Ser criança, para ser livre Vinte e sete de setembro é dia de São Cosme e de São Damião. Dois santos católicos que no ideá rio nacional representam as crianças. Para os umbandistas Ibeijada; para o pessoal do candomblé, os erês. No dia 12 de outubro, se festeja em todo país o Dia da Criança. Para comemorar as duas datas, aqui em Nilópolis sempre tem festa. Festa boa, com distribuição de doces e brinquedos. E motivos não faltam pra turma de Nilópolis festejar tanto. A Beija-Flor cuida muito bem de suas crianças.
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jornal O Beija-Flor tem mostrado para o Brasil inteiro o trabalho realizado pela azul-e-branco de Nilópolis. Por isso, vamos tratar aqui de outra história. A criança no carnaval. Quem de nós nunca se fantasiou de tirolês ou de índio; de odalisca ou havaiana, de bailarina e pierrô? Pelas mãos de nossos pais, saíamos fantasiados para os bailes infantis em matinês nos clubes ou nos coretos pela cidade. Muito disso se perdeu. Mas, por outro lado, a criança foi incorporada definitivamente aos desfiles das escolas de samba. Toda agremiação deve manter uma ala de crianças e cuidar para que todas elas estejam na escola com boas notas nos boletins. Não é de hoje que os enredos infantis povoam o imaginário dos carnavalescos. É a criança em sua acepção plena na Avenida. A BeijaFlor, que não é boba nem nada, já em 1965, com o enredo A Lei do Ventre Livre, falava de criança; em 1973, com Educação para o Desenvolvimento, deixava claro qual era o caminho a seguir para transformar o futuro de crianças e adolescentes.Tema que seria reforçado no ano seguinte com Brasil no Ano 2000. Então, nada melhor do que ser livre e ser criança na Beija-Flor, que ainda nos deu de presente, em 1993, Uni-Duni-Tê, a Beija-Flor Escolheu: É Você!
Dia 27 de setembro foi dia de São Cosme e São Damião. E, para manter a tradição de mais de 35 anos celebrando a data, o presidente de Honra da Beija-Flor, Anízio Abrahão David, distribuiu na quadra da escola cerca de nove mil presentes e doces para as crianças de Nilópolis. Em um clima de ordem e alegria total, a garotada recebeu, uma a uma, após esperarem pacientemente numa fila, seus presentes das mãos do próprio presidente. Outras personalidades da escola, como Dona Débora, presidente da ala da Velha-Guarda; Rogério Suaid, vice-presidente Financeiro; Mestre Paulinho, diretor de Bateria, e Aroldo Silva, administrador do CAC/NAD, também estiveram no evento, que lotou o local. Outra presença ilustre foi o ex-jogador e tricampeão mundial em 1970, Gérson, o canhotinha de ouro, que aproveitou para conhecer também o educandário Abrão David e a creche Julia Abrão David, onde acontecia outra festa de São Cosme e São Damião. As crianças da creche tiveram o dia repleto de recreação, com direito a doces, refrigerantes e brinquedos, todos doados pela família Abrão David. "A nossa festa começou no dia 26, quando as crianças tiveram um trabalho de conscientização de que o nascimento de Cosme e Damião foi na verdade ontem. Elas aprenderam a origem e o que representam esses santos para todos nós na busca de um mundo melhor", explicou a diretora da creche, Maria de Lourdes Goulart.
Pelo mesmo caminho andou a Imperatriz Leopoldinense, que em 1978 já Brincava de Ser Criança e em 2005 usou Hans Christian Andersen para falar do genial Monteiro Lobato. Como mágica "era só dizer pirlimpimpim", a verde-e-branco da Leopoldina recriou o que a Mangueira contou em 1967 com O Mundo Encantado de Monteiro Lobato. Também em 1993, a Mocidade Independente demarcava a Avenida com Marraio, Feridô, Sou rei . Sem falar de várias outras agremiações que já levaram temas infantis para seus desfiles, que o espaço curto não nos permite mencionar. Festa de lançamento dos enredos Entretanto, é bom lembrar que mais do que isso, ao comemorar essas datas, devemos todos ressaltar o compromisso que temos com a infância do nosso glorioso Brasil. O Beija-Flor ouviu a presidente do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, Drª Tiana Sento-Sé, sobre esse tema (Leia entrevista na íntegra nesta edição) e percebeu que se a criança conquistou o seu espaço no carnaval , devemos ajudá-Ia a conquistar o seu espaço na sociedade. Aí sim, teremos um belo enredo.
Dominada pelo balé e pelo teatro, a festa de lançamento dos enredos, promovida pela LlESA no dia 26 de setembro no Canecão, foi para algumas escolas a oportunidade de contar em dez minutos o que irão levar para a Avenida. Outras usaram a máxima do Chacrinha: vieram para confundir e não para explicar. Dirigidos por Anderson Miller, os principais segmentos da BeijaFlor levaram para o palco da casa de espetáculos o que faltou às demais apresentações: o esquecido samba. Sim, sambas antológicos da azul-e-branco.
Conselho Editorial Dia 8/1 O
Fale com O Beija-Flor Av. Rodrigues Alves, sln - Centro - Praça Mauá Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 2253-2860 e-mail: admbeijaflor@veloxmail.com.br
Neguinho da Beija-Flor e a bateria da escola fazem um show em Corumbá (MS).
Dia 20/1 O A grande final do samba-enredo. Neste dia, na quadra da Beija-Flor, será escolhido o samba que a escola levará para a Sapucaí na busca pelo inédito tetracampeonato. Dia 28/1 O A Velha Guarda Musical e a ala de compositores da Beija-Flor estarão em Poços de Caldas a convite da Secretária Municipal de Turismo para um show na praça principal da cidade mineira.
~"'IIII"'~""". Uma publicação da G.R.E .S. ESCOLADE SAMBABEIJA-FLOR DE NILÓPOLlS- Rua Pracinha Wallace Paes Leme , 1025-Centro- Nilópolis Rio de Janeiro - Tel.: (021) 2791-2866. Presidente de Honra: AnízioAbrahão David; Presidente Administrativo: Farid Abrão David; Vice~"1II1 Presidente: NelsonAlexandre Sennas David ; Presidente do Conselho Deliberativo: Ary Rodrigues- Editores: Walter Honorato Gomes e
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J. C. Marins; Jornalista Responsável: Walter Honorato Gomes (RP 20.559); Projeto Gráfico e Diagramação: Marcos Caram ; Redação: J. C. Marins, Miro Lopes e Murillo Victorazzo; Fotógrafos: Henrique Mattos, Robson Barreto e Miro Meirelies; Produção e Marketing: Unità ; Impressão: Walprint Gráfica e Editora; Tiragem : 10.000 exemplares.
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t8~çloS deC! (ddas-Desla! q!IIlQ,~~:JJr«lr~i_~cos Praça dos Macacos - Calor do vulcão acessível a todos Fotos: Divulgação
Centenas de pessoas passam diariamente pela Praça Dom Pedro li, conhecida popularmente como Praça dos Macacos. O princ ipal atrat ivo do ponto turístico é a Fonte dos Macacos, a mais visitada da cidade. A fonte emana água sulfurosa a uma t empe r atura de 41 ºC , proveniente da existência de canais vulcânicos no solo. Além d o calor , outras peculiaridades da água dessa fonte são suas propriedades mediCinais e o cheiro de enxofre. Turista s e poços-caldenses utilizam a fonte para lavar as mãos, rostos e pés. A água sulfurosa da fonte é muito indicada para problemas de pele, entre outras enfermidades. É na Praça dos Macacos que se ergueu o Balneário Mário Mourão, onde são oferecidos banhos com água sulfurosa. A praça encanta por suas flores coloridas e uma grande área onde as crianças podem brincar. A praça compreende ainda uma
Visite a mais bela e acolhedora estância hidromineral do país e aproveite suas belezas naturais, as delícias da cozinha mineira e, principalmente, os benefícios de suas águas milagrosas.
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fonte luminosa, e a Ponte da Felicidade, construída em 1915, é outro atrativo do local. Diz a lenda que o turista deve chegar no meio da ponte, ficar de costas para o rio, fazer um pedido e jogar uma moeda. As águas levarão o pedido e o vento trará a felicidade . O imperador Dom Pedro 11 foi uma das celebridades históricas que visitaram o local , daí a homenagem a ele no nome do ponto turístico. A praça é conhecida também como Praça dos Macacos porque havia muitos desses animais na época. Hoje, alguns deles podem ser vistos na Serra de São Domingos. As duas denominações da praça têm uma relação curiosa. Alguns moradores dizem que durante sua visita à cidade, Dom Pedro II resolveu tomar um banho de água sulfurosa e escolheu , por discrição, o período da noite. Alguns macacos teriam feito barulho na vegetação, assustando o imperador, que teria saído correndo em trajes de banho.
PREFEITURA MUNICIPAL DE poços DE CALDAS
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As carinhas da Beija-Flor Outubro é o mês das crianças. E para homenageá-Ias O Beija-Flor faz uma "Cara da Beija-Flor" especial. Escolhemos sete crianças e adolescentes de diversos setores da azul-e-branco de Nilópolis e pedimos para que resumissem o que sentem e o que imaginam para seu futuro na escola. Nome: Gabriel Oliveira David Idade: 8 anos Setor na escola: bateria-mirim O que sente pela Beija-Flor: "É bem legal. Adoro ver o pessoal na arquibancada". Futuro na escola: presidente. "Pretendo ser igual ao meu pai".
Nome: Taís Santos Idade: 16 anos Setor da escola: Ala das baianinhas O que sente pela Beija-Flor: "Muita emoção. Chorei ao entrar no Sambódromo. Até desmaiei quando fomos tricampeões. Fui parar no hospital". Futuro na escola: estar na Velha-Guarda. "Quero representar a escola pelo resto da vida".
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Nome: Diego David Meneses de Oliveira Idade: 14 anos Setor da escola: mestre-sala mirim O que sente pela Beija-Flor: "Desfilar é muita emoção! Adoro futebol, mas me considero mais BeijaFlor do que vascaíno." Futuro na escola: suceder Claudinho. "Profissionalmente, pretendo ser engenheiro."
Nome: Girlaine Mendes Passigatti Idade: 14 anos Setor da escola: porta-bandeira mirim O que sente pela Beija-Flor: "Sou louca pela escola. Não dá para descrever o que sinto no desfile. Não gosto nem de ouvir as notas na apuração de tão nervosa que fico. " Futuro na escola: suceder Selminha Sorriso. "Pretendo trabalhar muito para no dia em que a escola precisar de mim eu estar pronta para ser a porta-bandeira principal." Nome: Tuã Mateus Idade: 6 anos. Setor da escola: passista-mirim O que sente pela escola: "Gosto de sambar, de fazer tudo o que o Edinho me ensina. É muito bom entrar na Avenida. Sinto uma coisa que não sei explicar". Futuro na escola: estar junto dos passistas mais velhos. "Quero ser como o Edinho."
Nome: Roberta Cláudia Idade: 5 anos Setor da escola: passista-mirim O que sente pela escola: "Cada vez mais gosto de sambar. Meu coração bate mais rápido na Avenida." Futuro na escola: desfilar sempre pela escola.
Nome: Loran Luís da Silva Martins Idade: 8 anos. O que sente pela escola: "É muito bom ver o pessoal assistindo a escola". Futuro na escola: "Quero ser sempre sambista, substituir o Edinho".
o Nilopolitano entende o significado da palavra evolução. A palavra evolução ganha um significado especial quando a comunidade de Nilópolis desfila. Este quesito, traduz seu jeito de ser porque o Nilopolitano evolui da Mirandela ao calçadão o ano inteiro e só quem vive nesta cidade sabe que a avenida é uma extensão da sua vida. Evoluir é fazer cada vez melhor e com muito prazer, aquilo que já se faz bem. A BeijaFlor Tintas abre suas portas no município de Nova Iguaçu a partir do próximo mês. Venha conhecer um novo conceito de loja de tintas. Você é nosso convidado. Agradecemos de coração a todos que acreditam em nosso trabalho.
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Selmynha Sorriso e Claudinho estão na lista dos mais famosos e premiados casais de mestre-sala e porta-bandeira do carnaval carioca. Perto de completarem seu 11 º ano na Beija-Flor de Nilópolis, eles aproveitam toda sua experiência para ensinar aos futuros casais da escola. Atualmente são cinco casais, .e m sua maioria adolescentes, que têm aulas na quadra em Nilópolis. Assim que o samba-enredo da escola é escolhido, em outubro, os ensaios se iniciam, acontecendo duas vezes por semana, à noite. "Embora eles já não sejam tão crianças e estejam bem preparados, é importante sempre estar ensaiando. Essa história de já saber tudo não existe. Só acaba mal", diz Selmynha. Todos, inclusive ela e Claudinho, ensaiam juntos. Mas às vezes é necessário um conselho ou até uma aula em particular. "Quando vemos que é necessário, chamamos um ou outro no canto. Primeiro sempre orientamos. Depois pode vir a cobrança", explica. Apesar de o mais novo do grupo ter 13 anos, Selmynha revela que há algumas crianças mais novas querendo ter aulas. Mas, por falta de tempo, ainda não pode recebê-Ias. "Para ensinar a garotada, é preciso poder dar toda a atenção. Se não posso, é melhor ficarmos com esse grupo, por enquanto", diz ela. Seu projeto é voltado para adolescentes da comunidade, mas se algum de outra área procurá-Ia sempre será aceito. "Não pode haver preconceito. Até porque eu não fui criada em Nilópolis também. Se souber se integrar à comunidade, não trazendo discórdia, tudo bem", afirma. Lidar com adolescentes é sempre difícil. E Selmynha sabe bem disso. "Eles sempre acham que têm razão. Tento usar a linguagem deles, conversar sobre namoradas, bater papo . Mas há momentos em que tenho que dar bronca", confessa. Para evitar ciúme em uma faixa etária tão complexa como essa, não há um primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira mirim. "A Beija-Flor tem um quadro. Depois do primeiro e do segundo casal da escola, ninguém está acima de ninguém. Não há terceiro ou quarto casal. Faço questão que eles respeitem a Janailse e o Carlos Augusto", enfatiza, referindo-se aos segundos mestre-sala e porta-bandeira da tricampeã. Muitos desses meninos e meninas foram antes passistas-mirins da escola. Por outro lado alguns mudaram de idéia e resolveram ir para a bateria-mirim, por exemplo, ou largar o samba. Outros, no entanto, permanecem em mais de um setor. De qualquer maneira, Selmynha aconselha a todos a terem muito amor pelo que fazem no samba. Mas sempre levando como uma arte. "Digo-lhes para não terem a condição de porta-bandeira ou mestre-sala como profissão. Estudem, tenham uma carreira. E esperem sua hora, não se precipitem."
Aos 15 anos, Raíssa é o maior exemplo do sucesso do trabalho que o primeiro passista da escola, Edinho, faz com os passistas-mirim da Beija-Flor. De aluna sua, ela chegou ao posto de rainha da Bateria tricampeã há três anos . Raíssa, no entanto, não é o único e muito menos será o último fruto colhido dessa árvore de pequenos e talentosos sambistas. De março até o carnaval, todas as terças-feiras, das 14 às 17 horas, e sábados, das 8:30 às 13 horas, cerca de noventa meninos e meninas de 2 a 17 anos se reúnem no Parque Aquático da escola, na sala do Balé Comunitário de Nilópolis, para ensaiar e prestar atenção nas dicas de Edinho."Graças a Deus o trabalho da Beija-Flor com passistas-mirim é muito comentado no mundo do samba. Hoje garanto que somos os melhores passistas do Rio de Janeiro. Não é a minha opinião, ouço isso de integrantes de outras escolas", orgulha-se Edinho. É esse prestígio que faz com que crianças de outras áreas queiram ter aulas em Nilópolis. "Meninos de várias escolas já me procuraram. Recebi-os com prazer. A Beija-Flor é um mundo. Se eles vestem a camisa, tornam-se da comunidade", diz . Das cerca de noventa crianças, setenta e duas compõem o grupo de shows, que se apresentam junto com a bateria mirim da escola. A preocupação de Edinho, no entanto, não é apenas ensinar as crianças a sambar. Para ele, valorizar a educação é fundamental. "Procuro ir além do samba. No meio das aulas, sempre dou uma parada de meia hora e pergunto tabuada, tomo leitura. Pergunto sempre: 'se vocês sabem sambar tanto, vamos ver como estão na escola'. É uma maneira de poder também ajudaros pais , que me cobram muito", conta ele , há 19 anos na escola, nove deles como responsável pela garotada. Edinho ressalta que não são todas as crianças que entram com ele à frente da bateria no dia do desfile. Este ano cerca de setenta pequenos passistas vieram no chão da azul-e-branco nilopolitana. "Quando a criança começa as aulas, a primeira coisa que ela quer é desfilar. Mas logo digo que não posso prometer isso. O projeto existe para aperfeiçoá-Ia. Estando preparada, ela pode desfilar", explica, acrescentado que alguns são chamados para compor os carros alegóricos . Para Edinho, lidar com crianças é mais fácil do que com adultos, pois elas lhe obedecem. Mas, frisa, a educação vinda de casa e uma relação de confiança com os pais são fundamentais. "Quando posso visito a casa de cada um deles. Muitos pais me dizem que seus filhos melhoraram em todos os sentidos com as aulas. Isso é muito gratificante. Fico uma boa parte da minha vida com eles".
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das baianinhas
A tradicional ala das baianas da Beija-Flor está com seu futuro garantido. Desde 1992, a escola entra na Avenida com uma ala de baianinhas, que são treinadas para suceder, a longo prazo, essas personalidades que certamente estão entre as mais carismáticas de uma escola de samba. Para que este objetivo seja atingido com sucesso, 150 meninas da comunidade entre 13 e 18 anos começam a se reunir todo ano em junho, logo após a escolha do enredo. "A Beija-Flor é uma escola renovada por causa das alas-mirim. 'Seu' Anízio teve a idéia de criar essa ala para que mais tarde pudéssemos substituir as baianas mais antigas pelas mais jovens, em função do peso da roupa e todos os problemas que sabemos que há", explica Aroldo Carlos Silva, que, além de administrador do Centro de Atendimento Comunitário Nélson Abrão David (CAC/NAD), é o responsável pela ala. A partir de janeiro, os ensaios se tornam quase sempre diários, seja na quadra da escola, no CAC ou nas ruas da cidade. Durante a semana eles acontecem à noite, e aos sábados, à tarde. "Ficamos juntos sempre por cerca de duas horas: uma para conversar com elas, fazer um trabalho de conscientização, e mais uma de ensaio", conta Aroldo. Para ser uma baianinha, é necessário estar estudando. A educação, aliás, é prioridade. "Se a menina tem prova no outro dia, não precisa vir ao ensaio. No final do ano, pegamos uma declaração de que ela passou de ano", diz. Mas a preocupação com o futuro de cada baianinha não se resume à escola. Muitas vezes psicólogos são convidados a dar palestras sobre sexologia, por exemplo."Conversamos sobre higiene corporal, postura, ética, cidadania. Peço que os pais participem das reuniões, até para sentirem o que é passado para elas", revela. Assiduidade, pontualidade e responsabilidade são pré-requisitos essenciais para uma baianinha. "É uma forma de retribuir tudo o que a escola lhes dá. Até porque é uma fantasia caríssima, de luxo. E elas retribuem com amor e vontade", afirma Aroldo, que explica por que 150 integrantes: "Começamos com 100, e chegamos a ter até 200. Mas esse ano alcançamos um número ideal. Evita que a ala fique quilométrica, não cansa a visão do público." DepoiS que deixam de ser adolescentes e saem da ala, a maioria das baianinhas são encaminhadas para as alas das comunidades. Aroldo confessa que, além de ensinar, muitas vezes aprende com elas. "Lidar com a garotada é uma troca. Percebo a necessidade de cada uma delas através das reuniões. É uma forma que a Beija-Flor tem de tirar as meninas da ociosidade. Duas horas de treino são menos duas horas na rua", explica ele, que conta com cinco pessoas ajudando-o na supervisão dessa ala que já deu para a escola vários prêmios, como o Estandarte de Ouro, de O Globo, e o Papa-Tudo, da Rede Manchete, em 1997. "Mas esses troféus são secundários. O mais importante para a escola, o que mexe com a comunidade , é o título", admite ele, que freqüenta a Beija-Flor há mais de 40 anos.
Craque a gente faz em casa. O lema celebrizado pelo Flamengo para se referir aos jogadores "pratas da casa" bem que poderia ser usado pela Beija-Flor. Há quase três anos, a tricampeã do carnaval começou a formar a sua bateria-mirim para continuar a ganhar por muito tempo somente notas dez como acontece há oito anos. Com crianças e adolescentes entre oito e 16 anos da comunidade de Nilópolis, a bateria-mirim ensaia todas as segundas-feiras na quadra da escola. "Mas minha vontade é, daqui a algum tempo, fazer dois ensaios por semana. Há coisas que gostaria de fazer que não cabem em uma aula só", explica Douglas Martins Botelho, o Mestre Douglas. Aos 27 anos, ele, além de diretor da bateriamirim, tem o samba no sangue: é filho de Mestre Paulinho, diretor de Bateria da azule-branco. A bateria começou a ganhar força em outubro de 2003, quando uma garotada foi recrutada para participar de um concurso da Rede Globo e já lá recebeu três notas 10. A partir de então , o projeto teve continuidade graças ao total apoio do presidente de honra da escola, Anízio Abrahão David. "Eu e meu pai sempre tivemos vontade de pôr em prática essa idéia, mas a oportunidade veio quando comecei a dar aula para o Gabriel, filho do seu Anízio. Ele gostou e me convidou para dar aula e formar a bateria-mirim de novo, já que houve uma muitos anos atrás", conta Douglas. Embora a bateria-mirim tenha setenta integrantes, são cerca de sessenta os que participam das aulas com mais freqüência. "As inscrições estão abertas. É só a criança chegar e começar a aulinha. Só não pode faltar", brinca . Douglas, no entanto , ressalva que, quando há algum evento para o qual as crianças da BeijaFlor são convidadas, um grupo mais selecionado é escolhido . Neste caso, pode haver três ensaios por semana para esses meninos. Assim como em qualquer outra escola, o acompanhamento dos pais nas aulas é, para Douglas, fundamental. "Há situações que não estão ao meu alcance. Tudo é mais difícil para uma criança. A condição rítmica dela é diferente, por exemplo". A realização do sonho que a maioria dessas crianças tem de integrar a bateria principal é algo que merece muita atenção do Douglas. "Costumo apostar no potencial dos meus alunos. Mas, às vezes, ele é um excelente ritmista-mi rim , e na hora de ir paraa bateria principal não engrena. Para chegar lá, é preciso se enturmar e ter o aval do Paulino, que é o Mestre principal . Fico muito chateado quando tenho que dizer não para esses meninos", confessa ele, no samba desde os oito anos, quando começou a tocar na bateria da Caprichosos de Pilares.
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~riança e ~arnaval ... tudo a ~e:r Por Murillo Victorazzo
Presidente do Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA), a professora e pedagoga Tiana Sento-Sé trabalha com crianças e adolescentes há mais de vinte anos, e por uma feliz coincidência, teve seu primeiro contato com meninos carentes na escola Tia Ciata, no Sambódromo. Ela conta que a partir desse instante não deixou mais a militância na área social. De lá para cá, participou de seminários, fóruns e debates sobre o tema, inclusive das discussões para a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) . Como outubro é o mês das crianças e o ECA acaba de completar 15 anos, nada melhor do que um papo sobre o CEDCA, os problemas do menor e sua relação com o carnaval com quem entende do assunto. "Carnaval tem tudo a ver com criança. É alegria, é festa" , diz Tiana.
aconteçam. Sendo muito honesta, há duas brigas. Uma para que o governo do Estado perceba e entenda o que está na lei, respeite essa instância de deliberação. A o tra é aqui dentro no Conselho. Nem sempre se reúne todo mundo, e nem todos os conselheiros estão na mesma sintonia. Há um trabalho árduo pela frente.
o Beija-Flor - A senhora participou , desde o início, de toda a formulação do ECA. Hoje, 15 anos depois, quais são as maiores dificuldades para aplicação da lei? Onde ela encontra maior resistência?
o Beija-Flor - Como começou a sua militância na área da criança e do adolescente?
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Tiana Sento-Sé - Em 1984, após passar no concurso para o Município, fui trabalhar na escola Tia Ciata, no Sambódromo. Era uma escola experimental, com o objetivo de ensinar a ler e a escrever alunos que estavam fora da faixa etária regular. Começamos a receber meninos de rua, um grupo social que não conhecia bem. Até então eu havia lidado só com a classe média. Conheci meninos que tinham outros tipos de problemas. Todo mundo que tem experiência na área social termina se apaixonando e querendo fazer algo. A escola saiu do Sambódromo, mas consegu imos construí-Ia na Praça Onze . Atendíamos meninos do entorno, a maioria vinda das favelas de São Carlos. Pensávamos aquilo como uma retomada por eles de um espaço que é o berço dos desfiles das escolas de samba. Comecei a militância no Movimento Nacional de meninos de rua representando esse trabalho. Nessa época, fizemos uma grande mobilização popular para a inclusão dos artigos 227 ("É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente o direito a vida, à saúde, à alimentação (00') além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão") e 228 ("São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial") na Constituição de 1988. Abre-se, assim ,
espaço para que revíssemos o código de menores. Começamos então a batalha pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Após muitos debates, ele é promulgado em julho de 1990. Desde então, trabalho no Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA) , criado pelo estatuto, sendo eleita presidente em fevereiro deste ano. Paralelamente a isso, trabalhei numa ONG chamada Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social (IBISS) , onde hoje coordeno o centro de formação.
o Beija-Flor - Como funciona o CEDCA?
Tiana - São dez integrantes da sociedade civil e dez do Poder Executivo local. Desses, sete são indicados pela governadora e três têm cadeira cativa definida por lei: o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública. Isso é uma distorção do ponto de vista legal que precisa ser revista. O Ministério Público já se retirou do Conselho após concluir que sua presença era inconstitucional. Como fiscal da lei, ele não poderia deliberar. Agora temos nove representantes. O Judiciário ainda não se posicionou sobre isso. O vice-presidente do CEDCA, o desembargador Siro Darlan , entende que tem que continuar. Há
divergências. No entanto, o Conselho Nacional já fez uma resolução dizendo que não deveriam permanecer.
o Beija-Flor - Como é o trabalho do CEDCA?
Tiana - O Conselho não tem uma atuação direta com as crianças e o adolescente. Nossa responsabilidade é deliberar políticas voltadas para esses meninos. Há conselhos de defesa em nível municipal, estadual e nacional. Quem atua diretamente com crianças e adolescentes nas questões de violações de direitos é o Conselho Tutelar. Ele é a porta de entrada dos casos. Lida com o menino que está sem escola, que foi discriminado no colégio, espancado pelo pai ou vítima de abuso sexual. E encaminha questões como abandono e perda de pátrio poder para os órgãos competentes, como o Juizado da Vara da Infância e Juventude.
o Beija-Flor -' Todas essas políticas que são discutidas e sugeridas no CEDCA são obrigatoriamente implantadas pelos governos? Há uma fiscalização? Tiana - Na área da infância, o órgão máximo em cada nível de poder deveria ser esses conselhos. Mas infelizmente ainda não é assim. Temos que brigar muito para que as coisas
Tiana - O ECA é fruto de uma discussão ampla de quem atua com criança e adolescente. Vem das dificuldades que enfrentamos para proteger e garantir os direitos desses garotos. Conseguimos avanças significativamente em temas como violência doméstica, trabalho infantil e adoção. Hoje, temos uma legislação muito avançada. Que bom! Não gosto dessa história de que o Estatuto é coisa para primeiro mundo, que no Brasil não funciona. Garantia de direito tem que funcionar em qualquer país, independentemente da riqueza ou da pobreza. An o passado, apresentamos um relatório na ONU. Eles fizeram algumas recomendações para o governo brasileiro. Mas reconheceram que temos uma legislação avançada, que tem servido de referência pa ra outros países. Isso é uma conquista. Agora temos que fazer valer. Em alguns casos, conseguimos caminhar. No Rio de Janeiro, por exemplo, temos a ficha de notificação de maus tratos, violência doméstica e abuso sexual. Precisamos avançar muito mais. Temos que caminhar muito na questão da estrutura de atendimento da criança vítima do abuso e do autor da violência. Sou desse pequeno grupo dos otimistas. Avançamos em algumas coisas, embora não tanto quanto queríamos. Não podemos jogar isso fora. Hoje em dia já se discutem assuntos como trabalho infantil. A prova do Enem foi sobre esse tema, o que é bom para a garotada se posicionar. A questão do comércio e do turismo sexual está em pauta: agências. de turismo, a Embratur e o Ministério do Turismo já se mobilizam contra isso. É um ganho! Temos que rever não só a repressão, a responsabilização, mas também a
prevenção. Como atender um pedófilo, por exemplo? Não adianta só trancá-lo. Tem que saber como cuidar psiquiatricamente dele. O.trabalho infantil doméstico começa ter a atenção necessária. Vamos analisar bem essa história de: "ah, trouxe minha sobrinha do Norte para ajudar em casa ... " Diz que trata a menina como filha, mas a roupa é o resto dos filhos verdadeiros. O salário não existe e a jornada de trabalho é tão exaustiva que não dá tempo para estudar.
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O Conselho Tutelar também precisa avançar. Há excelentes conselheiros , mas alguns precisam de melhor qualificação . E há a questão do orçamento. Há municípios que não sabem gerir o fundo dos Conselhos criado pelo ECA. Por isso o lema "Lugar de criança é no orçamento público". Sem orçamento, não tem prog rama. Sem programa, não há retaguarda de atendimento. A criança foi vítima de abuso, mas não temos como encaminhá-Ia para um tratamento psicológico por problema de verba. Onde está a prioridade no orçamento? O governo Lula separou para a área da infância R$12 milhões. É o orçamento mais baixo da história desde que o ECA foi implantado. É muito pouco para um país com essas dimensões. No estado os recu rsos também são micros. No meio disso tudo , há uma
questão cultural que não podemos deixar de levar em conta . Temos que parar para pensar sobre certos costumes como: "trabalhando ele está ocupado e traz um dinheirinho para casa".
o Beija-Flor - Na maioria das vezes , quando se fala no ECA, a primeira coisa que vem à cabeça é a polêmica sobre maioridade penal. Os críticos dizem que o estatuto foi um incentivo para os menores delinqüentes . O que a senhora diria para essas pessoas? Tiana - Eu diria que eles nunca leram o Estatuto. Se lessem, veriam que apenas um pedaço trata de maioridade penal. E, mesmo levando-se em conta somente este pedaço, eles deveriam, após ler, visitar uma unidade de internação, por exemplo. Depois poderiam visitar uma penitenciária. Provavelmente, iriam constatar que a unidade de internação do adolescente é muito pior que a do adulto. Tenho visitado essas unidades em vários estados do país. Parece que só muda o endereço e o sotaque. Para falar do ECA, tem que lê-lo sem preconceito. Sou totalmente contra a redução da maioridade penal. Não resolve . Se diminuirmos para 16 anos. Amanhã vão querer que caia para 14 e até 12 anos. Não se pode levar em conta legislações de outros países com
realidades sócio-econômicas totalmente diferentes.
o Beija-Flor - Dentro dessa preocupação em proteger a criança e o adolescente, qual é a relação delas com o carnaval? Qual é o limite para que elas desfilem em escolas de samba?
Tiana - Carnaval tem que ser visto como um símbolo cultural do nosso povo. Tomando cuidado com o desgaste físico da criança e a legalidade de ela estar num espetáculo que muitas vezes dura toda madrugada, não há problema algum. Tem que ser priorizada a proteção da criança. Carnaval tem tudo a ver com criança. É alegria, festa. Mas às vezes há algumas desvirtuações, como a exploração da nudez. Nesse aspecto, será que uma criança em desenvolvimento precisa ter contato com isso? Precisa ter sua sexualidade estimulada? Se há esses cuidados , tem mesmo que participar! No caso de um garoto de 16 anos, me desculpa. Ele já tem uma certa idade . Não podemos ser hipócritas de dizer que ele não sai para as baladas. Mas temos que ter cuidado para, por exemplo, não colocar uma adolescente nua na Avenida. Embora essa precaução devesse atingir também as maiores de idade. Mas aí vamos entrar em uma outra discussão, que é a
questão da mulher. Não lido com os desfiles de escolas de samba no meu trabalho . No entanto, ao que me parece, com os contatos que tenho com o doutor Siro Darlan , esses excessos são muito pontuais, exceções.
o Beija-Flor - Como a senhora vê o trabalho social das escolas de samba? Tiana - Alguns anos atrás eu fiz uma parceria com a Império Serrano. Era um trabalho com os meninos de rua de Madureira. Foi muito legal. A escola cedeu a quadra e fizemos uma oficina de máscaras. Mas foi uma coisa embrionária. Depois, por problemas políticos internos da escola, não retomamos a proposta. Acho esses projetos extremamente interessantes. Carnaval tem tudo a ver com nossa a cultura, com a nossa história. E é um mercado de trabalho poderoso, que não se restringe ao desfile. O garoto que é aderecista pode trabalhar amanhã no teatro, na televisão , fazendo cenários , por exemplo . É claro, porém, que tem que ter cuidado com esses trabalhos. Minha preocupação é com a formação do indivíduo. Não é porque o menino aprendeu a tocar tal instrumento que ele vai ser percussionista, vai ganhar dinheiro com isso. Mas sei que as escolas sabem disso.
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Símbolo de Vitória o mês de outubro é das crianças. E foi pensando nisso que O Beija-Flor organizou um concurso de redação com alunos do Educandário Abrão David sobre a escola de samba do coração de todo nilopolitano. O vencedor foi João Victor Pessanha, aluno da Quarta série do ensino fundamental e entusiasta da família Beija-Flor. Leia a seguir a redação de João Victor na íntegra:
Beija-Flor, símbolo da vitória Sou um menino que nasci no fantástico mundo do samba e cresci assistindo às escolas entrando na Avenida distribuindo sonhos e alegria para todos os apaixonados por samba neste país. Mal sabia eu , que uma escola nascida em 25 de dezembro de 1948, de cores: azul do céu e o branco da paz iria tomar conta do meu coração. Logo que saí de São João de Merití, mudei-me para o município de Nilópolis em 1999. Conheci o samba de verdade. Deixei de ser mangueirense e passei a torcer pela Beija-Flor. Assim com eu, esta escola nasceu pequena cujos "pais" Milton de Oliveira (Kegão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues (Ediriho do Ferro Velho), Mário Silva, Héllio Ferreira da Silva, Walter da Silva, Hamilton Floriano e José Fernandes da Silva decidiram fazer um bloco. Com o passar do tempo, depois de muitas conversas, por sugestão de D. Eulália de Oliveira, mãe de Milton, batizou a escola com o nome de Beija-Flor em homanagem ao rancho Beija-Flor que já existia em Marquês de Valença , assim como minha mãe batizou-me de João Victor. Com apenas cinco anos tornou-se Escola de Samba. Foi a idade em que eu aprendi a sambar. Em 1954, ela foi para o segundo grupo, sendo responsável , o senhor Cabana. Logo no seu primeiro desfile, no mesmo ano, em 1954, ela foi campeã, transferindo-se para o grupo I até 1963. Onze anos após, retornou para o grupo I, graças ao trabalho de Nélson Abraão David. Os projetos sociais da Beija-Flor chegaram até mim por intermédio de uma amiga da família que indicou o Educandário Abrão David para minha mãe, como um ótimo colégio , bem dirigido pois seu filho estava na Creche Júlia Abrão David. Atualmente, a Beija-Flor é tricampeã graças ao maravilhoso trabalho feito por Farid e Anízio Abrão. Certamente ela conquistará muitos outros títulos porque é conduzida por pessoas capacitadas.
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Por Walter Honorato e J. C. Marins Parece que é um espaço à parte, dada a maneira como suas personagens falam dele. Perdoada a arrogância, até compreensível de quem habita e domina este espaço, tem muita gente querendo invadir esta área, o certo é que o mundo do samba virou uma espécie de entidade atemporal, e nem mesmo quem está dentro dele sabe exatamente o que ele é. Pois agora a gente pode explicar mais detidamente que o samba ganhou o mundo. Perdoado o trocadilho infame, é pura verdade que o samba acaba de ganhar da Prefeitura do Rio de Janeiro um espaço de 200 mil metros quadrados, onde as catorze escolas do Grupo Especial desfrutam desde o início de outubro de uma área de sete mil metros quadrados, totalmente projetada para que todas apresentem já no carnaval de 2006 o seu melhor, sem riscos ou obstáculos. Para a massa, que não é do mundo do samba, mas gosta, o espaço também traz novidades alvissareiras. Acabou o tempo do esconde-esconde. A partir de agora, o povo comum poderá acompanhar o trabalho de construção de um carnaval num barracão de escola de samba. Sem contar que o povão terá direito a shows e praça de alimentação. Pontaço para o mundo do samba . Na tarde chuvosa do dia 17 por obra e graça de São Pedro o pessoal foi chegando devagarzinho, um pouquinho tímido pela emoção, mas cheio daquela esperança que o novo é capaz de renovar. A Beija-Flor está lá na Cidade do Samba, abençoada por São Jorge e pelos orixás, para construir o sonho do carnaval do ano que vem. As águas que São Pedro mandou, o povo de Nilópolis acha que é prenúncio por conta de um certo enredo que pretende dar um banho na Sapucaí. Sobre a Cidade do Samba? Olha só o que gente que entende acha: "Uma nova casa, sem sufoco, goteiras, umidade, riscos de incêndios ... Esse Rio de Janeiro é maravilhoso. O mundo do samba está muito feliz com a cidade" Tamir da Beija-Flor. "Não é o local que fará a escola melhorar ou piorar o desfile. Vou repetir: fazemos carnaval na casa nova , na velha, embaixo da ponte, na rua" Ary Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo da Beija-Flor. "Tomara que os bons fluidos também estejam no novo barracão. Tenho absoluta certeza que vai dar certo." Robson Pellegrini, diretor de Patrimônio e administrador do barracão da Beija-Flor. "É um mundo novo para o samba." Rogério Suaid, vicepresidente Financeiro. "Aqui há condições mais humanas de melhorarmos cada vez mais o carnaval. " Aílton Guimarães Jorge, presidente da LI ESA.
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Babadao da Folia e Beija-Flor, • urna parceria que dá Samba. ~~J~
&A&APÃO~ ~ PA
, ARMARINHO E AVIAMENTOS TECIDOS, PENAS E BOÁS EM GERAL NOIVAS • FESTAS • PASSAMANARIAS