Tablóide O Beija-Flor nº 14

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Atodo gás Todo brasileiro, especialmente o carioca, em algum momento de sua vida já escutou alguém profetizar que o samba vai acabar. Essa coisa tem sua sazonalidade. Aparece de tempos em tempos. Para contrariar os agourentos de plantão a gente assiste a toda hora demonstrações de vitalidade daquele que é incontestavelmente o ritmo brasileiro. E quando os "cartolas" se arrogam o direito de questionar a qualidade dos sambas atuais, aí a coisa engrossa. Tá certo que tem muito "boi com abóbora" na praça, mas também tem a "finaflor". Os tempos são outros. Mesmo os mestres do passado são taxativos: havia muita porcaria também lá atrás. Dia desses na quadra da Beija-Flor de Nilópolis, no lançamento do cd dos sambas de enredo de 2006, Capitão Guimarães chamava a atenção pro assunto. Segundo o presidente da Liesa, esse papo de que só os sambas de antigamente são bons e representativos tem lá uma verdade enviesada. Para ele, os sambas atuais são tão bons quanto os antigos.

Gabrielzinho comanda festa de Natal Nos dias 16, 17 e 18 de dezembro, para manter a tradição de mais de 35 anos celebrando a data natalina, o presidente de Honra da Beija-Flor, Anízio Abrahão David, distribuiu na quadra da escola cerca de três mil brinquedos, como bonecas, bicicletas, carrinhos, e eletrodomésticos, como ventiladores, ferros de passar e televisores, entre outros presentes. Em um clima de ordem e alegria total , a garotada e seus responsáveis receberam , um a um , após esperarem pacientemente, seus presentes das mãos do próprio patrono e de um ajudante que chamou para si a responsabilidade e comandou a festa ao lado do pai. Gabrielzinho, como já é conhecido em toda Nilópolis Gabriel Oliveira David , só não fez chover. O resto ele fez: organizou, fez sorteio, carregou pacotes, botou ordem quando foi necessário. Incansável , entregou pessoalmente vários presentes, tudo monitorado pelo olhar orgulhoso do pai. Outras personalidades da escola, como "seu" Ary Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo, Dona Débora, presidente da ala da Velha-Guarda, que juntamente com Sonia Capeta cuidava do lanche, Nelson Sennas David , vice-presidente; Rogério Suaid, vice-presidente de Finanças; Mestre Paulinho, diretor de bateria, e Hilton Abi Rihan , assessor de imprensa, também estiveram no evento, que lotou o local.

O Capitão tem lá a sua razão . Também está certo que hoje é difícil encontrar um clássico. Mas que tem muita coisa boa, isso tem .

Ponte sonha em voar alto com a ajuda de bambas de Nilópolis

O samba continua firme e forte, dando o seu recado, contagiando a moçada, da zona sul ao mais longínquo subúrbio. Rodas de samba, quadras de samba e casas de samba espalhadas pela cidade dão a tônica. Os grandes artistas que continuam vendendo, e bem. E os novos que surgem com força e talento. É o samba em sua expressão mais vigorosa.

Segunda escola do Grupo B a desfilar na terça-feira de carnaval , a Unidos da Ponte contará neste ano com a ajuda de integrantes da Beija-Flor na luta para levar a escola de São João de Meriti para o Grupo A. O mestre da bateriamirim da tricampeã, Douglas Botelho, e seu irmão Vitor, ambos filhos de mestre Paulinho, estão entre os responsáveis pela bateria da Ponte. O administrador do CAC, Aroldo Silva , ajuda na organização das alas meritienses e Válber Frutuoso, assistente de Laíla na Harmonia da azul-e-branco de Nilópolis, é o diretor de Harmonia da escola. "Eles são meus amigos particulares, em quem confio. Colocamos duas mil pessoas na quadra, algo que há muito tempo não acontecia na escola. Creio que o trabalho deles tem muito a ver com isso", diz o presidente da Ponte, Serginho do Porto. O enredo da Ponte este ano será Da cor do pecado, reedição do tema que a escola levou em 1992. "Quase 100% das fantasias serão entregues para a comunidade. Apenas as de cinco alas comerciais serão vendidas", revela Serginho.

E para demonstrar a força do samba: o maior espetáculo da terra, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro esgotou em apenas 20 minutos todos os ingressos para as arquibancadas. Ressalte-se que procurar por cadeiras, frisas e camarotes é igual a procurar agulha no palheiro. É ou não é pra fechar a tampa da discussão? A equipe de O Beija-Flor parabeniza a Liga pela organização e pelo feito. Salve o samba e o carnaval do Rio de Janeiro.

Conselho Editorial

Fale com O Beija-Flor Av. Rodrigues Alves, sln - Centro - Praça Mauá Rio de Janeiro - RJ - Tel.: (21) 2253-2860 e-mail: admbeijaflor@veloxmail.com.br

Dia 27/01 Show da Beija-Flor em Poços de Caldas, cidade enredo da escola. Dia 28/01 Ensaio técnico no Sambódromo, a partir das 19 horas. A bateria da Beija-Flor continua com seus ensaios todos os sábados no Clube Itashow, em Itaboraí (RJ).

IIIIIIIIIII...~.......I Uma publicação da G.R.E .S. ESCOLADE SAMBA BEIJA-FLOR DE NILÓPOLlS - Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025 - Centro - Nilópolis

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Rio de Janeiro - Te I. : (021) 2791-2866 . Presidente de Honra: Anízio Abrahão David ; Presidente Administrativo: Farid Abrão David ; VicePresidente : NelsonAlexandre Sennas David; Presidente do Conselho Deliberativo : Ary Rodrigues - Editores: Walter Honorato Gomes e J. C. Marins; Jornalista Responsável: Walter Honorato Gomes (RP 20.559); Projeto Gráfico e Diagramação : Marcos Caram ; Redação: J. C. Marins, Miro Lopes e Murillo Victorazzo; Fotógrafos: Henrique Mattos, Robson Barreto e Miro Meirelles; Produção e Marketing: Unità ; Impressão: Walprint Gráfica e Editora ; Tiragem: 10.000 exemplares .


Não é força de expressão dizer que os olhos de José Maria da Silva Souza brilham quando o assunto é a Beija-Flor de Nilópolis. Integrante da Velhá-Guarda da escola há cinco anos, Zé Maria faz seu papel de divulgador e relações públicas da escola e da Velha-Guarda Samba Show com uma paixão e dedicação admiráveis. Nascido em Belém do Pará há 54 anos, este militar reformado chegou ao Rio de Janeiro em 1977. No mesmo ano conheceu a azul-ebranco: "Quem me trouxe para a Beija-Flor foi o professor Jorge Pindoba. Ele é muito conhecido em Nilópolis e amigo da família Abrão David. Convidou-me para sair numa ala e, como sempre adorei carnaval, aceitei. Tive a honra de estrear no primeiro bicampeonato da escola, com Vovó e o Rei da Saturnália na corte egipciana." Morador de Parada de Lucas, Zé Maria faz parte da direção de produção do programa Carioca Samba Show, de Jorginho do Império, na Rádio Carioca. "Aproveito para sempre falar da Beija-Flor, sua parte social e seu jornal. Sempre digo que ele é o meu xodó. Ele entrou no meu coração, fez moradia, e não faço questão que pague aluguel", brinca. O carinho pelo O Beija-Flor é tanto que ele fez questão de encadernar todas as suas 13 primeiras edições sob uma bela capa dura azul com dizeres em letras douradas. A maior prova de amor pela azul-e-branco, Zé Maria deu no desfile de 1998, quando o enredo foi O mundo místico dos caruanas nas águas do patu-anu . "Fazia 15 anos que a escola não ganhava, e ela ia falar sobre o Pará, minha terra. Quando entrei na Sapucaí, me peguei com Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, e chorando pedi a vitória. No ano seguinte fui ao Círio de Nazaré pagar a promessa. Zé Maria se mostra confiante em mais um título. Tamanho otimismo se deve ao trabalho que viu na escola durante todo o ano. "Nenhum segmento da escola teve folga. Levo muita fé no tetracampeonato", afirma. Discófilo e pesquisador da história das escolas de samba cariocas, ele tem o seu trabalho reconhecido pelo Centro de Memória do Carnaval , da L1ESA. Foi por esses serviços também que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro lhe deu em 2004 o título de cidadão carioca. Por tamanha dedicação e amor, Zé Maria é a cara da Beija-Flor.

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A gente se vê na quadra í •~

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Pça.Nilo Peçanha, 77 Te1.2691-0125

Nova Iguaçu

Rua Dr.Athaide Pimenta de Moraes, 702 Te1.2668-1515

( A BeijaFlor Tintas, em parceria com a Tintas Coral, traz mais uma novidade para a quadra da Beija-flor de Nilópolis.Que essa possa ser a primeira de muitas idéias que virão pela frente . Desejamos que a comunidade consiga sagrar-se Tetra campeã junto com sua escola do coração . ~

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Tintas

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Por Murillo Victorazzo e Júlio Cesar Rocha A figura é impagável. O visual meio desleixado é a sua marca. Mas não se enganem. Por trás de tanto despojamento, esconde-se um dos "cobras" do carnaval. Aos 54 anos, Carlos Fernandes, o Shangai, é um trabalhador obstinado do carnaval. Escultor, entalhador, gravador e carnavalesco de mão-cheia, ele é uma das personalidades mais simpáticas e espirituosas da Beija-Flor. Sempre bem humorado, ele conversou com O Beija-Flor sobre sua história, o enredo para o desfile deste ano e, claro, sua obra no portal da cidade. Como se não bastasse todo seu trabalho, e~se senhor é o autor da escultura de um beija-flor de 4,5m de altura, feita em alumínio e cobre, que ilumina e enfeita o pórtico da cidade. É pouco?! .

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Beija-Flor: Conte-nos um pouco da sua iniciação no carnaval até chegar à Beija-Flor.

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o Beija-Flor: O que você diria que é o essencial para se fazer um grande carnaval hoje em dia?

Shangai: Comecei numa ala no Salgueiro, aos 14 anos. Sou da rua do Resende, no centro do Rio de Janeiro, perto da Lapa, da Praça Onze. Isto lembra tia Ciata, Donga, Pelo telefone , primeiro samba gravado. Aliás , a Lygia Santos, filha do Donga e uma das responsáveis pelo Estandarte de Ouro, é minha tia de consideração. Ela foi criada junto com minha mãe. Embora seja da geração dos hippies, nunca fui um deles . Mas acabei descobrindo o couro, que era a moda da época. Foi por isso que me envolvi com o material, desenvolvendo um trabalho rústico reconhecido por muitos como talvez único no mundo. Isso me levou para o carnaval. Comecei fazendo roupas, fantasias para destaques amigos. Eram roupas em corda, tecidos, papéis de cigarros, materiais diversos. Isso me aproximou do Joãozinho 30. Cheguei a ele pelas mãos do Viriato Ferreira. A partir de 83 fiz alguns trabalhos com o Joãozinho, como O mundo é uma bola, em 1986. Depois fui para Manaus, com o falecido Osvaldo Jardim. Ele voltou, mas eu fiquei. Lá, em 1989, assinei meu primeiro desfile como carnavalesco , e ganhei. No ano seguinte fui bicampeão. Em 1993, assinei o carnaval da Unidos da Tijuca, com Dança Brasil. Quando o Laíla monta a Comissão de Carnaval com o Cid Carvalho, ele me chama. Logo no primeiro ano, em 1998, vencemos, com O mundo místico dos caruanas nas águas do patu-anu . Daí em diante, foi só Beija-Flor.

Shangai: Uma das coisas mais importantes do carnaval atual é o seu custo. Li uma matéria nesses dias que dizia que a Varig havia pago uma dívida de 6 milhões de dólares a credores. A Beija-Flor gasta 2 milhões de dólares para desfilar todo ano. Ou seja, estamos no nível da indústria de aviões! O patrocínio é muito bemvindo, mas tem que ser. digno, limpo. Tenho o prazer de ter contribuído com dois para a escola: em 2004, no enrE)do sobre Manaus, através de amigos que conheci quando trabalhei lá, e agora, com Poços de Caldas, pois participei da busca do patrocínio. Estou devolvendo ao seu Anízio uma lágrima do oceano que ele foi em minha vida.

o Beija-Flor: Falando nisso, como foi o contato com o pessoal de Poços de Caldas?

Shangai: Na verdade , o Tamir, que é integrante da ala de compositores e da administração do barracão, é ligado ao Marcus Togni , presidente da Câmara de Vereadores de Poços de Caldas, há muitos anos. Ele veio conversar comigo, dizendo que o pessoal da cidade tinha vontade de ser enredo. Perguntou-me se era viável. Respondi que todos são, desde que haja possibilidade de uma verdadeira parceria. Procurei o Laíla, que me disse que não custava ver o que eles tinham a mostrar como enredo. Todo mundo dizia que seria um outro Araxá. Mas, chegando a Poços,

descobri essas histórias dos OVNIS, do Morro do Ferro, que talvez fosse um ponto de referência para essas naves, a remontagem das sete cidades de Atlântida em volta do vulcão da cidade ... Quando disse isso para o Carvalho, ele deitou e rolou. Disse para eu "vir com tudo".

o Beija-Flor: A Comissão de Carnaval é um dos grandes trunfos da Beija-Flor. Qual é o seu trabalho nela?

Shangai: Costumo dizer que a comissão dá certo porque somos líquidos homogêneos. Além disso, temos um grande misturador para que desses elementos saia um produto harmônico. Os elementos são eu, Fran-Sergio, Bira e Cid Carvalho. O misturador é o Laíla. E o fixador, seu Anízio, o homem que mais gosta de carnaval no Brasil! Nós não temos um papel fixo, vamos onde está a bola. Todo mundo sobe no bloqueio e ataca! A cada ano acontece de uma maneira diferente. Descobri que não sou pesquisador, apenas levo sorte. Descubro coisas talvez por não utilizar a internet. Gosto de livros e costumo freqüentar bibliotecas. Percebi que levo sorte também com patrocínio.

o Beija-Flor: Mas você é especialista em esculturas e em metais ...

Shangai: Sim. Eu não soldo, meu trabalho é todo feito a frio . Cheguei ao João por isso. Todo mundo trabalha com penas, plumas, mas eu uso corda, sizal , saco. Deu certo! Sou rústico dentro do luxo, mas meu rústico é

luxuoso. Trabalho com materiais nobres. Vamos ter a satisfação de ver no Sambódromo um barco entrar transformado em um broche. É uma jóia. Feita pelo Carvalho e por mim. Eu fiz a parte de metal. Veremos um verdadeiro broche de metal desfilar.

o Beija-Flor: Sua equipe é formada por quantas pessoas? Shangai: Hoje estou com 25, mas já cheguei a trabalhar com quase 60 pessoas no barracão. Vamos com essa galera até o carnaval. Estamos fazendo o carro 3, 5 e 8 e participando da construção do carro das sete águas de Oxalá. Fizemos peças de roupas também.

o Beija-Flor: Como surgiu a idéia de criar o beija-flor na entrada de Nilópolis? Shangai: Esse projeto é do prefeito Farid Abrão David . Ele tem esse sonho há mais de dois anos. Fui agraciado com a honra de realizá-lo. Ele me deu total liberdade para construir o pássaro. Toda a forma e o material são meus. Honestamente, foi um trabalho em que não houve envolvimento financeiro. Obviamente o material foi todo pago pela prefeitura, mas a preço de cu"sto. Muitas pessoas ajudaram na mão-de-obra gratuitamente, como o pessoal da fibra, o Henrique e sua galera, o pessoal da ferragem, o João de Manaus e o Manel com a turma dele . Fizemos tudo no barracão da União de Jacarepaguá, porque o Farid pediu que não se misturasse o projeto com o trabalho na Beija-Flor. .

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a cas Ministro da Cultura Gilberto Gil e o Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Cesar Maia, visitam barrac達o da Beija-Flor e se emocionam com grandiosidade do enredo da azul-e-branco.

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o ministro da Cultura Gilberto Gil visitou na sexta-feira, dia 13 de janeiro, a Cidade do Samba. Ao lado do Prefeito da Cidade, Gil não poupou elogios ao conjunto de barracões laranjas, endereço das doze escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval. "Fiquei muito bem impressionado com os equipamentos e a estrutura. Possibilita um maior desenvolvimento artístico e tecnológico. É mais um instrumento de alavancagem do samba. Agora as escolas estão todas concentradas, o que é mais um atrativo para o Rio de Janeiro. Ponto para a cultura do Brasil ," afagou o ministro. Cumprindo extensa agenda no Rio, Gil caminhou apressadamente pela Cidade do Samba, depois de conhecer a Vila Olímpica da Gamboa e receber do prefeito informações sobre a história do lugar, e deixou escapar um comentário que encheu de orgulho César Maia. "Isso aqui é bonito mesmo," declarou Gil. Em seguida, o ministro visitou o barracão da tricampeã do carnaval , onde foi recebido pelo presidente da escola e prefeito da Cidade de Nilópolis Farid Abrahão David e pelos vice presidentes Nelsinho David e Rogério Suaid, pelo diretor de bateria, mestre Paulinho , e pela porta-bandeira Selmynha Sorriso. No barracão, Gil demonstrou interesse por cada detalhe dos trabalhos desenvolvidos pelos artesãos e a nova infra-estrutura oferecida às escolas, viu os preparativos da Beija-Flor para o carnaval , conheceu o ateliê e fez questão de acompanhar por um instante o trabalho dos funcionários na construção dos carros alegóricos.

Ex-militante verde, Gil se entusiasmou com o enredo Poços de Caldas derrama sobre a Terra suas águas milagrosas: do caos inicial à explosão da vida, água nave-mãe da existência, que a escola de Nilópolis vai apresentar na Marquês de Sapucaí no domingo de carnaval. Em conversa com o presidente Farid, o ministro foi taxativo: "Não poderia haver um tema mais atual e pertinente". Anfitrião do ministro na cidade , o prefeito César Maia agradeceu a visita e exaltou as conseqüências do surgimento da Cidade do Samba. "É uma fábrica de cultura. Ainda não conseguimos integrar a Região Metropolitana do Rio em assuntos como sane.amento e saúde. Mas no samba isso já aconteceu", disse , referindo-se à existência de escolas de samba da capital , Baixada , Niterói e São Gonçalo nos desfiles . O vice-presidente da Liga das Escolas de Samba , Jorge Castanheira, por outro lado, garantiu que os frutos dessa nova era do carnaval carioca serão vistos na Sapucaí. "Esse apoio será retribuído na Avenida. Mostraremos nossa gratidão fazendo um excelente carnaval , o maior espetáculo da Terra . Para ressaltar a força do carnaval de 2006 , Castanheira disse que os ingressos das arquibancadas para o espetáculo foram esgotados em 20 minutos, e prometeu para 4 de fevereiro a festa de inauguração da Cidade do Samba. Ao final da visita, Shangai , integrante da Comissão de Carnaval da BeijaFlor, entregou ao prefeito César Maia uma escultura de Oxóssi.

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Perso:

-Flor Em 2000, Pai Jorge ganhou do presidente Farid Abrão David uma ala na escola, logo batizada de "Comigo Ninguém Pode". Era a realização de um grande sonho. O elo espiritual entre ele e a Beija-Flor, no entanto, só se concretizaria dois anos depois, quando Laíla vira filho de santo do lIê Axé D'Ogum-Já, sua casa de santo em Anchieta e maior orgulho.

Considerado um pé-de-coelho pelo deputado federal Simão Sessim , Jorge Crispim Dantas de Araújo, o Pai Jorge da Beija-Flor, é uma das personalidades mais carismáticas da tricampeã. Nascido em Nilópolis há 37 anos, é um apaixonado pelo carnaval, em especial pela azul-e-branco, escola que começou a freqüentar aos 12 anos de idade, como integrante da ala mirim. Hoje ocupa o cargo de diretor do Departamento de Carnaval.

Filho de uma família humilde, composta pelos pais Arlindo e Regina, além de dois irmãos, Pai Jorge é casado com Maria Ignez (Mãe Fomo D'lansã) há 12 anos e tem dois filhos. Divide-se entre atender seus clientes e filhos no seu lIê, curtir sua família e se dedicar à sua querida Beija-Flor, empenhando-se com toda a equipe para juntos trazerem o tetra campeonato para Nilópolis. Por sua história e por seu Axé, Pai Jorge é uma das personalidades que O Beija-Flor reverencia neste número.

Sempre presente aos ensaios, Pai Jorge faz questão de reverenciar um nome. "Tenho um profundo respeito · pelo Joãozinho Trinta", rev~la. Ele também reserva um carinho especial pela imbatível Comissão de Carnaval. Formada por Laíla, Cid Carvalho, Fran-Sérgio e Shangai, tão criticada por alguns à época de sua criação, a Comissão foi vista com bons olhos por Pai Jorge, que jamais se cansou de elogiar o trabalho do grupo.

Supermercados

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-----.,

iJ- a-Flor ~

No'rÍljlAS ..

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A Velha-Guarda da Beija-Flor movimentou a programação da . repaginada Rádio Nacional no dia 15 de dezembro. Convidado de Dorina e de Rubem Confeti como atração do Programa Dorina Ponto Samba, o pessoal de Nilópolis fez a festa. Durante duas horas, se apresentou ao vivo no auditório da emissora e cantou sambas de diversas épocas da história da Beija-Flor. Comentário de Marcinho da Frigideira, braço-direito da rapaziada da Velha Guarda , presente no evento: "Estão cada vez melhor, mais apurados, mais afinados e mais abusados". É pra gente cuidar com carinho!

Um ano de

O. B~ija-Flor

Foi um sucesso a festa de comemoração de um ano do jornal oficial do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis. O jornal que é a Cara da Beija-Flor homenageou a diretoria da Escola e parceiros de primeira hora com placas comemorativas. Presentes autoridades, jornalistas e, claro, o mundo do samba. Vida longa ao O Beija-Flor! •

Os Filhos de Francisco em Nilópolis Zezé de Camargo e Luciano abalaram Nilópolis no dia 9 de dezembro de 2005. A cidade se preparou para canfar novos e antigos sucessos da dupla. Foi puro frisson . A quadra da mais querida superlotada emocionou os cantores. A iniciativa de levar para Nilópolis grandes shows de artistas consagrados tem transformado a quadra da Beija-Flor numa das principais casas de espetáculos da noite do Rio de Janeiro. Parabéns! ~

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Poços de Caldas Derrama Sobre a Terra Suas Águas Milagrosas Do Caos Inicial, à explosão da Vida Água a Nave-Mãe da Existência. Autores: Wilsinho Paz, Noel Costa, Alexandre Moraes e Silvio Romai Sou Beija-Flor Poços de Caldas é a referência Do caos inicial à explosão da vida Sou água a nave-mãe da existência

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Brilhou, no universo refletiu Uma grande explosão A mãe Terra enfim surgiu Do céu uma imensa tempestade desabou Nas águas se manifestou a vida Assim ao longo de rios e mares Surgem as civilizações Com arte e sabedoria A liberdade buscar Um novo mundo conquistar ' Rei netuno eu quero navegar Tenho medo desse mar secar Me proteja eu quero mergulhar Pro seu reino desvendar

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Atlântida, terra reluzente do amor Do rumo celestial desviou Ao fundo do mar foi tragada O criador abençoou nosso chão O combustivel da vida nos doou O reino de todas as águas Brasil A semente brotou, com ela redenção e paz Poços de Caldas, tu és Minas Gerais Derrama sobre a Terra suas águas milagrosas Preservação a sinfonia da vida Ouça o lamento da natureza que chora E o clamor que vem das águas A eternidade pode começar agora


Por Walter Honorato email : walterhonorato@yahoo.com.br

Na sexta-feira, 6 de janeiro, a Beija-Flor iniciou seus ensaios précarnavalescos no Claro Hall, na Barra da Tijuca . Com a presença de passistas da escola, do casal de mestre-sala e porta-bandeira , Claudinho e Selmynha Sorriso, e da rainha da bateria, Raíssa, os ritmistas da tricampeã, comandados por Mestre Pau linho, deram seu já tradicional show. Antes de a azul-e-branco, liderada por Neguinho da Beija-Flor, subir ao palco, quem levantou a platéia foi Dudu Nobre e o grupo Molejo. A festa contou com a presença dos jogadores Marcelinho Carioca e Amoroso e do ator Eri Johnson. Até o carnaval , a escola seguirá com seus ensaios no local, sempre com convidados ilustres:

13/01 Jorge Bem Jor 10/02 Daniela Mercury 20/01 Monobloco e MC Marcinho 17/02 Zeca Pagodinho 27/01 Jamil e Uma Noites 24/02 MC Marcinho e Convidados. O Claro Hali fica na Avenida Ayrton Senna 3000, no Via Parque Shopping.

»11/01/06: O que para muitos era quase certo não se concretizou : o Manual do Julgador não sofreu alterações para o Carnaval 2006. Chegaram a ser cogitadas mudanças em Harmonia e Evolução, com uma possível fusão dos dois quesitos, mas, pelo menos este ano, nada muda. As justificativas dos julgadores, acusadas de superficiais e vazias, também permanecem do mesmo jeito. Segundo Jorge Castanheira, vice-presidente da Liesa, apenas algumas frases foram alteradas para facilitar o entendimento dos julgadores. O excesso de pessoas com camisa de diretoria nos desfiles foi outro assunto abordado na plenária . A Liesa não vai limitar o número de pessoas com camisa de diretoria. "Preferimos apenas fazer uma recomendação . Sugerimos o número de 250 pessoas com camisa de diretoria. Sabemos que as escolas precisam de mais gente, mas é só para elas terem um parâmetro. Isso vai facilitar a evolução", explicou o dirigente. »11/01/06: Com a mediação do professor Bruno Filippo acontece no dia 11 de janeiro, às 20:30, o debate sobre mídia e carnaval na Universidade Estácio de Sá. Bruno Felippo leciona no Instituto Carnaval , uma parceria entre a Liga Independente das Escolas de Samba e a Universidade Estácio de Sá. O evento será gratuito e acontecerá no auditório do Campus Praça Onze da

Estácio de Sá, que fica na Av. Presidente Vargas , 2.560. O debate terá como participantes Lula Branco Martins, do Jornal do Brasil, Alberto João, de O Dia na Folia, Marcelo de Mello e Aloy Jupiara, de O Globo, Teteu , da TV Globo, Tarso Santos, da Rádio Roquete FM e Sérgio Luiz, da Rádio Carioca. »11/01/06: As escolas dos Grupos de Acesso da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro decidiram na plenária do dia 11 de janeiro que a partir do carnaval de 2007 as sua filiadas só poderão reeditar sambas-enredos de autoria de sua própria ala de compositores, e com o intervalo de dois anos para cada reedição. Segundo a direção da entidade, um dos motivos é que as escolas que fazem seguidas reedições desestimulam suas alas de compositores. A medida foi reivindicação de alguns presidentes de escolas, tendo sido aprovada por unanimidade. »14/01/06: Como parte do projeto Carnaval do Povão, que tem a direção de Jorge Perlingeiro, transmitido pela CNT, serão exibidos do dia 14 de janeiro até dia 24 de fevereiro, 41 boletins diários (sempre das 21 h55 às 22h), além de um debate de uma hora no dia 23 de fevereiro das 21 h às 22h.

» 0 Beija-Flor indica o livro Roberto Ribeiro, dez anos de saudade, de Liette de Souza Maciel, e o CD duplo Sambas-Enredo das Escolas de Samba do Grupo de Acesso A & B 2006.

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Babadão da Folia e Beija-Flor, • urna parceria que dá Samba. ~~J.("

&A&ADÃO~ ~ DA

, ARMARINHO E AVIAMENTOS TECIDOS, PENAS E BOÁS EM GERAL NOIVAS • FESTAS • PASSA MA NA RIA S


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