GRES Unidos do Viradouro – Niteroi, RJ Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial – LIESA
VIRAD URO 2015
A negritude na Avenida
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capa
Índice 06 08
Diretoria do GRES Unidos do Viradouro
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Juliana Paes Quem já foi Rainha não perde a majestade
Mensagens do Presidente da Liesa, Jorge Castanheira e do Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves
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Entrevista com Gusttavo Clarão, o médico que tirou a Viradouro da UTI
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Luiz Carlos da Vila O show tem que continuar
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O samba que virou enredo A palavra é... Negritude
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O mestre-sala Marlon Flores e a porta-bandeira Alessandra Chagas. Foto: Ricardo Almeida
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Setor 1 África Exuberante: O Reino dos Filhos de Olorum
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Setor 2 Vieram Para Espalhar Suas Coisas Transcendentais
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Setor 3 O Encontro do Negro com o Índio – A Busca pela Liberdade
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Setor 4 Em Cada Palma de Mão, Cada Palmo de Chão
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Setor 5 Raízes do Samba. O Carnaval é Fogo!
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Setor 6 Nas Veias do Brasil. É a Raça Negra em Um Dia de Graça. Salve Luiz Carlos da Vila!
Nas Veias do Brasil, É a Viradouro em um Dia de Graça
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Viradouro na Avenida O carnavalesco João Vítor
Revista do gres unidos do viradouro Niteroi – RJ - Brasil Ano I - Nº 01 – Fevereiro de 2015 EDITOR Cláudio Vieira
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Bateria – Rainha de Bateria – Cantor Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Comissão de Frente
Designer Gráfico Miguel Heichard medy13@gmail.com TEXTOS Cláudio Vieira e Mônica Marinho EDITORA ASSISTENTE E REVISÃO Mônica Marinho Assessora de Imprensa do GRES Unidos do Viradouro PUBLICIDADE Marco Aurélio Arantes Salgado (Departamento de Marketing do GRES Unidos do Viradouro) FOTOGRAFIA Ricardo Almeida, Equipe Henrique Matos, Acervos LIESA e GRES Unidos do Viradouro TRATAMENTO DE IMAGENS Aliomar Gandra
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Harmonia – Passistas – Velha Guarda
COLABORAÇÕES Anderclébio Macedo, Departamentos Cultural e de Marketing do GRES Unidos do Viradouro
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Baianas – Crianças – Adolescentes
AGRADECIMENTOS Direção, Segmentos, Comunidade do GRES Unidos do Viradouro e Prefeitura Municipal de Niteroi
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Departamentos Cultural – Social – Marketing
TIRAGEM 10 mil exemplares
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Uma história de Joões
Baixe a versão em PDF no nosso site: www.gresuviradouro.com.br Contatos com a Redação: comunicacaoviradouro@gmail.com DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Nossa gente
Revista da Viradouro Criada e Produzida pela www.iriseditora.com.br
Vira, Vira...
Rio de Janeiro
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GRES UNIDOS DO VIRADOURO Fundado em 24 de junho de 1946
Presidente Executivo Gusttavo Clarão
Vice-Presidente Administrativo Vinícius dos Santos
Direção Geral de Harmonia Milton Souza e Gabriel Sequeira
Vice-Presidente Executivo Adolfo Maia
Secretário Administrativo Ronaldo Louzada de Carvalho
Direção de Barracão Jadir Correia e Alderico Junior
Presidente do Conselho Deliberativo Antonio José Pereira Diretor de Finanças Wilson Poliycarpo
Diretor de Relações Públicas Marco Aurélio Arantes Salgado Diretor de Esporte Ricardo Neves
Superintendente Administrativo Rubem Vianna
Presidente da Galeria de Velha Guarda Oswaldo Areia
Vice-Presidente de Carnaval Luiz Augusto Dutra (Guta) Vice-Presidente de Social e Cultural Clay Alves de Carvalho
Presidente da Ala de Compositores Paulo César Portugal
Departamento Feminino Lúcia Alba de Oliveira Trindade Departamento Cultural Alexandre Omi, Anderclébio Macêdo, André Lúcio, Leonardo Zaror, Rodrigo Ferro e Thalita Pereira Departamento de Marketing Fabiana Tavares, Mariana Viana e Gabriel Domenech
Vice-Presidente de Patrimônio José Carlos Gabriel (in memorian)
Presidente da Ala das Baianas Waldiclea Lima de Souza (Dona Cléa)
Departamento Social Ângela Paiva, Célia Viana, Dinea Francelina, Elizabeth Netto, José Carlos, Marco Antonio, Maria Luiza Silva, Michelle Oliveira, Nelson Godá, Solange Anchieta e Sonia Maria dos Santos
Vice-Presidente Jurídico Antonio Marconi
Direção de Carnaval Wilson Polycarpo
Assessora de Comunicação Monica Marinho
Vice-Presidente de Musical José Glória da Silva Filho (Zé Glória)
Tesoureiro Osvaldo fernandes
GRES UNIDOS DO VIRADOURO Sede e Quadra de Ensaios: Av. do Contorno, 16 – Barreto – Niterói – RJ – CEP 24.110-205 – Tel.: (21) 2624-1943 Fábrica de Alegorias: Rua Rivadávia Correa, 60 – Barracão no 06 – Cidade do Samba – Gamboa – Rio de Janeiro – RJ Site: www.gresuviradouro.com.br Facebook: www.facebook.com/unidosviradouro Instagram: http://i.instagram.com/unidosdoviradouro/
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Mensagens
450 Anos com muito samba! Caberá às Escolas de Samba do Grupo Especial fazer a primeira das grandes festas que marcarão as comemorações dos 450 anos de fundação da Cidade do Rio de Janeiro. Será um espetáculo memorável e torcemos para que tudo dê certo, premiando o trabalho incansável dessas 12 agremiações que estarão na Avenida.
Saudamos a volta da Viradouro ao Grupo Especial, representando as tradições culturais de Niteroi. Desejamos boa sorte à família niteroiense e que os projetos da atual diretoria sejam coroados de êxito. Ao público, desejamos um Carnaval de muita paz e tranquilidade, fazendo do Sambódromo a capital mundial da Alegria!
Jorge Castanheira Presidente da LIESA
Niteroi está com a Viradouro! No ano passado, a Viradouro foi campeã do Grupo de Acesso Série A e voltou para o rol das grandes Escolas de Samba do Grupo Especial exaltando o orgulho de ser Niterói. Nós niteroienses temos muito orgulho da nossa vermelha e branca, que representa a cidade de forma magistral no Maior Espetáculo da Terra. Este ano, a Viradouro levará para a Avenida um enredo que fala sobre a negritude e, com um samba emocionante, tem tudo para ficar entre as melhores do Grupo Especial. Mais do que uma Escola de Samba, a agremiação faz parte da tradição e da história da nossa cidade desde 1946. Tenho certeza que o desfile deste ano será antológico. A Viradouro
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tem o melhor samba e, principalmente, a garra dos seus componentes. Niterói mais uma vez vai fazer bonito na Avenida. Nossa cidade tem o carnaval no seu DNA. Além da Viradouro, as escolas de samba e blocos do município todos os anos levam a alegria para os niteroienses nos desfiles oficiais da Rua da Conceição e também nos bairros. Este ano, como o slogan “Família & Folia”, convoco a todos para participar dessa festa com muita alegria e animação. Vamos resgatar os tradicionais carnavais de bairros nos 19 pontos de festa e nos 60 blocos que desfilarão pelas ruas da cidade. Vamos fazer o carnaval das famílias niteroienses.
Rodrigo Neves Prefeito da Cidade de Niteroi
Juliana Paes, rainha da Viradouro
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Quem já foi Rainha, nunca perde a majestade
oda Escola de Samba possui rainha, madrinha de bateria, princesa, musa e integrantes de uma corte que se destaca em diversos setores de desfile. A Unidos do Viradouro, sempre atraída por novidades, anuncia que a Escola tem uma Rainha. E de grande beleza: a atriz Juliana Paes. A rainha niteroiense alcançou o estrelato nacional em 2000, na novela Laços de Família, arrancando elogios da crítica e do público. Desde então, participou de diversos projetos no teatro, cinema e televisão, sendo o de maior expressão a novela Caminho das Índias. Juliana começou a desfilar na Viradouro em 2001, como destaque em carros alegóricos até chegar ao posto de Rainha de Bateria, em 2003, quando foi convidada pelo então presidente, José Carlos
Monassa. Reinou soberana de 2003 a 2008 à frente da bateria da Unidos do Viradouro e é considerada uma das mais carismáticas musas do Carnaval Carioca de todos os tempos. Juliana tem uma ligação muito forte com a agremiação e a cidade de Niterói, onde cresceu e viveu grande parte da sua vida. Seus parentes continuam residindo na cidade, e alguns deles são vizinhos da Unidos do Viradouro, moradores do bairro do Barreto. Descendente de negros e índios, Juliana Paes personifica a autêntica cabocla, a essência brasileira, e encanta com suas simpatia, alegria e beleza. Sempre teve orgulho em declarar o seu carinho pela Unidos do Viradouro, e a Escola, por sua vez, não faz diferente. Sempre se orgulhou de sua eterna Rainha! viradouro 2015
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Entrevista
O
Dr. Carlos Gustavo Coutinho da Silva, 45 anos, resolveu deixar a Medicina para se dedicar ao samba. É cantor, toca cavaquinho e violão. Ao lado de diversos parceiros já venceu 18 sambas de enredo em várias agremiações – sete consecutivos na Escola que aprendeu a amar, a Unidos do Viradouro. Nascido em São Gonçalo, criado em Icaraí e crescido no Estácio, também já foi jogador de futebol. Gusttavo Clarão, nome herdado do conjunto em que atuou o Clarão da Lua, e com o qual é conhecido no Mundo do Samba, faz um balanço de seus quatro anos na presidência da Viradouro. Pegou a Escola no buraco, conseguiu trazêla de volta para o Grupo Especial e sonha com vôos mais ousados. Revista VIRADOURO – Como é que o compositor decidiu ser presidente de Escola de Samba? Gusttavo Clarão – Sempre fui um apaixonado pelo Carnaval. Minha ligação com a Viradouro é muito grande. Participei da Ala de Compositores e tive o prazer de vencer a disputa por cinco anos consecutivos. Também fui diretor musical e doía ver a queda do prestígio da Escola. Logo após o rebaixamento em 2010, um grupo de diretores procurou o ex-presidente e ele entendeu que sua renúncia seria o melhor caminho. Não havia condições de continuar. Assumi a presidência com a minha visão de sambista, acostumado com a bateria, o samba, a harmonia. Confesso que muito pouco entendia da parte administrativa: o barracão, seus funcionários, as contas, a movimentação de recursos... Tive que aprender a lidar com isso muito rapidamente. Não apenas eu, mas todo o time que montei para ajudar a Viradouro a se reerguer.
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GUSTTAVO CLARÃO
O médico que tirou a Viradouro da UTI
RV – Quando você assumiu, quais foram as principais dificuldades que se apresentaram? GC – As dívidas provenientes de processos trabalhistas e atrasos de pagamentos a fornecedores. A Escola estava devendo mais de R$ 5 milhões. Mas, graças a Deus,
falta menos de R$ 1 milhão para que possamos liquidar esse débito. RV – Depois de tomar conhecimento dessa realidade você chegou a pensar que seria melhor desistir? GC – Não, principalmente por causa da comunidade e dos amigos, como
o meu parceiro Rubinho, Adolfo Maia, o Paulo Tenente, o José Glória e muitos outros, que nunca deixaram de me ajudar. O que me desanimava mesmo eram os resultados na Avenida. Fizemos grandes carnavais no Grupo de Acesso, como os de 2011 e 2012, que foram bem superiores ao de 2010, quando estávamos no Especial, mas as notas não eram justas. Isso só melhorou mesmo depois da criação da Lierj, que agora administra todos os grupos de acesso.
“
Se não fosse o apoio da Prefeitura de Niterói nós não estaríamos no Grupo Especial
”
RV – A Prefeitura de Niterói continua apoiando? GC – Sempre. Sabemos que o nível de disputa no Grupo Especial é muito superior ao da Série A e nosso planejamento foi feito para investir todas as verbas que a Escola receberia, procedentes dos Governos Federal, Estadual e Municipal. Alem dessas três fontes que apóiam todas as Escolas de Samba do Grupo Especial, contamos, mais uma vez, com a ajuda da Prefeitura de Niteroi. E isso me possibilita a afirmar o seguinte: se não executarmos 100% de tudo o que o João Vitor planejou para o Carnaval da Escola, pelo menos chegaremos a 95%. Digo isso com toda a convicção.
RV – Na sua opinião, o que é mais importante para um grande desfile: um bom samba ou um bom barracão? GC (rindo) – Se fosse apenas compositor diria que o samba é mais importante e se constitui em mais da metade do caminho para que a Escola tenha um bom desempenho. Mas como presidente, sou obrigado a pensar em outros fatores de grande importância como as alegorias, fantasias, a comissão de frente, por exemplo. O público quer ver espetáculo e isso demanda uma série de coisas. Mas, cá pra nós, por mais bonita e interessante seja a apresentação de uma Escola, se o samba for ruim, incomoda à beça. A gente fica torcendo para aquilo acabar. RV – O ex-presidente Monassa interrompeu uma disputa de samba para reeditar a Festa o Círio de Nazaré. Pode-se dizer que você fez o mesmo na Viradouro? Foi difícil convencer os compositores?... GC – Os compositores foram os primeiros a saber que não haveria a tradicional disputa e foram também
RV – A Viradouro sempre brigou para voltar ao Especial. Você já contava com essa possibilidade e tentava se planejar para quando subisse conseguir atingir o nível de disputa do grupo de elite? GC – Uma coisa de cada vez. Primeiramente, é uma obrigação reconhecer que a ajuda da Prefeitura de Niterói, na pessoa do prefeito Rodrigo Neves, foi fundamental para que a nossa Escola se destacasse na plasticidade. Tínhamos um bom samba, boa bateria, boa harmonia, nossos carros e fantasias também se destacaram. Mas o diferencial foi o conjunto. Sem esse apoio nós não estaríamos no Grupo Especial. viradouro 2015
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Entrevista os primeiros a ouvir o samba. Muitos ficaram emocionados. Expliquei para eles que a maior estrela da Viradouro é a própria Escola. Devemos sempre pensar no que é melhor para ela. E, naquele momento, o melhor seria juntar os dois sambas do Luiz Carlos. Tudo indica que agimos acertadamente. Mas, se Deus quiser, voltaremos aos concursos no próximo carnaval.
“
Se fosse apenas compositor diria que o samba é mais importante do que um grande barracão
”
RV – Quais são as suas expectativas para o desfile? GC – São as melhores possíveis. Pegamos uma Escola toda endividada e, em apenas quatro anos, conseguimos trazê-la de volta para o Grupo Especial. Só tenho a agradecer, agradecer e agradecer. Não quero pedir. Se conseguirmos ficar no Especial, teremos quebrado um tabu, pois nos últimos anos temos visto que todas que sobem, descem. Se chegar entre as seis primeiras, me sentirei campeão do Carnaval. Se chegar em primeiro lugar, eu enfarto (dá uma gargalhada). Seria hipocrisia dizer que a colocação não importa, mas estamos fazendo um Carnaval para deixar comentários muito positivos na Avenida. Com todo o respeito às nossas co-irmãs, saímos
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do zero, mas faremos uma grande apresentação. RV – O presidente da Viradouro é formado em Medicina... GC – É verdade. Cheguei a dar plantão no Hospital da FAB, mas preferi me dedicar à música, tocando, cantando, acompanhando grandes nomes como Luiz Carlos da Vila... RV – Podemos dizer então que você está fazendo uma residência médica na Viradouro para tirar a Escola da UTI? GC (rindo) – O estado de saúde dela já evoluiu 70%, satisfatoriamente. Já deixou os aparelhos, saiu da UTI, está cheia de saúde e quer voltar à vida
normal, que ela levava anteriormente. RV - Por que você optou manter a mesma equipe que atuou na conquista do campeonato da Série A? GC –Tivemos uma grande equipe em 2014, avaliamos todos os quesitos e concluímos o que poderia ser aprimorado, sem mexer em nomes. Reforçamos alguns setores, como bateria e comissão de frente, prestigiamos o carnavalesco, mestre-sala, porta-bandeira. Todos são muito bons e tenho certeza de que ficarão melhores ainda. RV – Você carrega no braço direito a tatuagem de uma partitura musical. Que musica é essa? GC – É uma música minha: “Santa Catarina”, que no sincretismo é Iansã. Sou devoto da santa desde criança. Nasci no bairro Santa Catarina e, da minha casa, podia ver a igreja dela. A letra diz assim... Que santa mais bela/ Que fica no alto daquela capela?/ E cá da janela/ Eu fico olhando/ Sei que também/ Ela fica a me olhar/ Olhar de menino/ Que olha a menina/ Luz que fascina e me faz sonhar/ Catarina ilumina o meu caminhar.
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Viradouro 2015 Viradouro junta duas músicas de Luiz Carlos da Vila e a partir do novo samba cria enredo que exalta a negritude brasileira
A
certeza de levar um grande samba para a Avenida, que motive os componentes, empolgue o público e ofereça qualidade de letra e música quando em julgamento, fez com que o presidente Gusttavo Clarão ousasse como jamais fizera em toda a sua vida de compositor. Ele optou de maneira inédita no Carnaval Carioca, realizar a junção de dois sambas de autoria de um antigo companheiro, Luiz Carlos da Vila, com quem participou de várias rodas de samba e pagode em Niterói. – Eu e o Rubinho (Rubem Vianna, diretor Especial) sempre tivemos a vontade de transformar a música Nas Veias do Brasil em enredo. Mas seria da forma tradicional, transformando-a numa sinopse e deixando com os compositores a missão de criar um samba. A idéia de levar o samba do Luiz Carlos para a Avenida surgiu por acaso, na visita a um amigo, que aconselhou: “Vocês já tem o ouro, que é o samba. Agora, criem um enredo para ele” – lembra o presidente. A idéia foi passada para o carnavalesco João Vitor Araújo, que achou a proposta estranha, apesar de gostar do samba. – Fiquei meio reticente, pois adoro o processo de pesquisar, elaborar a sinopse, trocar idéias com os compositores. Comecei a desenvolver alguns caminhos possíveis, mas mesmo assim achava que o samba estava incompleto – comenta.
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Samb virou e
Faltava alguma coisa
A opinião do carnavalesco voltou a mexer com o lado compositor do presidente. Principalmente quando também ouviu o companheiro Rubinho afirmar que o samba não completava o conceito que se pretendia mostrar no desfile.
Gusttavo conta que aconteceu o segundo estalo. Selecionou uma estrofe de outro samba de Luiz Carlos – Por um Dia de Graça – e perguntou aos dois: – E se a gente colocasse isso aqui... – cantarolou: “Em cada palma de mão, cada palmo de chão...” –
Viradouro 2015 foi aceita e vários se emocionaram quando ouviram Gusttavo cantar à capela o samba de enredo para 2015.
Milton surge como interlocutor
a que nredo imediatamente, os dois concordaram. A junção dos dois sambas geraria o samba de enredo perfeito. No dia seguinte, Gusttavo e Rubinho foram à Liesa para consultar o presidente Jorge Castanheira e o vice Zacarias Siqueira de Oliveira, diretor artístico do CD dos Sambas
de Enredo do Grupo Especial. Dias depois, a Liesa informava que não haveria obstáculos para a pretensão da Viradouro. O próximo passo foi convocar uma reunião com os compositores na quadra do Barreto para anunciar que não haveria concurso. Para surpresa do presidente, a idéia
Para dar maior segurança a João Vitor na condução do desenvolvimento de um enredo baseado na proposta defendida pelos dois sambas, a Viradouro decidiu contratar o pesquisador e carnavalesco Milton Cunha. - Foi um dos maiores desafios que já enfrentei – conta Milton, que já havia produzido diversas sinopses que deram origens a sambas de enredo, mas nunca uma que fizesse o caminho inverso, criada a partir de um samba pronto. Prossegue: Tive seis reuniões com o João Vitor. Logo na primeira, disse a ele: “O carnavalesco é você. Meu papel é harmonizar a proposta do Luiz Carlos da Vila com as tuas idéias. Os sete pilares da criação dele já estão prontos; preciso ajudar que os seus se encaixem com os dele.” Três opções de roteiro foram feitas e da troca de idéias entre os dois surgiu uma quarta.: - À medida que fui desenhando os carros e os figurinos ganhei mais confiança. Já no meio do trabalho tive convicção de que estávamos no caminho certo – frisa João. Além de João Vítor e Milton Cunha, a construção do enredo da Viradouro, contou com a participação do pesquisador Silvio Albuquerque, que trabalhou no gabinete do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa e foi o responsável pela pesquisa e a defesa do enredo da Viradouro no livro Abre-Alas, que é distribuído aos julgadores do Grupo Especial. viradouro 2015
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A palavra é... NEGRITUDE “O samba corre Nas veias dessa pátria-mãe gentil É preciso atitude De assumir a negritude Pra ser muito mais Brasil!”
Personalidades convidadas a desfilar na Viradouro declaram a sua alegria e exaltam a oportunidade de defender o orgulho negro na Avenida
ALEXANDRE HENDERSON Ator e apresentador
Alegria celebrar mais um ano na Passarela com a Viradouro. Escola que já desfilo há alguns anos e pela qual tenho o maior carinho. Que seja um desfile memorável! Estou mais feliz ainda pela celebração do negro na Sapucaí, num momento em que a questão da dignidade e igualdade de tratamento e de oportunidades está em alta na agenda de discussões do nosso país.’
DIOGO SILVA
Atleta, campeão pan-americano de taekwondo Fiquei muito feliz com o convite Viradouro para desfilar. O samba é maravilhoso e participar de uma homenagem aos negros do Brasil é uma grande honra.’
LÁZARO RAMOS
Ator, apresentador, cineasta e escritor Exaltar as qualidades da afrodescendência, exaltar os negros com alegria como o Carnaval faz, já é bom demais. É importante falar da história, da contribuição do negro. Isso
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valoriza a contribuição que esse povo deu ao Brasil. Falar de quem ajudou nosso país é respeitar a nossa História. Acredito que com as cores da Viradouro esse desfile será muito mais especial.’
MILTON GONÇALVES Ator
Acho que o enredo é muito oportuno para o momento em que estamos vivendo, quando 65% da nossa população é de negros. O que me chamou atenção também foi o fato da Escola ter um carnavalesco tão jovem e o único negro no Grupo Especial, com um enredo que narra justamente a trajetória dos negros no Brasil. Achei sensacional!’
PAULA LIMA
Cantora e compositora Fiquei muito feliz com o convite da Viradouro, que volta vibrante ao Grupo Especial homenageando a força do negro brasileiro. É uma honra desfilar na Sapucaí, no Carnaval mais popular e lindo do mundo, com toda a sua tradição. Estou muito feliz.’
Luiz Carlos da Vila ( 21/06/1949 – 20/10/2008 )
O Show Tem Que Continuar
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ascido no bairro de Ramos, Luiz Carlos Baptista se tornaria o compositor e sambista Luiz Carlos da Vila. O nome artístico “da Vila”, adotado em 1977, possui duas explicações: a primeira seria por sua admissão na Ala dos Compositores da Unidos de Vila Isabel, e a outra por ter passado toda a sua vida na Vila da Penha, subúrbio carioca. Frequentador do Cacique de Ramos, ao lado de grandes compositores como Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sereno do Cacique, Sombrinha, Sombra, entre outros, Luiz Carlos da Vila integrava uma geração considerada a “formatadora do samba carioca contemporâneo”. Sua primeira música gravada foi “Graças ao Mundo”, pelo conjunto Nosso Samba, na década de 1970. Seu primeiro disco lançado em 1983, foi produzido por Martinho da Vila. Neste mesmo ano, Beth Carvalho, que se tornaria a artista que mais interpretou suas canções, gravou em seu LP “Suor no Rosto” e “Doce Refúgio”. Desde então as suas composições ganharam várias interpretações. Entre as obras de grande sucesso destacam-se duas interpretadas por Beth: “Nas veias do Brasil”, 1986, e “Além da Razão”, esta última ganhadora do prêmio Sharp de Melhor Samba em 1988. Neste mesmo ano a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel ganhou o seu primeiro campeonato no
Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um Dia de Graça Autor: Luiz Carlos da Vila Adaptação: Gustavo Clarão Intérprete: Zé Paulo Sierra
Grupo Especial com um dos sambas de enredo mais emblemáticos e importantes de todos os tempos, “Kizomba, a Festa da Raça” – e ele foi um dos autores. Outra canção que merece destaque é “Por um dia de graça”, sendo um dos hinos entoados por todo o Brasil na campanha das Diretas Já, em 1984. Entre os parceiros musicais estão Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Moacyr Luz, Aldir Blanc, Gilmar Simpatia, Cláudio Jorge e Wilson das Neves. Entre tantas composições importantes, uma merece destaque por ter sido a música mais gravada de Luiz Carlos da Vila, feita em parceria com Arlindo Cruz e Sombrinha: “O show tem que continuar”. E continua.
Os negros Trazidos lá do além-mar Vieram para espalhar Suas coisas transcendentais Respeito Ao céu, à terra e ao mar Ao índio veio juntar O amor à liberdade
A força de um baobá Tanta luz no pensar Veio de lá A criatividade Em cada palma de mão, Cada palmo de chão Semente de felicidade O fim de toda a opressão, O cantar com emoção Raiou a liberdade Tantos o Preto Velho já curou E a Mãe Preta amamentou Tem alma negra o povo Os sonhos tirados do fogão A magia da canção O Carnaval é fogo
O samba corre Nas veias dessa pátria-mãe gentil É preciso atitude De assumir a negritude Pra ser muito mais Brasil Ôôôô, ôôôô, ôôôô Brasil Copyright: Editora Musical Escola de Samba Ltda
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CARNAVAL 2015 - Domingo, 15/01/2015
Nas Veias
É a Vira em um Dia E se não fossem os negros? Este enredo para o desfile da Unidos do Viradouro 2015 é baseado em dois sambas de autoria do imortal poeta negro Luiz Carlos da Vila, ele próprio, Luiz Carlos, um exemplo clássico da perspicácia e sabedoria populares sofisticadas que nos restaram como sagrada herança desse ébano vitorioso. Canta, então, a Viradouro seu elogio Aos valores da inteligência transcendental dos povos vindos d’África, Valores esses que culminaram por estruturar a nossa alma verde-amarela. Tomando o Brasil como vibrante corpo miscigenado, Aceitamos a tese afirmada nas canções De que nas veias da pátria-mãe gentil circulam os pilares da venturosa negritude; Foi incansável sobrevivência, sempre trocando gás carbônico por oxigênio, Em asfixiante agonia que não a
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matou jamais! Nossa procissão cultiva as sementes da felicidade, Desabrochadas em emocional vascularização da esperança A influência espiritual ramificada ao extremo da nossa sistêmica nação, Que foi se adaptando em destemida corrente E fez o brasileiro catar e juntar em si O que foi espalhado com sabedoria: as qualidades do além-mar! Navegando sobre as ondas do tal pensamento luminoso que enovelam o artista,
Início do Desfile: 21h30 - Concentração: Cedae/ Correios
do Brasil,
douro de Graça!
Por certo, o Brasil seria outro… E desembarcando nas tabas ameríndias, O brilhante legado criativo junta atabaque ao cocar; Faz simbiose entre o pajé e o griot: flechas e altares! Tupis, bantos, guaranis e yorubás testemunhando tupã abraçar oxalá. É no tempo encantado da singular sagração terra brasilis, Quando enraizamos nosso particular baobá. Somos esta corporificação híbrida, uma organicidade única, Onde palmas de mão musicalizam palmos de chão. Somos da linhagem abençoada dos guerreiros que raiam com a liberdade. Um povo de alma negra Porque amamentado na sala da casa grande pelo leite que da senzala vinha. Saudável pela força das mãos de cura do preto velho A balançar misteriosas palavras
de preciosos poderes. No fogão da mãe baiana, em espiritual culinária, Refazemos diariamente os laços culturais temperados pela magia dos ritmos, Paridos em fogoso carnaval…o samba atesta o nosso triunfo! Viradouro brada atitude e muda a estratégia da camélia abolicionista: É mediadora na superação do ressentimento, Ao assumir na escolha das obras do excepcional sambista A beleza de ser miscigenado, O que transformou o Brasil em terra que nunca anda só. A vitória é a reconciliação; a ousadia é viver em paz! Milton Cunha e João Vítor
Acompanhe, nas páginas seguintes, o Roteiro do Desfile da Viradouro
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Setor 1 - Abertura
África Exuberante:
O Reino dos Filhos de Olorum
ALA 01 COMUNIDADE
Povos Africanos Yorubás
COMISSÃO DE FRENTE
O Redescobrimento do Brasil
Uma síntese da História do Brasil segundo a ótica da raça negra. Homens livres são arrancados de sua terra para o trabalho escravo na mineração e na lavoura.
ALEGORIA 01
O Reino de Olorum
Os animais selvagens condensam a força do continente africano. Ilustrando a sofisticação dos Yorubás e Bantos, máscaras rituais expõem a riqueza e o misticismo dos cultos iniciáticos. Mergulhamos em um reino de fartura e tesouros naturais, figurando a coroa da Unidos do Viradouro como símbolo máximo de realeza.
1o CASAL DE MS e PB
Marlon Flores e Alessandra Chagas
África no Coração
Lembranças da terra e da liberdade que ficaram para trás.
GUARDIÕES DO 1o CASAL
O Perfume da Mãe África
TRIPÉ 01
GRUPO PERFORMÁTICO
A Viradouro Pede Axé
O público é convidado a conhecer a África anterior ao período do comércio de escravos. É uma terra imponente, ocupada por reinos suntuosos e animais selvagens. Exu abre os caminhos, mostrando um universo de riqueza e a energia instauradora e renovadora da Vida.
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Girafas
ALA 02 - COMUNIDADE
Povos Africanos Bantos
musa
Isabelle Gianazza
A Raça Africana
Setor 2
Vieram Para Espalhar
Suas Coisas Transcendentais
ALEGORIA 02-A
O Cortejo de Olokum (Cavalos Marinhos)
ALA 03 – DISSE ME DISSE
Respeito ao Fogo
ALA 06 - COMUNIDADE
Respeito ao Céu
ALA 04 - COMUNIDADE
Respeito à Terra
ALEGORIA 02-B
Vieram Para Espalhar Suas Coisas Transcendentais (Navio Negreiro)
Conduzido por Olokum, esse gigantesco cortejo – representado por duas alegorias acopladas – representa a tenebrosa viagem pelo Atlântico. Nos porões do navio, junto com a dor, a saudade e a incerteza, os africanos trouxeram a sua riqueza cultural.
MUSA
Vanessa Bilate
Sacerdotiza de Olorum ALA 07 – REIS DA FOLIA
Respeito ao Mar
ALA 05 – CRIANÇAS
Energia Renovadora - (Ibejada) viradouro 2015
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“Mas quem pensou que a luz se apagou, Se enganou, ela voltou!” GRES Unidos do Viradouro Campeã da Série A – 2014
Estamos juntos, misturados e motivados! 22 viradouro 2015
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Setor 3
O Encontro do Negro com o Índio
A Busca Pela Liberdade
ALA 11 - BATERIA
Os Griots - A Sabedoria Africana
ALA 08 – AMIGOS DO REI
Filhos de Tupã em Busca da Liberdade
ALA 09 - COMUNIDADE
Filhos de Obatalá em Busca da Liberdade
ALA 10 – DOS ARTISTAS
A Sabedoria Indígena
RAINHA DA BATERIA
Raissa Machado
Deusa da Sabedoria
ALEGORIA 03
A Força de um Baobá, Tanta Luz no Pensar...
As forças da Natureza assumem formas humanas, mostrando ao homem que tudo está interligado no ciclo incessante e criativo do tempo: os mundos animal, vegetal e mineral são interdependentes. Lições que africanos cultivavam e somaram às experiências do indígena brasileiro. À sombra do Baobá, Árvore Sagrada, o Griot é o guardião da memória africana.
ALA 13 - COMUNIDADE
Dança da Ancestralidade
MUSA ALA 12 - PASSISTAS
Festa da Espiritualidade 24 viradouro 2015
Carol Nakamura
Sublime Criatividade
Setor 4
Em Cada Palma de Mão,
A – MANIFESTAÇÕES RÍTMICAS
Cada Palmo de Chão ALEGORIA 04
Tantos o Preto Velho Já Curou e a Mãe Preta Amamentou... Tem Alma Negra o Povo...
Pretos Velhos e Mães Pretas, os curandeiros e as amas de leite do nosso Brasil mestiço. A grande negra amamenta um bebê branco, imagem-síntese das complexas relações sociais enredadas entre Casa Grande e Senzala. Aos queridos Pretos Velhos erguemos um altar em louvor: são incontáveis as receitas empregadas nos rituais de cura e purificação (física e espiritual).
ALA 14 – COMUNIDADE
Jongos e Umbigadas
MUSA
Camila Macedo
Flor do Maracatu
MUSA
Luísa Langer B - CURA E AMAMENTAÇÃO ALA 17 COMUNIDADE
ALA 15 – PAIXÃO VERMELHA E BRANCA
O Poder da Cura
Congadas
ALA 16 - COMUNIDADE
O Maracatu
TRIPÉ 02 - Capoeira Misto de dança e luta, a capoeira é um dos mais festejados legados da cultura negra que o Brasil recebeu. Corpos duelam e gingam ao sabor do vento, desafiando a vida e a morte.
ALA 18 COMUNIDADE
Pretos Velhos
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Setor 5
Raízes do Samba.
O Carnaval É Fogo!
ALA 19 – COMUNIDADE
O tempero das Yabás
ALA 21 - COMUNIDADE
ALA 20 – BAIANAS
O Primeiro Samba – Pelo Telefone
Tia Ciata
ALA 22 - COMUNIDADE
Cartola
ALA 23 – DA AMIZADE
Deixa Falar
MUSA
Dani Mello
A Voz do Morro 26 viradouro 2015
2o CASAL DE MS e PB
Kadu e Bárbara Verçosa
Vai Como Pode
Uma volta à origem dos desfiles das Escolas de Samba, homenageando uma das antecessoras da Portela.
ALEGORIA 05
Hoje Tem Samba e Pagode No Morro
É inegável a contribuição dos negros para a consolidação do samba, a razão da nossa existência. No idílico morro da Viradouro, as cores da escola colorem os barracos, os malandros e as cabrochas dançam, as mulatas balançam nos requebrados. Novos quilombos, novos Olimpos, o nosso aplauso aos sambistas e passistas que mantém a chama do Carnaval acesa.
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Setor 6
Nas Veias do Brasil.
É a Raça Negra em Um Dia de Graça. Salve Luiz Carlos da Vila! ALA 27 – VELHA GUARDA
Paz e Igualdade
ALA 26 COMPOSITORES
ALA 24 – IMPERIAL
Herois da Resistência
ALA 25 – ADOLESCENTES
Abolicionistas
Da Vila... Veio a Inspiração Para o Meu Samba musa
Tairine
Brasilidade
ALA 29 – COMUNIDADE
As Cores do Brasil
ALA 28 – COMUNIDADE ALEGORIA 06
É Preciso Atitude de Assumir a Negritude, Pra Ser Muito Mais Brasil Anjos negros se unem a brasões da República e frutos tropicais da terra: eis o cenário para a celebração de um “Dia de Graça”, o triunfo da negritude. Das camélias abolicionistas às lutas contemporâneas, a alegoria sintetiza o espírito do enredo: um manifesto a favor da igualdade material, contra os grilhões de ontem e de hoje, pela afirmação do negro enquanto pilar da sociedade brasileira.
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BumbaMeu-Brasil
MUSA
Mylla Ribeiro
Brasil de Todas as Cores e Raças
Viradouro na Avenida
João Vítor O mais jovem carnavalesco do Grupo Especial:
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“A ousadia me motiva!”
ormado nos barracões das Escolas de Samba, o carioca João Vítor Araújo, 29 anos, faz a sua estreia no Grupo Especial sendo o mais jovem carnavalesco da elite do samba carioca. Já trabalhou ao lado artistas famosos, acompanhou de longe carnavais de outros e, com maturidade, afirma que o seu principal objetivo é respeitar as características da Escola. Revela que o seu grande ídolo, que deu um título à Unidos do Viradouro, em 1997, é Joãosinho Trinta: “Ele não tinha medo de ousar. E isso me motiva” – afirma. A história de João Vítor no Carnaval começou em 2.000, quando tinha apenas 15 anos, e decidiu se aventurar no barracão da Portela, ajudando Alexandre Louzada. Depois, foi para a
Mangueira, onde permaneceu por cinco anos e chegou a ser chefe de equipe. Em 2006, veio para a Viradouro e desde então se especializou como aderecista de fantasias de luxo e designer de figurinos especiais. No ano seguinte, trabalhou na Rocinha, integrando a equipe do carnavalesco Fábio Ricardo; passou mais três anos naquela agremiação, como assistente de Luiz Carlos Bruno.
Retornou à Viradouro em 2012 como diretor artístico, contratado para o Carnaval de 2013, juntamente com Max Lopes. Acabou sendo efetivado como carnavalesco para o desfile de 2014, sagrando-se campeão do Grupo de Acesso Série A e ajudando a Unidos do Viradouro a encontrar o caminho de volta para o Grupo Especial.
Equipes de trabalho BARRACÃO – Diretores – Jadir Correia e Alderico Júnior; Ferragens – Michel; Madeiras – Washington Castelo; Esculturas, Espuma, Pintura de Arte e Movimento – Marlon Cardoso; Eletricista – Rogério; Mecânico – Luiz; Aderecistas – Adriano, Luiz Eduardo, Wellington, Marcelo, Nancir, Quinzinho e Bebel; Fibra e Empastelação – Renato; Efeitos Especiais – Alan; Projetos Gráficos – Renato Silva; e Compras – Thalita Santos. ATELIER – Diretora – Renata Oliveira; Costureira Chefe – Ivone Lima; Chapeleiro – Gustavo Alves; Adereços – João Vítor; e Sapateiro – José.
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Viradouro na Avenida
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Comandada por uma comissão integrada por seis ritmistas de grande talento, que conseguiram chegar à excelência de mestres, a Furacão Vermelho e Branco ensaiou bastante para fazer uma grande apresentação e recuperar o prestígio de ser uma das melhores baterias do Grupo Especial. A Bateria representará Os Griots, A Sabedoria Africana. Entre os seis mestres existe uma mulher: Thalita Santos, que divide as responsabilidades de comando com mestres Herinho, Vini Lemos , Ma-
Seis mestres comandam a Furacão grão, Gabriel Policarpo e Thiago’z. Além de exímios percussionistas, participam
de diversos projetos musicais na vida profissional, alguns com experiência internacional. Trazem
toda a sua bagagem para a Avenida, dispostos a escrever um novo capítulo na história da Furacão.
A voz que embala Niterói
Uma Rainha Pé-Quente A maranhense Raíssa Machado tem a responsabilidade de ocupar o trono que já pertenceu a Juliana Paes e Luma de Oliveira. Sua fantasia será a Rainha da Sabedoria. Mostrando que é “pé-quente”, estreou no posto de rainha no ano passado, quando a Escola conseguiu retornar ao Grupo Especial. Foi naquela oportunidade que descobriu que estava grávida – sua filhinha terá completado pouco mais de um mês no dia do desfile. Raíssa também foi rainha do Carnaval de Niteroi e do Cordão da Bola Preta.
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Outro que também estreou com o pé direito no ano passado foi o cantor Zé Paulo Sierra que, pelo segundo ano consecutivo, será a voz oficial da Viradouro. Além de ter sido campeão, ganhou quase todos os prêmios da crônica especializada como Melhor Intérprete do Grupo A. Zé Paulo já foi cantor da Caprichosos de Pilares e um
dos oficiais da Mangueira. Também já participou do carnaval paulistano, defendendo a X-9. Na Avenida, Zé Paulo terá a a ajuda de Edinho Borges, Matheus Gaúcho e Pitty de Menezes, que reforçam o canto, e o acompanhamento de Cláudio Mattos, Roberto Migans (ambos no cavaquinho) e Wallace Dias (violão sete cordas). A direção musical é do maestro Jorge Cardoso.
Viradouro na Avenida
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A Escola na mente, a África no Coração
azendo parte da abertura do desfile, Marlon Flores e Alessandra Chagas trazem a magia da África livre em seu bailado. A lembrança da liberdade em terras africanas e toda a sabedoria dos povos de lá vêm enraizadas nos corações dos negros escravizados, pois a esperança e a fé não são abaladas. Sempre e sti ver am
guardadas no coração dessa gente. Filho do mestre-sala Marcelinho, ex-São Clemente, e cria da Escolinha de Mestre Manoel Dionísio, Marlon dançará com Alessandra, que começou como porta-bandeira mirim da
Viradouro em 1996. Passou por diversas agremiações e retornou à sua Casa em 2012. No ano passado, Marlon e Alessandra defenderam o pavilhão Vermelho e Branco na vitória que garantiu o retorno ao Grupo Especial.
SEGUNDO CASAL Como parte do 5º Setor de desfile, Kadu (Carlos Eduardo) e Bárbara Verçosa- lembrarão o romantismo dos primeiros desfiles de Escola de Samba do Carnaval Carioca. Representa a “Vai Como Pode”, que deu origem à Portela.
O Show de Abertura
Autor de trabalhos que deixaram a marca de seu talento na Viradouro, entre eles os coringas do Carnaval de 2007 e os homens de gelo, de 2008, o coreógrafo Sérgio Lobato está de volta para comandar a Comissão de Frente. O ex-bailarino e diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro criou e remontou inúmeros espetáculos em diversas cidades brasileiras. Sua próxima atração será “O Redescobrimento do Brasil”, na abertura do desfile. A proposta é recontar a História do Brasil a partir da perspectiva dos negros, reconstruindo o Descobrimento. Mostrar que apesar de escravizados e maltratados, os africanos deixaram uma grande contribuição para a formação cultural do povo brasileiro.
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Viradouro na Avenida HARMONIA E EVOLUÇÃO – Espalhando vibração Os diretores destes dois importantes setores possuem uma função determinante para um bom desfile. São os responsáveis por manter o canto e a vibração dos componentes. Defendendo as notas de dois quesitos, este segmento é o mais próximo da comunidade, e seus integrantes são os principais responsáveis pela alegria e empolgação de todo o contingente. Para manter o nível de qualidade, o trabalho de preparação é feito e estudado meses antes do Carnaval por seus 60 diretores, comandados por Gabriel e Miltinho, e os chefes de setores: Robson, Cláudio, Eduardo, Paloma e Laerte.
PASSISTAS – Dizendo no pé Elas têm um tufão nos quadris e eles trazem um gingado rápido, que rabisca o chão. Com bailado e molejo, a Ala de Passistas da Unidos do Viradouro, coordenada pela diretora Ângela Santos, entrará na Avenida composta por 20 malandros e 35 cabrochas, envolvendo a todos com graça e alegria.
VELHA GUARDA – Preservando tradições Uma Escola de Samba não poderia existir sem a presença de sua Velha Guarda. A Unidos do Viradouro não é diferente e se orgulha da sua, criada no dia 10 de dezembro de 1978. Composta por 70 integrantes, a Galeria da Velha Guarda da vermelha e branca reúne alguns dos fundadores da agremiação, como Jorge Rosa, Osvaldo Areias, Alquiciomides e Maria Auxiliadora. Esta Galeria de Bambas é um segmento sempre atuante nas atividades da Escola e também tem a missão de representá-la em eventos externos. Seus componentes são sinônimos de alegria e sabedoria.
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Viradouro na Avenida ALA DAS CRIANÇAS
Formando novos valores Atuando desde 1989, a Ala das Crianças é a mais tenra semente do Samba. É desses pequenos talentos que se projeta o futuro da Escola. Entre os frutos gerados nesta Ala, destacam-se as porta-bandeiras Alessandra Chagas e Barbara Verçosa, primeira e segunda, respectivamente. Foi de lá que também surgiu Vinícius Lemos, um dos integrantes da Comissão de Bateria. A musa Camila Macedo também deu os seus primeiros passos na Ala das Crianças. Os 80 meninos e meninas são dirigidos por Renan Soares, que possui no seu time de auxiliares ex-integrantes da ala, como por exemplo, Renoah Soares.
ADOLESCENTES Renovando a energia Além da ala das crianças, a Unidos do Viradouro reserva um espaço especial para os sambistas adolescentes. Participam da ala jovens com idades entre 13 e 18 anos. Sempre animada e com muita empolgação, a ala desfila com 80 componentes, coordenados pela diretora Fátima.
ALA DAS BAIANAS - Revivendo Tia Ciata As baianas são as matrizes e mantenedoras das tradições populares do Brasil. São as verdadeiras Mães do Samba, detentoras de ensinamentos, costumes, valores e experiências, transmitidas através das gerações. Dão prosseguimento a um ritual ini-
ciado no começo no século 19, quando Tias Ciata, Bebiana e Perciliana, entre outras, acolheram o Samba em suas casas religiosas, na Peque África instalada junto à Praça Onze. Formam um patrimônio cultural inestimável, que deve ser constan-
temente preservado e reverenciado. As baianas da Viradouro representarão Tia Ciata no desfile. São dirigidas por Dona Cléa e possuem em seu currículo dois Estandartes de Ouro, conquistados nos Carnavais de 1992 e 1998. viradouro 2015 33
Viradouro na Avenida CULTURAL
Reconstruindo a História Criado em julho de 2010, o Departamento Cultural do G.R.E.S. Unidos do Viradouro foi idealizado por jovens torcedores integrantes da escola. A sua proposta foi prontamente aceita pela nova diretoria que entendeu e apoiou a necessidade de se preservar a memória da Escola, a sua manutenção artística e a construção cultural do seu presente. O grupo é composto por seis pesquisadores. São eles: Alexandre Omi, Anderclébio Macêdo, André Lúcio de Oliveira, Leonardo Zarôr, Rodrigo Ferro e Thalita Santos. Os interessados em ajudar na construção do mosaico histórico da Unidos do Viradouro, podem entrar em contato com os integrantes através do e-mail: viradourocultural@gmail.com
MARKETING
Atraindo Novos Parceiros Criado em agosto de 2011, este Departamento tem a missão de reformular a identidade visual da Escola e a busca por promissoras parcerias para a realização de seus carnavais. Integrado por Fabiana Tavares, Gabriel Domenech, Mariana Viana e Thalita Santos, o DM tem como principal objetivo atrair clientes de diversos segmentos ligados à indústria do carnaval, tendo como foco o fortalecimento das marcas envolvidas e a construção de um grande desfile de Carnaval.
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SOCIAL
Organizando a Comunidade Quando assumiu a presidência da Escola em 2011, Gusttavo Clarão começou a identificar dificuldades que afetavam o bom desempenho de diversos setores da agremiação. Entre elas, havia a questão do bem estar daqueles que visitam a quadra e nela buscam momentos de alegria e diversão. Para atender essa finalidade, criou o Departamento Social, que passou a
receber, acomodar e zelar pela segurança e qualidade do serviço prestado aos convidados e frequentadores. Fazem parte deste Departamento: Ângela Paiva, Célia Viana, Dinea Francelina, Elizabeth Netto, José Carlos, Marco Antonio, Maria Luiza Silva, Michelle Oliveira, Nelson Godá, Solange Anchieta, Sonia Maria dos Santos e Sonia Santos.
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História da Viradouro Anderclébio Macedo
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G.R.E.S. Unidos do Viradouro foi fundado em 1946 por Nelson dos Santos, o popular Jangada, que costumava organizar batucadas no quintal de sua casa em Capitão Roseira, no alto do Viradouro. O sucesso foi tanto que Jangada resolveu organizar uma escola de samba. Assim nasceu a Unidos do Viradouro em 24 de junho de 1946. O A Unidos do Viradouro tem esse nome por se localizar onde os bondes “viravam” para retornar ao seu itinerário. Chamavam de rua do Viradouro. Daí a origem do nome. Com o passar do tempo, o número de moradores cresceu, e em 1986, o Viradouro deixou de ser apenas um prolongamento de Santa Rosa, passando a ser considerado como bairro pela Prefeitura de Niterói. Sua trajetória é de sucesso e tem como destaque os seus desfiles de 1991, onde homenageou a atriz e humorista Dercy Gonçalves. Em 1992, homenageou o povo cigano, desfile marcante até hoje na história do Carnaval Carioca e que fez muita gente chorar. Uma vitória que já parecia consolidada, com o apoio vibrante das arquibancadas, acabou se transformando numa grande tristeza, com um incêndio destruindo o carro das geleiras e um belíssimo desfile. Mas a vitória não tardaria. Em 1997 conquistou o título de campeã do Carnaval, com o enredo Treva, Luz, a Explosão do Universo, do carnavalesco Joãosinho Trinta. Ainda sob a batuta do gênio João Trinta levou para a Avenida os enredos Orfeu, o Negro do Carnaval (1998), que foi aclamado pelo público, embora tenha ficado em 5o lugar, e Anita Garibaldi (1999).
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Uma história d Viradouro foi fundada no dia de São João, foi campeã com Joãosinho Trinta e voltou ao Especial com João Vítor
História da Viradouro FOCO NA CULTURA
e Joões
Seus enredos são até hoje os mais diferenciados, contribuindo, principalmente, para o fomento e a valorização da cultura em geral, como a homenagem a Bibi Ferreira (2003), a festa do Círio de Nazaré e toda a cultura paraense (2004), a arquitetura no Brasil (2006), os jogos (2007) e a homenagem a cidade de Niterói (2014), que lhe rendeu o campeonato do Grupo A, e a credenciou para voltar à elite do Carnaval Carioca, o Grupo Especial em 2015. O carnaval foi assinado por João Vítor. Sua trajetória de sucesso, em especial, se deve ao empenho e ao amor da sua comunidade e do seus segmentos, entre os quais se destacam as tradicionais baianas, detentoras de dois Estandartes de Ouro, além, é claro, dos excelentes profissionais que trabalharam pela agremiação nestes anos, entre os quais, Max Lopes, Mauro Quintaes, Joãosinho Trinta, Dominguinhos do Estácio, Paulo Barros, Milton Cunha, Mestre Ciça, Mestre Jorjão, Alexandre Louzada, entre outros. Destacando ainda as personalidades que tem a Viradouro como sua escola do coração, entre eles, Juliana Paes (ex-rainha de bateria), Paulo Gustavo, Leandro Hassun, André Marques, Monique Alfradique (ex-rainha de bateria), a triatleta Fernanda Keller, Vanessa Giácomo, Sophie Charlotte, entre outros. viradouro 2015 37
Nossa Gente Irmãs de Samba
Destaque de Chão
A Galeria de Velha Guarda da Unidos do Viradouro é um capítulo à parte na história da agremiação. Dela fazem parte duas figuras inseparáveis e adoráveis, que estão sempre juntas e de braços dados. São as queridas e carismáticas Vó Luiza, 89 anos, e Vó Lizete, 87 – ou como elas mesmas gostam de serem chamadas: ‘Irmã Branca e Irmã Preta’. De sorriso fácil e falante, Vó Luiza costuma cumprimentar com um beijo e um abraço. Vó Lizete é um pouco mais tímida, mas não menos carinhosa. As “irmãs” inseparáveis personificam o símbolo da Escola, mãos e raças unidas, sem distinção. Unidas pelo o amor e a amizade, amor ao samba, amor à Viradouro.
Passista da Escola há oito anos, Viviane de Assis, 34 anos, a Vivi, tem apenas 1,23 m de altura mas sabe sambar muito bem. Solteira e mãe de um filho de 13 anos, a auxiliar de produção diz já ter enfrentado preconceito dentro e fora do Carnaval, mas que aprendeu a lidar com a situação de forma simples e natural. Apaixonada pelo samba, Vivi não deixa de sonhar e quer alcançar postos mais elevados na Escola. No desfile desse ano ela será destaque de chão e virá à frente da segunda ala, que representa o povo banto — povo longilíneo, da África Subsaariana. Todos os componentes deste setor medem, no mínimo, 1,80 m de altura e terão Vivi como uma espécie de mascote.
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Vira-Vira Nada é nada
Na ponta do pé
Depois do 13 lugar no desfile de 1996, o presidente José Carlos Monassa pediu que o carnavalesco Joãosinho Trinta tivesse mais cuidado com nas entrevistas aos jornais. Temia que Viradouro ficasse mais exposta do que já estava. Não adiantou. João com o seu gênio polêmico, declarou a um jornal carioca que estava construindo um abre-alas que era o Nada. E desafiava os julgadores: “Como é que eles vão dar notas ao Nada? O Nada é nada, ora!” Monassa quase enfartou. Mas, com o Nada abrindo o desfile, a Escola foi campeã do Carnaval de 1997.
A bailarina, professora de dança e coreógrafa Luciana Yegros é responsável pela criação de todas as coreografias que serão apresentadas nas alegorias e em algumas alas da Viradouro. No Carnaval de 2014, Luciana comandou a comissão de frente e, agora, assume a direção artística da agremiação, fazendo da dança mais um canal de comunicação com o público.
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Rio Niteroi A Unidos do Viradouro desfilou pela primeira vez no Rio de Janeiro em 1964, e em 1965 foi convidada para participar dos desfiles em comemoração aos 400 anos de fundação da Cidade do Rio de Janeiro. Este ano, durante a festa dos 450 anos da Cidade Maravilhosa, a Escola fará o seu 30o desfile consecutivo no Carnaval Carioca, desde 1986. Nos seus 68 anos de existência, conquistou 18 títulos em Niteroi e quatro no Rio, sendo um deles no Grupo Especial.
Azul e Rosa As cores originais da Viradouro eram azul e rosa, em homenagem a Nossa Senhora Auxiliadora, que também é padroeira da agremiação – alem de São João Batista. A mudança de cores ocorreu a partir da década de 1970, quando a Escola vinha de um jejum de campeonatos e também por ter dificuldades de encontrar tecidos das mesmas qualidade e tonalidade, desde o fechamento da fábrica de tecidos Matarazzo.
O diretor do espetáculo Há 25 anos na Escola, Wilson Polycarpo assume mais uma vez a Direção de Carnaval. Sua trajetória começou em 1991, desfilando em ala de comunidade. Desde 1997 passou a acumular a função de chefe de setor . Com a mudança de diretoria em 2010, Wilson passou a ser o responsável pela organização de desfile da Viradouro – missão que se torna mais importante e complexa a cada ano . viradouro 2015 39
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Roteiro do desfile
SETOR 1 – ÁFRICA EXUBERANTE
O REINO DOS FILHOS DE OLORUM
Comissão de Frente - O Redescobrimento do Brasil 1o Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira - África no Coração (Marlon Flores e Alessandra Chagas) Guardiões do 1o Casal - O Perfume da Mãe África Tripé 01: A Viradouro Pede Axé Ala 01: Comunidade – Povos Africanos – Yorubás Musa: Isabelle Gianazza – A Raça Africana Musa: Vivi Assis Ala 02: Comunidade – Povos Africanos – Bantos Grupo Performático: Girafas Musa: Isabelle Gianazza – A Raça Africana Alegoria 01 (Abre-Alas) – O Reino de Olorum
SETOR 2 – “VIERAM ESPALHAR SUAS COISAS TRANSCENDENTAIS”
Ala 03: Disse Me Disse – Respeito ao Fogo Ala 04: Comunidade – Respeito à Terra Ala 05: Crianças – Energia Renovadora (Ibejada) Ala 06: Comunidade – Respeito ao Céu Ala 07: Comunidade – Respeito ao Mar Musa: Vanessa Bilate – Sacerdotisa de Olokum Alegoria 02 A – O Cortejo de Olokum (Cavalos Marinhos) Alegoria 02 B – Vieram para Espalhar Suas Coisas Transcendentais (Navio Negreiro)
SETOR 3 – O ENCONTRO DO NEGRO COM O ÍNDIO – A BUSCA PELA LIBERDADE
Ala 08: Amigos do Rei – Filhos de Tupã em bisca da liberdade Ala 09: Comunidade – Filhos de Obatalá em bisca da liberdade Ala 10: Artistas – A Sabedoria Indígena Rainha da Bateria (Raissa Machado) – Deusa da Sabedoria Ala 11: Bateria – Os Griots, A Sabedoria Africana Madrinha dos Passistas (Ângela Santos) – Espírito Guerreiro Madrinha dos Passistas (Vanessa Moreti) – A Força dos Ancestrais Ala 12: Passistas – A festa da Espiritualidade Musa: Carol Nakamura – Sublime Criatividade Alegoria 3 – “A Força de um Baobá, Tanta Luz no Pensar”
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SETOR 4 – “EM CADA PALMA DE MÃO, CADA PALMO DE CHÃO”
As Manifestações Ritmicas Ala 14: Comunidade – Jongos e Umbigadas Ala 15: Paixão Vermelha e Branca – Congadas Ala 16: Comunidade – O Maracatu Musa: Camila Macedo – Flor do Maracatu Tripé 02: Capoeira Cura e Amamentação Ala 17: Comunidade – O Poder da Cura Ala 18: Comunidade – Pretos-Velhos Musa: Luísa Langer – A Cura Espiritual Alegoria 4 – “Tantos o Preto Velho Já Curou e a Mãe Preta Amamentou... Tem Alma Negra o Povo”
SETOR 5 – RAÍZES DO SAMBA – “O CARNAVAL É FOGO” Ala 19: Comunidade – O Tempero das Yabás Ala 20: Baianas – Tia Ciata Ala 21: Comunidade – O Primeiro Samba... Donga, Pelo Telefone Ala 22: Comunidade – Cartola 2o Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Vai Como Pode (Kadu e Barbara Verçosa) Ala 23: da Amizade – Deixa Falar Musa: Dani Mello – A Voz do Morro Alegoria 5 – Hoje Tem samba e Pagode No Morro
SETOR 6 – NAS VEIAS DO BRASIL, É A RAÇA NEGRA
EM UM DIA DE GRAÇA.SALVE LUIZ CARLOSDA VILA!
Ala 24: Imperial – Heróis da Resistência Ala 25: Adolescentes – Heróis Abolicionistas Ala 26: Compositores – Da Vila... Veio a Inspiração Para o Meu Samba Ala 27: Velha Guarda – Paz e Igualdade Musa: Tairine – Brasilidade Ala 28: Comunidade – Bumba-Meu-Brasil Ala 29: Comunidade – As Cores do Brasil Musa: Mylla Ribeiro – Brasil de Todas as Cores e Raças Alegoria 6 – “É Preciso Atitude de Assumir a Negritude, Pra Ser Muito Mais Brasil”
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