Informativo LIERJ - Fevereiro 2014 - Ano 6 - Nº 8 - Distribuição gratuita
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ÍN DICE ERJ esidente da LI pr do ra av al P da LIERJ 05 ce-presidente vi do m ge sa 06 - Men LIESA de do Rio presidente da do ão ex efl Turismo da cida R de 08 al ci pe Es o Série A Secretári uistar o título da nq co 11 - Recado do em am samba sonh 12 - Escolas de Hora 14 - Em Cima da carepaguá 16 - União de Ja os da Rocinha 18 - Acadêmic á de Jacarepagu 20 - Renascer ra ed P Porto da 22 - Unidos do Tuiuti 24 - Paraíso do o de Belford Rox 26 - Inocentes errano 28 - Império S 32 - Tradição Zona Sul 34 - Alegria da arque Curicica 36 - União do P os de Pilares 38 - Caprichos Viradouro 40 - Unidos do Sá 42 - Estácio de de Santa Cruz os 44 - Acadêmic Padre Miguel 46 - Unidos de o ao Sambódrom os do Cubango am eg ch os ic ór 48 - Acadêmic aleg como os carros cnicos 51 - Descubra nos ensaios té m ha il br A ie ér emoções S 52 - Escolas da os recheado de an 30 a et pl m o co 54 - Sambódrom ário da folia ntro do calend de r po e qu Fi 57
Editor-chefe: Ralph Guichard / MTB: 33498/RJ Coordenação geral: Higor Amaral Fotografia: Barbara Alejandra, Diego Mendes e Riotur Textos: Ralph Guichard Diagramação e projeto gráfico: Green House Ltda. Designer: Fábio Alex Jr. Arte da capa: Ricardo Neves Colaborações: Antonio Pedro Figueira de Mello, Déo Pessoa, Jorge Castanheira e Renato Thor Agradecimentos: AESCRJ, AESM-RIO, AMI7, Governo do Estado do Rio de Janeiro, LIESA, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, RIOTUR, SETUR e TV Globo Representantes Comerciais: Brasília: Seven BSB Representação - Tel.: (61) 3321-4304 - sonia@sevenbsb.com.br São Paulo: Montichel Assessoria - José Carlos Montichel - Tel: (11) 98689-5747 - montichel@globo.com Minas Gerais: R8 Comunicação - Tel.: (31) 3245-4060 - roberto.santos@r8com.com.br Impressão: Ediouro | Tiragem: 60.000 exemplares Contato: imprensa@lierj.com.br | Marketing: mkt@lierj.com.br
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Distribuição gratuita
Informativo da LIERJ - Ano 6 - Número 8 - Fevereiro de 2014
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Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Duas noites de festa em 30 anos de Sambódromo O brilho da Sapucaí será mais intenso neste Carnaval com os desfiles das escolas da Série A e os 30 anos de espetáculos realizados no maior palco de samba da Terra. Desde que foi inaugurada pelo ex-governador Leonel Brizola, em 1984, a Passarela Professor Darcy Ribeiro proporciona grandes eventos ao público. Pelo segundo ano, a Lierj apresenta duas noites de alegria e esplendor com os desfiles, desta vez, de 17 agremiações. Foram 12 meses de intensa preparação e superação para levar à avenida o sentimento de milhares de pessoas envolvidas. Uma vitória, ainda, fora da pista, por conta das dificuldades que assolam as escolas. Além da questão financeira, muitos profissionais montam os desfiles em barracões que estão longe da condição ideal de trabalho. Mesmo após o Carnaval, vamos seguir em um ritmo intenso de trabalho, em busca da valorização da maior festa popular do planeta. Vamos lutar para que venham melhorias que possam gerar dignidade cultural para todos os sambistas, além de um espetáculo cada vez mais digno de sua atenção e prestígio. Viva o Carnaval e curta a festa!
Déo Pessoa Presidente da LIERJ
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Foto: Barbara Alejandra
UM CARNAVAL FEITO PARA O POVO Ao longo de todo o ano, milhares de profissionais dedicam tempo e conhecimento em prol das escolas de samba. Ferreiros, artesãos, chapeleiros, figurinistas, aderecistas, pintores, eletricistas, carnavalescos e muitos outros artistas da folia não poupam esforços para apresentar um Carnaval mágico ao público. Na Série A, as escolas de samba desfilam enredos marcantes na sexta-feira e no sábado de folia. Baterias apresentam ritmos empolgantes, fazendo com que os espectadores levantem dos seus lugares e soltem a voz com sambas-enredo de variadas características. Uns mais cadenciados, outros intensos, porém, todos com um único objetivo: provocar a alegria no povo. E a população carioca não pode ficar fora dessa festa. Os artistas do espetáculo precisam do apoio das arquibancadas. Todos sonham em ver os trabalhos aplaudidos e saudados por espectadores apaixonados pelo samba. Para isso, a Lierj não mediu esforços e repetiu os preços populares de 2013. Por apenas R$ 10, o sambista passa a fazer parte da festa acompanhando tudo bem de perto no dia escolhido. A energia passada pelo apaixonado público é o combustível necessário para que a escola funcione de forma adequada na Passarela do Samba. Nada melhor do que aplaudir aquelas pessoas que atuaram com bastante garra durante tanto tempo. Aproveite os desfiles! Sambe, cante, pule, aplauda e sinta-se parte do espetáculo! Afinal de contas, o Carnaval é feito para o povo! Renato Thor
Vice-presidente da LIERJ
LIGA DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO Presidente: Déo Pessoa Vice-presidente: Renato Thor Presidente do Conselho Deliberativo: Antônio Marcos Teles (Tê) Membros do Conselho Deliberativo: César Thadeu Vinheiro / Olivier Luciano / Jorge Honorato Gomes / Otávio Paranhos / Marcus Almeida Membros do Conselho Fiscal: Carlos Gustavo Coutinho da Silva / Murilo Marques / Marcos Antônio Pereira de Souza Diretor Jurídico: José Carlos Pereira de Almeida Diretor-secretário: Luiz Felippe Fonseca Diretor de Carnaval: Moacyr Barreto Diretor de Comunicação: Ralph Guichard Consultor de Marketing: Higor Amaral Colaboradores: Adriana Reed, Ricardo Neves e Rodrigo Amaral Rua Beneditinos, 10 - salas 702 e 703 - Centro - Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20081-050. Telefone: (21) 2223-0915 Site: www.lierj.com.br | Facebook: www.facebook.com/lierj | Twitter: www.twitter.com/lierjcarnaval
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OLIA. VÁ DE SUPERVIA. CAIA NA F
Conheça a programação da SuperVia para o Carnaval e vá de trem. Sábado (01/03), domingo (02/03), segunda (03/03) e terça (04/03)
Programação especial Bola Preta (01/03)
No sábado, a operação será com a programação de sábados. Nos outros dias, a operação seguirá a programação de domingos.
No sábado (01/03), também teremos programação especial para ida e volta do Bola Preta:
Além disso, nas madrugadas dos 4 dias teremos trens extras paradores e com ar condicionado. Embarques somente na Central do Brasil:
IDA: Para ida ao bloco, trens extras partirão de Santa Cruz às 07h53, 08h23 e 08h43 e de Japeri às 07h38 e 07h59.
Ramal
Partidas da Central do Brasil
Japeri
23h (dia anterior)*, 01h, 03h e 05h
Santa Cruz
22h (dia anterior)*, 00h, 02h e 04h
Saracuruna
21h e 23h (dia anterior)*, 01h, 03h e 5h**
*Na sexta-feira (28/02), a operação seguirá a programação de dias úteis. **No sábado (01/03), este horário será atendido pelo trem da grade horária (05h10).
VOLTA: Trens extras partirão da Central do Brasil conforme demanda de passageiros.
Quarta-feira (05/03)
A operação seguirá a programação de trens para os dias úteis com alguns ajustes. Para conhecer a programação completa, acesse nosso site ou ligue para o SuperVia Fone.
SuperVia Fone 0800 726 9494 www.supervia.com.br facebook.com/superviaRJ @SuperVia_trens
Mensagem da Liesa
A busca pelo acerto é árdua. Por vezes, marcada por alguns erros de avaliação ou de execução. Mas quando o objetivo é algo maior, supera-se. Este tem sido o pensamento em relação ao trabalho que vem sendo desenvolvido, em parceria, pela Prefeitura, pela Lierj e pela Liesa: a valorização dos desfiles do grupo de acesso. Foi assim no Carnaval passado, quando se decidiu unir os antigos grupos de acesso A e B num só espetáculo, abrindo os desfiles no Sambódromo na Sexta-Feira de Carnaval. Sabiase que o número de agremiações era elevado. O regulamento estabeleceu a queda de três escolas, com o acesso de apenas uma para iniciar a redução do número de competidores. O objetivo sempre foi o de alcançar a valorização da agora denominada Série A. Um grupo mais forte, mais qualificado, que ao classificar sua campeã para o Grupo Especial encaminhe uma Escola com condições de competir e firmar-se na elite do Carnaval carioca. As escolas da Série A têm sofrido com diversos problemas. A falta de recursos talvez seja o maior deles. Esta situação de desconforto, porém, é superada com brilho e qualidade pela criatividade dos artistas e o empenho das diretorias e componentes. Outra questão a superar é onde desenvolver os trabalhos de barracão, preparar os seus desfiles. As obras que estão alterando a região portuária impuseram graves problemas às agremiações, que já perderam e perderão seus barracões e se veem obrigadas a improvisar para realizar os trabalhos necessários. É importante que a administração pública perceba que um Carnaval forte, em todos os seus grupos, é bom para a cidade pois gera turismo, empregos e renda. Assim sendo, torna-se imprescindível a busca por um novo local que possa abrigar a Cidade do Samba 2, contemplando as Escolas da Série A e também as Escolas Mirins. A dedicação de todas as agremiações nos faz ter a certeza de que estamos no caminho certo. Talvez sejam necessários pequenos acertos de rumo, mas a meta a seguir é uma só: melhorar, a cada ano, a qualidade dos espetáculos apresentados na Passarela do Samba.
Foto: Diego Mendes
Bom Carnaval a todos.
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Jorge Castanheira Presidente da Liesa
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Chegou a hora,
Foto: Pedro Kirilos/Riotur
é carnaval!
Cada coração carioca, seja ele nascido aqui ou apenas escolhido o Rio como seu lugar, bate o ano inteiro na contagem regressiva pela chegada do período mais animado do ano. Em 2014, com a festa em março, a expectativa e a animação são ainda maiores. Para os 918 mil turistas que devemos receber neste período, a experiência é ainda mais intensa: passar o carnaval no Rio é um sonho de consumo, uma unanimidade para qualquer viajante. Blocos tomam conta de toda a cidade, bailes carnavalesco ocupam a programação das casas noturnas, tem festa nas praças e nos coretos, mas todo mundo sabe que a cereja desta doce festa é mesmo o desfile das escolas no Sambódromo. Este ano, então, os desfiles terão um sabor ainda mais especial: a Passarela do Samba, grande responsável por consolidar o nosso carnaval como a maior festa popular do planeta, completa 30 anos de excelentes serviços prestados à cultura carioca. E desde o ano passado, com a junção dos grupos A e B em um único Grupo de Acesso, o espaço ganhou uma noite a mais de desfiles na sexta-feira. Tinha tudo para dar certo – e deu! Com a diversão ampliada e, ainda, com o absoluto sucesso de público e de organização, o formato de quatro noites de desfiles se consolidou e também manteve a transmissão televisiva. Na quadra de cada escola, um pequeno exército de amantes do samba, formado por pessoas de formações mais diversas, trabalha duro nos pequenos detalhes enquanto conta as horas para o grande momento chegar. Carnavalescos, bailarinos, costureiras, marceneiros, diretores de ala, encarregados de empurrar os carros alegóricos pela Passarela do Samba contam os minutos que faltam para entrar na Marquês de Sapucaí com o pé direito e o samba da escola na ponta da língua, na certeza que seu empenho é parte da força motriz que transforma o carnaval carioca no maior espetáculo da Terra. Seja bem-vindo, entre no clima e aproveite: a festa está só começando! Antonio Pedro Figueira de Mello Secretário Especial de Turismo 07 11
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Foto: Raphael David/Riotur
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DE
ESCOLAS SAMBA DISPUTAM O TÍTULO DA SÉRIE A
O sonho de levar para a comunidade o tão esperado troféu de campeã da Série A do Carnaval carioca está cada vez mais presente nos componentes das 17 agremiações que fazem parte da Lierj. Junto com o prêmio, o grande vencedor de 2014 terá o direito de disputar o Grupo Especial em 2015. Após o desafio de criar um novo modelo de desfiles, a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro pretende promover um espetáculo cada vez mais atrativo aos foliões. Em 2013, a entidade conseguiu consolidar a junção dos antigos grupos de acesso A e B, formando uma única chave dividida em dois dias de apresentações no Sambódromo. A fórmula fez tanto sucesso que foi bastante elogiada por espectadores e críticos especializados. Assim como no último ano, cada agremiação terá entre 45 e 55 minutos para atravessar a Passarela do Samba. Todas terão o direito de levar entre duas e quatro alegorias para abrilhantar as exibições. Um dos carros poderá, ainda, ser acoplado.
E novidades também não faltam no regulamento de 2014. A fim de facilitar o transporte dos carros alegóricos dos barracões para o Sambódromo e, de quebra, promover um visual mais limpo dos desfiles, está proibida a utilização de qualquer tipo de tripés, inclusive na comissão de frente. Dessa forma, coreógrafos serão desafiados a promover criativamente o quesito de uma maneira diferente do habitual. Além disso, as reedições também ganharam uma atenção especial. Quem quiser colocar na Sapucaí um samba-enredo que já foi utilizado em carnavais passados terá que ficar, no mínimo, dois anos sem utilizar o recurso. A vencedora da Série A, que sobe para o grupo da Liesa em 2015, será conhecida na apuração da Quarta-feira de Cinzas. As três últimas colocadas serão rebaixadas para o Grupo B da AESCRJ. Confira nas páginas seguintes todos os detalhes sobre cada agremiação.
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Em 1976, a escola de samba Em Cima da Hora marcava o Carnaval do Rio de Janeiro com um samba-enredo considerado por especilistas como um dos mais poéticos da história. Mais de três décadas depois, a obra do compositor Edeor de Paula volta ao Sambódromo através de uma reedição do enredo “Os Sertões”. “Marcado pela própria natureza”, o carnavalesco Marco Antônio tem na obra musical a trilha sonora perfeita para mostrar a vida do homem do Sertão. Com o sofrimento da seca, o povo luta para cultivar em um solo difícil, aonde plantas acabam morrendo. Os animais também não possuem vida fácil, uma vez que falta alimentação. Outro episódio lembrado será a Guerra de Canudos, que aconteceu no século XIX”. No interior da Bahia, o líder sócioreligioso Antônio Conselheiro reúne um grupo de sertanejos e ex-escravos para a margem do rio Vaza-Barris. O fato irritou fazendeiros e outros setores da sociedade da época, que influenciaram no envio do Exército Brasileiro, que acabou travando um confronto armado. Com a mesma garra dos jagunços, que lutaram até o final naquela guerra fatal, a comunidade de Cavalcante quer garantir uma boa colocação na Série A. Será o retorno da agremiação, que venceu o Grupo B em 2013, à Marquês de Sapucaí.
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Foto: Diego Mendes
“Os Sertões”
Informações técnicas G.R.E.S. Em Cima da Hora Sexta-feira, dia 28 de fevereiro 1ª a desfilar 21h Concentração: Correios Presidente: Heitor Fernandes Endereço da quadra: Rua Zeferino da Costa, 556 Cavalcante Fundação: 15 de novembro de 1960 Cores: Azul e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Marco Antônio Diretor de Carnaval: Júlio César (Julião) Diretor de Harmonia: Gilberto Cabeça Rica Mestre de bateria: Zumbi Rainha de bateria: Domynick Mello Mestre-sala e porta-bandeira: Luís Augusto e Shaiene Coreógrafo da comissão de frente: Jardel Augusto Lemos Classificação em 2013: 1º (Grupo B)
Alas: 24
SAMBA-ENREDO Autor: Edeor de Paula Intérpretes: Antônio Carlos e Arthur Franco
Marcado pela própria natureza O Nordeste do meu Brasil Oh! Solitário sertão De sofrimento e solidão A terra é seca Mal se pode cultivar Morrem as plantas e foge o ar A vida é triste nesse lugar
Foi no século passado No interior da Bahia O Homem revoltado com a sorte Do mundo em que vivia Ocultou-se no Sertão Espalhando a rebeldia Se revoltando contra a lei Que a sociedade oferecia
Sertanejo é forte Supera miséria sem fim Sertanejo homem forte Dizia o Poeta assim
Os Jagunços lutaram Até o final Defendendo Canudos Naquela guerra fatal
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A vida do negro africano é recheada por muita cultura, arte e, principalmente, pela grande superação. Com muito respeito e exaltação, a União de Jacarepaguá apresenta no Carnaval de 2014 um pouco da tradição da população do continente. O carnavalesco Jorge Caribé recria no desfile a terra dos Yorubás, ventre do mundo, cheia de forças ancestrais. O tema mostra o surgimento de Omolara, filho do criador. Depois, exibe como Ododua delega poderes aos Orixás, que recebem a incumbência da proteção dos homens, animais e tudo o que estiver ao redor. A apresentação também marca as cores das roupas africanas, a dança e a música do continente. Isso sem contar os rituais e a fé de grande parte do povo, que usa os costumes religiosos para vencer doenças. A cura de muitas delas, inclusive, acontece por meio de ervas medicinais, cujos conhecimentos são passados entre diferentes gerações. Além disso, a União de Jacarepaguá mostra que o Candomblé é a religião no Brasil com semelhanças aos Yorubás, cultuando a luta da velha mãe África. A agremiação ressalta, ainda, o acolhimento sem restrições de gênero, cor ou classe social. Dessa forma, sem preconceitos, a verde e branca da Zona Oeste quer mostrar que todos são, na verdade, filhos de Olorum. Tudo para que o samba demonstre cultura e ajude a pregar a união entre as pessoas.
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Foto: Raphael David/Riotur
“OS YORUBÁS, A HISTÓRIA DO POVO NAGÔ”
Informações técnicas G.R.E.S. União de Jacarepaguá Sexta-feira, 28 de fevereiro 2ª a desfilar Entre 21h45 e 21h55 Concentração: Balança Presidente: Reinaldo Bandeira Endereço da quadra: Est. Intendente Magalhães, 445 Campinho Fundação: 15 de novembro de 1956 Cores: Verde e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Jorge Caribé Diretor de Carnaval: Ney Lopes Diretores de Harmonia: Márvio Araújo, Herico Marcelo e Tatiana Rodrigues Mestre de bateria: Marcus Vinicius Rainha de bateria: Ana Luiza Raffide Mestre-sala e porta-bandeira: Rogério Junior e Natália Monteiro Coreógrafo da comissão de frente: Alexandre Henriques Classificação em 2013: 15º
Alas: 21
SAMBA-ENREDO Autores: Alexandre Valle, Girão, Ivanisia, James Bernardes, Mariano Araújo e Neyzinho do Cavaco Intérprete: Tiganá
África! Negro é o sangue desse chão Terra dos Yorubás Cabaça da vida que acolhe a criação Em meus animais sagrados Por meu povo cultuados Sinto a presença de meus ancestrais Sou lanceiro, guerreiro Feiticeiro e caçador Sim, sou filho do “awô”! Tem batuque, tem magia (ôi!..), a noite inteira O negro canta, na dança levanta poeira E nos braços de “Olocum”, cruzei o mar Com as bençãos de meus Orixás Na fé em “Olorun”, a liberdade O nosso “ylê axé” virou realidade
“Ayê Lujara, Omnira!” Mãe baiana recebia no terreiro de iaiá Só assim, sinto novamente aquele abraço Entre os irmãos aquele laço Sem preconceito e sem distinção Sou Candomblé, sou brasileiro e sambista Todas as cores e tribos na pista Numa só voz e num só coração Ao som do tambor, meu sangue é Nagô Canta, União! Jacarepaguá vem exaltar A nação Yorubá!
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A Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste, vem se tornando cada vez mais um paraíso para viver e passear no Rio de Janeiro. O local é o tema do enredo da Acadêmicos da Rocinha deste ano, que leva para a Sapucaí um pouco das características marcantes de lá. Desde criança, muitas pessoas possuem preferências bem específicas por escolas de samba, times de futebol e, até mesmo, por bairros. Com o objetivo de mudar uma visão “bairrista” que alguns possuem contra a Barra, o carnavalesco Luiz Carlos Bruno mostra que o local pertence, na verdade, a todos os moradores da cidade, que podem aproveitar um paraíso entre águas verdes, lagoas, areais e florestas. Além da beleza natural, o bairro também se destaca pela variedade de comércio existente, oferecendo às várias classes sociais diversas facilidades. Foi exatamente por isso que acabou ganhando o apelido de “Miami brasileira”. A fim de misturar com estilo o rock de um famoso festival de música que acontece na região com o samba, a Rocinha sonha em empolgar os foliões. Para isso, nada como mostrar que a distância entre o bairro e o Sambódromo só existe no mapa. Na prática, a alegria será a chave para unir moradores e turistas.
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Foto: Tata Barreto/Riotur
“Do paraíso sonhado, um sonho realizado. Sorria, a Rocinha chegou à Barra”
Informações técnicas G.R.E.S. Acadêmicos da Rocinha Sexta-feira, 28 de fevereiro 3ª a desfilar Entre 22h30 e 22h50 Concentração: Correios Presidente: Darlan dos Santos Endereço da quadra: Rua Berta Lutz, 80 São Conrado Fundação: 30 de março de 1988 Cores: Azul, verde e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Luiz Carlos Bruno Diretor de Carnaval: Jorge Mariano Diretor de Harmonia: Caju Mestre de bateria: Maurão Rainha de bateria: Carla Prata Mestre-sala e porta-bandeira: Douglas Valle e Dandara Coreógrafo da comissão de frente: Isnard Manso Classificação em 2013: 5º
Alas: 21
SAMBA-ENREDO Autores: Alexandre Naval, Anderson Benson, Flavinho Segal, F Maria, J do Taxi, Leandro RC, Marcelinho e Mauricio Amorim Intérprete: Leléu
Borboleta voa Vamos viajar Neste sonho de criança Vou transpor um túnel e me encantar Visão de tanta beleza Faz o Sol se apaixonar Verde esmeralda na onda a bailar No espelho da água o céu quis se olhar Lagoas que adocicam a boca do mar Vem pra cá... Há nova era... Amor De norte a Sul, modernidade e esplendor Oh meu São Pedro, preciso me mudar O paraíso é aqui neste lugar
Voando vou fazendo o meu destino... Entre alamedas de concreto Tenho tudo em um só lugar A emoção toma conta de mim Uma alegria que não tem mais fim Barra... Recebe o mundo soberana Dá esse orgulho a quem te ama Eu quero me achar no seu amor A medalha no meu peito Faz neste bairro perfeito Um vencedor... Tem rock no meu samba... Rocinha Vou pra gandaia com a minha princesinha Nesta “Miami” já fiquei “lelé da cuca” Sorria! Você está na Barra da Tijuca
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Um samba no pé e uma
ideia na cabeça. Criatividade será a base do desfile da Renascer de Jacarepaguá em 2014. Tudo para saudar um grande mestre da arte: o cartunista Lan.
Nascido
na
Itália,
Lanfranco Vaselli tem o coração carioca, já que veio para a cidade em 1952. Adepto do candomblé, atuou em grandes jornais do país, sempre com trabalhos marcantes.
E como um bom habitante
da terra do Carnaval, da mulata e do futebol, usou as paixões para demonstrar todo o talento nos cartuns. Se o Flamengo joga no Maracanã, veste a camisa para torcer. O mesmo ocorre quando a Portela desfila no Sambódromo: amor tão grande quanto as belas mulheres que retrata no papel. Tudo isso será representado através do trabalho do carnavalesco Marcus Ferreira.
Com a Renascer como
lápis de cera, milhões de cores prometem desenhar a vida do artista na Sapucaí. Afinal, um fiel baluarte do samba verdadeiro como Lan merece receber todas as honrarias possíveis.
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Foto: Raphael David/Riotur
“Olhar caricato. Simplesmente, Lan!”
Informações técnicas G.R.E.S. Renascer de Jacarepaguá Sexta-feira, 28 de fevereiro 4ª a desfilar Entre 23h15 e 23h45 Concentração: Balança Presidente: Antônio Carlos Salomão Endereço da quadra: Avenida Nelson Cardoso, 82 Tanque Fundação: 2 de agosto de 1992
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Marcus Ferreira Diretor de Carnaval e Harmonia: Claudio Dominicina Mestre de bateria: Dinho Santos Rainha de bateria: Gabriela Bayerlein Mestre-sala e porta-bandeira: Thiago Mendonça e Amanda Poblete Coreógrafo da comissão de frente: Fabio Batista Classificação em 2013: 8º
Cores: Vermelho e branco Alas: 20
SAMBA-ENREDO Autores: Claudio Russo e Moacyr Luz Intérpretes: Diego Nicolau e Evandro Malandro
Um samba no pé e uma ideia na cabeça Compor pra você bamba de traços geniais Que viu nascer a raiz de toda história E desbotou na flor de antigos carnavais A benção mãe baiana, africana devoção O leite das mucamas batizou teu folião
Do vira-lata ao doutor No sol de cada manhã O Rio de Janeiro é todo Lan! Simplesmente olhar caricato Retrato da gente, cavaco e pandeiro Na linha de frente por um estandarte Fiel baluarte do samba verdadeiro
É colombina do desfile principal A irmã mais bela, corpo escultural
Valeu... Sou Renascer de Jacarepaguá Sou lápis de cera Milhões de cores Pra te desenhar
Favela, o mar de Ipanema, a linda morena, a inspiração... Flamengo jogando domingo Mulata bolindo no seu coração A bateria parou pro atabaque de Ogãn O Rio de Janeiro é todo Lan!
O Elan de cada personagem Damas, malandragem à mesa do bar Chama o povo da Portela Nesta passarela pra homenagear
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O Carnaval do Rio de Janeiro é definido, em termos de julgamento, através de dez diferentes quesitos. De todos, um é defendido por dois profissionais, que não poupam esforços para conquistar uma nota dez e encantar o público. São exatamente os casais de mestre-sala e porta-bandeira os homenageados no desfile da Unidos do Porto da Pedra neste ano. A origem da dança dessa dupla tão especial para cada escola de samba será contada pelo carnavalesco Leandro Valente com muita desenvoltura. O mestre-sala e a porta-bandeira são encarados como dádivas, possuindo a responsabilidade de conduzir o pavilhão da agremiação. E nada como homenagear esses guerreiros da folia levando os próprios artistas para a avenida. A escola convidou diversos componentes das principais agremiações da cidade, ainda em atividade, e outros que marcaram época nos desfiles de Carnaval. Chegou o momento deles aproveitarem o clima da Sapucaí sem aquela tensão de precisar executar os movimentos com perfeição, sendo avaliados por jurados. Com a cidade inteira e a Porto da Pedra aos pés de cada mestre-sala e portabandeira presentes, o valor da dança do casal vai ser exaltado no Sambódromo. Assim, no dia da apresentação, mais um caso de amor com o Carnaval será revelado.
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Foto: Raphael David/Riotur
“Majestades do samba: os defensores do meu Pavilhão!”
Informações técnicas G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra Sexta-feira, 28 de fevereiro 5ª a desfilar Entre 0h e 0h40 Concentração: Correios Presidente: Fábio Montibelo Endereço da quadra: Rua João Silva, 84 Porto da Pedra - São Gonçalo Fundação: 8 de março de 1978 Cores: Vermelho e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Leandro Valente Diretores de Carnaval: Comissão Diretor de Harmonia: Amauri de Oliveira Mestre de bateria: Barrão Rainha de bateria: Bianca Leão Mestre-sala e porta-bandeira: José Roberto e Thaís Romi Coreógrafo da comissão de frente: Márcio Moura Classificação em 2013: 9º
Alas: 18
SAMBA-ENREDO Autores: Bira, Wilson Bizzar, Eric Souza, Duda SG, Marcio Rangel e Alexandre Villela Intérprete: Anderson Paz
Oh! Majestades do samba e do meu pavilhão No manto sagrado carregam a emoção Rainha que herdou toda a nobreza E a sutileza que dos bailes despontou Mesmo com as marcas que a dura vida traz O seu encanto não se desfaz O gingado dessa raça, o meu rei guerreiro tem Cultuado nas senzalas, herança dos ancestrais É essência da mãe África, terra dos seus orixás Desce o morro e vem pro asfalto Toma de assalto o meu coração Me rendo à beleza da sua leveza É dia de festa! É coroação!
Um toque de mãos, um gesto no olhar A doce harmonia da cumplicidade Suor pela arte em defesa das cores Sustentando estandartes de tantos amores Nobres casais sob a proteção dos guardiões Alma da minha escola, No altar do samba, orgulho e paixão Pro amanhã... Fonte de inspiração Mas é claro que existe a mão divina a conduzir Esse samba bailado em cortejo na Sapucaí Entre sorrisos e lágrimas, vamos aplaudir Meu tigre convida a bailar Hoje toda realeza é um caso de amor A cidade inteira à seus pés Exaltando seu valor
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Em 1988, a Unidos de Vila Isabel fazia história no Carnaval do Rio de Janeiro ao apresentar um desfile marcante no Sambódromo. Agora em 2014, o Paraíso do Tuiuti quer reviver esse episódio, através de uma reedição do enredo “Kizomba Festa da Raça”. Sob a trilha sonora consagrada de Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila, o carnavalesco Severo Luzardo quer emocionar o público mais uma vez. O tema mostra que a Declaração Universal dos Direitos do Homem vale como um ideal comum a ser atingido por todos os povos, sem a distinção de indivíduos. A partir daí, o público pode observar momentos de alegria, com as danças e estilos culturais de origem africana, assim como a batalha de protagonistas na luta contra a escravidão e outros regimes racistas, como Zumbi dos Palmares, no Brasil, no século XVII, e Nelson Mandela, que não poupou esforços até o fim do Apartheid, na África do Sul, na década de 90. Agora convocando toda a massa para acompanhar mais um espetáculo na Passarela do Samba, a comunidade do Tuiuti chega com objetivos muito claros: colocar todo o público para cantar, vibrar e sambar. Tudo para mostrar que o Carnaval congraça gente de todas as raças numa mesma emoção.
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Foto: Tata Barreto/Riotur
“Kizomba - Festa da Raça”
Informações técnicas G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti Sexta-feira, 28 de fevereiro 6ª a desfilar Entre 0h45 e 1h35 Concentração: Balança Presidente: Jorge Honorato Endereço da quadra: Rua São Luiz Gonzaga, 1.612 São Cristóvão Fundação: 5 de abril de 1954 Cores: Azul e amarelo
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Severo Luzardo Filho Diretores de Carnaval: Leandro Azevedo e Jorge Honorato Diretor de Harmonia: André Rambo Mestre de bateria: Ricardinho Rainha de bateria: Pamela Santos Mestre-sala e porta-bandeira: Vinícius e Jaqueline Coreógrafo da comissão de frente: João Suassuna e Narielli Nunes Classificação em 2013: 13º
Alas: 23
SAMBA-ENREDO Autores: Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos Da Vila Intérprete: Daniel Silva
Valeu Zumbi O grito forte dos Palmares Que correu terras céus e mares Influenciando a Abolição Zumbi valeu Hoje a Vila é Kizomba É batuque, canto e dança Jogo e Maracatu Vem menininha pra dançar o Caxambu Vem menininha pra dançar o Caxambu Ô ô nega mina Anastácia não se deixou escravizar Ô ô Clementina O pagode é o partido popular Sacerdote ergue a taça Convocando toda a massa Nesse evento que congraça Gente de todas as raças Numa mesma emoção
Esta Kizomba é nossa constituição Esta Kizomba é nossa constituição Que magia Reza ageum e Orixá Tem a força da Cultura Tem a arte e a bravura E um bom jogo de cintura Faz valer seus ideais E a beleza pura dos seus rituais Vem a Lua de Luanda Para iluminar a rua Nossa sede é nossa sede De que o Apartheid se destrua (Valeu)
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Nem sempre uma artista
repleta de talentos recebe o reconhecimento
das
novas
gerações. A fim de corrigir uma dessas injustiças, a Inocentes
de Belford Roxo apresenta ao mundo, através do desfile na
Marquês de Sapucaí, a trajetória de Joaquina Maria da Conceição
Lapa, uma cantora que fez história na música clássica nacional.
Figura
marcante
do
século XIX, a artista misturou a herança africana com o erudito,
de origem europeia. Negra em uma época aonde o preconceito racial
era
predominante,
arrancava aplausos de públicos
conceituados para a sociedade daquele tempo.
Para mostrar essa verdadeira
jóia da história artística brasileira, o carnavalesco
Wagner
Gonçalves
pretende criar uma verdadeira ópera na avenida, regada, é claro, com muita
festa. O objetivo é encantar os foliões
mostrando que o samba também pode ser uma linda sinfonia.
Assim,
a
escola
de
samba da Baixada Fluminense relembra com gratidão a aptidão de Joaquina, que ultrapassou as
fronteiras
e
chegou
até
Portugal. Tudo para mostrar que nem mesmo o preconceito é
páreo para tanta determinação e conquistas.
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Foto: Patricia Santos/Riotur
“O triunfo da América: o canto lírico de Joaquina Lapinha”
Informações técnicas G.R.E.S. Inocentes de Belford Roxo Sexta-feira, 28 de fevereiro 7ª a desfilar Entre 1h30 e 2h30 Concentração: Correios Presidente: Reginaldo Ferreira Gomes Endereço da quadra: Av. Boulevard, 1741 Parque São Vicente - Belford Roxo Fundação: 11 de julho de 1993 Cores: Azul, vermelho e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Wagner Gonçalves Diretor de Carnaval: Waldir Gomes Diretor de Harmonia: Saulo Tinoco Mestre de bateria: Washington Paz Rainha de bateria: Laura Keller Mestre-sala e porta-bandeira: David Sabiá e Fernanda Love Coreógrafo da comissão de frente: Patrick Carvalho Classificação em 2013: 12º (Grupo Especial)
Alas: 19
SAMBA-ENREDO Autores: Tico do Gato, Cláudio Russo, Altamiro, Hélio Porto, Chiquinho do Bar, Abílio Mestre Sala, Almir Há Há, Juruno Zona Sul, Manelão, Paulo, Ricardo Barbosa, Sidney Pinto e Vinícius Ferreira Intérprete: Ciganerey
Maria Mineira Hoje os tambores anunciam Tão belas notas que me guiam Da pioneira voz de um lugar Herança lições culturais Viajam com seus ancestrais Liberta a luz da razão em cordas vocais Reluz feito oração, um esplendor, a sua música Unindo o piano ao tambor Forjando um futuro de paz A margem que se revelou O encanto se faz Desfrutando talento, venceu preconceitos Cobrou seus direitos, superou desafios Seguiu seu destino, mostrando ao mundo O valor de uma mulher (Aplaudida de pé)
Concerto da lança e a lira Conserto o meu conceito de inspiração A voz de Joaquina sai de Vila Rica E ganha o mundo então. Lisboa aplaudiu, o sonho brilhou O príncipe ouviu a noticia ecoou Oh! Negra mulher Na expressão da sua arte quem diria É inocente a magia, no ritual de louvação Na ópera do povo, eu quero ser feliz de novo O seu triunfo agora, no meu coração Mulata da Lapa sua voz encantou Meu samba é uma linda sinfonia Bateria tocou na cidade do amor Esse é o tom que contagia
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Diz a tradição cristã que, após o nascimento de Jesus, três Reis Magos fizeram uma visita ao menino levando como presentes o incenso, o ouro e a mirra. Neste Carnaval, porém, o trio convoca o reinado da Serrinha para levar pandeiros, tamborins e agogôs em um novo cortejo, desta vez rodeados pelo mar e por montanhas. Um pouco da história da cidade de Angra dos Reis estará presente como o cenário do reizado no enredo do Império Serrano deste ano. Para retratar o município, o carnavalesco Eduardo Gonçalves conta com a apaixonada legião de imperianos. Sempre com muita festa, o tema mostra a crença predominante da localidade e os diferentes estilos culturais. A história também será abordada desde os tempos em que o famoso quilombo foi formados nas terras de Santa Rita do Bracuí. Por lá, os mesmos homens que criavam calos nas mãos para cortar cana-deaçúcar tinham o dom de rimar, versar histórias, contos e cantos do bravo cotidiano que viviam. Com muita saudação à rainha do mar, Melchior, Baltazar, Gaspar e toda a nação imperiana usufruem de Angra como o cenário para um belo espetáculo preparado com carinho para o público da Marquês de Sapucaí.
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Foto: Raphael David/Riotur
“Angra com os Reis”
Informações técnicas G.R.E.S. Império Serrano Sexta-feira, 28 de fevereiro 8ª a desfilar Entre 2h15 e 3h25 Concentração: Balança Presidente: Átila dos Santos Gomes Endereço da quadra: Rua Ministro Edgard Romero, 114 Madureira Fundação: 23 de março de 1947 Cores: Verde e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Eduardo Gonçalves Diretor de Carnaval: Pedro Arídio Diretor de Harmonia: Cosme Márcio Mestre de bateria: Gilmar Rainha de bateria: Beth Raposo Mestre-sala e porta-bandeira: Alex Marcelino e Bárbara Falcão Coreógrafo da comissão de frente: Bete Spinelli e Ivan Reis Classificação em 2013: 3º
Alas: 22
SAMBA-ENREDO Autores: Paulinho Valença, Henrique Hoffmann, Popeye, Filipe Araújo, Victor Alves, Tião Pinheiro, Juliano Centeno e Beto do Império. Participação especial: Roberto Vilaronga Intérprete: Clóvis Pê
Odoyá, Iemanjá! Abençoe a nossa corte do samba Angra é o cenário do encontro do Reisado Com o maior Império de bambas! A grande festa de amor e fé vai começar As cores cintilantes da bandeira a boa nova vem anunciar Palhaços, Cantadores, Dançarinos, Reis Magos da Folia A beleza das flores colorindo o chão pro Deus menino Ofertando alegria, entoando louvores Seguindo o cortejo, posso ouvir o toque do agogô Emoção em verde e branco O reizinho de Madureira chegou
Abre a roda do terreiro, Tem batuque na festança É o Jongo da Serrinha Povo “nego” e sua dança A mão que cortava cana bate o tambor, (oô) Mãe preta benze essa “peça” aí É filho quilombola, é negro guerreiro de Bracuí Pela trilha do ouro, viajar Mergulhar no paraíso, na essência A harmonia da montanha com o mar Energia a despertar, a consciência.
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O ano de 1976 marcou o primeiro título de uma gigante do Carnaval carioca na elite da folia: a Beija-Flor. A fim de homenagear a coirmã, a Tradição entra na Passarela do Samba neste ano fazendo uma releitura do enredo “Sonhar com Rei dá leão”. O primeiro trabalho do saudoso Joãosinho Trinta em Nilópolis será recriado na escola de Campinho pelo carnavalesco Orlando Júnior. O tema faz uma brincadeira com os significados dos sonhos e como as pessoas usam essas fantasias na vida real. Além disso, o desfile faz uma viagem no tempo e chega ao ano de 1870, mostrando ao público o surgimento do antigo Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, criado por Barão de Drummond, no atual bairro de Vila Isabel. Foi lá que, para manter o local, o dono resolveu inventar o chamado “Jogo dos Bichos”, aonde um quadro com a figura de um animal era coberto e, todos os dias, era sorteado o número de um bilhete de entrada, premiando uma pessoa. A ideia fez grande sucesso e ajudou na compra de outras espécies de animais como atração. Com o espírito campeão da Beija-Flor, a Tradição pisa na Passarela do Samba querendo contagiar o público de tal forma que todos apontem a escola como o “palpite certo” para a Série A. Tudo isso “saudado pela majestade, o samba”.
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Foto: Dhavid Normando/Riotur
“Sonhar com Rei dá leão”
Informações técnicas G.R.E.S. Tradição Sábado, dia 1º de março 1ª a desfilar 21h Concentração: Correios Presidente: Nésio Nascimento Endereço da quadra: Estrada Intendente Magalhães, 160 Campinho Fundação: 1º de outubro de 1984 Cores: Azul e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Orlando Júnior Diretor de Carnaval: Samuel Gasman Filho Diretor de Harmonia: Leandro Germano Mestre de bateria: Leo Rainha de bateria: Raphaela Nascimento Mestre-sala e porta-bandeira: Thuan Matheus e Joana Falcão Coreógrafo da comissão de frente: Breno de Souza Classificação em 2013: 16º
Alas: 21
SAMBA-ENREDO Autor: Neguinho da Beija-Flor Intérprete: Marquinhos Silva
Sonhar com anjo é borboleta Sem contemplação Sonhar com rei dá leão Mas nesta festa de real valor Não erre, não O palpite certo é Beija-Flor (Beija-Flor) Cantando e lembrando em cores Meu Rio querido, dos jogos de flores Quando o Barão de Drummond criou Um jardim repleto de animais Então lançou Um sorteio popular E para ganhar Vinte mil réis com dez tostões O povo começou a imaginar... Buscando No belo reino dos sonhos Inspiração para um dia acertar
Sonhar com filharada É o coelhinho... Com gente teimosa Na cabeça dá burrinho E com rapaz Todo enfeitado O resultado, pessoal É pavão ou é veado
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Já cantava Dick Farney: “Copacabana, princesinha do mar / Pelas manhãs tu és a vida a cantar”. Admirado por cariocas e turistas, o bairro de Copacabana recebe diariamente diversas homenagens. Uma delas, inclusive, toma conta da Marquês de Sapucaí neste Carnaval através da Alegria da Zona Sul, que traz o local como tema principal da folia. A comissão de Carnaval da escola mostra a história da região desde a origem do nome. Copacabana, que já se chamou Sacopenapã, vem de Nossa Senhora de Copacabana, padroeira do local. Um bispo católico, inclusive, acreditava que a santa havia salvado pescadores durante um naufrágio por lá. Mais tarde, já no século XIX, o bairro passou a conviver bem de perto com a arte, uma vez que virou a principal morada de artistas franceses, que chegaram ao Rio com a missão de transformar a cidade. Em conjunto, também surgiram diversos vendedores, que ofereciam os trabalhos artísticos nas ruas. Hoje um cartão postal do Brasil, com diversos cinemas, teatros e, é claro, uma praia bela e acolhedora, Copacabana também “cai no samba”. Foi exatamente no bairro que ocorreu a fundação da Alegria da Zona Sul, que retribui as boas energias no desfile de 2014 da Série A.
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Foto: Tata Barreto/Riotur
“Sacopenapã”
Informações técnicas G.R.E.S. Alegria da Zona Sul Sábado, dia 1º de março 2ª a desfilar Entre 21h45 e 21h55 Concentração: Balança Presidente: Marcus Vinícius de Almeida Endereço da quadra: Rua Saint Roman, 176 Copacabana Fundação: 28 de julho de 1992 Cores: Vermelho e branco Alas: 26
Carros alegóricos: 04 Carnavalescos: Flávio Mello, Leandro Mourão & Eduardo Minucci Diretor de Carnaval: Flávio Mello Diretores de Harmonia: Maurício Dias, Robson e Gilberto Mestre de bateria: Esteves Rainha de bateria: Veronice de Abreu Mestre-sala e porta-bandeira: Feliciano Júnior e Eliana Fidellys Coreógrafo da comissão de frente: Handerson Big Classificação em 2013: 14º
SAMBA-ENREDO Autores: Marcio André Filho, Gabriel Fraga, Adelson, Virgínia, Edvander, Telmo Augusto e Edmilton Di Bem Intérprete: Edmilton Di Bem
O céu abençoou A expedição que aqui chegou E a tribo do Império Inca Por Sacopenapã se encantou Nas ondas da ambição Veio a santa padroeira Kopakawana és das águas soberana De um milagre veio a devoção de um povo Por tanta fé o bispo te emancipou E lá do alto sua igreja ganhou fama Que batizou esse lugar Copacabana
Estrelas, brilham nas telas a iluminar Poeta, a lua sempre vai te acompanhar Chão de poesias, canções, boemias Um drink, um banquinho e um violão Princesa, eterna paixão É praia, é Sol, curtição No teu centenário nasce a Alegria Canta Galo, Pavãozinho e Pavão Um mar de fantasia, um banho de emoção Para este sonho ser real Nossa escola campeã do Carnaval
Eu vou na arte de Debret No bonde com você Atravessar o túnel da evolução No Palace... o luxo e o requinte à francesa Do Forte contemplar a natureza
Odoya, Karoque, Orunmilá Trago oferendas à rainha Yemanjá
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O Brasil é um país que se orgulha de muitas qualidades. Uma delas vem da arte na produção de uma bebida admirada com entusiasmo por moradores e turistas. Com muita descontração, a União do Parque Curicica aborda a cachaça como tema em 2014. O carnavalesco Mauro Quintaes conta no desfile que a cachaça passou por várias transformações ao longo dos anos. Era doce, por exemplo, e virou aguardente. Sendo assim, pode ser considerado o combustível certo para muitas inspirações. Com a história que vai da exploração da cana pelos portugueses, na chegada ao Brasil, até a Revolta da Cachaça, que ocorreu no século XVII, a bebida foi virando protagonista de acontecimentos marcantes. O mesmo acontece em religiões, que utilizam a cachaça em rituais. Por fim, nada como terminar em festa. Variações da bebida estão presentes em comemorações juninas e festivais, como o quentão e a caipirinha. Dessa forma, com o samba a começar, basta pedir ao garçom para trazer a “marvada”. Tudo no embalo da Curicica!
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Foto: Alexandre Macieira/Riotur
“Na garrafa, no barril... Salve a cachaça, patrimônio cultural do Brasil!”
Informações técnicas G.R.E.S. União do Parque Curicica Sábado, 1º de março 3ª a desfilar Entre 22h30 e 22h50 Concentração: Correios Presidente: Kátia Paz Endereço da quadra: Rua Arauá, 385 Curicica Fundação: 1º de março de 1993 Cores: Vermelho, azul e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Mauro Quintaes Diretor de Carnaval: Jeferson Carlos Diretor de Harmonia: Paulo Santos Mestre de bateria: Lolo Rainha de bateria: Alessandra Mattos Mestre-sala e porta-bandeira: Wanderson Sodré e Mara Rosa Coreógrafo da comissão de frente: Helder Sátiro Classificação em 2013: 12º
Alas: 20
SAMBA-ENREDO Autores: Claudio Russo, Bola, Pitbull, Dudu da Tijuca, Zé Luis, Washington Motta, Junior Bebezão, Thiago Silveira, Fael Cachinho e Vagner Silva Intérprete: Ronaldo Ylê
Cana... Fonte de riqueza desta terra Era verde virou ouro e aguardente A mistura sagrada e profana Deu samba... De Portugal aportou e colonizou Trouxe a escravidão Fez o negro plantar e a moenda girar Não pode parar a produção O verde do Nordeste dá o tom No engenho atraiu a cobiça Depois que a garapa fermentou Acalma a alma, o corpo e a fé Na senzala ou no arrasta pé Pro solitário que está na multidão A branquinha é pura paixão
Pingou a danada cachaça Trazendo ressaca pra coroa imperial Se tornou feitiço, pro índio um susto Esta água é fogo, é coisa de bruxo Mineração... Nova ilusão Aquece o barroco na arte das mãos Brasil inconfidente, independente varonil O marafo dá força à nação É São João... Festança Quero beber Paraty E misturar com limão Cachaça não é água não Bate o tambor que o samba vai começar Alô garçom traz a “marvada” pra cá E se tem cachaça o povo fica O povo fica... No embalo da Curicica
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Quem gosta de cultura
popular e vem ao Rio de Janeiro não pode deixar de visitar a Lapa. Uma prévia do que acontece no lugar está presente no enredo da Caprichosos de Pilares, que leva para a avenida trabalhadores, casas noturnas e frequentadores da região.
Retratar um pouco das
extensas atividades do local é a missão do carnavalesco Amauri Santos, que tenta conduzir a agremiação da Zona Norte ao título da Série A. Assim, nada como a saudável malandragem que toma conta das casas de shows e bares da região para mostrar o verdadeiro samba no pé que contagia a comunidade.
De
quebra,
em
meio
ao cenário de lazer, que reúne artes,
dança
e
música
em
variados estilos, o público passa a conhecer, ainda, curiosidades históricas. Os famosos Arcos da Lapa, por exemplo, surgiram com o objetivo de transportar água, funcionando como um aqueduto.
Com boemia no ar, a
Caprichosos chama o povo para curtir a estrela da noite. Afinal de contas, nada como sentir o clima da “tribo” multicultural em forma de Carnaval.
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Foto: Tata Barreto/Riotur
“Dos malandros e das madames: Lapa, a estrela da noite carioca”
Informações técnicas G.R.E.S. Caprichosos de Pilares Sábado, dia 1º de março 4ª a desfilar Entre 23h15 e 23h45
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Amauri Santos Diretor de Carnaval: Alex Fab Diretores de Harmonia: Marcos Mendes e Claudio da Vovó
Concentração: Balança
Mestre de bateria: Alexandre Brandão
Presidente: Cezar Thadeu
Rainha de bateria: Aline Riscado
Endereço da quadra: Rua Faleiro, 1 Pilares Fundação: 19 de fevereiro de 1949 Cores: Azul e branco
Mestre-sala e porta-bandeira: Diego Falcão e Jaqueline Gomes Coreógrafo da comissão de frente: Hélio Bejani Classificação em 2013: 6º
Alas: 22
SAMBA-ENREDO Autores: Jorginho Moreira, Frank, Rafael Gigante, Victor Rangel, Max Colonna e Edinho de Pilares Intérprete: Thiago Brito
“Encontrei no “cenário” mais belo da inspiração, “Pilares” da história que marcam esse “chão” A força do negro ergueu um “arco” de fé Abençoado por águas de Oxum, legado de axé Sob a luz divina, “trilha” a familia real A evolução chegou “Bordou” e “pintou” carnaval Em nosso cais senhores do mar Um “trago” a mais, desejo no olhar Nos cabarés, requinte à francesa “Jogavam” a paixão com “ás” cartas na mesa Deixa serenar São treze ruas pra se encantar Um bate-papo informal à mesa de um bar
Em tom musical, “show” de emoção É a “tribo” multicultural num só coração A Lapa ainda mais bela iluminando a poesia Faz o mundo se encontrar Nos degraus da “escadaria” “Passeio” na história a um passo da “glória” E posso dizer no pé, salve “Zé”! Malandro na roda não leva rasteira Mesmo “Madame”, na ginga não fui de bobeira Tem boemia ao Luar Se a Caprichosos chamar eu vou Lapa a nossa estrela Que a noite eternizou
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O Rio de Janeiro é conhecido por uma vasta história, formada por personagens marcantes e por uma beleza natural de dar inveja a qualquer localidade do mundo. Bem perto da Cidade Maravilhosa está Niterói, um município composto por uma população apaixonada pelo samba e pelo Carnaval. É exatamente essa relação entre os dois vizinhos ilustres, separados apenas por uma ponte, que será contada na Marquês de Sapucaí pela Unidos do Viradouro. Para criar a plástica do desfile, a agremiação aposta todas as fichas na criatividade do jovem carnavalesco João Vitor Araújo. É ele quem mostra, através das fantasias desenhadas e alegorias projetadas, o tempo em que o território era ocupado pelos índios. Quando as terras são invadidas por tamoios e franceses, surge a figura de Araribóia, da tribo Temiminó, responsável por liderar a batalha de resistência e expulsão dos rivais. O sucesso, conquistado após uma aliança com os portugueses, rendeu ao homem um terreno no outro lado da Baía de Guanabara. O espaço foi crescendo e passando por transformações até virar “Nictheroy”. Agora já consagrada pela arte e pela cultura dos teatros e museus, Niterói verá, ao lado do irmão Rio, uma impactante homenagem da filha Viradouro. Tudo para que o orgulho da Cidade Sorriso reluza em sucessos no Sambódromo carioca.
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Foto: Tata Barreto/Riotur
“Sou a terra de Ismael,‘Guanabaran’ eu vou cruzar... Pra você tiro o chapéu, Rio eu vim te abraçar”
Informações técnicas G.R.E.S. Unidos do Viradouro Sábado, dia 1º de março 5ª a desfilar Entre 0h e 0h40
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: João Vitor Araújo Diretor de Carnaval: Wilson Polycarpo Diretores de Harmonia: Gabriel Sequeira e Miltinho Souza
Concentração: Correios
Mestre de bateria: Pablo
Presidente: Gusttavo Clarão
Rainha de bateria: Raissa Machado
Endereço da quadra: Av. do Contorno, 16 Barreto - Niterói Fundação: 24 de junho de 1946 Cores: Vermelho e branco
Mestre-sala e porta-bandeira: Marlon Flores e Alessandra Chagas Coreógrafo da comissão de frente: Luciana Yegros Classificação em 2013: 2º
Alas: 22
SAMBA-ENREDO Autores: Dudu Nobre, Diego Tavares, Zé Glória, Paulo Oliveira, Dilson Marimba, Junior Fraga, D. Oliveira, Willian Neves, Arlindo Neto e L.C. Intérprete: Zé Paulo Sierra
Anauê Guaraci raiou no horizonte Lá onde a água se esconde Índio guerreiro lutou Araribóia venceu Sopra a brisa do tempo em seu chão Trilhos da história, evolução Clareou do Barão, a ousadia Se vilarejo, foi um dia Ganhou nobreza em seu brazão
Que trago o sorriso no rosto Contemplando a natureza Divina gentileza floresceu Na fé, vai a embarcação O Sol refletido no mar Caminhos que o mestre traçou Se curvam ao meu cantar Elo do amor não se desfaz Ponte que une esperança e paz Me leva aos grandes Carnavais
Tem arte do samba no pé Nesse palco o artista quem é? Pode apostar sou eu (Sou eu, Sou eu)
Orgulho de ser Niterói Reluz no Rio, o meu tesouro De braços abertos, olhai por nós Canta Viradouro
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O Rio de Janeiro passa por uma fase de grandes transformações, uma vez que o progresso vem chegando e o local sediará eventos esportivos importantes, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Para o Carnaval de 2014, a Estácio de Sá selecionou uma parte da Cidade Maravilhosa dotada de muita história e importância cultural para mostrar no Sambódromo: a Região Portuária. O carnavalesco Jack Vasconcelos conduz o tema desde os tempos das Grandes Navegações, quando os portugueses chegaram ao local acreditando ser a foz de um enorme Rio. As ações de piratas e corsários franceses também não serão esquecidas, sendo devidamente carnavalizadas na Sapucaí. E o Porto carioca foi ganhando cada vez mais importância. De lá saíam e chegavam as principais mercadorias, que movimentavam o comércial do território. Ao redor, ruas, ladeiras e praças foram sendo povoadas, ligando áreas como o Morro da Conceição, a Prainha, a Pedra do Sal e a Gamboa. Com o tempo, acabou virando também palco de grandes lutas políticas, como a Revolta da Chibata. Até que a modernidade chega e as obras revitalizam a região. E assim, com o sopro do vento no mar, a Estácio de Sá chega para transformar a Passarela do Samba em um porto de alegria.
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Foto: Tata Barreto/Riotur
“Um Rio à Beira-Mar: Ventos do passado em direção ao futuro...”
Informações técnicas G.R.E.S. Estácio de Sá Sábado, 1º de março 6ª a desfilar Entre 0h45 e 1h35 Concentração: Balança Presidente: Leziário do Nascimento Endereço da quadra: Rua Salvador de Sá, 204/206 Estácio Fundação: 12 de agosto de 1927 Cores: Vermelho e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Jack Vasconcelos Diretores de Carnaval: Marcão, Roni, Junior Escafura e Nelsinho Diretores de Harmonia: Marcos Alexandre e Julinho Fonseca Mestre de bateria: Chuvisco Rainha de bateria: Luana Bandeira Mestre-sala e porta-bandeira: Daniel e Alcione Coreógrafo da comissão de frente: Tony Tara Classificação em 2013: 4º
Alas: 22
SAMBA-ENREDO Autores: China do Estácio, Thiago Daniel, Jorge Lopa, Guto Smuk, Filipe Medrado, Renato Pinto, Eduardo Moreira e Ricardo Basile Intérpretes: Leandro Santos e Dominguinhos do Estácio
Ah, a cada história que essa brisa conta Busquei no fundo dos meus sentimentos Tesouros mergulhados na memória Marejando em ondas, cruza a Guanabara Vem aportar em nosso chão Comércio se instalou, o negro aqui chegou Com fé venceu a escravidão Desembarcou a família Real São novos ares, jardim tropical E a semente do samba Ressoa na Pedra do Sal
Entre becos e vielas, favela! Meu povo mais perto do céu Livre da chibata, orgulho da raça Afirmando seu papel E bota-abaixo, vai levantar poeira É de Pereira, “passos” da criação E bota abaixo, já levantou poeira “Bem no compasso” e na garra do meu Leão Cai a noite, a boemia namora o luar Nos braços da vida, se entrega ao prazer “É terna” Praça Mauá!
Firma a gira no batuque, babalorixá Incorpora a negritude no terreiro de Alabá
O vento soprou no mar Trazendo a esperança... Estácio de Sá! Berço do samba em poesia Que maravilha é um Porto de alegria
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O interior paulista vai cair no samba com a Acadêmicos de Santa Cruz no Sambódromo carioca. A cidade de Jundiaí será a grande homenageada pela comunidade da Zona Oeste no enredo deste ano. A comissão de Carnaval da agremiação conta a história da cidade desde os primeiros habitantes que ocuparam o local: os curuquins, indígenas de origem tupi-guarani. O nome Jundiaí, inclusive, veio da principal forma de sobrevivência da população, a pesca do bagre, já que a palavra “jundiá” significa “bagres” em tupi. Após a colonização, o lugarejo foi crescendo e virou cidade. O cultivo do café ganhou força na região, com as indústrias sendo instaladas no local. Depois, passou a integrar o circuito das frutas, sendo conhecida como a terra do morango e da uva. Atualmente, com o desenvolvimento, Jundiaí possui uma variedade de teatros e parques temáticos, atraindo muitos turistas. Sendo assim, a Santa Cruz aguarda com ansiedade o início do desfile para retratar essa inspiração jundiaiense de uma forma acalorada na Sapucaí. Tudo para que a comunidade “faça o chão tremer”, provocando uma batida mais forte do coração dos torcedores.
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Foto: Raphael David/Riotur
“Do toque do criador à cidade saudável do Brasil. Jundiaí, uma referência nacional”
Informações técnicas G.R.E.S. Acadêmicos de Santa Cruz Sexta-feira, 28 de fevereiro 7ª a desfilar Entre 1h30 e 2h30 Concentração: Correios Presidente: Moysés Antonio Coutinho (Zezo) Endereço da quadra: Rua do Império, 573 Santa Cruz Fundação: 18 de fevereiro de 1959 Cores: Verde e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalescos: Munir Nicolau e Sylvio Cunha Diretores de Carnaval: Lucio Costa e Carlson Renato Diretor de Harmonia: Carlson Renato Mestre de bateria: Rafael Queiroz Rainha de bateria: Jaqueline Maia Mestre-sala e porta-bandeira: Robson e Ana Paula Coreógrafo da comissão de frente: Carlinhos Muvuca Classificação em 2013: 10º
Alas: 23
SAMBA-ENREDO Autores: Preguinho, Léo Tamborim, Douglas Ramos, Robinho do Cavaco e Rodolfo Frez Intérprete: Paulinho Mocidade
Terra de rara beleza Oh! Natureza emoldurada pelo criador, Um paraíso habitado pelos índios Yundiá me encantou. Dos Bandeirantes, povoação Vejo o portal do meu sertão A “Árvore Lendária” abrigou. O negro cultiva a cana... De lugarejo à cidade É o café a fonte da prosperidade
No circuito das frutas Um aroma que atiça o paladar Cores e festas, um doce vinho A alegria refletida no olhar Serra do Japi, recanto de paz Riqueza nas águas, beleza a mais Cidade Saudável, de lindos lugares Cultura, lazer, paixões populares Viva o seu parque industrial És referência nacional
A banda tocou pra anunciar Que o trem chegou... Pra transformar O braço forte da imigração... Tão belo verde cinturão
Chegou Santa Cruz, o chão vai tremer A comunidade faz acontecer É Jundiaí, a inspiração Pra bater mais forte o meu coração
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Curiosidades, mistérios,
suspenses e dúvidas. Existem fatores que colocam um ponto de
interrogação
na
cabeça
do ser humano. A Unidos de Padre Miguel brinca com essas situações,
levando
alguns
“dilemas” para a Sapucaí.
O
carnavalesco
Edson
Pereira retrata no desfile mistérios que existem desde as civilizações passadas. Códigos presentes nos Hieróglifos
indianos,
interpretações
do
diferentes calendário
Maia e charadas escondidas em pirâmides e esfinges do Egito podem mexer com cabeça dos foliões presentes no Sambódromo.
E o nosso próprio corpo
também
esconde
enigmas.
Cientistas tentam desvendar, por exemplo, mais detalhes sobre o DNA. Depois, no momento da
morte,
mais
mistério:
será que existe algum outro plano espiritual?
Com tantas incógnitas
envolvendo
o
futuro,
a
comunidade
da
vermelha
e
branca da Zona Oeste afirma ter apenas uma certeza: que a voz que sacode a cidade é a Unidos de Padre Miguel.
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Foto: Dhavid Normando/Riotur
“Decifra-me ou te devoro: Enigmas, chaves da vida”
Informações técnicas G.R.E.S. Unidos de Padre Miguel Sábado, 1º de março 8ª a desfilar Entre 2h15 e 3h25 Concentração: Balança Presidente: Simões Gama Endereço da quadra: Rua Mesquita, 8 Padre Miguel Fundação: 12 de novembro de 1957 Cores: Vermelho e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Edson Pereira Diretor de Carnaval: Cícero Costa Diretor de Harmonia: Kenga Harmonia Mestre de bateria: Dinho Rainha de bateria: Karina Costa Mestre-sala e porta-bandeira: Vinícius Antunes e Jéssica Ferreira Coreógrafo da comissão de frente: David Lima Classificação em 2013: 7º
Alas: 24
SAMBA-ENREDO Autores: Arlindo Neto, Pedrinho da Flor, Jefinho Rodrigues, Jorginho Medeiros, Lauro Silva e Fernando Piá Intérprete: Marquinho Art’Samba
É hoje que a minha alegria, vai contagiar Em busca da explicação Eu vou além pra desvendar Enigmas-chaves da vida Que abrem as portas da nossa verdade Esfinges, escritas antigas, história da humanidade Mistérios do Egito, um mar de respostas procuro Lá no passado a luz do meu futuro
Vem brincar, adivinhar O personagem no jogo da vida Tá na mente é só resolver Curtindo o prazer de aprender Cigana... Meu destino já leu no tarô Ifá... Revelou o caminho que eu vou O amanhã o que será? Não vou tão longe procurar A felicidade em meu peito eu vou encontrar
Quem sou eu? De onde vim? Pra onde vou? Se eu morrer vai ser de amor O tempo devora meu corpo, amar é a minha missão Guerreiro é o meu coração
O que é, O que é? Tem samba no pé? Vermelho e branco de um povo fiel? A voz que sacode a cidade? É a Unidos de Padre Miguel!
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Quem nunca teve a oportunidade de viajar para a África poderá conhecer de mais perto um pouco da cultura e dos costumes do local durante os desfiles da Série A. Quem proporciona essa experiência é a Acadêmicos do Cubango, que aproxima o continente negro da vida dos brasileiros na Sapucaí. Através do trabalho do carnavalesco Márcio Puluker, a comunidade de Niterói mostra a semelhança do ritmo do samba brasileiro com a música africana. Os tambores, inclusive, anunciam no desfile que, de acordo com teorias de cientistas, o primeiro homem surgiu exatamente naquele continente. Apesar da rica diversidade da natureza, exuberante pelas florestas e savanas, repletas de animais selvagens, muitos países ainda sofrem com a fome e a miséria, gerando uma reflexão nos povos mais desenvolvidos. Por outro lado, embora outras religiões existam em alguns territórios, está presente com muita força na África o Candomblé, aonde a magia do sagrado oferece a energia espiritual para que tantos problemas sejam minimizados no dia-a-dia. No ano seguinte em que o mundo perdeu Nelson Mandela, a escola de samba também faz uma homenagem ao grande líder africano, principal responsável pela luta contra o regime racista do Apartheid. E com tantas lembranças dos ancestrais, a Cubango “bate no tambor” e “canta para saudar Alãfia”, refletindo o negro no manto verde e branco.
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Foto: David Normando/Riotur
“Continente Negro - Uma Epopéia Africana”
Informações técnicas G.R.E.S. Acadêmicos do Cubango Sábado, dia 1º de março 9ª a desfilar Entre 3h e 4h20 Concentração: Correios Presidente: Olivier Luciano Vieira (Pelé) Endereço da quadra: Rua Noronha Torrezão, 560 Santa Rosa - Niterói Fundação: 17 de dezembro de 1959 Cores: Verde e branco
Carros alegóricos: 04 Carnavalesco: Marcio Puluker Diretor de Carnaval: Jorge Ripper Diretor de Harmonia: Décio Bastos Mestre de bateria: Jonas Rainha de bateria: Cris Alves Mestre-sala e porta-bandeira: Diego Machado e Natália Pereira Coreógrafo da comissão de frente: Carlinhos Salgueiro Classificação em 2013: 11º
Alas: 22
SAMBA-ENREDO Autores: Sardinha, Gustavo Soares, Diego Moura, Wagner Big, Deigre Silva, Lequinho, Júnior Fionda e Igor Leal Intérprete: Marcelo Rodrigues
Quando ressoarem os tambores Pra louvar Orunmilá Mostro a força da minha cor E o axé dos meus orixás África, mistérios e magias Livre no bailar dos animais Brilhou da natureza Fonte de riquezas minerais Firma na fé pra espantar o mal Vai começar o ritual Atotô Obaluaê, Atotô Babá Tem batuque no xirê, chama pra dançar Atotô Babá, Atotô Obaluaê A demanda da Cubango é vencer
Da opressão, a dor da senzala A voz de Nelson Mandela ecoou Liberdade raiou, igualdade entre irmãos Negro dança, joga capoeira A herança desse chão Sou a raça negra a brilhar Eu tenho a arte de sambar Pulsando em cada coração Sou da pele negra Portal de tantos carnavais Eternizando o legado Dos meus ancestrais Bate no tambor ôôô Canta pra saudar Alafiá Nessa Kizomba eu sou Cubango Reflete o negro No meu manto verde e branco
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Foto: Barbara Alejandra
C omo as das v e l a ã s o s r o a i aleg ao Samb ódro mo?
Diversas pess oas dedicam tempo e esfo rço para transportar os carros até a Passarela do Samba
nttee aa esfifilleess a n r a a r g a g s i s a sssiioonnai o ppaallccoo ddooss ddes fi s o fi r o p r p e d e iccaaddaa d s ddee ssaam bbaa aao m d i e d d e d e p e i EEqquuip a ddaass eessccoollaas cchheeggaadda Na sexta-feira e no sábado de folia, a partir das 21h, os desfiles das escolas de samba da Série A chamam a atenção por alegorias criativas e, muitas vezes, enormes. O que muita gente nem desconfia, entretanto, é que uma complexa operação logística é montada para que aqueles carros cheguem perfeitos ao Sambódromo. As 17 agremiações que fazem parte do grupo estão espalhadas pela cidade em espaços chamados de “barracões”. São nesses lugares que verdadeiras obras de arte nascem em cima de chassis, formando os carros alegóricos. A operação de transporte das alegorias começa cedo. Assim que um Carnaval termina, a equipe da Liga das Escolas de Samba do
Rio de Janeiro começa a visitar os barracões e verificar os possíveis trajetos até o Sambódromo, já visando o espetáculo seguinte. São necessárias, ainda, diversas reuniões com componentes das agremiações e do poder público. Tudo é bem organizado para que não haja transtornos à festa e ao trânsito da cidade. O principal responsável por essa ação é o diretor de Carnaval da Lierj, Moacyr Barreto. É ele quem monta a equipe que gerencia e acompanha todas as movimentações bem de perto. “Os desfiles só acontecem graças a profissionais competentes. A dedicação é tanta que, muitos deles, sequer assistem aos desfiles na Sapucaí, tamanho o comprometimento com as funções que exercem. Enquanto as apresentações estão acontecendo
na sexta-feira, as alegorias das escolas de sábado estão sendo transportadas. Nesse trabalho, além dos integrantes da direção de Carnaval da nossa Liga, estão envolvidos representantes da Liesa, da CET-Rio, da Guarda Municipal, da Polícia Militar, da Concessionária Porto Novo e da Cdurp. Tudo sob a orientação da Direção de Operações Especiais da Riotur. É uma parceria incansável”, destaca o dirigente. Alguns dias antes dos desfiles, as escolas já começam a preparação para as movimentações. Todas posicionam os carros de modo que possa ser formado um comboio. Na madrugada anterior à apresentação, então, as alegorias são levadas em direção ao Sambódromo, contando com a força física de empurradores e com o auxílio de reboques. Após os desfiles, elas voltam aos barracões, em operação semelhante.
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Fotos: Barbara Alejandra
O público lotou as arquibancadas nos ensaios da Série A
Escolas da “Série A” fazem bonito em ensaios técnicos no Sambódromo O Carnaval na Marquês de Sapucaí começou cedo para 11 escolas de samba da Série A. Em janeiro e fevereiro deste ano, as melhores colocadas no ranking da Lierj foram premiadas com os ensaios técnicos na Passarela do Samba. O público, mais uma vez, lotou as arquibancadas. Tudo isso sem pagar nada pela entrada. A atividade vem fazendo tanto sucesso no Rio de Janeiro que já faz parte do calendário oficial do pré-Carnaval. Moradores da cidade e turistas têm a oportunidade acompanhar bem de perto um pouco do que as agremiações vão apresentar nos desfiles. Se por um lado as fantasias e carros alegóricos são mantidos em segredo, por outro, sobra disposição dos componentes, que cantam os sambas a todo o vapor. Assim, o espectador que está presente
nas frisas e arquibancadas acaba entrando no clima e até mesmo ganhando mais simpatia com determinadas escolas. Além disso, a oportunidade é ótima para casais de mestresala e porta-bandeira e para as comissões de frente. Por mais que a maioria opte por não realizar a mesma coreografia do dia do desfile, o momento é fundamental para que os profissionais possam sentir o retorno do público com os movimentos realizados. Vale ressaltar, ainda, que as demais agremiações que fazem parte do grupo não ficam excluídas. Mesmo aquelas que não conseguiram alcançar a colocação necessária para os ensaios oficiais podem treinar componentes e segmentos específicos no Sambódromo durante a semana. A chance é encarada com seriedade por todas, uma vez que o ambiente da Sapucaí acaba estimulando
os integrantes e auxiliando nos preparativos técnicos. Mesmo sem qualquer tipo de pontuação, todos querem fazer bonito na avenida durante os ensaios. Rainhas de bateria, destaques e musas usam roupas chamativas. Já os diretores de Harmonia e Evolução cobram de cada componente o comprometimento com o canto, enquanto tripés substituem os setores que serão ocupados pelas alegorias. Agora que o folião já aproveitou bastante o gostinho deixado pelas escolas nos ensaios técnicos, chegou o momento dos desfiles oficiais. A expectativa é que a animação esteja ainda maior, na medida em que as agremiações prometem apresentar grandes surpresas.
As escolas de samba capricharam no visual dos componentes
Mesmo sem as coreografias oficiais, as comissões de frente brindaram os espectadores com apresentações irreverentes
Os ritmistas empolgaram os foliões com exibições marcantes
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Os ensaios técnicos retornam nos meses que antecedem o Carnaval de 2015.
o m o r d Sambó
30
anos
ÇÕ ES O M E S AN DE R G E D CE NÁR IO
Espaço construído especialmente para os desfiles das escolas de samba é frequentado por cariocas e turistas Avenida Marquês de Sapucaí, Passarela do Samba ou, simplesmente, Sambódromo. Com muitas nomenclaturas, o espaço destinado aos principais desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro completa 30 anos em 2014. Ao longo de todo esse tempo, muita gente chorou, sorriu, vibrou e se apaixonou com desfiles que jamais saíram da memória. Depois de passar por diversos espaços no Centro do Rio, como a Praça Onze e as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, os desfiles finalmente ganharam um espaço próprio em 1984. Foi na Avenida Marquês de Sapucaí, aonde as apresentações já vinham acontecendo, que o arquiteto Oscar Niemeyer projetou a estrutura que abrigaria milhares de foliões todos os anos. Tudo aconteceu de forma muito rápida. Em apenas quatro meses, operários e engenheiros
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ergueram arquibancadas e um prédio, utilizado como camarote, para cerca de 60 mil espectadores. “Lembro que antes da construção o público precisava ficar espremido no meio da rua. Quando as arquibancadas ficaram prontas, o conforto aumentou e o sambista pôde se sentir mais importante”, lembra o sociólogo e folião José Antônio de Souza, de 64 anos. Com tudo pronto, a Sapucaí movimentou os desfiles cariocas com inúmeros acontecimentos logo nos primeiros momentos. No mesmo ano em que a Mangueira foi a supercampeã com o famoso “vai e volta”, quando a verde e rosa voltou desfilando pela avenida, em sentido contrário, depois do término da apresentação oficial, surgia a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), entidade responsável por administrar a elite do Carnaval.
Além disso, a campeã Portela sofria um racha entre os componentes, que deu origem à Sociedade Recreativa e Cultural Portela Tradição, hoje chamada apenas de Tradição. Já a Unidos de São Carlos desfilava pela primeira vez com um novo nome: Estácio de Sá. Mas não é apenas o samba no pé que traz lembranças aos frequentadores do Sambódromo. Em 1988, a modelo Enoli Lara, fazendo jus ao enredo da União da Ilha do Governador, “Aquarilha do Brasil”, desfilou completamente nua, com o corpo pintado com as cores do rubro-negro, representando a rainha do Flamengo. E não parou por aí. Logo na folia seguinte, ela retornou à Passarela do Samba com o corpo todo à mostra novamente. No alto de um carro alegórico que representava a Saturnália, a atriz acabou sendo pivô de uma mudança no
em 1993, com o “Peguei um Ita no Norte”, popularmente conhecido como “Explode Coração”. Um samba simples, de letra fácil e refrão “explosivo” contagia até hoje os foliões durante blocos e festas, ultrapassando a fronteira do Sambódromo. Já nos anos 2000, foi a vez de outra escola tijucana, a Unidos da Tijuca, despontar com ideias marcantes e muita ousadia. Em 2004, o responsável pelo desfile da escola, o carnavalesco Paulo Barros, apresentou uma alegoria formada apenas por pessoas, que faziam todos os movimentos do carro, denominado “DNA humano”. Aquele ato causou tanto espanto quanto em 2010, quando a mesma agremiação levou para a
A comissão de frente da Unidos da Tijuca impressionou o mundo em 2010
avenida uma comissão de frente mágica, cujos componentes mudavam de roupa em poucos segundos, provocando aplausos enlouquecidos nas arquibancadas. Em 2011, o cenário foi de renovação. Foi a Beija-Flor de Nilópolis, maior campeã da “Era Sambódromo”, com sete títulos, que se despediu do formato com apenas um lado de arquibancadas com mais uma conquista. Com o cantor Roberto Carlos como enredo, a azul e branca conseguiu sensibilizar os jurados e deixou para trás outras favoritas. O tempo passou e um novo espaço surgiu em 2012. Agora
com arquibancadas nos dois lados da pista, as baterias ficaram ainda mais fortes para que o ritmo ecoasse por toda a Sapucaí. No ano de reinauguração, a Unidos da Tijuca fez uma festa para Luiz Gonzaga e chegou ao lugar mais alto do pódio. No mesmo ano surge a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a Lierj, responsável pela criação de um formato inovador nos grupos de acesso. Com transparência na organização e nos resultados, a agora “Série A” brinda o público com mais dois dias de desfiles no Sambódromo: sexta-feira e sábado. O primeiro campeão da nova divisão foi o Império da Tijuca, que contou a história de mulheres negras. Foto: Scheila Chagas/Riotur
regulamento, que passou a proibir qualquer componente a passar com a genitália desnuda. Personalidades também não faltaram ao longo de tanto tempo. Casais fizeram história ao defender com tanta garra o quesito mestre-sala e porta-bandeira. Maria Helena e Chiquinho, por exemplo, mostraram que a afinidade em família pode render muitas notas dez na avenida. Mãe e filho, eles fizeram bastante sucesso com a bandeira da Imperatriz Leopoldinense e até inventaram passos especiais. Um deles, batizado de “câmera lenta”, é repetido até hoje por jovens e talentosos dançarinos. Altamente democrático, o Sambódromo rende frutos também para quem julga o espetáculo. O pesquisador Pérsio Gomyde Brasil, autor do livro “Da Candelária à Apoteose; 4 décadas de paixão” e jurado do quesito Enredo no Grupo Especial, destaca que o local passou por fortes emoções com o trabalho de Joãosinho Trinta. O carnavalesco causou espanto no público ao mostrar, com a BeijaFlor de Nilópolis, em 1989, um enredo de características jamais vistas na avenida. Com “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”, Joãosinho vestiu os componentes com trapos, representando personagens como mendigos e pessoas pobres, além de apresentar uma alegoria que representava o Cristo Redentor que, censurado pela Igreja Católica, precisou ser coberto por um pano preto. “Joãosinho Trinta reinventou o Carnaval. Foi um espetáculo bastante sofisticado, onde o tabu da miséria foi rompido, deixando o espaço livre para a realidade”, destaca. Apesar disso, perdeu o Carnaval para a Imperatriz Leopoldinense, que celebrou o centenário da Proclamação da República. Quatro anos mais tarde, o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro acabou revolucionando a maneira de fazer samba-enredo,
Com o Carnaval de 2014 batendo na porta, as promessas por novos momentos históricos aumentam cada vez mais, na medida em que as escolas de samba buscam surpreender os espectadores com desfiles criativos e empolgantes. E nos próximos 30 anos? Será que alguém baterá o recorde de títulos da Portela? Conseguirá algum carnavalesco “fazer o homem voar”, como a Grande Rio mostrou em 2001? Ou teremos uma nova “Kizomba”, como a da Vila Isabel de 1988, ou um outro “Ziriguidum 2001”, retratado pela Mocidade em 1985? Só o tempo pode responder.
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CARNAVAL 2014
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VAMOS AO DELIRIO... 0 projeto 56 Alegria Vai Contagiar convida voce a viver urn Carnaval de paz, saude, tranquil ida de, bons resultados no dia da apurac;ao, samba no pe, evoluc;ao, canto do povo e da cultura carioca, harmonia na Passarela do Samba, em nossas comunidades, na cidade e no mundo! Como principal alegoria, que desfila nessa noite de alegria, destaque sua vontade de viver e garanta uma saude segura com direitos e deveres para todos ... Que tenhamos uma visao holrstica, companheira, solidckia com nossos parceiros e parceiras. USE CAMISINHA, em todas as relac;oes sexuais. A decisao e responsabilidade sao suas! Enos, do projeto 56 Alegria Vai Contagiar, contamos com seu compromisso de fe, amor e respeito ao seu corpo e ao do outro(a). !=eliz Carnaval 2014!
PROF. DR. MARCIO TADEU RIBEIRO FRANCISCO
UNAIDS-ONU Consultoria do Projeto S6 Alegria Vai Contagiar Educa41ao em Saude
Coordenador Executivo do Projeto 56 Alegria Vai Contagiar
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i o r á d n l e Ca a c i o r a C da Fo lia SÉRIE A (LIERJ)
Local: Sambódromo Horário de início: 21h
GRUPO ESPECIAL (LIESA) Local: Sambódromo Horário de início: 21h
ESCOLAS MIRINS (AESM-RIO) Local: Sambódromo Horário de início: 17h Terça-feira, dia 4 de março
GRUPO B
Local: Intend. Magalhães - Campinho Horário de início: 19h Domingo, dia 2 de março
GRUPO C
Local: Intend. Magalhães - Campinho Horário de início: 19h Segunda-feira, dia 3 de março
GRUPO D:
Local: Intend. Magalhães - Campinho Horário de início: 19h Terça-feira, dia 4 de março
Sexta-feira, dia 28 de fevereiro Em Cima da Hora - 01 União de Jacarepaguá - 02 Acadêmicos da Rocinha - 03 Renascer de Jacarepaguá - 04 Unidos do Porto da Pedra - 05 Paraíso do Tuiuti - 06 Inocentes de Belford Roxo - 07 Império Serrano - 08 Domingo, dia 2 de março Império da Tijuca - 01 Grande Rio - 02 Beija-Flor - 03 Salgueiro - 04 Mangueira - 05 São Clemente - 06 Tijuquinha do Borel - 01 Filhos da Águia - 02 Infantes do Lins - 03 Mangueira do Amanhã - 04 Pimpolhos da Grande Rio - 05 Miúda da Cabuçu - 06 Corações Unidos do Amarelinho - 07 Petizes da Penha - 08 Unidos de Bangu - 01 Unidos do Jacarezinho - 02 Acadêmicos do Sossego - 03 Engenho da Rainha - 04 Arranco - 05 Unidos de Vila Kennedy - 06 Sereno de Campo Grande - 07 Arame de Ricardo - 01 Acadêmicos do Dendê - 02 Acadêmicos da Abolição - 03 Boca de Siri - 04 Mocidade de Vicente de Carvalho - 05 Rosa de Ouro - 06 Matriz de São João do Meriti - 01 Unidos das Vargens - 02 Gato de Bonsucesso - 03 Unidos do Anil - 04 Mocidade Indep. de Inhaúma - 05 Unidos de Vila Cosmos - 06 Lins Imperial - 07 Arrastão de Cascadura - 08
Sábado, dia 1º de março 01 - Tradição 02 - Alegria da Zona Sul 03 - União do Parque Curicica 04 - Caprichosos de Pilares 05 - Unidos do Viradouro 06 - Estácio de Sá 07 - Acadêmicos de Santa Cruz 08 - Unidos de Padre Miguel 09 - Acadêmicos do Cubango Segunda-feira, dia 3 de março 01 - Mocidade 02 - União da Ilha 03 - Vila Isabel 04 - Imperatriz Leopoldinense 05 - Portela 06 - Unidos da Tijuca 09 - Ainda Existem Crianças na V. Kennedy 10 - Aprendizes do Salgueiro 11 - Império do Futuro 12 - Inocentes da Caprichosos 13 - Nova Geração do Estácio de Sá 14 - Herdeiros da Vila 15 - Planeta Golfinhos da Guanabara 16 - Estrelinha da Mocidade 08 - Favo de Acari 09 - Unidos do Cabuçu 10 - Unidos da Ponte 11 - Unidos de Lucas 12 - Vila Santa Tereza 13 - Império Rubro-Negro
07 - Mocidade Unida da Cidade de Deus 08 - Difícil é o Nome 09 - Leão de Nova Iguaçu 10 - Boi da Ilha 11 - Unidos da Villa Rica 12 - Mocidade Unida do Santa Marta
09 - Chatuba de Mesquita 10 - Acadêmicos de Vigário Geral 11 - Unidos do Amarelinho 12 - Unidos de Manguinhos 13 - Vizinha Faladeira 14 - Flor da Mina do Andaraí 15 - Tradição Barreirense
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Foto: Valéria del Cueto
Informe Publicitário
10ª
Edição
PODE APLAUDIR! Você está assistindo ao resultado de muito trabalho, criatividade e talento. Texto: Lilia Gutman Centenas de profissionais trabalham o ano inteiro para você assistir ao maior espetáculo da Terra: costureiras, aderecistas, pintores, carpinteiros, coreógrafos, fotógrafos, escultores, carnavalescos dedicados ao carnaval o ano inteiro. O Prêmio Plumas & Paetês Cultural dá voz, reconhecimento e oportunidade a esses profissionais, contemplando 25 categorias
responsáveis pela produção dos desfiles oficiais das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro, a cada edição. O evento de premiação, realizado na Cidade do Samba para convidados, tem show exclusivamente preparado pela Cia de Artes Plumas & Paetês, rendendo homenagens a ícones do carnaval - Clóvis Bornay, Júlio “Xangô do Salgueiro”, Oswaldo Sargentelli -, a compositores imortais como Braguinha, Cartola, Noel Rosa, Donga e Chiquinha Gonzaga e ao gênio criativo de Arlindo Rodrigues.
O compromisso do Plumas & Paetês Cultural com a Indústria Criativa do Carnaval se desdobra numa forte atuação em oficinas de capacitação e de gestão cultural Brasil afora.
Valorização do Profissional Até hoje, mais de 130 profissionais das Escolas de Samba da Série A / LIERJ receberam o Prêmio Plumas & Paetês Cultural, em 12 categorias: Aderecista, Carnavalesco, Compositor, Coreógrafo, Costureira, Desenhista, Destaque de Luxo, Figurinista, Gestor de Ateliê (Confecção MS e PB), Maquiador Artístico, Pesquisador e Pintor.
Em 2014, a 10a Edição do Prêmio Plumas & Paetês Cultural, em 17 de maio, fará homenagem às Rainhas do Rádio, por tudo o que representaram como expressão popular e estímulo à produção carnavalesca. Então, pode aplaudir: o que de melhor você está vendo desfilar na avenida vai, certamente, entrar para a galeria de premiados do Plumas & Paetês Cultural!
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