas um aliado da nossa esperança em busca de um mundo melhor para todos; Que o ontem é história ... O amanhã um mistério ... E o hoje é uma dádiva, e por isso o chamamos de presente! E é em nome desse presente gue hoje eu, esse Velho das Aguas , que assisti os meus pais e parentes fugirem de uma seca cruel e talvez por conta disso tenha me apaixonado pela imensidão do mar, vos peço: Ouçam todos o clamor que vem das águas! Ouçam em silêncio a maravilhosa sinfonia da vida que insiste em despertá-los! Enfim , ouçam a voz do coração! A eternidade pode começando agora! ... Ainda há tempo!!!

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Entrevista

Marcus Togni Por J.

c. Marins

o Embaixador de Poços de Caldas Se Poços de Caldas virou enredo do carnaval 2006 da Beija-Flor de Nilópolis, muito se deve a Marcus Togni. Há 12 anos desfilando na azul-e-branco da Baixada, o presidente da Câmara dos Vereadores da cidade mineira é também presidente da escola de samba local Saci-Po, 23 vezes campeã do carnaval, e o grande articulador do enredo Poços de Caldas derrama sobre a terra suas águas milagrosas: do caos inicial à explosão da vida, água, nave-mãe da existência, que certamente vai encantar a Avenida no carnaval do ano que vem.

o Beija-Flor - Que história é essa que Poços de Caldas dá samba? Marcus -Isso é culpa do Tamir. Ele é amigo nosso já faz algum tempo. Foi por causa dele que a gente se aproximou da Beija-Flor, acabamos desfilando aqui algumas vezes. Em razão dessa nossa proximidade, sugeri a idéia para ele. Nossa cidade tem um potencial reconhecido de várias culturas significativas, o que , para um carnaval, resulta em um senhor enredo e um senhor samba. Muito mais que outras cidades que já se atreveram a ser enredo da escola. Tamir levou um grupo de pessoas, como o Shangai , Laíla e FranSérgio, e o pessoal começou a descobrir que Poços dá realmente muito mais que samba.

o

Beija-Flor - Mas descobriu como? Quais os seus argumentos para convencê-los?

Marcus - Primeiro, foi a amizade; segundo, uma cidade muito bonita que tem uma história que pode ser contada na Avenida, com pelo menos uns sete ou oito compar t imentos diferentes. Entendemos que poderíamos contar a nossa história. Temos uma cidade que nasceu num vulcão, um negócio completamente diferente no Brasil, já que aqui não temos áreas vulcânicas. Um solo fraturado , que traz a água do centro da Terra para cima, fazendo com 6 que ela saia a mais de 40 graus. É

Marcus Togni , 23 vezes campeão pela Saci-Po , direto para a Beija-Flor de Nilópolis

uma água com gosto de enxofre, ferruginosa. Com o passar do tempo, descobriu-se que ela era medicamentosa. Uma característica ímpar! É um bom começo! Além disso, Poços foi colonizado por índios a princípio. Tivemos uma Lei Áurea antecipada, o que tornou a cidade um refúgio de escravos. Eles escapavam e iam para Poços, porque lá já funcionava uma Lei Áurea , e começaram a se situar num ponto da cidade. Poços começou a crescer por causa das águas, do seu valor medicinal e do lazer de se banhar na beirada de um lago de água quente. À época o presidente da província, Antônio Carlos, resolveu fazer um atrativo turístico. Conversou com D Pedro , que levou a estrada de ferro até lá, tratou de fazer um jardim em estilo europeu e incentivou o jogo de azar. Chegamos a ter onze cassinos. Foi uma época de ouro , em que houve show vindo até de Holywood. Logo depois, os italianos chegaram à cidade e trouxeram as indústrias do vinho e do vidro, aquele cristal de murano. Houve um avanço nessa linha e hoje a cidade é referência para Veneza. Os italianos agora vão para Poços fazer cursos e se diversificarem , pois temos oito empresas de cristal de murano. É uma riqueza que temos. Naquela época, várias pessoas do Tirol foram para Poços participar da construção da estrada de ferro , o que faz com que tenhamos atualmente vários chalés tiroleses que nem no Tirol há mais. A estrada de ferro foi feita no modelo tirolês também. Poços conseguiu também uma união muito especial dos negros com os índios guararapes,


criando uma cultura muito especial. Todas essas coisas, junto com a topografia, águas de morro abaixo e de morro acima -lá é o único lugar em que água sobe! A água vem de baixo da terra com uma força incrível! - cachoeira para todos os lados , belas montanhas, povo acolhedor. .. Poços também sempre foi um centro intelectual do país. Rui Barbosa, Getúlio Vargas, D. Pedro I, Tancredo Neves, Juscelino Kubistschek freqüentavam muito a cidade.

o Beija-Flor - Quantos habitantes tem Poços de Caldas?

cidade das rosas, por ser toda florida, arborizada, perfumada por natureza. Apresenta também um desenvolvimento industrial grande. Tenho a impressão que a Beija-Flor vai somar tudo isso e contar uma mega história de uma parte do Brasil. A escola vai ter um enredo muito up, um pouco diferente dos outros, pois vai entrar numa parte temática, didática, e outra de sonho.

o

Beija-Flor - A cidade já sabe? Está preparada?

Marcus - Temos cerca de 200 mil habitan t es , em um território pequeno se comparado a outras cidades da região , com 32km de comprimento por 28km de largura. É um pólo de desenvolvimento que se deu naturalmente.

Marcus - Já! A cidade virou uma festa. Evidentemente logo depois houve um trabalho de oposição para tentar reverter esse quadro, mas foi bom. Obrigou-nos a ir à luta para mostrar um outro lado da importância do carnaval. Temos 92% de aprovação. É um passo importante.

o Beija-Flor - Nos

o Beija-Flor - Quanto tempo tem a

últimos anos a Beija-Flor vem se pautando em passar um pouco de história, muitas vezes até didaticamente. De uma certa maneira , será impressionante e importante as pessoas descobrirem o tamanho de tudo isto que o senhor disse. Qual é a expectativa de vocês sobre isso? Marcus - Primeiro, a gente tem história para contar. Poços já foi conhecida como a cidade das noivas, porque todo mundo que casava ia passar lua de mel lá;

sua relação com a Beija-Flor? Marcus - A Beija-Flor começou a existir para nós quando ela subiu para o Grupo Especial já ganhando. É uma escola que tem um nome lindo. Todo mundo gosta de um beija-flor, uma ave bonita por excelência e brasileiríssima. Faz mais de 12 anos que eu e outras pessoas de Poços desfilamos pela escola. Eu presido a maior escola de samba de Poços, a Saci-Po, e viemos para cá procurando algo para enriquecer o nosso carnaval lá.

o Beija-Flor - Mas deve haver algo para a Beija-Flor aprender com vocês também. Como se ganha 23 campeonatos seguidos? Marcus - Não são bem 23 títulos seguidos. A minha escola nasceu em 1974 e, até 1979, não tínhamos ganhado nada. Então resolvemos fazer carnaval com mais determinação eyde 1980 até 2005 , vencemos 23 dos 26 carnavais. Espero que ano que vem consigamos nosso terceiro pentacam peonato.

o Beija-Flor - Nessa vitoriosa trajetória da Saci-Po, vocês já contaram a história da Beija-Flor? Marcus - Nunca contamos . Estamos devendo , mas já citamos a escola. Por exemplo , fizemos um enredo uma vez chamado Made in Brazil , que falava sobre as coisas a que aqui no Brasil não damos importância , mas que no exterior se valoriza . Citamos , entre outros , Santos Dumont , Vital Brasil , importantes nomes que ajudaram a desenvolver a nossa ciênc ia , medicina e cultura. E como um dos maiores produtos de exportação brasileira é a BeijaFlor , tivemos uma ala represe ntando-a. Em 2006 , nosso enredo será sobre o sonho de ir além . Falaremos sobre voar, sair do chão , mesmo que seja sem asas . E a nossa comissão de frente será de beija-flores , uma

homenagem a esse casamento entre a cidade e a escola.

o Beija-Flor - O senhor é presidente da Câmara dos Vereadores de Poços de Caldas. Desde quando é vereador? Marcus - Estou na minha sexta legislatura. Ano passado fui o segundo mais votado na cidade e eleito presidente da Casa . Sou do PPS e o prefeito , do PFL . É uma col igação formada por PPS , PFL, PDT e PSDB . Ganhamos a prefeitura por 641 votos da coligação PT-PMDB. Foi uma eleição muito apertada, mas agora a cidade já começa a voltar a ser alegre . A minha proximidade com o Tamir, BeijaFlor, prefeito e Câmara dos Vereadores criou um casamento pe rfeito .

o Beija-Flor - Como é organizado o desfile de escolas de samba em Poços de Caldas? Marcus - Em 2006, teremos 12 escolas , divididas em três grupos , caindo e subindo uma em cada grupo. A partir de 2007 , serão dois grupos de seis. Sou presidente da Assoc iação das Escolas de Samba de Poços de Caldas pela terceira vez consecutiva. Todas oS agremiações da cidad8 abraçaram a idéia da Beija-Flor f~ virão desfilar no Rio de Janeiru. Vamos impulsionar a escola com a energia do vulcão.

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Entrevista Comissão de Carnaval Por J. C. Marins

Criatiya até debaixo d' água Que os caras não têm medo de desafios, isso todo mundo sabe. Mas que vão ter muito trabalho para contar a história das águas de Poços de Caldas, é notório. Nada, no entanto, que os deixe preocupados. Prometem muita criatividade e tranqüilidade para que o carnaval da Beija-Flor em 2006 seja um banho de beleza para os olhos de todos os mortais. Com a palavra, Bira e Fran-Sergio e Shangai (foto), membros da vitoriosa Comissão de Carnaval da azul-e-branco de Nilópolis. Beija-Flor - Água é um assunto recorrente no camaval. A Mocidade falou. A própria Beija-Flor fez menção ano retrasado. O que vocês vão precisar de criatividade para falar de um camaval que fale de água, que seja avassalado r, bonito e que seja novidade? Bira - Na verdade, qualquer tema sobre o qual falemos , em se tratando de Brasil, seja lá qual for, acaba sempre batendo na história do país, o que se torna repetitivo . De uma forma ou de outra, acabamos falando sobre índios, águas, colonizadores, espanhóis , portugueses .. . Temos buscado pesquisar muito, não nos limitamos somente a livros. Fazemos viagens aos locais em questão, vamos a bibliotecas, procuramos na internet, fazemos entrevistas com pessoas da região para buscar dados históricos e orais. Na pesquisa sobre Araxá, conversando com pessoas locais, descobrimos histórias mais interessantes do que as que eram contadas nas escolas. O objetivo nosso é desenvolver uma gigantesca pesquisa para destacar tópicos interessantes para serem abordados no carnaval. Beija-Flor - A gente percebe que a escola está fazendo uma incursão na historia com uma preocupação de recontar, até de maneira pedagógica a cada ano. Para 2006, há a questão geográfica de Poços de Caldas, a topografia, a água. Visto isso, como vocês vão montar o camaval?

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Fran-Sérgio - Esse ano resolvemos partir para o não-histórico. Decidimos buscar um caminho diferente dos últimos anos. O último enredo foi bem histórico, uma maravilhosa história. Em 2006 , vamos percorrer um outro caminho, que é a parte mística da água. Estamos pegando os atlantes, a vinda

Beija-Flor - Shangai, qual foi sua influência na escolha desse tema?

deles para Poços de Caldas. É um enfoque baseado na mística, o que mexe com o ser humano. Shangai - Até porque continua, de algum modo , histórico . Estamos contando uma história atemporal , mas história. Contamos a formação da terra , do universo. Falamos que, antes de tudo , havia o poder e a força , porém não existia nada. O que seriam o poder e a força sem o nada? A explosão do caos inicial é exatamente a ordem, é o movimento. Sem isso, nada existe. A explosão tem a ordem como reação, é o caos . A ordem é a reação . Para ver o tamanho da explosão, veja que a reação é do tamanho da ação . A reação formou o universo . Isto é história. Beija-Flor - Como Poços de Caldas entra nessa história toda? Shangai - Poços de Caldas é nome de batismo. A terra estava forma ali , o espaço estava lá. Tudo que se passou desse lugar foi Poços. Esse é o nome a partir da fundação da cidade , até já teve outros nomes , águas milagrosas , Nossa Sra. da Saúde de Poços de Caldas, então esse é o nome de batismo, porém ela já foi Atlântida. Beija-Flor - O Laíla acabou de anunciar que a escola virá menor em 2006, com menos alas da comunidade e pagas. Como vocês vão trabalhar um tema tão abrangente com uma escola menor? Bira - A grande possibilidade da arte é que nela não nos limitamos. Não há uma pequena ou grande quantidade para se

expressar. O artista consegue fazer isso. Particularmente sobre a BeijaFlor, a escola foi aumentando a participação da comunidade com o decorrer dos anos. Chegamos a 2.500 fantasias dadas para essas pessoas. O número de fantasias vendidas era 1.800. Veja a comparação. O que a escola ganha com isso? Ela ganha arte, garra, grande força na Avenida, porque podemos contar com a presença certa de 2.500 componentes que ensaiam três vezes por semana a música, a coreografia. Eles entendem o que é o enredo, sabem explicar o significado da fantasia. Quando o Laíla diz que vai diminuir as alas, o que ele pretende é diminuir o número de pessoas por ala. Havia alas comerciais com 150 pessoas; vamos reduzir para 80. Shangai - Embora esse ano nós tenhamos passado com o mesmo número que o Salgueiro e nada de errado tenha ocorrido. Costumo chamar o Laíla não de diretor de Harmonia, Arte e Carnaval, mas de senhor tempo. Quando ninguém acredita, ele tira dois minutos. Eu acompanho a escola há nove anos, o vejo na Avenida e, pela sua maneira de trabalhar, cada ano é diferente. Ele mesmo diz que só sabe o que acontecerá quando chega a hora. Aí sim sabe o andamento. A Beija-Flor não vai correr, e tenho dúvidas se vamos mesmo diminuir. Acho que, no mínimo, o Laíla vai manter o número atual. Ele acha 3.800 o ideal, mas passamos esse ano com 4.800.

Shangai - Minha influência foi um convite através do Tamir. Através dele, conheci o pessoal de Poços de Caldas. Tínhamos duas propostas, África e Venezuela, porém a BeijaFlor gosta de fazer temas nacionais, embora abrangentes ao mundo. l'ioje a escola não tem condições de fazer um enredo que seja regionalizado. Falamos do Amazonas e fomos buscar a expansão da Europa. A ganância foi uma maneira de se chegar à expansão social, econômica e territorial da Europa de 1.500. Contamos sobre as missões no Rio Grande do Sul e buscamos o nascimento de Cristo, o presépio. Em 2006, com certeza não falaremos das águas como aquelas que caem dos Poços de Caldas. Realmente a água que sai dos Poços de Calda foi o que "umedeceu" a história. Não estamos no planeta água, mas três quartos de tudo aqui são água, do próprio planeta até o ser humano. A influência da água é muito grande, e ninguém foi mais marcante nisso do que os atlantes. Temos o conhecimento que de fato foi de Poços de Caldas que eles partiram de volta ao infinito, através do Morro do Ferro, que é um farol visto no espaço. Beija-Flor - Quando foi anunc iado que o enredo era Poços de Caldas , mu ito se comentou sobre comparações com o carnaval de 1999, que falava sobre Araxá . Comparando com aquele ano, a diferença será somente o fato de que , em 2006 , não haverá uma leitura puramente histórica? Shangai - O grande diferencial é a Comissão de Carnaval. Quando nós fizemos Araxá, todos pensavam que abordaríamos D. Beja somente, como o Salgueiro já havia feito. Toda vez que planejamos um carnaval, dizem que ele está com a cara de um ex-carnavalesco, com a cara de não sei o quê .. . Bira - A mesma coisa aconteceu quando falamos da fome em 2003. Disseram que ia ser a revisão de Ratos e urubus. Já deu para provar que o principal elemento da Beija-Flor é a arte que há na Comissão de Carnaval. Shangai - Quando fizemos o ímpeto de voar, disseram que fa laríamos sobre o avião, mas contamos a vontade que o ser humano tem de voar. O nosso grande lance é que os integrantes da Comissão de Carnaval são líquidos que se misturam. Para que haja essa qu ímica, são necessários um grande mistu rador, que é o Laíla, e um grande fixador, que é seuAnízio.


Papo de Diretoria AOrdem do Samba

o Beija-Flor conversou com a diretoria da escola sobre o enredo e a ordem do desfile no carnaval de 2006. Além de uma grande expectativa para o tetra, os presidentes Anízio e Farid não vêem a hora de quebrar o tabu de só as escolas de segunda-feira vencerem. Beija-Flor - Qual a expectativa dos senhores sobre o desenvolvimento do enredo para 2006?

Beija-Flor - Parece que em 2006 serão todos contra o Beija-Flor. Vai ser mais difícil buscar o tetra?

Anízio - A Beija-Flor só faz enredo com a cara da escola. A Comissão de Carnaval se reuniu e achou que falar sobre Poços de Caldas e as águas dá um excelente carnaval. Eu me guio por eles. É a comissão quem escolhe. Então é assim que vamos partir para mais um título. A Beija-Flor é uma escola de liberdade

Farid - Dificuldades existem em qualquer titulo, mas o tetra é mais importante, porque somente a Portela tem um e mesmo assim num passado longínquo, creio que na década de 40. A importância de um tetra é enorme. Tenho certeza que faremos um grande carnaval , com todo respeito com as nossas coirmãs. Temos uma excelente estrutura e, à frente , o Anízio, que ama essa escola, luta, faz de tudo por ela. Ele não mede esforços pessoais, financeiros, para deixar a escola em condições de disputar o título. Não posso dizer que estou tranqüilo. Todas as escolas estão se programando para evitar que a BeijaFlor chegue ao tetra, mas tenho uma esperança muito grande que vamos disputar o titulo. Se vamos ganhar ou não, é uma interrogação.

Farid - Pode parecer um simples enredo - Poços de Caldas, cidade turística - mas não é. É um tema muito atual, haja vista a preocupação do mundo com a falta de água no futuro. Água é vida, é energia; não se vive sem ela. Temos um tema atual e muito importante. Escolhemos Poços de Cal d as , porque foi quem realmente abraçou a Beija-Flor nesse momento nos patrocinando. Uma parte até pequena, mas o tema é o mais importante. Não fomos para Poços p elos R$1 ,2 milhões. Teríamos até um tema mais valioso finance iramente do que o seu conteúdo como um grande enredo. Fomos para Poços pelas várias fontes de águas minerais da região , reconhecidas no Brasil e no exterior. Há um entendimento de grandes cientistas que dizem que onde há água há vida, como visto em missões feitas pelo universo. Temos que pedir a Deu s que possamos ter a capacidade de desenvolver bem esse e nredo . Nos temas apresentados nos últimos anos , tivemos essa felicidade , e, com a água, não vai ser diferente. Vamos dar uma mensagem muito valiosa nesse carnaval.

Para muitos foi o in ício do carnaval. O mês de junho terminou trazendo a definição de dia e posição das escolas do Grupo Especial e das escolas dos Grupos de Acesso no desfile de 2006. As escolas dos Grupos de Acesso definiram sua ordem na sexta-feira, dia 24, numa grande festa oferecida pela Acadêmicos da Rocinha, campeã do Grupo de Acesso A, no Hotel Intercontinental . Já as escolas do Grupo Especial decidiram sua sorte mais uma vez numa grande festa do samba no Canecão no dia 27. A noite foi repleta de surpresas: escolas que há anos têm seu lugar cativo no desfile de segunda dessa vez migram em massa para o primeiro dia, o domingo, o que de forma

Beija-Flor - Há alguma razão especial para querer ser a última do domingo a desfilar? Anízio - Não. Está na hora de uma escola que desfila domingo ganhar. Se Deus quiser, vai ser no ano que vem. Vamos quebrar esse tabu . Farid - Assim ficamos num meio termo. Nem no inicio nem no final. O desfile de escola de samba é em dois dias, o que resulta no total quase 20 horas. Estamos no meio! Não é ruim. Além disso, a Beija-Flor sempre gostou de desafios e há esse tabu de que só vence quem desfila na segunda-feira. É outro desafio que vamos enfrentar.

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alguma desmerecerá o espetáculo. Pois esse deslocamento de forças se transformou num desafio a ser transposto. Outros dois momentos da noite foram o discurso do Presidente da LlESA, Ailton Guimarães, sempre calcado na qualidade do espetáculo, e sua solicitação em público para que a Associação seguisse os passos da sua entidade e reduzisse o Grupo de Acesso A para oito agremiações nos próximos dois desfiles. O ponto alto da noite foi o show da cantora Simone , que ficou emocionada por reencontrar velhos amigos do mundo do samba e em particular mestre Paulinho Botelho, da Beija-Flor, que por muitos anos fez parte da banda da cantora.


Por Walter Honorato email: walterhonorato@yahoo .com .br

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Está pronto o OVO institucional da Beija-Flor. Com direção de Oécio Lopes, o OVO se une ao jornal da escola como importante ferramenta de divulgação dos projetos sociais, e conta de forma bem sintética a história recente da azul-e-branco de Nilópolis.

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Duram, o Fú. Para ocupar o cargo de primeira porta-bandeira, foi escolhida Mara Rosa, que até o camaval de 2005 era segunda da vennelho-e-branco da lijuca.

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reunião sobre julgamento do grupoA, no dia 29 de junho , ficou liberado o ingresso de homens nas alas de baianas. O placar da votação foi de 9x1 : somente a Acadêmicos de Santa Cruz votou contra. Ainda nessa reunião ficou decidido que os quesitos evolução e harmonia serão fundidos em um, que será avaliado como harmonia .

- A Velha-Guarda da Beija-Flor volta aos palcos a convite dos

baluartes da verde-e-branco de Madureira na reabertura do Botequim do Império. A partir das 18h com entrada franca . A quadra do Império Serrano é na Av. Ministro Edgar Romero, 114, Madureira.

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29/06/05 - Com a alegação de que falta material humano , na última

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30/06/05 - Foi definido pelos representantes da prefeitura aos dirigentes das escolas de samba o mês de setembro como nova data para inauguração do complexo de barracões da Cidade do Samba, na região portuária. A visita aconteceu no dia 30 de junho.

» 20/08/05 - O XI Rio-Internacional Encontro de Violoncelos será realizado , »

15/07/05 - Para comemorar sete anos na Grande Rede, a Rio-Carnaval , a mais antiga lista de discussão de samba da internet, promove a partir do dia 15 de junho o Primeiro Encontro Internet Carnaval. Os debates acontecem na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde os debatedores discutirão as diversas formas sob as quais o samba e o carnaval são abordados na internet.

09/07/05 - Paulinho Botelho, mestre de bateria da Beija-Flor, é um dos agraciados com o troféu "Estandarte do Povo", que será entregue dia 9 de julho, na quadra do Arranco do Engenho de Dentro, por Telinho da Mangueira. A festa homenageará os melhores diretores de bateria de 2005. pela segunda vez, na quadra da Beija-flor, com entrada franca para a comunidade. As bailarinas do Balé Comunitário de Nilópolis, dirigido por Gislaine Cavalcanti, coreógrafa da comissão de frente da escola, os passistas mirins de Edinho Bittencourt e a bateria-mirim do mestre Douglas Botelho estarão entre as atrações. O festival terá seu concerto inaugural no dia 15 do mesmo mês no Copacabana Palace.

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19/06/05 - Foi reeleito presidente do Salgueiro, no dia 19 de junho, Luiz Augusto

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O Beija-Flor indica o livro Aprendendo Português com Samba Enredo Autor: Júlio César Farias - Editora : Litteris

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Babadao da Folia e Beija-Flor, • urna parceria que dá, Samba. ~~J~

&A&ADÃO~ ~ DA

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